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Academic year: 2017

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CONTROLE DA PRESSÃO SELETIVA EM ALGORITMO

GENÉTICO APLICADO A OTIMIZAÇÃO DE DEMANDA EM

INFRA-ESTRUTURA AERONÁUTICA.

Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Engenharia.

Área de Concentração: Sistemas Digitais

Orientador:

Prof. Dr. João Batista Camargo Jr.

São Paulo

(2)
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ou indireta de várias pessoas. Sou especialmente grato a todas elas.

− Meu orientador Professor Dr. João Batista Camargo Júnior, pela dedicação, incentivo e por ter acreditado em meu potencial.

− A Gilberto e Alice, meus pais, que muito me apoiaram com amor, carinho e paciência desde o início.

− Aos meus irmãos Adriana e Alexandre pelo apoio.

− A minha tia Deise, que com muito, contribuiu nesta jornada.

− Ao amigo Professor Dr. Dib Karam Junior, pelo apoio e incentivo para a realização deste trabalho e pelas inúmeras discussões no decorrer da pesquisa.

− Aos Professores Dr. Paulo Sérgio Cugnasca e Dr. Jorge Rady de Almeida, que contribuíram nas decisões quanto aos rumos tomados nesta pesquisa.

− Ao amigo Jamil Kalil Naufal Júnior por abrir as portas de sua pesquisa, discussões e ajuda neste trabalho.

− Aos meus amigos de laboratório, Ítalo Oliveira, Ricardo Gimenes, Lúcio Vismari, Alan Borim, Sérgio Miranda e Danilo Shibata.

− As amigas Regina Cantele e Andréa Sipoli.

− Aos estagiários Daniel Scalli e Guilherme Matiussi pela dedicação e empenho.

− Ao Allan e Francisco do LCCA da USP, que ajudaram quanto ao ambiente de simulação Alcatéia.

− A Escola Politécnica da USP pela oportunidade dada para a realização desta pesquisa.

− Agradeço a Deus que tornou tudo possível.

(4)

A busca por entender e copiar o majestoso mundo que nos cerca fez do homem um curioso

por natureza. Santos Dumont realizou a proeza de alcançar um dos sonhos mais antigos do

homem, voar. Charles Darwin escreveu a Teoria da Evolução como um paradigma para a

nossa existência, inspirando John Holland a desenvolver os Algoritmos Genéticos.

Atualmente, com o grande crescimento da demanda no transporte aéreo, o homem volta seus

esforços na busca por soluções que garantam a segurança da sociedade. Recentemente o

pesquisador Naufal reuniu todos esses conceitos e desenvolveu um Modelo de Otimização de

Demanda para o setor aeronáutico. Tal modelo visa amenizar a carga de trabalho dos

controladores de tráfego aéreo na busca por aumentar a qualidade do serviço prestado por esse

profissional, garantindo dessa forma níveis aceitáveis de segurança. Embora o modelo tenha

se mostrado eficiente, ele apresentou uma deficiência quanto aos tempos despendidos para

alcançar bons resultados. Na tentativa de otimizar os tempos do modelo atual, este trabalho de

pesquisa adicionou o conceito de pressão seletiva, que representa a influência do meio

ambiente. A representação da influência que o meio ambiente tem dentro da teoria da

evolução de Darwin pode gerar uma implementação mais realista dos algoritmos genéticos.

Este trabalho propõe a aplicação dos métodos de controle da pressão seletiva como alternativa

de diminuir os tempos despendidos pelo modelo de otimização de demanda na busca por

(5)

The search for understanding and copying the magnificent world that surrounds us has made

man curious by nature. Santos Dumont achieved one of man’s most ancient dreams, to fly.

Charles Darwin wrote the Theory of Evolution as a paradigm of our existence, inspiring John

Holland to develop genetic algorithms. Presently, because of the growth of demand in air

transportation, men concentrate their efforts in the search for solutions that can guarantee the

safety of our society. Recently, researcher Naufal has gathered all these concepts and

developed a Demand Optimization Model for the aeronautical sector. This model aims to

ease the workload of air traffic controllers, in a search for increasing the quality of this service

and guaranteeing acceptable levels of safety. Although his model has proved to be efficient, it

has presented a weak point when it comes to time spent to reach good results. In an attempt

to optimize time in the existing model, this research added the concept of selective pressure,

which represents the influence of the environment. The representation of the influence that

the environment has inside Darwin’s Theory of Evolution can generate a more realistic

implementation of genetic algorithms. This work proposes an application of selective

pressure control methods as an alternative to diminish time spent by the Demand

(6)

LISTA DE TABELAS... 9

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS... 10

LISTA DE SÍMBOLOS... 12

1 INTRODUÇÃO... 14

1.1 OBJETIVOS... 15

1.2 MOTIVAÇÃO... 16

1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO... 17

2 CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO... 19

2.1 OESPAÇO AÉREO... 19

2.2 FASES DE OPERAÇÃO DE VÔO IFR... 20

2.3 ADIVISÃO DO ESPAÇO AÉREO... 22

2.4 CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO... 24

2.5 CAPACIDADE DE TRÁFEGO NOS SETORES AÉREOS... 26

2.5.1 Controle APP e ACC... 27

2.5.2 Cálculo para o Número de Aeronaves Simultâneas em um Setor ... 28

2.6 CRESCIMENTO DA DEMANDA NO TRÁFEGO AÉREO... 30

2.7 CONTROLADOR DE TRÁFEGO AÉREO... 31

2.7.1 Carga de Trabalho do Controlador de Tráfego Aéreo ... 32

2.7.2 Segurança e o Controlador de Tráfego Aéreo... 33

2.8 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO... 34

3 PRESSÃO SELETIVA... 35

3.1 INTRODUÇÃO... 35

3.2 RELAÇÃO DA PRESSÃO SELETIVA COM OUTROS CONCEITOS DOS ALGORITMOS GENÉTICOS... 37

3.2.1 Velocidade de Convergência ... 37

3.2.2 Direção da Evolução... 38

3.2.3 Diversidade populacional ... 39

3.3 CONTROLE DA PRESSÃO SELETIVA... 40

3.3.1 A Pressão Seletiva no Método de Seleção por Roleta ... 41

3.3.2 A Pressão Seletiva no Método de Seleção pelo Torneio ... 41

3.3.3 A Pressão Seletiva no Método de Seleção pelo Ranking... 42

3.4 MÉTODOS DE CONTROLE DA PRESSÃO SELETIVA... 43

3.4.1 Ranking Linear ... 43

3.4.2 Ranking Geométrico... 44

3.4.3 Corte ... 45

3.4.4 Nicho e Compartilhamento... 46

3.4.5 Escalamento Linear ... 47

3.4.6 Normalização... 51

(7)

4.1.3 Exponencial ... 64

4.2 PARÂMETROS DO CONTROLE DA PRESSÃO SELETIVA... 67

4.3 IMPLEMENTAÇÃO DOS MÉTODOS DE CONTROLE DA PRESSÃO SELETIVA NO MOD... 69

4.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO... 72

5 APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE CONTROLE DA PRESSÃO SELETIVA NA OTIMIZAÇÃO DO MOD... 73

5.1 AINFRA-ESTRUTURA E OS PARÂMETROS DO MOD ... 74

5.1.1 Dados do Cenário Utilizado... 74

5.1.2 Janelas de Ocupação... 77

5.1.3 Parâmetros dos Algoritmos Genéticos... 78

5.2 OAMBIENTE COMPUTACIONAL... 81

5.3 SIMULAÇÕES DO CONTROLE DA PRESSÃO SELETIVA... 82

5.3.1 Etapa 1 – Método do Escalamento Linear ... 84

5.3.2 Etapa 2 – Calibração dos Tipos de Pressão Seletiva... 88

5.3.3 Etapa 3 – Pressão Seletiva Constante ... 101

5.3.4 Etapa 4 – Calibração para Pressão Seletiva Variável ... 105

5.3.5 Etapa 5 – Pressão Seletiva Variável ... 112

5.3.6 Etapa 6 – Simulações Complementares... 115

5.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO... 119

6 CONCLUSÃO... 121

6.1 CONTRIBUIÇÕES... 124

6.2 TRABALHOS FUTUROS... 125

BIBLIOGRAFIA... 127

APÊNDICE A–ALGORITMOS GENÉTICOS... 133

APÊNDICE B–MODELO DE OTIMIZAÇÃO DE DEMANDA (MOD)... 152

APÊNDICE C–TESTES DE HIPÓTESES... 168

APÊNDICE D–GRÁFICOS DE CALIBRAÇÃO DO PONTO DE MUDANÇA DA PRESSÃO SELETIVA... 174

(8)

Figura 1. Exemplo de aumento da pressão seletiva pelo Escalamento Linear. ...48

Figura 2. Exemplo de diminuição da pressão seletiva pelo Escalamento Linear...48

Figura 3. Exemplo da aplicação do Escalamento quando surge um super-indivíduo. ...49

Figura 4. Exemplo em que o uso do mapeamento linear gera algum resultado negativo. ...50

Figura 5. Exemplo de aplicação do mapeamento linear corrigido. ...51

Figura 6. Probabilidade de seleção variando a pressão seletiva pelo método Adaptado de Normalização em uma população com alta distinção. ...59

Figura 7. Probabilidade de seleção variando a pressão seletiva pelo método Adaptado de Normalização em uma população com baixa distinção. ...60

Figura 8. Exemplo de uma população com variação no valor da escala de ordenação...62

Figura 9. Gráfico de comparação entre os métodos Adaptado de Normalização e Exponencial. ...67

Figura 10. Implementação do Controle da Pressão Seletiva em Algoritmo Genético Básico. 70 Figura 11. Exemplo do funcionamento de um software (algoritmo genético) com o código fechado. ...70

Figura 12. MOD em blocos para a implementação de um novo bloco: controle da pressão seletiva...71

Figura 13. Infra-estrutura aeronáutica utilizada. ...75

Figura 14. Variação da pressão seletiva dentro do intervalo...89

Figura 15. Exemplo do número de vezes de seleção dos indivíduos conforme Tabela 12. ...94

Figura 16. Gráficos dos valores de calibração de alta pressão seletiva no método Adaptado de Normalização...95

Figura 17. Gráficos de calibração dos valores de baixa pressão seletiva no método Adaptado de Normalização...96

Figura 18. Gráficos de calibração dos valores de alta pressão seletiva no método do Ranking Normalizado. ...97

Figura 19. Gráficos de calibração dos valores de baixa pressão seletiva no método do Ranking Normalizado. ...97

Figura 20. Gráficos de calibração dos valores de baixa pressão seletiva no método Exponencial. ...99

Figura 21. Gráficos de calibração dos valores de alta pressão seletiva no método Exponencial. ...99

Figura 22. Gráfico para seleção do ponto de mudança da Pressão Seletiva...109

(9)

Tabela 1 – Fases de Operação do Trafego Aéreo com procedimento IFR...21 Tabela 2 – Movimento de Passageiros no Aeroporto de Congonhas (IAC, 2003). ...31 Tabela 3 – Exemplo da aplicação do método de Normalização em uma população de 8

indivíduos. ...51 Tabela 4 – Variação da pressão seletiva em população com alta distinção entre os indivíduos

pelo método Adaptado de Normalização (equação 16)...57 Tabela 5 – Variação da pressão seletiva em população com baixa distinção entre os indivíduos pelo método Adaptado de Normalização (equação 16)...59 Tabela 6 – Exemplo do uso do Ranking com variação das probabilidades entre os indivíduos

utilizando o conceito de normalização. ...63 Tabela 7 – Exemplo comparativo entre os métodos Adaptado de Normalização e Exponencial.

...66 Tabela 8 – Dados sobre o cenário escolhido – capacidade, vôos, demanda – (NAUFAL,

2005)...76 Tabela 9 – Definição dos tempos nos aeroportos, setores internos e externos...78 Tabela 10 – comparativo: MOD sem controle da pressão seletiva e o método do Escalamento

Linear;...87 Tabela 11 – Definição dos valores para média pressão seletiva...90 Tabela 12 – Exemplo dos dados da saída auxiliar para ajuste da pressão seletiva...92 Tabela 13 – Valores adotados para a etapa de pressão seletiva constante de acordo com o

processo de calibração...100 Tabela 14 – Comparativo: MOD sem controle da pressão seletiva e métodos com pressão

seletiva constante...103 Tabela 15 – Pontos escolhidos para mudança do tipo de pressão seletiva ...112 Tabela 16 – Comparativo: MOD sem controle da pressão seletiva e métodos com pressão

seletiva variável. ...114 Tabela 17 – Comparativo: MOD sem controle da pressão seletiva e simulações

(10)

ACC – Area Control Center (Centro de Controle de Aérea). APP – Approach Control (Controle de Aproximação). AS – Alert Service (Serviço de Alerta).

ATC – Air Traffic Control (Controle de Tráfego Aéreo). ATS – Air Traffic Service (Serviço de Tráfego Aéreo).

CGNA – Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea.

CINDACTA – Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo.

CPS – Controle de Pressão Seletiva.

CTR – Control Terminal Region (Zona de Controle.)

DEPV – Diretoria de Eletrônica e Proteção ao Vôo.

DECEA – Diretoria de Controle do Espaço Aéreo.

DPMC – Desvio Padrão da Função Objetivo dos Melhores Cromossomos.

DPP – Desvio Padrão da Função Objetivo Populacional.

EL – Método do Escalamento Linear.

Exp – Método Exponencial

FAA – Federal Aviation Administration (Administração Federal de Aviação).

FIS – Flight Information Service (Serviço de Informação ao Vôo).

GAS – Grupo de Análise de Segurança.

IA – Inteligência Artificial.

IDE – Integrated Drive Electronics

IFR – Instrument Flight Rules (Regras de Vôo por Instrumento).

LCCA – Laboratório de Computação Cientifica Avançada.

MFOMC – Média dos Valores de Função Objetivo do Melhores

Cromossomos.

MFOP – Média do Valor da Função Objetivo Populacional.

MOD – Modelo de Otimização de Demanda.

NA – Método Adaptado de Normalização.

NMGC – Número Médio de Gerações Criadas.

(11)

PO – Pesquisa Operacional.

RN – Método do Ranking Normalizado.

RPL – Repetitive Flight Plans (Planos de Vôos Repetitivos). SAS_NuATFM_FMP – Air Traffic Flow Management - Flow Management Point.

SCSI – Small Computer System Interface.

SRPV – Serviço Regional de Proteção ao Vôo.

TMA – Terminal Movement Areas (Aérea Terminal).

TMP – Tempo Médio de Processamento de Cada Simulação.

TTP – Tempo Total de Processamento.

TWR – Tower Control (Torre de Controle).

USP – Universidade de São Paulo.

(12)

Ns – Número de Aeronaves simultâneas.

f – Fator de disponibilidade.

d – Distância média percorrida por uma aeronave em um Setor. n – Número médio de comunicações de cada aeronave.

tm – Tempo média de duração de cada mensagem.

Vm – Velocidade média das aeronaves.

T – Tempo médio de permanência.

km – Quilometro.

Sel

P – Probabilidade de Seleção no método da Roleta.

) (i

FO – Função Objetivo do Indivíduo i.

N – Total de indivíduos em uma população.

– Somatória de um conjunto de elementos.

q – Número de cromossomos da população do torneio.

Ei – Número de vezes que se deseja selecionar o indivíduo i no Ranking Linear.

Qb – Valor do melhor indivíduo no Ranking Linear.

Qw – Valor do pior indivíduo no Ranking Linear.

Ri – Ranking do indivíduo i no Ranking Linear.

Pi – Probabilidade de seleção do indivíduo i no Ranking Linear.

PGi – Probabilidade de seleção do indivíduo i no Ranking Geométrico.

w – Probabilidade de seleção do melhor indivíduo no Ranking Geométrico.

w’ – Variável auxiliar no cálculo do Ranking Geométrico.

– Desvio padrão.

Ai – Valor de Adequação do indivíduo i no Nicho e Compartilhamento.

Fi – Valor da Função Objetivo do indivíduo i no Nicho e Compartilhamento.

λ – Função de compartilhamento no Nicho e Compartilhamento.

j

i X

X − – Distância Euclidiana entre os indivíduos i e j no Nicho e

Compartilhamento. )

(⋅

a – Valor de Adequação no Escalamento Linear.

) (⋅

(13)

amin – Valor adequado do menor indivíduo da população.

amed – Valor adequado do maior indivíduo da população.

min

f – Valor original do menor indivíduo da população.

med

f – Valor original da média dos indivíduos da população.

max

f – Valor original do maior indivíduo da população.

γ – Máximo de vezes que o melhor indivíduo tem sobre a média da população.

FNi – Valor de Adequação do indivíduo i na Normalização

Cn – Capacidade do Setor ou Aeroporto n

Rxy – Rota que integra os aeroportos x e y.

OCsn – Ocupação do Setor n

An – Aeroporto n.

t – Tempo

AEn – Aeronave n.

Ia – Intervalo de Amostragem

tpmax – Tempo de permanência máximo.

tpmin – Tempo de permanência

Real – Tempo Real de permanência da aeronave.

ts – Tempo de saída.

te – Tempo de entrada

tp – Tempo de permanência.

Bn – Base estimada para ESn e TDEn

ESn – Estouro de capacidade do setor n

TDEn – Tempo de duração do estouro do setor Sn.

k – Variável de controle da pressão seletiva.

– Distância entre os valores de função objetivo.

) (i

AR – Valor de Adequação do indivíduo i no Ranking Normalizado.

) (i

Ae – Valor de Adequação do indivíduo i no Exponencial.

FO – Função Objetivo.

(14)

1 INTRODUÇÃO

O transporte aéreo vem se tornando cada vez mais acessível a um grande número de pessoas

em todo o mundo. Para atender ao aumento da demanda, as operadoras tendem a ampliar o

número de seus vôos. Consequentemente, esse crescimento do tráfego aéreo gera

congestionamentos nos principais aeroportos do mundo, bem como nos setores aéreos

próximos a estes. Esse fator pode ser compreendido devido ao fato de que a atual capacidade

do sistema de transporte aéreo não acompanha o ritmo de crescimento da demanda, o que

tende a se agravar num futuro muito próximo.

Entre todos os subsistemas que compõem o sistema de navegação aérea, um dos mais afetados

com as grandes taxas de crescimento atual da demanda é o controle de tráfego aéreo.

Responsável direto pela segurança das aeronaves, passageiros, tripulantes e população em

geral, principalmente nos grandes centros urbanos, o controlador de trafego aéreo sofre

impacto direto do aumento de atividade no espaço aéreo, o que pode afetar o seu desempenho

e, conseqüentemente, pode comprometer o nível de segurança do sistema aeronáutico.

Para compensar a falta de recursos disponíveis gerada pela diferença da expansão da

infra-estrutura em comparação ao crescimento da demanda do tráfego aéreo, é necessário buscar

alternativas que possibilitem otimizar os recursos já existentes, com a finalidade de se obter

um aumento da capacidade do sistema de tráfego aéreo sem comprometer o nível de

segurança. O desenvolvimento de sistemas computacionais para o suporte à navegação e

gerenciamento do tráfego aéreo pode trazer um novo fôlego ao crescimento da demanda no

(15)

Este trabalho de pesquisa apresenta uma proposta de otimização de uma ferramenta

computacional, baseada em algoritmos genéticos, desenvolvida com o propósito de balancear

o fluxo da demanda em relação à capacidade dos setores aéreos, por meio do controle da

pressão seletiva nos algoritmos genéticos.

Os algoritmos genéticos são técnicas de busca por soluções em problemas complexos.

Desenvolvida na década de 1960, a técnica denominada de Algoritmo Genético (HOLLAND,

1992) é baseada na teoria da evolução das espécies, descrita por Charles Darwin (DARWIN,

2004). A teoria diz respeito a um processo originado pela criação de uma população, seguido

dos operadores de seleção, cruzamento e, em alguns casos, mutação dos indivíduos que

evoluem através das gerações.

Dentro desse processo evolutivo existe a influência que o contexto em que está inserida a

situação (problema) exerce sobre os indivíduos da população. Essa influência é denominada

pressão seletiva. A pressão seletiva imposta a uma população pode ser controlada por meio de

métodos de controle. O controle desta influência sobre a população, se realizado de maneira

coesa, pode proporcionar melhores resultados no decorrer do processo evolutivo (CARDOSO,

1998).

1.1 OBJETIVOS

O estudo de métodos para controle de pressão seletiva em algoritmos genéticos apresenta,

neste trabalho, dois objetivos principais. Ambos estão correlacionados e ligados a uma

aplicação complexa de caráter crítico quanto à segurança de vidas humanas.

O primeiro objetivo está relacionado à influência que o controle da pressão seletiva tem sobre

(16)

dos métodos de controle da pressão seletiva na aplicação de uma ferramenta baseada em

algoritmos genéticos, através da comparação dos resultados gerados por esta aplicação com e

sem o controle da pressão seletiva.

O segundo objetivo está relacionado diretamente com a aplicação da ferramenta escolhida

com os métodos de controle da pressão seletiva. Neste caso, a meta é otimizar a aplicação da

ferramenta, complementando-a e/ou aperfeiçoando-a com a inclusão dos métodos de controle

da pressão seletiva. A ferramenta utilizada para a aplicação do controle da pressão seletiva foi

o Modelo de Otimização de Demanda (MOD), proposto por Naufal (2005), que realiza um

balanceamento na demanda perante a capacidade em uma infra-estrutura aeronáutica.

Tal otimização mostra-se necessária, pois apesar de já ter sido verificado a sua viabilidade

técnica quanto à qualidade da solução do problema, há ainda uma incompatibilidade da

ferramenta quanto ao tempo que esta requer para gerar resultados satisfatórios.

1.2 MOTIVAÇÃO

O constante aumento do tráfego aéreo é um dos principais responsáveis por

congestionamentos, atrasos e, principalmente, pelo aumento nos riscos de colisão entre

aviões, tanto na superfície quanto no espaço aéreo próximo aos aeroportos de todo o mundo.

Estatísticas indicam que, somente na Europa, o número de vôos cresce cerca de 5% a 7% ao

ano. Dados da Administração Federal de Aviação norte-americana (Federal Aviation

Administration – FAA) demonstram que o fluxo de viagens aéreas nos Estados Unidos tende

a dobrar nos próximos 15 anos e que a maior parte dos aeroportos não está preparada para

(17)

A criação de novas técnicas e otimizações para soluções de problemas complexos, como esse,

vem se tornando um grande desafio no meio científico. O pesquisado John Holland

desenvolveu uma técnica para solução de problemas complexos, baseado na teoria da

evolução de Darwin. Essa técnica vem sendo empregada em diversas áreas, inclusive na

aeronáutica.

Dentro desse escopo enquadra-se uma pesquisa, desenvolvida dentro do Grupo de Análise de

Segurança (GAS), que utiliza a técnica de John Holland para amenizar o problema referente

ao desbalanceamento da demanda dentro dos setores aeronáuticos. O Estado da Arte mostra

que a aplicação do MOD pode ser inviabilizada em função do tempo de apresentação dos

resultados. A aplicação de técnicas de otimização de desempenho dos algoritmos genéticos

pode vir a melhorar o tempo de resposta desse tipo de ferramenta.

1.3 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

Capítulo 2 – Controle de Tráfego Aéreo.

Este capítulo traz as principais características do contexto aeronáutico relevantes ao controle

de tráfego aéreo. Nele é abordado o problema do balanceamento entre a capacidade e a

demanda dentro da infra-estrutura aeronáutica e o quanto isso pode afetar os controladores de

tráfego aéreo e a segurança de todo o sistema aeronáutico.

Capítulo 3 – Pressão Seletiva.

Este capítulo apresenta os conceitos de pressão seletiva e um estudo da relação desta com

(18)

controle da pressão seletiva, bem como suas relações e influências dentro dos algoritmos

genéticos.

Capítulo 4 – Estudo Complementar da Pressão Seletiva na Otimização do MOD.

No capitulo 4 são descritos o Modelo de Otimização de Demanda (MOD), desenvolvido por

Naufal (2005), seu contexto dentro do setor aeronáutico, características e função objetivo,

incluindo o cálculo de estresse (workload) do controlador de tráfego aéreo. Neste capítulo é

apresentada, também, a proposta para o controle de pressão seletiva no MOD, mostrando os

diversos métodos de controle selecionados, bem como suas características e adaptações para

implementação ao modelo.

Capítulo 5 – Aplicação dos Métodos de Controle da Pressão Seletiva na Otimização do

MOD.

Esse capítulo é constituído pelo estudo de caso da implementação dos métodos de controle da

pressão seletiva sobre o MOD e pelas análises dos resultados obtidos. O estudo é

compreendido por uma análise comparativa entre os métodos de controle da pressão seletiva

utilizados e uma outra análise comparativa com os resultados obtidos originalmente no MOD,

baseado na qualidade dos resultados e no tempo de simulação.

Capítulo 6 – Conclusão.

Neste capítulo são apresentadas as principais conclusões deste trabalho, assim como as

contribuições para a comunidade científica e as possíveis linhas de pesquisas para trabalhos

(19)

2 CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO

Neste capítulo é apresentada uma visão geral dos fundamentos básicos do tráfego aéreo, tendo

como intuito prover um conhecimento básico do problema abordado nesta pesquisa. Ainda

neste capítulo, é apresentado o reflexo do problema de demanda sobre os controladores de

tráfego aéreo.

2.1 OESPAÇO AÉREO

O uso do espaço aéreo há poucas décadas podia ser considerado ínfimo se comparado aos dias

atuais. No início do século XX, as aeronaves eram relativamente lentas e se limitavam a vôos

diurnos com boas condições de visibilidade, dado ao fato de a instrumentação aeronáutica ser

bastante primitiva. Os pilotos eram os únicos responsáveis pela separação entre as aeronaves,

contando apenas com a visão para navegarem e evitarem acidentes. Naquela época, a

imensidão aérea não era preocupante devido aos poucos vôos existentes.

Atualmente, a grande maioria dos vôos comerciais conta com um conjunto mais desenvolvido

de instrumentos e seguem os procedimentos das Regras de Vôo por Instrumentos (IFR).

Nestas condições, a responsabilidade de manter a separação das aeronaves é dos controladores

de tráfego aéreo (DEPV, 1999; OGATA, 2003). A realidade atual do espaço aéreo é

completamente diferente da realidade da primeira metade do século passado, principalmente

nas aéreas próximas aos aeroportos (aéreas terminais), onde existem altas densidades entre

vôos que desejam pousar e/ou decolar.

Apesar de todos os avanços tecnológicos das últimas décadas no setor aéreo, o espaço aéreo

(20)

que se denomina congestionamento do espaço aéreo, definido por Weigang et al. (2005) da

seguinte maneira

Um congestionamento será identificado quando vários vôos, aterrissando ou decolando, estiverem agendados para o mesmo tempo. Na realidade isso não ocorre, pois, em nenhuma hipótese mais de uma aeronave pode ocupar a mesma pista simultaneamente. Em função disso, alguns vôos devem ser atrasados ou retidos no ar. Quanto maior a possibilidade de congestionamento, maior o atraso.

Weigang et al. (2005) ainda destaca que desde a década de 1970, áreas de pesquisa, tais como

a de inteligência artificial (IA), pesquisa operacional (PO) e transportes aéreos, trabalham

juntas para desenvolver soluções para o controle de tráfego aéreo e para o gerenciamento do

tráfego aéreo. Porém, devido à complexidade do gerenciamento do fluxo de tráfego aéreo e à

necessidade de soluções em tempo real, a eficiência dos sistemas inteligentes depende da

computação, esbarrando nas necessidades críticas de escalabilidade, sincronização e

principalmente segurança (safety). O pesquisador observa que existe a necessidade de

aprimoramento dos sistemas computacionais atuais, a fim de torná-los mais eficientes na

redução dos atrasos nos vôos.

2.2 FASES DE OPERAÇÃO DE VÔO IFR

As regras de operação de vôo em procedimento IFR adotado pela grande maioria dos vôos

comerciais no mundo, seguem padrões internacionais adaptados para atender às necessidades

locais do tráfego aéreo. O procedimento IFR pode ser dividido em fases. Em cada fase, o

órgão de controle está sempre presente, autorizando, monitorando ou instruindo, para

assegurar um vôo eficiente e seguro (safety). A Tabela 1 apresenta e descreve cada uma das 8

(21)

Pré-Vôo

Para todo vôo IFR deve haver um plano de vôo, normalmente apresentado a um órgão ATC (Controle de Tráfego Aéreo) com certa antecedência ao vôo. O plano de vôo contém informações específicas sobre o vôo, tais como, identificação da aeronave, aeródromo de origem e de destino, horário de partida e previsão do tempo de vôo, equipamentos de segurança e sobrevivência, etc.

Táxi

Após receber permissão para acionar os motores, a aeronave recebe autorização do controle de solo para taxiar. O controle de solo é responsável pelo controle desta aeronave até a sua chegada à cabeceira da pista, onde se finda a fase de táxi.

Decolagem

Ao chegar à cabeceira da pista, a aeronave aguarda da torre de controle (TWR) autorização para decolar. Assim que recebe a ordem, dá-se início a fase de decolagem. Essa fase dura até o vôo cruzar uma dada altitude. Nesse instante, a aeronave deixa o controle TWR e estabelece contato com o controle de aproximação (APP).

Saída do APP

No instante em que a aeronave finaliza a subida inicial, ainda sobre responsabilidade do APP, a aeronave continua em ascendência, rumo à aerovia definida no plano de vôo. A fase de saída do APP liga a aérea terminal (TMA) à aerovia.

Em Rota

Ao sair do APP origem, a aeronave inicia o vôo em cruzeiro pela aerovia escolhida, passando a estar sob vigilância do centro de controle de aérea (ACC). Quando na aerovia, a aeronave ajusta sua altitude e velocidade. Esta fase pode durar desde alguns minutos até muitas horas, terminando quando é atingido o APP destino.

Aproximação Inicial

A aproximação é a fase que interliga o vôo em rota à área terminal de destino. Dessa forma, a aeronave deixa o controle do ACC e passa ao controle do APP destino. Caso o terminal esteja congestionado é realizado um processo de fila para pouso, garantindo o espaçamento mínimo entre as aeronaves.

Aproximação Final

Esta fase se dá quando o vôo cruza uma dada distância e altitude em relação ao aeroporto de destino. Nesta fase, o controle é passado do APP destino para a TWR, que irá autorizar a aeronave a aterrissar. A fase dura até o momento que a aeronave toca a pista de pouso.

Pouso e Táxi

(22)

2.3 ADIVISÃO DO ESPAÇO AÉREO

Com o avanço tecnológico das aeronaves, os destinos dos vôos passaram a ser cada vez mais

distantes de suas origens, ultrapassando fronteiras entres os países e até os oceanos, gerando

grande comodidade e ganhos, principalmente de tempo. O transporte aéreo se tornou uma

opção certa no transporte de passageiros e de carga, crescendo consideravelmente, ao longo

dos anos.

A divisão do espaço aéreo se tornou fundamental, principalmente para o âmbito do controle e

vigilância, para organizar e tornar o sistema aeroviário mais rápido e especialmente seguro

(safety). Dessa forma, em 1944, na convenção de Chicago, foi idealizada a criação de uma

organização internacional, a OACI (Organização de Aviação Civil Internacional) instituída

em 1947, com sede em Montreal, no Canadá. A OACI é responsável pelo incentivo e

estabelecimento de padrões, práticas e procedimentos. Os Estados pertencentes à organização

apresentam todas as alterações e suas razões para as adequações sobre as recomendações da

OACI (ARAÚJO, 2000; OGATA, 2003).

No Brasil, os serviços relacionados ao vôo estão dispostos na Lei nº. 7.565 de 19 de dezembro

de 1986, do Código Brasileiro de Aeronáutica, substituindo o Código Brasileiro do Ar. As

normas recomendadas pela OACI são adotadas, com as devidas restrições, pelo Governo

Brasileiro. O Comando da Aeronáutica é responsável pela navegação aérea no Brasil, o qual é

representado pela antiga Diretoria de Eletrônica e Proteção ao Vôo (DEPV) e atual Diretoria

de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), que por sua vez é representado por meio dos centros

denominados de Serviços Regionais de Proteção ao Vôo (SRPV). Os SRPV, em conjunto

com o Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA), são

(23)

relacionadas com os produtos de interesse na proteção ao vôo (ARAÚJO, 2000; OGATA,

2003; SIEWERDT, 2000).

A divisão do espaço aéreo é realizada de duas formas: divisão horizontal e divisão vertical do

espaço aéreo. A divisão vertical do espaço aéreo compreende o espaço aéreo inferior (abaixo

de 24.500 pés) e o espaço aéreo superior (acima de 24.500 pés). No espaço aéreo inferior

encontram-se os aeroportos e as aéreas terminais. No espaço aéreo superior encontram-se as

aerovias, onde as aeronaves realizam a fase de vôo denominada de cruzeiro, o qual foi

descrita com maior detalhe no item 2.2 “Fases de Operação de Vôo em IFR” (OLIVEIRA,

2003; NAUFAL, 2005).

A divisão horizontal do espaço aéreo é realizada em grandes aéreas, podendo estar ou não

coberta por radares e um sistema de processamento de dados. De acordo com DEPV (1999) e

Ogata (2003), no Brasil o espaço aéreo é dividido em:

− Espaço Aéreo Não Controlado – trata-se de um espaço aéreo não controlado por um

órgão de controle ATC. Nesse espaço aéreo a responsabilidade em manter a separação

entre as aeronaves é exclusiva dos pilotos, ou seja, a segurança dos vôos não é de

responsabilidade do ATC;

− Espaço Aéreo Controlado – Administrado pelo DECEA, corresponde ao espaço aéreo

onde existe um ATC e, portanto, a responsabilidade pela organização do trafego aéreo,

bem como a separação entre as aeronaves, deixa de ser função exclusiva do piloto e

passa a ser do controlador de tráfego aéreo. No Brasil, segundo o DEPV (1999), o

(24)

− Espaço Aéreo Condicionado – são espaços aéreos definidos, indicados nos manuais do

DEPV. Essas áreas têm circulação controlada e são classificadas de acordo com

características e configurações variáveis indicadas nas cartas e manuais publicados

pela DEPV. Estas aéreas de espaço aéreo podem ser classificadas como: aéreas

proibidas, aéreas perigosas ou áreas restritas.

2.4 CONTROLE DE TRÁFEGO AÉREO

O Serviço de Tráfego Aéreo (ATS), serviço prestado em todo o território nacional, é dividido

em 3 áreas: o Serviço de Alerta (AS), o Serviço de Informação ao Vôo (FIS) e o Controle de

Tráfego Aéreo (ATC).

O AS é um serviço prestado por um órgão ATS que tem jurisdição sobre o espaço aéreo em

questão. Esse serviço é proporcionado tanto para vôos com procedimento VFR (Regras de

Vôo Visual) quanto IFR, desde que sejam de conhecimento do ATS, em toda a jurisdição

brasileira. O serviço FIS é bastante complexo e abrangente, presta todo o tipo de informação,

como as condições meteorológicas, auxílios à navegação, serviços de informação de tráfego

aéreo, entre outros, visando a execução segura dos vôos de todas as aeronaves. O FIS é

prestado por todos os setores de ATS, desde que este tenha ciência do vôo (DEPV, 1999;

OGATA, 2003).

O serviço mais importante para o fluxo contínuo, ordenado e seguro dentro do espaço aéreo

para os vôos é o ATC (DEPV, 1999). O controle de tráfego aéreo gerencia o vôo no solo do

aeroporto de origem, na decolagem, no vôo em cruzeiro, na aterrissagem e na movimentação

em solo do aeroporto de destino. Segundo Almeida Junior et al. (2005), DEPV (1999) e

(25)

− Serviço de controle de área (ACC) – tem por finalidade a prestação de serviço de

monitoramento e gerência de aeronaves sobre regra IFR durante a fase de cruzeiro,

com a finalidade de prevenir colisão entre aeronaves, ordenando o fluxo de tráfego

aéreo. Esse serviço pode ser eventualmente prestado por um órgão APP, ao qual tenha

sido delegada a atribuição, que em conjunto com o TWR, está subordinado ao ACC

responsável pela região em que estão localizados. Normalmente esse centro de

controle ACC recebe os vôos de um setor APP origem e entrega a um setor APP

destino;

− Serviço de Controle de Aproximação (APP) – tem as mesmas finalidades do ACC,

mas com algumas atribuições. Entre as atribuições estão as autorizações aos vôos com

regra IFR e VFR a trafegarem dentro da TMA ou de uma Zona de Controle (CTR),

objetivando manter a separação mínima entre aeronaves, orientar e instruir em

procedimento de espera, chegada e saída. Esse serviço pode estar ou não disponível

dentro de um ATC, dependendo da demanda. Em caso de não haver esta facilidade, o

serviço é promovido pela TWR. Em casos nos quais a demanda exija o serviço, ele

monitora alguns quilômetros nas proximidades dos aeroportos, podendo atender

diversos aeroportos ao mesmo tempo; e

− Serviço de Controle de Aeródromo (TWR) – com o objetivo de evitar abalroamento

entre as aeronaves que estão manobrando, pousando, decolando ou mesmo voando nas

vizinhanças do aeroporto, a TWR transmite informações e autorizações às aeronaves e

veículos sob seu controle. Dessa forma, a TWR comanda qualquer movimento em

solo e em vôo com aproximadamente 9 km ao redor do aeroporto. A TWR ainda é

responsável, entre outras coisas, por notificar o APP e o ACC sobre alertas de

(26)

com aeronaves, entre outros. Possui ainda a função de autorizar pessoas ou veículos

nas áreas de manobras.

Devido ao tamanho e à complexidade das aéreas de controle, elas são fragmentadas em áreas

menores, denominadas setores. Cada setor do espaço aéreo está sob controle de um único

serviço do ATC, e cada setor de cada ATC está sob responsabilidade de um controlador de

tráfego aéreo, que pode contar ou não com um assistente. Um assistente pode assumir o

controle do tráfego aéreo a qualquer instante. Os setores pertencentes às aéreas de APP são

denominados de aérea de controle terminal ou setores APP. Os setores que pertencem às áreas

de controle ACC são denominados setores ACC, podendo fazer parte do espaço aéreo

superior e/ou inferior (DEPV, 1999; NAUFAL, 2005; OLIVEIRA, 2003).

2.5 CAPACIDADE DE TRÁFEGO NOS SETORES AÉREOS

A capacidade dos setores aéreos é definida por meio do cálculo do número máximo de

aeronaves que podem ser controladas, simultaneamente, por um único controlador de tráfego

aéreo. Esse cálculo e suas premissas estão estabelecidos no Manual do Ministério da

Aeronáutica (MMA 100-30 - Planejamento de Pessoal ATC e Horário de Trabalho) (DEPV,

1990).

Para subdividir o espaço aéreo, é necessário realizar um estudo minucioso sobre os dados

estatísticos de movimento e suas projeções para um determinado período de tempo. Esta

análise deve levar em conta as características da rede ATS, tais como o número de rotas e

suas intersecções, a proporção de vôos nivelados e o desempenho das aeronaves.

O volume de tráfego atribuído às posições TWR, APP e ACC são avaliados com base no

(27)

nos setores APP e ACC, e a carga máxima de movimentos simultâneos atribuídos a cada

controlador de tráfego aéreo. Nos horários de pico, todas as posições operacionais do ATC

deverão estar ativas, bem como, quando as condições do tráfego permitirem deverá ser

realizado o agrupamento de setores e rodízio dos controladores.

Para a criação de novos setores, com o objetivo de dividir a carga de trabalho dos

controladores de tráfego aéreo, deve-se observar se a coordenação entre os controladores não

irá produzir uma sobrecarga de trabalho de tal modo que o objetivo proposto para a divisão

não seja atingido. Outros importantes fatores que devem ser levados em consideração na

análise dos resultados são: a distribuição geográfica do tráfego aéreo e a capacidade dos

controladores de tráfego.

2.5.1 Controle APP e ACC

A quantidade de aeronaves controladas, simultaneamente, em um setor depende da estrutura

das rotas ATS contidas no setor e, principalmente, do tipo, se é um setor APP ou um setor

ACC.

No caso do setor pertencente ao ACC, para definir o número máximo de aeronaves, deve-se

observar o nivelamento dos vôos, o sentido da aeronave (único ou duplo) e o número de

cruzamentos. Por exemplo, em um setor ACC onde existam muitos pontos de intersecção e

necessidade de se estabelecer separação de tráfego em ambos os sentidos, a capacidade do

controlador é inferior, se comparada a um setor onde os vôos são nivelados e em sentido

único.

Em um setor APP, as aeronaves encontram-se na etapa mais crítica do vôo. Nesse setor o

(28)

características impõem que o número de aeronaves simultâneas em um setor APP seja

consideravelmente menor que em um setor ACC. Dessa forma, é de suma importância a

integração dos serviços do ACC com o respectivo APP para que se permita a utilização mais

próxima da capacidade do setor APP.

2.5.2 Cálculo para o Número de Aeronaves Simultâneas em um Setor

A definição do número máximo de aeronaves que podem ser controladas simultaneamente por

um único controlador de tráfego aéreo está diretamente ligada aos fatores de disponibilidade

do controlador e à distância média percorrida pelas aeronaves dentro de um dado setor Sn.

Esse número de aeronaves está inversamente ligado ao número de comunicações para cada

aeronave, ao tempo médio de permanência de cada aeronave dentro do setor Sn e à velocidade

média das aeronaves no setor Sn.

Baseada nesses dados, a equação 1 define o modelo matemático para o cálculo do número

máximo de aeronaves controladas simultaneamente (Ns) por um único controlador de tráfego

aéreo (DEPV, 1990).

Vm tm n

d f Ns

⋅ ⋅

= (1)

Considera-se neste modelo, por simplicidade, que os valores referentes à duração das

comunicações e das velocidades são valores médios.

Onde:

f = fator de disponibilidade. Percentual do tempo dedicado exclusivamente às

comunicações com aeronaves;

d = distância média, em milhas náuticas, percorrida pelas aeronaves no Setor Sn;

(29)

tm = tempo médio de duração de cada mensagem, dado em segundos; e

Vm = velocidade média das aeronaves, em nós.

O modelo matemático pode ser simplificado, considerando a equação 2.

T Vm

d

= (2)

Onde T é o tempo médio, em segundos, de permanência das aeronaves no setor Sn. Dessa

forma, o cálculo de N simplificado é dado pela equação 3.

tm n

T f Ns

⋅ ⋅

= (3)

Para melhor entendimento do modelo, foi apresentado um exemplo da aplicação, utilizando

valores médios sugeridos no MMA 100-30 (DEPV, 1990) em um setor Sn do APP sem

assistente:

f = 60%

n = 6 6 15"

" 720 6 , 0

⋅ ⋅ = Ns

tm = 15 segundos

T = 12 minutos (720 segundos)

8 , 4

= Ns

No exemplo, o número máximo de aeronaves controladas simultaneamente por um único

controlador em um setor Sn pertencente ao APP considerado é de 5 aeronaves1.

1 Critério de arredondamento adotado pelo MMA 100-30 (DEPV, 1990):

− Para valores decimais de Ns<5 - arredondar para inteiro inferior.

5

(30)

2.6 CRESCIMENTO DA DEMANDA NO TRÁFEGO AÉREO

O constante aumento do tráfego aéreo é um dos principais responsáveis pelos

congestionamentos, atrasos e principalmente pelo aumento nos riscos de colisão entre aviões,

tanto na superfície, quanto no espaço aéreo próximo aos aeroportos de todo o mundo. Dados

da Administração Federal de Aviação (FAA) norte-americana demonstram que o fluxo de

viagens aéreas nos Estados Unidos tende a dobrar nos próximos 15 anos, e que a maior parte

dos aeroportos não está preparada para enfrentar tal situação (FAA, 2004).

No espaço aéreo brasileiro a situação não é diferente. Cerca de 50 milhões de passageiros por

ano transitam atualmente no Brasil. Somente o tráfego nacional é responsável por mais de

quatro bilhões de toneladas de mercadorias /km /ano e mais de 26 milhões de passageiros

embarcados anualmente. A Tabela 2 apresenta o movimento de passageiros no aeroporto

Internacional de Congonhas, no período de 1990 até 2002. Nesses 12 anos, nota-se que seu

movimento de passageiros aumentou de cerca de 2,5 milhões de passageiros em 1990 para

mais de 12 milhões em 2002. Isso significa um crescimento de aproximadamente 5 vezes, ou

seja, um acréscimo de 491,70% no total geral de transporte de passageiros em vôos regulares

(31)

AEROPORTO: Internacional de Congonhas / São Paulo ICAO: SBSP

MUNICÍPIO: São Paulo UF: SP

Movimento de Passageiros (Embarcado + Desembarcados) – Histórico

Regular Não Regular Total Geral

Ano

Doméstico Internacional Doméstico Internacional Av. Geral

1990 2.456.949 - 75.623 - - 2.532.572

1991 2.666.002 - 60.342 - 4.563 2.730.907

1992 2.369.179 - 66.528 - 1.316 2.437.023

1993 2.628.250 - 197.112 - 2.506 2.827.868

1994 2.951.418 - 522.425 - 27.236 3.501.079

1995 3.941.414 - 789.584 - 39.331 4.770.329

1996 4.885.670 - 558.124 - 34.737 5.478.531

1997 5.579.600 - 525.213 - 33.332 6.138.145

1998 7.281.940 - 475.574 - 38.190 7.795.704

1999 9.687.450 - 441.032 - 27.767 10.156.249

2000 10.012.692 - 622.341 - 24.175 10.659.208

2001 10.797.420 - 1.148.120 - 14.479 11.960.019

2002 10.567.477 - 1.870.794 - 14.389 12.452.660

Fonte: Boletim de Informações Gerenciais da INFRAERO – BIG -: Não operou no aeroporto

Tabela 2 – Movimento de Passageiros no Aeroporto de Congonhas (IAC, 2003).

2.7 CONTROLADOR DE TRÁFEGO AÉREO

O controlador de tráfego aéreo é o profissional responsável pelo gerenciamento do tráfego

aéreo nos aeroportos, áreas de aproximação e espaço aéreo superior, realizado de forma que

haja uma separação mínima e segura entre as aeronaves e uma ordenação do tráfego aéreo em

todo o espaço controlado. Ontiveros (2003) considera que, na realidade, o controlador de

tráfego aéreo tem o papel de um “guardia de tráfico”, ou seja, um guarda do tráfego ou do

trânsito aéreo. O autor ainda se refere ao trabalho desempenhado pelos controladores de

tráfego aéreo como único, e em nenhuma outra profissão há concentração e responsabilidade

(32)

Para exercer todas as suas atribuições, é necessário que esses profissionais possuam grandes

habilidades cognitivas, tais como percepção espacial, grande processamento de informações

em pouco espaço de tempo e tomada de decisões em tempo hábil. Todas essas atividades

tornam a profissão extremamente desgastante, impondo altos níveis de estresse (ARAÚJO,

2000; NAUFAL, 2005).

Outros fatores que afetam os profissionais do controle de tráfego aéreo e contribuem para o

aumento do estresse estão relacionados aos novos processos de trabalho. Esses processos são

conseqüências do aumento do número de vôos e do número de passageiros, do aumento da

velocidade das aeronaves e da necessidade de constantes adaptações aos novos sistemas

automatizados (ARAÚJO, 2000).

2.7.1 Carga de Trabalho do Controlador de Tráfego Aéreo

Estudos apontam que a carga de trabalho do controlador de tráfego aéreo vem gerando um

alto nível de estresse. Em um desses estudos, elaborado pelo Laboratório de Psicologia do

Núcleo do Instituto de Ciências da Atividade Física (NuICAF), desenvolveu-se um

instrumento intitulado "Questionário Diagnóstico de Necessidades Organizacionais Relativas

à Atividade de Controlador de Tráfego Aéreo" (1999), que foi utilizado no trabalho:

“Sintomas de estresse e estratégias de defesa: Uma proposta de intervenção em controladores

de tráfego aéreo” (RIBEIRO; ASSIS; LOTERIO, 2000). Nesse trabalho, os pesquisadores

afirmam que

(33)

2.7.2 Segurança e o Controlador de Tráfego Aéreo.

O controle de tráfego aéreo, assim como as usinas nucleares e os complexos petroquímicos,

são processos tecnológicos de alto risco, nos quais a ocorrência de falhas pode culminar em

um evento de caráter catastrófico. Um acidente em um desses ambientes tem como

conseqüência um impacto considerável, pondo em risco muitas vidas humanas. (ARAÚJO,

2000).

Holnagel (1993) destaca em seu trabalho que, com os avanços tecnológicos da informação, a

confiabilidade dos componentes tem aumentado, tornando o homem o elo mais fraco na

cadeia da confiabilidade. Porém, na visão de Araújo (2000) e Leplat e De Terssac (1991) não

há dúvidas quanto à importância dos controladores para a confiabilidade e segurança de um

sistema no qual as tomadas de decisões finais e em tempo real devem conduzir a uma situação

segura pois estão relacionadas a vidas humanas

Entre os fatores de maior relevância na segurança do controle de tráfego aéreo está a carga de

trabalho do controlador. Meshkati et al. (1995) define que a carga de trabalho representa o

custo para o operador humano atingir um determinado desempenho na função que está

executando. Porém, se este nível de desempenho desejado for elevado ou se na sua função for

necessário, para o desempenho das suas atividades, um nível ótimo de estado de alerta, isso

pode gerar altos níveis de estresse. De certa forma, esse estresse pode ser positivo ou negativo

para o profissional. Pelo lado positivo, o estresse pode gerar um aumento no desempenho da

qualidade do serviço prestado, mas, em contrapartida, o estresse acarreta um quadro de fadiga,

o que irá degradar a sua atuação, diminuindo a segurança do serviço de controle de tráfego

(34)

2.8 CONSIDERAÇÕES FINAIS DO CAPÍTULO

Os fundamentos sobre o tráfego aéreo, apresentados neste capítulo, forneceram os conceitos

fundamentais para o entendimento do problema de demanda utilizado dentro do estudo de

casos deste trabalho de pesquisa. Neste contexto, deu-se ênfase ao controle de tráfego aéreo,

principalmente do ponto do vista do controlador de tráfego aéreo. Ainda neste capítulo, foi

abordado o problema gerado pelo crescimento da demanda aeroviária e as suas conseqüências

na carga de trabalho do controlador de tráfego aéreo. No próximo capítulo, serão apresentados

os conceitos e os métodos de controle da pressão seletiva, que serão utilizados na otimização

(35)

3 PRESSÃO SELETIVA

Este capítulo apresenta os principais conceitos de pressão seletiva, bem como sua estreita

relação com os conceitos dos algoritmos genéticos, apresentados no Apêndice2 A. São

também apresentados os métodos de controle da pressão seletiva e sua influencia dentro do

processo evolutivo.

A pressão seletiva é um fator de alta relevância dentro da teoria da evolução, no qual os

indivíduos selecionados para passarem o seu material genético sofrem diretamente a sua

interferência.

3.1 INTRODUÇÃO

A pressão seletiva é o termo designado para a influência que o meio ambiente tem na seleção

dos genes. A variação das condições impostas pelo meio ambiente onde vivem esses

organismos fará com que alguns genes tenham maior ou menor probabilidade de passarem

para as próximas gerações. A pressão seletiva representa um conjunto de características do

meio ambiente imposta à população e que irá direcionar a evolução de determinadas

características para se adaptarem a esse meio ambiente.

A pressão seletiva constitui-se num fator externo impondo suas restrições à população. Por

exemplo, o desenvolvimento de uma membrana entre os dedos dos animais que vivem em

meio aquático. Uma pressão seletiva favorece as mutações, provocando o aparecimento

dessas membranas, permitindo a esses animais que se desloquem mais rapidamente. Por outro

lado, se uma população perde a influência de uma dada pressão seletiva, os indivíduos perdem

(36)

as características que os fizeram evoluir. Dessa forma, as funções desenvolvidas pela

influência da pressão seletiva deixarão de atuar, degenerando-se até deixarem de existir. Por

exemplo, uma população de peixes que vive no fundo de cavernas fica cega devido à

inexistência de luz, desenvolvendo outro método sensitivo que irá substituir a função da visão

(BARCELLOS, 2000).

Baseado nos conceitos naturais sobre pressão seletiva, pode-se, nos algoritmos genéticos,

determinar a influência que o meio ambiente exerce sobre uma dada população, bem como

controlar essa influência. Por meio dos valores de adequação (fenótipo) dos indivíduos, que é

a única informação em que o algoritmo genético se baseia para o processo evolutivo, pode-se

classificar a pressão seletiva imposta à população.

Quando os valores de aptidão dos indivíduos são próximos significa que a probabilidade de

sobrevivência entre os indivíduos é similar, ou seja, todos têm chances parecidas de passarem

suas características genéticas para as futuras gerações, caracterizando uma pressão seletiva

baixa. Por outro lado, quando os valores de adequação são muito distintos, a probabilidade

dos melhores indivíduos serem selecionados (com os maiores valores de adequação, quando

se está maximizando a função), é muito superior à dos piores indivíduos (os com baixas

probabilidades de sobrevivência). Portanto, os melhores terão mais chance de sobreviver e de

passar suas características aos seus descendentes, caracterizando uma alta pressão seletiva.

Dentro dos algoritmos genéticos existem conceitos que estão fortemente ligados. Assim,

qualquer alteração, aleatória ou intencional, em algum deles, irá gerar conseqüências aos

demais. A seguir, foi realizado um estudo dos conceitos relacionados com a pressão seletiva,

(37)

3.2 RELAÇÃO DA PRESSÃO SELETIVA COM OUTROS CONCEITOS DOS ALGORITMOS GENÉTICOS

Para melhor entender a relação dos conceitos dos algoritmos genéticos com a pressão seletiva,

procurou-se distinguir ao máximo as características pertinentes a cada um dos conceitos,

apesar da forte ligação entre eles. Entre os conceitos estudados, destacam-se a velocidade de

convergência, a direção da evolução e a diversidade populacional.

3.2.1 Velocidade de Convergência

A velocidade de convergência é o termo designado ao tempo que o algoritmo genético utiliza

para tender a um máximo da função que está sendo otimizada. A velocidade e o máximo

alcançado são fatores fortemente ligados. No caso onde o algoritmo genético realiza uma

convergência muito rápida para um ponto de máximo, ou seja, em poucas dezenas de

gerações, ele estabiliza em uma determinada aérea do espaço de busca. Essa região pode não

corresponder a um máximo global dentro da função, mas sim apenas a um ponto de máximo

local (TANOMARU, 1995).

A pressão seletiva e a diversidade populacional são fatores de influência direta na velocidade

de convergência. As conseqüências variam de acordo com o tipo da pressão seletiva impostas

pelo meio ambiente sobre a população. Quando o meio impõe uma pressão seletiva baixa,

devido à proximidade dos valores de adequação, o algoritmo genético leva muito tempo para

convergir para a região do máximo global. O motivo, para o elevado tempo de convergência,

é não haver indivíduos que se destaquem e que sejam capazes de guiar a evolução no sentido

do máximo global.

Quando o meio impõe uma pressão seletiva alta, os indivíduos mais aptos dominam as

(38)

adiante, se espalhando rapidamente e contaminando toda a população. A conseqüência é uma

queda na diversidade populacional e um aumento da velocidade de convergência para um

máximo, local ou global (BARCELLOS, 2000).

Estabelecer o controle da pressão seletiva, agindo como se fosse o meio ambiente, pode

contribuir para diminuir ou aumentar a velocidade de convergência, conforme se deseja

vasculhar melhor o espaço de soluções para encontrar os melhores genes ou ressaltar as

características dos melhores indivíduos. Com a correta utilização das influências da pressão

seletiva na velocidade de convergência, pode-se otimizar o tempo de simulação, evitando que

o algoritmo genético convirja para os máximos locais, mas sim encontrando o máximo global

no menor tempo.

3.2.2 Direção da Evolução

A direção da evolução é o caminho que o algoritmo genético irá tomar dentro do espaço de

soluções em busca do máximo global. O ideal é que o algoritmo genético inicie o processo de

busca através de diversos pontos dentro do universo de soluções e siga através do processo

evolutivo, de geração a geração, em direção à região do máximo global. No caso da direção

adotada pelo algoritmo genético ser a do máximo global, os resultados finais, se não forem a

solução do problema, estarão muito próximos dela. Por outro lado, caso a direção adotada

pelo algoritmo genético, no decorrer da busca, não seja no sentido da região do máximo

global, os resultados finais não irão solucionar da melhor forma o problema em questão.

A pressão seletiva exerce também nesse conceito do algoritmo genético a sua influência.

Desse modo, se a pressão seletiva imposta pelo meio ambiente sobre a população for nula,

tornará o processo evolutivo totalmente aleatório, ou seja, se todos os indivíduos da população

(39)

da população para que possa guiar o processo evolutivo. Por outro lado, se a pressão seletiva

for muito alta, uma pequena parcela da população terá o domínio sobre praticamente toda a

probabilidade de sobrevivência, acabando por restringir demais a direção da evolução,

podendo levar o algoritmo a um máximo que não seja o global (BARCELLOS, 2000).

3.2.3 Diversidade populacional

A diversidade populacional, também denominada de diversidade genética, é o quão distintas

são as características dos indivíduos dentro da população. Dentro do universo de soluções é

importante que se tenha o maior número de informações sobre o espaço. Quanto maiores

forem as diferenças entre os indivíduos, ou seja, maior diversidade populacional, maior será a

área explorada. A concentração de indivíduos em uma determinada região do espaço

caracteriza uma população com baixa diversidade populacional.

De acordo com Fregni (1997), pode-se definir uma métrica referente à diversidade

populacional calculada a partir do número de alelos existentes na população dividida pelo

número de alelos possíveis no espaço de soluções. Portanto, a diversidade genética pode ser

definida como a variação desses alelos dentro da população.

A influência da pressão seletiva dentro da diversidade populacional, bem como nos outros

conceitos, gera conseqüências distintas conforme o tipo de pressão aplicada à população. No

caso de uma baixa pressão seletiva, o meio ambiente permite que toda a população tenha uma

boa probabilidade de sobreviver. Isso facilita, com ajuda do operador de mutação, o aumento

da diversidade populacional gerada devido à troca de genes entre toda a população. Com o

aumento da diversidade e baixa da pressão seletiva, a velocidade de convergência irá se

(40)

Quando a pressão exercida pelo meio ambiente for alta, beneficiando os mais aptos e

aumentando a velocidade de convergência, haverá uma queda na diversidade populacional.

Nesse caso, somente os mais aptos farão proliferar seu material genético. Dessa forma,

quando a população se encontrar na região de um máximo local, a queda da diversidade

populacional irá dificultar muito o algoritmo genético a sair desse ponto em busca do máximo

global da função (FÁVARO, 1999; TANOMARU, 1995).

Observando a ligação entre a pressão seletiva e a diversidade populacional, pode-se dizer que

se tratam de duas forças opostas dentro do algoritmo genético. Portanto, o balanceamento

adequado entre elas é benéfico para a obtenção de resultados satisfatórios na busca de

soluções em problemas complexos (BARCELLOS, 2000; FÁVARO, 1999).

Após investigar a ligação da pressão seletiva e suas influências com alguns dos principais

conceitos dentro do processo evolutivo, entende-se como relevante o controle adequado da

pressão seletiva na geração de benefícios, aumentando, por exemplo, o desempenho do

algoritmo genético na busca por soluções de problemas complexos.

3.3 CONTROLE DA PRESSÃO SELETIVA

Conforme visto anteriormente, a pressão seletiva é dada pela distribuição das probabilidades

dos indivíduos de sobreviverem no meio ambiente. Quando as probabilidades dos indivíduos

estão com uma distribuição uniforme, a pressão seletiva é baixa, ou seja, todos os indivíduos

da população têm chances similares de sobreviverem. Por outro lado, quando a distribuição

das probabilidades é distinta, indivíduos com alta aptidão têm probabilidades bem mais

acentuadas que indivíduos com baixa aptidão, caracterizando uma pressão seletiva alta. Neste

trabalho de pesquisa, o controle da pressão seletiva foi realizado observando-se a variação das

(41)

Essa abordagem, entretanto, limita sua aplicação aos métodos de seleção probabilísticos –

Roleta (HOLLAND, 1992) e Ranking (BAKER, 1985) – excluindo, dessa forma, os métodos

não probabilísticos, como o método do Torneio (GOLDBERG, 1989).

3.3.1 A Pressão Seletiva no Método de Seleção por Roleta

É um método baseado na probabilidade de adaptação de cada indivíduo. Quanto maior a

adequação do indivíduo ao meio ambiente, maior será a sua fatia (área dentro da roleta), ou

seja, maior será sua probabilidade de ser escolhido. Com o controle da pressão seletiva sendo

feito por meio de alterações de probabilidades dos indivíduos, o efeito sobre esse método de

seleção será grande. Em outras palavras, em uma população na qual, originalmente, existe

uma diferença ínfima entre as probabilidades dos indivíduos, o que caracteriza uma pressão

seletiva baixa, ao alterarem-se essas probabilidades, gerando uma distinção na distribuição e

deixando indivíduos mais aptos com probabilidades bem superiores às dos menos aptos, a

pressão seletiva passa a ser alta.

Uma característica comum nesse método de seleção, segundo Joines (1999), é o surgimento,

no início do processo evolutivo, de um indivíduo com aptidão muito elevada, denominado

super-indivíduo. A conseqüência disso é o aumento indesejado da pressão seletiva, que baixa

a diversidade populacional e aumenta a velocidade de convergência para um máximo local,

dificultando o algoritmo a encontrar o máximo global para a solução do problema.

3.3.2 A Pressão Seletiva no Método de Seleção pelo Torneio

O método de seleção por torneio não é classificado como probabilístico porque, no momento

da seleção dos indivíduos, utiliza-se uma roleta equiprovável, ou seja, todos os indivíduos da

(42)

probabilidades dos indivíduos, como método para controlar a pressão seletiva não se faz

possível neste caso. Dessa forma, pode-se implementar algum método de controle da pressão

seletiva desde que não seja baseado nas probabilidades dos indivíduos.

Como o método do torneio é baseado na comparação direta entre q indivíduos escolhidos de

maneira equiprovável, existem autores como Pappa (2002) que defendem que quanto maior o

valor de q, maior será a pressão seletiva imposta à população, pois mais rapidamente as

características genéticas dos melhores indivíduos dominarão a população.

3.3.3 A Pressão Seletiva no Método de Seleção pelo Ranking

O método baseado na substituição dos valores originais de aptidão pelos valores de

ordenação, conforme a aptidão, também é um método probabilístico porque utiliza o método

da roleta para escolher os indivíduos após a ordenação. Nesse caso, com a ordenação dos

indivíduos baseada nos valores de suas respectivas posições, as distribuições de

probabilidades, entre os indivíduos, será sempre a mesma, impondo sempre a mesma pressão

seletiva. A alteração na escala de ordenação dos indivíduos fará com que a distribuição das

probabilidades se altere, ocorrendo o controle da pressão seletiva.

Uma desvantagem que o método do ranking apresenta é a necessidade de executar a cada

geração uma ordenação de toda a população. Isso pode ser oneroso quanto ao esforço

computacional, aumentando o tempo que o processo evolutivo leva para convergir a um

Imagem

Tabela 1 – Fases de Operação do Trafego Aéreo com procedimento IFR
Figura 2. Exemplo de diminuição da pressão seletiva pelo Escalamento Linear.
Figura 3. Exemplo da aplicação do Escalamento quando surge um super-indivíduo.
Figura 4. Exemplo em que o uso do mapeamento linear gera algum resultado negativo.
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Referências

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