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Taxonomia de Coffea arabica L. VI: caracteres morfológicos dos haplóides.

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T A X O N O M I A D E COFFEA ARABICA L. (

1

)

V I - C A R A C T E R E S M O R F O L Ó G I C O S D O S H A P L Ó I D E S (2 )

A . CARVALHO

Engenheiro agrônomo, Secção de Genética, Instituto Agronômico de Campinas

(1

) Um resumo deste trabalho foi apresentado à I I I . ' Reunião Anual da Sociedade Botânica d o Brasil, realizada em Campinas, de 9 a 15 de janeiro de 1952. O trabalho foi apresentado à Segunda Reu-nião Latino-Americana de Fitogeneticistas e Fitoparasitologistas, realizada em São Paulo, Piracicaba e Campinas, de 31 de março e 8 de abril de 1952.

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2 0 2 B R A G A N T I A VOL. 1 2 , i \ .u í

4-0

no meio de algumas plantações de café. Por florescerem abundantemente e produzirem muito pouco, são denominados, vulgarmente, "cafeeiros ma-chos".

No decorrer dos trabalhos sobre o melhoramento do cafeeiro, em exe-cução na Secção de Genética, em colaboração com a Secção de Café e de Citologia do Instituto Agronémico, um considerável número de plantas têm sido examinadas, anualmente, nos viveiros, e pertencentes principalmente às variedades econômicas de C. arábica. Entre as progénies desses cafeeiros, encontram-se, espontaneamente e com frequência reduzida, exemplares do tipo monosperma. Algumas dessas plantas têm sido separadas para a cole-ção de haplóides e estão sendo submetidas a tratamentos pela Seccole-ção de Citologia, para duplicação do número de cromosômios. Como já se encon-traram plantas monosperma em diferentes variedades de C. arábica, jul-gcu-se conveniente apresentar sua descrição morfológica, como um comple-mento à taxoncmia dessa espécie.

2 - DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA

Várias plantas haplóides foram encontradas, principalmente nas varie-dades bourbon — Cojjea arábica L. var. bourlon (B. Rodr.) Choussy — e

typica — Cojjea arábica L. var. typica Cramer — , bem como em outras

variedades da mesma espécie. Alguns haplóides a serem descritos, são ainda novos, porém a maioria já atingiu o estágio de florescimento. A sua descrição será feita em comparação com a forma diplóide que lhes deu origem. As contagens de cromosômios foram realizadas pelo Eng. Agr. A. J. T. Mendes, da Secção de Citologia do Instituto Agronômico. Con-vém salientar que sempre que se isolaram plantas, cujos caracteres mor-fológicos indicaram pertencerem ao tipo monosperma, a subsequente aná-lise citológica revelou possuírem elas apenas 22 cromosômios.

2.1 - H A P L Ó I D E D E TYPICA

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A B R I L - J U N H O , 1 9 5 2 HAPLÓIDES DE CAFÉ 203

QUADRO 1.—Dimensões médias de 100 folhas das diversas variedades de café e das res-pectivas plantas monosperma

Variedade e forma

t ypica bourbon -. maragogipe. semperjlorens laurina erecta. caturra.

Son liamon . „T

Plantas normal monosperma normal inoliospeniüi normal monosperma normal monosperma normal monosperma normal monosperma normal monosperma normal monosperma

I

Várias

RP 109 ex P 52 ex

Várias

RP 13 ex P 358 ex P 362 ex P 370 ex C 357-21

Várias

C 631 ex

Várias

C 702 ex

Várias C 33-8-1 Várias H 1677-1 Várias C 818-1 Várias C 601-1-31

Dimensões médias das folhas

Compri-mento Largura máxima 134 119 79 120 84 98 105 108 123 144 140 101 98 74 77 116 118 132 106 103 85 mm 51 33 22 50 25 27 29 33 33 65 44 48 31 31 25 48 31 55 37 50 29 índice 2,67 3,63 3,59 2,41 3,30 3,57 3,63 3,30 3,80 2,21 3,20 2,12 3,18 2.40 3,11 2,42 3,76 2,39 2,89 2,00 2,88

Por várias vezes tentou-se fazer autofecundação das flores dessas plan-tas monosperma, porém não se conseguiu nenhum fruto. Os raros frutos que se formam, provenientes de fecundação não controlada, dão origem a plantas com 44 cromosômios, o que indica que alguns gâmetas de 22 cro-mosômios se podem formar (31). Pelo fato de as primeiras contagens de cromosômios terem sido feitas em descendentes de plantas monosperma, pensou-se, a princípio, que o monosperma apresentava 44 cromosômios (20). Vários cruzamentos também têm sido realizados, usando os haplóides como planta-mãe ou como fornecedores do pólen. Um número muito limitado de plantas tem sido obtido desses cruzamentos.

Em 1950, notou-se uma mutação somática na planta P 52, com a pro-dução de folhas mais largas, semelhantes às da var. typica. Esse ramo flo-resceu e frutificou normalmente, o que faz supor que tenha havido dupli-cação natural de seus cromosômios. Foram feitos enxertos desses ramos,

a fim de se prosseguirem os estudos. Outros exemplos de mutação somática

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2 0 4 B R A G A N T I A V O L . 1 2 , N . ° * 4-6

onde ramos com 8 8 cromosômios se desenvolvem a partir de plantas com

4 4 cromosômios (18). Apenas não foram ainda descritas mutações somáticas,

mostrando redução do número de cromosômios de 4 4 para 2 2 .

2.2 - H A P L Ó I D E D E BOURBON

Várias plantas monosperma da var. bourbon foram encontradas em di-ferentes épocas, a saber : R P 1 3 , em 1 9 3 4 ; P 3 5 8 e P 3 6 2 , em 1936 ; P

3 7 0 em 1 9 3 7 ; Q 3 5 7 - 2 1 , em 1 9 3 7 ; C 3 5 5 - 9 - 1 e C 3 7 0 - 4 - 2 1 , em 1 9 5 1 , etc. O

maior número de plantas monosperma encontrados em progénies de bour-bon, deve ser atribuído ao fato de se terem efetuado estudos muito mais intensivos nesta variedade do que na var. typica e não ao fato de existir maior tendência das progénies de bourbon em produzir plantas monosperma.

As plantas bourbon têm folhas mais largas do que as da var. typica e, sobretudo, lâmina e bordos mais ondulados. No geral, têm brotos verdes. A primeira planta haplóide de bourbon, de n.° R P 1 3 , foi encontrada na Estação Experimental de Ribeirão Preto e apresenta, bem como as outras plantas haplóides de bourbon, folhas bem estreitas, menores, muito finas e meio onduladas (est. 1-B). Os brotos novos são de côr verde-clara. As flores são pequenas, e é mínima a produção de frutos. As dimensões das

folhas das plantas R P 1 3 , P 3 5 8 , P 3 6 2 , P 3 7 0 e C 3 5 7 - 2 1 acham-se no

qua-dro 1. Verifica-se, também, que há bastante variação entre as dimensões médias das folhas dessas plantas.

A primeira duplicação artificial de cromosômios de monosperma, foi efetu-ada pelo Eng. Agr. A. J. T. Mendes, usando ramos de monosperma de bour-bon (C 3 5 7 - 2 1 ) , que foram tratados com colchicina por um processo ideali-zado por esse autor (28). Os ramos duplicados obtidos são da variedade

bourbon e inteiramente férteis. Também se observou um caso de

duplica-ção natural de cromosômios na planta R P 13, dando origem a um ramo bourbon, normalmente fértil.

Os descendentes desses haplóides duplicados são bem uniformes e de especial interesse para vários estudos em realização, principalmente rela-tivos à obtenção de mutantes, pelo emprego de raios-X.

Em 1 9 5 0 observaram-se dois novos haplóides nâ forma xanthocarpa do bourbon (CJ 1 4 - 2 1 e CJ 2 5 - 4 - 1 ) . Esses são ainda novos, porém suas folhas

são semelhantes às do monosperma de bourbon.

2.3 - H A P L Ó I D E D E MARAGOGIPE

No viveiro da Estação Experimental de Pindorama foi encontrada, em

1941, em um canteiro da variedade maragogipe, uma planta haplóide com

caracteres dessa variedade e que recebeu o mimero C 631.

A variedade maragogipe (Cojjea arábica L. var. maragogipe Hort. ex Froehner) apresenta folhas bem grandes, abauladas e com a largura máxima mais próxima à base da folha.

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ABRIL-JUNHO, 1 9 5 2 HAPLÓIDES DE CAFÉ 205

semelhante às do maragogipe, mais estreitas, bem maiores que as dos outros haplóides (quadro 1), onduladas, abauladas e de textura fina (est. 1-C) ; as flores também são maiores e a fertilidade é quase nula.

Sabe-se que o característico maragogipe é controlado por um par de fatores genéticos dominantes principais, Mg Mg. Uma dose do fator, encon-trada no haplóide, é suficiente para imprimir o mesmo característico mara-gogipe, isto é, maiores dimensões de todos os órgãos da planta.

Tentativas de duplicação do número de cromosômios pelo emprego da colchicina vêm sendo feitas pelo Eng. Agr. A. J. T. Mendes, porém, até o momento, não se conseguiram resultados positivos.

2.1 - H A P L Ó I D E D E SEMPERFLORENS

Notou-se, em 1941, na coleção de variedades da Estação Experimental deste Instituto em Ribeirão Preto, que, entre 10 plantas monosperma, havia uma do tipo semperflorens (planta C 702). Material para enxertia dessa planta, foi trazido para Campinas.

A variedade semperjlorens — Cojjea arábica L. var. semperjlorens K. M . C. possui ramificação lateral fazendo um ângulo menor com a haste principal do que a da var. typica. Tem folhas semelhantes às do bourbon, de um verde mais escuro e apresenta o caráter de produzir flores quase que durante todos os meses do ano. Por esse motivo, encontram-se, fre-quentemente, nas plantas semperflorens, frutos em todos os estados de de-senvolvimento.

A forma haplóide se assemelha ao semperflorens no tipo de ramificação. As folhas são menores, mais estreitas (quadro 1) e menos coriáceas que as do semperflorens (est. 2-B) e o florescimento também se dá em várias épocas do ano, apesar de não ser muito intenso. A esterilidade é muito pronunciada, raramente se formando alguns frutos.

O característico semperflorens é controlado por um par de fatores gené-ticos recessivos (sj sj) (19). Em uma única dose, no haplóide, esse fator tem o mesmo efeito, notando-se apenas alteração na forma e textura das folhas e um florescimento menos pronunciado, embora ocorra também em várias épocas do ano.

2 . 5 - H A P L Ó I D E D E LAURINA

(8)

2 0 6 B R A G A N T I A VOL. 12, N .0 8

4-6

O característico laurina também é controlado por um par de fatores genéticos recessivos (Zr Ir) (19). N o haplóide, o fator se manifesta de modo semelhante, indicando que uma dose do gen recessivo tem o efeito de duas doses, sendo as folhas menores e mais finas.

2.6 - H A P L Ó I D E D E ERECTA

O fator erecta é dominante e altera a direção dos ramos plagiotrópicos, que crescem verticalmente, apesar de se manterem diferentes dos ramos ortotrópicos verdadeiros (19). Em 1950, examinando-se, no viveiro, alguns híbridos entre a var. erecta, Cojjea arábica L. var. erecta Ottõlander e a var.

cera, Cojjea arábica L. var. cera K.M.C., encontrou-se uma planta, H.

1677-1, tipo erecta monosperma. A ramificação desse haplóide é exatamente igual à do erecta e as folhas semelhantes às do haplóide da var. typica (est. 1-D). Uma dose do gen erecta (Er) é, pois, suficiente para produzir o mesmo efeito de duas doses do gen sobre a ramificação.

2.7 - H A P L Ó I D E D E CATURRA

A variedade caturra, Cojjea arábica L. var. caturra K.M.C., caracte-riza-se por ter porte menor, folhas pouco maiores que as do bourbon e inter-nódios bem pequenos. Seus caracteres principais são controlados por um par de fatores dominantes (Ct Ct) (19). Em 1950, duas plantas monosperma foram encontradas nas progénies de cafeeiros dessa variedade. Esses ha-plóides têm o porte semelhante ao da variedade caturra, internódios bem curtos, porém folhas mais estreitas (quadro 1) e bem menos coriáceas (est.

2-C). Esses cafeeiros ainda não floresceram.

Nesses haplóides também, uma dose do gen Ct tem o mesmo efeito de duas doses desse fator sobre a morfologia da planta.

2.8 - H A P L Ó I D E D E SAN RAMON

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A B R I L - J U N H O , 1 9 5 2 207

3 - UTILIZAÇÃO DOS HAPLÓIDES

Frequentes são as referências na literatura dos haplóides, relativas à possível utilização destes nas pesquisas de genética e melhoramento.

Apresentando os fatores genéticos na condição homozigota, os haplói-des podem ser empregados no estudo da dosagem dos fatores genéticos. Duplicando-se-lhes o número de cromosômios, os diplóides assim obtidos podem dar origem a progénies consideradas linhas puras. Estas têm aplica-ções diversas no melhoramento. Primeiramente, fornecem, em tempo redu-zido, progénie homozigota para os fatores genéticos. Essas linhas puras, se produtivas, podem ser diretamente usadas para plantações ou em cruza-mentos com outras plantas também obtidas pela duplicação de cromosômios de haplóides, a fim de se sintetizarem híbridos uniformes (5). Como se trata de material homozigoto, pode ser ainda usado em experiências, como indicador' do efeito da variação do meio ambiente ( 2 3 ) . Os haplóides dupli-cados podem, por fim, ter aplicação no estudo da determinação das taxas de mutação e dos efeitos dos vários agentes na alteração da frequência de mutação. Tem-se chamado atenção para o isolamento de haplóides de cons-tituições genéticas diversas, obtidos a partir de híbridos e seu emprego nos planos de seleção ( 3 2 ) .

A julgar pelos dados obtidos sobre a percentagem de cruzamento natu-ral que ocorre nas condições de Campinas, a espécie C. arábica é quase que inteiramente autógama, apresentando apenas 7 - 9 % de sementes de natu-reza híbrida. Mesmo assim, há interesse, na obtenção de progénies homo-zigotas das principais variedades, pela duplicação do número de cromosô-mios dos haplóides encontrados nas progénies de plantas bem produtivas. Um projeto especial (16) vem sendo executado com o fim de obter sucessivas gerações autofecundadas, principalmente da variedade bourbon, tendo-se já, nestes 2 0 anos, conseguido progénies com quatro autofecundações su-cessivas.

Na variedade bourbon já se obteve duplicação do número de

cromo-sômios de haplóides tanto por meio de colchicina, (planta C 3 5 7 - 2 1 ) ( 2 8 ) ,

como por mutação somática natural de uma planta haplóide (RP 13). Nes-'"ses casos, foi total a restauração da fertilidade.

Progénies de dois desses haplóides duplicados acham-se já em obser-vação, bem como o híbrido entre eles, a fim de verificar a sua produtividade. Recentemente, iniciaram-se, em colaboração com o Departamento de Física da Universidade de São Paulo, experiências preliminares de tratamento com raios-X das sementes de café dos haplóides duplicados, a fim de obser-var os efeitos produzidos. Esses estudos serão ampliados futuramente.

4 - DISCUSSÃO

Das principais espécies do gênero Cojjea, a única que apresenta 44 cro-mosômios somáticos é a espécie C. arábica L. As demais possuem apenas

2 2 cromosômios. Tem-se considerado C. arábica como um alotetraplóide.

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2 0 8 B R A G A N T I A V O L . 1 2 . \ . " • 4-6

tempo, a julgar pelos estudos da meiose (25, 29) e resultados das análises genéticas (19). D o cruzamento entre as diversas variedades de C. arábica com a variedade typica dessa espécie, considerada como tipo padrão, têm-se obtido relações simples, correspondentes a segregações de um a dois pares de fatores genéticos. Não foram observadas, até o momento, relações corres-pondentes a segregações de tetraplóides ou de fatores duplicados.

Apesar de a maioria das variedades de C. arábica possuir 44 cromosô-mios, há algumas exceções, constituídas pelas formas bullata e monosperma. O que se denomina variedade bullata são plantas que apresentam folhas de textura mais espessa e relativamente mais largas do que as da var. typica. Apresenta 66 ou 88 cromosômios somáticos e são praticamente estéreis (17). As plantas monosperma, como foi mencionado, possuem folhas com textura mais fina e mais estreitas do que as da var. typica. Naquelas em que já se efetuou a contagem dos cromosômios, verificou-se possuirem 22 cromosô-mios somáticos (30, 31). São também todas elas quase estéreis, não se tendo notado diferenças genéticas que afetam a fertilidade, como foi notado por Harland (12) em algodão. Os poucos frutos que produzem, apresentam, no geral, uma única semente, motivo da denominação monosperma. As plantas monosperma têm sido encontradas espontaneamente nos viveiros, em progenies de cafeeiros normais, ou em cafezais, já adultos. E provável que tenham origem partenogenética (27). A análise feita por Mendes (26), de embriões resultantes de uma mesma semente indicaram que deram plan-tas normais quanto ao número de cromosômios e que, no geral, os haplói-des de café não têm origem nas sementes poliembriônicas verdadeiras. Nenhum caso foi até agora encontrado em café de plantas haplóides resul-tantes de hibridação interespecífica, tal como tem sido encontrado em Ni-cotiana, onde interessantes casos de merogonia ou androgênese têm sido descritos (8, 15).

Já em 1929, Lindstrom (21) iniciou experiências para obter duplicação de cromosômios de uma planta haplóide de tomate, e Morison (33), em

(11)

heteroge-RESUMO

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caturra e San Ramon, da espécie Coffea arabica. Todos os haplóides

apre-sentam porte menor e fôlhas mais estreitas e mais finas do que as variedades que lhes deram origem. Apesar de as flores serem completas, nota-se este-rilidade muito acentuada. Raramente se formam alguns frutos, e êstes são providos de uma única semente, motivo pelo qual as plantas haplóides são denominadas "monosperma". Os fatôres genéticos dominantes

mara-gogipe (Mg), erecta (Er), caturra (Ct) e San Ramon, bem como os gens

recessi-vos semperflorens (sf), e laurina (lr), das variedades estudadas, manifestam-se nas plantas haplóides, de modo manifestam-semelhante ao que ocorre nas plantas diplóides correspondentes. O fator para coloração bronze dos brotos novos tem dominância incompleta e, na condição heterozigota (Brbr), mostra in-tensidade intermediária de côr. Nas plantas haplóides contendo um só alelo

Br, a côr dos brotos novos é bronze-clara. Uma única dose do fator Na,

que também apresenta dominância incompleta, dando, na forma hetero-zigota (Nana) e na presença de tt, o fenótipo conhecido por murta, mani-festa-se, na forma haplóide, dando plantas semelhantes às homozigotas

ttNaNa, apenas com fôlhas mais estreitas e mais finas.

Chamou-se atenção para as linhas puras de café obtidas pela dupli-cação do número de cromosômios dos haplóides e sua aplidupli-cação nos ensaios de linhagens e na determinação das taxas de mutação.

As observações realizadas na meiose da espécie C. arabica, bem como os dados das análises genéticas e as observações feitas nesses haplóides parecem indicar que, se essa espécie fôr alotetraplóide, tal origem deve ser bem antiga, comportando-se hoje a espécie C. arábica, como um diplóide normal.

As plantas monosperma, bem como as plantas bullata, podem ser en-contradas em qualquer variedade de café, motivo por que não devem ser consideradas como variedades, mas, apenas, como haplóides ou poliplóides das variedades de que se originaram.

S U M M A R Y

H a p l o i d plants w e r e found in progenies of the following varieties of Coffea arabica :

typica, bourbon, maragogipe, semperflorens, laurina, erecta, caturra and San Ramon. T h e s e

haploids resemble the normal plants from w h i c h they have originated ; t h e y are reduced in size, their branches are m o r e slender and the leaves are narrower and thinner. F l o w e r s are normal, smaller, w i t h v e r y l o w fertility, due t o abnormal meiosis.

T h e d o m i n a n t genetic factors maragogipe (Mg), erecta (Er), caturra (Ct), and San

Ramon, and the recessive factors semperflorens (sf) and laurina (lr) have the same p h e n o ¬

typical expression b o t h in haploid and normal plants. T h e Br (bronze y o u n g leaves) gene s h o w s incomplete dominance, the heterozygous plants having light bronze t i p s ; the haploid w i t h a single dose of Br has also a light bronze color of the y o u n g leaves. I n the presence of tt the Na gene is incompletely dominant the heterozygotes having the murta p h e n o t y p e (ttNana). Haploids derived from bourbon (ttNaNa), therefore hemi-z y g o t e s t Na, d o n o t resemble murta b u t bourbon.

Attention was called t o pure lines obtained through duplication of c h r o m o s o m e n u m b e r of haploids, for use in p r o g e n y tests, in order t o measure the environmental vari-ation, and also to determine mutation rate in C. arabica.

(13)

Monosperma coffee plants w i t h 22 somatic c h r o m o s o m e s , and the bullata types w i t h

66 o r 88 chromoeomes, should n o t be considered a n y more as varieties o f C. arabica, b u t o n l y as haploids or polyploids of the varieties from w h i c h they originated.

L I T E R A T U R A C I T A D A

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Referências

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