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Normas percebidas por estudantes universitários de três carreiras, da área da saúde, sobre o uso de drogas entre seus pares.

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Academic year: 2017

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NORMAS PERCEBI DAS POR ESTUDANTES UNI VERSI TÁRI OS DE TRÊS CARREI RAS, DA

ÁREA DA SAÚDE, SOBRE O USO DE DROGAS ENTRE SEUS PARES

Ana Mar ia Pim ent a Car v alho1 John Cunningham2 Car ol St r ik e2 Br u n a Br an ds3 Maria da Gloria Miot t o Wright4

Carvalho AMP, Cunningham J, Strike C, Brands B, Wright MGM. Norm as percebidas por estudantes universitários de três carreiras, da área da saúde, sobre o uso de drogas entre seus pares. Rev Latino- am Enferm agem 2009 nov em br o- dezem br o; 17( Esp.) : 900- 6.

O pr esent e est udo abor dou alunos de segundo e t er ceir o anos de t r ês cur sos da ár ea da saúde t endo com o obj et ivos ident ificar a est im at iva do uso de drogas por est udant es universit ários ( norm a percebida) , a frequência de uso na pr esent e am ost r a ( nor m a r eal) , com par ar as est im at iv as com a fr equência e ident ificar condições nas quais as drogas são usadas. Os est udant es superest im aram o uso, por seus pares, de t abaco, m aconha e cocaína, na vida e nos últ im os 12 m eses. O álcool foi exceção. A porcent agem de uso relat ada pelos est udant es da am ost r a e a est im at iv a do uso por est udant es em ger al for am m uit o pr óx im as. As subst âncias são m ais con su m idas em fest as e n a com pan h ia de colegas da u n iv er sidade. Os dados for am in t er pr et ados à lu z da Teor ia das Nor m as Sociais, da At r ibuição de Causalidade e da Nor m alização.

DESCRI TORES: subst âncias psicoat iv as; álcool; t abaco; m aconha; cocaína

PERCEI VED NORMS AMONG UNI VERSI TY STUDENTS OF THREE HEALTH COURSES FOR

DRUG USE AMONG PEERS

The pr esent st udy int er v iew ed second- and t hir d- y ear st udent s of t hr ee healt h cour ses t o ident ify univ er sit y st u den t s’ est im at es f or dr u g u se ( per ceiv ed n or m ) , t h e r at e of dr u g u se am on g t h e su bj ect s ( r eal n or m ) ; com pare t he est im at es wit h t he act ual frequency; and ident ify in what condit ions t he drugs are used. St udent s over est im at ed t heir peer s’ use of t obacco, m ar ij uana and cocaine in life and over t he last 12 m ont hs. Alcohol w as an ex cept ion. The r at e v alues r epor t ed by sam ple st udent s and t he gener al est im at ed use w er e r at her close. Drugs are usually consum ed at part ies and am ong friends from t he universit y. Dat a analysis was perform ed in t he light of t he Social Nor m s Theor y, Causal At t r ibut ion and Nor m alizat ion.

DESCRI PTORS: psy ch oact iv e su bst an ces; t obacco; alcoh ol; m ar ij u an a; cocain e

NORMAS PERCI BI DAS POR ESTUDI ANTES UNI VERSI TARI OS SOBRE EL USO DE DROGAS

ENTRE SUS PARES, EN TRES ÁREAS ACADÉMI CAS DE LA SALUD

El present e est udio t uvo com o part icipant es a los alum nos del segundo e t ercero año de t res cursos académ icos de la Salud; el obj et ivo fue ident ificar la est im at iva del uso de drogas ( norm a percibida) , la frecuencia del uso ( norm a real) , com parar las est im at ivas con la frecuencia y las condiciones en las cuales se usan las drogas. Se en con t r ó q u e los est u d ian t es sob r eest im ar on el u so d e su s p ar es en lo q u e se r ef ier e al u so d e t ab aco, m arihuana y cocaína, en alguna vez en la vida y el los últ im os 12 m eses. El alcohol fue la excepción, ya que el porcent aj e de uso y la est im at iva est uvieron m uy próxim os. Las sust ancias son consum idas con m ayor frecuencia en fiest as y en com pañía de sus pares universit arios. Los dat os fueran int erpret ados según el m arco la Teoría de las Nor m as Sociales, de la At r ibución de Causalidad y de la Nor m alización.

DESCRI PTORES: sust ancias psicoact iv as; t abaco; alcohol; m ar ihuana; cocaína

1Professor Doutor, Escola de Enferm agem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Centro Colaborador da OMS para o Desenvolvim ent o da Pesquisa

em Enferm agem , Brasil, e- m ail: anacar@eerp.usp.br. 2Ph.D., Pesquisador, Healt h Syst em s Research and Consult ing Unit , Cent re for Addict ion and Ment al

Healt h, CAMH, Universit y of Toront o, Canadá, e- m ail: j ohn_cunningham @.net , carol_st rike@cam h.net . 3Ph.D., Pesquisador Sênior, Office of Research and

Surveillance, Drug Strategy and Controlled Substances Program m e, Health Canada and Public Health and Regulatory Policies, Center for Addiction and Mental Healt h, CAMH, Universit y of Toront o, Canada, e- m ail: bruna_brands@cam h.net . 4Ph.D., Especialist a Sênior, Coordenador, Educat ional Developm ent

(2)

I NTRODUÇÃO

D

ada a alt a pr ev alência de uso de dr ogas entre estudantes universitários e seu im pacto na vida das pessoas e no desenvolvim ent o dos países, t em hav ido int er esse de pesquisador es na com pr eensão desse fenôm eno nesse grupo específico( 1- 4).

No Br asil, est udo de r ev isão encont r ou, no período de 1997 a 2007, doze artigos. A m aior parte e r a d e e st u d o s d e p r e v a l ê n ci a e , e m m e n o r frequência, est udos que relacionam o uso de drogas a co n t e x t o s e co m p o r t a m e n t o s. Os a u t o r e s ar gum ent am sobr e a im por t ância da r ealização de est udos com a população universit ária, para auxiliar na det ecção de padr ões de uso e suas alt er ações, of er ecen d o f er r am en t a im p or t an t e p ar a ap oio ao cuidado à saúde( 1).

Fat or ch av e id en t if icad o p r ev iam en t e é a influência dos par es ent r e est udant es univer sit ár ios par a o consum o de dr ogas, e a t eor ia das Nor m as So ci a i s t e m si d o u sa d a co m o b a se p a r a a com pr eensão desse pr ocesso( 2).

Um dos conceit os dessa t eoria refere- se ao erro de est im at iva (m isper cept ion) do uso de álcool, que é a discrepância entre a norm a real ( a prevalência d o u so ) e a p er cep çã o d a n o r m a ( a f r eq u ên ci a percebida do uso de álcool pelos pares)( 3).

Os e st u d a n t e s t e n d e m a p e n sa r q u e a s n or m as em r elação à f r equ ên cia e qu an t idade do beber por seus pares são m aiores do que de fat o se encont ra, assim com o m aior perm issividade em suas at it udes pessoais sobre o uso de subst âncias que na realidade o são( 3- 4).

Segu n do essa abor dagem , n or m a social é at ribut o de um grupo considerado com o descrit ivo e p r escr it iv o p ar a seu s m em b r os, in f lu en cian d o os com portam entos por m eio do processo de com paração social que serve com o padrão, pelo qual se avalia e se aj usta o próprio com portam ento a fim de alcançar sem elhança com o grupo de referência( 5- 6).

As n o r m a s d e scr i t i v a s r e f e r e m - se à per cepção do com por t am ent o do out r o e com o as pessoas se com por t am em det er m inadas sit uações. As n o r m a s i n j u n t i v a s se r e f e r e m à a p r o v a çã o p e r ce b i d a d e co m p o r t a m e n t o s e sp e cíf i co s e representam as regras para o que é ou não aceitável. Vi st o q u e a s p e sq u i sa s a n t e r i o r e s t ê m m ost r ado que as nor m as descr it iv as são pr edit or as m ais fortes do uso de drogas que as norm as inj untivas e q u e e l a s sã o co n ce i t u a l e m o t i v a ci o n a l m e n t e

difer ent es( 4), no pr esent e t r abalho ser ão abor dadas

as norm as descrit ivas.

A Teor ia da At r ibu ição t am bém au x ilia n a com preensão do fenôm eno uso de drogas. De acordo com essa t eor ia, as pessoas t endem a per ceber o uso de drogas de seus pares com base na percepção de suas próprias disposições int ernas, devido à falt a de inform ação sobre o uso real de seus pares( 3).

As per cepções er r ôneas sobr e o uso pelos pares tam bém tendem a se desenvolver por m eio da o b se r v a çã o e d e co n v e r sa s so b r e e sse u so . A p e r ce p çã o cu l t u r a l p o r m e i o d a m íd i a t a m b é m cont ribui para o desenvolvim ent o dessas percepções errôneas, definindo o que é norm al num a com unidade de est udant es( 7).

A l i t e r a t u r a v e m m o st r a n d o , d e f o r m a co n si st e n t e , q u e e st u d a n t e s u n i v e r si t á r i o s superest im am a quant idade e a frequência com que seus pares usam drogas( 4,8- 9).

O cont ex t o univ er sit ár io, por sua v ez, est á i n ser i d o n u m si st em a m acr o sso ci al q u e ab r an g e n ã o só a d i m en sã o cu l t u r a l , m a s a s d i m en sõ es s o c i a i s e e c o n ô m i c a s . O m o d e l o d a Te o r i a d a Nor m alização, p or seu t u r n o, f or n ece elem en t os par a a com pr een são do sist em a m acr ossocial, em q u e a s n o r m a s d escr i t i v a s se d e sen v o l v e m . Tal p r o c e s s o é d e f i n i d o c o m o “ u m b a r ô m e t r o d a s m u d a n ç a s s o b a s p e r s p e c t i v a s s o c i a l , co m p o r t a m e n t a l e cu l t u r a l , r e l a t i v a s à s d r o g a s lícit as e ilícit as e aos usuár ios”( 10- 11).

A part ir do referencial adot ado e com base em ou t r os est u d os sob r e o f en ôm en o d o u so d e dr ogas ent r e est udant es univ er sit ár ios, est e est udo pr et endeu:

1. inv est igar qual é a est im at iv a do uso de dr ogas p elos p ar es em est u d an t es u n iv er sit ár ios d e t r ês cursos da área da saúde;

2 . i n v e st i g a r q u a l a f r e q u ê n ci a d e u so p e l o s est udant es;

3. com parar a estim ativa com a frequência de uso, e 4. ident ificar condições de uso e per cepções sobr e consequências do uso.

MÉTODO

Tipo de est udo

(3)

População e am ost r a

Est a b e l e ce u - se p r e v i a m e n t e q u e se r i a m p a r t i ci p a n t e s t o d o s o s a l u n o s d o s cu r so s d e e n f e r m a g e m , f a r m á ci a e o d o n t o l o g i a , d e u m a univ er sidade pública do int er ior do Est ado de São Paulo, das segundas e t er ceir as sér ies, com idades ent re 18 e 24 anos. Opt ou- se por realizar um censo j unt o a esses est udant es, pois t odos os pr esent es, em sala de aula, nos dias agendados para colet a de dados, seriam convidados a part icipar ( 325) .

I nst r um ent o

Foi ut ilizado quest ionár io com post o por 30 q u e st õ e s, cr i a d o a p a r t i r d e d o i s i n st r u m e n t o s fr equent em ent e ut ilizados par a a av aliação do uso de drogas e norm as percebidas sobre o uso de drogas ent re os pares, no cont ext o universit ário( 12- 13).

Esse i n st r u m e n t o f o i co n st i t u íd o co n si d e r a n d o - se ca r a ct e r íst i ca s e sp e cíf i ca s d a população de estudantes universitários. O questionário é div idido em quat r o seções: 1) infor m ações sobr e dados sociais e dem ogr áficos, 2) per cepção do uso de drogas entre os pares, 3) consum o de drogas dos pr ópr ios est udant es e 4) consequências do uso de drogas e acesso às drogas.

Fo i su b m e t i d o à a v a l i a çã o p o r t r ê s pesquisadores em álcool e drogas e a um grupo de se i s e st u d a n t e s n a f a i x a e t á r i a d a q u e l e s q u e com puseram o estudo. Não houve dificuldades quanto à com preensão, m as um dos j uízes questionou a não inclusão de out ras drogas. Ent ret ant o, com o não era o b j e t i v o d o e st u d o i n cl u i r o u t r a s su b st â n ci a s esclareceu- se isso ao avaliador e m anteve- se a form a do quest ionário.

Procedim ent os ét icos e colet a de dados

Aos participantes foi apresentado o term o de consent im ent o livre e esclarecido para que lessem e pudessem decidir quanto à sua participação no estudo. Buscou- se enfat izar a garant ia de não ident ificação, o sigilo e o anonim at o.

O proj et o relat ivo ao est udo t eve aprovação pelo Com it ê de Ét ica do Cen t r e f or Ad d ict ion an d Ment al Healt h, da Universidade de Toront o, CA, e do Com it ê de Ét ica em Pesquisa em seres Hum anos da

Esco l a d e En f e r m a g e m d e Ri b e i r ã o Pr e t o , d a Universidade de São Paulo.

Após cont at os com a direção das faculdades e coor den ador es de cu r sos, par a apr esen t ação do proj et o e solicit ação de perm issão para a realização do est udo, j unt o a seus alunos, for am cont at ados d o cen t es q u e m i n i st r av am au l as p ar a al u n o s d e segundo e terceiro anos, visando agendar um dia em que se pudesse ir at é às classes para convidá- los a participar do estudo. Na data prevista, os alunos eram cont at ados e dist r ibuiu- se o inst r um ent o par a que r espon dessem .

Análise de dados

Foi elabor ado banco de dados de t odos os q u est ion ár ios r esp on d id os n o p r og r am a EPI DATA v e r s ã o 1 8 . 0 . Em s e g u i d a , e s s e s d a d o s f o r a m t r an sf er i d o s p ar a o p r o g r am a SPSS v er são 1 6 . 0 p a r a q u e f o s s e m e x t r a íd a s f r e q u ê n c i a s e p r o p o r çõ es.

Pa r a a n á l i se d a s e st i m a t i v a s sã o consideradas acuradas se a estim ativa de uso estiver e m i n t e r v a l o d e a t é 1 0 p o n t o s p e r ce n t u a i s d a f r eq u ên cia r ep or t ad a n a u n iv er sid ad e. Resp ost as a ci m a d e 1 0 p o n t o s p e r ce n t u a i s r e su l t a r ã o e m per cepção super est im ada e r espost as abaix o de 10 p o n t o s p e r ce n t u a i s se r ã o co n si d e r a d a s co m o per cepção subest im ada( 14).

RESULTADOS

Par t icip ar am ef et iv am en t e d o est u d o 3 2 5 est udant es, cor r espondendo à pr opor ção de 77,4% do t ot al de alu n os das du as t u r m as dos r efer idos cursos: enferm agem , 126 alunos, correspondendo a 39% do t ot al de part icipant es; farm ácia, 82 alunos ou 25% do total e odontologia, 117 ou 36% do total, sendo que, do total, 78,5% eram do sexo fem inino. A m édia de idade foi 21, com desv io padr ão de 1,8; 9 8 , 2 % ( 3 1 9 ) er am solt eir os e 9 6 , 3 % ( 3 1 2 ) n ão t r abalh av am .

(4)

Tab el a 1 - Per cen t u al d e est i m at i v a d o u so d as subst âncias pelos par es, na v ida e nos últ im os 12 m eses, e proporção de uso na vida e nos últim os 12 m eses, pelos próprios est udant es

s a i c n â t s b u S a d i v a

N Nosúltimos12meses

o d a m i t s e o s U s e r a p s o l e p o s U o d a t a l e r o d a m i t s e o s U s e r a p s o l e p o s U o d a t a l e r o c a b a

T 67,4 40,7 59,6 25

l o o c l

Á 92,6 91,7 89,3 91,7

a h n o c a

M 44 17,2 36,3 10,7

a n í a c o

C 20,3 0,9 14,8 0,9

Ver ifica- se que, com exceção do álcool, as dem ais subst âncias t êm est im at iv as m ais elev adas qu e o con su m o r elat ado pela am ost r a do est u do. Ainda, o consum o nos últim os 12 m eses é m enor que o consum o na vida, para o tabaco e a m aconha. Para álcool e cocaína os índices são sem elhant es.

Com r elação à fr equência de uso est im ada das subst âncias, nos últ im os 12 m eses, pelos pares, a Tabela 2 exibe os result ados encont rados.

Tabela 2 - Frequência est im ada de uso das subst âncias pelos pares nos últ im os 12 m eses

a d a m i t s e a i c n ê u q e r

F Tabaco F% Álcool F% Maconha F% Cocaína F%

o n a o n z e v a m

U 12 3,7 1 0,3 35 10,8 133 41

s ê m m u n z e v a m

U 13 4 7 2,1 87 26,8 68 21,1

s ê m m u n s e z e v 3 a

2 22 6,7 12 3,7 76 23,4 27 8,3

a n a m e s a n z e v a m

U 34 10,4 67 20,5 83 25,5 16 4,9

a n a m e s r o p s e z e v 3 a

2 64 19,9 201 62,1 20 6,2 7 2,1

s a i d s o s o d o

T 175 53,8 35 10,7 5 1,5 0 0

s e s e m 2 1 s o m it l ú s o n m a r a s u o ã

N 5 1,5 2 0,6 19 5,8 74 22,6

l a t o

T 325 100 325 100 325 100 325 100

Os est udant es dest a am ost ra referiram , em m aior proporção, “todos os dias” (54% ) para o tabaco, “ 2 a 3 vezes por sem ana” (62% ) para o álcool, “ um a vez num m ês”, “2 a 3 vezes num m ês” e “um a vez por sem ana” ( 2 7 , 2 4 e 2 5 % , r espect iv am ent e) par a a m aconha e “um a vez num ano” (41% ) para a cocaína. Qu an t o ao l o cal , o n d e se est i m a q u e o s

est udant es usem subst âncias, pode- se v er ificar os resultados na Tabela 3. Os totais não foram calculados, pois as alternativas de respostas não são m utuam ente excludentes. Assim , um indivíduo pode ter assinalado m ais de um a opção. As proporções foram calculadas con sid er an d o- se o n ú m er o t ot al d e in d iv íd u os d a am ost r a.

s i a c o

L Tabaco Álcool Maconha Cocaína

F % F % F % F %

o

N campus 282 86,8 127 39,1 125 38,5 40 12,3

s e r a b m

E 273 84 298 91,7 85 26,3 39 11,9

s a t s e f m

E 283 87,1 307 94,5 282 86,8 198 60,9

s o g i m a e d a s a c m

E 250 77,1 278 85,5 227 69,8 162 49,8

a s a c m

E 232 71,4 198 60,9 151 46,5 116 35,8

Tabela 3 - Frequência est im ada de consum o das subst âncias em relação ao local

Ver i f i co u - se q u e as m ai o r es p r o p o r çõ es, quant o ao local de uso das quat r o subst âncias, se referem às fest as ( 87% , t abaco; 94% , álcool; 86% , m aconha; e 61% , cocaína) . Seguida do cam pus ( 87% ) e casa de am igos ( 77% ) para o uso de tabaco; casa de am igos ( 86% ) e bares ( 91% ) para o álcool e casa de am igos para m aconha ( 69% ) e cocaína ( 50% ) .

(5)

a i c n ê r e f r e t n i e d s o d o

M Tabaco F% Álcool F% Maconha F% Cocaína F%

s o d u t s e s u e m a h l a p a r t

A 18 5,5 63 19,3 39 11,9 34 10,4

) a ( o r u g e s n i a t n i s e m u e e u q m o c z a

F 9 2,8 29 8,9 54 16,5 63 19,3

, a z e p m il ( s o m a t s e e u q m e s o ç a p s e s o a ç n u g a B ) o ã ç a z i n a g r

o 114 34,9 112 34,3 49 15 35 10,7

u o s a v it r o p s e d s e d a d i v it a m o c o t n e m i v l o v n e u e m a t e f A s i a p u r g s e d a d i v it a s a r t u

o 31 9,5 41 12,5 41 12,5 34 10,4

, s o t r e c n o c ( s o t n e v e m e o ã ç a p i c it r a p a h n i m e d e p m I ) . c t e s i a i c o s s e d a d i v it a , s o v it r o p s

e 27 8,3 35 10,7 50 15,3 47 14,4

a d i v a h n i m m e e r e f r e t n i o ã

N 152 46,5 149 45,6 153 46,8 148 45,3

Tabela 4 - Percepção do est udant e sobre a int erferência do uso de subst âncias

A m aior parte dos estudantes referiu que não há int er fer ência ( 46, 45, 47 e 45% ) . Par a aqueles que r esponder am afir m at iv am ent e, apar ecer am em m aior proporção respost as indicat ivas de bagunçar o espaço em que se está para o álcool ( 35% ) e tabaco ( 34% ) e provocar insegurança para m aconha ( 16% ) e cocaína ( 19% ) .

DI SCUSSÃO

Ve r i f i co u - se , n o p r e se n t e t r a b a l h o , a confirm ação da hipót ese de superest im at ivas para o uso de tabaco, m aconha e cocaína. O álcool tendeu a ser exceção. O uso na vida equivale ao estim ado para uso dos pares.

As est i m at i v as p o d em ex p l i car o u so d e subst âncias j ust ificando m esm o a experim ent ação de algum as delas ( m aconha e cocaína, por ex em plo) , pois se acredit a que os est udant es, em geral, usam m ais. A estim ativa correta leva a pensar no processo de adequ ação ao gr u po u m a v ez qu e se aceit a a norm a desse grupo.

As est im at ivas de frequência de uso seguem gr adação esper ada, em bor a super est im ada, par a o t abaco e álcool. Par a cocaína, em bor a a pr opor ção sej a alt a, a f r eq u ên cia é d e u m a v ez ao an o. A m aconha, por seu t ur no, é bast ant e super est im ada em t erm os de frequência de uso quando com parada à inform ação sobre o uso. Esse dado condiz com a t oler ância ao uso da m aconha e o r econhecim ent o d e q u e é a d r og a ilícit a m ais u t ilizad a e d e f ácil acesso( 11).

Qu an t o ao u so d e t ab aco, n a v id a, p elos e st u d a n t e s d a a m o st r a , e m b o r a o s ín d i ce s encontrados ainda sej am altos, eles são m enores que a q u e l e s e n co n t r a d o s e m o u t r o s e st u d o s co m

estudantes universitários e com a população geral( 1,15).

Entretanto, para o uso nos últim os 12 m eses as taxas de uso por estudantes, do presente estudo e de outros est udos no cont ex t o univ er sit ár io, são sem elhant es e m ais altas que a da população geral( 1,15).

Maconha e cocaína são subst âncias ilegais, a ssi m , o r e l a t o d e se u co n su m o p o d e t e r si d o m in im izad o. Com p ar an d o- se as t ax as d est e e d e out ros est udos verifica- se que as encont radas nest e estudo são m ais baixas, para uso de cocaína na vida, q u e r q u a n d o se co m p a r a co m a m o st r a s d e universit ários quer com a população geral( 1,15).

Quant o à m aconha, a t axa aqui encont rada é m aior que a da população geral e m enor que a de out ras am ost ras de universit ários. A t axa de uso da cocaína é sem elhant e à da população geral( 15).

Quant o ao álcool, as t axas são sem elhant es, quer na vida quer nos últim os 12 m eses, ao consum o encontrado em outros estudos realizados no contexto u n iv er sit ár io. En t r et an t o, são t ax as m aior es q u e aquelas encont r adas na população ger al, quer par a o uso na vida quer para o uso nos últim os 12 m eses( 1,15).

O álcool é a su bst ân cia qu e “ lu br if ica” as r e l a çõ e s n o co n t e x t o so ci a l m a i s a m p l o e , part icularm ent e, no cont ext o universit ário e seu uso é t olerado e norm alizado( 16).

Assi m , é “ n o r m a l ” q u e e st u d a n t e s universit ários façam uso do álcool em seu am bient e de fest as, com am igos.

(6)

Em b or a n ão t iv esse sid o ab or d ad o o q u e p en sam os est u d an t es sob r e as d r og as, o m en or consum o de t abaco, m aconha e cocaína, em relação às est im at ivas de uso dos pares, pode ser at ribuído ao fat o de elas serem com bat idas e t er seu acesso dificu lt ado. O t abaco v em sofr en do o pr ocesso de “ desnor m alização”. Essa ex pr essão t em sido usada quando há r efer ência ao conj unt o de esfor ços que visam m inim izar a noção de que fum ar deve ser visto com o um hábit o rot ineiro ou norm al, part icularm ent e em locais p ú b licos, e d e d esaf ios p ar a r et ir ar d o cigarro a aura de charm e e o fum ar com o um hábito desej áv el( 17). As out r as duas dr ogas, com o j á dit o,

são ilegais e valores relacionados ao seu uso parecem est ar oper ando t am bém ( nor m as inj unt iv as) . Essa hipót ese pode ser apoiada pela m enção dos alunos d a p r esen t e am ost r a q u an t o ao f at o d e u m a d as int erferências negat ivas, no am bient e, m ais cit adas, em r elação ao u so d e m acon h a e cocaín a, ser a in seg u r an ça. Por ou t r o lad o, p od e- se in f er ir d os achados que há tam bém tolerância quanto ao uso de su b st â n ci a s n o co n t e x t o u n i v e r si t á r i o , p o i s a alternativa com m aior frequência de escolha é aquela que apont a que não há int erferência.

Em r elação ao uso nos últ im os 1 2 m eses, v er ifica- se m enor t ax a de consum o de m aconha e cocaín a, n o pr esen t e est u do, com par ada às t ax as encont radas no est udo realizado no Cam pus da USP, em São Paulo( 1).

Com par ado à popu lação ger al, o con su m o de t abaco, álcool e m aconha, na present e am ost ra, m ost ra- se m ais elevado. Quant o à cocaína, as t axas são pr óx im as.

Para as três primeiras substâncias parece operar o processo de retroalimentação da ideia que estudantes consom em m ais drogas que a população geral.

O consum o social, em fest as, e com am igos próxim os e colegas t ende a fort alecer a hipót ese da influência dos pares e do uso socializado.

O acesso às drogas t em im pact o im port ant e sobre seu consumo. O acesso ao álcool está relacionado à prát ica do beber excessivo em um a ocasião (binge dr in k in g) ent re est udant es univ ersit ários( 16,18- 20). Tal

prát ica est á present e nas fest as, m encionadas pelos estudantes que participaram do presente estudo, com o o local onde mais se consome substâncias.

CONSI DERAÇÕES FI NAI S

A título de síntese dessa discussão, verificou-se que os estudantes da am ostra do preverificou-sente estudo a p r esen t a r a m est i m a t i v a s m a i s a l t a s d e u so d e t a b a co , m a co n h a e co ca ín a , r e v e l a n d o descon h ecim en t o sobr e ín dices en con t r ados n essa p o p u l a çã o e e l e m e n t o q u e p o d e f o r t a l e ce r est ereót ipos acerca do est udant e universit ário.

Acredita- se que a inform ação sej a o prim eiro passo par a a pr om oção de saú de. Assim , est u dos com o est e podem t er papel im port ant e no apoio às p o l ít i ca s d e cu i d a d o à sa ú d e n o co n t e x t o d a univ er sidade.

LI MI TAÇÕES DO ESTUDO

O p r e se n t e e st u d o , a d e sp e i t o d e su a s cont r ibuições par a a com pr eensão do consum o de drogas ent re os est udant es part icipant es, apresent a lim it ações. A pr im eir a é a com posição da am ost r a que não é representativa de um cam pus universitário com m ais de 3200 alunos. Há, ainda, predom ínio do sexo fem inino ent re os part icipant es e um conj unt o lim it ado de dr ogas abor dadas quando se sabe que inalant es, ecst asy e m edicam ent os fazem par t e da list a de drogas m ais consum idas ent re universit ários, seg u n d o ou t r os est u d os q u e ab or d am est u d an t es univ er sit ár ios.

Ainda assim , r ecom enda- se sua div ulgação n a co m u n i d a d e u n i v e r si t á r i a p a r a i n f o r m a çã o e discussão da tem ática, visando a redução do consum o e a prom oção da saúde.

AGRADECI MENTOS

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Recebido em : 5.5.2009 Aprovado em : 25.9.2009

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