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Qualidade : estratégia de competitividade industrial - uma análise na indústria sul brasileira /

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Programa de Pós-G raduação em Engenharia de Produção

A NT O N IO CARLOS S. SOARES

QUALIDADE: ESTRATÉGIA DE COMPETITIVIDADE

INDUSTRIAL - UMA ANÁLISE NA INDÚSTRIA SUL

BRASILEIRA

F l o r i a n ó p o l i s 1999

(2)

Programa de Pós-G raduação em Engenharia de Produção

ANTONIO CARLOS S. SOARES

QUALIDADE: ESTRATÉGIA DE COMPETITIVIDADE

INDUSTRIAL - UMA ANÁLISE NA INDÚSTRIA SUL

BRASILEIRA

D i s s e r t a ç ã o s u b m e t i d a à U n i v e r s i d a d e F e d e r a l de S a n t a C a t a r i n a p a r a a o b t e n ç ã o do Gra u de M e s t r e em E n g e n h a r i a O r i e n t a d o r : P ro f. Dr. D á l v i o F e r r a r i T u b i n o F l o r i a n ó p o l i s 1999

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INDUSTRIAL - UMA ANÁLISE NA INDÚSTRIA SUL

BRASIL EIR A

ANTONIO CARLOS S. SOARES

E s t a d i s s e r t a ç ã o foi j u l g a d a a d e q u a d a p a r a o b t e n ç ã o do T í t u l o d e M e s t r e em E n g e n h a r i a , E s p e c i a l i d a d e em E n g e n h a r i a de P r o d u ç ã o e a p r o v a d a em sua f o r m a fin al p el o P r o g r a m a de P ó s - G r a d u a ç ã o

Prof. R i c á r d o M i r a n d a Barcia - Ph.D Coo rdenador do PPGEP

B a n c a E x a m i n a d o r a :

Prof. Dr. Dálvio Ferrari Tubino Orientador

Prof. >r. Cristiano J. C. de A. Cunha Membro

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À A d r i a n a , T a t i a n a e V i n í c i u s . Cu j o a m o r e c o m p r e e n s ã o f o r a m f u n d a m e n t a i s ; e, po r m u i t a s v e z e s

a b r i r e m m ão da c o n v i v ê n c i a com o e s p o s o e pai , a fim de que

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Aos m e u s p a is , cuj o a p o i o n u n c a d e i x o u de e x i s t i r d a n d o - m e f o r ç a s a c o n ti n u a r . Aos c o l e g a s do D e p a r t a m e n t o de A d m i n i s t r a ç ã o da U n i v e r s i d a d e E s t a d u a l de M a r i n g á , p o r sua s o l i d a r i e d a d e e c o m p r e e n s ã o nos m o m e n t o s di fí c e is . A CA P E S que f i n a n c i o u e s t a p e s q u i s a . N ão p o d e r i a d e i x a r de a g r a d e c e r ao me u o r i e n t a d o r , Prof. Dr. D á l v i o F e r r a r i T u b i n o com q u e m s e m p r e p u d e c o n t a r , a p e s a r da d i s t â n c i a , e cuja c o n f i a n ç a e p a c i ê n c i a f o r a m d e c i s i v a s na c o n c l u s ã o d e s te t r a b a l h o .

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T h i s t e x t d i s c u s s th e T ot al Q u a l i t y p r o g r a m s a p p l i a n c e as an u n e q u i v o c a l s o l u t i o n f o r any i n d u s t r i a l o r g a n i z a t i o n a l p r o b l e m . H e r e , th ey ar e not seen as s i n g l e m a n a g e r i a l t o o l s , t h e y are d e s c r i b e d like i n d u s t r i a l c o m p e t i t i v e n e s s s tr a t e g i e s , b e i n g t h u s i n c o r p o r a t e d to th e u n i v e r s e o f s t r a t e g i e s w h i c h an o r g a n i z a t i o n can u s e and are s u b m i t t e d to th e n a t u r a l r i s k s in any s t r a t e g y ado p ti o n. It b r i n g s i n s i d e a t h e o r e t i c a l r e t r o s p e c t i v e s e e k i n g for a s t a n d a r d i z i n g o f m a i n c o n c e p t s b e in g used: c o m p e t i t i v e n e s s , c o m p e t i t i v e s t r a t e g y and t o t a l q u a l i t y , b a s e d on th e m a j o r a u t h o r s o f e a c h area. B a s e d on th i s t h e o r e t i c a l a p p r o a c h , d e m o n s t r a t e t h a t in t h e o r i g i n a l a u t h o r s c o n c e p t o f t o t a l q u a l i t y p r o g r a m s t h e y are c o m p o s e d by th e sa me c h a r a c t e r i s t i c s p r e s e n t in t h e o r g a n i z a t i o n a l c o m p e t i t i v e s t r a t e g i e s d e s c r i b e d by t h e m o st i n f l u e n t a u t h o r s in t h i s field. Als o e s t a b l i s h a r e l a t i o n s h i p b e t w e e n t o t a l q u a l i t y p r o g r a m s g o i n g on in i n d u s t r i a l c o m p a n i e s in S o u t h o f B r a z i l w i t h t h e i r b a s i c s t r a t e g i e s and th e r e a c h e d r e s u l t s . E x p l a i n th e r e s u l t s o f a s u r v e y r e s e a r c h t h a t to o k p l a c e t o g e t h e r t h e s e i n d u s t r i a l c o m p a n i e s . C o n c l u d e in a p o s i t i v e w ay a b o u t t h e r e l a t i o n s h i p b e t w e e n t h e t o t a l q u a l i t y p r o g r a m s an d o t h e r p r e s e n t s t r a t e g i e s i n f l u e n c i n g t h e c o m p a n y ’s g l o b a l r e s u l t s , and u s i n g b a s i c an n o - p a r a m e t r i c s t a t i s t i c t o o l , e v i d e n c e t h e a b s e n t o f p r e s u m e d t o t a l q u a l i t y p r o g r a m s i n d e p e n d e n c e in o b t a i n i n g g l o b a l r e s u l t s e v a l u a t e d t h r o u g h th e m ai n m e a s u r e s in b u s i n e s s , m a r k e t s h a r e , r e t u r n on i n v e s t m e n t and p r o f i t a b i l i t y .

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O t r a b a l h o q u e s t i o n a a a p l i c a ç ã o do s p r o g r a m a s de q u a l i d a d e t o t a l como f ó r m u l a in f a l í v e l de s o l u ç ã o de t o d o s os p r o b l e m a s das o r g a n i z a ç õ e s , s o b r e t u d o in d u s t r i a i s . A q u i , ele s não são v i s t o s co m o f e r r a m e n t a s a d m i n i s t r a t i v a s , são c a r a c t e r i z a d o s co m o e s t r a t é g i a s de c o m p e t i t i v i d a d e i n d u s t r i a l , p o r ta n t o , f a z e n d o p a r t e do u n i v e r s o e s t r a t é g i c o da o r g a n i z a ç ã o e e s t a n d o s u je i t o s a t o d o s os r i s c o s i n e r e n t e s às e s t r a t é g i a s a d o t a d a s pela i n d ú s t r i a . T r a z um r e t r o s p e c t o t e ó r i c o v i s a n d o u m a p a d r o n i z a ç ã o dos c o n c e i t o s p r i n c i p a i s u t i l i z a d o s : c o m p e t i t i v i d a d e , e s t r a t é g i a c o m p e t i t i v a e q u a l i d a d e t o t a l , co m b as e nos p r i n c i p a i s a u t o r e s em c a d a área. F u n d a m e n t a d o nes se a p a n h a d o t e ó r ic o , d e m o n s t r a que os p r o g r a m a s de q u a l i d a d e t o t a l , c o n f o r m e i d e a l i z a d o s p e l o s seu s a u t o r e s o r i g i n a i s , c o n t ê m as m es m as c a r a c t e r í s t i c a s d e f i n i d a s p a r a as e s t r a t é g i a s c o m p e t i t i v a s o r g a n i z a c i o n a i s ; d e s t e m o d o , i d e n t i f i c a n d o - o s c o m o s en do e s t r a t é g i a s de c o m p e t i t i v i d a d e o r g a n i z a c i o n a i s . E s t a b e l e c e u m a r e l a ç ã o e n t r e os p r o g r a m a s de q u a l i d a d e d e s e n v o l v i d o s em a l g u m a s e m p r e s a s i n d u s t r i a i s da r e g i ã o sul do B r a s il com sua s e s t r a t é g i a s b á s i c a s e co m se us os r e s u l t a d o s a l c a n ç a d o s . A p r e s e n t a d ad o s e i n f o r m a ç õ e s o b t i d o s a t r a v é s de u m a p e s q u i s a tip o s u r v e y r e a l i z a d a j u n t o a i n d ú s t r i a s i n s t a l a d a s n e s t a área. C o n c l u i p o s i t i v a m e n t e q u a n to à i n t e r r e l a ç ã o e n t r e os p r o g r a m a s de q u a l i d a d e e as d e m a i s e s t r a t é g i a s a d o t a d a s p e l a e m p r e s a , e s ua s r e s p e c t i v a s i n f l u ê n c i a s nos r e s u l t a d o s g l o b a i s da e m p r e s a . A i n d a , u t i l i z a n d o f e r r a m e n t a s e s t a t í s t i c a s d e s c r i t i v a s e n ã o - p a r a m é t r i c a s b á s i c a s , e v i d e n c i a a a u s ê n c i a da i n d e p e n d ê n c i a p r e s u m i d a na i m p l a n t a ç ã o dos p r o g r a m a s de q u a l i d a d e t o t a l no a t i n g i m e n t o d o s r e s u l t a d o s g l o b a i s da o r g a n i z a ç ã o , m e d i d o s a t r a v é s dos p r i n c i p a i s m ei o s: p a r t i c i p a ç ã o r e l a t i v a de m e r c a d o , r e t o r n o s o b re o i n v e s t i m e n t o e l u c r a t i v i d a d e . P a l a v r a s - c h a v e s : C o m p e t i t i v i d a d e , E s t r a t é g i a C o m p e t i t i v a , Q u a l i d a d e , T o ta l Q u a l i t y M a n a g e m e n t .

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C A P Í T U L O 1 I N T R O D U Ç Ã O 1 C A P Í T U L O 2 C O M P E T I T I V I D A D E 7 C A P Í T U L O 3 E S T R A T É G I A 23 C A P Í T U L O 4 Q U A L I D A D E 55 4 .1 . A a b o r d a g e m do TQM 59 4 . 1 . 1 . A casa do TQ M 64 4 . 1 . 2 . O K a i z e n 66 4 . 1 . 3 . O J u s t - I n - T i m e 67 4.2 . L i n h a s de i m p l e m e n t a ç ã o do T Q M 72 C A P Í T U L O 5 M E T O D O L O G I A 99 5.1. F u n d a m e n t a ç ã o m e t o d o l ó g i c a 99 5 .2. C a r a c t e r í s t i c a s da p e s q u i s a 104 C A P Í T U L O 6 A P E S Q U I S A 113 6.1 . C a r a c t e r í s t i c a s g e r a i s da a m o s t r a 113 6. 2. C a r a c t e r í s t i c a s q u a n t o à q u a l i d a d e 118 6 .3 . C a r a c t e r í s t i c a s q u a n to à p r o d u t i v i d a d e 125 6 . 4 . C a r a c t e r í s t i c a s da f o r ç a de t r a b a l h o 126 6.5 . C a r a c t e r í s t i c a s do m ei o a m b i e n t e 128 6 .6 . C o n s i d e r a ç õ e s s ob r e e s t r a t é g i a e q u a l i d a d e 139 6 .7 . R i s c o s dos p r o g r a m a s de q u a l i d a d e 143 6 .8 . A n á l i s e e s t a t í s t i c a 145 C A P Í T U L O 7 C O N C L U S Ã O 150 A N E X O 1 158 A N E X O 2 168 R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S 170

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13 20 26 28 38 41 42 45 49 56 64 67 70 80 87 45 D i a m a n t e da v a n t a g e m n a c i o n a l D i a m a n t e da c o m p e t i t i v i d a d e o r g a n i z a c i o n a l C o m p o n e n t e s do v e t o r c r e s c i m e n t o M o d e l o de e s t r a t é g i a c o m p o s t o a p a r t ir de A n d r e w s M o d e l o dos 7 S M a t r i z BCG Q u a d r a d o de G i l b e r t E l e m e n t o s da e s t r u t u r a de u m a i n d ú s t r i a E s t á g i o s do c i c l o de v i d a R e a ç ã o em c a d e i a A C as a do TQM C o m p o s i ç ã o do K a i z e n M o d e l o do P u z z l e do J IT O cic lo S h e w h a r t ( P D C A ) O d i a g r a m a TRIPOL™ Co m o a q u a l i d a d e r e s u l t a em m a r k e t s h a r e

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G r á f i c o 1: N ú m e r o de f u n c i o n á r i o s 115 G r á f i c o 2: F a t u r a m e n t o a n u a l 116 G r á f i c o 3: N ú m e r o de c o n c o r r e n t e s 117 G r á f i c o 4: P a r t i c i p a ç ã o no f a t u r a m e n t o 117 G r á f i c o 5: N í v e l de q u a l i d a d e dos p r o d u t o s 119 G r á f i c o 6: N í v e l de q u a l i d a d e dos c o n c o r r e n t e s 120 G r á f i c o 7: I n v e s t i m e n t o s em p r o g r a m a s de q u a l i d a d e 123 G r á f i c o 8: P r i n c i p a l f a t o r de i m p l a n t a ç ã o 129 G r á f i c o 9: N í v e l de p r e s s ã o s o b r e a o r g a n i z a ç ã o 132 G r á f i c o 10: I m p o r t â n c i a d a q u a l i d a d e na m is s ã o 133 G r á f i c o 11: I m p o r t â n c i a da q u a l i d a d e no p l a n e j a m e n t o 134 G r á f i c o 12: M a r k e t S h a r e a n t e s do p r o g r a m a de q u a l i d a d e 134 G r á f i c o 13: R e p a s s e dos g a n h o s de p r o d u t i v i d a d e 135 G r á f i c o 14: I m p a c t o da q u a l i d a d e no R . O .I . 136 G r á f i c o 15: I m p a c t o da q u a l i d a d e na l u c r a t i v i d a d e 136 G r á f i c o 16: I m p a c t o da q u a l i d a d e no MS de o u t r o s p r o d u t o s 137 G r á f i c o 17: I m p a c t o da q u a l i d a d e na im a g e m da e m p r e s a 138

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T a b e l a 1: D i s t r i b u i ç ã o p o r ramo de a t i v i d a d e 115 T a b e l a 2: A v a l i a ç ã o das c a r a c t e r í s t i c a s g e r a i s 118 T a b e l a 3: A v a l i a ç ã o das c a r a c t e r í s t i c a s q u a n t o a q u a l i d a d e 124 T a b e l a 4: A v a l i a ç ã o de c a r a c t e r í s t i c a s da f o r ç a de t r a b a l h o 128 T a b e l a 5: A v a l i a ç ã o de c a r a c t e r í s t i c a s r e l a t i v a s ao a m b i e n t e e d e s e m p e n h o 138

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1.1. O r i g e m do T r a b a l h o N a atu al c o n j u n t u r a , os p r o g r a m a s de q u a l i d a d e têm sido v i s t o s como f ó r m u l a i n f a l í v e l na s o lu ç ã o de t o d o s os p r o b l e m a s das i n d ú s t r i a s no m un d o e, em p a r t i c u l a r , no Bras il. A c o n t í n u a d i m i n u i ç ã o de b a r r e i r a s a l f a n d e g á r i a s i n i c i a d a em 1990 pel o g o v e r n o b r a s i l e i r o e a c r i a ç ã o de p r o g r a m a s de f i n a n c i a m e n t o g o v e r n a m e n t a l a p l i c á v e i s no d e s e n v o l v i m e n t o de s i s t e m a s de q u a l i d a d e , t êm c o l a b o r a d o com e s t a v i s ã o d e t e r m i n í s t i c a de s o lu ç ã o i n e q u í v o c a de t o d o s os p r o b l e m a s p e l a q u a l i d a d e . O p r i n c i p a l e n f o q u e a d o t a d o no B r a s i l p e l o s e s t u d i o s o s , c o n s u l t o r e s e p e s q u i s a d o r e s t e m sido q u a n t o à a p l i c a ç ã o de p r o g r a m a s de q u a l i d a d e e sua m e t o d o l o g i a de i m p l a n t a ç ã o , e n f a t i z a n d o sua s f e r r a m e n t a s e s t a t í s t i ­ cas, sem c o n t u d o , h a v e r q u e s t i o n a m e n t o s p r o f u n d o s q u a n t o à sua c o n v e ­ n i ê n c i a de a p l i c a ç ã o em d e t e r m i n a d a s i n d ú s t r i a s e suas p e r s p e c t i v a s no f ut ur o.

Juran (1985), colo ca quando c om en t a a ab or dag em ocidental da qualidade: “ Os n um er os os fracassos em at in gi r os r es ul ta do s têm sido devido à pr eo cu pa çã o com uma abo rdagem o r ie n ta d a a uma ú n i c a fe rramenta - uma fo rma de es co l h er um re mé di o sem antes e n t e n d e r quais são os p r o b le m a s. ”

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També m na t e n ta ti va de e xp li ca r as falhas de i m pl em en t aç ão dos pr o g ra m as de qualidade s eg un do a visão tra dic ion al , Kord upl esk i u t i l i z a uma in te re ss an te metáfora.

“Em um dia pe rfe it am en te claro a alguns anos atrás uma aeronave comercial colidiu-se com outro avião, resultando em um desastre que matou todos a bordo. A aeronave possuía uma tripulação capaz e experiente, e a mais sofisticada instrumentação. Ainda assim, trombou com outro avião em um dia claro. Um repórter entrevistou um i n v est iga do r da FAA que estava examinando os destroços. 0 repórter pergu nto u ‘Como é possível que um avião com os mais modernos acessó rio s de monitoração e navegação, voando com uma tripu laç ão muito bem treinada e habilidosa, encontrar-se numa situação desastrosa como e s t a ? ’ O investigador da FAA olhou para cima e disse: ‘Algumas vezes eles precisam olhar para fora da j a n e l a . ’ (KORDUPLESKI et ah, 1993 : 82)

D ur an te a i m pl an t aç ão de fe rra m en ta s de J u s t- I n -T i m e e TQM em i n dú st r ia s paulistas, a c o n v i v ê n c i a com as di ficuldades d ec o r re n te s da m u d a n ç a or ga ni zac ion al n e ce s sá r i a, levo u o autor ao d e s en v o l vi m en to de uma p e r c e p ç ã o de qualid ade com o um meio de com petitiv idade. Além disso, a di st ân ci a que separa as e x p e c t a ti v a s das o rg ani zaç ões in dus tr iai s e os re su l t a d o s al can çad os a tr av és da im p l a n t a ç ã o de prog rama de q u al i d ad e pela visão tra di cio na l, sugere um a i n v e s t i g a ç ã o mais pr ofu nda sobre o tema.

Na p e r c e p ç ã o do a u t o r , os p r o g r a m a s de q u a l i d a d e são v i s t o s com o e s t r a t é g i a s de c o m p e t i t i v i d a d e i n d u s t r i a l , a t r a v é s do a u m e n t o da p r o d u t i v i d a d e da i n d ú s t r i a p o s s i b i l i t a d o p e l a i m p l e m e n t a ç ã o de no v a c u l t u r a e m p r e s a r i a l v o l t a d a p a r a a Q u a l i d a d e T o t a l na e m p r e s a , e t a m b é m r e f o r ç a n d o a c o m p e t i t i v i d a d e p e l a m a i o r s a t i s f a ç ã o p r o p o r c i o n a d a aos c l i e n t e s . P o r é m a i n d a s u j e i t o s às l i m i t a ç õ e s e s t r a t é g i c a s do n e g ó c i o . D u r a n t e a p e s q u i s a p ô d e - s e v e r i f i c a r que o u t r o s a u t o r e s c o m p a r t i l h a m d e s s a m e s m a v i s ã o , m e s m o s i t u a d o s em o u t r o s p a í s e s e, p o r t a n t o , com v a r i á v e i s a m b i e n t a i s b a s t a n t e d i f e r e n t e s e s u j e i t o s a t a m b é m d i f e r e n t e s i n f l u ê n c i a s c u l t u r a i s e e c o n ô m i c a s . U m dos f a t o r e s q ue c o n t r i b u e m p a r a es ta p r e o c u p a ç ã o é a f a l t a de e n t e n d i m e n t o de co m o a q u a l i d a d e s i t u a - s e d e n t r o da e s t r a t é g i a c o r p o r a t i v a , que não e s t á e s p e c i a l m e n t e c l a r o e tem c a u s a d o a l g u m a c o n f u s ã o , p o r q u e a q u a l i d a d e é u m t e r m o que tem sido u s a d o co m u m a a m p l a v a r i e d a d e de s e n t i d o s .

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C o o p e r ( 19 92 : 139) c o l o c a bem c l a r a m e n t e o p r o b le m a :

“Conseguir qualidade superior não é o fim pelo qual lutam as empresas, lucratividade sim. O processo de qualidade deve ser parte do mapa da mina para resultados financeiros jun to com estratégia de mercado, pesquisa e desenvolvimento, e por aí vai. Depois de tudo as empresas são recompensadas no mundo real pelos r e s u l ta d o s . ”

E m t e r m o s g l o b a i s , d e s d e a cr is e do p e t r ó l e o d os a n o s 70, o mu n do i n d u s t r i a l i z a d o c o m e ç o u a e n f r e n t a r c o m p e t i ç ã o c r e s c e n t e p ar a os m e r c a d o s e os c o n s u m i d o r e s . D u r a n t e es te p e r í o d o a i n f l a ç ã o a l t a p e r m it i u às c o m p a n h i a s r e p a s s a r a s eu s c l i e n t e s os a u m e n t o s n o s c u s t o s da m ã o - d e - obra, das m a t é r i a s - p r i m a s , da e n e r g i a , e da a c e i t a ç ã o de i n e f i c i ê n c i a s . A p a r t i r dos an o s 80, no e n t a n t o , os p a í s e s i n d u s t r i a l i z a d o s do o c i d e n t e tê m c o n s e g u i d o com s u c e s s o f r e a r a in f l a ç ã o . O d e s a f i o a g o r a é e l i m i n a r as i n e f i c i ê n c i a s e os m e i o s i n e f i c i e n t e s de c o r r i g i r as i n e f i c i ê n c i a s .

Isso s i g n i f i c a que n ão p o d e m o s mai s d a r - n o s ao lu x o de d e s p e n d e r r e c u r s o s em p r o g r a m a s de e f e i t o s d u v i d o s o s . O p r i m e i r o p a s s o para e l i m i n a r m o s esse r i s c o c o n s i s t e num m e l h o r e n t e n d i m e n t o das r e l a ç õ e s e n t r e os p r o g r a m a s de q u a l i d a d e e as d e m a i s e s t r a t é g i a s , b u s c a n d o uma f o r m a c a p a z de v i a b i l i z a r a s i n e r g i a e s t r a t é g i c a das o r g a n i z a ç õ e s , c o n d u ­ z i n d o - a s as si m a u m a l u g a r ma is c o n f o r t á v e l em t e r m o s c o m p e t i t i v o s .

P ar a isso é p r e c i s o e s t a b e l e c e r a i n d e p e n d ê n c i a ou não dos p r o g r a m a s de q u a l i d a d e das d e m a i s e s t r a t é g i a s o r g a n i z a c i o n a i s e seus e f e i t o s so b re o d e s e m p e n h o das o r g a n i z a ç õ e s . 1.2. I m p o r t â n c i a do T r a b a l h o N u m a e s t i m a t i v a r e a l i z a d a na i n d ú s t r i a n o r t e - a m e r i c a n a , F i e g e n b a u m i d e n t i f i c o u q ue de 15 a 40 % de t o d a c a p a c i d a d e p r o d u t i v a de u m a c o m p a n h i a q u a l q u e r é p e r d i d a . ( F i e g e n b a u m , 1991 . 47) A b u s c a de e l i m i n a r t a i s p e r d a s e t r a n s f o r m a r e s t a c a p a c i d a d e em c a p a c i d a d e p r o d u t i v a , l e v o u no s ú l t i m o s a n o s m u i t a s o r g a n i z a ç õ e s a i m p l e m e n t a r e m p r o g r a m a s , os m ai s d i v e r s o s , de q u a l i d a d e e p r o d u t i v i d a d e . No e n t a n t o , a d e s p e i t o de e s t i m a t i v a s q u e a p o n t a m o v a l o r t o t a l do s i n v e s t i m e n t o s em q u a l i d a d e nos E U A t e r c h e g a d a à cas a do

(15)

b i lh ã o de d ó l a r e s , C a u d r o n e s t i m a q ue 2/3 d os p r o g r a m a s de q u a l i d a d e f a l h a m n os E U A . (1993 . 29)

Se c o n s i d e r a r m o s a p e n a s o u n i v e r s o da a m o s t r a p e s q u i s a d a , v a m o s p o d e r o b s e r v a r q ue 54% das e m p r e s a s a p l i c a r a m ma is de cem mil r e a i s nos p r o g r a m a s de q u a l i d a d e d e s e n v o l v i d o s , e n q u a n t o o u t r o s 15% c h e g a r a m a a p l i c a r m o n t a n t e s s u p e r i o r e s a u m m i l h ã o de rea is. C a l c u l a d o s p e l a a m o s t r a , is s o s i g n i f i c a qu e, em m é d i a , c a d a e m p r e s a a p l i c o u c e r c a de t r e z e n t o s e q u a r e n t a mil r e a i s a p e n a s em p r o g r a m a s de q u a l i d a d e , o que s ig n i f i c a , na m e l h o r das h i p ó t e s e s , um i n v e s t i m e n t o s u p e r i o r a cem mil r ea is p o r ano i n v e s t i d o s p o r c a d a e m p r e s a . U m a v e z c a r a c t e r i z a d o o a s p e c t o e s t r a t é g i c o dos p r o g r a m a s de q u a l i d a d e , is to p e r m i t i r á u m a m e l h o r u t i l i z a ç ã o dos e s c a s s o s r e c u r s o s d i s p o n í v e i s a t r a v é s das f o n t e s de f o m e n t o à q u a l i d a d e e p r o d u t i v i d a d e , g e r a n d o um m e l h o r a p r o v e i t a m e n t o , p e l a s o c i e d a d e b r a s i l e i r a em g e r a l e p a r t i c u l a r m e n t e p e l a s p e q u e n a s e m é d i a s e m p r e s a s do B r a s i l , que p r e c i s a m , c a d a ve z m ai s, e n f r e n t a r a c o n c o r r ê n c i a gl ob al nos m e r c a d o s i n t e r n o e e x te r n o . 1.3. O b j e t i v o s 1 .3 .1 . O b j e t i v o G e r a l V e r i f i c a r a e x i s t ê n c i a de i n f l u ê n c i a na c o m p e t i t i v i d a d e de e m p r e s a s i n d u s t r i a i s c o m p e t i t i v a s l o c a l i z a d a s na r e g iã o sul do B r a s i l , a d v i n d a s de p r o g r a m a s de q u a l i d a d e e suas e s t r a t é g i a s , i d e n t i f i c a n d o o e f e i t o s ob re o d e s e m p e n h o g l o b a l da o r g a n i z a ç ã o , a s s i m c o m o a i n d e p e n d ê n c i a d os p r o g r a m a s de q u a l i d a d e da e s t r a t é g i a u t i l i z a d a . 1 .3 .2 . O b j e t i v o s e s p e c í f i c o s R e a l i z a r um e s t u d o d e s c r i t i v o a p a r t ir de a l g u m a s e m p r e s a s i n d u s t r i a i s d a r e g i ã o sul, e a t r a v é s de i n f e r ê n c i a

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e s ta tí s t i c a : ■ D e t e c t a r o e s tá g io de d e s e n v o l v i m e n t o dos p r o g r a m a s de q u a l i d a d e i m p l e m e n t a d o s ; ■ V e r i f i c a r a e x i s t ê n c i a de r e l a ç õ e s e n t r e o e s t á g i o dos p r o g r a m a s de q u a l i d a d e em q u e s t ã o e o t ip o de e s t r a t é g i a u t i l i z a d a n e s t a s o r g a n i z a ç õ e s , c a r a c t e r i z a n d o a d e p e n d ê n ­ cia d e c o r r e n t e ; ■ I d e n t i f i c a r a e x i s t ê n c i a de r e l a ç ã o e n t r e o e s t á g i o dos p r o g r a m a s , a e s t r a t é g i a u t i l i z a d a e as p r i n c i p a i s f e r r a m e n t a s de d e s e m p e n h o g l o b a l , m a r k e t s h a r e , l u c r a t i v i d a d e e r e t o r n o s o br e o i n v e s t i m e n t o . 1.4. L i m i t a ç õ e s do T r a b a l h o O p r e s e n t e t r a b a l h o foi d e s e n v o l v i d o t e n d o c o m o b a s e a al ta c o m p e t i t i v i d a d e das o r g a n i z a ç õ e s p e s q u i s a d a s . P o r t a n t o , a a p l i c a ç ã o d e s t a s f e r r a m e n t a s em g r u p o s de d i f e r e n t e ní v el de c o m p e t i t i v i d a d e r e s u l t a em r e s u l t a d o s d i f e r e n t e s d os aqui a p r e s e n t a d o s . U m a l i m i t a ç ã o de cu n ho p r á t i c o e n c o n t r a d a , r e f e r e - s e à d i f i c u l d a d e b i b l i o g r á f i c a e x i s t e n t e em r e l a ç ã o ao t e m a q u a l i d a d e . A m a i o r i a das o b r a s e x i s t e n t e s são p r e d o m i n a n t e m e n t e c o m e r c i a i s , f u g i n d o do c a r á t e r c i e n t í f i c o c o m o d e s e j a d o p a r a a f u n d a m e n t a ç ã o t e ó r i c a da p e s q u i s a . A l g u m a s e x c e ç õ e s no e n t a n t o e x i s t e m , p r i n c i p a l m e n t e no que se r e f e r e a t e x t o s p u b l i c a d o s e n t r e 1992 e 93 nos E U A ; e a l g u m a s o b r a s o r i g i n a i s nas quai s o a u to r b u s c o u a f u n d a m e n t a ç ã o n e c e s s á r i a . P a r t e dos t e x t o s a c i m a r e f e r i d o s não e n c o n t r a m - s e d i s p o n í v e i s no B r a s i l t e n d o sido s o l i c i t a d o aos e d i t o r e s o r i g i n a i s v i a f a c i l i d a d e s c o m o a B r i t i s h L i b r a r y . L a m e n t a v e l m e n t e , f a l t a r a m c o n d i ç õ e s p a r a i n c l u i r na a n á l i s e d a d o s c o n c r e t o s a r e s p e i t o da p r o d u t i v i d a d e da a m o s t r a e os c u s t o s da q u a l i d a d e . I ss o o c o r r e u d ev id o à f o r m a i r r e g u l a r , ou m e s m o à f a l t a de d a d o s a es se r e s p e i t o nas r e s p o s t a s r e c e b i d a s , d e i x a n d o c l a r o que e s t a s i n f o r m a ç õ e s n ão f a z e m p ar te das i n f o r m a ç õ e s u t i l i z a d a s r e g u l a r m e n t e p e l o s a d m i n i s t r a d o r e s .

(17)

N ã o se rão a b o r d a d o s n e s t e t r a b a l h o a s p e c t o s e s p e c i f i c a m e n t e o p e r a c i o n a i s das f e r r a m e n t a s e s t a t í s t i c a s u t i l i z a d a s p e l o TQ M , a s s u n t o f r e q ü e n t e m e n t e a b o r d a d o p o r a u t o r e s n a c i o n a i s e e s t r a n g e i r o s . 1.5. E s t r u t u r a do T r a b a l h o O t r a b a l h o foi e s t r u t u r a d o a p a r t i r de u m a r e v i s ã o b i b l i o g r á f i c a que c o n s i s t i u - s e de t r ê s a s s u n t o s b á s ic o s . No c a p í t u l o d oi s, foi r e a l i z a d a uma r e v i s ã o b i b l i o g r á f i c a s o b r e c o m p e t i t i v i d a d e , i m p o r t a n t e p a r a e s t a b e l e c e r p r i n c í p i o s a se re m s e g u i d o d u r a n t e o d e c o r r e r do t r a b a l h o no que se r e fe r e a c o n c e i t o de c o m p e t i t i v i d a d e o r g a n i z a c i o n a l O c a p í t u l o t r ê s , a p r e s e n t a u m a r e v i s ã o b i b l i o g r á f i c a so bre e s t r a t é g i a , on d e p r o c u r o u - s e a b o r d a r a v i s ã o do s p r i n c i p a i s a u t o r e s da área, a fim de t a m b é m e s t a b e l e c e r m o s um c o n c e i t o c o m u m p ar a o e n t e n d i m e n t o das r e l a ç õ e s p r o c u r a d a s . Já o c a p í t u l o q u a t r o , t r a z u m a r e v i s ã o b i b l i o g r á f i c a r e l a t i v a à q u a l i d a d e , na qua l, i d e n t i f i c a d o s os p r i n c i p a i s a u t o r e s da área, b u s c o u - s e u t i l i z a r s e m p r e as sua s o b r a s o r i g i n a i s , a fim de e v i t a r d i s t o r ç õ e s c a u s a d a s pe la c o m p l e x i d a d e do us o do t e r m o s na a t u a l i d a d e . N o c a p í t u l o c in c o , foi a p r e s e n t a d o os p r i n c í p i o s m e t o d o l ó g i c o s que n o r t e a r a m a p e s q u i s a , a t r a v é s de u m a r e v i s ã o d o s c o n c e i t o s m e t o d o l ó g i c o s a p l i c á v e i s à p e s q u i s a . O c a p í t u l o seis a p r e s e n t a u m a a n á l i s e c o m b as e na e s t a t í s t i c a d e s c r i t i v a , da a m o s t r a . B u s c a dar u m a v i s ã o g l o b a l da p o p u l a ç ã o p e s q u i s a d a e a p r e s e n t a r os r e s u l t a d o s g e r a i s da p e s q u i s a . T r a z a in d a , uma d i s c u s s ã o t e ó r i c a da r e l a ç ã o e n t r e as p r i n c i p a i s v a r i á v e i s , p r o g r a m a de q u a l i d a d e e e s t r a t é g i a , c o m p l e m e n t a d a p e l a e s t a t í s t i c a n ã o - p a r a m é t r i c a u t i l i z a d a na v e r i f i c a ç ã o d as r e l a ç õ e s e n t r e as v a r i á v e i s e as m e d i d a s de d e s e m p e n h o . F i n a l m e n t e , o c a p í t u l o s ete a p r e s e n t a as c o n c l u s õ e s f in a i s do t r a b a ­ lho b a s e a d o na i n f e r ê n c i a e s t a t í s t i c a e na f u n d a m e n t a ç ã o t e ó r i c a u t i l i z a d a .

(18)

Na a b o r d a g e m d a d a ao te m a d i s c u t i d o n e s t e t r a b a l h o , não s er ia s u f i c i e n t e a p e n a s a p r e s e n t á - l o , sem an te s t e r u m a v i s ã o c o m u m do que e n t e n d e - s e p o r c o m p e t i t i v i d a d e . A c o m p e t i t i v i d a d e é um t e m a c o n t r o v e r s o , c o m o a li á s , t a m b é m o são os t e m a s o b j e t o dos c a p í t u l o s s e g u i n t e s , q u e p r e c i s a m ser c o n t e x t u a l i z a d o s a fim de t o r n a r e v i d e n t e a i n t e r - r e l a ç ã o de d e p e n d ê n c i a e x i s t e n t e e n t r e e s t e s t e m a s que se p r e t e n d e c o n f i r m a r . C o m e s t e i n t u i t o , o p r e s e n t e c a p í t u l o é c o n c l u í d o co m um a d e f i n i ç ã o de c o m p e t i t i v i d a d e b a s e a d a num m o d e l o p r o p o s t o a p a r t i r da t e o r i a d i s c u t i d a a s e g u ir , que será b á s i c a p a r a o d e s e n v o l v i m e n t o do t r a b a l h o . Um i m p o r t a n t e a r g u m e n t o n e s te s e n t i d o é p r o p o s t o po r M c C u l l o c h ( 1 9 8 5 ) q ue d i s c u t e a a b o r d a g e m d a d a à c o m p e t i t i v i d a d e pelo s a u t o r e s em g er al o n d e c o lo ca , “ um a s p e c t o c u r i o s o de m u i t o s li v ro s , a r t ig o s , e r e l a t ó r i o s r e c e n t e s d e v o t a d o s ao d e c l í n i o da c o m p e t i t i v i d a d e i n d u s t r i a l dos E U A , é que os a u t o r e s r a r a m e n t e t e n t a m d e f i n i r o que é isto. E m r e l a t ó r i o s de c o m i t ê s , a o m i s s ã o é t a l v e z n a d a s u r p r e e n d e n t e - c o m p e t i t i v i d a d e s i g n i f i c a d i f e r e n t e s c o i s a s p a r a p e s s o a s d i f e r e n t e s . ” C o m p l e m e n t a a i n d a qu e, i n v a r i a v e l m e n t e , a c o m p e t i t i v i d a d e do s p a í s e s é l a r g a m e n t e d e t e r m i n a d o pe l a s c o n d i ç õ e s m a c r o e c o n ô m i c a s d o m é s t i c a s e e x t e r i o r e s .

(19)

A c o m p e t i t i v i d a d e d as e m p r e s a s , c o r p o r a ç õ e s , as si m c o m o dos p a í s e s , ou de o r g a n i z a ç õ e s de f o r m a g e n é r i c a , t em sido o b j e t o de d i s c u s s ã o há m u it o tem po. T o r n o u - s e a i n d a m a i s c o m u m ap ó s o p r o c e s s o v i t o r i o s o de r e c o n s t r u ç ã o do J a p ã o , que t o r n o u p o s s í v e l o d e s e n v o l v i m e n t o i n d u s t r i a l é c o m e r c i a l d a q u e l e país, i n s e r i n d o - o , num p e r í o d o r e l a t i v a m e n t e c u r t o de t e m p o , de f o r m a m a r c a n t e e p o d e r o s a no c e n á r i o m u n d i a l .

“ Por décadas os p rin cip ai s periódicos de negócios re gi straram as várias faces da com petitividade corporativa. Refletindo sobre as realidades competitivas atuais, executivos de um largo espectro de

indústrias americanas lamentam suas crescentes interações

controvertidas com ‘Japan I n c . ’ Todavia, o Japão é apenas uma parte da imagem global, como a Coréia do Sul e outros países às margens do Pacífico que também têm emergido como competidores f o rm i d á v e i s . ” (Belohlav : 1993) G r a n d e p a r t e do i n t e r e s s e d e s p e r t a d o pelo TQ M - T o t a l Q u a l i t y M a n a g e m e n t , d e v e - s e ao s u c e s s o o b t i d o pel o m o d e l o de g e s t ã o i n d u s t r i a l j a p o n ê s em fa ce da c o n c o r r ê n c i a de â m b i t o m u n d i a l p e l o s m e r c a d o s . P o r t a n t o , é i m p o s s í v e l d e s v i n c u l a r m o s a c o m p e t i t i v i d a d e e n t r e e m p r e s a s ou n a ç õ e s do c o n t e x t o e c o n ô m i c o . O d e s p e r t a r p ar a a c o m p e t i ç ã o g l o b a l l e v o u a u m a s i t u a ç ã o de b u s c a i n c e s s a n t e de c o m p e t i t i v i d a d e p e l a s o r g a n i z a ç õ e s , d e v i d o m u i t o m ai s à n e c e s s i d a d e de s o b r e v i v ê n c i a e c o n ô m i c a do que à e x p a n s ã o d os n e g ó c i o s . P o r t e r ( 19 9 0 : 73), n u m a a b o r d a g e m ma is a m p l a , c o l o c a c l a r a m e n t e sua p o s i ç ã o em r e l a ç ã o aos p a í s e s que c o m p e t e m no m e r c a d o g l o b a l , r e s s a l t a n d o os f a t o r e s i m p o r t a n t e s p a r a o e n t e n d i m e n t o dos m e c a n i s m o s de b u s c a da c o m p e t i t i v i d a d e .

“Prosperidade nacional é criada, não herdada...A comp etitiv idad e de uma nação depende da capacidade de sua indústria de inovar e atualizar-se. As companhias ganham vantagem competitiva contra os melhores competidores do mundo por causa da pressão e do d e s a f io ” .

No e n t a n t o , f a l ta a i n d a u m a d e f i n i ç ã o o b j e t i v a do c o n c e i t o de c o m p e t i t i v i d a d e . A lg u n s a u t o r e s c o n c o r d a m q u a n t o à d i f i c u l d a d e de d e f i n i r m o s tal c o n ce it o:

(20)

“Provavelmente não exista em toda a economia um conceito

que seja mais fundamental e penetrante e, ao mesmo tempo, menos

satisfatoriamente desenvolvido, que o conceito de competição.

Provavelmente, a tendência mais geral a respeito do

significado da competição na teoria econômica é referir-se como sendo o oposto de m o no p ól io ” (McNulty, 1989 : 640)

O m e s m o a u t o r e x p l i c a qu e “ m o n o p ó l i o é u m a s i t u a ç ã o de m e r c a d o na q u al a c o m p e t i ç ã o i n t r a - i n d u s t r i a l tem e s t a d o i n d e f i n i d a p e l a p e r c e p ç ã o de u m a f ir m a co m o s e n d o a i n d ú s t r i a ” . C o n s i d e r a a i n d a , que c o m p e t i ç ã o p e r f e i t a , p o r o u t r o la d o , é um a s i t u a ç ã o de m e r c a d o a q u a l , a p e s a r de ser o r e s u l t a d o da l i v r e e n t r a d a de um g r a n d e n ú m e r o de f i r m a s c o m p e t i n d o f o r m a l m e n t e , e m e r g e p a r a o p o n t o on d e n e n h u m a c o m p e t i ç ã o f u t u r a d en tr o da i n d ú s t r i a é p o s s í v e l , ou a u m a s i t u a ç ã o on de ‘os e f e i t o s da c o m p e t i ç ã o t e n h a m a l c a n ç a d o seu l i m i t e ’, ou se ja, t o ta l e q u i l í b r i o . C o n s i d e r a que a c o m p e t i ç ã o p e r f e i t a , é o ú n i c o c o n c e i t o d e f i n id o co m r i g o r e c l a r e z a p e l a t e o r i a e c o n ô m i c a , e que “ é l i v r e de t o d o s os t r a ç o s de c o m p o r t a m e n t o de n e g ó c i o s a s s o c i a d o s a e l e m e n t o s m o n o p o l í s t i c o s , iss o s i g n i f i c a s i m p l e s m e n t e a e x i s t ê n c i a de um n ú m e r o i n d e f i n i d a m e n t e g r a n d e de f i r m a s n ã o - c o m p e t i n d o ” . (o p . cit. : 643). E s s a v i s ã o de c o m p e t i ç ã o p e r f e i t a , t r a z c o n s i g o o c o n c e i t o t i r a d o da t e o r i a e c o n ô m i c a p r o p o s t o p o r Ad am S m i t h ( 19 37 : 56 a p u d M c N u l ty , 1989), no qual “ a c o m p e t i ç ã o e s t a v a r e l a c i o n a d a c o m a c a p a c i d a d e de f o r ç a r os p r e ç o s de m e r c a d o p a r a seu ní vel ‘n a t u r a l ’ ou p a r a a r e d u ç ã o dos l u c r o s a um m í n i m o ; ou se ja, o a t i n g i m e n t o de um ní vel de p r e ç o s r e s u l t a n t e s da p r e s e n ç a ou a u s ê n c i a de c o m p e t i ç ã o c o m o u m a fo rç a r e g u l a d o r a ” . M a is t a r d e , foi p r o p o s t o p o r S c h u m p e t e r ( 1 9 6 2 : 84 a p u d M c N u l t y , 19 89) um c o n c e i t o q ue, c o m p l e m e n t a r m e n t e ao e x p o s t o ac im a , c o n s i d e r a que a c o m p e t i ç ã o e s t á a s s o c i a d a com a e f i c i ê n c i a i n t e r n a da i n d ú s t r i a e com o d e s e n v o l v i m e n t o de n o v a s t e c n o l o g i a s , n o v a s f o n t e s de f o r n e c i m e n t o , e n o v o t i p o de o r g a n i z a ç ã o . C o m p l e t a a i n d a q ue “ não é a c o m p e t i ç ã o de p r e ç o s q ue c o n t a mas a c o m p e t i ç ã o o r i u n d a n u m a no v a c o m m o d i t y , n u m a n o v a t e c n o l o g i a , n u m a n o v a f o n t e de s u p r i m e n t o s , num n o v o t i p o de o r g a n i z a ç ã o . . . c o m p e t i ç ã o que c o m a n d a u m a d e c i s i v a v a n t a g e m de c u s to ou q u a l i d a d e e a qua l a m e a ç a n ão a p e n a s as m a r g e n s de

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l u c r o e a p r o d u ç ã o das e m p r e s a s e s t a b e l e c i d a s ma s suas b a s e s e sua s p r ó p r i a s v i d a s ” .

É es ta a b o r d a g e m p r o p o s t a p o r S c h u m p e t e r que dá s u p o r t e à a f i r m a ç ã o de P o r t e r no que di z r e s p e i t o ao c o n c e i t o de i n o v a ç ã o .

S e g u n d o ele, a c o m p e t i t i v i d a d e d e r i v a s e m p r e de at os de i n o v a ç ã o .

“ As companhias atingem a vantagem competitiva através de atos de inovação. Elas chegam à inovação em seu mais amplo sentido, incluindo ambos, novas tecno lo gi as e novas maneiras de fazer as coisas. Elas distinguem uma nova base para competir ou encontram melhores meios para competir nos lugares antigos.

Algumas inovações criam vantagem competitiva pela

per cepção de uma oportunidade de mercado inteiramente nova ou servindo um segmento de mercado que outros tenham ignorado. Quando os competidores são muito lentos para responder, tais inovações revelam-se vantagens competitivas.

Na verdade, para ter sucesso, a inovação usualmente requer pressão, necessidade, e mesmo adversidade: o medo de perder freqü ente me nte mostra-se mais poderoso que a esperança de ganhar.

Uma vez que a companhia atinja a vantagem competitiva através de uma inovação, ela pode sustentá-la apenas através de inexorável melhoria.

...Os competidores irão eventual e inevitavelmente ultrapassar qualquer companhia que pare de melhorar e i no v ar ” . (Porter, 1990 : 75) E s t a c o n s c i ê n c i a da c o m p e t i ç ã o g l o b a l i n e x o r á v e l p a r e c e e s ta r c h e g a n d o , f i n a l m e n t e , aos n o s s o s m e i o s e m p r e s a r i a i s e p o l í t i c o s , c o n f o r m e nos p r o p õ e C a r d o s o ( 19 94 : 15), q u a n d o d i s c u t e as c o n d i ç õ e s de p e r m a n ê n c i a na e c o n o m i a g l o b a l i z a d a : “ Na e c o n o m i a g l o b a l i z a d a de ho je, a c o m p e t i ç ã o é d e t e r m i n a d a , p r i n c i p a l m e n t e , p e l a s c o n q u i s t a s c i e n t í f i c a s e t e c n o l ó g i c a s . O p aí s t e r á de a v a n ç a r - e m u i t o - na r e f o r m a da e d u c a ç ã o e no s e s t í m u l o s à c i ê n c i a e t e c n o l o g i a p a r a q u e t e n h a c o n d i ç õ e s de f o r j a r um n o v o m o d e l o de d e s e n v o l v i m e n t o , que g e r e e m p r e g o s de q u a l i d a d e s u p e r i o r , i m p u l s i o n e i n a d i á v e i s t r a n s f o r m a ç õ e s s o c i a i s e a l c a n c e p r e s e n ç a s i g n i f i c a t i v a na e c o n o m i a m u n d i a l. P a r a c h e g a r a i ss o , será f u n d a m e n t a l e s t a b e l e c e r u m a p a r c e r i a e n tr e o s e t o r p r i v a d o e g o v e r n o , e n tr e u n i v e r s i d a d e e i n d ú s t r i a , t a n t o na g e s t ã o q u a n t o no f i n a n c i a m e n t o do s i s t e m a b r a s i l e i r o de d e s e n v o l v i m e n t o c i e n t í f i c o e t e c n o l ó g i c o ” . C o m p l e m e n t a a i n d a que “ no l o n g o p r a z o , s e rá n e c e s s á r i o c o n s o l i d a r um m o d e l o de d e s e n v o l v i m e n t o f u n d a d o n u m a s o c i e d a d e e d u c a d a e

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m o v i d o p o r u m a e c o n o m i a a l t a m e n t e c o m p e t i t i v a , em que o m o t o r do p r o g r e s s o s e ja m os m o d o s mai s a v a n ç a d o s de p r o d u z i r . O B r as il p o d e dar este s a l t o de q u a l i d a d e no e s p a ç o de u m a g e r a ç ã o ” . A v i s ã o de que o B r a s i l e n f r e n t a um p r o c e s s o de e v o l u ç ã o e c o n ô m i c a n a t u r a l e que o s alt o e v o l u t i v o é i m i n e n t e , é c o m p a r t i l h a d a po r K a n i t z ( 1 9 9 4 ) , que s a l i e n t a que o e s p a ç o d i s p o n í v e l de c r e s c i m e n t o p a r a a i n d ú s t r i a b r a s i l e i r a é a i n d a m u i t o g r a n d e se c o m p a r a d o co m i n d ú s t r i a s de o u t r o s pa í s e s . P o r e x e m p l o , no c as o dos i n v e s t i m e n t o s , qu e o a u t o r c o n s i d e r a c a u s a d i r e t a e p r o p o r c i o n a l da p r o d u t i v i d a d e c o n s e g u i d a na i n d ú s t r i a , a e m p r e s a b r a s i l e i r a t em um e n d i v i d a m e n t o ci n co v e z e s m e n o r que a m é d i a a m e r i c a n a , g e r a n d o p o r t a n t o , um p o t e n c i a l de a l a v a n c a g e m f i n a n c e i r a m u i t o gr an d e. I ss o e x p l i c a em g r a n d e p a r t e o c r e s c i m e n t o da i n d ú s t r i a no J a p ã o , s e g u n d o ele, “ um dos s e g r e d o s do m i l a g r e j a p o n ê s é que as c o m p a n h i a s j a p o n e s a s e x p l o r a r a m as v e l h i n h a s de T ó q u i o ( m e t á f o r a u t i l i z a d a pel o a u t o r p a r a a p o u p a n ç a i n t e r n a p o p u l a r ) e o m o d e l o se s u s t e n t a n u m a a l t a r e l a ç ã o de e n d i v i d a m e n t o ; ca d a ie n e de p a t r i m ô n i o c o r r e s p o n d e a 3 i e n e s de d í v i d a ” , c o r r e s p o n d e n d o a a p r o x i m a d a m e n t e seis v e z e s o í n d i c e de e n d i v i d a m e n t o das e m p r e s a s b r a s i l e i r a s . A i m p o r t â n c i a da p o u p a n ç a i n t e r n a na c o m p e t i t i v i d a d e das e m p r e s a s f i c a e v i d e n t e q u a n d o o a u t o r c o m e n t a que o d i n h e i r o a r r e c a d a d o d e s t e m o d o é a i n d a m u i t o b a r a t o , “ p o i s o j u r o rea l no Ja p ão é de 2% ao ano, e a p l i c a d o nas e m p r e s a s r e c e b e u m a t a x a de r e t o r n o de 12% a 14% a n o ” . ( K a n i t z , 1994 : 33) A m u d a n ç a na m a n e i r a de e n f r e n t a r m o s a c o m p e t i ç ã o e x t e r n a é u m a das p r i n c i p a i s aç õ e s que p o d e m c o n d u z i r o país a um novo e s t á g i o de p r o d u ç ã o . Co m b as e n e s t a s a f i r m a ç õ e s , p r o p õ e o autor:

“A partir do momento que a indústria conseguir fazer o produto barato e com a qualidade adaptada à realidade brasileira, vamos passar a produzir em massa pela primeira v e z . .. .Quando tivermos alcançado este ponto, ou seja, produzir barato e em grades quantidades, teremos atingido o estágio da exportação não para o primeiro mundo, mas para o Terceiro Mundo. O mundo da China, o mundo da índia, o mundo da Grécia, que são países com população de perfil muito próximo ao do Brasil.

Precisamos rever rapidamente o modelo de produzir artigos sofisticados para o primeiro mundo e explorar melhor o po tencial de

(23)

exportação ao padrão de consumo de pessoas de baixa renda. As estatísticas mostram que no ano 2000 três quartos da população mundial será composta de pessoas de baixa re n d a ” . (1994 . 77)

A c o n s t a t a ç ã o de q u e r e c u r s o s n a t u r a i s a b u n d a n t e s e m ã o - d e - o b r a b a r a t a não r e p r e s e n t a m m a i s v a n t a g e n s c o m p e t i t i v a s ; d i f e r e n t e do n o s so p a s s a d o não m u i t o d i s t a n t e , nos l e v a à c o n s c i e n t i z a ç ã o de q u e a p e n a s a b u s c a de i n o v a ç õ e s c a r a c t e r i z a d a s p e l o s n o v o s p a d r õ e s t e c n o l ó g i c o s que e x i g e m que o t r a b a l h a d o r d o m i n e , ca da vez mais, n o v o s c o n h e c i m e n t o s e h a b i l i d a d e s que p e r m i t a m - l h e i n t e g r a r - s e a a m b i e n t e s de t r a b a l h o c a d a ve z m ai s e v o l u í d o s e m u t á v e i s . U m a m e t á f o r a i n t e r e s s a n t e de c u n h o h i s t ó r i c o , p r o p o s t a p o r P a s c a l e e A th o s , m o s t r a q ue e s t a n ão é u m a s i t u a ç ã o i n é d i t a na h i s t ó r i a do d e s e n v o l v i m e n t o da h u m a n i d a d e ; ao c o n t r á r i o , faz p a r t e de um p r o c e s s o de e v o l u ç ã o n a t u r a l e i n e v i t á v e l . C o n s i s t e da d e s c r i ç ã o da n o v a p o s t u r a a d o t a d a por C o l o m b o à é p o c a d a s g r a n d e s n a v e g a ç õ e s , c u ja t r a n s c r i ç ã o é a p r e s e n t a d a aba ix o.

“Muito antes do século de Colombo, o homem desenvolveu as artes da navegação e da pr opulsão a vela. Quando os marinheiros daquele tempo olhavam para o mar, viam uma superfície plana e, no que não é de surpreender, quando os cartógrafos esgotavam o mundo conhecido antes de t e r m i n a r seu suprimento de pergaminho,

escreviam as palavras ‘Aqui, dr ag õ es ! ’, no agourento vazio.

Chegou, então, a época de Colombo. Observando veleiros

desaparecerem no hor izo nte, notou que eles simplesmente não ‘d es ap ar ec ia m ’, mas que o casco era o primeiro a desaparecer, depois as velas e, fina lmen te, a ponta dos mastros. Em termos bem pragmáticos, operacionais, Colombo via de modo diferente o oceano.

O homem é limitado não tanto por suas ferramentas como por

sua visão. Dizem-nos os historiadores que a idéia da Terra como uma esfera fora discutida 500 anos antes do tempo de Colombo. O que ele fez foi t r a d u z i r um conceito abstrato em implicações práticas. Apostou alguma coisa nas especulações e nas suas próprias observações... A façanha de Colombo, uma vez aceita, deu à humanidade p o s si b il id ad e de ut ilizar as especializações existentes de construção de navi os em empresas infinitamente m a i o re s . ” (Pascale e Athos, 1982 : 20)

A v i s ã o de u m a n o v a f o r m a de p r o d u z i r , ou de e n x e r g a r os p r o c e s s o s p r o d u t i v o s , p o d e l e v a r n ão só u m a c o m p a n h i a m as t o d o um p a ís a um novo e s t á g i o de e v o l u ç ã o . E s t a f o r m a de i n o v a ç ã o t em sido u t i l i z a d a ao lo n g o

(24)

dos ú l t i m o s an os p e l o s j a p o n e s e s m o s t r a n d o qu e o s r e s u l t a d o s es tã o g a r a n t i n d o a c o m p e t i t i v i d a d e de suas e m p r e s a s .

E x e m p l i f i c a P o r t e r , a t r a v é s da i n d ú s t r i a a u t o m o b i l í s t i c a c o m p e t i n d o em e s c a l a mundi al:

“Definitivamente, a única maneira de sust enta r uma vantagem

competitiva é atualizando-a - mover-se para um tipo mais

sofisticado. Isto foi precisamente o que os fa bricantes japoneses de automóveis fizeram.

. Eles investiram agressivamente para construir grandes

fábricas para colher economias de escala. Então eles tornaram-se inovadores na tec nologia do processo, sendo pi on eir os na produção

ju st- in -ti me e numa multidão de outras praticas de qualidade e

produtividade. Estas melhorias de proc esso levaram a melhor qualidade do produto, melhores índices de reparos, e melhores taxas de satisfação do consumidor que os competidores estrangeiros cons egu ira m” . (Porter, 1990 : 75)

Na b u s c a de u m a j u s t i f i c a t i v a que e x p l i q u e a r a z ã o d e s t a s in o v a ç õ e s se rem tão f r e q ü e n t e s em d e t e r m i n a d a s i n d ú s t r i a s e em d e t e r m i n a d o s p a í s e s , s u p e r a n d o b a r r e i r a s s u b s t a n c i a i s e co m c o n s t a n t e s m e l h o r i a s , ele p r o p õ e um m o d e l o q ue c h a m o u de ‘D i a m a n t e da V a n t a g e m N a c i o n a l ’ . F i g u r a 1 - D i a m a n t e da v a n t a g e m n a c i o n a l ESTRATÉGIA, ESTRUTURA E RIVALIDADE CONDIÇÕES DOS FATORES CONDIÇÕES DA DEMANDA INDÚSTRIAS RELACIONADAS E DE SUPORTE F O N T E : P O R T E R , 1 9 9 0 : 77

(25)

S e g u n d o ele, a r e s p o s t a r e s i d e em q u a tr o a t r i b u t o s que, i n d i v i d u a l m e n t e ou co m o um s i s t e m a , d e f i n e m o c am p o de a ç ã o que c a d a n a ç ã o e s t a b e l e c e e o p e r a p a r a sua s i n d ú s t r i a s .

1. C o n d i ç õ e s dos F a t o r e s : C o n s i s t e da p o s i ç ã o da na ção em r e l a ç ã o aos f a t o r e s de p r o d u ç ã o , t a i s c o m o f o r ç a de t r a b a l h o hábil ou in f r a - e s t r u t u r a , n e c e s s á r i a s p a r a c o m p e t i r em u m a dada i n d ú s t r i a . São d e f i n i d o s de a c o r d o com a t e o r i a e c o n ô m i c a , t r a b a l h a d o r e s , t e r r a , r e c u r s o s n a t u r a i s , c a p i t a l , i n f r a - e s t r u t u r a ; e são d e t e r m i n a n t e s do f lu x o do c o m é r c i o i n t e r n a c i o n a l . U m a n a ç ã o ir á e x p o r t a r a q u e l e s a r t i g o s que f a z e m m ai s uso dos f a t o r e s com os q u a i s ela está r e l a t i v a m e n t e bem d o t a d a . P o r é m , es ta d o u t r i n a , c u j a s o r i g e n s d a ta m de a n t e s de Ad am Sm it h e D a v i d R i c a r d o e que e s t á e n g a s t a d o na e c o n o m i a c l á s s i c a , é na m e l h o r h i p ó t e s e i n c o m p l e t a , e na p i o r i n c o r r e t a . Nas i n d ú s t r i a s s o f i s t i c a d a s que f o r m a m a e s p i n h a d o r sa l de q u a l q u e r e c o n o m i a a v a n ç a d a , u m a n a ç ã o não h e r d a , mas i n v é s di ss o, cria os mai s i m p o r t a n t e s f a t o r e s de p r o d u ç ã o - a s s i m co m o r e c u r s o s h u m a n o s h á b e i s ou b a s e c i e n t í f i c a .

“ ...Implícito na declaração japone sa freqüentemente repetida,

‘nós somos uma naç ão-ilha sem recursos n a t u r a i s ’, está a

compreensão de que estas deficiências apenas serviram para impulsionar a inovação com petitiva do Japão. A produção j u s t - i n -

time, por exemplo, economizou o proibitivamente caro espaço

f í s i c o ” . (Porter, 1990 : 78) 2. C o n d i ç ã o de D e m a n d a . R e p r e s e n t a a n a t u r e z a da d e m a n d a i n t e r n a d o m é s t i c a p a r a os p r o d u t o s ou s e r v i ç o s da i n d ú s t r i a . E m b o r a p o s s a p a r e c e r q ue a g l o b a l i z a ç ã o da c o m p e t i ç ã o d i m i n u i r i a a i m p o r t â n c i a da d e m a n d a d o m é s t i c a ; na p r á t i c a , as n a ç õ e s g a n h a m v a n t a g e m c o m p e t i t i v a em i n d ú s t r i a s o n d e a d e m a n d a d o m é s t i c a dá a suas c o m p a n h i a s u m a f o t o g r a f i a c l a r a ou a n t e c i p a d a das n e c e s s i d a d e s e m e r g e n t e s do c o m p r a d o r , e o n d e os c o m p r a d o r e s d e m a n d a n t e s p r e s s i o n a m as c o m p a n h i a s p a r a i n o v a r m ai s r a p i d a m e n t e e a t i n g i r v a n t a g e n s c o m p e t i t i v a s m a i s s o f i s t i c a d a s que seus r i v a i s e s t r a n g e i r o s . O t a m a n h o da d e m a n d a d o m é s t i c a p r o v a ser m u it o men os s i g n i f i c a n t e

(26)

que o c a r á t e r da d e m a n d a d o m é s t i c a .

“ Em indústria após industria, as restritivas exigências do mercado japonês forçam as companhias a inovar e, produzindo produtos que sejam kehaku-tansho - leves, delgados, curtos e pequenos - e que foram internacionalmente a c e it o s . ” (Porter, 1990 :

80)

E s s e m esm o p o n t o de v i s t a é c o n s i d e r a d o p o r o u t r o s a u t o r e s , os q u a i s n os a p r e s e n t a m e x e m p l o s i n q u e s t i o n á v e i s , ta l c o m o f a z K o t l e r em sua o b r a i n t i t u l a d a ‘A N o v a C o n c o r r ê n c i a ’, n u m a a l u s ã o aos n o vo s m e c a n i s m o s v i g e n t e s de c o n c o r r ê n c i a i n t e r n a c i o n a l :

“A intensa concorrência interna deu aos japoneses a

oportunidade de formular e testar diferentes es tratégias de produção

e de marketing em sua tentativa de manter seu poder de

concorrência. Esta concorrência ajudou-os a aguçar seu instinto de competição. As firmas mais fracas e menos competitivas foram obrigadas sair do mercado ou a fundir-se com outras firmas,

formando empresas maiores. ... Por exemplo, a indústria de

máquinas fotográficas passou de cerca de quinhentas firmas separadas na época do pó s-guerra para apenas sete firmas grandes atualmente.

...A intensificação da concorrência japonesa na frente interna contribuiu enormemente para seu milagroso poder de concorrência nos mercados m u nd ia is. ” (Kotler, 1987 : 18, 19)

Já O h m a e ( 1 9 8 9 ) , s a l i e n t a que no f u tu r o se rá m u i t o d i f í c i l às n a ç õ e s em d e s e n v o l v i m e n t o p e n e t r a r n os g r a n d e s m e r c a d o s das n a ç õ e s do p r i m e i r o m u n d o e, s i m u l t a n e a m e n t e , a u m e n t a r o n í v e l de v i d a de seus h a b i t a n t e s p ar a os n í v e i s de c l a s s e m é d i a d e s t e s ; e n q u a n t o a m a i o r i a das e m p r e s a s de s s e s p a í s e s c o n t i n u a r a c o m p r a r m o d e l o s e t r a b a l h a r sob r e g i m e de l i c e n ç a dos g r a n d e s f a b r i c a n t e s e l í d e r e s na t e c n o l o g i a , e não c o n s t r u í r e m os seus p r ó p r i o s r e c u r s o s t e c n o l ó g i c o s . P o r t a n t o , t o r n a - s e a i n d a mais i m p o r t a n t e o f o r t a l e c i m e n t o do m e r c a d o d o m é s t i c o ne ste s cas os.

“ E mesmo que se desenvolvam em tecno lo gi a e marketing, continuará faltando a retaguarda sólida e quase in vulnerável de um mercado doméstico de grandes dimensões. E par a os países da T r ía d e1, o mercado principal é o mercado doméstico. Basta saber que com toda a posição extraordinária que ocupa no comércio internacional, o Japão exporta apenas o correspondente a 13,3% do seu Produto Nacional Bruto. Nos Estados Unidos, apenas 8% do P.N.B. é exportado, e na Alemanha Ocidental, na Itália, na

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Inglaterra e na França as exportações significam, em relação ao P.N.B, respectivamente só 26, 22, 20 e 1 8 % . (Ohmae, 1989 : 151) 3. I n d ú s t r i a s de S u p o r t e e R e l a c i o n a d a s . C a r a c t e r i z a d o pela p r e s e n ç a ou a u s ê n c i a no p a í s de i n d ú s t r i a s f o r n e c e d o r a s e o u t r a s i n d ú s t r i a s r e l a c i o n a d a s q ue s e j a m c o m p e t i t i v a s i n t e r n a c i o n a l m e n t e . São a q u e l e s f o r n e c e d o r e s i n t e r n a c i o n a l m e n t e c o m p e t i t i v o s b a s e a d o s no país que c r i a m v a n t a g e n s p a r a as i n d ú s t r i a s ‘rio a b a i x o ’ ( s u b s e q ü e n t e s na c a d e i a de p r o d u ç ã o ) de v á r i a s m a n e i r a s . N o r m a l m e n t e , el es e n t r e g a m os i n s u m o s m ai s v a n t a j o s o s em t e r m o s de c u s t o s e de um a f o r m a mais e f i c i e n t e e r á p i d a .

“ ...Muito mais significante que o mero acesso a componentes e maquinário, todavia, é a vantagem que as indústrias de suporte e relacionadas baseadas no país propiciam em inovação e atualização - uma vantagem baseada no re la cionamento de trabalho próximo. .. As companhias têm a oportunidade de influenciar os esforços técnicos de seus fornecedores e podem servir como campo de testes para trabalhos de pesquisa e desenvolvimento, acelerando o passo da in o v aç ão . ..

“As companhias nacionais benef ici am- se mais quando os fornecedores são, eles mesmos, competidores g l o b a i s ”. (Porter,

1990 : 80, 81) 4 E s t r a t é g i a , E s t r u t u r a e R i v a l i d a d e . C o m p o s t o das c o n d i ç õ e s nas q u a i s as c o m p a n h i a s são c r i a d a s , o r g a n i z a d a s , e a d m i n i s t r a d a s , assi m co m o da n a t u r e z a da r i v a l i d a d e d o m é s t i c a . As c i r c u n s t â n c i a s e c o n t e x t o n a c i o n a i s c r i a m f o r t e s t e n d ê n c i a s em c o m o i s t o o c o r re . U m a o b s e r v a ç ã o i m p o r t a n t e é q u e n e n h u m s i s t e m a a d m i n i s t r a t i v o é u n i v e r s a l m e n t e a p r o p r i a d o - a p e s a r da a t u a l f a s c i n a ç ã o co m a a d m i n i s t r a ç ã o j a p o n e s a . A c o m p e t i t i v i d a d e em u m a i n d ú s t r i a e s p e c í f i c a r e s u l t a da c o n v e r g ê n c i a das p r á t i c a s a d m i n i s t r a t i v a s e m o d o s o r g a n i z a c i o n a i s f a v o r e c i d o s no paí s e das f o n t e s de v a n t a g e m c o m p e t i t i v a p r e s e n t e s na i n d ú s tr i a .

“Motivação individual para o tra bal ho e habilidade

expandidas são também importantes para a vantagem competitiva. Talentos excepcionais são um recurso escasso em qualquer p a í s ” . (Porter, 1990 : 81)

S eg u n d o P o r t e r , c a d a um d e s t e s q u a t r o a t r i b u t o s d e f i n e m um p o n t o no d i a m a n t e da v a n t a g e m n a c i o n a l , e o e f e i t o de um p o n t o f r e q ü e n t e m e n t e

(28)

d e p e n d e do e s t a d o dos outro s.

P o r i ss o , e n s i n a que “ o p ap el p r ó p r i o dos g o v e r n o s é o de c a t a l i s a d o r e d e s a f i a n t e ; é e n c o r a j a r - ou m e s m o e m p u r r a r - as c o m p a n h i a s p a r a e l e v a r e m s ua s a s p i r a ç õ e s e m o v e r e m - s e p a r a n í v e i s m a i s a l t o s de

p e r f o r m a n c e c o m p e t i t i v a , m esm o que e s t e p r o c e s s o p o s s a ser i n e r e n t e m e n t e d e s a g r a d á v e l e di fí c i l . Os g o v e r n o s não p o d e m c r i a r i n d ú s t r i a s c o m p e t i t i v a s , a p e n a s c o m p a n h i a s p o d e m f a z ê - l o . ...O g o v e r n o do J a p ã o e n t e n d e es te p ap el m e l h o r que q u a l q u e r o u t r o - i n c l u i n d o o p o n t o que as n a ç õ e s p a s s a m p o r e s t á g i o s de d e s e n v o l v i m e n t o c o m p e t i t i v o e que o p ap el a p r o p r i a d o do g o v e r n o a l t e r a - s e com o p r o g r e s s o e c o n ô m i c o ” . ( P o r t e r , 1990 : 86) E s t e p o n t o de v i s t a é t a m b é m c o m p a r t i l h a d o por K o t l e r que, a n a l i s a n d o as r e l a ç õ e s de m e r c a d o no p ó s - g u e r r a a fi rm a:

“Com vários órgãos públicos criados logo após a guerra, o

governo japonês ajudou as empresas a estabelecer políticas

estratégicas e a prestar serviços de ‘orientação a d m i n is tr a t i v a ’ . Destes órgãos, o que desempenha o princ ipal papel é o Ministério do Comércio Exterior e Indústria (MCEI). Estudiosos americanos, como, por exemplo, Vogel, afirmaram que ‘os principais ministérios jap one se s, como o MCEI, têm um senso de re spo nsabilidade pelo êxito global das indústrias japonesas em seus respectivos setores de a t u a ç ã o . . . ’

Para se entender este relacionamento é preciso ter-se uma

perspectiva histórica. O MCEI foi criado em 1949 pela

transf orm açã o do Ministério da Indústria e do Comércio de antes da guerra e de seu sucessor durante a guerra, o Ministério das Munições. Seu principal objetivo é o de fortalecer a posição de concorrência da indústria japonesa.

Um dos fatores-chave que estão por detrás do ‘milagre j a p o n ê s ’ é a ‘as so c i a ç ã o ’ entre governo e e m p r e s a s . ” (Kotler, 1987 :

16)

A c o n c l u s ã o que p o d e m o s t i r a r no s m o s t r a que a b u s c a por c o m p e t i t i v i d a d e p a s s a po r f a t o r e s i n t e r n o s e e x t e r n o s às o r g a n i z a ç õ e s s e n d o , p o r t a n t o , d e p e n d e n t e do m o d e l o e c o n ô m i c o v i g e n t e no m a c r o a m b i e n t e das o r g a n i z a ç õ e s . Além d i s s o , um c o m p l i c a d o r a d i c i o n a l é qu e o p e r í o d o de a m a d u r e c i m e n t o das v a n t a g e n s c o m p e t i t i v a s s i t u a - s e no l o n g o p r a z o - é c o m u m u m a i n d ú s t r i a l e v a r mai s de u m a d é c a d a p a r a c r i a r v a n t a g e m c o m p e t i t i v a , e n q u a n t o que, p a r a os g o v e r n o s e s u as p o l í t i c a s

(29)

i n d u s t r i a i s , u m a d é c a d a r e p r e s e n t a u m a e t e r n i d a d e .

“Existem alguns princ ípi os básicos e simples que um governo deveria adotar para repres ent ar o papel apropriado de suporte para a

competitividade nacional: encorajar mudanças, promover a

rivalidade doméstica, estimular as in ov açõ es ” . (Porter, 1990 : 87)

N o c as o e s p e c í f i c o de n o s s o p a í s , a a c e i t a ç ã o de u m a v i s ã o r e a l i s t a e m o d e r n a , c o n f o r m e c o l o c a G r a c i o s o , é t a l v e z , o p r i m e i r o p a s s o na b u s c a da tã o n e c e s s á r i a c o m p e t i t i v i d a d e i n t e r n a c i o n a l nos d i a s de hoje.

“Não podemos continuar a competir com base em vantagens ilusórias ou circunstanciais, como os favores do Estado, as reservas de mercado ou os acordos com os concorrentes. Nossas vantagens competitivas devem ser mais sólidas e duradouras, ao longo de dois eixos básicos: a diferen cia ção pela qualidade ou a redução de custos com base na p r o d u t i v i d a d e . ” (Gracioso, 1990 : 12)

C o n c lu i a i n d a o a u t o r , com o s e g u i n t e c o m e n t á r i o , a sua v i s ã o s ob re a c o m p e t i t i v i d a d e das o r g a n i z a ç õ e s b r a s i l e i r a s : “ ... o d o m í n i o das n ova s t e c n o l o g i a s p ela s e m p r e s a s b r a s i l e i r a s não é u m a q u e s t ã o de o p ç ã o , mas de s o b r e v i v ê n c i a . Só a i n c o r p o r a ç ã o de n o v a s t e c n o l o g i a s de p r o d u t o s , e de p r o c e s s o s de p r o d u ç ã o , n o s p e r m i t i r á c o m p e t i r co m ê x i t o c o n t r a as n o s s a s c o n g ê n e r e s m u l t i n a c i o n a i s , em n o s so p r ó p r i o m e r c a d o , e com os f a b r i c a n t e s e s t r a n g e i r o s , n o s m e r c a d o s do e x t e r i o r . ” ( o p . cit. : 188) C o n s e q ü e n t e m e n t e , n ão p o d e m o s d e i x a r de f i c a r a t e n t o s ao d e s e n v o l v i m e n t o e e v o l u ç ã o em c u r s o em t o d o o m u n d o p o i s, c o m o c o l o c a W a t e r m a n , a r e s p e i t o do J ap ão : “ O u v i r o a m b i e n t e e x t e r n o f a z p a r t e de su a c u l t u r a há sé cu lo s. P o r e x e m p l o , a l í n g u a e s c r i t a do J a p ã o vem da C h i n a , e um a p a r t e de seu s u c e s s o i n d u s t r i a l d e v e - s e ao fa t o de que eles f o r a m os p r i m e i r o s a p e s q u i s a r as e m p r e s a s a m e r i c a n a s de d e s e m p e n h o e x c e l e n t e . ” ( 1 9 8 9 :147) No e n t a n t o , é c o m u m a c r e d i t a r m o s que, p a r a q u e p o s s a m o s t o r n a r m o - n o s ma is c o m p e t i t i v o s , t e m o s que p a s s a r p o r um n o v o s u r t o de i n v e s t i m e n t o s m a c i ç o s p r i o r i z a n d o a p e n a s os r e c u r s o s f i n a n c e i r o s . P o r é m a c a p a c i d a d e de i n o v a ç ã o d e s e n v o l v i d a p e l a s o r g a n i z a ç õ e s e, c o n s e q ü e n t e m e n t e , p e l o s p a í s e s , vai m u i t o além da a b u n d â n c i a e boa a p l i c a ç ã o d e s te s r e c u r s o s . A h i s t ó r i a nos m o s t r a q u e e s t e s r e c u r s o s são

Referências

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