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Ao Ser Superior que me deu força, saúde e colocou pessoas fantásticas em meu caminho que muito contribuíram para finalização desta etapa de minha vida.
A Minha esposa Alexsandra Isabel Góes de Melo pela paciência, incentivo, dedicação e compreensão muito me ajudando nas horas mais difíceis.
Ao Professor e grande ser humano Luiz Guilherme Meira de Souza por ter contribuído de forma imensurável para o ótimo desenvolvimento deste trabalho.
Ao Professor Eudemario Souza de Santana pela disponibilidade e boa vontade em co-orientar este trabalho.
Ao amigo Aldo Paulino de Medeiros Júnior pela ajuda na construção do forno/fogão e apoio nas horas que precisei.
V
Apresenta-se um forno/fogão solar alternativo de baixo custo para ser utilizado nas operações de assar e cozinhar, que foi construído a partir de uma sucata de pneu. O pneu foi cortado na parte superior para aumentar a área de captação da radiação solar incidente. Utilizou-se compósito a baUtilizou-se de gesso, EPS (poliestireno expandido) triturado e água para revestir internamente a carcaça do pneu e o fundo da mesma para minimizar as perdas térmicas. Serão estudadas três configurações, onde serão utilizados dois tipos de parábolas refletoras. Uma confeccionada a partir de uma tampa de proteção de uma sucata de ventilador e outra a partir de uma urupema, peneira usada para comidas de milho. Acima da cobertura de vidro foi colocada uma estrutura com espelhos planos para refletir os raios incidentes para o interior do forno/fogão solar. A estrutura de sustentação do forno/fogão solar, com os movimentos necessários ao acompanhamento do movimento aparente do sol foi confeccionada utilizando uma sucata de cadeira giratória. O forno/fogão solar proposto apresenta maior viabilidade para a operação de assar. Obteve-se uma temperatura máxima no absorvedor em torno de 160° e interna em torno de 120°C. Demonstrar-se-á as viabilidades térmica, econômica e de materiais do forno/fogão solar proposto.
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An alternative box-type solar cooker built starting from the scrap of a tire and a scrap of old office chair is presented, which principles functions are the effect greenhouse and the concentration. The tire served as structure for making of is the baking enclosure where the absorber (roasting pan 20x30cm) of the solar is located, being re-covered for a glass blade for the generation of the greenhouse effect isolated lateral and having deep its and for a composite the plaster base and EPS. Segments of plain mirrors had been placed in the laterals of the oven/cook for the concentration of the radiation and a reflecting parable was introduced in the baking enclosure for the exploitation of the incident reflected radiation inside of the oven/cook. The oven/cook is mobile to allow one better aiming of exactly in relation to the apparent movement of the sun. The thermal economic and of materials viabilities of the stove/cook in study will be demonstrate. The average internal temperature of the absorber was around 152,3°C and the internal temperature around 110°C. Will demonstrate that toits low cost and good thermal performance, represents basic characteristics for the viability of large use of such archetype, mainly for cooking the decreases and averages temperatures. One will reveal that the archetype in study is competitive with the box-type solar cooker conceived in the whole world.
VII
LISTA DE FIGURAS IX
LISTA DE TABELAS XIII
NOMENCLATURA XV
RESUMO V
ABSTRACT VI
01
1.1 APRESENTAÇÃO DO TRABALHO 01
1.2 OBJETIVOS 04
1.2.1 OBJETIVO GERAL 04
1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 04
06
2.1 A ENERGIA SOLAR 06
2.2 POTENCIAL SOLAR 06
2.3 OS COLETORES DE MÉDIA CONCENTRAÇÃO 07
2.4 O USO DO FOGÃO SOLAR 09
2.5 TIPOS DE FOGÕES SOLARES 11
2.6 RECENTES CONTRIBUIÇÕES CIENTÍFICAS DO ESTUDO DE
FOGÕES SOLARES TIPO CAIXA 11
G 20
3.1. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO E MONTAGEM DO FORNO/FOGÃO SOLAR 20
3.2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL 31
4.1. BALANÇO ENERGÉTICO DO FORNO/FOGÃO SOLAR 40
4.2. DADOS OBTIDOS NOS ENSAIOS 47
4.2.1. UTILIZAÇÃO DO FORNO/FOGÃO SOLAR PARA ASSAR ALIMENTOS 56
4.2.2. UTILIZAÇÃO DO FORNO/FOGÃO SOLAR PARA AQUECIMENTO DE ÁGUA 66 4.2.3. UTILIZAÇÃO DO FORNO/FOGÃO SOLAR PARA COZIMENTOS DE ALIMENTOS
70
H H 71
5.1 CONCLUSÕES 71
5.2 SUGESTÕES 72
IX
Figura 2.1. focalização pontual em função da geometria da superfície refletora 07 Figura 2.2 focalização linear em função da geometria da superfície refletora 07
Figura 2.3. Fogão solar de caixa desmontável 13
Figura 2.4. Fogão solar de painel de Bernard 14
Figura 2.5. Fogão chama celeste de Joe Radabaugh 14
Figura 2.6. Forno construído de tijolos de lama e esterco na Ladakh 15 Figura 2.7. Fogão-cesta trançado especialmente por uma mulher da Eritréia 15 Figura 2.8. Fogão SolarChef do Centro para Tecnologia Rural no Nepa 16 Figura 2.9. Fogão solar com três segmentos de espelhos fabricado nos Estados Unidos 16 Figura 2.10. Fogão solar feito de uma tina de metal por Jay Campbell 17 Figura 2.11. Fogão solar feito em um buraco no chão por Said Shakerin 17
Figura 2.12. Fogão solar de caixa aberta Refletora 18
Figura 2.13. Painel tipo fogão solar “HotPot”. México 2003 18
Figura 2.14. Forno solar Villager para cozimento de grandes volumes 19 Figura 2.15. Vendedora de Fogão Forno solar Maina Manunure em Harare, Zimbábue 19
Figura 3.1. Aumento do diâmetro lateral face 1 do pneu. 21
Figura 3.2. Lateral do pneu revestido com compósito para diminuir perdas térmicas. 22 Figura 3.3. Revestimento da face 2 do pneu com compósito para diminuir perdas térmicas pelo
fundo. 22
Figura 3.4. Colocação de uma chapa metálica no fundo e na lateral interna do pneu 22 Figura 3.5. Grade de proteção do ventilador e parábola refletora montada. 23 Figura 3.6. Corte dos espelhos utilizando ferramenta apropriada para cortes circulares. 23 Figura 3.7. Corte dos espelhos utilizando ferramenta apropriada para cortes circulares 24
Figura 3.8. Recobrimento da urupema com espelhos 24
Figura 3.9. Vidro de cobertura, tampa do forno/fogão solar 25
Figura 3.10 Estrutura da superfície refletora externa já montada 25 Figura 3.11 Estrutura de fixação da superfície refletora externa para regulagem do seguimento
Figura 3.13 Colocação da urupema na parte interna do forno/fogão solar 27 Figura 3.14 Grade já no compartimento interno do forno/fogão solar 27
Figura 3.15 Colocação da cobertura do forno/fogão solar 28
Figura 3.16 Montagem da estrutura de sustentação 28
Figura 3.17 Montagem da superfície externa refletora e fixação a base do forno/fogão solar 29
Figura 3.18 Superfície refletora externa 29
Figura 3.19 Dispositivo para Regulagem de inclinação vertical para acompanhamento movimento
aparente do sol 30
Figura 3.20 Colocação do forno/fogão solar na base de sustentação 30 Figura 3.21 Superfície refletora que recobre a lateral interna do pneu 31
Figura 3.22 Fogão solar em teste de assamento e cozimento 33
Figura 3.23 Balanço do potencial do forno/fogão solar 33
Figura 3.24 Balanço das potências do forno/fogão solar construído 34
Figura 3.25 Potência que chega à tampa da panela 36
Figura 3.26 Potência que chega à parábola 37
Figura 3.27 Potência que chega à base da panela 38
Figura 3.28 Potência perdida pelo forno/fogão solar 40
Figura 4.1. Balanço de energia no forno proposto 42
Figura 4.2. Comportamento assumido pelas temperaturas interna e do absorvedor no forno/fogão
solar construído para o primeiro dia de teste 46
Figura 4.3. Comportamento assumido pelas radiações solar global e direta para o primeiro dia de
teste configuração 1 47
Figura 4.4. Comportamento assumido pelas temperaturas interna e do absorvedor no forno/fogão
solar construído para o segundo dia de teste configuração 1 48
Figura 4.5. Comportamento assumido pelas radiações solar global e direta para o segundo dia de
teste 48
Figura 4.6. Comportamento assumido pelas temperaturas interna e do absorvedor no forno/fogão solar construído para o primeiro dia de teste na configuração 2 49 Figura 4.7. Comportamento assumido pelas radiações solar global e direta para o primeiro dia de
XI Figura 4.8. Comportamento assumido pelas temperaturas interna e do absorvedor no forno/fogão
solar construído para o segundo dia de teste configuração 2 51
Figura 4.9. Comportamento assumido pelas radiações solar global e direta para o segundo dia de
teste configuração 2 51
Figura 4.10. Comportamento assumido pelas temperaturas interna e do absorvedor no forno/fogão solar construído para o primeiro dia de teste configuração 3 52 Figura 4.11. Comportamento assumido pelas radiações solar global e direta para o primeiro dia
de teste configuração 3 53
Figura 4.12. Comportamento assumido pelos valores médios das temperaturas interna e do absorvedor no forno/fogão solar para o segundo dia de teste na configuração 3 54 Figura 4.13. Comportamento assumido pelos valores médios das radiações solar global e direta
para o segundo dia de teste na configuração 3 54
Figura 4.14 Dados de temperatura médios dos ensaios para as três configurações 56 Figura 4.15. Dados médios de radiação dos ensaios para as três configurações 56 Figura 4.16. Valores médios de temperatura para os dois dias de ensaio em cada configuração 57 Figura 4.17. Valores médios de radiação para os dois dias de ensaio em cada configuração 57 Figura 4.18. Comportamento da temperatura interna do forno/fogão solar durante o processo de
assamento do bolo 60
Figura 4.19. Teste de assamento de um bolo- forno/fogão solar/fogão na configuração 1 60 Figura 4.20 Comportamento das temperaturas interna e do absorvedor durante o assamento da
pizza 61
Figura 4.21. Assamento de um pizza no forno/fogão solar/fogão construído - forno/fogão
solar/fogão na configuração 1 62
Figura 4.22. Comportamento assumido pelos valores médios das temperaturas interna e do absorvedor no ensaio de assamento de pão de queijo no forno/fogão solar 63 Figura 4.23. Comportamento assumido pelos valores médios das radiações solar global e direta
para o prime 64
Figura 4.24. Assamento do pão de queijo no forno/fogão solar/fogão construído na configuração 3iro ensaio de assamento de pão de queijo no forno/fogão solar 64 Figura 4.25. Comportamento assumido pelas temperaturas interna do forno/fogão solar, do
para o assamento de um bolo no forno/fogão solar – configuração 3 66 Figura 4.27. Bolo em assamento e assado no forno/fogão construído – configuração 3 67 Figura 4.28. Comportamento assumido pelas temperaturas interna do forno/fogão solar e do absorvedor durante o processo de assamento da pizza – configuração 3 68 Figura 4.29. Comportamento assumido pelos valores médios das radiações solar global e direta para o assamento de pizza no forno/fogão solar – configuração 3 69 Figura 4.30. Pizza em assamento no forno/fogão solar construído 69 Figura 4.31. Comportamento assumido pela temperatura interna do forno/fogão solar e temperatura do absorvedor durante o processo de assamento do bife de chã de dentro 70 Figura 4.32. Comportamento assumido pelos valores médios das radiações solar global e direta
durante o processo de assamento do bife de chã de dentro 71
Figura 4.33. Bifes em processo de assamento no forno/fogão solar estudado – configuração 3 71 Figura 4.34. Comportamento assumido pelos valores médios das temperaturas interna, do absorvedor e da água no forno/fogão solar para o teste de ebulição de um litro de água 72 Figura 4.35. Comportamento assumido pelos valores médios das radiações solar global e direta
durante para o ensaio de ebulição de um litro de água 73
Figura 4.36. Comportamento assumido pelos valores médios das temperaturas interna, do
absorvedor e do arroz posto a cozinhar no forno/fogão solar 74
Figura 4.37. Comportamento assumido pelos valores médios das radiações solar global e direta
durante para o cozimento do arroz 75
Figura 4.38 Arroz em cozimento no forno/fogão solar e posteriormente cozido 75 Figura 4.39. Comportamento assumido pelos valores médios das temperaturas interna, do absorvedor e do macarrão posto a cozinhar no forno/fogão solar 76 Figura 4.40. Comportamento assumido pelos valores médios das radiações solar global e direta
durante para o cozimento do macarrão 77
XIII A
Tabela 2.1. Fatores de concentração e número anual de ajustes do concentrador 08
Tabela 3.1. Resumo das configurações 31
Tabela 4.1. Potência aproximada que chega ao absorvedor 44
Tabela 4.2. Potência perdida e rendimento do forno/fogão solar 45 Tabela 4.3. entre as diversas áreas da base do forno/fogão solar 45 Tabela 4.4. Dados médios de temperatura no forno/fogão solar para o primeiro dia de teste na
configuração 1 46
Tabela 4.5. Dados médios de temperatura no forno/fogão solar para o segundo dia de teste na
configuração 1 47
Tabela 4.6. Dados médios de temperatura no forno/fogão solar para o primeiro dia de teste na
configuração 2 49
Tabela 4.7. Dados médios de temperatura no forno/fogão solar para o segundo dia de teste
configuração 2 50
Tabela 4.8. Dados médios de temperatura no forno/fogão solar para o primeiro dia de teste
configuração 3 52
Tabela 4.9. Dados médios de temperatura no forno/fogão solar em teste para o segundo dia de
teste configuração 3 53
Tabela 4.10. Valores máximos e médios das temperaturas obtidas para as três configurações
testadas 55
Tabela 4.11. Valores máximos e médios das radiações medidas para as três configurações
testadas 55
Tabela 4.12. Dados da temperatura interna do forno/fogão solar no assamento do bolo –
configuração 1 59
Tabela 4.13. Resultados dos parâmetros medidos no teste para assar uma pizza 61 Tabela 4.14. Valores médios dos parâmetros medidos durante o ensaio para assamento de 200g
de pão de queijo tipo minas 63
Tabela 4.15. Dados de temperatura durante a operação de assar um bolo – configuração 3 65 Tabela 4.16. Resultados dos parâmetros medidos no ensaio para assar uma pizza – configuração 1
de dentro 70 Tabela 4.18. Valores médios dos parâmetros medidos durante o processo de ebulição da água
utilizando o forno/fogão solar construído - configuração 3 72
Tabela 4.19. Valores médios dos parâmetros medidos durante o processo de cozimento de 334,6g
de arroz utilizando o forno/fogão solar construído 74
Tabela 4.20. Valores médios dos parâmetros medidos durante o processo de cozimento de 250,0
g de macarrão utilizando o forno/fogão solar construído 76
XV C Fator de concentração solar
P
ef Potência que entra no forno (W)P
g Potência proveniente da radiação solar global que incide diretamente no fornoP
re energia proveniente da reflexão dos espelhos localizados na parte superior do fornoP
tp Potência que chaga na tampa da panela (W)P
gtp Potência solar global que incide diretamente na tampa da panela (W)P
retp Potência refletida pelos espelhos externos que incide na tampa da panela (W)I
g Radiação instantânea global que entra no forno (W/m2)I
d Radiação instantânea direta que entra no forno (W/m2)ρ
e Refletividade do espelhoτ
v Transmissividade do vidroA
v Área do vidroA
ue Área útil dos espelhosP
cpr Potência que chega à parábolaP
gpr Potência solar global líquida incidente na parábolaP
repr Potência solar refletida líquida incidente na parábolaP
bp Potência que chega à base da panelaP
lp Potência proveniente da emissividade das paredes internas do fornoP
abs Potência absorvida pela panelaP
Ttp Potência total que chega a panela.α
pn Absortividade da panela (tinta esmalte sintético preta)P
pf Potência perdida pelo fornoCapítulo 1
INTRODUÇÃO
1.1. Apresentação do trabalho
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1.2. Objetivos
1.2.1.Objetivo geral
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1.2.2. Objetivos específicos
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MATERIAIS E MÉTODOS
O forno/fogão solar proposto utiliza uma sucata de pneu com as seguintes
dimensões: diâmetro (d) – 0,67 m e altura (h) – 0,i0 m. Colocou$se um compósito a
base de gesso, cPS (isopor) triturado e cimento recobrindo a concavidade e o fundo do
pneu, e a essa estrutura que diminui as perdas térmicas do forno/fogão solar (Figuras 3.i
e 3.3), foi aderida uma chapa metálica.
Todo o interior do forno/fogão solar foi pintado com tinta preto fosco para uma
melhor absorção da radiação solar incidente.
Também se utilizou segmentos de espelho colados na chapa lateral para estudar
comparativamente a configuração que permite a obtenção de uma maior eficiência: uma
maior área de superfície absorvedora ou uma maior área de superfície refletora no
interior do forno/fogão solar.
Confeccionou$se uma parábola refletora para ser colocada no interior do
forno/fogão solar, a partir de uma grade de proteção de ventilador e superfícies
refletoras foram colocadas na parte superior do forno/fogão solar para refletirem os
raios solares para dentro do mesmo, concentrando$os na fôrma absorvedora.
Confeccionou$se, também, outra superfície refletora parabólica a ser colocada no
interior do forno/fogão solar utilizando uma urupema, peneira de origem indígena,
recoberta com segmentos de espelhos planos de pequena área.
Utilizou$se como cobertura do forno/fogão solar um vidro plano circular
transparente de 3,0 mm de espessura e dividido em duas partes. Fez$se uma abertura
central na cobertura de vidro, tendo um vidro circular como cobertura, para a colocação
e retirada dos alimentos postos a assar ou cozer.
A estrutura de sustentação do forno/fogão solar foi confeccionada a partir de
uma sucata de cadeira com rodízios e apresenta movimento giratório para facilitar o
manuseio do forno/fogão solar.
O processo de fabricação do forno/fogão solar proposto foi composto das
seguintes etapas:
1. Aumento do diâmetro da abertura do pneu, utilizando ferramenta de serra
manual e estilete – para aumentar a área de captação da radiação solar incidente fez$se
Capítulo 3. Materiais e Métodos 21
de 46 cm para 55 cm. cssa alteração promoveu um aumento de área de 0,17 m² para
0,i4 m², correspondente a 41,0%. A Figura 3.1. mostra o procedimento efetuado.
Figura 3.1. Aumento do diâmetro lateral face 1 do pneu.
i. Colocação de compósito para recobrir a concavidade e o fundo do pneu $
um compósito a base de gesso, cPS (isopor) triturado, areia e cimento foi colocado
recobrindo a concavidade e o fundo do pneu, e a essa estrutura que diminui as perdas
térmicas do forno/fogão solar, foi aderida uma chapa metálica. A Figura 3.i mostra o
revestimento lateral do pneu e a Figura 3.3 o revestimento da face i do pneu. Na
preparação do compósito foram utilizadas as seguintes proporções, em volume, para cada
constituinte: 1,0 gesso, 1,0 EPS (poliestireno expandido), 0,33 cimento, 0,33 areia, e 0,3 do
Figura 3.2 Lateral do pneu revestido com compósito para diminuir perdas térmicas.
Figura 3.3. Revestimento da face 2 do pneu com compósito para diminuir perdas térmicas pelo fundo.
3. Fixação e pintura da chapa de zinco na lateral interna e no fundo do pneu
– utilizou$se cola de contato para a adesão da chapa ao compósito. A Figura 3.4 mostra
a chapa metálica colocada sobre o compósito;
Figura 3.4. Colocação de uma chapa metálica no fundo e na lateral interna do pneu
Capítulo 3. Materiais e Métodos 23
4. Fabricação da parábola refletora 1.
4.1. Recobrimento da grade do ventilador com o material compósito
obedecendo ao perfil da parábola. O compósito foi o mesmo utilizado para o isolamento
do pneu. Com as mesmas proporções de mistura.
4.i. Recobrimento da parábola $ A parábola obtida foi revestida com
segmentos de espelhos planos de pequenas dimensões, formando a superfície refletora
da mesma. A Figura 3.5 mostra a parábola refletora obtida a partir da grade de proteção
de um ventilador.
Figura 3.5. Grade de proteção do ventilador e parábola refletora montada.
5. Fabricação da parábola refletora i usando urupema.
5.1. Corte dos espelhos – utilizou$se um diamante profissional montado em
uma ferramenta que permite corte circular. A Figura 3.6 e 3.7 mostra o procedimento de
corte dos espelhos;
Figura 3.7. Corte dos espelhos utilizando ferramenta apropriada para cortes circulares.
5.i. Recobrimento da urupema com espelhos obedecendo ao perfil da
parábola $ Os segmentos de espelhos cortados foram colados na urupema através do
uso de cola de contato. A Figura 3.8 mostra o processo de obtenção da parábola
refletora a partir da urupema.
Capítulo 3. Materiais e Métodos 25
6. Corte do vidro e da tampa de cobertura do espaço para colocação e
retirada dos alimentos postos a assar – utilizou$se a mesma ferramenta já descrita no
item 5.1. A Figura 3.9 mostra o vidro de cobertura do forno/fogão solar;
Figura 3.9. Vidro de cobertura, tampa do forno/fogão solar.
7. Corte dos tubos de PVC e espelhos para a montagem da superfície
refletora externa – utilizou$se serra metálica e ferramenta de diamante.
8. Confecção da estrutura da superfície refletora externa – utilizaram$se os
tubos de PVC já cortados, joelhos e tês de PVC de ½”. Foram feitos rasgos nos tubos de
PVC para encaixar os espelhos já cortados. A figura 3.10 mostra a estrutura da
superfície refletora externa já montada.
Figura 3.10 9 Estrutura da superfície refletora externa já montada.
9. Confecção da estrutura de fixação da superfície refletora externa ao
metálicas e um parafuso de fixação. A figura 3.11 mostra a estrutura de fixação da
superfície refletora externa para regulagem do seguimento solar.
Figura 3.11 9 Estrutura de fixação da superfície refletora externa para regulagem do seguimento solar.
10. Confecção da estrutura de sustentação do forno/fogão solar $ obtida a
partir de uma sucata de uma cadeira giratória. A Figura 3.1i mostra a estrutura
confeccionada.
Figura 3.12. Estrutura de sustentação do forno/fogão solar.
Capítulo 3. Materiais e Métodos 27
O processo de montagem do forno/fogão solar foi composto das seguintes
etapas:
1. Colocação da parábola refletora i na parte interna do forno. A Figura
3.13 mostra o forno/fogão solar com parábola feita com a tampa do ventilador e após a
colocação da urupema.
Figura 3.13 – Colocação da urupema na parte interna do forno/fogão solar.
i. Colocação de uma grade para depositar as formas para pôr os alimentos.
Figura 3.14 mostra a grade já no compartimento interno do forno/fogão solar.
3. Colocação as superfície de cobertura e da tampa da abertura central.
Figura 3.15 mostra a colocação da cobertura do forno/fogão solar.
Figura 3.15 9 Colocação da cobertura do forno/fogão solar.
4. Montagem da estrutura de sustentação do forno/fogão solar. Figura 3.16
mostra a montagem da estrutura de sustentação.
Capítulo 3. Materiais e Métodos 29
5. Montagem da estrutura da superfície refletora externa $ acoplando$se os
tubos nos tês e joelhos e colocando$se os segmentos de espelhos de 0,i m x 0,1 m,
obteve$se a superfície refletora externa. As figuras 3.17, 3.18 e 3.19 mostram detalhes
da superfície externa refletora e de sua fixação a base do forno/fogão solar;
Figura 3.17 Montagem da superfície externa refletora e de sua fixação a base do
forno/fogão solar.
Figura 3.19. Dispositivo para regulagem de inclinação vertical para acompanhamento do movimento aparente do sol.
6. Fixação do pneu na estrutura de sustentação. A figura 3.i0 mostra a
colocação do forno/fogão solar na base de sustentação.
A figura 3.20 9 Colocação do forno/fogão solar na base de sustentação.
7. Utilizou$se também uma configuração onde a chapa metálica que
recobria a lateral do pneu foi recoberta por segmentos de espelhos formando uma
superfície lateral refletora. A Figura 3.i1 mostra a superfície refletora lateral obtida.
Capítulo 3. Materiais e Métodos 31
Figura 3.21. Superfície refletora que recobre a lateral interna do pneu.
3.2. Procedimento experimental
Foram testadas três configurações para o levantamento de desempenho do
forno/fogão solar construído: a configuração 1 é a que utiliza a parábola refletora
construída a partir de uma tampa de proteção de ventilador, com a superfície lateral
interna e fundo do pneu recobertos por chapas metálicas; aconfiguração 2que utiliza a
parábola refletora construída a partir de uma tampa de proteção de ventilador, com a
superfície lateral interna do pneu recoberta por segmentos de espelhos e aconfiguração
3que utiliza a parábola refletora construída a partir de uma urupema, com a superfície
lateral interna do pneu recoberta por segmentos de espelhos. A tabela 3.1 mostra o
resumo das três configurações citadas anteriormente.
Tabela 3.1. Resumo das configurações.
Configuração 1 Configuração 2 Configuração 3
Parábola com grade
protetora de ventilador
+ chapas absorvedoras
no fundo e laterais do
pneu.
Parábola com grade
protetora de ventilador
+ espelhos laterais
Parábola da upurema +
espelhos laterais
Durante seis dias, sendo dois dias para cada configuração, foram realizados
ensaios sem carga, onde foram medidos dados de temperatura interna, da chapa
objetivo de verificar a configuração que obteríamos maiores valores máximos e médios
de temperaturas.
Após a verificação citada anteriormente, realizou$se durante cinco dias,
cozimento e assamento de alimentos (pão de queijo, pizza, arroz, macarrão, carne e
bolo) e ferveu$se água medindo as temperaturas da superfície absorvedora, do interior
do forno/fogão solar, da temperatura da água posta a aquecer e dos alimentos postos a
assar e cozinhar. A depender do ensaio as leituras eram realizadas a cada 5, 10 ou 15
minutos, no período de 9:00 h às 14:00 h.
Para ferver a água colocou$se em uma assadeira 1,0 litro de água, retirada da
torneira, a uma temperatura de 35°C no interior do forno/fogão solar e mediu$se a
evolução da temperatura a cada cinco minutos.
Outro teste realizado foi o cozimento de macarrão e arroz, nas quantidades de
i50 g e 334,6 g, respectivamente, medindo$se o tempo de cozimento e os níveis de
temperatura no interior do forno/fogão solar, superfície absorvedora e do alimento.
Também se assou bife de chã de dentro, pão de queijo tipo minas e pizza
medindo$se a temperatura da superfície absorvedora, a temperatura interna e o tempo de
cozimento.
O teste final consistiu em assar um bolo sabor chocolate com cerca de 800g,
medindo$se o tempo de assamento e os níveis de temperatura no interior do forno/fogão
solar, na superfície absorvedora e interna do bolo.
Para avaliar as perdas térmicas do forno/fogão solar construído mediu$se no
período de maior incidência de radiação solar global, entre 11:00h e 13:00h, as
temperaturas da parte externa do pneu, parte interna do forno/fogão solar, do vidro de
cobertura e da parte inferior do forno/fogão solar proposto.
Os dados de temperatura foram medidos com termopares de cromel$alumel,
acoplados a um termômetro digital da marca MINIPA MT$914 com faixa de leitura
entre $70°C a 1i00°C, precisão de 0,1°C e com erro máximo em torno de i,0 %;
A radiação solar global foi medida com um radiômetro construído no LMHcS
Capítulo 3. Materiais e Métodos 33
Figura 3.22. Fogão solar em teste de assamento e cozimento.
3.3. Balanço potência do forno/fogão solar
O balanço da potência para o forno/fogão solar construído é apresentado a
seguir. A Figura 3.i3 e 3.i4 mostra um diagrama esquemático de todas as radiações,
seja ela global ou direta que incidem no
interior e exterior do forno/fogão solar.
Figura 3.23 – Balanço do potencial do forno/fogão solar.
Potência Significado
Pre Potência da reflexão dos espelhos da
parte superior
Pg Potência da radiação solar global que
incide diretamente
Pef Potência que entra no forno
Pgtp Potência solar global que incide
diretamente na tampa da panela
Pretp Potência refletida pelos espelhos
externos que incide na tampa da panela
Pbp Potência total na base da panela
Figura 3.24. Balanço das potências do forno/fogão solar construído.
As radiações solares incidentes sobre a tampa superior e sobre os espelhos externos
entram no forno/fogão solar de duas formas: como radiação solar global incidente sobre
a tampa de vidro e como radiação solar direta refletida pelos espelhos externos. Tanto a
radiação solar global quanto a radiação solar direta refletida pelos espelhos externos
incidem sobre a parte superior da panela, a área útil da parábola e a área restante da
base. As equações referentes ao balanço energético são apresentadas a seguir.
a. Potência estimada que entra no forno/fogão solar(Pef)
A potência que entra no forno/fogão solar provém de duas fontes: da radiação
solar global incidente na cobertura do forno/fogão solar e da radiação solar direta
refletida nos espelhos externos situados no topo do forno/fogão solar. A equação 3.1
mostra a potência total que entra no forno/fogão solar.
(3.1)
Sendo:
Pef= Potência que entra no forno/fogão solar (W);
Pg = Potência da radiação solar global que incide diretamente no forno/fogão
solar (W);
Pre = Potência da reflexão dos espelhos da parte superior do forno/fogão solar
Capítulo 3. Materiais e Métodos 35
Para o cálculo das potências de entrada no forno/fogão solar utilizam$se as
equações 3.i e 3.3 mostradas a seguir.
(3.i)
(3.3)
Sendo:
Ig=Radiação instantânea global que entra no forno/fogão solar = 750 W/mi;
Id=Radiação instantânea direta que entra no forno/fogão solar = 600 W/mi;
ρe=Refletividade do espelho = 0,95;
τv=Transmissividade do vidro = 0,85;
Av=Área do vidro = 0,ii1 mi;
Aue=Área útil dos espelhos = 0,65 mi.
b. Potência estimada que chega a tampa da panela (Ptp)
A Figura 3.i5 mostra um diagrama esquemático das potências que chegam à tampa da
panela. Sendo as equações 3.4, 3.5 e 3.6 usadas para obter a potência total que chega a
Figura 3.25. Potência estimada que chega à tampa da panela.
(3.4)
Sendo:
(3.5)
(3.6)
Sendo:
Ptp= Potência que chega à tampa da panela (W);
Pgtp= Potência solar global que incide diretamente na tampa da panela (W);
Pretp= Potência refletida pelos espelhos externos que incide na tampa da panela (W);
Pg= Potência da radiação global que incide diretamente no forno/fogão (W);
Pre= Potência da reflexão dos espelhos da parte superior do forno/fogão (W);
Capítulo 3. Materiais e Métodos 37
Av=Área do vidro = 0,ii1 mi.
c. Potência estimada que chega à parábola (Pcpr)
O cálculo dessa potência emprega as equações 3.7, 3.8 e 3.9. A Figura 3.i6
mostra um diagrama esquemático das potências que chegam à parábola.
Figura 3.26. Potências estimadas que chegam à parábola.
(3.7)
Sendo:
(3.8)
(3.9)
Sendo:
Abf=Área da base do forno = 0,ii1 m.
Pcpr = Potência solar que chega à parábola (W);
Pgpr = Potência solar global que incide na parábola (W);
Prepr= Potência solar refletida que incide na parábola (W);
Pg= Potência da radiação solar global que incide no forno/fogão (W);
Pre= Potência da reflexão dos espelhos da parte superior do forno/fogão (W).
d. Potência estimada que chega à base da panela (Pbp)
O fator 0,8 corresponde à fração da energia solar global que sai da parábola em
direção ao funda da panela, uma vez que a energia difusa situa$se em torno de i0% da
energia solar global para dias de baixíssima nebulosidade. A Figura 3.i7 mostra um
diagrama esquemático das potências que chegam à base da panela.
Figura 3.27. Potência estimada que chega à base da panela
(3.10)
Capítulo 3. Materiais e Métodos 39
PbpAPotência total na base da panela (W);
Pcpr = Potência solar que chega à parábola (W);
ρe= Refletividade dos espelhos da parábola = 0,95.
e. Potência estimada total que chega à panela (Pcp)
A equação 3.11 mostrada logo à seguir, é usada para obtemos a potência to total que chega ao absorvedor.
(3.11)
Sendo:
Pcp= Potência total que chega à panela (W).
Ptp= Potência total que chega à tampa da panela (W).
Pbp= Potência total que chega à base da panela (W).
f. Potência estimada absorvida pela panela (Pabs)
A equação 3.1i permite obter o valor da potência absorvida pela panela.
(3.1i)
Sendo:
Pabs= cnergia absorvida pela panela (W);
Ptp= cnergia total que chega a panela (W);
αpn= Absortividade da panela = 0,80.
g. Potência perdida estimada pelo forno/fogão solar (Ppf)
Figura 3.28. Potência estimada perdida pelo forno/fogão solar.
(3.13)
Sendo:
Ppf= cnergia perdida pelo forno/fogão solar (W);
Pef= cnergia total que entra no forno/fogão solar (W);
Ptp= cnergia total fornecida à panela (W).
h. O rendimento interno do forno/fogão solar (Rif)
O rendimento interno do forno/fogão solar será calculado pela razão entre a
potência absorvida pela panela e a potência total que entra no forno/fogão solar. A
equação 3.14 mostra como obter o rendimento interno do forno/fogão solar.
Capítulo 3. Materiais e Métodos 41
Sendo:
Rif= Rendimento interno do forno/fogão solar (%);
Pef= Potência total que entra no forno/fogão solar (W);
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ASSAMENTO DO PÃO DE QUEIJO - Início 12h55min
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ASSAMENTO DE UM BOLO DE 814,8 - Início 11h e 50min.
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ENSAIO 1 - ASSAMENTO PIZZA CALABRESA - Início 13:00
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ASSAMENTO DE DOIS BIFES DE CHÃ DE DENTRO (300g)- Início 11:55
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Cozimento de 334,6g de arroz - início do teste 11h20minh
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COZIMENTO DE 250g DE MACARRÃO - Início 12h e 43min.
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