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Problemas e limites da utilização do conceito de classe social em investigações epidemiológicas: uma revisão crítica da literatura.

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Academic year: 2017

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Problemas e limit es da ut ilização do conceit o de

classe social em invest igações epidemiológicas:

uma revisão crít ica da lit erat ura

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Pro b le ms and limits in the utilizatio n o f the

c o nc e p t o f so c ial c lass in e p id e mio lo g ic re se arc h:

a c ritic al re vie w o f the lite rature

1

1 Artigo basead o em d issert a çã o d e M est ra d o a p resen t a d a a o Progra m a d e Sa ú d e Com u n it á ria d a Un iv ersid a d e Fed era l d a Ba h ia .

2 In stitu to d e Saú d e Coletiva, Un iv ersid a d e Fed era l d a Ba h ia . Ru a Pa d re Feijó 29, 4oa n d a r, Sa lv a d or, BA, 40110- 170, Bra sil.

Jorge José Sa n t os Pereira Solla 2

Abst ract T h e a p p lica t ion of in d u ct iv e em p irica l v a ria b les in h egem on ic a lt ern a t iv es of Ep i-d em iology in ori-d er t o t rea t socioecon om ic v a ria t ion s in h u m a n grou p s h a s i-d isp la yei-d cert a in lim it a t ion s ra isin g t h e n eed for n ew p rop osa ls. Th e u se of socia l cla ss w a s t h u s in t rod u ced a s a n a n a lyt ica l ca t egory op era t ed a ccord in g t o p la ce in t h e p rod u ct iv e p rocess for t h e su b ject s u n d er st u d y. Th is ch oice h as alread y sh ow n p ot en t ialit ies in sev eral st u d ies. Th is p ap er w as in t en d ed t o id en t ify som e lim it s an d p roblem s occu rrin g w h en u sin g t h e social class con cep t in ep id em iolog-ica l resea rch . Besid es t h e n eed for a n a d eq u a t e t h eoret iolog-ica l fra m ew ork , con st ru ct ion of ca t egories con sist en t w it h b ot h t h eir t h eories a n d t h e levels of a b st ra ct ion em p loyed , a n d t h e con cern for m ore ca refu lly a n a lyz in g t h e con su m er a n d w ork in g m od es for ea ch socia l cla ss (q u est ion s t h a t h a v e b een d iscu sed elsew h ere), t h is p a p er a p p roa ch es sev era l issu es, a s follow s: t h e t rea t m en t of socia l cla sses a s a rt icu la t ed clu st ers in t h e resea rch p rocess, t h e n eed t o a d ju st t h e op era t ion a l sch em e t o t h e p a rt icu la rit ies of ea ch socioecon om ic form a t ion , t h e sim p lifica t ion resu lt in g from t h e p rocess of red u cin g t h e con cep t of socia l cla ss t o severa l lin k ed v a ria b les, t h e n eed for a rela -t iv ely la rge sa m p le, -t h e ex is-t en ce of d eb a -t e ov er -t h e d efin i-t ion of -t h e p osi-t ion of cla ss grou p s n o-t p art icip at in g in p rod u ct ion , an d su bject s w it h t w o or m ore d ifferen t p osit ion s in p rod u ct ion . Key words Social Class; Ep id em iology; Social St rat ificat ion

Resumo As lim it a ções ev id en cia d a s n o em p rego d e v a riá v eis em p írico-in d u t iv a s n a s a lt ern a t i-v a s h egem ôn ica s d a Ep id em iologia p a ra o t ra t a m en t o d a s i-v a ria ções sócio- econ ôm ica s em cole-t iv os h u m a n os lev a ra m à n ecessid a d e d e n ov a s p rop oscole-t a s. Assim , foi in cole-t rod u z id o o em p rego d a ca t egoria cla sse socia l, op era cion a liz a d a d e a cord o com a in serçã o p rod u t iva d os in d iv íd u os es-t u d a d os, a p resen es-t a n d o p oes-t en cia lid a d es já ev id en cia d a s em a lgu n s eses-t u d os. O p resen es-t e es-t ra b a lh o bu scou id en t ificar p roblem as e lim it es ex ist en t es n a u t iliz ação d o con ceit o d e classe social n a in -v est iga çã o ep id em iológica . Sã o a b ord a d os n est e a rt igo a lgu n s a sp ect os, en t re eles: o t ra t a m en t o d as classes sociais en qu an t o agregad os art icu lad os n o p rocesso d e in v est igação, a n ecessid ad e d e a d eq u a r o esq u em a d e op era cion a liz a çã o à s p a rt icu la rid a d es d e ca d a form a çã o sócio- econ ôm ica , a sim p lifiica çã o efet iv a d a n o p rocesso d e red u çã o d o con ceit o d e cla sse a u m a série d e va riá -v eis a rt icu la d a s em p rega d a s, a n ecessid a d e d e a m ost ra rela t i-v a m en t e gra n d e, a ex ist ên cia d e con t rov érsias n a d efin ição d a in serção d e classe d e segm en t os afast ad os d a p rod u ção e d e in d iv í-d u os com í-d u as ou m ais in serções p roí-d u t iv as í-d ist in t as.

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Int rodução

As altern ativas h egem ôn icas e clássicas d a Ep i-d em io lo gia p a ra o tra ta m en to i-d a s va ria çõ es só cio -eco n ô m ica s n o s co letivo s h u m a n o s es-tu d a d o s so frem a s lim ita çõ es referen tes a o p ro cesso d e red u çã o / sim p lifica çã o im p o sta s p ela con stru çã o d e va riá veis a p a rtir d os con -ceito s esta b elecid o s. A d esa rticu la çã o co m o real e o d istan ciam en to con ceito-variável estão p resen tes, ap esar d e, em geral, tal p rob lem a ser esca m o tea d o. As lim ita çõ es evid en cia d a s n o em p rego d este tip o d e variáveis (em p íricoin -d u tivas) fez com q u e su rgissem n ovas p rop os-ta s q u e d em a n d a ra m o u tro m a rco teó rico. “O n ovo m a rco in terp reta tivo d eterm in a va a n e-cessid ad e d e d iscrim in ar (...) a qu alid ad e d e vi-d a e as con vi-d ições ep ivi-d em iológicas vi-d as classes sociais e, p or isso, b oa p arte d o esforço realiza-d o n essas etap as, seja fren te ao p rocessam en to d e d ad os secu n d ários ou p ara o d esen h o d e in -q u éritos, foi p ara d efin ir e op eracion aliz ar n o-vos sistem as d e estratificação social, p osto q u e a s estra tifica çõ es em p irista s q u e se h a via m em p regad o até esse m om en to, p artiam d e cri-térios em p írico-in d u tivos d e estratificação p or variáveis” (CEAS, 1990).

Assim , fo i in tro d u zid o o em p rego d a ca te-goria classe socialcom b ase n o con ceito elab

o-ra d o p o r Len in (1980), e o p eo-ra cio n a liza d o a p a rtir d a in serçã o p ro d u tiva d a s rela çõ es so -ciais, relações técn icas e relações d e d istrib u i-çã o (Ba rro s, 1986; Bro n fm a n & Tu irá n , 1984; Bro n fm a n et a l., 1988). Estes tra b a lh o s em -p reen d era m u m a lin h a d e in vestiga çã o a res-p eito d a d ia lét ica d a rep rod u çã o socia l. “Essa

n ova estratificação assin alava a n ecessid ad e d e id en tifica r a s cla sses segu n d o seu vín cu lo es-tru tu ral e n ão p elos efeitos d a m esm a (tais co-m o: a ren d a, o n ível ed u cativo e ou tras caracte-rísticas com p on en tes e d erivad as d a in serção). Era a etapa em que se buscava discrim in ar tran s -versalm en t eas classes p ara com p arar seu s ín -d ices ep i-d em iológicos” (CEAS, 1990).

Ta is estu d o s têm a va n ça d o ten ta n d o a m -p lia r o s n íveis d e ex-p lica çã o d o s d iferen cia is ob serva d os d esen volven d o a lin h a d e in vesti-gação q u e foi d en om in ad a p or algu n s au tores d e Ep id em iologia d o Con su m o. “É in teressan te

ressa lta r o a va n ço m eto d o ló gico q u e exp eri-m en tou eeri-m an os p osteriores a in vestigação d os d eterm in an tes d a saú d e-en ferm id ad e n a esfe-ra d o co n su m o, p o rq u e a ssu m iu o co n h eci-m en to d a gên ese ou eci-m ovieci-m en to d a d etereci-m in a-ção ep id em iológica e n ão só o con traste tran s

-versald os d iferen ciais” (CEAS, 1990).

No en tan to, Barreto (1990) refere u m d eclí-n io eclí-n o s ú ltim o s a eclí-n o s eclí-n a p ro d u çã o cieeclí-n tífica

em Ep id em iologia fu n d ad a n a Sociologia Mar-xista, atrib u in d o com o u m a d as razões p ara tal q u ed a a existên cia d e p roblem a s con ceit u a is e m et od ológicosp a ra o s q u a is a in d a n ã o fo ra m

d esen vo lvid a s so lu çõ es a d eq u a d a s, o q u e d e-term in a d ificu ld a d es p a ra o t est e d os m od elos t eóricosem p rega d o s em sit u a ções em p írica s con cretas.

A con solid ação d o u so d o con ceito d e clas-se social em ep id em iologia, o ap rim oram en to d os m od elos d e an álise, assim com o o em p re-go d e variáveis q u e resgatem as p articu larid a-d es a-d e u m a a-d eterm in aa-d a form ação sócio-eco-n ôm ica fazem p arte d as tarefas sócio-eco-n ecessárias p a-ra o esta b elecim en to d e u m a p a relh o co n cei-tu al e d e u m arsen al m etod ológico qu e estab e-leçam as con exões en tre as categorias d os p rocessos glob a is d a socied a d e e o p rocesso sa ú -d e--d oen ça.

Ao em p regarm os o con ceito d e classe social n a in vestigação ep id em iológica, n ão b asta re-co n h ecerm o s su a s p ot en cia lid a d es. To rn a -se

im p rescin d ível id en tifica rm os p rob lem a se li

-m it esexisten tes n a su a u tilização e en fren

tarm os ad eq u ad atarm en te algu tarm as q u estões essen -ciais p ara alcan çarm os u m a m aior cap acid ad e exp licativa d as d eterm in ações in vestigad as.

Além da n ecessidade de adequ ação do m ar-co teóriar-co u tilizad o, d a ar-con stru ção d e catego-rias coeren tes com a teoria e com os n íveis d e a b stra çã o em p rega d os, e d o a p rofu n d a m en to d a a n á lise d a s fo rm a s d e tra b a lh o e co n su m o em cad a classe social (q u estões an teriorm en te d iscu tid as) (Solla, 1990), m erecem d estaq u e os asp ectos qu e ab ord arem os a segu ir.

I. N a análise empírica, as classes sociais são tratadas isoladamente, não refletindo comple-t amencomple-t e as relações de oposição (domina-ção-subordinação) exist ent es na est rut ura de classes, sendo t rabalhadas enquant o agrega-dos art iculaagrega-dos no processo da invest igação, const ruídos a part ir da inserção na produção de cada indivíduo/ família part icipant e.

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-tras p alavras, d e m od o m ais su p erficial, p od e-m os d izer qu e u e-m e-m od elo é coe-m o u e-m d esen h o d os n exos qu e o cien tista p reten d e en xergar n a n a tu reza o u n a so cied a d e, e n ã o o resu lta d o sistem atizad o d o q u e a n atu reza ou a socied a-d e estão a-d izen a-d o a p artir a-d e ob servações ou ex-p erim en tos”.

Esta é exatam en te a u tilid ad e d e em p regar m o d elo s n o p ro cesso in vestiga tivo : p a ra sim -p lificar a realid ad e e d elim itar u m a qu estão es-p ecífica. “A es-p rovisoried ad e d os m od elos, cria-d o s p a ra serem cria-d estru ícria-d o s p elo p ro cesso cria-d e p esq u isa , recu p era p a rcia lm en te a d in â m ica d os p rocessos reais p erd id a, qu an d o d a su a p a-ralisação em u m sistem a d e h ip óteses (...)” (Al-m eid a Filh o, 1989).

Em relação ao p rob lem a en focad o, ou seja, a u tilização d o con ceito d e classe social n a in -vestiga çã o ep id em io ló gica , d em a n d a n d o su a op era cion a liza çã o a tra vés d e u m con ju n to d e va riá veis a rticu la d a s, esta b elece-se u m a lim ita çã o in trín seca a este p ro cesso d e in vestiga -ção. Ressaltam os q u e estes estu d os têm a p re-ten sã o d e in vestiga r fen ô m en o s d in â m ico s – p rocesso saú de-doen ça – com o se fossem situ a-ções d efin id as p on tu alm en te, e q u e, com u m a a b o rd a ge m t ra n sve rsa l o u m e sm o lo n git u d i-n a l (co m tem p o rela tiva m ei-n te p eq u ei-n o d e a com p a n h a m en to), p u d essem ser com p reen -d i-d a s p len a m en te e ter -d esven -d a -d a s su a s -d e-term in ações. Bron fm an & Tu irán (1984) con sideram que “os in quéritos n ão p erm item ap reen -der as classes com o totalid ad es, isto é, em su as m u ta çõ es in tern a s e em su a s rela çõ es co m a s d em ais classes e com a estru tu ra social em seu con ju n to”.

Nosso recorte d a realid ad e b u sca estab elecer critérios, a p artir d os qu ais p ossam os id en -tificar gru p os d e in d ivíd u os agregad os p elo fa-to d e ap resen tarem con cord ân cia com tais critérios. A in serção d e cad a in d ivíd u o n a p rod u -ção d efin irá o agregad o n o q u al irá ser “aloca-d o”. Ca“aloca-d a agrega“aloca-d o corresp on “aloca-d erá a u m a classe social ou fração d e clasclasse esp ecífica. O m o -d elo p ressu p õe q u e esta corresp on -d ên cia p er-m ita qu e cad a agregad o reú n a as con d ições d e existên cia (d e vid a, d e saú d e) p róp rias d aqu ela cla sse so cia l. Preten d e-se q u e ca d a a grega d o rep resen te a su a classe social corresp on d en te. As relações d e op osição (d om in ação-su b ord i-n ação) existei-n tes i-n a estru tu ra d e classes só se-rão revelad as n a m ed id a em qu e estejam rep re-sen tad as n os critérios u tilizad os n a con stru ção d as variáveis q u e irão d efin ir a classe social n a in vestigação em p írica.

Co n tu d o, a d in â m ica d a fo r m a çã o eco n ô m icosocial en focad a extrap ola os lim ites im -p o sto s -p elo n o sso reco rte e -p elo co n ju n to d e

variáveis em p regad as. “Ao an alisar u m a q u es-tã o d a fo rm a çã o so cia l u sa n d o u m a id éia d e cau sa e efeito, ad otan d o o cam in h o d e d esen -vo lver m o d elo s, esta rem o s a u to m a tica m en te fa zen d o u m a o p çã o : p a ra ra rea lid a d e. To d a

vez qu e se ten ta arm ar u m con ju n to d e sím b olo s em u m a estru tu ra , o rea l é olo go im o b iliza d o, p orqu e as coisas qu e estão sen d o rep resen -ta d a s co n tin u a m a m over-se e a existir. Isso é u m d ilem a, p orq u e d e fato n ão se p od e d ireta-m en te a p reen d er a d in â ireta-m ica d a co isa p a ra li-sa n d o -a . Po rém o q u e p ro d u zirá o co n h eci-m en to sob re ela é a elab oração qu e se p od e fa-zer d ep ois” (Alm eid a Filh o, 1989).

Tais lim ites n ão d evem im p licar afastam en -to d o en fren tam en -to com o real; estes p rob le-m a s n ã o d evele-m se tra n sfo rle-m a r ele-m ile-m p ed i-m en tos p ara a in vestigação ei-m p írica. Por ou tro lad o, tal afirm ação n ão im p lica ad vogar o em

-p iricism o. Para Alm eid a Filh o (1992), o em p iri -cism ocorresp on d e ao: “(...) referen cial

filosófi-co q u e ad voga u m a ciên cia n eu tra, livre d e va-lores, q u e ap reen d eria a realid ad e sem m ed iações, sen d o os con ceitos cien tíficos im ed iata -m en te red u tíveis à ob servação. Para o e-m p iri-cism o p u roo con ceito será, fu n d am en talm en

-te, d efin ição op eracion al. Por isso o em p iricis-ta é m u iiricis-ta s vezes ch a m a d o d e red u cio n isiricis-ta (...)”. Breilh (1989), trazen d o a d iscu ssão sob re o p a p el d o p la n o em p ír ico n a s in vestiga çõ es qu e in corp oram as con trib u ições d o m arxism o p a ra a p ro d u çã o d e co n h ecim en to, ressa lta q u e, a p esa r d e o m a rxism o p a rtir d o con h eci -m en t o e-m p íricop a ra co n stru ir seu o b jeto d e

estu d o, o su bm etea u m p rocesso d e elaboração t eóricaa tra vés d o q u a l será esta b elecid o u m con creto cien tífico, in corp oran d o as caracterís -ticas essen ciaisexisten tes.

Co n tu d o, a lgu n s a u to res, co m o Wrigh t (1981) e Alm eid a Filh o (1989), con sid eram q u e n o p ro cesso d e crítica e co m b a te a o “estru tu ra lfu n cio n a lism o” o b servo u se u m a ten d ên -cia d e estu d os q u e in corp oraram o m aterialis-m o h istó rico a d esp rez a r o em p írico. Pa ra

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II. As classes sociais não são cat egorias no-minais que possam ser definidas a part ir de um esquema aplicável a qualquer sociedade, sem considerar as peculiaridades de cada formação econômico-social est udada.

Um a form ação sócio-econ ôm ica con creta, ob jeto d e d eterm in ad a in vestigação, ap resen ta a o seu in terio r u m a a rticu la çã o esp ecífica d e m o d o s d e p ro d u çã o, sen d o co m p o sta p o r u m m od o d e p rod u ção h egem ôn ico, fu n d am en tal, e, even tu alm en te, p or ou tros secu n d ários a ele su b o rd in a d o s. Da í já d eriva a existên cia d e classes sociais e frações d e classe qu e, en qu an -to resq u ício s d e o u tro s m o d o s d e p ro d u çã o e m esm o q u a n d o em p ro cesso d e elim in a çã o rea l, sã o evid en cia d a s n a in vestiga çã o so cia l (Pou lan tzas, 1977). Com o exem p lo, tem os a Pe-q u en a Bu rgu esia, classe rem an escen te d e m od o od e p ro od u çã o a n terio r, co m existên cia su -b o rd in a d a n o in terio r d o m o d o d e p ro d u çã o cap italista.

Além d isso, u m d a d o m o d o d e p ro d u çã o ap resen ta u m a lógica p róp ria d e evolu ção, d e-sen volven d o-se através d e d iferen tes estágios. Cad a estágio p od e ap resen tar form as d istin tas d e rela çõ es so cia is refletin d o -se em su p eres-t ru eres-t u ra s p o líeres-t ico -id e o ló gica s d ife re n cia d a s. Assim , torn a-se n ecessário realizar ad equ ações n a op eracion alização d o con ceito d e classe so-cial qu e sejam coeren tes com as características d a fo rm a çã o eco n ô m ico -so cia l in vestiga d a e d e su a estru tu ra social.

Para Jim én ez (1982), ao estu d arm os u m d e-term in a d o fen ô m en o so cia l, se n ã o leva rm o s em con sid eração a estru tu ra econ ôm ica d a for-m ação social con creta, ap en as con segu irefor-m os “(...) resu ltad os u n ilaterais, rep resen tações m e-ca n icista s, q u e em lu ga r d e a cla ra r o s p ro ces-so s o s d efo rm a (...)”. Ta m b ém Victo ra et a l. (1990) tra zem esta q u estã o : “Ou tro a sp ecto co m p lexo é a n ecessid a d e d e q u e a o p era cio n a liza çã o seja p reced id a d e u m estu d o d eta -lh a d o d a fo rm a çã o só cio -eco n ô m ica lo ca l, e d a s ca ra cterística s d a p ro d u çã o, q u e p erm ita avaliar a in serção d e classe d e d iferen tes cate-gorias p rofission ais. Por exem p lo, u m op erário d a con stru ção civil qu e, em u m a região com al-ta roal-tativid ad e d e m ão-d e-ob ra e b aixo n ível d e em p rego, p od e ser en qu ad rad o n o su b p riad o, p od e igu alm en te ser in serid o n o p roleta-riad o típ ico em u m a região on d e h aja escassez d este tip o d e m ã o -d e-o b ra e, p o rta n to, p len o em p rego. Isto sign ifica qu e, qu alqu er esqu em a d e op eracion alização n ão p od e ser gen eralizad o, h a ven eralizad o n ecessieralizad a eralizad e eralizad e a eralizad a p ta çõ es lo -cais”.

III. Dificuldade de operacionalização do con-ceit o de classe social, sendo feit a uma sim-plificação nest e processo de redução do con-ceit o a uma série de variáveis art iculadas, que a part ir do concret o empírico, irão defi-nir a classe social a que pert ence det ermina-do indivíduo/ família.

Em seu s p rocessos in vestigativos, a Ep id e-m iologia faz u so d a q u an tificação d os even tos e d eterm in a n tes estu d a d o s, sen d o típ ico d e seu raciocín ioa red u ção d o real através d e m o-d elos teóricos, os q u ais são avaliad os com b ase

em raciocín ios in d u tivos d e base estatística

(Al-m eid a Filh o, 1989).

Assim , a p artir d o m od elo teórico, a in vesti-ga çã o d esce p a ra o n ível em p írico. Co m o o s co n ceito s estã o d ist a n t es d o rea l, “(...) o co n

-ju n to a b stra to q u e a rm a m o s a p a rtir d esses term o s, o m o d elo, só terá su a s rela çõ es in ter-n as d evid am eter-n te esp elh an d oa realid ad e qu an

-d o o s seu s co n ceito s fo rem re-d u zi-d o s a o rea l p elo p rocesso d e p esq u isa. O cam p o d a in ves-tigação teórica e o d a in vesves-tigação em p írica fa-zem p a rte d e u m m esm o co n ju n to. O q u a d ro teórico en volve tam b ém os con ceitos q u e sa i -rã op a ra a rea lid a d e. Aco n tece q u e, co m o o s

con ceitos q u e estão n o n ível d a ab stração n ão p o d em se su ja r, a lin h a d o q u a d ro teó rico é

d eslo ca d a a rtificia lm en te, tra n sfo rm a n d o o s con ceitos em variáveis. (...) O qu e p od em os fa-zer é p rop or su ced ân eos (...) q u e ten h am u m a corresp on d ên cia ob jetiva (variáveis ou equ iva-len tes). (...) Dessa fo rm a o q u e p a ra n ó s era m con ceitos largos e ab stratos (...), torn am -se d a-d os a-d a realia-d aa-d e con creta, com a q u al p oa-d ere-m os en fiere-m lid ar. É in teressan te n otar qu e, n es-sa ab ord agem , o p rocesso d e an álise in verte o p rocesso d e red u ção” (Alm eid a Filh o, 1989).

Alm eid a Filh o (1989) traz u m exem p lo d es-te p rocesso d e red u ção d os con ceitos p ara su a u tilização n a in vestigação em p írica, p ercorren -d o a tra vés -d e re-d u çõ es su cessiva s o ca m in h o en tre o co n ceito e a m ed id a a ser em p rega d a . Determ in ad a p esq u isa assu m e em seu q u ad ro teórico o con ceito d e ocu p ação social d o esp a-ço, en q u an to con ceito cen tral p ara a an álise a

ser d esen vo lvid a . A p a rtir d este co n ceito, é con stru íd a u m a variável: d en sid ad e p op u lacio-n al, a qu al será exp ressa através d e d ois in d

ica-d ores: d en sid a d e in t ern ae d en sid a d e ex t ern a.

Den sid a d e in tern a será m ed id a p elo n ú m ero d e h a b it a n t es p or côm od oe p elo n ú m ero d e m et ros q u a d ra d os p or h a b it a n t es. Den sid a d e

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o p ro cesso d e red u çã o n em sem p re p o d e ser p erco rrid o p o r to d a s a s va riá veis. Co n sid era q u e a rep resen ta çã o d o con ceito d e cla sse so-cia l a tra vés d e u m “co n ju n to d e in d ica d o res-m ed id a s” p o d e ser p ro b leres-m á tica . As crítica s p od em ter com o alvo a in fid elid ad e m etod oló-gica ao m arco teórico, ou d izer resp eito às d ifi

cu ld a d es n o p rocesso d e red u çã o con ceit o v a -riá v el- in d ica d ores- m ed id a s (Alm eid a Filh o,

1989). Este p rocesso d e sim p lificação/ red u ção n ão im p lica assu m ir u m a ótica típ ica d o red u

-cion ism o, o q u a l, segu n d o Breilh (1989), “(...)

in terp reta as p rop ried ad es d os con ju n tos m ais com p lexos em term os d as su as u n id ad es com -p o n en tes, in fere a s -p ro -p ried a d es d o to d o a p artir d as p rop ried ad es in trín secas d as p artes, a s q u a is existiria m a p a rt e d ee a n t e d a sp ro

-p ried ad es d o tod o”.

O a p o rte d o m a r xism o à in vestiga çã o em n ossa área tem d ad o con trib u ições fu n d am en -tais p ara o en fren tam en to d e tal qu estão, su p e-ran do a ótica reducion ista. “A ap roxim ação m ar-xista d a ep id em iologia reb aixa o p lan o d os fe-n ô m efe-n o s em p írico s e a m p lia o p rife-n cíp io d e cau salid ad e p orq u e assu m e u m a ap roxim ação d ialética. A con stru ção d o ob jeto d e estu d o qu e d eve tran sform ar-se, n ão ab strae as p rop ried a-d es a-d as p artes, com o a saú a-d e-en ferm ia-d aa-d e, a-d o to d o em q u e esta s existem , e sim a s o b ser va co m o p ro d u to d e su a vin cu la çã o co m o to d o. (...) se b em o tod o social se com p on h e d e p ar-tes q u e p od em os d escrever e m ed ir em p irica-m en te, a p a rticip a çã o d essa s p a rtes n o to d o gera u m a realid ad e com p lexa, su p erior, qu e re-su lta co m q u a lid a d es d iferen tes, d a s p a rtes, ain d a qu e d ep en d a d estas p ara su a existên cia” (Breilh , 1989).

O q u e o co rre q u a n d o efetiva d a esta red u -çã o é u m a p a ssa gem n ecessá ria p a ra a co n s-tru ção d e variáveis q u e trad u zam p ara o p lan o d a in vestigação os con ceitos teóricos, b u scan -d o a ssegu ra r a co erên cia co m a teo r ia a p esa r d o recorte efetivad o. Tal p rocesso im p lica p er-d a su b stan cial, con tu er-d o é in er-d isp en sável p ara a o p era cio n a liza çã o d e co n ceito s teó r ico s em variáveis n a an álise em p írica.

Pa ra Victo ra et a l. (1990), “a sim p lifica çã o, n o en tan to, é u m p rocesso in eren te à p esq u isa q u a n tita tiva em Ep id em io lo gia : p o r exem p lo, p ara classificar u m a crian ça com o d esn u trid a u tiliza-se u m a ou d u as m ed id as – p eso e/ ou al-tu ra – en tre d ezen a s d e m ed id a s p o ssíveis, com p ara-se esta m ed id a com u m p ad rão d e re-ferên cia m ais ou m en os arb itrário e d ecid e-se so b re u m p o n to d e co r te ta m b ém a rb itrá rio. Nesse p rocesso sim p lificatório, é in evitável qu e se p erca in fo rm a çã o e q u e o co rra m erro s d e cla ssifica çã o, m a s a p ró p ria co erên cia d o s

re-su ltad os em p íricos p od e servir p ara avaliar até q u e p on to a sim p lificação p od e ter sid o exces-siva”.

Portan to, a coerên cia d os resu ltad os em p íri-cose a fid elid a d e a o m a rco t eórico d o con ceit o

p od em exp rim ir a cap acid ad e q u e p ossu em as va riá veis co leta d a s n o p la n o em p ír ico d a in vestiga çã o d e p o ssib ilita r o resga te d o p o ten -cial exp licativo d o con ceito em p regad o p ara a an álise em qu estão.

IV. A necessidade de est abelecer det ermina-dos pont os de cort e arbit rários, como ocorre com a ut ilização na operacionalização de va-riáveis quant it at ivas, como renda, número de empregados e t amanho da propriedade ru-ral.

A m aior p arte d as variáveis q u e são articu -lad as p ara op eracion alizar o con ceito d e classe so cia l n a s p ro p o sta s estu d a d a s sã o va riá veis q u alitativas, com d efin ições relativam en te estab elecid as, sem m u itas am b igü id ad es. No en -tan to, q u an d o su rgem variáveis q u an titativas, com o n o caso d o em p rego d e ren d a e d e n ú m e-ro d e em p regad os, n ovos p e-rob lem as são acres-cen ta d o s. A d elim ita çã o d e “p o n to s d e co rte” p od e alterar a “sen sib ilid ad e” e a “esp ecificid a-d e” a-d e u m a cla ssifica çã o. Defin ir p o n to s a-d e corte p od e p rop iciar “b ias” n a in vestigação.

No caso d a ren d a, a d efin ição d e u m p on to d e co rte so fre gra n d e d o se d e a rb itra ried a d e. En qu an to Barros (1986) u sou com o critério p a-ra sep a a-ra r a Bu rgu esia d a Nova Peq u en a Bu r-gu esia o fato de ap resen tar u m a ren da m aior ou igu a l a n ove sa lá rios m ín im os p a ra a p rim eira classe e d e p ossu ir u m a ren d a m en or qu e n ove salários m ín im os p ara a segu n d a, Bron fm an et al. (1988) u tilizaram 15 salários m ín im os com o p on to d e corte. As p articu larid ad es d a socied ad e estu ad aad a, as variações n os p aad rões ad e ren -d a, os efeitos -d e con ju n tu ras recessivas vão -d e-term in a r gra n d es d istin çõ es n este lim ite q u e dividiria estas du as classes a p artir d esta varia-ção qu an titativa.

Ta m b ém p a ra o em p rego d a va riá vel “n ú -m ero d e e-m p regad os” tal qu estão se rep ete. Pa-ra Wrigh t (1981) n ão existe a p riori u m critério p ara d efin ir qu e n ú m ero d e em p regad os tran sform aria o p eq u en o b u rgu ês em p eq u en o em -p rega d o r, va ria n d o d e a co rd o co m a ltera çõ es n a p rod u ção e ép ocas h istóricas d iferen ciad as.

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V. A qualidade das informações pode ser compromet ida pelo número de variáveis ne-cessárias e pela dificuldade de acesso a cer-t os dados.

A u tilização d e u m q u estion ário excessiva-m en te lon go p od e p ôr eexcessiva-m p erigo a cap tação d a in fo rm a çã o em seu co n ju n to. Po r o u tro la d o, p a ra o p era cio n a liza r o co n ceito d e cla sse so -cial, n ecessitam os levan tar várias in form ações fu n d am en tais p ara a con stru ção d as variáveis em p rega d a s. Além d isso, existem p ro b lem a s relativos ao en ten d im en to d as p essoas a serem en trevistad as a resp eito d as q u estões form u la-d as. Dian te la-d isso, la-d eve-se “(...) ten tar alcan çar u m eq u ilíb rio en tre a co n cisã o e a a b ra n gên -cia , o q u a l é m u ita s vezes d ifícil d e ser a tin gi-d o” (Barros & Victora, 1991).

Breilh & Gra n d a (1986) co n sid era m q u e “(...) a qu alid ad e d o form u lário rep ou sa fu n d a-m en tala-m en te n a ad eq u ad a op eracion alização d as variáveis, qu e p or su a vez d ep en d e d o rigor cie n t ífico co m q u e se fo r m u lo u a h ip ó t e se”. Estes au tores ch am am aten ção p ara o p rob le-m a d a ten d en ciosid ad e p elo u so d e qu estion á-rios, trazen d o a ad vertên cia feita p or Brad ford Hill: “(...) a s in ve stiga çõ e s m e d ia n te q u e stio-n ários são aqu elas em qu e p or excelêstio-n cia d eve se su sp eita r d a p o ssib ilid a d e d e ten d en cio si-d asi-d e”.

Um q u estion ário p od e “m ed ir” u m resu ltad o q u e n ã o é exa ta m en te o q u e ele se p ro p u -n ha a “m edir”. Assim , podem os ter erros de “clas-sificação” em term os da doen ça e/ ou da exp osi-ção. O erro d e classificação é a p rin cip al con se-q ü ên cia d o “b ias” d e in form ação. Os “b ia s” d e in fo rm a çã o sã o d isto rçõ es n a estim a tiva d o efeito d e in teresse n o estu d o resu ltan te d o erro n a d efin içã o d a co n d içã o d e exp o siçã o o u d a co n d içã o d e d o en ça . In d ivíd u o (s) q u e d eve -ria(m ) fazer p arte d e u m d eterm in ad o agrega-d o co rresp o n agrega-d en te à cla sse so cia l “X” é (sã o ) co lo ca d o (s) em o u tro (s) a grega d o (s) p o r p ro -b lem as resu ltan tes d a q u alid ad e d as in form a-çõ es co leta d a s, o u , n a segu n d a situ a çã o, o “efeito” sob re a saú d ed oen ça n ão é ad equ ad a -m en te leva n ta d o, in corren d o ta -m b é-m e-m u -m erro p a ra o resu lta d o d a in vestiga çã o (Klein -b au m et al., 1982).

VI. N ecessidade de amost ra relat ivament e grande, devido ao número de classes e fra-ções de classe exist ent es e à pequena pro-porção de cert as classes na população.

Um d os req u erim en tos exp licitad os p ara o d esen vo lvim en to d a a n á lise ep id em io ló gica d os d ad os registrad os é q u e exista u m n ú m ero su ficien te em tod os os estra tos d e ca d a va riá -vel em p regad a (Klein b au m et al., 1982).

No n o sso p ro b lem a – a o p era cio n a liza çã o d o co n ceito d e cla sse so cia l –, d u a s q u estõ es estão colocad as: a p rim eira refere-se ao fato d e existirem vá ria s cla sses so cia is e fra çõ es d e classe, im p lican d o a u tilização d e vários estra-tos em n ossa “variável d e exp osição”. Além d isso, a d istrib u ição d as classes sociais n a p op u la -ção ap resen ta p equ en a p rop or-ção em d eterm i-n a d a s cla sses e m a io res em o u tra s, o u seja , a d istrib u ição p rop orcion al d a p op u lação n as d i-versas classes sociais e frações d e classe ap re-sen ta en orm e variação.

Ap en a s d esen h o s d e estu d o s q u e d em a n -d a ssem a co n stru çã o -d e a m o stra s, -d e fo rm a q u e o s estra to s (“cla sses”) tivessem o m esm o tam an h o, iriam alterar tal qu ad ro n a in vestiga-ção. Con tu d o, d essa form a, a am ostra n ão seria rep resen tativa d a p op u lação d e estu d o n o q u e d iz resp eito à d istrib u ição d a categoria “ch ave” d a in vestiga çã o. Seria a p lica d a p a ra a va lia r a s co n d içõ es d e vid a e sa ú d e d e ca d a cla sse em p a rticu la r e p a ra co m p a ra r a d e u m a cla sse co m a (s) d e o u tra (s), n o en ta n to n ã o p o d er ia forn ecer p arâm etros totalizad ores.

Assim , o em p rego d o con ceito d e classe social em Ep id em iologia, em estu d os qu e p reten -d a m ga ra n tir a rep resen ta çã o -d a “p irâ m i-d e” d as classes sociais e frações d e classe existen -tes n a fo rm a çã o só cio -eco n ô m ica esp ecífica estu d a d a , d em a n d a a co n stru çã o d e gra n d es am ostras ap resen tan d o em cad a estrato n ú m ero su ficien te d e fo r m a a p o ssib ilita r o d esen -volvim en to d a an álise.

Ad m itin d o a im p o rtâ n cia d e in vestiga r o p ap el d e elem en tos m ed iad ores en tre a classe socia l e o p rocesso sa ú d e-d oen ça , ta l q u estã o se torn a ain d a m ais crítica, p ois, ao in terior d e ca d a cla sse, a a m o stra d everá p o ssu ir u m n ú -m ero d e in d ivíd u os su ficien te-m en te gran d e, d e form a a p erm itir a estra tifica çã o p ela su p osta m ed iad ora e a avaliação d os d iferen ciais ob ser-va d o s, in clu sive p o ssib ilita n d o o em p rego d e testes esta tístico s d a s a sso cia çõ es evid en cia -d as e -d as estim ativas -d e efeito.

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VII. A classe social é um det erminant e dist al, cuja ação é mediada por variáveis que pos-suem cert o grau de aut onomia relat iva, po-dendo enfraquecer relações est at íst icas en-t re a classe e o processo saúde-doença.

Victo ra et a l. (1990) tra zem esta q u estã o a p o n ta n d o -a co m o sen d o u m a d esva n ta gem , n a m ed id a em qu e “(...) sen d o u m d eterm in an -te d istal, cu ja ação é m ed iad a p or u m a série d e variáveis q u e p ossu em certa au ton om ia, as re-lações estatísticas en tre in serção d e classe e o p rocesso saú d e-d oen ça p od em ser algo en fra-qu ecid as”.

É n ecessário com p reen d er q u e, ao assu m ir u m a visã o d ia lética a resp eito d o s p ro cesso s so cia is (in clu sive so b re o p ro cesso sa ú d e-d oen ça), a t eoria m arx ist atraz u m n ovo en

fo-qu e acerca d as relações en tre a d eterm in ação e a lib erd ad e. Com o Breilh (1989) b em exp ressa: “O fato d e qu e os p rocessos d a realid ad e sejam d eterm in a d o s o u su jeito s a leis, n ã o sign ifica qu e n ão seja factível a lib erd ad e, p elo con trário “... se d eve en ten d er q u e a lib erd ad e d e ação é u m a con seqü ên cia d a cau sação e n ão é in com -p atível com a m esm a” (...) o su rgim en to e d istrib u içã o d e con d ições ep id em iológica s e en -ferm id a d e se d ã o em m eio d e u m a tra m a d e p rocessos d eterm in an tes in d ivid u ais e esp ecí-fico s. Um p ro cesso p o n tu a l q u e p a rticip a n a p rod u ção d a saú d ed oen ça n ão é in d ep en d en -te a resp eito d o con ju n to d e p rocessos d elim i-tad os p or u m a lei ep id em iológica m ais am p la, m as é aleatório ou livre a resp eito d e cad a u m a d as d eterm in ações m ais p on tu ais. É im p ortan -te co m p reen d er, n es-te sen tid o, q u e n o ssa s con d ições b iológicas esp eciais q u e as d iferen -ciam d as q u e caracterizam ou tros organ ism os n os têm p erm itid o u m d esen volvim en to h istó-rico con scien te, com o qu al tem os tran sform d o os lim ites d a n atu reza e am p liad o a lib erd a-d e”. Tam b ém Przeworsky (1989) con trib u i p ara esta d iscu ssão, q u an d o lem b ra q u e a in serção d e classe abre u m a estru tu ra d e op çõesem ter-m os coter-m p ortater-m en tais.

Po rta n to, existin d o u m a série d e va riá veis q u e a ssu m em o p a p el d e m ed ia d o res en tre a classe social e o p rocesso saú d e-d oen ça, sen d o q u e a d eterm in ação social a p artir d a in serção p rod u tiva d o in d ivíd u o con stitu i u m cam p o d e p rob ab ilid ad es, e existin d o u m a au ton om ia re-la tiva d e certo s p ro cesso s q u e se rere-la cio n a m n esta red e d e d eterm in a çã o, a d et erm in a çã o p robabilística q u an tificad a e exp ressa p ela

es-tatística n ão d á con ta d e id en tificar esta totali-d a totali-d e, em su a totali-d in â m ica , seu m ovim en to e su a h ierarqu ia.

VIII. A definição da inserção de classe de segment os afast ados da produção no mo-ment o da invest igação, como aposent ados, desempregados, donas de casa, est udant es e doent es/ afast ados, é muit o cont roversa com várias alt ernat ivas.

Neste item , asp ectos d iversos estão en glo-b a d os, a ca rreta n d o p roglo-b lem a s com rep ercu s-sões e d eterm in an tes d istin tos. Algu m as alter-n ativas, com o a em p regad a alter-n o “Projeto Morb i-Mo rta lid a d e Ma tern o -In fa n til em Sa lva d o r (BA), 1987/ 88 (UFBa / FAMED/ DMP, 1986) d e en glo b a r to d o s estes ca so s em u m gr u p o q u e tem com o característica h om ogen izad ora o fa-to d e os “ch efes” d e fa m ília esta rem a fa sta d os d e u m a in serçã o p ro d u tiva , esta n d o fo ra d a p op u lação econ om icam en te ativa, d em on stra-ram n ecessitar d e rep aros.

Em p rim eiro lu gar, o fato d e n ão ser id en ti-ficad a p ara os ap osen tad os a su a in serção p ro-d u tiva a n terio r fa z co m q u e fiq u em em u m a m esm a categoria in d ivíd u os qu e, se ain d a esti-vessem “a tivo s”, esta ria m em cla sses so cia is d istin tas. Tratar, p ortan to, os ap osen tad os com o u com a só categoria seria ten tar ign orar gran -d es -d iferen ças. Talvez, tom ar a ú ltim a in serção n a p rod u ção an tes d e se ap osen tar com o sen -d o o referen cial p ara a in serção -d e classe -d es-tes in d ivíd u os seja a m elh or op çã o, con form e em p rega d o p o r Wrigh t (1981, 1985) (in serçã o p a ssa d a – tra jetória d e cla sse). Tod a via , a in d a a ssim tería m o s d e lem b ra r q u e, a o a p o sen ta -rem -se, o s tra b a lh a d o res, em n o ssa fo rm a çã o sócio-econ ôm ica, geralm en te sofrem u m a p er-d a rea l er-d e p oer-d er a q u isitivo q u e terá rep ercu s-sõ es em su a s co n d içõ es d e sa ú d e e a cesso a serviços d e saú d e. Em algu n s casos, o ap osen -tad o p od e vir a assu m ir ou tro trab alh o d u ran te o p erío d o d e a p o sen ta d o r ia – o q u e p o d e a té au m en tar su a ren d a –, en tretan to certas características d a classe social (d efin id a p or su a in -serção p rod u tiva an terior) p od em p erm an ecer. Com os d esem p regad os, tam b ém são trata-d a s situ a çõ es trata-d istin ta s. Existem in trata-d ivítrata-d u o s qu e, d u ran te o p eríod o d e in vestigação, p od em estar tem p orariam en te afastad os d e q u alq u er in serçã o p ro d u tiva ; o u tro s, a p esa r d e serem con siderados desem p regados, desen volvem es-p orad icam en te “b icos”, sen d o con tratad os es-p ara tarefas esp ecíficas; fin alm en te, en con taram -se a in d a in d ivíd u o s q u e sã o “cro n ica m en te” d esem p rega d o s, n ã o co n segu in d o n en h u m a in serçã o n o m erca d o d e tra b a lh o, esta n d o co m p leta m en te à m a rgem d a p o p u la çã o eco-n o m ica m eeco-n te a tiva . Esta s situ a çõ es ta m b ém d everiam ter u m tratam en to d iferen ciad o.

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Al-gu m as d estas, além d o trab alh o d om éstico, d e-sen vo lvem certa s ta refa s (ven d a d e ser viço s) e/ ou realizam ativid ad es p rod u tivas (p rod u ção caseira) p ara ven d a, com o form a d e con trib u ir p ara a ren d a fam iliar. Ou tras estão com o d on as d e casa p rovisoriam en te, p or terem sid o d em i-tid a s d e a lgu m a in serçã o p rod u tiva a n terior e ain d a n ão terem con segu id o ou tra. Um a am os-tra com p osta p or m u lh eres qu e ten h am tid o fi-lh os recen tem en te en con tra-se n esta ú ltim a si-tu ação, p ois o p eríod o d o p arto rep resen ta em m u itos casos a p ersp ectiva real d e d em issão d o tra b a lh o. Já o u tra s, q u e vivem gera lm en te em fam ílias exten sas, sen do viú vas ou sep aradas de seu s ex-com p an h eiros, receb en d o ou n ão u m a “p en são”, dividem o cu sto das desp esas fam ilia-res co m o u tro (s) in d ivíd u o (s) (irm ã o s, o u tro s p aren tes, etc.). Portan to, existem con d ições d i-feren ciad as tam b ém ao in terior d este gru p o.

Ou tra s o p çõ es, co m o to m a r a in serçã o d e ou tro m em b ro d o n ú cleo fam iliar com o a refe-rên cia p ara a d efin ição d a classe social (Bron f-m a n &af-mp; Tu irá n , 1984), o u a ssu f-m ir estes gru p o s en q u a n to co m p o n en tes d o Su b p ro leta ria d o (Ba rros, 1986), n ã o con segu em resp on d er a os p rob lem as aqu i id en tificad os.

Lem b ram os qu e a estru tu ra d a fam ília cu jo “ch efe” é ap osen tad o ou d on a d e casa p od e ser p ecu lia r, a p resen ta n d o d iferen ça s em rela çã o a s o u tra s fa m ília s co m “ch efes” in serid o s n a p rod u ção. Qu ais seriam os efeitos d estas p ecu liarid ad es sob re a saú d e/ d oen ça d e seu s m em -b ro s? A p ro p o rçã o d esta s fa m ília s n a p o p u la-ção p od e tam b ém evid en ciar d eterm in ad as ca-racterísticas d esta form ação social q u e p od em d eterm in ar situ ações d iversas p ara o p rocesso saú d e-d oen ça e sob re o acesso aos serviços d e saú d e. Registram os ain d a qu e tais gru p os, p ela d efin ição con ceitu al d e classe social assu m id a (Len in , 1980), n ã o co n stitu em cla sses so cia is n em frações d e classe.

IX. O s objet ivos da invest igação devem ser levados em cont a na definição do esquema de operacionalização a ser ut ilizado.

As in vestigações q u e u tilizam o referen cial teórico d o m aterialism o h istórico e em p regam o con ceito d e classe social em seu arsen al m e-tod ológico, op eracion alizan d o-o en qu an to fer-ra m en ta p a fer-ra a p esq u isa em p írica , p o d em cu m p rir d o is p ro p ó sito s d iferen tes (Elster, s.d .), con trib u in d o p ara id en tificar:

1) Po r q u e o s in d ivíd u o s d iferem em term o s d e d esvio, con su m o, saú d e ou h áb itos; 2) q u e gru p o s o rga n iza d o s serã o o s a to res p rin cip ais n a ação coletiva e n o con flito social. No p rim eiro ob jetivo, a in vestigação irá ob-ser va r o s d iferen cia is n a s co n d içõ es d e vid a ,

co n su m o, sa ú d e en tre a s d iversa s cla sses so ciais e frações d e classe, b u scan d o com p reen -d er esta s -d iferen ça s a p a rtir -d a s rela çõ es -d e p rod u ção con stitu íd as, d as form as d e in serção n a p ro d u çã o, d a s rela çõ es d e d o m in a çã o su -b ord in ação e d a form a com o o p rod u to social é d istrib u íd o. Neste m od elo a in serção d e classe d efin e u m ca m p o d e p ro b a b ilid a d es p a ra o “p ad rão d e con su m o” d e cad a classe social e é id en tifica d a p ela in serçã o p rod u t iv a d e ca d a

in d ivíd u o/ fam ília p articip an te d o estu d o. No o u tro ca so, a p reten sã o é id en tifica r cla sses socia is, en q u a n to a tores coletivos q u e agem n o cen ário p olítico em d eterm in ad a con -ju n tu ra. Aí, o qu e está em jogo n ão é a id en tifi-cação d e “p ad rões d e con su m o”, e sim d e “in te -resses colet iv os” q u e sã o co n flita n tes en tre a s

classes sociais e as p oten cialid ad es p ara a ação d estes atores. Neste m od elo, a in serção d e clas-se d efin e u m con ju n to d e in teresses, asp irações d e atores coletivos, e é d efin id a em gran d e p

ar-te p ela con sciên cia d e “fazer p arte”d e u m “gru -p o d e con flito”.

Estes d iferen tes en foqu es d em an d am crité-rios d istin tos d e op eracion alização, cad a q u al co m u m co n ju n to p ró p rio d e va riá veis. Po d e tam b ém d erivar p ara o fato d e o p rim eiro ob je-tivo ad otar u m esq u em a d e op eracion alização p a ra a a n á lise em p írica , en q u a n to o segu n d o “ren ega” ta l o p çã o m eto d o ló gica , u tiliza n d o estratégias d e in vestigação q u e n ão ven h am a requ erer tal p rocesso.

X. Variações conjunt urais sobre os mediado-res podem alt erar as associações observadas ent re a classe social e variáveis dependent es ut ilizadas na análise.

Ma io r o u m en o r in ten sid a d e d a lu ta d e classes em d eterm in ad a con ju n tu ra e p ossíveis m o d ifica çõ es n a d istrib u içã o d e ren d a e n a s fo rm a s p o lítica s d e exercício d a d o m in a çã o con trib u em p ara variações ob servad as n a an á-lise em p írica.

Wrigh t (1981) traz com o exem p lo d e fatores qu e d eterm in am tais variações as form as esp ecífica s d e segm en ta çã o d o m erca d o d e tra b a -lh o ao in terior da classe op erária, as p ráticas le-gais qu e defin em o p oder dos geren tes sobre os trabalh adores. A an álise da organ ização con cre-ta d a s cla sses e su a s co n d içõ es d e existên cia p ode con tribu ir p ara iden tificar qu e p ap el estes m ed ia d o res estã o exercen d o e co m o in flu en -ciam as con d ições d e existên cia d as classes so-ciais.

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tase u m au m en to d o d etasem p rego e u m “ach ata -m en to” salarial sob re as con d ições d e vid a d as classes sociais qu e p ossu em con d ições d e con -su m o p recárias. Além d isso, a form a d e organ i-zação d o Estad o, as d iretrizes d as p olíticas so-cia is – p rin cip a lm en te d a p o lítica d e sa ú d e – sã o fu n d a m en ta is n a d efin içã o d a o fer ta d e serviços d e saú d e (q u an tid ad e, localização, ti-p o, ti-p o ti-p u la çã o -a lvo, ti-p rio rid a d es, etc.), a ssim com o d e ou tros serviços p ú b licos essen ciais à q u a lid a d e d e vid a (sa n ea m en to, ed u ca çã o, tran sp ortes, lazer, etc.). Ou tro elem en to im p ortan te referese à form a com o o trab alh o se en -con tra orga n iza d o e a in corp ora çã o d e tecn ologias p rod u tivas, q u e p od em estar relacion a -d os ao ap arecim en to -d e -d eterm in a-d os p a-d rões d e m o rb im o rta lid a d e en tre a s cla sses tra b a -lh ad oras.

XI. A exist ência de duas ou mais inserções dist int as na produção em um mesmo indiví-duo cria out ras dificuldades para a operacio-nalização do conceit o de classe social.

A d u p la in serção, fen ôm en o q u e ocorre em determ in adas form ações sócio-econ ôm icas em p ro p o rçõ es releva n tes, a p resen ta o u tra q u es-tão a ser en fren tada p elo p rocesso de op eracio-n a liza çã o d este co eracio-n ceito. Esta situ a çã o em m u ito p od e ser atrib u íd a à realid ad e d e in sta -b ilid a d e n o em p rego e d e -b a ixos sa lá rios, q u e d em an d am m ais d e u m a in serção com o form a d e co m p lem en ta r a ren d a o u d e rep resen ta r u m a altern ativa d e em p rego n o caso d e d em is-são d a ou tra ativid ad e.

A op ção geralm en te u tilizad a é ten tar id en -tificar u m a in serção com o sen d o a “p rin cip al”, d efin id a p elo p ró p rio in d ivíd u o, o u a ssu m id a p elo in vestigad or com b ase em critérios com o a m aior estab ilid ad e d a in serção ou u m a m aior ren d a au ferid a através d esta.

No p rim eiro critério – esta b ilid a d e –, u m a in serçã o en q u a n to em p rega d o r o u p eq u en o p rop rietário d os m eios d e p rod u ção seria p rio-rizad a em relação a ou tra on d e o in d ivíd u o fos-se a ssa la ria d o. Da m esm a fo rm a , esta ú ltim a seria p rin cip a l se co m p a ra d a a u m a in serçã o en qu an to au tôn om o sem qu alificação.

O critério d e ren d a p o d e ser criticá vel n a m ed id a em q u e u m a in serção au tôn om a p od e con ju n tu ralm en te con trib u ir m ais p ara a ren -d a -d o qu e u m a assalaria-d a, m as esta ú ltim a te-ria a m éd io p razo, p or su a m aior estab ilid ad e, m a ior im p ortâ n cia p a ra a s con d ições d e exis-tên cia d este in d ivíd u o.

Tam bém n esta questão, as altern ativas ap re-sen tam d esd ob ram en tos d iversos, re-sen d o q u e p ara cad a u m a d elas p od em ser levan tad as crí-ticas.

Coment ários finais

Com o foi p ossível ob serva r, a m a ior p a rte d os lim ites aq u i d iscu tid os n ão são esp ecíficos d o p rocesso d e op eracion alização d o con ceito d e classe social, dizen do resp eito, p rin cip alm en te, a qu estões de ordem m etodológica, qu e con stitu em p ro b lem a s en fren ta d o s p ela s in vestiga -çõ es ep id em io ló gica s q u e “in va d em” o p la n o em p írico com ob jetivo d e com p reen d er as d eterm in ações sociais relativas ao p rocesso saú -d e--d oen ça e ao acesso aos serviços -d e saú -d e.

No en ta n to, a lgu n s p ro b lem a s evid en cia -d o s sã o p ró p rio s -d a o p era cio n a liza çã o -d este con ceito, sen d o referen tes a:

a) Necessid ad e d e ad equ á-lo, tan to à situ ação estru tu ral d a socied ad e estu d ad a, qu an to à va-riação d e p rocessos d in âm icos con ju n tu rais; b ) critérios ad otad os exp ressos através d e variá veis q u a n tita tiva s (ren d a e n ú m ero d e em -p regad os);

c) resolu çã o d e q u estões teórico-con ceitu a is fun dam en tais p ara a con strução deste p rocesso. Tan to a p rim eira ord em d e qu estões, qu an -to a segu n d a d em a n d a m u m in vestim en -to n o sen tid o d e serem en fren tad as e su p erad as. Es-tes “o b stá cu lo s m eto d o ló gico s” p recisa m ser tran sp ostos.

Esp eram os qu e a Ep id em iologia con tin u e a d esen volver estu d os q u e avan cem este tip o d e lin h a in vestigativa, assu m in d o os d esafios q u e aqu i ten tam os esp ecificar e con segu in d o su p e -rá-los.

Agradeciment os

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