• Nenhum resultado encontrado

Caracterização molecular de Cryptosporidium spp. em bezerros bubalinos do Estado de São Paulo, SP

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2017

Share "Caracterização molecular de Cryptosporidium spp. em bezerros bubalinos do Estado de São Paulo, SP"

Copied!
56
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA

CAMPUS DE ARAÇATUBA

CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE

Cryptosporidium

spp. EM BEZERROS BUBALINOS DO ESTADO DE SÃO

PAULO, SP

Monally Conceição Costa de Aquino

Médica Veterinária

(2)

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA

“JÚLIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA

CAMPUS DE ARAÇATUBA

CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE

Cryptosporidium

spp. EM BEZERROS BUBALINOS DO ESTADO DE SÃO

PAULO, SP

Monally Conceição Costa de Aquino

Orientadora: Prof. Adj. Katia Denise Saraiva Bresciani

Co-orientador: Prof. Adj. Marcelo Vasconcelos Meireles

Dissertação apresentada à Faculdade de Medicina Veterinária de Araçatuba – Unesp, Campus de Araçatuba, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Ciência Animal (Medicina Veterinária Preventiva e Produção Animal).

(3)
(4)

DADOS CURRICULARES DO AUTOR

(5)

Even the smallest person can change the course of the future”

(6)

Aos meus pais, Suelange e Aquino, pela dedicação e incentivo constantes.

À minha amada avó (in memorian), pelo amor mais puro que já conheci.

Ao meu querido esposo, Rafael,por me apoiar em todas as decisões.

(7)

AGRADECIMENTOS

A Deus, por ser uma presença constante em minha vida, dando-me forças para superar momentos de dificuldades e inspirando-me na busca dos meus sonhos.

Aos meus queridos pais, pelo amor, educação e esforço contínuo em me tornar uma pessoa melhor.

Aos meus adorados irmãos, pela amizade e convívio.

Ao meu amado esposo, meu porto seguro, por me amar e cuidar de mim, pela amizade, cumplicidade e por me incentivar na busca desse título.

À minha grande amiga Amanda, mesmo tão longe está sempre presente, participando e torcendo pelo meu sucesso.

Ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Faculdade de Medicina Veterinária de Araçatuba da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, pela oportunidade oferecida para a realização do curso de Mestrado.

À minha querida orientadora, Prof.ª Katia Bresciani, pela dedicação, por ser um exemplo de humildade e competência, sempre de bom humor e com pensamento positivo. Agradeço pela oportunidade, por acreditar e confiar em mim.

Ao meu co-orientador, Prof. Marcelo Vasconcelos Meireles, pelos ensinamentos, paciência, colaboração e por permitir a utilização do Laboratório de Ornitopatologia durante o desenvolvimento dessa pesquisa.

(8)

À professora Suely, minha figura materna em Araçatuba, sempre ajudando a solucionar os problemas de todos os “seus filhos”, sou grata pelo carinho, dedicação e amizade oferecidos durante todo esse tempo.

Aos colegas e colaboradores dessa pesquisa: Anaiza Simão Zucatto (grande companheira de PCR), Milena Araúz Viol, Sandra Valéria Inácio, Alex Nakamura e Willian Marinho pelo apoio e o bom trabalho desenvolvido.

Ao amigo Marquinhos, sempre muito prestativo, obrigada pela ajuda durante a edição final da dissertação.

Ao laboratório de Biologia Molecular da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal, na pessoa da técnica Dra. Agda Facincani, que realizou o sequenciamento das amostras com rapidez, organização e pontualidade.

Ao amigo Bruno Fermino, que pacientemente me ajudou na análise das sequências de nucleotídeos.

À Prof.ª Caris Maroni Nunes, Prof. Carlos Noriyuki Kaneto, Prof. Jancarlo Ferreira e Prof.ª Suely Regina Mogami Bomfim, por participarem da minha banca de qualificação e defesa, colaborando imensamente com sugestões e auxiliando na correção do artigo científico.

À Prof.ª Sílvia Perri pela realização da análise estatística, pela paciência e boa vontade.

Aos estagiários do Laboratório de Parasitologia, André Aguirre, Fernando Corona e Edvânia Nunes pelo auxílio no processamento das amostras.

Aos Produtores Rurais de Alambari, SP, pela generosidade em colaborar com a realização dessa pesquisa.

(9)

A todos os amigos que fiz durante essa caminhada, com os quais compartilhei momentos de alegrias e descontração.

À Coordenadoria de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, pela concessão da bolsa de mestrado durante o primeiro ano do curso.

À FAPESP, pela concessão do auxílio financeiro (processo número 2010/52542-3) e pela bolsa de Mestrado (processo número 2010/13146-5).

(10)

SUMÁRIO

Página

RESUMO ABSTRACT

CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS . . . 13

1 INTRODUÇÃO . . . . . . 13

2 REVISÃO DE LITERATURA . . . 15

2.1 Características do agente etiológico . . . 15

2.2 Biologia . . . 16

2.3 Patogenia . . . . . . 17

2.4 Sinais Clínicos . . . 17

2.5 Diagnóstico . . . 18

2.5.1 Métodos parasitológicos diretos . . . 18

2.5.2 Métodos imunológicos . . . 19

2.5.3 Métodos moleculares . . . .. . . 19

2.6 Criptosporidiose em bubalinos . . . 20

3 OBJETIVO . . . 22

REFERÊNCIAS . . . 23

CAPÍTULO 2 – OCORRÊNCIA E CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE Cryptosporidium EM BEZERROS BUBALINOS NO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL. . . 35

RESUMO 1 INTRODUÇÃO . . . 36

2 MATERIAL E MÉTODO . . . 37

2.1 Colheita das amostras . . . 37

(11)

2.3 Extração de DNA genômico . . . 38

2.4 Caracterização molecular. . . . 38

2.5 Análise filogenética. . . . 40

2.6 Análise estatística. . . 40

3 RESULTADOS . . . 40

4 DISCUSSÃO . . . 43

5 CONCLUSÃO . . . 45

(12)

APÊNDICE

APÊNDICE A- Árvore filogenética de sequências do gene 18S rRNA identificadas neste estudo e de outras espécies ou genótipos de Cryptosporidium disponíveis no GenBank e árvore consenso utilizando o método de agrupamento de vizinhos . . . . 53 APÊNDICE B- Árvore filogenética da sequências do gene da actina

(13)

OCORRÊNCIA E CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE Cryptosporidium spp. EM BEZERROS BUBALINOS DO ESTADO DE SÃO PAULO, SP

RESUMO – Com o objetivo de determinar a ocorrência e caracterizar molecularmente a infecção por Cryptosporidium spp. em bezerros bubalinos do Estado de São Paulo, Brasil, foram colhidas 222 amostras fecais de animais da raça Murrah, com até seis meses de idade. As amostras foram avaliadas pela técnica de Ziehl-Neelsen modificada e por meio da reação em cadeia da polimerase tipo nested (nPCR) para amplificação de fragmentos de DNA da subunidade 18S do gene do RNA ribossômico e sequenciamento dos fragmentos amplificados. Pela técnica de Ziehl-Neelsen modificada, foi detectada positividade de 8,1% (18/222), e pela nPCR, foi observada amplificação em 48,2% (107/222) das amostras, das quais 63 foram sequenciadas. A análise das sequências obtidas mostrou que a espécie mais frequente nesses animais foi Cryptosporidium ryanae, em bezerros bubalinos a partir de cinco dias de idade. A espécie zoonótica Cryptosporidium parvum foi detectada em apenas um animal e um genótipo incomum, similar a Cryptosporidium sp. W20486, foi encontrado, pela primeira vez em búfalos.

(14)

OCCURRENCE AND MOLECULAR CHARACTERIZATION OF

Cryptosporidium spp. IN BUFFALOES CALVES FROM SÃO PAULO STATE

ABSTRACT – With the aim of determining the occurrence and molecularly characterizing infection by Cryptosporidium spp. in buffalo calves from São Paulo State, Brazil, 222 fecal samples were collected from Murrah animals aged up to six months. The samples were assessed by means of modified Ziehl-Neelsen technique and nested polymerase chain reaction (nPCR) for amplification of DNA fragments from subunit 18S of the gene of ribosomal RNA and sequencing of the amplified fragments. The modified Ziehl-Neelsen technique indicated 8.1% positivity (18/222), while nPCR revealed amplification for 48.2% (107/222) samples, of which 63 were sequenced. The analysis of the obtained sequences showed that the most frequent species in these animals was Cryptosporidium ryanae, present in buffalo calves from five days of age. The zoonotic specie Cryptosporidium parvum was detected in only one animal, and an uncommon genotype, similar to that of Cryptosporidium sp. W20486, was found for the first time in buffaloes.

(15)

CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS

1 INTRODUÇÃO

Protozoários do gênero Cryptosporidium são parasitos intracelulares obrigatórios que pertencem ao filo Apicomplexa, capazes de parasitar as microvilosidades das células epiteliais do trato gastrintestinal de hospedeiros vertebrados, incluindo o homem (XIAO et al., 2004).

Em relação à sua importância em Saúde Pública, com o surgimento da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, na década de 1980, relatos de infecções emergentes foram associados à criptosporidiose e este parasito passou a ser considerado um importante patógeno em seres humanos, estando as infecções mais graves associadas geralmente a situações de imunodeficiência e imunocomprometimento (FAYER, 2010; XIAO; FAYER, 2008).

A criptosporidiose humana é causada, principalmente, por Cryptosporidium hominis e Cryptosporidium parvum (XIAO et al., 2004; SMITH et al., 2006), embora outras espécies com potencial zoonótico, além de C. parvum, já tenham sido identificadas, como C. meleagridis (MCLAUCHLIN et al., 2000; MORGAN et al., 2000), C. canis, C. felis (CAMA et al., 2003;

PEDRAZA-DIAS et al.,2000;PIENIAZECK et al., 1999), C. muris (GATEI et al., 2006; PALMER et al., 2003) C. suis (LEONI et al., 2006; XIAO et al., 2002), C. ubiquitum(ONG et al., 2002) e C. cuniculus (CHALMERS et al., 2009).

A partir de 1990, C. parvum deixou de ser a única espécie capaz de infectar seres humanos, pois com o uso de ferramentas de genotipagem, dois genótipos de C. parvum foram identificados (I e II), e classificados como C. hominis e C. parvum (XIAO et al., 2004).

(16)

diversas formas, como por contato direto com pessoas (antroponótica) ou animais (zoonótica) infectados e ingestão de alimentos ou água contaminados (XIAO, 2010).

Infecções humanas são mais frequentes em países em desenvolvimento, afetando particularmente crianças desnutridas (BERRILLI et al., 2012).

Este protozoário ganhou reconhecimento público em 1993, a partir de um surto na cidade de Milwaukee (EUA), que resultou em mais de 400.000 casos suspeitos e 5.000 casos confirmados de criptosporidiose humana (CORSO et al., 2003; MACKENZIE et al., 1994).

Numerosos surtos causados pela contaminação de alimentos ou água (potável ou de recreação) por oocistos de Cryptosporidium já foram relatados em diversos países (SMITH; NICHOLS, 2010). A transmissão dessa infecção por veiculação hídrica é particularmente importante, devido à resistência dos oocistos aos tratamentos convencionais de água e pela capacidade de distribuição em massa à população a partir de água de beber (KARANIS et al., 2007).

Devido à estreita relação deste protozoário com o saneamento básico deficiente e com o baixo poder aquisitivo populacional, Cryptosporidium foi incluído na Iniciativa das Doenças Negligenciadas da Organização Mundial da Saúde (SAVIOLI et al., 2006).

(17)

2 REVISÃO DE LITERATURA

Em 1907, Ernest Edward Tyzzer relatou, pela primeira vez, Cryptosporidium muris isolado de glândulas do estômago de camundongos (TYZZER, 1907). Mais tarde, publicou uma descrição mais detalhada do ciclo biológico deste parasito e observou o envolvimento do mesmo organismo no epitélio do intestino delgado de coelhos (TYZZER, 1910) e em camundongos (TYZZER, 1912) e o nomeou C. parvum.

Nos últimos 20 anos, houve uma rápida expansão das pesquisas envolvendo o gênero Cryptosporidium, em grande parte relacionada a estudos moleculares, propiciando a descrição de várias espécies, genótipos e subtipos do parasito (PLUTZER; KARANIS, 2009).

A caracterização molecular de isolados de diferentes origens (animal, humana e ambiental) tem sido amplamente usada para investigar o potencial zoonótico das espécies deste protozoário (XIAO; FAYER, 2008).

2.1 Características do agente etiológico

Quanto à sistemática de Cryptosporidium, a taxonomia do gênero é ainda insatisfatória (PLUTZER; KARANIS, 2009), baseada em algumas características morfológicas, biológicas e bioquímicas, foi observada proximidade com a subclasse Gregarina (CARRENO et al., 1999). A similaridade entre os referidos parasitos inclui o ciclo de vida monoxênico, oocistos com quatro esporozoítos e parede dupla, gamontes extracelulares e localização no trato gastrointestinal do hospedeiro (HIJJAWI et al., 2004).

(18)

ordem Eimeriina (com formação de macrogametas e microgametas), Família Cryptosporidiidae (um oocisto com quatro esporozoitos e sem esporocistos) e gênero Cryptosporidium (PLUTZER; KARANIS, 2009).

Atualmente, são descritas mais de 20 espécies e mais de 40 genótipos de Cryptosporidium (XIAO, 2010; FAYER et al., 2010). Alguns desses genótipos foram nomeados espécies quando informações suficientes a respeito de sua morfologia, biologia e características genéticas foram esclarecidas (XIAO; FAYER, 2008).

Algumas características particulares distinguem esse gênero de outros coccídeos, como a localização que ocupam na célula do hospedeiro, a capacidade de autoinfecção e sua resistência a muitos antiparasitários (PLUTZER; KARANIS, 2009).

Oocistos de Cryptosporidium, geralmente, apresentam morfologia subesférica a ovoide, com diâmetro polar e equatorial de 5,0 x 4,5 µm e 4,9 x 5,2 µm para C. parvum e C. hominis, respectivamente (MARTINEZ et al., 2011).

2.2 Biologia

As formas de transmissão documentadas são de animais para o homem, de pessoa para pessoa, ingestão de água potável ou destinada a lazer que são contaminados direta ou indiretamente com resíduos fecais (SMITH et al., 2006).

(19)

com formação de macrogametas e microgametas que, após a fecundação, resultam na formação de oocistos. Estes podem ser de parede espessa, que são eliminados nas fezes, ou de parede delgada, que se rompem no intestino delgado e são responsáveis pelos casos de autoinfecção. A esporogonia ocorre no interior do hospedeiro, assim, estas formas evolutivas são imediatamente infectantes quando liberadas no meio ambiente (TZIPORI; GRIFFTHS, 1998; THOMPSON et al., 2008).

Essas formas infectantes são altamente resistentes em condições ambientais e à ação de produtos químicos, o que é atribuído à sua parede, que consiste de uma complexa barreira protetora formada por uma dupla camada de matriz lipoproteica e carboidratos (PLUTZER; KARANIS, 2009; THOMPSON et al., 2008).

2.3 Patogenia

A patogenia e o quadro clínico da doença são influenciados por vários fatores que incluem entre eles espécie do parasito, idade, competência imunológica do indivíduo infectado e a associação com outros patógenos (RADOSTITS et al., 2000).

A infecção por Cryptosporidium causa atrofia, fusão das vilosidades intestinais e inflamação, resultando em perda da superfície absortiva e transporte desequilibrado de nutrientes (THOMPSON et al., 2008).

A diarreia por má absorção resulta da interação entre produtos parasitários, como as proteinases, que rompem a barreira epitelial e a resposta imunológica e inflamatória do hospedeiro (THOMPSON et al., 2008).

2.4 Sinais Clínicos

(20)

imunocompetentes (AL-BRAIKEN et al., 2003) e, em pacientes imunocomprometidos, pode se desenvolver a forma crônica da doença, podendo resultar em óbito (ABRAHAMSEN et al., 2004).

Em muitos animais, as infecções não são associadas a sinais clínicos; em outros, pode haver diarreia aguda autolimitante. Em animais imunossuprimidos, a infecção é frequentemente crônica, podendo ser letal (XIAO et al., 2004).

2.5 Diagnóstico

2.5.1 Métodos parasitológicos diretos

Os métodos tradicionalmente utilizados para o diagnóstico de Cryptosporidium consistem na detecção direta do parasito por meio de microscopia óptica. No entanto, as características morfológicas para uma correta identificação dessas formas infectantes são insuficientes, sendo que o diagnóstico, baseado apenas nesses métodos, não é confiável e relativamente demorado (FALL et al., 2003).

As técnicas mais empregadas para essa finalidade são: coloração por Kinyoun (MA; SOAVE, 1983), Ziehl-Neelsen modificado (HENRIKSEN; POHLENZ, 1981), safranina azul de metileno (BAXBY et al., 1984) e coloração negativa de verde-malaquita (ELLIOTet al., 1999). Embora úteis, essas técnicas apresentam baixa sensibilidade e/ou especificidade, principalmente quando existem poucos oocistos nas amostras (MORGAN et al., 1998).

Outro método comumente utilizado para detecção de formas evolutivas infectantes a partir de amostras fecais consiste na técnica de centrífugo-flutuação em solução de Sheather (CURRENT, 1990). Os oocistos podem ser visualizados utilizando-se microscopia óptica de campo claro ou de contraste de fase (XIAO; FENG, 2008).

Oocistos de Cryptosporidium são muito pequenos (4-8 ȝm), com uma

(21)

espécies, sem esporocistos e de difícil visualização (FALL et al., 2003; FAYER et al., 2000). Dessa forma, a identificação da espécie, se baseada apenas em critérios morfométricos, pode ser pouco discriminatória (MORGAN et al., 1998).

2.5.2 Métodos imunológicos

Como métodos imunológicos, oocistos fecais podem ser detectados pela reação de imunofluorescência indireta (BIALEK et al., 2002; JEX et al., 2008) e teste imunoenzimático (ELISA) (FAYER et al., 2000; JEX et al., 2008; SILVA et al., 2003; KUHNERT-PAUL et al., 2012). Esses métodos apresentam vantagens sobre o diagnóstico parasitológico direto, com bons resultados de sensibilidade e especificidade (JOHNSTON et al. 2003; ZIMMERMAN; NEEDHAM, 1995).

Alguns testes imunoenzimáticos são capazes de detectar a infecção em animais que ainda não estão eliminando oocistos nas fezes (pré-patente) (SMITH; NICHOLS, 2007); outra vantagem é que podem ser empregados de maneira rápida para triagem de um grande número de animais (GARCIA et al., 2003) e como limitações dessas técnicas imunológicas, não é possível a determinação da espécie ou genótipo de Cryptosporidium envolvidos na infecção.

2.5.3 Métodos moleculares

Dada a limitação na detecção de espécies de Cryptosporidium a partir dos métodos diretos e imunológicos, o diagnóstico baseado em técnicas moleculares, como a PCR e suas variantes, seguida de sequenciamento automático de ácidos nucleicos, oferece uma alternativa eficiente para a diferenciação desses organismos (JEX et al., 2008).

(22)

1997) e glicoproteína GP-60 (PENG et al., 2001; PENG et al., 2003). Este último tem demonstrado um elevado grau de polimorfismo entre isolados de espécies de Cryptosporidium, com identificação de diversos subgenótipos e subtipos (PLUTZER; KARANIS, 2009).

Técnicas moleculares apresentam alta sensibilidade e especificidade (JEX et al., 2008; MORGAN et al., 1998), no entanto, devido ao alto custo, quando comparada às outras técnicas de detecção de oocistos, esse método não tem sido rotineiramente utilizado em laboratórios de diagnóstico (MEIRELES, 2010).

2.6 Criptosporidiose em bubalinos

A infecção por C. parvum é considerada uma causa comum de doença intestinal em ruminantes jovens (O HANDLEY; OLSON, 2006). Os animais podem desenvolver um quadro de diarreia aquosa profusa, letargia, anorexia e desidratação (FAYER et al., 1998). Os Sinais clínicos tornam-se evidentes após três a cinco dias do início da infecção e sua duração pode variar entre quatro a 18 dias (OLSON et al., 2004).

A diarreia é acompanhada pela excreção de um grande número de formas evolutivas infectantes, acima de 107 oocistos por grama de fezes (FAYER et al.,1998). A severidade da doença é influenciada por fatores como a dose do inóculo, estado imune do hospedeiro, infecções concomitantes, nutrição e espécie do parasito (OLSON et al., 2004).

A importância da infecção por Cryptodporidium em animais de produção é traduzida, não só pelo potencial zoonótico de algumas espécies, como também pela perda econômica que ela promove (OLSON et al., 2004).

(23)

Este protozoário já foi observado em fezes de búfalos em países como Cuba (RODRIGUEZ-DIEGO et al., 1991), Índia (BHAT et al., 2012; DUBEY et al., 1992), Brasil (ARAÚJO et al., 1996, RIBEIRO et al., 2000), Espanha (GOMÉZ-COUSO et al., 2005), Itália (CACCIÓ et al., 2007, CONDOLEO et al., 2007, RINALDI et al., 2007), Egito (EL-KHODERY; OSMAN, 2008), Venezuela (MANZANILLA, 2009) e Nepal (FENG et al., 2012), com a prevalência da infecção por Cryptosporidium variando entre 9,4% a 37%.

Ribeiro et al. (2000) verificaram presença de oocistos de C. parvum em búfalos, mais frequentemente na 6ª semana de idade e com maior positividade em animais sem sinais de distúrbio gastrointestinal, sugerindo que bezerros não sintomáticos são potenciais fontes de infecção. Ao contrário, El-Khodery; Osman (2008) observaram que a faixa etária mais predisponente é de um a quinze dias e que a diarreia está significativamente associada à infecção.

Por meio da técnica de ELISA, Rinaldi et al. (2007) verificaram a ocorrência de 19,8% (35/177) de coproantígenos de C. parvum em búfalos com idade entre dois e 60 dias de vida, provenientes de 47 fazendas da região central da Itália. Em estudo semelhante, Condoleo et al. (2007) constataram uma ocorrência de 14,7% (51/347) de coproantígenos em animais assintomáticos com idade entre uma a nove semanas, em 90 propriedades rurais e observaram uma associação positiva entre a infecção e o número elevado de búfalos na propriedade (quando maior que 100 animais).

No Brasil, Araújo et al. (1996) avaliaram a ocorrência da infecção por Cryptosporidium em 120 alíquotas fecais de bubalinos da região do Amapá, por meio da técnica de Sheather, constatando a presença de oocistos em 10% (12/120) das amostras. A identificação da espécie foi baseada em critérios morfométricos, sendo visualizados oocistos de C. parvum e C. muris.

(24)

indistinguíveis de C. parvum. Posteriormente, a caracterização molecular revelou Cryptosporidium parvum genótipo “pig”.

Outro estudo que utilizou a ferramenta molecular para identificação de espécies de Cryptosporidium em búfalos, foi efetuado por Cacció et al. (2007), que demonstraram 14% (8/57) de positividade por meio do teste de ELISA. A investigação molecular de seis dessas amostras revelou 100% de homologia com C. parvum, sugerindo que estes animais podem representar fontes de infecção deste parasito.

Feng et al. (2012), detectaram pela primeira vez a presença de C. ryanae nessa espécie animal, a partir da análise do gene 18S do rRNA. Outro estudo realizado na Índia, também verificou o envolvimento dessa mesma espécie em bezerros bubalinos (VENU et al., 2012).

A maioria das pesquisas sobre Cryptosporidium em búfalos foram baseados na identificação morfológica de oocistos nas fezes ou por meio de métodos imunológicos. Embora ambas as técnicas possam fornecer dados sobre a prevalência generalizada deste parasito, somente a biologia molecular é capaz de identificar as espécies ou genótipos do referido gênero, o que é relevante do ponto de vista de saúde pública (FAYER, 2010).

3 OBJETIVO

(25)

REFERÊNCIAS

ABRAHAMSEN, M.S.; TEMPLETON, T.J.; ENOMOTO, S.; ABRAHANTE, J.E.; ZHU, G. Complete genome sequence of the apicomplexan, Cryptosporidium parvum. Science, v.304, p.441- 445, 2004.

AL BRAIKEN, F.A.; AMIN, A.; BEECHING, N.J.; HOMMEL, M.; HART, C.A. Detection of Cryptosporidium amongst diarrhoeic and asymptomatic children in Jeddah, Saudi Arabia. Annals of Tropical Medicine & Parasitology, v. 97, n. 5, p.505–510, 2003.

ARAUJO, F.A.P.; PAIVA, M.D.G.S.; ANTUNES, R.L.; CHAPLIN, E.L.; SILVA, N.R.S. Ocorrência de Cryptosporidium parvum e Cryptosporidium muris em búfalos (Bubalus bubalis) no Estado do Amapá, Brasil. Arquivos. Faculdade de Veterinária (UFRGS), v. 24, n. 1, p. 85-90, 1996.

BAXBY, D.; BLUNDELL, N.; HART, C.A. The development and performance of a simple, sensitive method for the detection of Cryptosporidium oocysts in faeces. The Journal of Hygiene, v. 93, n. 2, p. 317–23, 1984.

BERRILLI, F.; D’ALFONSO, R.; GIANGASPEROD, A.; MARANGI, M.; BRANDONISIO, O.; KABORÉ, Y.; GLÉ, C.; CIANFANELLI, C.; LAURO, R.; DI CAVE, D. Giardia duodenalis genotypes and Cryptosporidium species in humans and domestic animals in Côte d’Ivoire: Occurrence and evidence for environmental contamination. Transactions Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, v. 106, n. 3, p. 191– 195, 2012.

(26)

BIALEK, R.; BINDER, N.; DIETZ, K. Comparison of fluorescence, antigen and PCR assays to detect Cryptosporidium parvum in fecal specimens. Diagnostic Microbiology and Infectious Diseases, v. 43, n. 4, p. 283-288, 2002.

CACCIÒ, S.M.; RINALDI, L.; CRINGOLI, G.; CONDOLEO, R.; POZIO, E. Molecular identification of Cryptosporidium parvum and Giardia duodenalis in the Italian water buffalo (Bubalus bubalis). Veterinary Parasitology, v. 150, n. 1-2, p. 146-149, 2007.

CAMA, V.A.; BERN, C.; SULAIMAN, I.M.; GILMAN, R.H.; RICONA, E.; VIVAR, A.; KAWAI, V.; VARGAS, D.; ZHOU, L.; XIAO, L. Cryptosporidium species and genotypes in HIV-positive patients in Lima, Peru. Journal of Eukariotic Microbiology, v.50, p.531-533, 2003.

CARRENO, R.A.; MARTIN, D.S.; BARTA, J.R. Cryptosporidium is more closely related to the gregarines than to coccidia as shown by phylogenetic analysis of apicomplexan parasites inferred using small-subunit ribosomal RNA gene sequences. Parasitology Research, v. 85, n. 11, p. 899–904, 1999.

CHALMERS, R.M.; FERGUSON, C.; CACCIÒ, S.; GASSER, R.B.; ABS EL-OSTA, Y.G.; HEIJNEN, L.; XIAO, L.; ELWIN, K.; HADFIELD, S.; SINCLAIR, M.; STEVENS, M. Direct comparison of selected methods for genetic categorisation of Cryptosporidium parvum and Cryptosporidium hominis species.

International Journal for Parasitology, v. 35, n. 4, p. 397–410, 2005.

(27)

CONDOLEO, R.U.; RINALDI, L.; SARALLI, G.; MORGOGLIONE, M.E.; SCHIOPPI, M.; CONDOLEO, R.; MUSELLA, V.; CRINGOLI, G. An updating on Cryptosporidium parvum in the water buffalo. Italian Journal of Animal Science, v. 6, p. 917-919, 2007.

CORSO, P.S.; KRAMER, M.H.; BLAIR, K.A.; ADDISS, D.G.; DAVIS, J.P.; HADDIX, A.C. Cost of illness in the 1993 waterborne Cryptosporidium outbreak, Milwaukee, Wisconsin. Emerging Infectious Diseases, v. 9, n. 4, p. 426–431, 2003.

CURRENT, W.L. Techniques and laboratory maintenance of Cryptosporidium. In: DUBEY, J. P.; SPEER, C. A.; FAYER, R. (Eds). Cryptosporidiosis of man and animals. Boca Raton: CRS, 1990. p.31-49, 1990.

DUBEY, J.P.; FAYER, R.; RAO, J.R. Cryptosporidial oocysts in faeces of water buffalo and zebu cattle in India. Journal of Veterinary Parasitology, v. 6, p. 55-56, 1992.

EL KHODERY, S.A.; OSMAN, S.A. Cryptosporidiosis in buffalo calves (Bubalus bubalis): Prevalence and potential risk factors. Tropical Animal Health and Production, v. 40, n. 6, p. 419-426, 2008.

ELLIOT, A.; MORGAN, U.M.; THOMPSOM, R.C.A. Improved staining method for detecting Cryptosporidium oocysts in stools using malachite green. Journal of General and Applied Microbiology, v.45, n. 6, p. 139-142, 1999.

FALL, A.; THOMPSON, R.C.A.; HOBBS, R.P.; MORGAN-RYAN, U. Morphology is not a reliable tool for delineating species within Cryptosporidium.

(28)

FAYER R. Taxonomy and species delimitation in Cryptosporidium. Experiment Parasitology. v. 124, n. 1, p.90-97, 2010.

FAYER, R.; MORGAN, U.; UPTON, S.J. Epidemiology of Cryptosporidium: transmission, detection and identification. International Journal for Parasitology, v.30, n. 12-13, p. 1305-1322, 2000.

FAYER, R.; TROUT, J.M.; JENKINS, M.C. Infectivity of Cryptosporidium parvum oocysts stored in water at environmental temperatures. Journal of Parasitology, v.84, n. 6, p.1165-1169, 1998.

FENG, Y.; KARNA, S.R.; DEAREN, T.K.; SINGH, D.K.; ADHIKARI, L.N.; SHRESTHA, A.; XIAO L. Common occurrence of a unique Cryptosporidium ryanae variant in zebu cattle and water buffaloes in the buffer zone of the Chitwan National Park, Nepal. Veterinary Parasitology, v. 185, n. 2-4, p. 309– 314, 2012.

FENG, Y.; ORTEGA, Y.; HE, G.; DAS, P.; XU, M.; ZHANG, X.; FAYER, R.; GATEI,W.; CAMA, V.; XIAO, L. Wide geographic distribution of Cryptosporidium bovis and the deer-like genotype in bovines. Veterinary Parasitology, v. 144, n. 1-2, p. 1–9, 2007.

GARCIA, L.S.; SHIMIZU, R.Y.; NOVAK, S.; CARROLL, M.; CHAN, F. Commercial assay for detection of Giardia lamblia and Cryptosporidium parvum antigens in human fecal specimens by rapid solid-phase qualitative immunochromatography. Journal of Clinical Microbiology, v. 41, n. 1, p. 209– 212, 2003.

(29)

with infections in children in Kenya. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, v. 75, n. 1, p. 78–82, 2006.

GOMEZ-COUSO, H.; AMAR, C.F.; MCLAUCHLIN, J.; ARES-MAZAS, E. Characterisation of a Cryptosporidium isolate from water buffalo (Bubalus bubalis) by sequencing of a fragment of the Cryptosporidium oocyst wall protein gene (COWP). Veterinary Parasitology, v. 131, n. 1-2, p. 139-144, 2005.

HENRIKSEN, S.A.; POHLENZ, J.F.L. Staining of cryptosporidia by a modified Ziehl–Neelsen technique. Acta Veterinaria Scandinavica, v. 22, n. 3-4, p. 594–596, 1981.

HIJJAWI, N.S.; MELONI, B.P.; NG'ANZO, M.; RYAN, U.M.; OLSON, M.E.; COX, P.T.; MONIS, P.T.; THOMPSON, R.C. Complete development of Cryptosporidium parvum in host cell-free culture. Journal of Parasitology, v. 34, n. 7, p. 769–777, 2004.

HUNTER, P.R.; THOMPSON, R.C.A. The zoonotic transmission of Giardia and Cryptosporidium. International Journal for Parasitology, v. 35, n. 11-12, p. 1181–1190, 2005.

JEX, A.R.; SMITH, H.V.; MONIS, P.T.; CAMPBELL, B.E.; GASSER, R.B. Cryptosporidium: biotechnological advances in the detection, diagnosis and analysis of genetic variation. Biotechnology Advances, v. 26, n. 4, p.304-317, 2008.

(30)

KARANIS, P.; KOURENTI, C.; SMITH, H. Waterborne transmission of protozoan parasites: a worldwide review of outbreaks and lessons learnt.

Journal of Water and Health, v. 5, n. 1, p. 1–38, 2007.

KIANG, K.M.; SCHEFTEL, J.M.; LEANO, F.T.; TAYLOR, C.M.; BELLE-ISLE, P.A.; CEBELINSKI, E.A.; DANILA, R.; SMITH, K.E. Recurrent outbreaks of cryptosporidiosis associated with calves among students at an educational farm programme, Minnesota, 2003. Epidemiology & Infection, v. 134, n. 4, p. 878– 886, 2006.

KUHNERT-PAUL, Y.; BANGOURA, B.; DITTMAR, K.; DAUGSCHIES, A.; SCHMÄSCHKE, R. Cryptosporidiosis: comparison of three diagnostic methods and effects of storage temperature on detectability of cryptosporidia in cattle faeces. Parasitology Research, v. 111, n. 1, p. 165-171, 2012.

LEONI, F.; AMAR, C.; NICHOLS, G.; PEDRAZA-DIAZ, S.; MCLAUCHLIN, J. Genetic analysis of Cryptosporidium from 2414 humans with diarrhoea in England between 1985 and 2000. Journal of Medical Microbiology, v. 55, n. 6, p. 703–707, 2006.

MA, P.; SOAVE, R. Three-step stool examination for cryptosporidiosis in 10 homosexual men with protracted watery diarrhea. Journal of Infectious Diseases, v. 147, n. 5, p. 824–828, 1983.

MARTÍNEZ, L.N.; DEL AGUILA, C.; LLINARES, F.J.B. Cryptosporidium: un género en revisión. Situación en España. Enferm Infecc. Journal of Clinical Microbiology, v. 29, n. 2, p. 135–143, 2011.

(31)

infection transmitted through the public water supply. New England Journal of Medicine, v. 331, n. 3, p. 161-167, 1994.

MCLAUCHLIN, J.; AMAR, C.; PEDRAZA-DIAZ, S.; NICHOLS, G.L. Molecular epidemiological analysis of Cryptosporidium spp. in the United Kingdom: results of genotyping Cryptosporidium spp. in 1,705 fecal samples from humans and 105 fecal samples from livestock animals. Journal of Clinical Microbiology, v. 38, n. 11, p. 3984-3990, 2000.

MANZANILLA, Y.D.V.C.. Excreción de ooquistes de Cryptosporidium spp. y Eimeria spp. en búfalos de dos explotaciones ganaderas del occidente del país.

Mundo Pecuario, v. 5, n.1, p.64-93, 2009.

MEIRELES, M.V. Cryptosporidium infection in Brazil: implications for veterinary medicine and public health. Revista Brasileira de Parasitologia, v. 19, n. 4, p. 197-204, 2010.

MIRON, D.; KENES, J.; DAGAN, R. Calves as a source of an outbreak of cryptosporidiosis among young children in an agricultural closed community. Pediatric Infectious Disease Journal, v. 10, n. 6, p. 438–441, 1991.

MORGAN, U.M.; PALLANT, L.; DWYER, B.W.; FORBES, D.A.; RICH, G.; THOMPSON, R.C. Comparison of PCR and microscopy for detection of Cryptosporidium parvum in human fecal specimens: clinical trial. Journal of Clinical Microbiology, v. 36, n. 4, p. 995–998, 1998.

(32)

O'HANDLEY, R.M.; OLSON, M.E. Giardiasis and cryptosporidiosis in ruminants.

Veterinary Clinics of North America: Food Animal Practice, v. 22, n. 3, p. 623-643, 2006.

OLSON, M.E.; O’HANDLEY, R.M.; RALSTON, B.J.; MCALLISTER, T.A.; THOMPSON, R.C.A. Update on Cryptosporidium and Giardia infections in cattle. Trends Parasitology, v. 20, n. 4, p. 185-191, 2004.

ONG, C.S.L.; EISLER, D.L.; ALIKHANI, A.; FUNG, V.W.K.; TOMBLIN, J.; BOWIE, W.R.; ISAAC-RENTON, J.L. Novel Cryptosporidium genotypes in sporadic cryptosporidiosis cases: first report of human infections with a cervine genotype. Emerging Infectious Diseases, v. 8, n. 3, p. 263–268, 2002.

PALMER, C.J.; XIAO, L.; TERASHIMA, A.; GUERRA, H.; GOTUZZO, E.; SALDÍAS, G.; BONILLA, J.A.; ZHOU, L.; LINDQUIST, A.; UPTON, S.J. Cryptosporidium muris, a rodent pathogen, recovered from a human in Peru.

Emerging Infectious Diseases, v. 9, n. 9, p. 1174–1176, 2003.

PEDRAZA-DIAS, S.; AMAR, C.; McLAUCHLIN, J. The identification and characterisation of an unusual genotype of Cryptosporidium from human faeces as Cryptosporidium meleagridis. FEMS Microbiology Letters, v. 189, n. 2, p. 189-194, 2000.

PENG, M.M.; MESHNICK, S.R.; CUNLIFFE, N.A.; THINDWA, B.D.; HART, C.A.; BROADHEAD, R.L.; XIAO, L. Molecular epidemiology of cryptosporidiosis in children in Malawi. Journal of Eukaryotic Microbiology. v.50, p.557–559, 2003.

(33)

comparison of Cryptosporidium subgenotypes from several geographic regions.

Journal of Eukaryotic Microbiology, v.48, Supl. p. 285 – 315, 2001.

PIENIAZEK, N.J.; BORNAY-LLINARES, F.J.; SLEMENDA, S.B.; DA SILVA, A.J.; MOURA, I.N.; ARROWOOD, M.J.; DITRICH, O.; ADDISS, D.G. New Cryptosporidium genotypes in HIV-infected persons. Emerging Infectious Diseases, v. 5, n. 3, p. 444–449, 1999.

PLUTZER, J.; KARANIS, P. Genetic polymorphism in Cryptosporidium species: An update. Veterinary Parasitology, v. 165, n. 3-4, p. 187-199, 2009.

PREISER, G.; PREISER, L.; MADEO, L. An outbreak of cryptosporidiosis among veterinary science students who work with calves. Journal of American College Health, v. 51, n. 5, p. 213–215, 2003.

RADOSTITS, O.M.; GAY, C.C.; BLOOD, D.C.; HINCHCLIFF, K.W. Doenças Causadas pelos protozoários. In:_____. Clínica veterinária: um tratado de doenças dos bovinos, ovinos, suínos, caprinos e eqüinos. 9 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Kioogan, 2000. Cap. 25, p. 1156-1194.

RIBEIRO, M.G.; LANGONI, H.; JEREZ, J.A.; LEITE, D.S.; FERREIRA, F.; GENNARI, S.M. Identification of enteropathogens from buffalo calves with and without diarrhoea in the Ribeira Valley, State of São Paulo, Brazil. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, v. 37, n. 2, 2000.

Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S141395962000000200013&script=sci_ar

ttext.>. Acesso em: 10 Jun. 2012. 2000.

(34)

bubalis) of the Italian Mediterranean Bred. Veterinary Research Communications, v. 3, p. 253–255, 2007.

RODRÍGUEZ-DIEGO, J.; ABREU, J.R.; PÉREZ, E.; ROQUE, E.; CARTAS, O.. Presencia de Cryptosporidium sp. en búfalos (Bubalus bubalis) en Cuba.

Revista de Salud Animal, v. 13, p. 78–80, 1991

SANTÍN, M.; TROUT, J.M.; FAYER, R. A longitudinal study of cryptosporidiosis in dairy cattle from birth to two years of age. Veterinary Parasitology, v. 155, p. 15–23, 2008.

SAVIOLI, L.; SMITH H.; THOMPSON A. Giardia and Cryptosporidium join the ‘Neglected Diseases Initiative’. Trends Parasitology. v.22, p. 203-208, 2006.

SILVA, C.V.; FERREIRA, M.S.; GONÇALVES-PIRES, M.R.F.; COSTA-CRUZ, J.M. Detection of Cryptosporidium–specific coproantigen in human immunodeficiency virus/acquired immunodeficiency syndrome patients by using a commercially available immunoenzymatic assay. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, v.98, p.1097-1099, 2003.

SMITH, H.V.; NICHOLS, R.A.B. Cryptosporidium: Detection in water and food.

Experimental Parasitology, v. 124, n. 1, p. 61–79, 2007.

SMITH, H.V.; CACCIÒ, S.M.; TAIT, A.; MCLAUCHLIN, J.; THOMPSON, R. C. A. Tools for investigating the environmental transmission of Cryptosporidium and Giardia infections in humans. Trends in Parasitology, v.22, n. 4, p.161-167, 2006.

(35)

farm day camp. Pediatric Infectious Disease Journal, v. 23, n. 12, p. 1098– 1104, 2004.

SPANO, F.; PUTIGNANI, L.; MCLAUCHLIN, J.; CASEMORE, D.P.; CRISANTI, A. PCR-RFLP analysis of the Cryptosporidium oocyst wall protein (COWP) gene discriminates between C. wrairi and C. parvum, and between C. parvum isolates of human and animal origin. FEMS Microbiol Letter, v. 150, p. 209– 217, 1997.

SULAIMAN, I.M.; LAL, A.A.; XIAO, L. Molecular phylogeny and evolutionary relationships of Cryptosporidium parasites at the actin locus. Journal of Parasitology, v. 88, n. 2, p. 388-394, 2002.

THOMPSON, R.C.A.; PALMER, C.S.; O´HANDLEY, R. The public health and clinical significance of Giardia and Cryptosporidium in domestic animals.

Veterinary Journal, v. 177, n. 1, p. 18-25, 2008.

TYZZER, E.E. Cryptospordium parvum (sp. nov.), a coccidium found in the small intestine of the common mouse. Archives fur Protistenkunde, v. 26, p. 394– 412, 1912.

TYZZER, E.E. An extracellular coccidium, Cryptosporidium muris (gen. et sp. nov.), of the gastric glands of the common mouse. Journal of Medical Research, v. 23, p. 487–511, 1910.

TYZZER, E.E. A sporozoan found in the peptic glands of the common mouse.

Proceedings of the Society for Experimental Biology and Medicine, v. 5, p. 12–13, 1907.

(36)

TZIPORI S.; WARD H. Cryptosporidiosis: biology, pathogenesis and disease.

Microbes and Infection, v. 4, p. 1047–58, 2002.

VENU, R.; LATHA, B.R.; BASITH, S.A.; RAJ, G.D.; SREEKUMAR, S.; RAMAN, M. Molecular prevalence of Cryptosporidium spp. in dairy calves in Southern states of India. Veterinary Parasitology, v. 188, n. 1-2, p. 19-24, 2012.

XIAO, L. Molecular epidemiology of cryptosporidiosis: An update. Experimental Parasitology, v. 124, n. 1, p. 80-89, 2010.

XIAO, L.; FAYER, R. Molecular characterisation of species and genotypes of Cryptosporidium and Giardia and assessment of zoonotic transmission.

International Journal for Parasitology, v. 38, n. 11, p. 1239–1255, 2008.

XIAO, L.; FENG, Y. Zoonotic cryptosporidiosis. FEMS Immunology and Medical Microbiology, v. 52, p. 309-323, 2008.

XIAO, L.; FAYER, R.; RYAN, U.; UPTON, S.J. Cryptosporidium taxonomy: recent advances and implications for public health. Clinical Microbiology Reviews, v. 17, n. 1, p. 72–97, 2004.

XIAO, L.; BERN, C.; ARROWOOD, M.; SULAIMAN, I.; ZHOU, L.; KAWAI, V.; VIVAR, A.; LAL, A.A.; GILMAN, R.H. Identification of the Cryptosporidium pig genotype in a human patient. Journal of Infectious Diseases, v. 185, n. 12, p. 1846–1848, 2002.

(37)

CAPÍTULO 2 – OCORRÊNCIA E CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR DE Cryptosporidium spp. EM BEZERROS BUBALINOS NO ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL

RESUMO – Com o objetivo de determinar a ocorrência e caracterizar molecularmente a infecção por Cryptosporidium spp. em bezerros bubalinos do Estado de São Paulo, Brasil, foram colhidas 222 amostras fecais de animais da raça Murrah, com até seis meses de idade. As amostras foram avaliadas pela técnica de Ziehl-Neelsen modificada e por meio da reação em cadeia da polimerase tipo nested (nPCR) para amplificação de fragmentos de DNA subunidade 18S do gene do RNA ribossômico e sequenciamento dos fragmentos amplificados. Pela técnica de Ziehl-Neelsen modificada foi detectada positividade de 8,1% (18/222) e pela nPCR foi observada amplificação em 48,2% (107/222) das amostras, das quais 63 foram sequenciadas. A análise das sequências obtidas mostrou que a espécie mais frequente nesses animais foi Cryptosporidium ryanae, em bezerros bubalinos a partir de cinco dias de idade. A espécie zoonótica Cryptosporidium parvum foi detectada em apenas um animal e um genótipo incomum, similar a Cryptosporidium sp. W20486, foi encontrado pela primeira vez em búfalos.

(38)

1 INTRODUÇÃO

Cryptosporidium spp. é um importante enteropatógeno em seres humanos e animais. Nos últimos anos, houve uma rápida expansão das pesquisas envolvendo esse gênero, em grande parte relacionada a estudos moleculares, propiciando a descrição de várias espécies, genótipos e subtipos do parasito (PLUTZER; KARANIS, 2009). Atualmente, são descritas mais de 20 espécies e mais de 40 genótipos de Cryptosporidium (FAYER et al., 2010; XIAO, 2010).

A infecção em seres humanos pode resultar de transmissão zoonótica ou antroponótica (XIAO, 2010). Dessa forma, a caracterização molecular de isolados de diferentes origens (animal, humana e ambiental) tem sido amplamente usada com o intuito de investigar o potencial zoonótico das espécies ou genótipos do protozoário (XIAO; FAYER, 2008).

Bovinos são comumente infectados por quatro espécies: Cryptosporidium parvum, Cryptosporidium bovis, Cryptosporidium ryanae e Cryptosporidium andersoni (FAYER et al., 2008; FENG et al., 2007; SANTÍN et al., 2008; XIAO, 2010); C. parvum é apontado como um importante agente causador de diarreia neonatal em ruminantes (O’HANDLEY; OLSON, 2006) e um dos principais responsáveis pela criptosporidiose humana (XIAO; FENG, 2008). Assim, os ruminantes têm sido considerados importantes reservatórios da infecção zoonótica (XIAO; FAYER, 2008; WANG et al., 2011).

(39)

et al., 2012). No Brasil não existem dados sobre as espécies ou genótipos que infectam búfalos.

Este trabalho teve como objetivo a determinação da ocorrência de Cryptosporidium spp. em amostras fecais de bezerros bubalinos da região Centro-Sul do Estado de São Paulo, Brasil, por meio de microscopia, utilizando a técnica de coloração de Ziehl-Neelsen modificada e caracterização molecular, seguida do sequenciamento dos fragmentos amplificados para identificação da espécie de Cryptosporidium.

2 MATERIAL E MÉTODO

2.1 Colheita das amostras

Durante o período de abril a maio de 2010, foram colhidas amostras fecais de 222 bezerros bubalinos da raça Murrah, com idade entre cinco dias e seis meses, provenientes de 10 leiterias com manejo semi-extensivo, localizadas na região Centro-Sul do Estado de São Paulo, Brasil. As amostras fecais foram obtidas diretamente da ampola retal e divididas em duas alíquotas, uma destinada à análise pela técnica de Ziehl-Neelsen modificada e a outra, corrrespondente a 200 mg, foi congelada “in natura”, a -20ºC.

As fezes foram classificadas de acordo com a consistência fecal em normais (consistência sólida ou semi-sólida) e diarreicas (pastosa, semilíquida ou líquida).

2.2 Exame parasitológico direto

(40)

fezes, observado em aumento de 1000X, foi adotada a seguinte classificação: raro (até quatro oocistos/campo); pouco a moderado (entre cinco e 10 oocistos/campo) e acentuado (11 ou mais oocistos/campo).

2.3 Extração de DNA genômico

O DNA genômico dos oocistos foi extraído utilizando-se o QIAamp DNA Stool Mini Kit® (Qiagen), seguindo-se o protocolo descrito pelo fabricante, após diluição da amostra em tampão ASL e 5 etapas de congelamento em nitrogênio líquido, por 1 minuto, e descongelamento em termomixer, por 3 minutos, a 99ºC. O DNA foi eluído em 50 microlitros de tampão AE e conservado a -20°C.

2.4 Caracterização molecular

Para amplificação de fragmento parcial do gene 18S rRNA foi utilizada a técnica de reação em cadeia da polimerase tipo nested (nPCR) com os oligonucleotídeos iniciadores 5´ TTC TAG AGC TAA TAC ATG CG 3’ e 5’ CCC ATT TCC TTC GAA ACA GGA 3’ para a reação primária (1325 bp) e 5’ GGAAGG GTT GTA TTT ATT AGA TAA AG 3’ e 5´ AAG GAG TAA GGA ACA ACC TCC A 3´ para a reação secundária (826-840 bp) (XIAO et al., 2000).

As seguintes condições de reação foram utilizadas: preparação de 25µL de solução contendo 2,5 µL de tampão para PCR 1 x, MgCl2 a 2,5 mM, 1 U de

Taq DNA polimerase, 200 µM de cada desoxiribonucleotídeo, 100 nM de cada

(41)

Amostras classificadas inicialmente como Cryptosporidium suis-like pela análise do gene 18S rRNA foram posteriormente submetidas à nPCR para amplificação de fragmento parcial do gene da actina, seguida do sequenciamento dos fragmentos amplificados.

A PCR para amplificação de fragmento parcial do gene da actina foi realizada utilizando os oligonucleotídeos iniciadores 5’ ATG RGW GAA GAA GWA RYW CAA GC 3’ e 5’ AGA ARC AYT TTC TGT GKA CAA T 3’, para a reação primária (~1095bp) e 5’ CAA GCW TTR GTT GAY AA 3’ e 5’ TTT CTG TGK ACA ATW SWT GG 3’ para a reação secundária (~1066bp), nas seguintes condições de reação: preparação de 25µL de solução contendo 2,5 µL de tampão para PCR 1x, MgCl2 a 3,0 mM, 1 U de Taq DNA polimerase, 200 µM de cada desoxiribonucleotídeo, 200 nM de cada oligonucleotídeo iniciador e

2,5 µL de DNA alvo nas duas reações. As amostras foram submetidas à desnaturação inicial do DNA a 94º C por 5 minutos, seguida de 35 ciclos, cada um consistindo em desnaturação por 45 segundos a 94º C, 45 segundos de anelamento a 45ºC e 60 segundos de extensão a 72º C, com extensão final a 72ºC, por 10 minutos (SULAIMAN et al., 2002).

Como controles positivo e negativo de ambas as reações foram utilizados DNA genômico de Cryptosporidium galli e água ultra-pura, respectivamente.

Amostras que apresentaram amplificação intensa do fragmento de DNA, visualizadas por meio de eletroforese em gel de agarose 1,5% corado com brometo de etídeo, foram purificadas utilizando-se o kit QIAquick® Gel Extraction (Qiagen), e submetidas a sequenciamento com utilização do ABI Prism® Dye Terminator Cicling Sequence kit (Applied Biosystems®) em seqüenciador automático ABI 3730XL (Applied Biosystems). As reações de sequenciamento foram feitas nas duas direções, com os oligonucleotídeos iniciadores da reação secundária.

(42)

por PCR foi feito com o auxílio dos programas Clustal W (THOMPSON et al., 1997) e BioEdit Sequence Alignment Editor (HALL, 1999), tomando-se como base sequências homólogas disponíveis no GenBank.

As sequências de nucleotídeos geradas a partir deste estudo estão depositadas no GenBank sob os números de acesso JX559846 a JX559851.

2.5 Análise Filogenética

As sequências amplificadas neste estudo foram alinhadas com sequências de nucleotídeos homólogas, obtidas a partir de outras espécies e genótipos de Cryptosporidium, utilizando Clustal W (THOMPSON et al., 1997). A análise neighbor-joining foi realizada com base no modelo de Kimura 2-parâmetros, usando a versão MEGA 5.1 (KUMAR et al., 2004), com valores de bootstrap obtidos a partir de 1000 repetições.

2.6 Análise estatística

A associação entre a ocorrência de Cryptosporidium spp., determinada pela nPCR e a consistência fecal das amostras analisadas foi avaliada pelo teste Qui-Quadrado. O Teste de McNemar e o coeficiente de concordância Kappa foram utilizados para avaliar a concordância entre as técnicas de Ziehl-Neelsen modificada e nPCR. O nível de significância adotado foi de 5% e a análise estatística foi efetuada empregando-se o programa Statistical Analysis System (SAS), versão 9.2 (2008).

3 RESULTADOS

(43)

(5/18) moderado e em 22% (4/18) acentuado (Figura 1). Todas as amostras positivas por microscopia também mostraram positividade pela nPCR, que detectou 48,2% (107/222) de positividade. Desse total, foi possível o sequenciamento em 63 amostras. A análise das seqüências do gene 18S rRNA possibilitou a identificação de C. ryanae em 60 amostras, Cryptosporidium sp. geneticamente similar ao isolado W20486 (GenBank HQ822146) em duas amostras e C. parvum em uma amostra (Tabela 1). C. ryanae estava presente em todas as leiterias e C. parvum e Cryptosporidium sp. estavam restritos a uma e duas leiterias, respectivamente.

Não houve diferença estatística entre a positividade e a consistência fecal (Tabela 2). Pelo teste de McNemar foi observada diferença significativa (p<0,0001) (PEREIRA, 2001) entre as técnicas estudadas em relação à positividade para Cryptosporidium spp. Pelo teste Kappa, houve baixa concordância entre as técnicas (Kappa = 0,1732).

Tabela 1 - Distribuição das espécies de Cryptosporidium detectadas por meio da nPCRe sequenciamento, de acordo com a faixa etária.

Faixa etária

(dias) Número de amostras

Número de positivos – nPCR (%)

Identificação das espéciesa

5 – 30 26 12 (46,2)

C. ryanae (4) Cryptosporidium spp. (2)

C. parvum (1)

31 – 60 85 39 (45,9) C. ryanae (20)

61 – 120 98 53 (54,1) C. ryanae (34)

121 – 180 13 3 (23,1) C. ryanae (02)

Total 222 107 (48,2)

C. ryanae (60) Cryptosporidium sp. (2)

C. parvum (1)

a A identificação das espécies foi realizada apenas em amostras que

(44)

Tabela 2 - Ocorrência da infecção por Cryptosporidium spp. pela nPCR de acordo com a consistência fecal.

Consistência fecal Número de animais Número de positivos – nPCR (%) P(1)

Normal 156 70 (44,9)

0,1273

Diarreica 66 37 (56,1)

(1) teste χ2

FIGURA 1 - Aspecto microscópico (aumento de 1000X) dos graus de eliminação de oocistos de Cryptosporidium spp. em amostras fecais de bezerros bubalinos (A- rara; B- moderada; C e D- acentuada).

D

(45)

4 DISCUSSÃO

Resultados semelhantes aos obtidos pelo exame microscópico neste trabalho, foram observados por Ribeiro et al. (2000) e Araújo et al. (1996), no Brasil, por meio da técnica de Sheather. Por sua vez, El-Khodery and Osman (2008) e Feng et al. (2012), detectaram pela técnica de Ziehl- Neelsen modificada, ocorrência mais elevada que a evidenciada neste trabalho.

Em outras pesquisas envolvendo o diagnóstico molecular de Cryptosporidium em bubalinos, foi utilizado um método de triagem precedente à PCR, dessa forma, a caracterização molecular foi feita apenas em amostras positivas no primeiro teste (BHAt et al., 2012; CACCIÓ et al., 2007; FENG et al., 2012; GOMÉZ-COUSO et al., 2005), o que nos impossibilita tecer comparações entre a positividade encontrada pela nPCR, neste experimento, com os resultados previamente publicados.

Na maioria dos animais foi constatada infecção por C. ryanae, que em bovinos causa quadros assintomáticos (FAYER et al., 2008). Embora 66 animais do nosso estudo tenham apresentado diarreia, não foi observada associação entre a positividade para Cryptosporidium e a consistência das fezes.

Embora em bovinos a presença de C. ryanae tenha sido detectada por métodos moleculares em vários países (FAYER et al., 2008; FAYER et al., 2010b; MEIRELES et al., 2011; MUHID et al., 2011; MURAKOSHI et al., 2012; ROBINSON et al., 2011; WANG et al., 2011;), em búfalos essa espécie foi observada apenas por Feng et al. (2012), no Nepal e por Venu et al. (2012) na Índia. C. parvum, apesar de ser comumente observado em bovinos (XIAO; FENG, 2008), foi descrito em búfalos somente por Cacciò et al. (2007) e em somente um animal, neste experimento. No Brasil, este é o primeiro relato de C. ryanae e C. parvum na espécie bubalina.

(46)

observada a presença de C. ryanae nessa faixa etária e, com menor frequência, de C. parvum e Cryptosporidium sp.

Na faixa etária após 2 meses de idade, foi observada infecção também por C. ryanae, espécie que já foi descrita por Feng et al. (2012) em bezerros bubalinos, com idade entre dois a sete meses. Em bovinos, C. ryanae é encontrado com mais frequência em bezerros desmamados (três meses a 11 meses) (FAYER et al., 2008; XIAO; FAYER, 2008), embora haja relatos de presença de C. ryanae em animais com idade inferior a dois meses (FENG et al., 2007; KHAN et al., 2010; MUHID et al., 2011).

O alinhamento das seqüências do gene 18S rRNA de C. ryanae com outras seqüências dessa espécie, evidenciou substituições nas posições 40 e 418 (GenBank AY587166) (Figura 2) e 100% de similaridade genética com as seqüências de C. ryanae tipos 2, 3 e 4 descritas por Feng et al. (2012), em búfalos.

FIGURA 2 - Alinhamento das sequências de C. ryanae com sequências

depositadas no Genbank.

(47)

A nPCR para amplificação do gene da actina foi realizada nas duas amostras de bezerros bubalinos similares a Cryptosporidium suis-like, pela análise do gene 18S rRNa, sendo possível observar que se tratava do mesmo genótipo encontrado por Robinson et al. (2011), com somente uma substituição do nucleotídeo C por T, na posição 678 (GenBank W20486). Esta é a primeira descrição deste genótipo em búfalos.

5 CONCLUSÃO

A infecção por Cryptosporidium foi detectada em bezerros bubalinos de cinco a seis meses de idade, com predomínio de C. ryanae. No Brasil, este é o primeiro estudo de caracterização molecular de Cryptosporidium em búfalos, com identificação de C. ryanae e C. parvum, e representa o primeiro relato do genótipo Cryptosporidium sp. W20486 nessa espécie animal.

AGRADECIMENTOS

À FAPESP pelo suporte financeiro concedido a este projeto (Processo n. 52542-3) e a bolsa de mestrado (Processo n. 2010/13146-5) concedida à aluna AQUINO, M. C. C.

REFERÊNCIAS

ARAUJO, F.A.P.; PAIVA, M.D.G.S.; ANTUNES, R.L.; CHAPLIN, E.L.; SILVA, N.R.S. Ocorrência de Cryptosporidium parvum e Cryptosporidium muris em búfalos (Bubalus bubalis) no Estado do Amapá, Brasil. Arquivos Faculdade de Veterinária (UFRGS), v. 24, n. 1, p. 85-90, 1996.

(48)

humans and domestic animals in Côte d’Ivoire: Occurrence and evidence for environmental contamination. Transactions Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, v. 106, n. 3, p. 191– 195, 2012.

BHAT, S.A.; JUYAL, P.D.; SINGLA, L.D. Prevalence of cryptosporidiosis in neonatal buffalo calves in Ludhiana District of Punjab. IndiaAsian Journal of Animal and Veterinary Advances, v. 7, n. 6, p. 512- 520, 2012.

CACCIÒ, S.M.; RINALDI, L.; CRINGOLI, G.; CONDOLEO, R.; POZIO, E. Molecular identification of Cryptosporidium parvum and Giardia duodenalis in the Italian water buffalo (Bubalus bubalis). Veterinary Parasitology, v. 150, n. 1-2, p. 146-149, 2007.

CONDOLEO, R.U.; RINALDI, L.; SARALLI, G.; MORGOGLIONE, M.E.; SCHIOPPI, M.; CONDOLEO, R.; MUSELLA, V.; CRINGOLI, G. An updating on Cryptosporidium parvum in the water buffalo. Italian Journal of Animal Science, v. 6, p. 917-919, 2007.

DUBEY, J.P.; FAYER, R.; RAO, J.R. Cryptosporidial oocysts in faeces of water buffalo and zebu cattle in India. Journal of Veterinary Parasitology, v. 6, p. 55-56, 1992.

EL KHODERY, S.A.; OSMAN, S.A. Cryptosporidiosis in buffalo calves (Bubalus bubalis): Prevalence and potential risk factors. Tropical Animal Health and Production, v. 40, n. 6, p. 419-426, 2008.

(49)

FAYER, R.; SANTÍN, M.; TROUT, J.M. Cryptosporidium ryanae n. sp. (Apicomplexa: Cryptosporidiidae) in cattle (Bos taurus). Veterinary Parasitology, v. 156, n. 3-4, p. 191–198, 2008.

FENG, Y.; KARNA, S.R.; DEAREN, T.K.; SINGH, D.K.; ADHIKARI, L.N.; SHRESTHA, A.; XIAO L. Common occurrence of a unique Cryptosporidium ryanae variant in zebu cattle and water buffaloes in the buffer zone of the Chitwan National Park, Nepal. Veterinary Parasitology, v. 185, n. 2-4, p. 309– 314, 2012.

FENG, Y.; ORTEGA, Y.; HE, G.; DAS, P.; XU, M.; ZHANG, X.; FAYER, R.; GATEI,W.; CAMA, V.; XIAO, L. Wide geographic distribution of Cryptosporidium bovis and the deer-like genotype in bovines. Veterinary Parasitology, v. 144, n. 1-2, p. 1–9, 2007.

GOMEZ-COUSO, H.; AMAR, C.F.; MCLAUCHLIN, J.; ARES-MAZAS, E. Characterisation of a Cryptosporidium isolate from water buffalo (Bubalus bubalis) by sequencing of a fragment of the Cryptosporidium oocyst wall protein gene (COWP). Veterinary Parasitology, v. 131, n. 1-2, p. 139-144, 2005.

GONÇALVES, E.M.N. Cryptosporidium parvum: Avaliação de métodos de

diagnóstico e aspectos epidemiológicos. São Paulo: Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo-USP, 2002.

HALL, T.A. BioEdit: A user-friendly biological sequence alignment editor and analysis program for Windows 95/98/NT. Nucleic Acids Symposium Series. v. 41, 95-98, 1999.

(50)

transmission of Cryptosporidium from dairy cattle in West Bengal, India.

Veterinary Parasitology, v. 171, n. 1-2, p.41–47, 2010.

KUMAR, S., TAMURA, K., NEI, M. MEGA3: Integrated software for molecular evolutionary genetics analysis and sequence alignment. Briefings in Bioinformatics 5: 150–163, 2004.

LANGKJAER, R.B.; VIGRE, H.; ENEMARK, H.L; MADDOX-HYTTEL, C. Molecular and phylogenetic characterization of Cryptosporidium and Giardia from pigs and cattle in Denmark. Parasitology, v. 134, p. 339–350, 2007.

MEIRELES, M.V. Cryptosporidium infection in Brazil: implications for veterinary medicine and public health. Revista Brasileira de Parasitologia, v. 19, n. 4, p. 197-204, 2010.

MEIRELES, M.V.; OLIVEIRA, F.P.; TEIXEIRA, W.F.P.; COELHO, W.; MENDES. L.C.N. Molecular characterization of Cryptosporidium spp. in dairy calves from the state of São Paulo, Brazil. Parasitology Research, v. 109, n. 3, p. 949-951, 2011.

MORGAN, U.M.; PALLANT, L.; DWYER, B.W.; FORBES, D.A.; RICH, G.; THOMPSON, R.C. Comparison of PCR and microscopy for detection of Cryptosporidium parvum in human fecal specimens: clinical trial. Journal of Clinical Microbiology, v. 36, n. 4, p. 995–998, 1998.

(51)

MURAKOSHI, F.; XIAO, L.; MATSUBARA, R.; SATO, R.; KATO, Y.; SASAKI, T.; FUKUDA, Y.; TADA, C.; NAKAI, Y. Molecular characterization of Cryptosporidium spp. in grazing beef cattle in Japan. Veterinary Parasitology, v. 187, n. 1-2, p. 123-128, 2012.

O'HANDLEY, R.M. Cryptosporidium parvum infection in cattle: are current perceptions accurate? Trends in Parasitology, v. 23, n. 10, p. 477-480, 2007.

O'HANDLEY, R.M.; OLSON, M.E. Giardiasis and cryptosporidiosis in ruminants.

Veterinary Clinics of North America: Food Animal Practice, v. 22, n. 3, p. 623-643, 2006.

PLUTZER, J.; KARANIS, P. Genetic polymorphism in Cryptosporidium species: An update. Veterinary Parasitology, v. 165, n. 3-4, p. 187-199, 2009.

RIBEIRO, M.G.; LANGONI, H.; JEREZ, J.A.; LEITE, D.S.; FERREIRA, F.; GENNARI, S.M. Identification of enteropathogens from buffalo calves with and without diarrhoea in the Ribeira Valley, State of São Paulo, Brazil. Brazilian Journal of Veterinary Research and Animal Science, v. 37, n. 2, 2000.

Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S141395962000000200013&script=sci_artt

ext.>. Acesso em: 10 Jun. 2012. 2000.

RINALDI, L.; CONDOLEO, R.U.; CONDOLEO, R.; SARALLI, G.; BRUNI, G.; CRINGOLI, G. Cryptosporidium and Giardia in Water Buffaloes (Bubalus bubalis) of the Italian Mediterranean Bred. Veterinary Research Communications, v. 3, p. 253–255, 2007.

(52)

investigating the origin and distribution of Cryptosporidium species. Journal of Applied Microbiology, v. 111, n. 3, p. 717–730, 2011.

RODRÍGUEZ-DIEGO, J.; ABREU, J.R.; PÉREZ, E.; ROQUE, E.; CARTAS, O.. Presencia de Cryptosporidium sp. en búfalos (Bubalus bubalis) en Cuba.

Revista de Salud Animal, v. 13, p. 78–80, 1991

SANTÍN, M.; TROUT, J.M.; FAYER, R. A longitudinal study of cryptosporidiosis in dairy cattle from birth to two years of age. Veterinary Parasitology, v. 155, p. 15–23, 2008.

SAS Institute Inc. The SAS System, release 9.2. SAS Institute Inc., Cary:NC, 2008.

SULAIMAN, I.M.; LAL, A.A.; XIAO, L. Molecular phylogeny and evolutionary relationships of Cryptosporidium parasites at the actin locus. Journal of Parasitology, v. 88, n. 2, p. 388-394, 2002.

THOMPSON, J.D.; GIBSON, T.J.; PLEWNIAK, F.; JEANMOUGIN, F.; HIGGINS, D. G., 1997. The Clustal X windows interface: flexible strategies for multiple sequence alignment aided by quality analysis tools. Nucleic Acids Res. 25, 4876-4882.

THOMPSON, R.C.A.; PALMER, C.S.; O´HANDLEY, R. The public health and clinical significance of Giardia and Cryptosporidium in domestic animals.

Veterinary Journal, v. 177, n. 1, p. 18-25, 2008.

(53)

WANG, R.; WANG, H.; SUN, Y.; ZHANG, L.; JIAN, F.; QI, M.; NING, C.; XIAO, L. Characteristics of Cryptosporidium Transmission in Preweaned Dairy Cattle in Henan, China. Journal of Clinical Microbiology, v. 49, n. 3, p. 1077–1082, 2011.

XIAO, L. Molecular epidemiology of cryptosporidiosis: An update. Experimental Parasitology, v. 124, n. 1, p. 80-89, 2010.

XIAO, L.; FENG, Y. Zoonotic cryptosporidiosis. Immunology and Medical Microbiology, v. 52, n. 3, p. 309-323, 2008.

XIAO, L.; FAYER, R. Molecular characterisation of species and genotypes of Cryptosporidium and Giardia and assessment of zoonotic transmission.

International Journal for Parasitology, v. 38, n. 11, p. 1239–1255, 2008.

XIAO, L.; FAYER, R.; RYAN, U.; UPTON, S.J. Cryptosporidium taxonomy: recent advances and implications for public health. Clinical Microbiology Reviews, v. 17, n. 1, p. 72–97, 2004.

(54)

(55)

APÊNDICE A- Á identificadas nest Cryptosporidium d método de agrupam

Árvore filogenética de sequências do e estudo, e de outras espécies isponíveis no GenBank e árvore con mento de vizinhos.

(56)

APÊNDICE B- Árvo neste estudo, e disponíveis no G agrupamento de viz

ore filogenética da sequência do gene d de outras espécies ou genótipos d GenBank e árvore consenso utilizan

zinhos.

Referências

Documentos relacionados

hnson inspirada pelo exemplo da obra hollandesa e da organisação parisiense, tem até hoje installado mais de 260 casas de soccorro por meio de subscri- pções privadas que sobem

A legislação da Comunidade Econômica Européia de defesa da concorrência coibiu as concentrações empresarias e o abuso de posição dominante que possam existir no mercado, pois

A decisão de integração do mHealth nos sistemas de saúde levanta questões relacionadas com a natureza dos serviços a serem fornecidos, viabilidade financeira das

We postu- lated that, although the insect parasite attack would affect the entire host tree, the impact by galling insects on the host-plant branch attacked by Psittacanthus sp..

A presente investigação teve como objetivo geral o estudo dos fatores de risco e de proteção internos e externos utilizados perante a violência social, nomeadamente o bullying

crianças do pré́-escolar e dos seus determinantes, assim como a avaliação do efeito de um programa de escovagem diária na escola no estado de saúde oral (índice

Na terceita parte foi desenvolvida a ferramenta, que partindo de ficheiros de entrada com o posicionamento dos jogadores e da bola durante um jogo, consegue calcular automaticamente

As principais características técnicas são a ArchestrA Graphics, vista na solução da Sysmaker, que passam pela aquisição de dados, histórico, gráficos, relatórios,