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Programa de desenvolvimento de competências gerenciais: fator de aprendizagem organizacional - um estudo de caso na IMERYS - Rio Capim Caulim

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(1)

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS – FGV

ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA

CURSO DE MESTRADO EM ADMINISTRAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS

GERENCIAIS: fator de aprendizagem organizacional - Um estudo de

caso na IMERYS - Rio Capim Caulim.

(2)

FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS

TEREZA CRISTINA RIBEIRO ANAISSE CRUZ

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS

GERENCIAIS: fator de aprendizagem organizacional - Um estudo de

caso na IMERYS - Rio Capim Caulim.

Rio de Janeiro-2010

(3)

PROGRAMA

DE

DESENVOLVIMENTO

DE

COMPETÊNCIAS

GERENCIAIS: fator de aprendizagem organizacional - Um estudo de

caso na IMERYS - Rio Capim Caulim.

Rio de Janeiro 2010

Dissertação apresentada à Escola Brasileira de

Administração Pública e de Empresas da

Fundação Getúlio Vargas, como requisito parcial

para a obtenção do Título de Mestre em Gestão

Empresarial.

Orientador: Profº. Dr. Francisco Marcelo Garritano

Barone do Nascimento.

(4)

Ao meu esposo,

pelo estímulo desde a primeira hora e pelo

apoio constante a cada novo desafio. Pela

paciência, amor, alegria, cumplicidade,

e atenção sem reservas...

(5)

AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador professor Dr. Francisco Marcelo Barone, pelas orientações e ensinamentos. dispensados na construção deste estudo.

À minha co-orientadora professora Drª. Deborah Moraes Zouain, pela paciência, compreensão e apoio durante a realização do mestrado.

Aos meus professores do Mestrado, cujo saber proporcionou uma ampla evolução dos meus conhecimentos.

Às Professoras Drª, Maria de Nazaré Vieira e Catarina Libonati, exemplo de profissionais, pelos seus ensinamentos, dedicação e contribuição no trabalho.

Aos Professores Dr. Rinaldo Ribeiro Moraes e ao Mestre Mário Augusto Botelho, pelo apoio e sugestões dispensadas durante todo o estudo.

À Bibliotecária da Faculdade Ideal, Maria de Lourdes Pacheco, sempre disponível e dedicada, obrigada pela contribuição.

Ao Diretor Presidente, Sr. Milton Costantin, pela sensibilidade, apoio e aprovação para realização da pesquisa na IMERYS - Rio Capim Caulim.

Aos Profissionais da IMERYS - Rio Capim Caulim, pela disponibilidade, colaboração e carinho dispensados a pesquisadora durante a realização da pesquisa.

À Gerente de Gestão de Pessoas da IMERYS - Rio Capim Caulim, Raquel Conde, pela sensibilidade, dedicação, simpatia e disponibilidade e principalmente pela pró-atividade e colaboração para com a realização da pesquisa.

Aos meus pais, especialmente pela educação e orientação na formação de meu caráter.

À Professora Lúcia da Costa Florenzano, preciosa e querida amiga, pelo incentivo, dedicação, carinho, apoio incansável e pela parceria nos últimos dez anos de vida acadêmica.

À Drª. Nádia Maria Gebelein, “irmã de coração”, pela gentileza e competência com que contribuiu na finalização deste estudo.

À todas as pessoas que contribuíram de alguma forma com a realização desta dissertação, os meus sinceros agradecimentos.

(6)

RESUMO

Este estudo foi realizado com o objetivo de investigar os impactos provocados pela

implementação de um Programa de Desenvolvimento de Competências Gerenciais

(PDCG), na percepção dos gestores, no que concerne ao processo de

aprendizagem organizacional. Para isso, foi realizada uma pesquisa na empresa

IMERYS - Rio Capim Caulim que implantou e implementou este programa em 2009.

Primeiramente, foi apresentada a revisão bibliográfica sobre os principais

mecanismos estratégicos utilizados como embasamento teórico para o

desenvolvimento da pesquisa, o histórico e o organograma da empresa e

posteriormente a estrutura do PDCG. O método utilizado para verificação foi de

natureza qualitativa, apresentado sob a estratégia de estudo de caso na empresa

anteriormente citada, elaborado através de entrevistas estruturadas à dezenove

participantes do referido programa. O que se percebe na pesquisa é que a empresa

IMERYS, através da implementação do PDCG, encontra-se inserida no novo

paradigma de aprendizagem organizacional e reconhece, assim, que o investimento

em conhecimento é um dos pilares de sustentação de qualquer organização –

inclusive a própria.

Palavras-Chave: Gestão de Pessoas, Gestão de Competências Gerencias, Gestão do Conhecimento; Educação e Aprendizagem nas Organizações, Treinamento e

(7)

ABSTRACT

The objective of this study was to investigate impact on the managers perception of

the learning organization process with regard the introduction of Management

Competency Development Program (MCDP). For such, research was developed on

IMERYS - Rio Caulim Company which adopted this program in 2009. First of all, it is

presented bibliography review about principal strategy mechanisms used as theorist

basis for the development of the research, the historic and organogran of, the

company and later, the MCDP structure. The method used for verification was

qualitative, and it was presented as study case in the previously cited company, it

was work out in detail by standardized interviews performed by nineteen members of

a group from cited program. The research reveals that because of MCDP, IMERYS

Company is in the course of organizational learning pattern and the company knows

the significance of investing in knowledge which is one of the mainstay that support

any organization, including its own.

Keywords: people management, management competency administration, Knowledge management, Teaching and Learning business, training and

(8)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

FACI Faculdade Ideal

PDCG Programa de Desenvolvimento de Competências Gerenciais

T&D Treinamento e Desenvolvimento

RH Recursos Humanos

GP Gestão de Pessoas

DGP Departamento de Gestão de Pessoas

RCC Rio Capim Caulim

DDS Diálogo Diário de Segurança

EPI Equipamento de Proteção Individual

DP Departamento de Pessoal

ADRH Administração de Recursos Humanos

DG Desenvolvimento Gerencial

QI Coeficiente Intelectual

QE Coeficiente Emocional

DNT Diagnóstico de Necessidades de Treinamento

(9)

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO... 10

1.1. PROBLEMA ... 12

2. REFERENCIAL TEÓRICO... 13

2.1. GESTÃO DE PESSOAS ... 13

2.1.1. Do departamento de pessoal ao parceiro estratégico ... 13

2.2. GESTÃO DE COMPETÊNCIAS GERENCIAIS... 17

2.2.1. Definindo o conceito ... 17

2.2.2. Competências organizacionais e individuais ... 19

2.2.3. Competências gerenciais ... 21

2.3. GESTÃO DO CONHECIMENTO ... 23

2.4.EDUCAÇÃO E APRENDIZAGEM NAS ORGANIZAÇÕES... 25

2.4.1. Educação e aprendizagem ... 25

2.4.2. Definindo a aprendizagem organizacional ... 27

2.4.3. O processo de aprendizagem organizacional ... 29

2.4.4. O processo de aprendizagem nos indivíduos ... 31

2.4.5. Aprendizagem organizacional e competências ... 33

2.4.6. Aprendizagem como processo de mudança ... 34

2.5. TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO EMPRESARIAL 36 2.5.1. Discutindo os conceitos ... 36

2.5.2. As etapas do processo de treinamento e desenvolvimento ... 39

2.5.2.1. Diagnóstico - DNT/LNT... 40

2.5.2.2. Planejamento... 42

2.5.2.3. Implementação... 42

2.5.2.4. Avaliação... 43

2.5.3. Metodologias em T&D ... 45

2.5.4. Desenvolvimento gerencial ... 45

3. CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO: O CASO IMERYS- RCC ... 48

3.1. HISTÓRICO ... 48

3.2. PRODUTO ... 48

(10)

3.4. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ... 51

4. PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS GERENCIAIS DA IMERYS – RIO CAPIM CAULIM... 52

4.1. ESTRUTURA DOS MÓDULOS... 52

4.2. CARACTERIZAÇÃO DO CURSO... 52

4.3. OBJETIVOS DO PDCG... 53

4.4. ESTRUTURAÇÃO DO PROGRAMA... 53

4.5. METODOLOGIA DO ENSINO... 54

4.6. FORMAS DE AVALIAÇÃO... 54

5. METODOLOGIA ... 55

5.1. DELINEAMENTO DA PESQUISA ... 55

5.2. PERFIL DOS ENTREVISTADOS ... 55

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 57

6.1. CATEGORIA DE ANÁLISE... 57

6.2. DISCUSSÕES E ANÁLISE DAS ENTREVISTAS... 57

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 77

REFERÊNCIAS ... 81

APENDICE ... 86

(11)

1 INTRODUÇÃO

As contínuas transformações que, historicamente, vêm ocorrendo no

mercado mundial tem provocado mudanças intensas e profundas na cultura

organizacional das empresas. Na busca de garantir sua “fatia” neste imenso “bolo”

global e globalizado, novos conceitos e paradigmas ganharam espaço e

credibilidade em uma nova visão do modo de gerenciar e administrar as instituições.

Neste contexto, a questão da pessoa como elemento tão ou mais importante que o

equipamento, tem se destacado sobremaneira. Ora, é o “capital intelectual” que

proporciona o “diferencial competitivo” da empresa – e isto sim é um novo

paradigma do atual mundo do trabalho.

Nesse sentido, a implantação e implementação de ferramentas estratégicas

torna-se não apenas necessária como mandatória para o êxito de tal iniciativa. A

Gestão de Pessoas, neste novo paradigma, abolindo a visão arcaica do

“departamento de pessoal”, passa a ressaltar a importância do investimento no

desenvolvimento do empregado como “parceiro estratégico”, condição

imprescindível para o sucesso da empresa – qualquer empresa.

A Gestão de Competências Gerenciais, nesta leitura onde a aplicação do

conhecimento, habilidades e atitudes individuais são diferenciais competitivos, é

levada a ligar-se aos reais objetivos da organização. A liderança individual acaba por

transformar-se em liderança grupal para chegar à liderança e consolidação

organizacional.

A Gestão do Conhecimento também alinha-se aos novos paradigmas

organizacionais e não apenas do aprendizado individual de cada funcionário; mas

que esse ganho acabe por tornar-se um instrumento multiplicador e disseminador,

de modo que gere um conhecimento coletivo proporcionando o objetivo maior que é

a aprendizagem organizacional. Para isso, deve-se destacar, é preciso que se tenha

uma profunda compreensão da dinâmica da educação e aprendizagem corporativa,

onde, no final adote-se um consolidado programa de treinamento e desenvolvimento

continuado.

No Brasil, o setor empresarial tem acompanhado, mesmo que muitas vezes

(12)

instituições vêm investido significativamente na renovação do seu processo gestor,

com vários resultados positivos, começando a se afirmar. Dentre elas, no Estado do

Pará, destaca-se a IMERYS - Rio Capim Caulim que, entre outros mecanismos,

implantou e implementou o Programa de Desenvolvimento de Competências

Gerenciais no ano de 2009.

A pesquisa é um estudo de caso na empresa IMERYS - Rio Capim Caulim,

onde foi verificado os impactos causados na referida empresa, com a

implementação de um programa de desenvolvimento de competências gerenciais na

visão dos colaboradores participantes do processo de desenvolvimento.

O presente estudo apresenta-se estruturado em 7 (sete) capítulos. No

primeiro, na introdução, o destaque é a apresentação do problema de pesquisa – a

partir dele que foi delineado todo o estudo.

O segundo capítulo trata do referencial teórico. Nesta análise, os itens

contemplados foram: gestão de pessoas, gestão de competências gerenciais,

gestão do conhecimento, treinamento e desenvolvimento e a compreensão da

dinâmica da educação e aprendizagem nas organizações.

O terceiro capítulo visa caracterizar a organização objeto de estudo – a

empresa IMERYS – Rio Capim Caulim. Os pontos contemplados aqui são: a parte

histórica e o presente da empresa, com destaque para o produto, seu sistema de

gestão de pessoas e a estrutura organizacional.

O quarto capítulo trata do programa de desenvolvimento de competências

da Imerys – Rio Capim Caulim. A evidência, aqui, são os pontos contemplados e as

escolhas feitas para levar a empreitada adiante.

O quinto capítulo é a metodologia utilizada para a pesquisa. A proposta foi a

utilização de um estudo de caso, considerado, este, uma categoria de pesquisa cujo

objeto é uma unidade que se analisa profundamente – no caso, a empresa IMERYS

– Rio Capim Caulim.

O sexto e o sétimo capítulos tratam, respectivamente, dos resultados e

discussões e as considerações finais da pesquisa. A ênfase, toda, nessas partes, é

o alinhamento teórico e mercadológico entre a empresa e a aprendizagem

(13)

1.1. PROBLEMA

Tendo como ponto de partida um mercado extremamente dinâmico,

competitivo e assimétrico, onde as empresas estão buscando ampliar sua inserção

no ambiente mercadológico, o que se busca perceber no trabalho é a resposta para

a seguinte pergunta: quais os impactos observados após a implantação do

programa de desenvolvimento de competências gerenciais na empresa, na visão

dos participantes, tendo como eixo central o processo de aprendizagem

(14)

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 GESTÃO DE PESSOAS

2.1.1 Do departamento de pessoal ao parceiro estratégico

A expressão RH é a área de estudos da administração que lida com os

aspectos relativos ao ser humano, nas organizações. E pode se dizer que hoje, mais

do que em qualquer outro tempo da história do capitalismo, é uma atividade muito

desafiadora e competitiva. Desde o seu advento, essa área recebeu várias

denominações tais como administração de pessoal, relações industriais, relações

humanas, administração de recursos humanos, administração e desenvolvimento de

recursos humanos e, atualmente, gestão com pessoas - também gestão de talentos;

entre outras.

São de fato muitas nomenclaturas que longe de ser um ponto fraco reforçam,

com ênfase, o quanto é importante trabalhar com pessoas. De uma outra forma,

conforme Gil (2001, p. 18):

Os argumentos em prol dessa mudança de nomenclatura ressaltam que o termo Administração de Recursos Humanos é muito restritivo, pois implica a percepção das pessoas que trabalham numa organização apenas como recursos, ao lado dos recursos materiais e financeiros. Por isso mesmo, alguns autores, adeptos da Gestão de Pessoas, procuram designar as pessoas que trabalham nas organizações não mais como empregados ou funcionários, mas como cooperadores ou parceiros.

Dentro de uma breve perspectiva histórica, as primeiras notícias sobre a

existência do RH nas empresas datam do final do século XIX e começo do século

XX. Para Caldas et al. (2002), nessa época, a área ainda estava em estado

embrionário de desenvolvimento, tinha como principal, senão única, atividade a

manutenção de um livro de registros, no qual se anotavam os nomes, salários,

contratações e demissões dos empregados. Contudo, não existia um órgão

específico para esse fim, geralmente o profissional da área ficava alocado junto a

outros processos administrativos, como controle de material e contábil.

No início do século XX o engenheiro Frederick W. Taylor, preocupado com

aumento da eficiência e produtividade e prosperidade dos funcionários, desenvolveu

(15)

pressupostos analisar cientificamente cada tarefa além de determinar a melhor

forma de realizá-la. Ainda: selecionar a melhor pessoa para cada trabalho, treinar e

fornecer incentivos financeiros para os trabalhadores realizarem melhor as tarefas e

dividir tarefas e responsabilidades. Fayol, também contribuiu com a Administração

científica, formulando a doutrina administrativa também ligada às pessoas chamada

de fayolismo. Citou, por exemplo, pela primeira vez, a divisão das funções do

administrador: planejar, organizar, coordenar, comandar e controlar. De certa forma

isto não apenas serviu para um melhor resultado da gestão mas, principalmente,

para o enquadramento de cada funcionário na sua divisão de tarefas mediante suas

especializações.

Gil (2001) assinala que o movimento da Administração Científica difundiu-se

globalmente e alinhou-se, rapidamente, aos fundamentos de acumulação do

capitalismo industrial e comercial nascente. Assim, ornou-se uma das principais

bases da organização industrial nas primeiras décadas do século”.

Na década de 1920, o movimento de relações humanas ressalta a

importância dos fatores psicológicos e sociais na produção. Como conseqüência

passou-se a valorizar as relações humanas no trabalho com um novo desafio aos

“chefes de pessoal”, que antes atuavam com base na força e no autoritarismo e

agora precisavam preocupar-se com o indivíduo e com suas necessidades. O que,

vale dizer, até esse momento ninguém estava preparado para esse tipo de atuação,

inclusive o “Chefe de pessoal”.

Para Caldas et. al. (2002, p.66), esse momento foi fundamental em dois

sentidos:

primeiro, porque reforçava a necessidade de as empresas darem atenção à gestão de pessoas de forma focada e segregada da gestão de outros recursos, o que fez aumentar, na prática, a estruturação do Departamento de Pessoal nas empresas bem como surgir muitas das principais leis que passam a regular as relações entre as empresas e seus empregados; segundo, porque tal movimento inicia um processo de “enriquecimento de tarefa” tanto na função do DP quanto da idéia de que foi fundamental no período seguinte para o desenvolvimento da função e da prática de recursos humanos.

(16)

De certa forma, o que se percebe, neste momento, é uma ruptura com o

entendimento clássico enfatizado por Taylor e Fayol no entendimento de como tratar

o colaborador. É uma efetiva forma de valorização do fator humano que Gil (2001,

p.19) assinala muito bem, conforme abaixo:

“A descoberta e a relevância do fator humano na empresa veio proporcionar o refinamento da ideologia da harmonização entre o capital e trabalho definida pelos teóricos da Administração Científica”.

Nesse sentido, é possível considerar que a escola das relações humanas

contribuiu com o processo de integração das pessoas numa situação de trabalho, de

forma a fazer com que os funcionários colaborem com a organização e também

encontrem satisfação de suas necessidades psicológicas e sociais.

No período posterior a segunda guerra mundial os sindicatos ganham força,

provocando, portanto, mudanças relevantes na administração de pessoal nas

organizações, onde o enfoque maior era dado às atividades de rotinas de pessoal

voltadas ao rigor legal e disciplinar. Diante dessa nova relação, Gil (2001) pondera

que a preocupação das empresas passou a ser com as condições de trabalho e a

concessão de benefícios aos seus trabalhadores. O “Chefe de pessoal” passou a ser

chamado de gerente de pessoal, porém, ele prosseguia ligado às relações

burocráticas, cumprindo e fazendo cumprir regras e normas.

Nesse período, com a concepção da legislação trabalhista, e a criação do

Ministério do Trabalho, surge nas empresas à necessidade de um setor mais

específico para cumprir as exigências legais, com procedimentos bem pontuais e de

controle. França (2007, p.9), menciona que “nessa época surge o setor com

atividades apenas de rotina como: apontamento de freqüências; pontualidade;

absenteísmo; registro de ponto e pagamento de salários”.

Marras (2000, p.22), confirma o pensamento quando relata que alguém

deveria contabilizar as entradas e saídas, os pagamentos, os vales, os descontos e

as faltas – o que não deixa de ser um reforçou ou uma preocupação estritamente

(17)

Para Albuquerque (1987), a partir da década de 50 a área de pessoal entra

na era chamada de “tecnicista”, balizada principalmente pela instalação das

montadoras de automóveis no Brasil, e a conseqüente importação das técnicas de

gestão dos EUA. Nesse período iniciou a transformação do departamento que

cuidava das pessoas, foi quando a função do Gerente de Pessoal passou a ser

denominada como Gerente de Recursos Humanos.

Caldas et. al. (2002), consideram que a Administração de Recursos

Humanos nos anos 1960 e 1970, reflete a tendência à mudança e as incertezas

políticas e econômicas e as múltiplas abordagens da gestão de organizações.

Famularo apud Caldas et. al. (2002, p. 73), relata a evolução da área da

gestão de pessoas nas empresas:

De uma concentração anterior no emprego de operários e programas de bem-estar social, a área de pessoal evoluiu para uma função essencial e uma constelação de habilidades e talentos, cobrindo um amplo espectro de atividades relacionadas com recrutamento, treinamento, seleção, colocação, desenvolvimento, avaliação, compensação, organização e conservação do negócio e de seu recurso mais crítico: as pessoas que fazem a organização produtiva.

Caldas et. al. (2002), assevera que além de contratar e manter as pessoas

qualificadas, as empresas precisam também encorajar a criatividade, estreitar os

laços entre as pessoas, melhorar a comunicação e criar estratégias capazes

aumentar a produtividade e ao mesmo tempo de minimizar a falta de cooperação e

absenteísmo.

Área de gestão de pessoas vem passando por grandes desafios,

especialmente a partir da década de 80, desafios esses tanto de natureza ambiental

quanto organizacional. Gil (2002, p.23) assegura que “nem todas as empresas

conseguiram ajustar-se a esses desafios, e muitas das que sobreviveram passaram

por experiências, como a reengenharia, a terceirização e o downsizing, que

produziram conseqüências de certa forma dramáticas para seu pessoal”.

Na década de 90, a área adota uma atuação mais estratégica, focada para

missão e visão da empresa. Wood Jr, apud França (2007), assevera que devido à

(18)

humanos, gestão de pessoas, gestão de talentos, gestão de gente, entre outras.

Agora com a preocupação em alinhar as ações de gestão de pessoas as estratégias

da empresa e com novo papel, o de consultor interno junto à alta administração e

aos gestores.

A área de GP vem se transformando lentamente no Brasil, tentando fugir da

postura insignificante e do estigma deixado pelo departamento de pessoal, sem

agregar valor à empresa. Caldas et al. (2002), afirma que ainda há um divórcio entre

o discurso idealizado e a prática da atuação do RH no Brasil.

Ainda Caldas et. al. (2002) considera que apesar do aprimoramento das

técnicas adotadas pela área de RH nos processos de recrutamento e seleção;

treinamento e desenvolvimento; valorização; compensação; promoção da qualidade

de vida no trabalho e da avaliação de desempenho das pessoas no trabalho, as

organizações parecem continuar enfrentar os mesmos e antigos problemas, ainda

percebe-se um comportamento retrógrado um vácuo entre a atuação “ideal”

(estratégica) e a clássica (DP).

Portanto, para que a área de gestão de pessoal possa dar conta no novo

mundo do trabalho será necessário abraçar um modelo de gestão pautada em

valores, e não simplesmente em normas, regras e papéis rígidos. As organizações,

a partir de então, deverão cuidar das pessoas de forma mais humanizada, adotando

posturas flexíveis, delegando a tomada de decisão, melhorando os fluxos de

comunicação, através do processo de aprendizagem e do aperfeiçoamento

contínuo.

2.2. GESTÃO DE COMPETÊNCIAS GERENCIAIS

2.2.1. Definindo o conceito

De acordo com Ruas (1999) e Gramigna (2007), deve-se entender o conceito

de competências a partir de uma visão sistêmica, pois esta não está somente

acostumada a velha definição que via na mesma a junção entre conhecimentos e

(19)

dos consumidores e os concorrentes mudaram, daí haver a necessidade de se

redimensionar o conceito.

Neste sentido, Ruas (1999, p. 4), afirma que:

[…] a competência não se reduz ao saber, nem tampouco ao saber-fazer, mas sim à sua capacidade de mobilizar e aplicar esses conhecimentos e capacidades numa condição particular, aonde se colocam recursos e restrições próprias à situação específica. Alguém pode conhecer métodos modernos de resolução de problemas e até mesmo ter desenvolvido habilidades relacionadas à sua aplicação, mas pode não perceber o momento e o local adequados para aplicá-los na sua atividade […] (RUAS, 1999, p. 4).

Partindo-se dessa assertiva, pode-se, então, afirmar que a competência ou a

maximização de seus resultados devem estar ligadas aos reais objetivos das

empresas ou das organizações, pois a mesma perderia valor caso não fosse

colocada a serviço das mesmas, haja vista, efetivar-se plenamente na dinâmica das

organizações. “A competência, portanto, não se coloca no âmbito dos recursos

(conhecimentos, habilidades), mas na mobilização destes recursos e, portanto, não

pode ser separada das condições de aplicação” (RUAS, 1999, p. 4).

De acordo com Gramigna (2007), o dinamismo do mercado, da concorrência,

dos processos envolvendo a globalização, e/mais, principalmente, dos pesados

investimentos que as empresas e organizações vêm realizando em seus

funcionários – e mesmo em um movimento reflexivo –, impôs as mesmas a

imperiosa tarefa de gerir o conjunto de competências que os novos trabalhadores

possuíam, no sentido de traduzi-las num diferencial para as empresas. Deste modo,

conforme observa Oderich (2001, p. 41):

Destaca-se uma mudança de enfoque, de um conceito de recurso estocado para um conceito mais dinâmico, relacionado ao desempenho. Assim, temos uma visão moderna do conceito de competência, que é concretizada na atitude, na capacidade de saber agir mobilizando conhecimentos e habilidades, sendo percebida de forma dinâmica.

É neste sentido, permeado de novas perspectivas que surge a necessidade

da gestão destes novos ativos, que a despeito dos conceitos serem diversos,

converge para o mesmo ponto, que é o do alinhamento da competência aos

postulados do gerenciamento, pois, como já verificado, competências

(20)

de mobilizar, integrar e colocar em ação conhecimentos, habilidades e formas de

atuar a fim de atingir/superar desempenhos configurados na missão da empresa e

da área”(RUAS, 1999, p. 6).

Ainda para o autor, é importante a interface entre os indivíduos para o

desenvolvimento das competências gerenciais, como também, perceber que as

mesmas envolvem-se dispersas no interior das organizações e empresas:

As competências estão em diferentes níveis organizacionais; há os níveis estratégicos (dimensão coorporativa), funcional (dimensão das áreas ou grupos da empresa) e gerencial (dimensão das atuação gerencial). A partir das competências essenciais, que estão a nível estratégico, diretamente ligadas à missão e visão da empresa e são coletivas, desenvolve-se as competências funcionais, também temos as competências gerenciais, individuais e relacionadas ao desenvolvimento da gerência (RUAS, 2005, p. 96).

Portanto, o desenvolvimento de competências gerenciais constitui-se como

fundamental para que as organizações obtenham a vantagem competitiva e

hegemonia em seus segmentos de atuação, pois, segundo Ruas (2005), cada vez

mais se faz necessário que as mesmas realizem pesados investimentos na

aprendizagem organizacional e no desenvolvimento de seus indivíduos.

2.2.2. Competências organizacionais e individuais

De acordo com Fleury e Fleury (2007), poucas palavras do mundo acadêmico

invadiram o cotidiano das pessoas como o termo competência; fala-se em

competência técnica, “competências do cotidiano”, competências a serem

desenvolvidas, enfim, existe um vasto conjunto de cenários em que se pode utilizar

tal palavra.

Gramigna (2007), Brandão (2007) e Dutra (2004), asseveram que a

competência ou domínio desta, constitui-se como uma diferença para as

organizações que desejem obter a vantagem competitiva. No contexto

organizacional o desenvolvimento de competências possui um significado mais

voltado para os indivíduos, isto é, para a liberação das capacidades que estes

possuem, logicamente focadas em um melhor desempenho organizacional.

Ao longo dos anos 80, os debates acadêmicos envolvendo a competência

(21)

conceito, debates esses que viriam beneficiar as organizações, independente de

suas missões.

Para Ruas (2005), a supervalorização dispensada à competência individual

dos trabalhadores pelas organizações, constitui-se como resultado de um processo

de extrema complexidade, cujo vetor principal seria a competição entre as

organizações presentes no ambiente de mercado.

Zarifian apud Fleury e Fleury (2007, p.28), observa que o mercado de trabalho

formal fora impactado por três grandes transformações que ampliariam a

necessidade das organizações desenvolverem as competências de seus membros:

1) a noção de eventualidade;

2) a necessidade de reforçar a comunicação;

3) a necessidade de reestruturação da noção de serviços – tendo como foco central o bem-atender, tanto no plano interno quanto externo do mercado.

O autor observa ainda, que as mudanças no mundo do trabalho fizeram-se

também no âmbito da atuação das organizações e impactaram, por conseguinte, na

visão estratégica das mesmas. A principal mudança está relacionada às imposições

do processo de globalização, enquanto que a segunda está voltada à visão

estratégica que as organizações possuem de seus membros e que estes têm das

organizações em que estão vinculados. Visão esta que lhes possibilita “saber agir”

em benefício de suas organizações, sempre que necessário, inclusive

capacitando-se para resolver as questões que emanam dos ambientes internos e externos.

Neste sentido, Fleury e Fleury (2007, p. 30) definem competência como: “Um

saber agir responsável e reconhecido, o que implica mobilizar, integrar, transferir

conhecimentos, recursos, habilidades que agreguem valor econômico à organização

e valor social ao indivíduo”.

É importante destacar que as competências individuais diferem das

competências organizacionais, pois são exclusivas, além do fato de pertencerem às

organizações de forma singular, conforme observam Prahalad e Hamel apud Fleury

e Fleury (2007, p. 33).

(22)

Ao definir sua estratégia competitiva, a empresa identifica as competências essenciais do negócio e as competências necessárias a cada função – As competências organizacionais

Em Zarifian apud Fleury e Fleury (2007, p.35), demonstra-se as principais

competências organizacionais que posteriormente transformar-se-ão em

competências individuais à medida em que estas interagem, estando divididas em

quatro perspectivas:

1) Competência sobre processos; 2) Competências técnicas;

3) Competências sobre a organização; 4) Competências serviços.

A primeira definição, proposta pelo autor, está relacionada ao domínio das

informações relativas ao processo de trabalho, a segunda está ligada aos domínios

das técnicas para executar determinada tarefa. A competência sobre a organização

está relacionada ao fluxo de trabalho no interior das mesmas. A competência de

serviços, segundo o autor, funde a técnica à competência.

Sendo assim, deve-se compreender e se utilizar da competência a partir de

uma visão holística, como fora proposta por Brandão (2007), que apontam para a

necessidade de se explorar todas as potencialidades cognitivas e estratégicas dos

membros existentes nas organizações, para que estas possam responder de

maneira rápida e alinhada aos desafios que emanam do ambiente de mercado, cada

vez mais diversificado.

2.2.3. Competências gerenciais

A percepção de que as organizações teriam desempenho superior se

contribuíssem para com o desenvolvimento das capacidades e competências de

seus membros, impactou de forma profunda a administração de recursos humanos

no mundo contemporâneo. Entretanto, a nova conjuntura impõe que as empresas

possibilitem a criação em seus respectivos ambientes de novas formas de gestão

dos conhecimentos que estas possuem, como por exemplo, o desenvolvimento de

competências gerenciais, vistas por Oderich apud Ruas (2005, p.90), como mais

uma variável que compõem o caminho para se chegar à vantagem competitiva, com

a diferença que esta, se bem considerada e sendo objeto de investimentos

(23)

competitiva sustentada e de longo prazo. E ainda, segundo o mesmo autor, “os

gerentes podem viabilizar processos de transformações internas e tornar as

empresas mais humanizadas”.

Neste sentido, as organizações necessitam de indivíduos capazes de

gerenciar as competências existentes e gerar um ambiente interno especial, focado

em resultados favoráveis e qualidade de vida a todos os envolvidos. Para

Mintzemberg apud Souza (2007), as organizações devem ainda focar suas ações no

desenvolvimento de indivíduos capazes de organizar os fluxos de competências

existentes em seus ambientes, principalmente aqueles relativos à informação e as

relações de seus membros, haja vista o referido teórico conceber tais variáveis como

fundamentais para que as organizações obtenham uma boa performance frente ao

segmento em que operem. “Em grandes organizações, o papel do gerente não

depende tanto do que ele mesmo faz, como alocar recursos ou tomar decisões, e

sim do tanto que ele ajuda outros a fazê-lo” (MINTZBERG apud RUAS, 2005, p. 61).

Para Ruas (2005), as competências gerenciais constituem-se como a base de

um modelo de gestão que implica à organização das energias dispersas nas

empresas, sob a forma de indivíduos com especializações diferenciadas. Neste

sentido, o autor observa que as competências gerenciais devem, principalmente,

estar e ser organizadas com vista a facilitar o desenvolvimento do trabalho no

ambiente organizacional.

Drucker (1997) observa que o grande desafio imposto às empresas que

desejem obter a vantagem competitiva de modo sustentado, está focado na maneira

como estas irão gerir as competências de seus membros, pois uma estratégia bem

orientada, com certeza, convergirá em sucesso, lucro e hegemonia no mercado,

enquanto que competências gerenciais utilizadas fora de contexto podem reverter-se

em fracasso, prejuízos e perdas de mercado.

O “novo” gestor deve possuir duas competências básicas: competências

técnicas (QI) e as competências comportamentais (QE). As técnicas dizem respeito

a inteligência intelectual (QI), ou seja, o conhecimento acadêmico que o individuo

agregou ao longo de sua vida, enquanto as comportamentais estão relacionadas a

inteligência emocional (QE), voltada ao nível do equilíbrio e adequação de como o

(24)

2.3 GESTÃO DO CONHECIMENTO

A dinâmica imposta às organizações existentes no mercado aponta para

diversos vetores: necessidade de realização de programa de treinamento e

desenvolvimento sustentável, desenvolvimento de novas mercadorias, inovação

constante, mas principalmente, apontam para a necessidade do redimensionamento

da informação em sua tomada de decisão.

Para Boog e Boog (2002), a gestão do conhecimento é fundamental para que

as empresas consigam operacionalizar e tomar decisões que, certamente, irão

impactar sua dinâmica de relação de mercado por um longo período.

Isto se deve, quando positivamente organizada, à prioridade que as mesmas

dão à informação e ao conhecimento. Para Terra (2010), deve-se antes de qualquer

coisa, perceber que o conhecimento e a sua perfeita gestão estão relacionados à

sobrevivência da organização.

Carbone (2006), assevera que as organizações não só devem gerir

conhecimentos como também produzi-lo, pois:

A criação do conhecimento representa uma perspectiva ampla e promissora, pois viabiliza a geração de interações de forma duradoura. Isto, por sua vez, permite vislumbrar a conquista da vantagem competitiva duradoura por parte das empresas criadoras do conhecimento (CARBONE, 2006, p. 87).

Ainda de acordo com os autores em questão, a perfeita gestão do

conhecimento, independente dos seus postulados epistemológicos, ocorre quando

efetiva-se o processo de conversão plena do conhecimento, entendida a partir da

obediência de quatro premissas básicas desse processo:

1) Socialização (tácito-técnico): é o processo de compartilhamento do conhecimento, por meio da experiência;

2) Externalização (tácito-explícito): é o processo de articulação do conhecimento tácito com conhecimentos explícitos, por meio de metáforas, analogias, símbolos, slogans ou modelos;

3) Combinação (explícito-explícito): é o processo de sistematização de conhecimento, diferente do conhecimento explícito;

(25)

O processo de construção e gestão do conhecimento deve ser concebido ou

otimizado sempre, porém deve conciliar o seu objetivo maior, isto é, contribuir para

resolver problemas da civilização moderna, sem obviamente descaracterizar os

processos interacionistas.

Segundo Monteiro (2009), é quase impossível que se compreenda as

dinâmicas existentes nos mercados, na política, na sociedade e em suas instituições

sem o devido domínio do conhecimento, recurso este entendido pelo autor como

ferramenta de fundamental importância para a busca da vantagem competitiva e

também para que se alcance os objetivos organizacionais.

Para que isto ocorra, Boog e Boog (2006) e Monteiro (2009) estabelecem um

conjunto de procedimentos que as organizações, empresas, instituições e demais

agentes devem seguir, principalmente aqueles relacionados à gestão do

conhecimento, haja vista, os autores compreenderem que o conhecimento produzido

e utilizado de forma desarticulada pode contribuir para com o insucesso das

estratégias previamente elaborada pelas organizações. Dentre estes procedimentos,

Monteiro (2009) chama atenção para o nível de prioridade que as empresas

atribuem à gestão do conhecimento e também ao tratamento que as mesmas

dispensam à referida variável.

Boog e Boog (2002), consideram que um dos grandes desafios que impõe-se

às organizações está justamente nos processos relativos à passagem do

conhecimento comum para o conhecimento mais especializado, pois existe uma

complexidade extrema no estabelecimento destes parâmetros, uma vez que

costuma-se coroar a “experiência” consolidada em detrimento da racionalização do

conhecimento.

Neste sentido, Terra (2010) e Fleury e Fleury (2007) ratificam as proposições

de Boog e Boog (2002), observando que a gestão do conhecimento deve obedecer

aos interesses da organização, pois em última instância é esta que será responsável

pela confecção dos produtos finais do conhecimento.

Partindo-se desta premissa é fundamental que se estabeleçam e se

distinguem os tipos de conhecimentos que existem no meio ambiente e também

(26)

Neste sentido, Nonaka e Takeushi (1997), após muitas reflexões envolvendo

estudo de caso que teve como foco uma indústria japonesa, desenvolveram a teoria

do conhecimento organizacional. Tais autores contribuíram de forma significativa

para a compreensão do processo de gestão do conhecimento, pois relacionaram os

mesmos à necessidade de conhecimento por parte das organizações das variáveis

que poderiam afetar sua tomada de decisão.

Para Nonaka e Takeushi (1997), obter informações do ambiente em que as

organizações estavam envolvidas constituía-se como a primeira decisão a ser

tomada por parte daqueles que deveriam reger o processo de gestão do

conhecimento.

2.4 EDUCAÇÃO E APRENDIZAGEM NAS ORGANIZAÇÕES

2.4.1. Educação e aprendizagem

De acordo com Freire (1992), Feitag (1980) e Demo (1994), a educação

enquanto mecanismo de libertação, empoderamento e maximização da capacidade

cognitiva dos indivíduos deve romper com o ciclo onde predominava o básico

entendimento do processo do ato de educar, isto é, romper com os atos de

“assimilar” e “usar” de maneira mecânica informações pré-concebidas.

Freire (1992),compreendia o processo educacional como um instrumento em

que havia uma simbiose produtiva entre os educandos e os potenciais educadores,

pois para o autor, o processo educar não existiria de forma desconectada, unilateral,

mais que isto, para ele, o processo em questão, concorreria para expandir a

capacidade cognitiva dos envolvidos.

No campo específico do trabalho, em sentido lato, Demo (1994) compreende

que o trabalhador educado sob pressupostos mais amplos e emancipatórios

constitui-se como um novo diferencial quando confirmado aos velhos trabalhadores

menos desempenhadores de simples tarefas:

(27)

Isso inclui condição de avaliar processos complexos, visão geral da situação e evolução, capacidade multidisciplinar e, sobretudo, formação permanente (DEMO, 1994, p. 19).

Aliada à evolução dos postulados em relação à concepção de educação,

têm-se historicamente assistido um conjunto de transformações nas organizações:

mercado, economia, política, relações sociais; transformações estas que com o

advento de processos como a globalização, não somente impactaram sobre as vidas

de bilhões de pessoas como também formaram pensadores de várias linhas

acadêmicas a refletir sobre os impactos que estas exerceram sobre o novo “modo

de agir” de homens e mulheres, nos setores anteriormente destacados, pois se no

passado as preocupações de Marx (1996) e dos ludistas estavam focadas na

preservação das capacidades reprodutoras mecânicas dos trabalhadores,

atualmente, as preocupações residem no desenvolvimento de estratégias que

libertam as capacidades criativas destes.

Muitas foram as áreas impactadas pela dinâmica do mercado e pela evolução

dos processos sociais, porém, como explicitam Pozo (2002), Boog e Boog (2002),

Porter (1998). As áreas da Administração e da Psicologia emergiram deste processo

como estratégicas para as empresas, organizações e demais atores que objetivem

maximizar resultados/manter seu status na produção ou (re) dominar os segmentos

onde já manteriam a vantagem competitiva. Neste sentido, o ato de aprender deve

ser redimensionado, pois aprender exige novas capacidades dos indivíduos.

Aprender é, essencialmente, um processo contínuo de aquisição de novas formas de conduta ou de modificação de formas de conduta. Conduta aqui deve ser entendida não apenas no contexto do empoderamento interior, como também em condicionar qualquer atividade mental e/ou afetiva que determine novas formas de ação, aquisição de um novo hábito, comportamento ou resposta (CARVALHO, 1999, p. 18).

De acordo com as suposições do autor, os processos relativos à educação e

aprendizagem interagem com objetivo de possibilitar aos indivíduos posturas

reflexivas e propositivas ante as varias situações, o respeito ao desenvolvimento

individual e, acima de tudo, estimular a capacidade cognitiva das pessoas, pois

muitos dos problemas que foram emanados do social foram resolvidos a partir da

simbiose entre a educação e aprendizagem, haja vista as mesmas caminharem

(28)

2.4.2. Definindo a aprendizagem organizacional

Em um mundo extremamente dinâmico, onde mercado, estado e as

organizações caminham ainda de forma separada em busca da vantagem

competitiva, faz-se necessário, cada vez mais, compreender, aprender e

“re-manufaturar” velhos conhecimentos, transformando-os em novos produtos, novas

ferramentas e, porque não dizer, em vantagem competitiva.

Deste modo, a busca pela supremacia em um dado setor, impõem às

empresas a necessidade de implementação de um conjunto de mudanças, inclusive

em sua cultura organizacional. Tais processos podem ser implementados nas

diferentes áreas, indo desde a captação de matérias-primas, até a logística final de

distribuição de seus produtos, porém, de acordo com Antonello (2005), uma das

mais importantes transformações que devem ser implementadas pelas organizações

na busca pela obtenção da vantagem competitiva está justamente na revisão de

seus paradigmas em relação à aprendizagem. Aprendizagem esta que, segundo a

autora, não deve ser considerada ou compreendida como um processo unilateral,

isto é, focado exclusivamente nos indivíduos, e, sim, deve ser focado também nas

organizações com objetivo de torná-las mais permeáveis às transformações que são

inerentes às mudanças do mercado e da sociedade.

Os debates envolvendo aprendizagem organizacional, segundo Pacheco

(2005) e Antonello (2005), tiveram como marco as décadas de 80 e 90. De acordo

com Antonello (2005) aprendizagem organizacional é um conceito que encontra-se

conectado às diferentes áreas da educação, razão pela qual não existe uma

homogeneização de opiniões em relação ao referido tema, porém, o eixo central da

aprendizagem organizacional está relacionado, conforme observa a autora, à:

Uma extensiva gama de fatores, como estratégias da organização, cultura, capacidade de absorção, resolução de problemas, competências, participação de funcionários etc., determinando o resultado da aprendizagem organizacional (ANTONELLO, 2005, p. 14).

Muito embora o conceito de aprendizagem organizacional pareça

extremamente transparente, é importante salientar que a aprendizagem

organizacional por si só não se constitui como uma estratégia salvadora das

(29)

modo ser trabalhado a um conjunto de outras ações, que no final do processo

poderão convergir realmente em aprendizagem organizacional e consequentemente

gerar mudança na empresa, conforme Crossant apud Antonello (2005, p. 15):

Em primeiro lugar, é preciso reforçar a natureza processual da aprendizagem organizacional, em outras palavras, é preciso contextualizá-la. A aprendizagem organizacional nas organizações só passa a ter sentido em administração se associada à mudança, haja intencionalidade ou não. Caso contrário, pode ser tratada em outro campo e apontar uma outra contribuição complementar à Administração, o que parece não ser o caso. As teorias de aprendizagem organizacional estão hoje intrinsecamente vinculadas à administração, especialmente no que diz respeito à compreensão do que pode facilitar ou dificultar aos processos de mudança (do tipo novas estratégias, novos métodos e prática de trabalho, etc.). Do ponto de vista da teoria sobre mudança organizacional, o conceito de aprendizagem é valorizado por seu caráter dinâmico e inovador (CROSSANT apud ANTONELLO, 2005, p. 15).

Para Boog e Boog (2006), o eixo central do processo de aprendizagem

organizacional deve estar focado na expansão das capacidades cognitivas dos

indivíduos. Portanto, deve não simplesmente moldar os mesmos nos processos de

aprendizagem via output, mas, sim, libertar todas as capacidades que os mesmos

possuam para aprender; compreendendo desta maneira o processo como

ininterrupto, uma vez que a dinâmica do mercado, da globalização e “do meio

ambiente” em que as organizações estão envolvidas são mutantes e incertos.

Deste modo, esse cenário, traduz a necessidade de investimentos nas

pessoas e em programas de aprendizagem. Para tanto, o desenvolvimento do

homem e a aprendizagem organizacional passam a ser temas de vários autores que

o consideram relevante para a formação do capital humano nas organizações.

Esta aprendizagem dos indivíduos se dá através de um processo continuado

de aquisição de novos hábitos, nova forma de se comportar ou simplesmente a

modificação ou adequação de comportamentos anteriores. É fato, que diante de

novos paradigmas do mundo globalizado o homem precisa estar em constante

mutação, aprendendo a desenvolver estratégias de crescimento e muitas vezes de

sobrevivência e principalmente valorizar o aprender a aprender no contexto das

empresas.

Para Senge (1990), o primeiro passo para iniciar um processo de

(30)

aprendizado é importante, que exige engajamento e comprometimento, que isso

leva a mudanças profundas e deve significar um desafio pessoal para elas.

No momento em que uma organização passa a fazer parte de um ambiente

de aprendizagem, ela proporciona benefícios positivos para o cotidiano das pessoas,

aumentando a competência, a criatividade, as habilidades e o conhecimento,

possibilitando a melhoria tanto no ambiente familiar, como com os amigos, tornando

melhor o relacionamento com os clientes.

Sob essa ótica, Senge (apud, PACHECO, 2005, p.24), coloca que “tudo na

sociedade e nas organizações consiste na aprendizagem e na evolução das

pessoas como indivíduos e integrantes de grupos sociais”.

Fleury e Fleury (2007, p 38), afirmam ainda que “é necessário percorrer o

caminho que vai da aprendizagem individual para a grupal e finalmente

organizacional”. Corroborando com Fleury e Fleury, Kim (apud, SOUZA, 2004, p.7)

interpreta que:

As aprendizagens individuais contribuem de modo recíproco para aprendizagem dos pequenos grupos e da organização como um todo, produzindo modelos mentais compartilhados. Onde são construídos a partir da história de vida do indivíduo influenciados pelo estado emocional e afetivo do sujeito.

2.4.3. O processo de aprendizagem organizacional

Conforme Antonello (2005) e Carvalho (1999), é impossível não se perceber

as transformações pelas quais passam as organizações, uma vez que o mercado é

dinâmico, e deste modo, não poderia ser diferente. Neste sentido, os processos

relativos à aprendizagem organizacional devem ser constituídos e implantados sob a

égide da busca pela vantagem competitiva. Devendo-se neste processo,

considerar-se todos os considerar-seus aspectos.

A essência dos processos relativos à aprendizagem organizacional está na

capacidade que as organizações devem e podem desenvolver para antecipar-se às

tendências dos mercados, dos concorrentes, e, mais precisamente, fazer uso desta

aprendizagem para prover a inovação, gerando lucros e estabilizar o ambiente em

(31)

De acordo ainda com Antonello (2005), existem diversas abordagens

acadêmicas com objetivo de explicar os processos relativos à aprendizagem

organizacional, uns mais reduzidos e ambiciosos teoricamente e outros mais

flexíveis. Incoerências teóricas à parte, a autora observa que os processos relativos

à aprendizagem organizacional possuem seis eixos bases. Eixos estes que devem

ser muito bem compreendidos pelos indivíduos que possuem a prerrogativa de

conduzir os destinos da aprendizagem organizacional; deste modo, a autora propõe

que a aprendizagem organizacional seja focada na socialização dos processos de

aprendizagem, isto é, as organizações devem interagir com o ambiente com objetivo

de melhor decodificar os ensinamentos presentes no meio ambiente, processo pelo

qual as organizações aprendem, uma vez que:

“A aprendizagem organizacional ocorre nos ambientes em que os indivíduos

conscientemente interagem uns com os outros pelo processo de educação e pelo

resultado da experiência”, conforme explicitou Kolb apud Antonello (2005, p. 18).

Os processos relativos à aprendizagem organizacional passam também por

um amplo e complexo viés cultural, pois existem, segundo a autora, uma grande

gama de autores que atribuem à cultura dos membros das organizações,

determinadas posturas das mesmas no ambiente em que estão inseridas, pois,

conforme observa Easterby apud Antonello (2005, p. 21):

O processo de aprendizagem organizacional é somente construído à medida que um indivíduo interage com o ambiente do qual participa na educação da realidade, sendo entendido como um ambiente ativo e construtor da realidade na qual está inserido, da mesma forma que a realidade organizacional também é socialmente construída.

Neste sentido, a aprendizagem organizacional enquanto processo embute

fortes elementos culturais, simbólicos e normativos. Há de se destacar a

aprendizagem organizacional como processo contínuo, conforme observa Carvalho

(1999), possuí ênfase no ativo e cada vez mais está presente, tendo seu valor

redimensionado, ou seja, o gerenciamento de conhecimento. Conhecimento este

que, no interior das organizações, após um processo de lapidação, pode

constituir-se num diferencial para obtenção da vantagem competitiva.

Por outro lado, é importante compreender que os processos relativos à

(32)

organizações e, também, em consonância à prioridade que estas dão aos mesmos,

pois, conforme observa Carvalho (1999), não existe aprendizagem organizacional

sem que haja também aprendizagem dos indivíduos presentes na organização.

Senge (1990), considera que as organizações que aprendem são as

organizações que estimulam o domínio pessoal; a criação de modelos mentais; a

visão compartilhada de futuro; a aprendizagem em equipe; e o pensamento

sistêmico, conforme apresentado no quadro abaixo:

DISCIPLINAS DESCRIÇÃO

O auto-domínio pessoal

É a disciplina do crescimento e aprendizado. As pessoas buscam expandir continuamente sua capacidade de criar em sua vida os resultados que almejam e é dessa busca contínua pelo aprendizado que surge o espírito da organização que aprende.

A criação de modelos mentais

Ampliar os conhecimentos e consciência do mundo, reformulando as concepções pré-existentes que condicionam as percepções e as tomadas decisões. Quebrar paradigmas.

A visão compartilhada de futuro

Promover uma visão de futuro coesa e compartilhada pelo grupo que integra a organização. É essencial, pois fornece foco e energia para a aprendizagem.

A aprendizagem em equipe

Favorecer a aprendizagem coletiva, potencializando a troca de experiências e de conhecimentos. O foco é o grupo e não o indivíduo e envolve o domínio das práticas do diálogo e da discussão.

O pensamento sistêmico

Visto como a pedra fundamental para a organização que aprende, servindo como elo para fundir teoria e prática. Amplia a compreensão das relações dinâmicas entre diversos sistemas. O pensamento sistêmico ajuda a enxergar as coisas como parte de um todo.

Quadro 2: As Cinco disciplinadas de Senge

Fonte: Elaborado pela autora com base em Senge, (1990).

2.4.4. O Processo de aprendizagem nos indivíduos

As reflexões de Freire (1992) e Carvalho (1999), demonstram claramente que

educação e aprendizagem são simbioses perfeitas, pois permitem aos indivíduos

desempenhar vários papéis dentro do contexto social.

Deste modo, face à dinâmica dos mercados, às novas demandas impostas ao

indivíduo, ao processo de globalização, às pretensões político-sociais, às classes

econômicas, às incertezas e a crescente competição entre diversos países, como

(33)

A primeira percepção que deve ser formada está relacionada ao grau de

prioridade que as organizações atribuem ao processo de aprendizagem. Sendo

positivo, os investimentos neste setor serão extremamente bem administrados e

impactarão nos setores em que tais organizações estiverem inseridas.

A segunda, ao tipo de aprendizagem que as organizações desejem

implementar em seus ambientes e, consequentemente, aos seus trabalhadores.

Para Carvalho (1999), deve se estabelecer uma reflexão entre as expectativas

estáticas e dinâmicas de aprendizagem e, obviamente, priorizar-se a segunda, pois

a mesma constitui-se como a mais indicada para trabalhadores de empresas

dinâmicas, haja vista o mercado exigir dos mesmos tal dinamismo.

De acordo com o autor, tanto as perspectivas de aprendizagem estática

quanto a passiva, não resistem mais ao ambiente de mercado, pois as empresas

necessitam de trabalhadores críticos, reflexivos, proativos, e principalmente capazes

de provocar a inovação, tanto em suas culturas organizacionais, quanto no

desenvolvimento de produtos e serviços: “A aprendizagem individual é a maneira

predominante no conhecimento ou no comportamento de uma pessoa, por causa da

experiência” (CARVALHO, 1999, p. 20).

Neste sentido, o processo de aprendizagem dos indivíduos deve ser

implementado numa visão sistêmica, onde os mesmos possam analisar e aprender

sob várias possibilidades, independente do ponto em que estejam situados dentro

das organizações, pois os indivíduos são participantes deste processo, uma vez que

não se deve compreender a aprendizagem enquanto ação unilateral, quer seja no

aspecto da aprendizagem, organização ou dos indivíduos que compõem a mesma.

Antonello (2005), confirma que a aprendizagem ou os processos que

concorrem para elevação da qualificação e do potencial transformador dos

trabalhadores devem ser muito bem estruturados e focar em amplas questões, mas

principalmente na aprendizagem individual, pois o próprio conceito de aprendizagem

é extremamente variado no âmbito da academia, o que em certa medida pode

contribuir para que se tome decisões equivocadas em relação aos rumos que a

aprendizagem pode tomar dentro de uma dada empresa. “A aprendizagem não pode

e nem deve ser considerada como um produto acabado, ou uma solução para

(34)

Deste modo, a proposição de um programa focado na aprendizagem

individual além de ser atribuição específica de estudiosos da área de gestão de

pessoas, deve ainda se constituir sob a perspectiva sistêmica, pois tanto a

educação, quanto a aprendizagem possuem tal perspectiva, perspectiva esta que

manifesta de forma límpida no interior das organizações quando estas conseguem

funcionar e traduzir os investimentos em vantagem competitiva e/ou na dianteira dos

segmentos em que atuem.

2.4.5. Aprendizagem organizacional e competências

O dicionário Houaiss (2004, p. 173), define competência, na língua

portuguesa, como “conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes”. Essa

definição é confirmada em parte por Parry, (apud FLEURY e FLEURY,2007),

quando afirma ser,

conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes que afetam a maior parte do trabalho de uma pessoa, (...); a competência pode ser mensurada, (...) quando comparada com padrões estabelecidos e desenvolvidos por meio de treinamento.

Para isso as organizações estão cada vez mais direcionando seus

investimentos em treinamento e no desenvolvimento humano para ações que

agreguem valor para a empresa e também para as pessoas; assegurando metas de

altos padrões de excelência, alçando melhores resultados organizacionais com

competência.

Em outra instância Prahalad e Hamel (1990) entendem que é através da

disseminação das informações por toda a empresa que estratégias, como o

desenvolvimento de competências básicas poderão contar com o aprendizado

coletivo, obtendo o esforço necessário de todos da empresa.

Sob outro foco, Zarifian (apud, ADAMS, 2003, p. 32), declara que o conceito

de competência procura ir além do conceito de qualificação, sendo conceituada

como:

(35)

Moscovici (1998, p. 26), destaca algumas competências do indivíduo e diz

que a “competência compreende aspectos intelectuais inatos e adquiridos,

conhecimentos, capacidades, experiência, e maturidade”. Ainda a autora, declara

que um profissional deve ter duas competências necessárias para atuar com

qualidade no mercado. Urna seria a técnica que pode ser adquirida/aprendida em

cursos e treinamentos e a outra é a interpessoal que precisa de um treinamento

especial em laboratórios de sensibilidade (MOSCOVICI, 1998).

Já Prahalad e Hamel (1990), descrevem a competência organizacional,

referindo-se como urna capacidade da empresa que a torna eficaz, permitindo a

consecução de seus objetivos estratégicos.

Diante das afirmativas dos autores, pode-se definir competência como um

conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que podem ser adquiridos e

desenvolvidos através de um processo de aprendizagem continuado, integrando

teoria e prática, proporcionando assim oportunidade ao indivíduo de desempenhar

com eficiência e eficácia seu papel de agente de mudanças na organização. Urna

pessoa ou empresa é competente quando tem os conhecimentos necessários, a

habilidade de fazer, a atitude correta e a visão sistêmica que permitem obter a

vantagem competitiva para a organização.

2.4.6. Aprendizagem como processo de mudança

A especialização e a competição dominantes no mercado a cada dia

requerem de universidades, organizações e indivíduos a maximização de suas

potencialidades em todos os campos. Porter (1998) considera que a vantagem

competitiva está justamente na capacidade que as organizações possuem de

transformar produtos intangíveis em renda, em tecnologia, lucros, proporcionando

valor agregado aos seus consumidores, porém este processo é longo, dificultoso e

muitas vezes é refratado pelas organizações.

De acordo com Abrahamson (2006), um dos grandes problemas em se

implantar mudanças organizacionais nas empresas reside justamente no processo

de refratação que os sujeitos-organizacionais tendem a imprimir em relação às

(36)

realizados pelas organizações e consequentemente frear as possibilidades que a

aprendizagem no sentido pleno envolve.

Para Piaget e Lewin apud Souza (2004), deve-se compreender o ato de

aprender como uma oportunidade de transformação contínua, pois o ato de

aprender e/ou transformar a aprendizagem em um vetor de mudança é uma das

muitas possibilidades que o conhecimento e a aprendizagem organizacional

revelam.

Boog (1999) considera que a aprendizagem só consegue efetivar-se como

vetor de transformação e mudança quando consegue atingir o binômio: desenvolver

pessoas e organizações; uma vez que:

O processo de mudança deve contemplar o desenvolvimento do ser humano e da empresa em todos os níveis (identidade, relações, processos e recursos). A empresa só se desenvolve se as pessoas que a compõe se desenvolverem e vice-versa.

A aprendizagem tornou-se fundamental no sentido de garantir a sobrevivência das organizações, considerando que ela propicia o aumento do conhecimento das pessoas, desenvolvendo habilidades, melhorando o desempenho, possibilitando o assumir de novas responsabilidades, além de proporcionar satisfação pessoal e organizacional (BOOG, 1999, p. 76).

De acordo com Pacheco(2005), é importante que as organizações e os seus

responsáveis atenham-se à dinâmica do mercado, pois é este que “comanda”

principalmente aquelas empresas que desejem obter a vantagem competitiva devem

dar aos seus segmentos, principalmente, no que tange aos procedimentos relativos

à aprendizagem. Havendo, portanto, instabilidade e dinâmica nas “tendências”

prospectadas no meio ambiente em relação à necessidade de aprendizagem; as

organizações, assim recomportam-se, mas obviamente sem esquecer que a

essência de todo novo conhecimento aprendido está atrelado à mudança, tanto nas

organizações quanto nos indivíduos:

O processo de aprendizagem na organização se dá oferecendo condições concretas para que as pessoas aprendam a criar sua própria realidade, auxliando-as a compreender o contexto em que vivem e com ele interagir por elas próprias (SENGE, 1990, p. 61).

Neste sentido, a partir de uma perspectiva sistêmica em relação ao potencial

de mudança que os processos relativos à aprendizagem podem imprimir nas

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