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Caracterização sócio-ambiental do bairro de Felipe Camarão- Natal/ RN

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA REGIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE/PRODEMA

CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-AMBIENTAL DO BAIRRO DE

FELIPE CAMARÃO – NATAL / RN

SANDRA MARIA DE LIMA BEZERRIL

AGOSTO – 2006 Natal – RN

(2)

Sandra Maria de Lima Bezerril

CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-AMBIENTAL DO BAIRRO DE

FELIPE CAMARÃO – NATAL / RN

Dissertação apresentada ao Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PRODEMA/UFRN), como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Mestre.

Orientador:

ProfªDrª. Maria Iracema Bezerra Loiola.

Co-Orientador:

Profª.Drª. Maria do Socorro Costa Martim

AGOSTO- 2006 Natal – RN

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SANDRA MARIA DE LIMA BEZERRIL

Dissertação submetida ao Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PRODEMA/UFRN), como requisito para obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente.

Aprovada em:

________________________________________________________________ Profª Drª Maria Iracema Bezerra Loiola

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PRODEMA – UFRN)

________________________________________________________________ Profº Drª Francisca Soares de Araújo

Universidade Federal do Ceará (PRODEMA / UFC)

________________________________________________________________ Prof. Dr. Fernando Bastos Costa

(4)

Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede

Bezerril, Sandra Maria de Lima.

Caracterização sócio-ambiental do bairro de Felipe Camarão- Natal/ RN/ Sandra Maria de Lima Bezerril. – Natal, RN, 2006.

39f. : il.

Orientador: Maria Iracema B. Loiola.

Co- Orientador: Maria do Socorro Costa Martim.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Programa Regional de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente.

1. Urbanização - Dissertação. 2. Parcelamento do solo- Dissertação. 3. Ocupação irregular - Dissertação. 4. Alterações ambientais – Dissertação. I. Loiola, Maria Iracema B. II. Martim, Maria do Socorro Costa. III. Título.

(5)

Aos meus tesouros: mamãe (in memoriam), Suelly e Jorge Henrique; companheiros fiéis e meus amores…

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AGRADECIMENTOS

À UFRN, através do Programa de Pós Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente – PRODEMA, por contribuir com a viabilização desta pesquisa.

À Profª Maria Iracema Bezerra Loiola, minha orientadora e facilitadora, pela credibilidade e afetuosa atitude de me aceitar em sua equipe.

À Profª Maria do Socorro Costa Martim, minha co-orientadora, pelo exemplo de persistência, simpatia e confiança.

À Profª Raquel Franco de Lima, pela intervenção preciosa quando tudo parecia impossível.

Aos colegas, demais professores e funcionários do PRODEMA que colaboraram com solidariedade e entusiasmo para que essa turma iniciasse a jornada de sucesso e realizações de muitas outras no futuro.

Aos colegas do Parque das Dunas, um local de muitos recomeços.

Aos amigos da Secretaria Especial de Meio Ambiente e Urbanismo – SEMURB, legado da extinta Fundação do Meio Ambiente do Natal – ECO – NATAL, por me reafirmar que somos responsáveis por quem cativamos e pela inestimável colaboração neste trabalho.

A Maria do Socorro Borges Freire, administradora do Parque Estadual Dunas do Natal “Jornalista Luiz Maria Alves”, pela manutenção da confiança e credibilidade, mesmo após tantos anos de distanciamento.

A Carla Vieira dos Santos, pela ajuda na revisão desse texto e pelo inesgotável otimismo.

A Roseane Verônica Matos, pela paciência, carinho e companheirismo.

(7)

Aos meus amigos da Fundação Bradesco Natal, pelo incentivo, força e inesquecíveis lições cotidianas sobre a difícil missão de ensinar.

Aos meus alunos, pela confiança, ternura e disponibilidade de prosseguir comigo na busca do conhecimento.

A minha inesquecível mãe...

(8)

Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe, e no teu livro todas essas coisas foram escritas, as quais iam sendo dia a dia formadas, quando nem ainda uma delas havia.

(9)

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO GERAL 01

REFERÊNCIAS 05

CAPÍTULO 1. Caracterização Sócio-Ambiental do Bairro de

Felipe Camarão – Natal / RN 07

RESUMO 08

ABSTRACT 08

INTRODUÇÃO 09

ASPECTOS URBANÍSTICOS E HABITACIONAIS DO BRASIL 09 ASPECTOS URBANÍSTICOS E HABITACIONAIS DE NATAL 10 ASPECTOS URBANÍSTICOS E HABITACIONAIS DA ZONA

OESTE DE NATAL

12

ASPECTOS URBANÍSTICOS E HABITACIONAIS DO BAIRRO DE FELIPE CAMARÃO

13

MATERIAL E MÈTODOS 14

DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO 14

METODOLOGIA 17

RESULTADOS E DISCUSSÕES 19

PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO DA COMUNIDADE DE FELIPE CAMARÃO

19

CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DA ÁREA EDIFICADA 23 CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DA ÁREA DE DUNAS 25 CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL DA ÁREA DE MANGUEZAL 27

CONCLUSÕES 30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 31

ANEXOS 34

QUESTIONÁRIO APLICADO AOS MORADORES DO BAIRRO

DE FELIPE CAMARÃO 35

NORMAS PARA PUBLICAÇÃO NA REVISTA AMBIENTE E SOCIEDADE.

(10)

RESUMO

(11)

ABSTRACT

(12)

1. INTRODUÇÃO GERAL

Cidades são conjuntos de ecossistemas influenciados por dinâmicas naturais e sociais. Essas dinâmicas, segundo ANGEOLETTO (1998), promovem a urbanização, mas também são responsáveis por problemas ambientais indissociáveis ao âmbito urbano. SANTIAGO (1998), acrescentou que essas irregularidades qualificadas como urbanas são, em sua maioria, problemas decorrentes da falta de planejamento do espaço público e normalmente surgem como conseqüência direta ou indireta da expansão habitacional e da segregação sócio-espacial, imposta pelas políticas de habitação através da qualificação das terras pela especulação imobiliária.

No Brasil, os problemas habitacionais já podiam ser vistos no final do século XIX, mesmo quando o país possuía uma economia agroexportadora e ainda não se encontrava inserido efetivamente no processo de industrialização (COSTA e MARINHO, 2004). A política habitacional brasileira não contava com espaços institucionais e financeiros significativos no interior do aparelho estatal até 1960 (ANDRADE e AZEVEDO, 1981). Quatro anos depois surgem os programas de habitação do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), com o objetivo de minimizar o déficit habitacional no país, provocado pela urbanização e pelo súbito adensamento populacional das capitais, através dos expressivos movimentos de migração e pela incorporação das áreas rurais (SILVA, 2003).

Em Natal, os altos índices de crescimento foram impulsionados tanto pela migração como pelos incentivos gerados durante o período da segunda guerra mundial, principalmente com a implantação de uma base militar no município vizinho de Parnamirim, que acabou impulsionando a economia e as relações sociais da capital do Rio Grande do Norte e promovendo o crescimento da cidade em vários setores, incluindo o habitacional (MIRANDA, 1999). Nesse período, foi criado um mercado de terras, mas a sua sistematização e operacionalização no cenário da política habitacional local só tornaram-se efetiva em 1962, quando empresas públicas como a Companhia Brasileira de Habitação (COHAB) e o Instituto de Orientações a Cooperativas Habitacionais (INOCOOP), iniciaram suas atividades no estado, lançando propostas de financiamentos de casas, para uma classe com renda compreendida entre cinco a doze salários mínimos (MINEIRO, 1998).

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tornou-se elevado e inacessível, favorecendo a segregação sócio-espacial através da concentração de pessoas por faixa de renda em locais específicos da cidade, culminando com o surgimento das áreas de pobreza ou periferias classificadas, via de regra, como o lugar de residência da população de baixa renda (SERPA, 2001).

Seguindo o exemplo de outras capitais brasileiras, Natal sucumbiu ao modelo de urbanização segregacionista. O processo de produção do espaço urbano propagou-se também através da criação de áreas progressistas (SILVA, 2003), que atraíram uma população de renda média gerando como conseqüência mais áreas de pobreza assentadas em terras distantes. A própria divisão das zonas ou regiões administrativas indicam essa distinção, ao se observar que durante os movimentos de ocupação as zonas leste e sul - mais próximas do centro foram povoadas por famílias de melhor poder aquisitivo, quando comparadas com as famílias das zonas oeste e norte, afastadas tanto pelas barreiras geográficas representadas respectivamente pelas dunas e pelo Rio Potengi, classificadas no contexto local como periferias.

Povoada basicamente por famílias de operários, a zona oeste revela acentuada disparidade na distribuição de renda, com 42,5% dos chefes de domicílio abaixo da faixa de um salário mensal. Formada por 10 bairros, detém 23,3% da área natalense, com uma população residente de 195.584 habitantes (MINEIRO, 2001). É a zona administrativa que, historicamente menos atenção mereceu por parte dos poderes públicos em termos de investimentos em infra-estrutura (IBGE, 2000; MINEIRO, 2001). Apesar dos registros de ocupação reportarem-se aos anos de 1960, a zona oeste, integrava originalmente a área rural do município, sendo incorporada ao perímetro urbano muito tardiamente, em 1980. Tornou-se uma atraente opção de moradia para as camadas menos favorecidas devido a sua vasta extensão de terras representadas tanto pelos Cordões Dunares como pela extensa faixa de manguezal paralela às margens do Rio Potengi.

Inicialmente a desqualificação dessas terras pelo comércio colaborou bastante para a ausência de investimentos e de controle das ocupações cada vez mais persistentes dos movimentos de urbanização popular. Transcorreram-se aproximadamente vinte anos, sem que as invasões, o parcelamento do solo e a abertura de loteamentos fossem fiscalizados e monitorados.

(14)

de um controle efetivo das invasões que na maioria dos casos se estabelecem em áreas verdes ou áreas periféricas de valor inferior como mercadoria.

Quando o governo estadual despertou para a necessidade de regulamentação do uso e ocupação do solo por meio da criação de programas regulares de habitação, uma população considerável já habitava o lugar. Em 1965 foi construído o primeiro conjunto habitacional da região denominado de Cidade da Esperança (SILVA, 2003). Este também foi projetado seguindo a tendência dos grandes conjuntos habitacionais (MIRANDA, 1999), mas a tardia regulamentação em áreas de espaços previamente modelados pelas sucessivas demarcações de territórios, tornou-se uma estratégia de planejamento pouco eficaz.

Alterações associadas as práticas irregulares de ocupação estão presentes nos dez bairros que integram a zona administrativa oeste. A deficiência da infra-estrutura evidenciou-se ao longo dos anos na precariedade de suas respectivas configurações espaciais. Entretanto, o fator mais grave corresponde ao assentamento de moradores em terras impróprias ou áreas verdes, classificadas pela legislação municipal como Zonas de Proteção Ambiental (ZPAs), de caráter permanente, diretamente interligadas a seis destes bairros. Nesse contexto, Felipe Camarão destaca-se por deter grande parte dos conflitos habitacionais, pelo fato da ZPA4 e da

ZPA8 ocuparem um espaço significativo dentro de seus limites (NATAL, ECO-NATAL,

1992).

Designada inicialmente de “Sítio Peixe-boi”, e povoada por colônias de pescadores, a localidade restringia-se a um pequeno povoado às margens do Rio Potengi (CASCUDO, 1980). Em 1962, uma fração significativa dessas terras, registradas como de propriedade particular de um português chamado Manoel Machado, foram vendidas como parte da herança de sua viúva a outro estrangeiro, o alemão Gerold Geppert, que instituiu as primeiras iniciativas de parcelamento do solo local com a criação de um loteamento denominado pelo mesmo de “Reforma” (CASCUDO, 1980). Seis anos depois da instituição desse loteamento, Peixe-boi foi elevado à categoria de bairro em 22 de agosto de 1968, passando a se chamar Felipe Camarão, em homenagem ao Índio Poti, que morreu em combate contra os invasores holandeses. Doze anos após ao seu reconhecimento como bairro, foi incorporado à região metropolitana de Natal (NATAL, SEMURB, 2003).

A ocupação e loteamento do Campo Dunar do Guarapes (ZPA4), começou por

(15)

estão representadas pela retirada da vegetação para obtenção de madeira empregada na própria construção dos barracos, no aplainamento rudimentar de encostas com ferramentas manuais ou mais raramente, com o uso de tratores e escavadeiras, para a retirada de areia das encostas e na coleta de frutos silvestres como a mangaba, a ubaia e o araçá.

A ocupação da área de manguezal (ZPA8) é mais antiga e reporta-se ao

povoamento original do lugar ainda representadas pelas populações que sobreviviam da pesca e da coleta do caranguejo. A urbanização, porém, colaborou com o superpovoamento da área, por intermédio do loteamento de suas margens, que além de área residencial funciona também como despejo para variados resíduos.

Fundamentados nesses aspectos, os objetivos deste trabalho consistem em investigar: 1) o processo de urbanização e parcelamento do solo a partir da década de 1960; 2) a configuração atual dos espaços públicos do bairro; 3) o processo de descaracterização das Zonas de Proteção Ambiental; 4) as dinâmicas de ocupação predominantes nas áreas de dunas e de manguezal e 5) revisão dos documentos de uso e regulação do solo do município, para elaboração de um diagnóstico sócio-ambiental que confronte suas atribuições com a dinâmica de ocupação predominante na configuração dos espaço urbano local.

(16)

2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE, L. A. G; AZEVEDO, S. Habitação e poder: da Fundação da Casa Popular ao BNH. Rio de Janeiro: ZAHAR. 1981.

ANGEOLLETO, F. Um paisagismo diferente: Buscando o incremento da biodiversidade no ambiente construído. Anais do IV Encontro Nacional de Ensino de Paisagismo em Escolas de Arquitetura e Urbanismo no Brasil. Artigo no prelo. Florianópolis: UFSC, 1998.

CASCUDO, L. da C. História da cidade do Natal. Natal: Ed. José Augusto, 1980.

COSTA, A. A. da; MARINHO, F. D. P. Segregação sócio-espacial: um olhar sobre as favelas de Natal / RN. 2004. 20f. Monografia (Graduação em Geografia) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal 2004.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Dados censitários: 2000. Brasília: 2001.

LIMA, P. de. Natal século XX: do urbanismo ao planejamento urbano. Natal: EDUFRN. 2001. 190p.

MARICATTO, E. Metrópole na periferia do capitalismo: ilegalidade, desigualdade e violência. São Paulo: Editora HUCITEC, 1996.

MIRANDA, J. M. F. Evolução urbana de Natal em 400 anos (1599 – 1999). Natal: [s.n.] 1999. v.7, 157p. (Coleção natal 400 anos).

MINEIRO, F. Natal em perfil. Natal: Mandato Popular, 1998.

MINEIRO, F. Crimes ambientais em Natal. Natal: Mandato Popular, 2001. v.7, 97p. (Coleção Dito e Feito).

(17)

SANTIAGO, A. G. Direito e a paisagem urbana. In: Cadernos Paisagem. 3º Encontro interdisciplinar sobre o estudo da paisagem. Org: Lívia de Oliveira e Lucy Marion Calderini Philadepho Machado: UNESP, 1998. 154p.

SERPA, Angelo. Fala periferia! Uma Reflexão Sobre a Produção do Espaço Periférico Metropolitano. Série UFBA em Campo: Estudos. Salvador: UFBA. 2001. 318p.

SILVA, A. F. C. O. O Parcelamento do Solo e a Formação de Espaços de Pobreza em Natal / RN. Scripta Nova. Barcelona, v.7, n. 146, 2003. Disponível em: ‹ http//

www.ub.es/geocrit/sn/sn -146(130).htm›. Acesso em: 27 abr. 2005.

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3. ARTIGOS

3.1. ARTIGO 1 – a ser enviado à revista AMBIENTE E SOCIEDADE

(19)

RESUMO

Em Felipe Camarão, bairro da zona oeste da cidade de Natal – RN, o processo de urbanização consolidou-se ao longo dos anos misturando iniciativas de ocupação popular com a política oficial de habitação resultando numa diversidade de padrões construtivos e de iniciativas de parcelamento do solo local que promoveram o gradativo modelamento das Zonas de Proteção Ambiental (ZPAs), representadas localmente pelo Campo Dunar de Guarapes (ZPA4) e pelo Estuário do Rio Potengi (ZPA8), em áreas de moradias precárias.

Palavras–chave: urbanização, parcelamento do solo, ocupação irregular e alterações ambientais.

ABSTRACT

In Felipe Camarão, a borough situated in the western zone of the city of Natal – RN, the process of urbanization has been consolidated by mixing the initiatives of popular land occupation with the official housing policy over the years, resulting in a variety of construction patterns and a diversity of initiatives of local land parceling which promoted the gradual modeling of the Environmental Protection Areas (the ZPAs), locally represented by the Dune Cordon of Guarapes (ZPA4) and the Potengi River Estuary (ZPA8), into precarious

housing areas.

KEYWORDS: urbanization, land parceling, irregular occupation, and landscape alterations.

(20)

CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-AMBIENTAL DO BAIRRO DE FELIPE CAMARÃO – NATAL / RN

_________________________________ SANDRA MARIA DE LIMA BEZERRIL* MARIA IRACEMA BEZERRA LOIOLA** MARIA DO SOCORRO COSTA MARTIM***

1. INTRODUÇÃO

1.1 ASPECTOS URBANÍSTICOS E HABITACIONAIS DO BRASIL

A paisagem urbana, marco do mundo contemporâneo, onde todos os países conhecem o fenômeno da urbanização é de fundamental importância, quando se trata do espaço construído pelo homem, como uma forma de vida, cuja morfologia é resultante dos padrões culturais que a moldaram (VIEIRA,1988).

No Brasil, existe uma complicada engrenagem no aparelho estatal que conserva problemas habitacionais remanescentes do final do século XIX, mesmo quando o país possuía uma economia agroexportadora e ainda não se encontrava inserido efetivamente no processo de industrialização (SANTIAGO, 1988). A expansão do capital decorrente desse processo levou ao rápido desenvolvimento das cidades, mas gerou uma inevitável especulação imobiliária quando o solo urbano passou a configurar-se como uma mercadoria valiosa restrita (COSTA e MARINHO, 2004).

Para XAVIER (1996), o fato da população de baixa renda ter poucas opções na escolha do lugar de moradia nas grandes cidades brasileiras, trouxe nos últimos 50 anos uma série de problemas relacionados com o acesso formal à terra e à cidade. SILVA (2003), destacou que, problemas associados à provisão de habitações para esta parte da população figuram em todo cenário nacional. JACOBI (1996)constatou que os conflitos vão além da questão habitacional. Na verdade, dependem diretamente da qualidade dos espaços ocupados, já que setores pauperizados, tendem a habitar áreas mais sujeitas aos agravos ambientais.

* Aluna do Programa Regional de Pós-Gradução em Desenvolvimento e Meio Ambiente PRODEMA, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. E- mail: sandrabezerril@interjato.com.br.

** Professora do Departamento de Botânica, Ecologia e Zoologia – PRODEMA / UFRN. *** Professora do Departamento de Geografia – PRODEMA / UFRN.

(21)

1.2 ASPECTOS URBANÍSTICOS E HABITACIONAIS DE NATAL

O súbito desenvolvimento ocorrido em Natal por volta de 1940, época do pós-guerra promoveu uma rápida desarticulação do núcleo urbano quando o crescimento populacional ocasionado pelas migrações campo-cidade colaborou com o avanço do perímetro urbano sobre as áreas rurais (LIMA, 2001), trazendo no seu rastro uma série de problemas relacionados principalmente com a provisão de habitações para as classes de renda mais baixa, assim como a qualidade dos espaços urbanos dessas habitações (SILVA, 2003).

Entre 1941 a 1950 a produção habitacional local prosseguiu em ritmo crescente (LIMA, 2001). É importante destacar que nesse período as políticas de habitação não contavam com o controle institucional e financeiro do aparelho estatal (ANDRADE e AZEVEDO, 1981). A intensificação das migrações rural-urbana respaldadas pela ausência de regulamentações provocou importantes mudanças estruturais no centro urbano da cidade, promovida pela abertura de loteamentos instituídos sem qualquer tipo de controle por mais de dez anos. A cidade passou a apresentar taxas de crescimentos cada vez maiores, iniciando um próspero mercado de terras com a criação do primeiro loteamento em 1946 (FERREIRA, 1996).

A partir de 1960, quando o Estado desponta como um novo agente de transformação sócio-espacial nesta configuração, é criado no Brasil o Banco Nacional de Habitação (BNH), cuja proposta seria a de financiar habitações para as classes menos favorecidas (SILVA, 2003). Em Natal, empresas públicas representadas pela Companhia Brasileira de Habitação (COHAB) e pelo Instituto de Orientações e Cooperativas Habitacionais (INOCOOP), ligados ao Sistema Financeiro de Habitação (SFH), direcionaram as propostas para o financiamento de casas, contemplando especialmente classes com renda compreendida entre cinco a doze salários mínimos (SILVA, 2003).

A política habitacional vigente priorizou o planejamento de conjuntos habitacionais e concentrou-se na oferta de empreendimentos destinados a outra classe de renda: a dos favorecidos, com o objetivo de retorno financeiro do investimento. A população de baixa renda foi forçada a procurar terras mais baratas geralmente de configuração espacial precária (SERPA, 2001), localizadas em áreas rurais e periféricas adjacentes ao núcleo urbano, como escolha natural, configuradas com apoio do carimbo estatal, como áreas de pobreza (SILVA, 2003).

(22)

A cidade foi consequentemente dividida por classe e faixa de ganho salarial (SILVA, 2003). As quatro “regiões ou zonas administrativas”definiram-se sócio-espacialmente mantendo diferenças substanciais entre si, ditadas por seus respectivos processos históricos de ocupação e modelamento urbano. As zonas sul e leste concentraram famílias com melhor poder aquisitivo, se comparadas às zonas norte e oeste, procuradas predominantemente por famílias de baixo ganho salarial (MINEIRO, 2001) estigmatizadas ao longo dos anos de ocupação, como áreas de periferias.

Figura 1. Macrozoneamento das Regiões Administrativas de Natal, com destaque para o Bairro de Felipe Camarão.

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1.3 ASPECTOS URBANÍSTICOS E HABITACIONAIS DA ZONA OESTE DE NATAL

Localizada numa área de 3.418,87 ha, sendo a terceira maior da cidade, a zona oeste tornou-se uma atraente opção de moradia, especialmente pela disponibilidade de terras associadas às áreas verdes (NATAL, SEMURB, 2004). Além disso, o baixo valor de comercialização dos loteamentos regulares acabou por reafirmar os padrões periféricos de ocupação, cuja principal característica era a pouca diferenciação de rendas (MINEIRO, 1998). Povoada basicamente por famílias de operários, revela acentuada disparidade na distribuição de renda, com 42,5% dos chefes de domicílio abaixo da faixa de um salário mensal (MINEIRO, 2001).

A segregação promovida pela especulação imobiliária reforçou os movimentos de ocupação e aproximadamente entre 1962 e 1980, a abertura de loteamentos na zona oeste ocorreram sem qualquer tipo de controle, fato este comprovado nos estudos de MARICATTO (1996), ao concluir que em áreas afastadas de núcleos supervalorizados a ocupação se dá quase sempre em áreas de proteção ambiental, em caráter de informalidade consentida e mesmo incentivada pelo Estado que, no entanto, não admite o acesso regular à terra e à cidade.

Paralelamente às iniciativas de ocupação popular, o estado decide atuar também como agente de configuração na área, investindo com recursos públicos através do programa de habitação vigente construindo o primeiro conjunto habitacional da região (SILVA, 2003). “Cidade da Esperança” é lançado seguindo a tendência dos grandes conjuntos já existentes nas demais zonas administrativas (MIRANDA, 1999).

Foi necessário definir um novo traçado urbanístico para a maioria dessas terras, tendo em vista que muitas já estavam ocupadas por posseiros que foram forçados a deixar o local quando a regulamentação oficial instituiu os conjuntos como modelo habitacional predominante.

Residências foram comercializadas a preços menores com finalidade de atender a população de baixa renda. Mesmo assim, as restrições de financiamento atreladas à política de habitação do município perseveraram como fator limitante, terminando mais uma vez por não resolver e nem minimizar as demandas habitacionais (SILVA, 2003).

(24)

1.4 ASPECTOS URBANÍSTICOS E HABITACIONAIS DO BAIRRO DE FELIPE CAMARÃO

Felipe Camarão figura na zona oeste como a localidade mais problemática no que refere-se aos contextos de habitação e propriedade. Isso deve-se a dois fatores: o registro de povoamento mais antigo e a vastidão de terras representadas pelo campo dunar ou cinturão de dunas e pelo manguezal, freqüentemente designadas pela comunidade como “o morro” e a “maré”.

Os primeiros registros de ocupação na área, a qual sempre teve sua história associada ao Rio Potengi, datam de 1920 (FERNANDES et al. 2004). O pequeno povoado que sobrevivia da pesca e da coleta do caranguejo denominou a localidade de “Sítio Peixe-Boi”, arrastando através dos anos controvertidas interpretações, devido a não ter se esclarecido convenientemente se o nome foi atribuído pela ocorrência desse mamífero no local ou, como citou CASCUDO (1980), se foi pelo fato de um grupo de pescadores ter achado um exemplar morto e depois disso atribuírem o mesmo nome à comunidade.

Entre 1940 até o final da década de 50, os movimentos de ocupação do bairro foram predominantemente populares, mas com registros inexpressivos. A área ainda exibia características do padrão rural de ocupação, misturando esparsos aglomerados de pescadores a alguns sítios e granjas (MIRANDA, 1999).

Em 1962, uma fração significativa dessas terras, registradas como de propriedade particular de um português chamado Manoel Machado, foram vendidas como parte da herança de sua viúva a outro estrangeiro, o alemão Gerold Geppert que instituiu as primeiras iniciativas de parcelamento do solo local, com a criação de um loteamento denominado pelo mesmo de “Reforma” (CASCUDO, 1980). Os lotes comercializados foram destinados especialmente a pessoas físicas de baixo poder aquisitivo (SILVA, 2003).

As demarcações aleatórias utilizadas no parcelamento da área original do Reforma, que na época correspondia a 30% do município de Natal começaram a se caracterizar como os primeiros conflitos de propriedade registrados na área, juntamente com as invasões que foram se tornando cada vez mais ostensivas. Decepcionado, o proprietário acabou por praticamente se desfazer do restante dos lotes, ofertando-os a preços irrisórios. Seis anos depois Peixe -boi foi elevado a categoria de bairro, em 22 de agosto de 1968, passando a se chamar Felipe Camarão, em homenagem ao Índio Poti que morreu em combate contra os invasores holandeses (NATAL, IPLANAT, 1998).

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Entre 1965 e 1970 quando ocorreu a intensificação das migrações rural-urbana em direção a Natal e o processo de favelização se estabeleceu definitivamente como parte do cenário de habitação da cidade (COSTA e MARINHO, 2004), ocorreu também o processo de ocupação das dunas e do mangue de Felipe Camarão. Os autores afirmam, ainda, que devido às baixas condições sócio-econômicas, as classes que buscaram as áreas verdes públicas da comunidade para constituir moradias quase sempre lançaram mão do recurso da autoconstrução, alterando significativamente a paisagem criando vilas e favelas que se instalaram em terras impróprias e avançaram descontroladamente sobre as áreas verdes.

O fato das terras não terem inicialmente valor de mercado interferiu também na inclusão da área ao perímetro urbano de Natal, que só ocorreu doze anos após a localidade receber o título de bairro. A regulamentação da área também ocorreu com atraso, uma vez que somente em 1990 são finalmente promulgadas duas medidas administrativas para controle legal do solo urbano: a primeira, com a redefinição dos próprios limites geográficos do bairro, em 1993; a segunda e mais importante, foi a publicação do “Código de Meio Ambiente do Município”, decretando as áreas verdes de dunas e de mangue como Zonas de Proteção Ambiental (NATAL, ECO-NATAL, 1992).

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

De acordo com NATAL, SEMURB, (2003), Felipe Camarão localiza-se na zona administrativa oeste de Natal e abrange as localidades de Peixe-boi, Quilômetro Seis, Baixa do Saguim e Barreiros. Sua população abrange cerca de 36.976 habitantes distribuídos numa área de 663,40 ha. Ao norte limita-se com o bairro de Bom Pastor; ao sul com Guarapes; a leste com Cidade da Esperança e a oeste, com o município de São Gonçalo do Amarante (NATAL, IPLANAT, 1998).

(26)

padrão específico de modelo construtivo, perdeu parte de caracterização inicial quando as vilas, favelas e os loteamentos começaram a se espalhar (NATAL, SEMURB, 2003).

As favelas estão representadas por oito localidades, denominadas: Alta Tensão, Palha, Maré, Barreiros, Promorar, Torre, Fio e Alemão. As 136 vilas, por sua vez, reúnem 665 unidades habitacionais com uma população estimada em 2.194 habitantes. Dos oito loteamentos encontrados na comunidade, apenas três estão registrados em cartórios e cinco não possuem qualquer tipo de regulamentação (Quadro 2).

O bairro encontra-se inserido nas Zonas de Adensamento Básico e de Proteção Ambiental – Lei Complementar Nº 07, de 05 de Agosto de 1994. Segundo o Zoneamento Ambiental disposto em NATAL, SEMURB, (2003) possui duas Zonas de Proteção Ambiental: Subzona de Conservação Estuário do Rio Potengi que engloba o manguezal e a Subzona de Conservação Campo Dunar do Guarapes - que corresponde as dunas- denominadas respectivamente de ZPA8 e ZPA4. Juntas, essas duas ZPAs integram uma

área verde potencial de 1.950.236,25 m2.

Figura 2. Macrozoneamento e limites geográficos do bairro de Felipe Camarão.

(27)

Quadro 1. Relação dos Conjuntos Habitacionais do Bairro de Felipe Camarão e População Associada.

CONJUNTO

HABITACIONAL UNIDADES HABITACIONAIS POPULAÇÃO Felipe Camarão I (Promorar) 249 1058 Felipe Camarão II (Promorar) 222 941 Felipe Camarão III (Promorar) 209 886 Jardim América 96 432 Vida Nova (II e III) 209 941

Lavadeiras 86 387

TOTAL 1.071 4.643

Quadro 2. Número de Loteamentos Registrados e Não Registrados por Bairros da Zona Oeste.

REGISTRADO NÃO

REGISTRADO TOTAL

BAIRRO

3º CARTÓRIO 6º CARTÓRIO

QUINTAS 12 1 2 15

NORDESTE 4 1 0 5

DIX-SEPT ROSADO 20 5 9 34

BOM PASTOR 7 0 2 9

N.S. NAZARÈ 0 0 0 0

FELIPE CAMARÃO 1 2 5 8

CID. DA ESPERANÇA 6 2 3 11

CIDADE NOVA 2 3 0 15

GUARAPES 2 0 1 3

PLANALTO 0 0 0 0

ZONA ADMI N IST RATI V A OESTE

TOTAL 54 14 22 90

16

Fonte: Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo – (Natal, SEMURB, 2003)

(28)

2.2. METODOLOGIA

O diagnóstico do modelo habitacional e das principais alterações ambientais da comunidade fundamentou-se nas recomendações da Lei 4.100 ou “Código do Meio Ambiente do Município” (NATAL; ECO-NATAL, 1992); do “Plano Estratégico Municipal para Assentamentos Subnormais” (NATAL, SEMTAS, 2001) e do guia “Conheça Melhor o Seu Bairro” (NATAL, SEMURB, 2003); principais instrumentos municipais de respaldo jurídico à ação pública, por se tratar de publicações específicas que tratam do uso, monitoramento e regulação da ocupação do solo urbano”.

Para tanto, foi utilizada a metodologia teórico-empírica, dividida em quatro etapas: visitas de campo; aplicação de questionários – pesquisa comunitária; levantamento da bibliografia publicada pelos órgãos e instituições encarregados de executar as políticas de meio ambiente e habitação no município; e estatística descritiva dos dados coletados. Para fins de caracterização e levantamento das principais alterações ambientais identificadas em espaços distintos, o bairro foi dividido em três ambientes de estudos aqui designados como: área edificada ou área dos conjuntos habitacionais; áreas de dunas e áreas de manguezal.

2.2.1 Caracterização Ambiental do Bairro

Constituiu-se na fase de reconhecimento da área de estudo. Sendo realizada no período de outubro a dezembro de 2004, o que correspondeu a uma avaliação geral da área edificada, das dunas e do manguezal, abrangendo três etapas de execução: visitas de campo; registro fotográfico e registro das alterações ambientais identificadas por ambiente de estudo.

2.2.2 Aplicação de questionários – pesquisa comunitária

Foram entrevistados através de questionários, 100 moradores adultos a partir dos 18 anos, residentes nos três ambientes de estudo, entre os meses de outubro e dezembro de 2005. No total, avaliou-se 37 logradouros: sendo 28 ruas, 08 travessas e 01 avenida (Figura 2). As perguntas tratavam de questões como tempo de residência na comunidade; tipo de residência; realização do descarte do lixo doméstico; eliminação da água servida; os principais tipos de problemas existentes no bairro; tipos de providencias que seriam necessárias para atenuar esses problemas (ver Anexo 1). As informações

(29)

0 1 2 3 4 5 6 7 Antônio Carolino - tv

Antônio Trigueiro - r Professor Antônio Trigueiro - tv Professor Aristófanes Fernandes - r Bom Jesus - tv Coutinho - r Professor Felipe Dias - r Ferro Cardoso - r Francisca Campos - r Indomar - r Indomar - tv Itamar M aciel - r Itamar M aciel - tv Joana Dar'c - r Joaquim de Castro - r Jorge Batista - r Jornalista José da Barra - tv José Vicente - r Josino Galvão - r Pastor Livramento - r Luzia Dias - r M anoel M achado - r M ar e Céu - r M ar e Céu - tv M aristela Alves - r M ira mangue - r M iraí - r M iraí - tv M irassol - r M irassol - tv Pedrinho Bezerra - r Peixe-boi - r Potiguaçu - r Rainha do M ar - r Ranieri M azzilli - av Rosário - r Nossa Senhora Santa Cristina - r Santa Helena - r Santa Sofia - r São Vicente - r Silva - r Tibiriça - r Ruas

Vistorias

fornecidas foram reunidas e transformadas em tabelas e gráficos para análise e tratamento das incidências através de estatísticas descritivas simples.

Figura 3. Lista dos logradouros percorridos durante as 100 entrevistas.

Os dados relativos aos números de incidências de cada alteração urbana encontrada foram confrontados com as recomendações dos três documentos municipais para elaboração de um diagnóstico do modelo de ocupação predominante, sua influência na configuração espacial local e como estes interferem na estruturação fundiária motivada pela predominância do padrão irregular de ocupação desenvolvido nas áreas livres públicas do bairro.

(30)

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 Perfil sócio-econômico da Comunidade de Felipe Camarão

Dos 100 moradores entrevistados, 61% residem na comunidade há mais de 15 anos (Figura 4). No que concerne à formação original, 45% dos moradores entrevistados vieram de outros bairros da cidade atraídos, principalmente, pela disponibilidade de obter a casa própria através do recurso da apropriação irregular. A este contingente somam-se os 39% que migraram do interior do estado para constituir moradias na capital entre as décadas de 1960 e 1970 (Figura 5).

Figura 4. Percentual do tempo em anos de residência dos moradores entrevistados no bairro de Felipe Camarão.

Figura 5. Percentual da composição populacional da comunidade de Felipe Camarão.

Fonte: Pesquisa de campo (Out / Dez 2005)

Fonte: Pesquisa de campo (Out / Dez 2005)

3 2 6 6 9 3 10 61

0 10 20 30 40 50 60 70

1 a 2 anos 3 a 4 anos 5 a 6 anos 7 a 8 anos 9 a 10 anos 11 a 12 anos 13 a 14 anos Acima de 15 anos

4 5 3 9

9 7

0 5 1 0 1 5 2 0 2 5 3 0 3 5 4 0 4 5 5 0 O u t r o s b a i r r o s d a C i d a d e

(31)

No que se refere à classificação das habitações visitadas, 73% dos entrevistados consideram-se proprietários das casas consolidando um impasse de difícil resolução por parte do poder público (Figura 6), pois apesar do morador ser o dono da estrutura habitacional, a maioria dos lotes onde foram implantadas estão em situação de irregularidade.

Figura 6. Percentual da classificação das habitações visitadas em Felipe Camarão

Na maioria das residências as famílias reúnem entre 3 e 6 membros (Figura 7). Tradicionalmente o pai, quando presente é o “chefe da família” e, conseqüentemente, responsável pelo sustento da instituição, embora a maioria possua ganhos reais de apenas um salário mensal (Figura 8).

Figura 7. Percentual da composição familiar dos moradores de Felipe Camarão

Fonte: Pesquisa de campo (Out / Dez 2005)

73% 27%

Própria Alugada

22

70

6

2 0

10 20 30 40 50 60 70 80

(32)

Figura 8. Percentual da renda familiar em salário mínimo dos moradores de Felipe Camarão.

O nível de instrução predominante dos adultos é o fundamental. Embora a maioria seja assalariada e possua subempregos, os índices de desempregados são alarmantes por residência pesquisada (Figura 9).

Figura 9. Percentual do número de desempregados no bairro de Felipe Camarão.

Fonte: Pesquisa de campo (Out / Dez 2005)

Fonte: Pesquisa de campo (Out / Dez 2005)

4 1 ,1 8 3 4 ,3 1

8 ,8 2 4 ,9 0

8 ,8 2 1 ,9 6

0 ,0 0 5 ,0 0 1 0 ,0 0 1 5 ,0 0 2 0 ,0 0 2 5 ,0 0 3 0 ,0 0 3 5 ,0 0 4 0 ,0 0 4 5 ,0 0 1 s a lá rio

2 a 3 s a lá rio s 4 a 5 s a lá rio s A c im a d e 5 s a lá rio s M e n o r d e 1 s a lá rio N ã o s o u b e in fo rm a r

40,37

36,70

14,68

8,26

0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00

(33)

O problema da falta de segurança aparece como o fator que mais incomoda os moradores da comunidade. Apesar de uma fração expressiva considerar bom o local de moradia, isso não anula a opinião de 41% dos próprios moradores, que classifica a comunidade como violenta (Figura 10).

Figura 10. Percentual de classificação da conduta da comunidade.

A própria classificação dos moradores sobre a conduta da comunidade reflete a predominância de valores e regras de territorialização bastante comuns nas periferias em total concordância com as constatações de (HAESBAERT, 2002), ao apresentar a construção espacial e a identidade social de terras periféricas como lugares carregados de valores que instituem o aparecimento de territórios alternativos, sem limites geográficos definidos quando comparados com as relações de poder impostas por lideranças paralelas. Tais lideranças delimitam e instituem esses territórios na própria configuração espacial local, criando seguimentos altamente controlados por regras de conduta e códigos de interação social típicos, como na comunidade em questão, dividida em “Alto Felipe Camarão” que congrega grupos que moram nos conjuntos habitacionais (parte elevada do bairro) e o “Baixo Felipe Camarão” que corresponde aos grupos que vivem próximos à maré, definindo-se no cotidiano como territórios rivais onde freqüentemente ocorrem disputas acirradas normalmente envolvendo comércio e distribuição de drogas marcadas por extremas expressões de violência (OLIVEIRA, et al., 2002).

22

Fonte: Pesquisa de campo (Out / Dez 2005)

36

41

23

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

(34)

A

B

Foto: S. BEZERRIL, 2005 Foto: S. BEZERRIL, 2005

3.2. Caracterização Ambiental das Áreas de Estudo

3.2.1 Área Edificada

O acúmulo de lixo nas ruas constitui a irregularidade de ocorrência predominante, registrada nos conjuntos (Figura 11). Conforme apurado nas entrevistas realizadas com os moradores, 62% seguem regularmente a coleta, 6% enterram lixo em quintais e, 32% jogam diretamente em terrenos baldios.

Figura 11. Percentual da forma de descarte de lixo na comunidade de Felipe Camarão

Apesar de existir a coleta municipal três vezes por semana (NATAL, IPLANAT, 1998) a comunidade descarta o lixo nos terrenos baldios, e em plena via pública, nos canteiros laterais e centrais de ruas e avenidas (Figura 12).

Figura 12. Deposição de lixo no bairro de Felipe Camarão. A –Lixo em confluência de ruas; B –Lixo em terreno baldio.

Fonte: Pesquisa de campo (Out / Dez 2005)

23 62

32

6

0 10 20 30 40 50 60 70

(35)

A

Foto: S. BEZERRIL, 2005

Foto: S. BEZERRIL, 2005

De acordo com MIRANDA (1999) e LIMA (2001), o problema do descarte de lixo nessa área ocorre há décadas. Devido ao afastamento das áreas nobres, parte dessas terras sempre foi utilizada como depósito. Em 1968 a prefeitura também escolheu o local para depositar o lixo da cidade e o “lixão” , como era mais conhecido, ocupou uma área de trinta hectares por mais de vinte anos (MINEIRO 2001).

Sobre o descarte de água servida, apenas 29% das residências visitadas afirmaram eliminar toda água utilizada na casa por fossas e sumidouros. Águas de pias e lavanderias são preferencialmente descartadas por 58% dos moradores através de encanamentos que desembocam nas ruas (Figura 13 e 14a). O equivalente a 13% praticam o empoçamento nos quintais. Em 100% dos logradouros visitados observou-se que a linha paralela ao meio-fio foi convertida em esgotos. (Figura 13b).

Figura 13. Percentual da forma de eliminação de água servida em Felipe Camarão

Figura 14. Problemas relacionados ao destino da água usada pelos moradores: A – Cano de residência eliminando água servida; B – Esgoto de rua paralelo ao meio-fio.

B

24

Fonte: Pesquisa de campo (Out / Dez 2005)

58

29

13

0 10 20 30 40 50 60 70

(36)

B

Foto: S. BEZERRIL, 2005

Em relação às unidades habitacionais, constatam-se indícios de exclusão sócio-espacial na própria estrutura de implantação. O padrão construtivo empregado nos conjuntos habitacionais é baixo e no bairro em geral, existe apenas uma quadra de esporte. Não há áreas de lazer e nem praças como já registrado por FERNANDES et al., (2004).

Na área edificada observa-se que a concentração dos usuários em determinados espaços em detrimento de outros, em geral abandonados, colaborou com a formação de terrenos baldios, exemplificado por ALVES et al., (2004), como àqueles não cercados, abandonados com presença ou não de vegetação que funcionam como depósito de lixo.

3.2.2 Área de Dunas

Constatou-se nesta área a existência de seis favelas: As favelas da Torre e do Fio situadas em áreas de encosta; seguidas das favelas do Promorar, Alemão, Alta Tensão e Palha, que acabaram instalando-se em áreas planas ou aplainadas.

A planificação é feita predominantemente em encostas de declives suaves. A areia é removida com auxílio de pás e tratores contratados em mutirão, com o objetivo de nivelar e ampliar o terreno para fixação de moradias.

O “morro”, termo utilizado pelos moradores para as dunas, também sofre tentativa de compactação. Para conter o avanço constante das dunas móveis, a comunidade empilha lixo, entulho e improvisa contenções grosseiras com troncos de árvores e arbustos encontrados no local.

Nos lugares onde a declividade é mais acentuada também ocorre ocupação. Só que esta é feita da forma mais perigosa. As habitações feitas com lona, plástico, papelão, palha de coqueiro e demais materiais são instaladas em pontos esparsos, aumentando ainda mais o risco de desabamentos (Figura 15).

Figura 15. Residências construídas nas áreas de dunas de Felipe Camarão: A – Moradia implantada em área de sopé; B – Residências erguidas em áreas de encostas.

A

25

(37)

Dos ambientes estudados, as dunas destacam-se na predominância de ocupações irregulares pela vastidão de terras que ocupa dentro do bairro cerca de 1.950.236,25m2 (NATAL, IPLANAT, 1998). A destruição deste ambiente não é percebido como um problema para 57% dos moradores que acham normal ou são indiferentes a destruição do ambiente (Figura 16).

Figura 16. Percentual de opiniões dos moradores sobre a destruição das dunas de Felipe Camarão.

A ocupação da ZPA4 que corresponde à extensão de todo campo dunar do

bairro instituiu-se predominantemente pela implantação de favelas. Dentre as seis encontradas no ambiente, a favela do Fio (Figura 17) é a que se encontra nos extremos do que se pode classificar como fragilidade ambiental. Detendo aproximadamente 217 unidades habitacionais (NATAL, SEMTAS, 2001) está localizada abaixo da rede de alta tensão da CHESF (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco) em loteamentos irregulares ou clandestinos, classificados respectivamente por (GRUPENMACHER e BUSQUETS, 1991) como aquele “que não atendeu às fases administrativas e jurídicas a que estava sujeito” e aquele “que não é aprovado pela prefeitura e não têm a anuência do Estado”.

Fonte: Pesquisa de campo (Out / Dez 2005)

43

31

26

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

(38)

Figura 17. Favela do Fio: Família de catadores coletando resíduo em lixão de terreno baldio da comunidade.

2.2.3 Área de Manguezal

O trecho de mangue situado em Felipe Camarão compreende uma área de 892.000 m2, estendendo-se até o município de Macaíba. No ambiente encontram-se duas favelas de representação populacional expressivas: a favela da Maré, mais antiga e, a favela dos Barreiros originadas nos anos 1970 (NATAL, IPLANAT, 1998).

As ocupações se estabeleceram em sua maioria nas margens aterradas com lixo e entulhos para fins de compactação do solo, mas também há moradias nas proximidades do solo sob influência das marés, elevadas por batentes e suspensões. As habitações seguem os mesmos padrões empregados nas autoconstruções de outros pontos do bairro. A devastação da vegetação, é praticada constantemente para expandir a área onde também são implantadas pocilgas e vacarias. No local foram implantados ainda enormes tanques de coleta e decantação para os resíduos das fossas sépticas da cidade. Além disso, todos os esgotos da parte alta do bairro despejam seus dejetos nessa área, aumentando os riscos de poluição e de contaminação.

Apesar do grande número de agressões praticadas no ambiente, os moradores mostram-se bastante preocupados com a destruição do manguezal. Dos entrevistados, 79% declararam-se preocupados em relação a 14% que se posicionaram como indiferentes e, 7% que acham normal (Figura 18).

(39)

Figura 18. Percentual de opiniões dos moradores sobre a destruição do manguezal de Felipe Camarão.

A Ocupação da ZPA8 que integra o estuário do Rio Potengi, em termos de

ocorrência, é a mais antiga. A dinâmica de ocupação local mostra que há um isolamento dessa fração da comunidade em relação aos demais ambientes. A “maré” , como os moradores geralmente definem essa área, fica na parte baixa do bairro e é habitada pelos representantes mais carentes da comunidade.

As favelas da Maré e a dos Barreiros reúnem aproximadamente 628 famílias, integrando uma população de 2876 habitantes responsáveis pela inserção de 597 unidades habitacionais (Figura 19) espalhadas pelas margens (NATAL, SEMTAS, 2001).

Figura 19. Moradia construída à margem do manguezal de Felipe Camarão.

Fonte: Pesquisa de campo (Out / Dez 2005)

Foto: S. BEZERRIL, 2005

79

7

14

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90

(40)

A configuração da área além de precária é caótica. As tubulações irregulares responsáveis pelo descarte de água servida no local disputam espaço com os casebres e também com os tanques de captação das empresas encarregadas do esgotamento de fossas sépticas na cidade (Figura 21).

Figura 21. Problemas detectados nas áreas de manguezal: A – tubulações irregulares descartando água servida; B – Tanques de captação dos resíduos de fossas sépticas.

Há um desprezo generalizado pelo ambiente não apenas por parte dos moradores, mas também por demais seguimentos da cidade. O descaso com o estuário do Rio Potengi, como afirmou DIÓGENES apud MINEIRO (2001), são exemplos de agressões aos manguezais.

Problemas como desmatamentos ocupação e deposição de lixo vêm gradativamente comprometendo a balneabilidade da água e reduzindo os índices de ocorrência especialmente do caranguejo-uçá, que ainda é um importante recurso de ajuda na renda dessas famílias.

É importante destacar que em face a essas agressões, a comunidade se preocupa com o desaparecimento dos manguezais. Uma investigação mais apurada desse indicativo sugere que apesar dos moradores não estarem preocupados com as fontes poluidoras, porque não conseguem associar as agressões aos possíveis impactos conseqüentes que ocorrem no ambiente, há uma preocupação genuína com a diminuição da oferta de peixes e do caranguejo, uma vez que isso compromete a sobrevivência de quem sempre contou com o recurso.

A

B

(41)

30

4- CONCLUSÕES

A distância do centro e os obstáculos naturais representados pelas dunas e pelo manguezal representaram fatores pioneiros na desvalorização dessas terras.

A deficiência relacionada as práticas de parcelamento do solo local e regulação fundiária colaboraram com as invasões iniciadas especialmente na década de 1960, reunindo pessoas que vieram de outros bairros e aquelas e oriundas do interior atraídas pela facilidade de constituir residência no local.

Os conflitos mais graves da ocupação territorial no bairro estão relacionados à regularidade fundiária e à legalidade das residências erguidas predominantemente em loteamentos irregulares e clandestinos situados nas Zonas de Proteção Ambiental (ZPAs).

As famílias que ocuparam a zona oeste e, conseqüentemente, o bairro de Felipe Camarão são em sua maioria pessoas humildes e com baixo grau de instrução. Fator que reflete diretamente no tratamento que estes dispensam à comunidade, e de como a referida localidade se encontra isolada pelo descaso dos órgãos públicos, fato que acaba colaborando para o estabelecimento de um controle paralelo imposto, principalmente, pelo poder do narcotráfico.

A área edificada mescla unidades habitacionais de caráter regular com residências provenientes das iniciativas de ocupação popular, no entanto, a característica mais notável dessas habitações é o baixo padrão construtivo.

No que se refere às alterações ambientais, a deposição de lixo é a mais destacada, seguida de água servida e da formação de terrenos baldios originados pela concentração dos usuários em espaços específicos.

Nas dunas a ocupação ocorre tanto em áreas planas como em encostas de declives suaves que são planificadas com o intuito de ampliação das áreas de moradias, embora também ocorra ocupação extremamente perigosa em locais de declives acentuados, aumentando os riscos de desabamentos. É o ambiente com o maior número de registros de irregularidades de ocupação e o menos valorizado no contexto local pelos moradores, o que justifica os índices de degradação e a pouca preocupação quanto a preservação ambiental.

(42)

recurso de sobrevivência das famílias ribeirinhas, o que acaba justificando a preocupação dos moradores quanto à preservação deste ambiente.

Mais do que uma reflexão sobre a forma de modelamento do espaço urbano da comunidade de Felipe Camarão, esta pesquisa é um diagnóstico da leitura que a comunidade faz de seu ambiente e que pode ser melhor utilizado em futuras estratégias de intervenção para socializar a importância, beleza e riqueza dos recursos ambientais existentes nos ambientes naturais que perdem-se cotidianamente na paisagem urbana.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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(45)
(46)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN CENTRO DE BIOCIÊNCIAS - CB

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EM MEIO AMBIENTE – PRODEMA

PESQUISA COMUNITÁRIA DO BAIRRO DE FELIPE CAMARÃO - 2005

1. PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO DOS MORADORES

01. Nome do morador:_____________________________________________________ 02. Sexo: ______ 03. Idade _____ 04. Tipo de Residência: ( ) Própria ( ) Alugada

05. Endereço: ____________________________________________________________ 06. Tempo de residência no bairro: ___________________________________________ 07. Onde morava antes de mudar-se para a comunidade ( ) outros bairros ( ) outras cidades ( ) outros estados.

08. Nº de membros da família ________ Nº de adultos _________ Nº de crianças ______ 09. Quantas pessoas trabalham na casa? _______________________________________ 10. Quem sustenta a família _________________________________________________ 11. Há desempregados na casa? ( ) sim / quantos? _______ ( ) não há desempregados 12. Profissões dos membros que trabalham _____________________________________ ___________________________________________________________________________ 13. Renda familiar aproximada: ______________________________________________ 14. Quantas pessoas são alfabetizadas na casa? __________________________________ 15. Existem analfabetos na casa? ( ) sim / quantos? ______________________________ 16. Quantos concluíram o ensino fundamental (1º grau)? ___________ e o ensino médio (2º grau)? ___________________________________________________________________ 17. Quantas pessoas na casa têm curso superior? _________________________________

2. PERFIL SÓCIO- AMBIENTAL DA COMUNIDADE

(47)

21. As condições de atendimento nas unidade de saúde são: ( ) Satisfatórias – há atendimento diário para a comunidade

( ) Insatisfatórias – há atendimento, mas o número de atendidos por dia é pequeno

( ) Péssimas – é muito difícil conseguir atendimento nas unidades.

22. Qual o problema que mais aflige a Comunidade atualmente?

( ) O vandalismo dos jovens ( ) O comércio crescente das drogas

( ) A prostituição de menores ( ) Os crimes envolvendo assassinato

( ) O trabalho infantil ( ) Os assaltos às residências

23. Fatores que mais incomodam os moradores em via pública

( ) Animais soltos nas ruas ( ) Queima diária de resíduos no Lixão

( ) Lixo acumulado em terrenos baldios ( ) Água empoçada

( ) Som alto de casas e de bares ( ) Falta de pavimentação nas ruas

24 Como é descartado o lixo de sua casa?

( ) Remetido à coleta ( ) Enterrado ( ) Jogado em terreno baldio

25 A água de pias, chuveiros e lavanderias de sua casa é eliminada por qual meio?

( ) sumidouro ( ) cano de rua ( ) empoçada no quintal

26 O que você acha da destruição das áreas de dunas do bairro?

( ) Preocupante – as dunas precisam ser preservadas

( ) Normal – as dunas ocupam um espaço que poderia ser utilizado para a construção de casas

(48)

27 O que você acha da destruição de mangue do bairro?

( ) Preocupante – as dunas precisam ser preservadas

( ) Normal – são espaços que não têm muita serventia

( ) Indiferente – tanto faz as dunas serem ou não preservadas

28 O que incomoda mais quando você anda nas ruas do bairro? ( ) O lixo

( ) Os esgotos

( ) Os animais soltos

( ) As pixações

29.Sugestões dos moradores ___________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________

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Figura 1. Macrozoneamento das Regiões Administrativas de Natal, com destaque para o  Bairro de Felipe Camarão
Figura 2. Macrozoneamento e limites geográficos do bairro de Felipe Camarão.
Figura 3. Lista dos logradouros percorridos durante as 100 entrevistas.
Figura 5. Percentual da composição populacional da comunidade de Felipe Camarão.
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Referências

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