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Associação entre otalgia, zumbido, vertigem e hipoacusia com desordens temporomandibulares

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Academic year: 2017

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Associação entre otalgia, zumbido, vertigem e hipoacusia com desordens

temporomandibulares

RESUMO

Devido à coexistência de sinais e sintomas não específicos com outros bem estabelecidos no contexto das desordens temporomandibulares, torna-se difícil para o clínico decidir o que realmente deve ser incluído no diagnóstico e plano de tratamento. Este trabalho teve por objetivo avaliar, por meio de uma revisão da literatura, a importância da ocorrência dos sintomas aurais de otalgia, zumbido, vertigem e hipoacusia em pacientes com desordem temporomandibular. Ainda que muitas teorias tenham sido relatadas para explicar a relação entre os sintomas aurais e as desordens temporomandibulares, a ampla variação entre os resultados dos estudos revisados dificulta o estabelecimento da pre-valência desses sintomas concomitantemente às desordens temporomandibulares. Além disso, essa ocorrência não necessariamente implica em uma relação de causa-efeito. Devido às dificuldades de diagnóstico da relação entre os achados, diferentes tipos de tratamentos devem ser considerados para que os sintomas não específicos das desordens temporomandibulares também sejam efetivamente controlados. É imprescindível que o cirurgião-dentista conheça as possíveis etiologias dos sintomas aurais para saber se há uma provável associação com as desordens temporomandibulares e, assim, incluí-los no plano de tratamento.

Termos de indexação: transtornos craniomandibulares; zumbido; vertigem; dor de orelha; perda auditiva.

ABSTRACT

Because nonespecific symptoms and signs are associated with others well-established in the temporomandibular disorders, it is difficult for the clinician to decide what symptoms and signs should be considered during the diagnosis and the treatment plan. Therefore, the aim of this literature review was to evaluate the prevalence of aural symptoms (otalgias, tinnitus, dizziness and deafness) in patients with orofacial pain. Although several hypotheses have been proposed to explain the association between aural symptoms and temporomandibular disorders, the results of the previous studies differed in magnitude. For this reason, it is difficult to establish the prevalence of these aural symptoms concomitantly with temporomandibular disorders. Moreover, such relationship does not necessarily imply a cause-effect relationship. Because of the diagnosis complexity, different treatments must be considered, so the nonespecific symptoms of temporomandibular disorders can be effectively controlled as well. It is crucial for the the clinician to be aware of the possible etiology of aural symptoms, so he should determine if such symptoms may be associated with temporomandibular disorders and thus include them in the treatment.

Indexing terms: craniomandibular disorders; tinnitus; vertigo; earache; hearing loss.

Association between otalgia, tinnitus, vertigo and hypoacusia, with temporomandibular disorders

Vanessa Migliorini URBAN1 Karin Hermana NEPPELENBROEK2 Sabrina PAVAN3

Francisco Guedes Pereira de ALENCAR JÚNIOR3 Janaína Habib JORGE1

Hércules Jorge ALMILHATTI4

1 1 Universidade Estadual de Ponta Grossa, Departamento de Odontologia. Ponta Grossa, Brasil.

2 Universidade de São Paulo, Departamento de Prótese, Faculdade de Odontologia. Al. Octávio Pinheiro Brisola, 9-7517012-901, Bauru, SP, Brasil. Correspondência

para / Correspondence to: KH NEPPELENBROEK (khnepp@yahoo.com.br).

3 Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Departamento de Materiais Odontológicos e Prótese, Faculdade de Odontologia. Araraquara, SP, Brasil.

4 Universidade Federal do Paraná, Departamento de Odontologia Restauradora. Curitiba, PR, Brasil.

INTRODUÇÃO

Alguns sinais e sintomas são específicos das Desordens Temporomandibulares (DTM) como dor na articulação ou nas proximidades, limitação de

abertura mandibular, sons articulares e sensibilidade à palpação dos músculos mastigatórios ou das articulações temporomandibulares (ATM)1. No entanto, a coexistência de

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aqueles normalmente associados a problemas do ouvido que não apresentam causa otológica2. Esses sintomas, também

denominados aurais não-otológicos, incluem dor de ouvido (otalgia), zumbido, tontura, vertigem e perda de audição (hipoacusia)2-5.

Desde 1920, alguns autores têm associado sintomas aurais a problemas oclusais. Monson6 descreveu os sintomas

de surdez associados à posição da mandíbula e ATM. A possível relação entre os sintomas aurais não-otológicos e as DTM foi descrita inicialmente por Goodfriend1. Em 1934, a

descrição original da Síndrome de Costen7 incluía os sintomas

de otalgia, zumbido, hipoacusia e sensação de plenitude auricular.

A consulta à literatura relacionada revelou que a prevalência dos sintomas aurais não-otológicos em pacientes com DTM varia muito entre os estudos. A prevalência de otalgias referidas com os sintomas de DTM foi variável de 3,5% a 100%2-4,7-10. Estudos na população em geral revelaram

uma prevalência média de todas as formas de zumbido de 15% a 20%, com ocorrência aumentada proporcionalmente ao avanço da idade. No entanto, a prevalência relatada para os sintomas de zumbido em pacientes com DTM variou de

28% a 76%2-3,10-17.Os sintomas de vertigem e tontura foram

mais frequentemente associados aos sintomas de DTM que aos de dor facial, de cabeça e de pescoço. A prevalência de tontura em indivíduos com DTM foi variável de 40% a

70%2,18, enquanto que a vertigem associada à DTM variou de 5% a 70%2-3,8,10,12-13. Poucos estudos focaram a prevalência de

hipoacusia em pacientes com DTM, havendo uma variação de prevalência relatada de 23% a 62,2%2,6.

Tendo em vista as considerações anteriores, o objetivo deste estudo foi realizar uma revisão de literatura para ser possível esclarecer a importância do conhecimento dos sintomas aurais não-otológicos no diagnóstico e plano de tratamento das DTM.

Teorias da relação etiológica entre sintomas aurais e DTM

Várias teorias têm sido postuladas para explicar a relação etiológica entre os sintomas aurais e as DTM. Costen7, em 1934, notou a associação entre sintomas aurais e

DTM e propôs que o apertamento e o mau posicionamento do côndilo mandibular, como resultado de DTM, podem acarretar compressão dos nervos aurículo-temporais ou cordas do tímpano e a consequente obstrução da tuba auditiva, resultando, por sua vez, em sintomas de otalgias, dificuldade de audição, zumbido e vertigem. Ash & Pinto19

afirmaram que não se pode excluir de forma absoluta que uma posição anatômica anormal da mandíbula, devido à

dimensão vertical diminuída, poderia, indiretamente, obliterar a zona membranosa da trompa de Eustáquio, por compressão da massa muscular e das estruturas associadas ao relaxamento ou hipotensão muscular. Apesar de essas afirmações terem sido postuladas, não foi demonstrado que as DTM afetam a função da tuba auditiva20.

Johansson et al.21 realizou cortes histológicos e

estudos imagenológicos que confirmaram as compressões: do nervo aurículo-temporal e a possível compressão do nervo massetérico; das ramificações dos nervos temporais profundos; do nervo lingual e do dentário inferior em articulações com disco luxado. As lesões do nervo aurículo-temporal, que promove inervação profunda da articulação, e de outras estruturas como: a membrana timpânica, a zona ântero-superior do conduto auditivo externo, o trágus e a parte externa do pavilhão auricular poderiam ser responsáveis pela otalgia em desordens agudas da ATM. Segundo Salvinelli et al.22, uma vez que o nervo aurículo-temporal apresenta

relações anatômicas com o côndilo e com a cápsula da ATM, movimentos contralaterais forçados na ATM poderiam irritar o nervo aurículo-temporal e desencadear uma atividade neural relacionada ao núcleo coclear dorsal.

Em 1938, Bleicker23 afirmou que os sintomas aurais

resultavam da pressão do côndilo contra a artéria timpânica anterior na fissura petrotimpânica. Marasa & Ham24, em

1988, relataram que a inflamação na região da ATM pode se propagar através da fissura petrotimpânica ao ouvido médio e provocar otite média. Posteriormente, Mérida-Velasco et al.25 demonstraram que ramificações venosas mediais

da artéria timpânica anterior irrigam a cavidade timpânica e o meato acústico externo através do canal de Huguier. Ainda evidenciaram como essas ramificações se encontram em íntimo contato com os ligamentos discomaleolar e esfenomandibular. A relação entre a ATM e o ouvido médio, na presença de uma contração vascular reflexa secundária, por desordem articular funcional ou inflamatória, poderia explicar uma sintomatologia otológica referida25.

Myers26, em 1988, sugeriu que as articulações com

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na cóclea podendo gerar zumbido e vertigem. Além disso, o edema pode ser conduzido para a origem dos músculos elevador do palato e tensor do véu palatino, reduzindo a luz do istmo da trompa de Eustáquio, gerando sintomas otológicos e otite média26.

Com base nos achados de 1950 descritos por Young27,

em relação aos mecanismos de drenagem linfática do ouvido interno e médio, Gelb et al.28, em 1997, propuseram que

a obstrução mecânica da trompa de Eustáquio por causas musculares ou inflamatórias pode ocluir esses canais linfáticos, inclusive os dos nódulos retronasofaríngeos, acarretando redução da equalização da perilinfa. Isso aumentaria o volume e a pressão do fluido no ouvido interno gerando hidropsia endolinfática com consequente sintomatologia associada. Da mesma forma, as desordens funcionais ou inflamatórias da ATM poderiam aumentar a pressão do conteúdo linfático que se origina do ouvido médio e passa pela fissura petrotimpânica28.

Uma relação anatômica específica entre a cápsula da ATM, o disco articular, o ligamento esfenomandibular29

e o ouvido médio, através dos ligamentos denominados discomaleolar30 e ligamento maleolar anterior, que se unem ao

martelo para conformarem o ligamento anterior do martelo, foi verificada por meio de dissecções anatômicas em cadáveres humanos31. Pinto30, em 1962, notou que os movimentos da

cápsula e do disco causavam o movimento dos ossículos do ouvido médio, afetando, subsequentemente, as estruturas do ouvido interno9.

De acordo com Eckerdal32, a ligação entre ATM

e o ouvido médio está relacionada aos movimentos dos ligamentos discomaleolar e maleolar anterior, os quais seriam dependentes de sua conexão fibrosa às paredes da fissura petrotimpânica. Essa conexão poderia estar comprometida ante a uma desordem funcional ou inflamatória da articulação, uma vez que a porção luxada do disco e o edema resultante da inflamação podem gerar carga anterior ou tensão adicional ao ligamento discomaleolar32.

Outra hipótese etiológica envolve o tensor timpânico, o ligamento otomandibular, a tuba auditiva e doenças otológicas. O argumento para a hipótese do ligamento otomandibular de-pende da estimulação direta do martelo pelo ligamento disco-maleolar e a porção disco-maleolar do ligamento esfenomandibular3.

Embora esses ligamentos existam e possam concebivelmente transmitir energia mecânica ao martelo, eles não poderiam causar, por alta frequência, zumbido e vertigem a partir de perturbações locais provenientes da posição do martelo3.

A neurofisiologia do sistema estomatognático é modulada pelo núcleo motor do nervo trigêmio (V par) que também inerva os músculos tensor do véu palatino e tensor

timpânico5,33-34. Essa relação neuromuscular poderia ser a

explicação do comportamento anômalo da tuba de Eustáquio que depende da função do músculo tensor do véu palatino e que, em estados de disfunção, poderia provocar a sensação de ouvido tapado, tuba aberta e mioclonus palatino. A contração disfuncional do músculo tensor do tímpano poderia tracionar medialmente a cadeia ossicular, gerando sintomas otológicos3,5,33.Essa complexa interação local neuromuscular

entre os músculos da mastigação e o aparato auditivo tem resultado na “síndrome” denominada “Otomandibular”3.

Entretanto, essa linha de raciocínio foi considerada ilógica uma vez que, para causar o zumbido agudo observado em pacientes com DTM, o músculo deveria contrair anormalmente em alta frequência e o zumbido deveria ser objetivo (audível por um observador), o que não ocorre. O fato dos sintomas aurais serem diminuídos após um tratamento com sucesso da DTM não poderia, de forma alguma, ser proporcionado pela hipótese do tensor timpânico3.

A conexão neurofisiológica entre ATM e ouvido também foi postulada por Miller & Wyrwa35, que ilustraram

como a “teoria da convergência” pode ser utilizada para formular hipóteses sobre a dor referida ao ouvido. Estímulos dolorosos crônicos alteram o processamento fisiológico normal no cérebro e sensibilizam o sistema nervoso central a partir da sensibilização do sistema nervoso periférico. Existe evidência de que muitos neurônios do sistema nervoso, especialmente no núcleo espinhal do nervo trigêmio (subnúcleo caudal), recebem impulsos aferentes nociceptivos da região orofacial e também de outros nervos cranianos e cervicais. A convergência dessas diferentes fibras aferentes a partir do subnúcleo caudal pode acarretar erros perceptuais no cérebro que confundem a identificação da origem da dor2.

Desordem temporomandibular, zumbido e vertigem têm sido associados ainda com desordens emocionais. Uma possível explicação para a alta incidência de zumbido e vertigem em pacientes com DTM é que o estresse emocional poderia exacerbar todos os três sintomas. Brown & Walker36,

em 1987, definiram uma síndrome (Excessive Somatic Concern Hypothesis - ESC), na qual as queixas são desproporcionais à severidade dos achados físicos.

Em 1995, Milam & Schmitz37 explicaram a

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Segundo Bush et al.10 desarmonias oclusais

proporcionam um deslocamento condilar, acarretando sintomas auditivos e vestibulares como zumbido e vertigem.

Em uma teoria mais recente, Pascoal et al.38, sugere

que a relação funcional entre as estruturas do ouvido e a ATM fica demonstrada a partir dos estágios de formação embriológica do indivíduo, pois ambas as estruturas derivam da cartilagem de Meckel.

De acordo com Salvinelli et al.22, em 2003, as DTM

podem causar zumbido subjetivo em indivíduos predispostos, acarretando alterações plásticas no padrão auditivo do SNC, especialmente se estiver concomitante com reduzida modulação serotoninérgica dos sinais aferentes. A serotonina (5-HT) exerce efeitos modulatórios significantes no sistema sensorial, incluindo o sistema auditivo. A disfunção de 5-HT está relacionada com um grande número de condições clinicamente relevantes como depressão e insônia e, curiosamente, muitas vezes acompanhadas por zumbido22.

Ramírez et al.39 relataram que sintomas otológicos

resultantes de patologias do ouvido interno como surdez súbita, vertigem e zumbido podem ter sua origem causal na redução da circulação sanguínea coclear pela presença de uma atividade anormal do gânglio trigeminal em pacientes com herpes zoster, enxaqueca ou por efeito de excitação central causada por dor crônica ou profunda.

Prevalência de sintomas aurais em populações com DTM

Parker & Chole3 avaliaram duas populações

controles (G1 - n=326 e G2 – n=365) e uma grande amostra de pacientes com DTM (n=338). Para obtenção e avaliação dos resultados, foi utilizado um questionário, sendo que foram selecionados para o grupo de DTM apenas pacientes que tinham tanto ruído na articulação como dor na região do ouvido. Para o grupo controle, os pacientes que tinham dor ou ruído articular foram excluídos. Os resultados revelaram que o zumbido e a vertigem foram significantemente mais prevalentes no grupo com DTM que nos outros dois grupos controles. No grupo de pacientes com DTM, 100% apresentavam otalgia. Em contrapartida, a incidência de otalgia nos grupos controles foi menor que 10%. A vertigem foi mais comum em pacientes com DTM que nos grupos controles (DTM=70%; G1=30,1% e G2=44%). A vertigem giratória e a vertigem giratória severa também foram mais comuns em pacientes com DTM (DTM=20%; G1=3,5% e G2=7,3%). Pacientes com DTM tinham mais zumbido (59%) que os pacientes dos grupos controles, apesar do zumbido ter sido muito comum na população controle (G1=13,8% e G2=32,5%).

O zumbido severo foi encontrado em 28% do grupo com DTM, em 6% e em 8,3% dos grupos controles G1 e G2, respectivamente.

O objetivo do estudo realizado por Ren & Isberg14,

foi investigar a correlação entre disfunção de deslocamento do disco com sintomas auditivos como o zumbido. Foram selecionados para o estudo, 53 pacientes que apresentavam zumbido unilateral. Os pacientes que apresentavam desordem unilateral (deslocamento de disco), sem sintomas auditivos, foram utilizados como controle. Todos os pacientes com zumbido apresentavam deslocamento do disco do lado ipsilateral. As articulações do lado contralateral apresentavam-se livres de sinais e sintomas de desordem articular em 94% dos casos. Os pacientes com zumbido apresentavam maior intensidade de dor, além de outros sintomas como tontura, dor de cabeça, dores nos ombros, pescoço e coluna. Os resultados deste estudo revelaram uma significante correlação entre o zumbido e o deslocamento de disco.

O estudo de Bush et al.10 avaliou se algumas queixas

somáticas como zumbido e vertigem são patognomônicas em pacientes com dores crônicas temporomandibulares. Nesse estudo, 59% dos pacientes apresentavam dor miogênica ao redor da ATM, 17% apresentavam desordens primárias de disco, 4% apresentavam osteoartrite e 20% apresentavam dor facial idiopática. Apesar da heterogeneidade dos achados, foram encontradas associações positivas entre dor na ATM e dor muscular à palpação (trigger point), zumbido com otalgia e vertigem com otalgia em casos de DTM. Os autores concluíram que o zumbido, a vertigem e a otalgia foram significantemente mais prevalentes em pacientes com DTM que em pacientes que não apresentavam DTM.

Em 1999, Felício et al.40 compararam as características

do zumbido apresentado por pacientes com DTM com o zumbido de pacientes com afecções otoneurológicas (n=60). Os pacientes foram submetidos à anamnese, avaliação clínica otorrinolaringológica e audiológica. No grupo com doenças otoneurológicas, o zumbido era intenso, muito intenso e contínuo, as principais queixas eram as de diminuição da audição e dificuldade em compreender palavras e os testes audiométricos estavam alterados. No grupo com DTM, o zumbido era moderado e esporádico, as queixas principais eram otalgia e plenitude auricular, sem alterações nos testes audiométricos.

Em 2000, D’Antonio et al.15 avaliaram 523

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isolada (com ausência de patologia otológica). Os sintomas frequentemente associados com DTM foram: cefaleia (54,4%), zumbido (51,1%), percepção de ruído na ATM (37,8%) e alteração de equilíbrio (31,1%). A sensibilidade à palpação da ATM foi observada em 55,6% dos casos.

Penkner et al.20, em 2000, investigaram, em pacientes

com DTM, se a hipertonia reflexa dos músculos tensores do véu palatino e a hiperatividade dos músculos mastigatórios, especialmente dos pterigóideos, poderiam ocasionar abertura inadequada da tuba de Eustáquio e reduzida ventilação na cavidade do ouvido médio. Dezesseis pacientes que apresentavam DTM e sintomas aurais de zumbido e hipoacusia foram avaliados tanto por audiometria e timpanograma como através do registro da atividade dos músculos tensores do véu palatino em repouso e durante a deglutição. Não foi encontrada atividade espontânea do músculo tensor do véu palatino nas duas condições avaliadas. Os autores concluíram que o espasmo dos músculos mastigatórios em pacientes com DTM não causa espasmo reflexo do músculo tensor do véu palatino e nem alterações significantes na função da tuba de Eustáquio.

Um estudo de doze anos realizado por Lam et al.2 objetivou determinar a prevalência de sintomas aurais em

pacientes com DTM e uma associação positiva entre DTM e a saúde auricular. O estudo consistiu de questionários: de saúde, história médica, achados clínicos, diagnósticos e tratamentos, que foram obtidos a partir de 776 pacientes. Dessa amostra, 16,4% demonstraram apenas sintomas aurais (otalgia, zumbido, vertigem ou perda percebida de audição); 26,4% tinham ambos, DTM e sintomas aurais; 17,8% tinham apenas DTM e 39,4% não tinha nenhum dos sintomas. Dos pacientes com otalgia, zumbido, vertigem ou perda percebida de audição, 67%, 64,1%, 65,2% e 62,2% tinham DTM, respectivamente. Os achados clínicos indicaram que os sinais de DTM foram associados com um risco aumentado de queixas aurais nessa população.

O estudo de Pascoal et al.38, em 2001, avaliou a

prevalência de sintomas otológicos em pacientes portadores de DTM (n=126), sua correlação com a dor muscular e a ausência de dentes posteriores. Os pacientes foram avaliados por meio de questionário, exame físico, palpação muscular, radiografias panorâmicas e transcraniana e modelos de estudo. Os resultados demonstraram relação estatisticamente significante para a dor muscular nos músculos masseter e esternocleidomastoideo e a presença de sintomas otológicos (zumbido, plenitude auricular e tontura). Segundo os autores, o aumento da contração destes dois grupos musculares pode ser responsável

por sintomas otológicos em indivíduos com DTM. Não houve significância para a ausência de dentes posteriores e sintomas otológicos.

Em 2004, Bernhardt et al.16 selecionaram um grupo

de pacientes (n=30) com zumbido agudo ou crônico e avaliaram sintomas de DTM para posteriormente compararem com uma população representativa (controle) que não apresentava sinais de zumbido (n=1907). Sessenta por cento dos pacientes com zumbido e 36,5% dos indivíduos do grupo controle apresentavam mais que dois sintomas de DTM. Os pacientes com zumbido apresentavam mais dor à palpação muscular, articular e dor durante a abertura bucal. Também foi observado que pacientes com zumbido apresentavam significativamente mais dor miofascial e articular.

Em 2005, Camparis et al.17 avaliaram a prevalência e

as características do zumbido em cem pacientes com bruxismo noturno atendidos na Clínica de Dor Orofacial do Hospital das Clínicas de São Paulo. Os pacientes foram submetidos à avaliação pelo Critério de Diagnóstico em Pesquisa para DTM e foram realizadas ortopantomografias dos maxilares. Dos pacientes avaliados, 54% apresentavam zumbido. Nesses pacientes com zumbido, foram encontradas mais áreas doloridas à palpação nos músculos mastigatórios e cervicais. Esses pacientes também apresentavam níveis aumentados de depressão e maior prevalência de dor miofascial e artralgia, o que não aconteceu para os sinais de deslocamento do disco articular e perda da dimensão vertical.

Silveira et al.41, em 2007, avaliaram a prevalência

de pacientes portadores de DTM em um serviço de Otorrinolaringologia em Passo Fundo (RS). Foram avaliados 221 pacientes por meio de um questionário autoaplicado durante um período de dois meses. Foi observado que 40,72% dos pacientes apresentavam DTM leve, 19% moderada, 2,72% severa e 19% não apresentavam DTM. Outros sintomas relatados pelos pacientes como sendo constantes foram: dor de cabeça (34,39%), dor no pescoço e ombro (28,51%), dor na região do ouvido (30,32%) e ruídos articulares (23,98%).

Tratamento concomitante dos sintomas aurais e DTM

Além da associação positiva entre sintomas aurais e DTM em estudos de prevalência2- 3,10,14,16,38, outros estudos

demonstraram que os sintomas aurais foram aliviados a partir do tratamento das DTM ou do tratamento dental2,8,9,11-13,42-43.

Kelly & Goodfriend44, em 1964, encontraram uma

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Morgan12 demonstrou que a cirurgia da articulação

pode corrigir o zumbido e a vertigem. House et al.8 observaram

que a cirurgia da ATM resultou em melhora ou completa eliminação da dor de ouvido, vertigem, perda subjetiva ou perda completa da audição e pressão ou obstrução nos ouvidos em 30% a 60% dos pacientes.

Wright & Bifano42, em 1997, observaram

uma melhora significante dos sintomas de zumbido após tratamento para DTM. Desarranjos internos da ATM e vertigens concomitantes foram tratados com sucesso por meio da redução do deslocamento condilar, utilizando um reposicionador mandibular2.

Dolowitz et al.11, em 1964, relataram que o

zumbido foi eliminado em 40 pacientes dos 43 avaliados, após tratamento com exercício dos músculos da mastigação. Principato & Barwell13, em 1978, relataram eliminação de

vertigem e zumbido em 64% e 71%, respectivamente, dos pacientes com DTM tratados com biofeedback eletromiográfico. Similarmente, em 1996, Keersmaekers et al.9 comprovaram

que o tratamento conservador da DTM resultou em redução marcante de otalgia, um ano após o início do tratamento.

Torri & Chiwata43, em 2007, descreveram um caso

de uma paciente que relatava sintomas aurais no ouvido direito (otalgia, zumbido e vertigem) de etiologia desconhecida, dores severas à palpação na ATM direita e sensibilidade à palpação no músculo pterigóideo lateral direito. Apesar de não haver um consenso na literatura especializada com relação aos efeitos das discrepâncias oclusais na etiologia das DTM, a paciente foi tratada, por meio de ajuste oclusal por desgaste seletivo, após tratamento para alívio dos sintomas de dor com placa oclusal. Os sintomas aurais foram resolvidos e não houve recorrência até dois anos após o tratamento oclusal.

DISCUSSÃO

As DTM são caracterizadas por sinais e sintomas de dor e disfunção nas ATM e/ou nos músculos da mastigação, pescoço e ombros1,2,7.Porém, muitos pacientes portadores de

DTM queixam-se de sintomas que não estão relacionados aos músculos mastigatórios. Os sintomas otológicos são os mais comuns, sendo eles otalgia, zumbido, vertigem/tontura e perda de audição2-5,45.

Por mais de meio século, inúmeros autores vêm tentando explicar a patogênese da otalgia, do zumbido, da vertigem e da hipoacusia causados por DTM. Muitas hipóteses foram propostas desde 19347 até os dias atuais. Algumas

hipóteses foram fundamentadas em dissecções anatômicas

29-31, cortes histológicos21 e estudos imagenológicos21. Os

estudos sustentam hipóteses de que os sintomas aurais em pacientes com DTM são devidos à compressão dos nervos aurículo-temporal ou corda do tímpano pelo côndilo mal posicionado, ou durante movimentos contralaterais forçados na ATM7,22, compressão dos nervos massetérico

e ramificações dos temporais profundos, do lingual e do dentário inferior em discos luxados21.Os estudos relatam

também a compressão da artéria timpânica anterior pelo côndilo23 e propagação de edema pela fissura petrotimpânica

a partir de articulações temporomandibulares inflamadas24,26.

Esses estudos referem-se à relação anatômica das ramificações venosas da artéria timpânica anterior com os ligamentos discomaleolar e esfenomandibular25 e da ATM com os

ligamentos discomaleolar e maleolar anterior29-32. Outra

hipótese formulada envolve a estimulação mecânica do martelo pelos ligamentos discomaleolar e esfenomandibular3.

Estudos ainda relatam a possibilidade de obstrução da tuba auditiva por causas musculares ou inflamatórias28, apesar de

um estudo envolvendo análise motora do músculo tensor do véu palatino e avaliação por audiometria e timpanometria20

não ter observado alteração significante da tuba de Eustáquio. A inter-relação neuromuscular entre ATM, ouvido médio e músculos da mastigação, devido à inervação motora coincidente (V par), também é referenciada como provável explicação para a relação entre DTM e sintomas aurais5,33-35.

Outras hipóteses, como relação com desordens emocionais36,

injúria mecânica e inflamação neurogênica37, desarmonias

oclusais10, origem embriológica comum38 e sensitização do

sistema nervoso central22,32 também foram postuladas.

Por meio da literatura consultada, observou-se que existe correlação significativa entre os sintomas otológicos e DTM. Vários estudos têm demonstrado essa associação pela grande prevalência desses sintomas em populações portadoras de DTM2-4,10,14,16,38. Da mesma forma, outros estudos têm

demonstrado essa relação, de modo que os sintomas auriculares foram minimizados ou eliminados após a utilização de variadas formas de terapias para tratamento de DTM ou tratamento dental, tais como: artroscopia, utilização de placa oclusal, fisioterapia por meio de exercícios musculares, biofeedback

eletromiográfico e desgaste seletivo2,8,11-13,18, 42-43, 46.

Entretanto, apesar de encontrarem em pacientes com dor miofascial os sintomas de otalgia, zumbido, vertigem e perda de audição e, em pacientes com ambas as desordens, a presença de dor miofascial e desarranjo interno do disco articular, Tuz et al.4 concluíram que os sintomas aurais não

foram mais prevalentes em pacientes com DTM do que na população controle avaliada.

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“chicote” e Síndrome do tensor timpânico, as quais podem estar associadas às DTM47. Analisando as informações

obtidas nos estudos, nota-se que a causa dos sintomas aurais relacionados à DTM não está completamente elucidada. O envolvimento de fatores mecânicos e vários mecanismos neurais, vasculares, musculares e até mesmo fatores psicológicos, atuando conjuntamente, tanto nas desordens como nos sintomas aurais, nos impede de obter maiores esclarecimentos. Wright46 especulou que as DTM são apenas

um dos muitos fatores contribuintes para os sintomas otológicos.

Dessa forma, o diagnóstico de DTM, em pacientes com sintomas aurais, é de suma importância, pela grande influência que ela exerce sobre esses sintomas. Inicialmente, deve-se descartar a possibilidade de que os sintomas aurais sejam provenientes de problemas de origem otológica como otites, tumores, lesões dos órgãos do ouvido (membrana timpânica ou órgãos sensoriais do ouvido interno) ou até mesmo de origem sistêmica como diabetes, problemas de tireóide e dislipidemia. Deve-se levar em conta, ainda, que o envelhecimento natural das células do ouvido, conhecido como presbiacusia, pode ser a causa dos sintomas aurais. Nestes casos, o paciente deve ser encaminhado para o profissional da área médica, para avaliação do ouvido por meio de exames específicos como audiometria, ressonância magnética e avaliação neurológica46.

Descartada a hipótese da origem otológica ou sistêmica, o cirurgião-dentista deve avaliar a coexistência de DTM. O exame deve ser realizado levando-se em consideração a anamnese e o exame físico. Achados como sensibilidade à palpação dos músculos da face e das ATM são indicativos de que há coexistência com DTM. Nestes casos, durante a palpação dos pontos álgicos e ou das ATM, deve-se perguntar ao paciente se seus sintomas de zumbido, vertigem ou otalgia foram exacerbados, diminuídos ou reproduzidos. Da mesma forma, o exame de carga da ATM, realizado com duas espátulas entre os dentes, solicitando ao paciente para ocluir por alguns segundos ou apertar os dentes simulando o bruxismo, pode reproduzir os sintomas de zumbido42. Se o resultado for positivo, pode-se dizer que

a DTM está contribuindo para os sintomas aurais46.

Outros pontos que devem ser avaliados são aqueles relacionados à postura e à hiperventilação durante a respiração. Sabe-se que alterações posturais principalmente na coluna cervical e a respiração inadequada podem estar atuando tanto nas DTM quanto exacerbando os sintomas de zumbido e vertigem. Assim, a correção destes problemas é de extrema importância para o sucesso do tratamento, havendo a necessidade da reeducação postural e respiratória com auxílio de profissionais capacitados.

Finalmente, podemos concluir que existem muitas implicações clínicas para o diagnóstico e tratamento de pacientes que apresentam dor orofacial e sintomas aurais. Pela dificuldade em se estabelecer a relação entre DTM e sintomas aurais, a avaliação destes pacientes deve ser minuciosa e o tratamento deve envolver vários profissionais da saúde48.

CONCLUSÃO

De acordo com a literatura revisada foi possível concluir que existe uma ampla variação entre os resultados dos estudos disponíveis, o que dificulta o estabelecimento de uma margem aproximada que represente a prevalência dos sintomas aurais em pacientes com DTM. A maioria dos estudos sugere uma associação entre os sintomas aurais e as DTM, mas ainda há grande dificuldade no estabelecimento da relação de causa-efeito e consequentemente na escolha do plano de tratamento adequado;

Uma vez observada uma possível associação entre os sintomas aurais e as DTM, deve-se estabelecer um plano de tratamento multidisciplinar que englobe as prováveis causas de cada condição, consideradas simultânea ou isoladamente, sendo necessários estudos adicionais que avaliem a etiologia específica da associação entre os sintomas aurais e as DTM, utilizando grupos de pacientes (controle e experimental) cuidadosamente selecionados, excluindo possíveis fatores que possam interferir na determinação do diagnóstico.

Colaboradores

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