• Nenhum resultado encontrado

Relatório de Estágio no Porto Canal. A Evolução do Jornalismo Desportivo e da Grelha Porto Canal

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Relatório de Estágio no Porto Canal. A Evolução do Jornalismo Desportivo e da Grelha Porto Canal"

Copied!
65
0
0

Texto

(1)

Agradecimentos

A realização deste relatório, assim como o percurso de Mestrado não teria sido possível sem o apoio e ajuda de algumas pessoas. A todos aqueles que me ajudaram no meu percurso, pessoal e profissional, quero deixar o meu mais sincero obrigado.

Aos meus pais, pois sem o apoio deles, moral e financeiro, nunca teria sido possível a obtenção de uma qualificação académica. Foram eles que no fundo me animaram e deram forças para que continuasse a minha luta em busca de uma vida melhor.

À Prof.ª Doutora Helena Lima, na compreensão e na ajuda dada no início da realização deste relatório de estágio, nomeadamente na organização e construção do esquema base, daquilo que aqui é apresentado.

A todos os professores, que encontrei no Mestrado de Ciências da Comunicação, pois também contribuíram para que conseguisse chegar até aqui, através do apoio dado em tempo de aulas como nas explicações dadas quando surgiam dúvidas.

Aos meus principais orientadores durante o estágio na empresa Porto Canal, nomeadamente à Diretora de Redação do canal, Vanda Balieiro, ao meu responsável direto, jornalista Tiago Girão, assim como ao jornalista Paulo Miguel Castro. Também quero deixar um agradecimento sincero ao jornalista Humberto Ferreira, Tiago Marques e Pedro Carvalho da Silva.

À Cátia Nicole Coelho, por sempre me apoiar e acreditar que seria capaz.

E a todos aqueles que sempre me animaram e contribuíram para que a chegada a esta fase fosse possível.

(2)

Resumo

Neste relatório são avaliadas duas vertentes distintas. Em primeiro plano, temos a evolução do jornalismo desportivo, indicando os principais pontos do seu crescimento e da sua expansão. Ao analisarmos este tema, percebemos que este jornalismo não pode ser realizado por qualquer um, pois é necessário existir uma preparação específica para que, este jornalismo seja feito de forma correta. É destacado o papel do jornalista desportivo que é o principal agente do jornalismo desportivo.

Também é analisado o jornalismo em Portugal, apesar de este não variar muito do resto da Europa. No nosso país, o futebol é o desporto que mais relevância tem, pois o futebol é o desporto que mais interesse cria nas pessoas e que movimenta mais massas.

Relacionando isto com o meu estágio curricular no Porto Canal, assistimos a uma evolução significativa na grelha de programação deste canal. Apesar da sua autonomia até hoje visível com criação de programas de informação próprios do canal, a inclusão do FC Porto na sua estrutura veio mudar profundamente a organização, assim como a programação do Porto Canal. Começam a surgir novos programas, nomeadamente vários programas com conteúdos FC Porto, apesar de também nascerem novos programas característicos de informação, mantendo-o generalista, apesar da associação ao clube FC Porto. Tanto o FC Porto como o Porto Canal ganharam com esta associação. O clube conseguiu uma forma mais viável de expandir a sua marca, e o Porto canal, através de um jornalismo desportivo, e com auxílio dos conteúdos FC Porto, consegue atrair mais pessoas.

(3)

Abstract

Evaluated in this report are two different. In the foreground, we have the evolution of sports journalism, indicating the main points of its growth and expansion. In analyzing this issue, we realized that this journalism can not be done by anyone, it is necessary to have specific preparation for this journalism is done right. It highlighted the role of sports journalist who is the principal agent in sports journalism.

It is also considered journalism in Portugal, although this does not vary much from the rest of Europe. In our country, football is the sport that has more relevance, because football is the sport that creates more interest in people and that moves more mass.

Relating this to my internship at the Port Channel, witnessed a significant evolution in the programming schedule of this channel. Despite its autonomy until now visible with the creation of programs to inform themselves of the channel, the inclusion of FC Porto came profoundly change the organization, as well as programming the Port Channel. Begin to emerge new programs, including programs with various contents FC Porto, despite also born new programs characteristic of information, keeping it general, despite the association with the club FC Porto. Both FC Porto and Porto Canal gained from this association.

The club has achieved a more feasible to expand your brand, and the Port channel through a sports journalism, and with the help of the contents FC Porto, manages to

attract more people.

(4)

Índice

Introdução... 5

1. Reflexão Teórica 1.1 Jornalismo Desportivo: Desde o começo até hoje... 7

1.2 Jornalismo Desportivo em Portugal... 14

2. Porto Canal 2.1 Porto Canal (Apresentação, Informação vs. Comunicação de Marca)... 17

2.2 Mudança da Antiga para a Nova Grelha e Organização... 22

2.3 Conteúdos Desportivos Transmitidos (FC Porto)... 31

3. Experiência Pessoal 3.1 Atividades e Conteúdos Elaborados...35

3.2 Dificuldades na Experimentação, Linguagem e Desenvolvimento... 54

3.3 Evolução e Mudanças... 59

(5)

Introdução

O jornalismo desportivo, hoje em dia, assume uma proporção enorme comparado com o jornalismo desportivo do século XX. O conceito jornalismo desportivo iniciou-se de uma forma gradual, começando por pequenas publicações e artigos até aos jornais desportivos diários que temos hoje.

Este jornalismo que, começa na imprensa, com anotações, comentários e pequenos artigos, vai passar rapidamente a ser divulgado através das rádios, e mais tarde, por volta da década de 30, com o auxílio da imagem através das transmissões televisivas.

O jornalismo desportivo é aqui analisado e detalhado quanto à sua utilidade, de que forma é feito e quais as potencialidades que abarca. É um jornalismo que requer profissionais especializados na matéria desportiva para desempenharem um processo de informação credível e correto. Um jornalista desportivo tem de saber como deve abordar um evento desportivo, pois o desporto é acompanhado por quase todas as pessoas, de variadas classes sociais. O jornalista desportivo tem a importante tarefa de levar às pessoas as informações sobre o desporto que estas acompanham, quase sempre o futebol.

A internet tornou-se uma grande ajuda para os jornalistas desportivos, podendo através dela fazer a divulgação do que aconteceu num jogo, seja por escrita, imagens ou vídeo. Este jornalismo tem um papel relevante na formação de identidades, práticas sociais e valores culturais dos indivíduos. O jornalismo desportivo deve ser objetivo e imparcial, mas por influências nacionais ou clubísticas, é difícil atingir estes 2 conceitos.

Em Portugal, o jornalismo desportivo é muito direcionado para o futebol. O futebol é a prática mais seguida pelos portugueses.

O jornalista desportivo em Portugal tenta exercer um papel ativo no apoio à atividade desportiva, sendo este um elemento interessante. O futebol em Portugal é como um espelho do País no estrangeiro, que quando as coisas funcionam bem e um clube tem um desempenho bom nas competições europeias, todo o orgulho nacional é elevado.

No caso português, o jornalismo desportivo é como um impulsionador do futebol, o desporto que domina maior parte da Europa, e que em certa parte leva a todas as pessoas, principalmente aos portugueses que estão no estrangeiro, informações desportivas sobre o que acontece em Portugal. Este jornalismo tem um importante papel nesta informação desportiva de massas.

(6)

Como é o caso da estação de televisão Porto Canal, existe um clube associado a esta televisão, que é o Futebol Clube do Porto. Quando dissemos que o jornalismo desportivo movimenta massas é a mais pura das verdades. Basta olharmos para o Porto Canal e analisar o que este canal era antes da entrada, e depois da entrada do FC Porto na sua estrutura. Para além de a programação ser profundamente alterada, o nome do Porto Canal passou a estar na boca de todos os Portistas, pois tinha-se tornado a televisão oficial do clube, mas mantendo as suas características, sendo da mesma forma um canal generalista.

Neste relatório de estágio, realizado na empresa Porto Canal, é possível vermos num primeiro plano, como começou a ser constituído o canal. Depois de uma apresentação do canal, e do seu evoluir ao longo dos anos 2006 a 2011, é feita uma análise comparativa sobre as mudanças registadas nas grelhas de programação Porto Canal, assim como a inserção de novos conteúdos dedicados ao FC Porto. O Porto Canal passava a ser o espelho de um clube, tornava-se o espelho da marca FC Porto.

Em seguida, são identificados todos os conteúdos FC Porto inseridos na programação do Porto Canal. Muitos programas, de carácter desportivo como seria de esperar, são o expandir da marca FC Porto. Temos o exemplo do programa “invictos”, onde jogadores, treinadores se dão a conhecer. O programa “Grandes Adeptos”, que procura histórias de paixão ao clube no meio de pessoas comuns. Com a entrada do FC Porto na estrutura do canal, e nomeadamente com o novo diretor Júlio Magalhães, o Porto Canal cresceu de uma forma incrível como antes nunca tinha acontecido. Dentro deste mesmo relatório faço também a descrição das atividades realizadas na empresa Porto Canal enquanto estagiário, nomeadamente na área desportiva “Flash Porto”. Também são indicadas as dificuldades sentidas durante todo este estágio curricular, principalmente na dicção dos off’s das peças. Para completar este ponto de análise, faço também a descrição das mudanças e evolução registadas no fim deste estágio, numa espécie de autoavaliação.

(7)

Reflexão Teórica

Jornalismo Desportivo: Desde o começo até hoje

Nos tempos atuais, o jornalismo desportivo tornou-se um jornalismo que é caracterizado por movimentar massas. As pessoas são atraídas por este jornalismo pois, o desporto é uma atividade que cria curiosidade de forma generalizada nas pessoas, principalmente através do futebol, isto no caso de Portugal. Mas para entendermos este jornalismo, canalizado para o desporto, temos que rever um pouco como foi o início desta escrita desportiva, e assim apercebermo-nos da contextualização, no tempo e no espaço, dos conceitos de jornalismo e de deporto.

“As primeiras notícias desportivas aparecidas na imprensa limitavam-se a resenhas de casos curiosos comentados por quem tinha presenciado a luta entre o cozinheiro de Lord Smith e o pasteleiro do Duque de Bridge, numa modalidade que se denominava por Boxeo”… “e foram o gérmen do que mais tarde se converteria na comunicação periódica de maior audiência” (Silveria, 2009: 20). A partir daqui, estes comentários e resenhas começaram a ter a aceitação do público por serem curiosos. Depois disto, estes comentários foram tornando-se mais extensos até passarem a ser escritos artigos, não só sobre o boxeo, mas das mais variadas modalidades desportivas. Assim, com a evolução deste jornalismo direcionado para o desporto, “nasce em Paris, em 1828, o primeiro jornal desportivo, Journals des Haras. Em 1852, na Inglaterra, cria-se o primeiro diário desportivo, Sportman. A Espanha não escapou à onda do desporto, e em 1856 publica a revista El Cazador” (Silveria, 2009: 20). No caso do Brasil, “nos anos 30, surgiu no Rio de Janeiro, o Jornal dos Sports” (Salviano, 2010).

Depois do aparecimento das publicações desportivas, as vendas também aumentaram, provocando um efeito de bola de neve, em que os jornais da concorrência, para não ficaram para trás começam a dar espaço para a informação desportiva, como menciona Nathália Silveria. Isto tudo começa a desenhar-se mais rapidamente com “um dos feitos mais significativos que representam a importância do desporto, que foi a inclusão, em 1895, de páginas desportivas no The New York Jornal” (Silveria, 2009: 20). Com o surgimento destas páginas, o desporto começou a ter um espaço para as informações desportivas diariamente.

(8)

Por sua vez, estes espaços começaram a surgir também nos meios de comunicação social, como a rádio e a televisão, sendo uma oportunidade de captar espetadores. Com esta importância cada vez mais patente, no que diz respeito ao desporto, “o aumento rápido da importância do desporto para o veículo e para o público, acabou por incluí-lo como um género específico do jornalismo, ao lado da economia, política, religião. Para tanto, são necessárias pessoas capacitadas para descrever o que acontece nas competições a as suas consequências” (Silveria, 2009: 21).

“As primeiras transmissões desportivas televisivas aconteceram na década de 30, em diversos países. Nos Estados Unidos, uma partida de beisebol em 1935. Na Alemanha os Jogos Olímpicos de Berlim no contexto nazista em que Hitler queria mostrar a soberania Ariana. Há um vídeo de divulgação dessa Olimpíada chamado Olímpia, em que há um resgate dos ideais Olímpicos. A BBC, da Inglaterra, mostrou a primeira jornada de Wimbledon, para o público britânico em 1937. Na França, 1948, a primeira transmissão do Campeonato do Mundo de Futebol, na íntegra” (Salviano, 2010).

“A primeira reportagem filmada para a televisão ocorre em 1950, no jogo entre Portuguesa de Desportos e São Paulo, considerada o marco das transmissões desportivas na televisão brasileira” (Salviano, 2010).

Isto acabou por ser uma grande vantagem para todos os que assistiam a atividades desportivas, sem sair de casa, mas acabou por conduzir a uma crise das rádios que acompanhavam os acontecimentos desportivos. “Já nos anos 60 ocorre o declínio da rádio Pan-Americana, que era considerada a emissora dos desportos, anunciando o declínio de outras rádios, por causa da televisão, que direcionou as cotas de publicidade, patrocinadores e audiência” (Salviano, 2010).

No jornalismo desportivo não basta escrever bem, tem que se saber fazer uma análise correta de um jogo. A formação dos jornalistas, em grande parte, é alicerçada por uma licenciatura na área da comunicação hoje em dia. É necessário saber escrever bem, pois existem bastantes leitores, principalmente no online. Atualmente, os leitores não têm tempo para ler tudo, e o online tenta resolver esse problema mostrando a notícia de forma clara, correta e concisa. Em poucas palavras, o jornalista desportivo tem de ser capaz de dizer o que aconteceu, segundo o jornalista Jorge Barbosa, convidado da aula de Seminário de Jornalismo Especializado.

(9)

O “jornalismo desportivo é uma especialização da área da imprensa que trata o tema desporto, informando tudo sobre o assunto e os seus desdobramentos. E a essência não muda. O profissional tem a incumbência de informar ao público, de forma imparcial e com ética, o que acontece no mundo desportivo” (Salviano, 2010).

“Uma forma prática de definir jornalismo é, como uma atividade profissional da comunicação que lida com notícias, dados factuais, informações. O jornalista lida com a prática de coletar, redigir, editar e publicar informações sobre os eventos” (Silveria, 2009: 26). Convém aqui demarcar a ideia que o jornalista é no fundo um historiador do presente, contar uma história do que se passa hoje. Nathália Silveria assume a diferença do jornalismo de hoje, pois “falamos do jornalismo na democracia, na qual podemos contar com uma imprensa livre. O jornalismo em um regime totalitário, nada mais é do que propaganda ao serviço do poder” (Silveria, 2009: 26).

O jornalismo desportivo, segundo o site Hidcow, “está no seu auge e traz também oportunidades de carreira maravilhosas para os jornalistas desportivos”. “É o jornalismo desportivo que se faz nas televisões, rádios e jornais que cada vez mais divulga aquele que é, paulatinamente considerado, o desporto-rei. A comunicação social mostra o que se passa no estádio, não precisando o adepto de se deslocar ao recinto para se inteirar da situação do seu clube” (Macedo, 2008: 40).

“Os eventos desportivos são atualmente um dos movimentos sociais que mais está nos media, seja por questões de ordem mercadológica ou simbólica, pois o desporto tem um papel fundamental na construção das identidades e subjetividades. Por estes motivos, é necessário fazer uma reflexão sobre a construção do acontecimento desportivo nos media, a forma como os dois campos (media e desporto) coexistem na sociedade atual” (Borelli, 2011: 1). “Os media mobilizam estratégias discursivas singulares, impregnadas de sentidos, pois a cobertura é uma atividade simbólica. Para cobrir os eventos desportivos, cada media segue um ritual e uma agenda própria, gerando, a partir de um facto único, múltiplos acontecimentos sociais” (Borelli, 2011: 1).

O jornalismo desportivo, hoje em dia, “é uma vocação que necessita de jornalistas profissionais, talentosos e qualificados. Para se ser um jornalista desportivo é preciso saber muito sobre o assunto. Ter uma grande paixão para deixar uma marca nesta profissão. Exige muito trabalho, no entanto, as recompensas são lucrativas, pois um

(10)

jornalista desportivo”…“pode falar com desportistas internacionais, é alvo de alguma exposição mediática enquanto viaja de um país para outro, conhece as pessoas que treinam atletas olímpicos e conquista apreciações dos leitores e fãs”, segundo o site Hidcow.

“Para se ser um bom jornalista desportivo é necessário possuir/desenvolver duas características: 1º ser um bom jornalista, respeitando o código deontológico e tudo que esse acarreta; e 2º possuir alguns conhecimentos de desporto, salientando que “não é necessário perceber tanto de futebol como o José Mourinho, ou de basquetebol como o Michael Jordan” (Costa, 2011). É necessário sim, fazer um bom trabalho e um bom jornalismo.

“Tem de saber essencialmente de jornalismo, mas é importante que se tenha conhecimentos da área em questão. É importante que goste de desporto, mas tem de estar atento a outras áreas, porque jornalista é jornalista, tem de saber fazer política, economia, cultura, sociedade… Tem de compreender e analisar bem o fenómeno desportivo, mas fundamentalmente, tem de saber muito de jornalismo e saber usar esses conhecimentos” (Silva, 2011).

No site Hidcow, 2011, é referido que uma qualificação, ou seja, “uma licenciatura em jornalismo desportivo poderia melhorar a escrita e apresentação de relatórios de um jornalista e também treina-lo com eficiência nas áreas desportivas. Poder-se-ia assim, aprender a escrever detalhes técnicos sobre um deporto de uma forma simples. Pode-se também optar por um jornalismo não especializado na área desportiva, e fazer-se a cobertura de uma forma natural de um evento desportivo, ou de um jogo olímpico”.

Em todo mundo, a realidade da internet tornou-se uma grande ajuda como divulgador dos acontecimentos desportivos. Neste ponto, o site Hidcow destaca também que a internet tornou-se uma parte importante do jornalismo desportivo.

“A força da Internet na divulgação do futebol é insuperável. Com o novo mundo do youtube, não é preciso esperar pelo dia seguinte para se ver e rever tudo sobre a jornada, seja esta portuguesa ou brasileira. Qualquer pessoa pode divulgar as imagens que entender no maravilhoso youtube. Por isso, instantes após terminar um jogo, os melhores momentos já estão disponibilizados na Internet. Aliás, o novo jogador argentino de 20 anos, em que um clube português está interessado, não tem segredos.

(11)

Basta digitar o seu nome no youtube e são dezenas de vídeos com o melhor do atleta. E isso, vê-se em Portugal, como qualquer outra pessoa pode ver no Japão” (Macedo, 2008: 38).

O desporto e o jornalismo são 2 conceitos que se interligam constantemente. É fácil entendermos esta ligação, pois o desporto é uma atividade que interessa às pessoas. “A paixão do povo pelo desporto como um dos maiores fenômenos de massa da atualidade, e o papel relevante que o desporto tem na formação das identidades, das práticas sociais e dos valores culturais dos indivíduos” (Borelli, 2011: 2). É nos media que se “produzem os acontecimentos sociais, isto é, a media agenda os assuntos que fazem parte do dia-a-dia do público em geral e faz a mediação entre os demais campos sociais, entre outros fatores pertinentes” (Borelli, 2011: 2).

Anabela Macedo destaca claramente a importância dos meios de comunicação social na divulgação da informação desportiva. Afirma em primeiro lugar que, “idealmente o desporto diverte e entretém, e constitui uma forma metódica e intensa de uma prática que tem em vista uma melhoria física e espiritual do ser humano” (Macedo, 2008: 33). Depois desta afirmação, em que se percebe o interesse que o desporto tem para maior parte dos indivíduos da sociedade, “não há volta a dar: o desporto invade-nos diariamente. Seja a tão divulgada competição, ou a mera obrigação de praticarmos desporto, para termos uma vida saudável. O contributo número um está nos meios de informação: rádios, televisões, jornais, Internet insistem constantemente em demonstrar os benefícios do desporto” (Macedo, 2008: 33).

Nos “media, quando se reporta um acontecimento, não é somente uma reprodução de informações, mas, sobretudo, uma produção de sentidos, já que os media não se caracterizam como lugar de passagem, mas de construção simbólica dos acontecimentos. A produção de sentidos é inerente ao processo de construção de um cobertura jornalística, não podendo haver, então, objetividade” (Borelli, 2011: 3).

“Se o jornalismo deve ser objetivo e imparcial, a verdade é que estes são dois conceitos difíceis de atingir. Mas, o que espanta é que nem sequer tentam atingi-los, tudo em prol da defesa da honra nacional. Os jornalistas são sérios na abordagem ao jogo. São sérios e objetivos quando falam (ou escrevem) sobre os jogadores e sobre a qualidade da exibição. Onde esta objetividade se perde é nos excessivos galanteios como “Vençam por nós”, “Seleção de todos nós” ou “Ganhámos”, que preenchem todos

(12)

os serviços noticiosos. Nas vésperas dos jogos decisivos, ou após uma grande vitória, não há jornalista que resista a utilizar a primeira pessoa do Plural, para se referir à Seleção: nós. Depois, é o elogio ao que é português e a tentativa em levar os portugueses em massa a reconhecerem-se nessa vitória” (Macedo, 2008: 43).

“Esta parcialidade abertamente assumida, quantas vezes manifestada de forma espetacular e emocional, está exatamente nos antípodas da posição e postura dos mesmos jornalistas quando acompanham provas nacionais…” (Coelho, 2004: 29). Esta pequena influência acaba por desviar o jornalista do jornalismo objetivo e imparcial. Por sua vez, dá maior relevância à equipa nacional em questão ou mesmo à seleção do país da qual o jornalista tem mais ligação.

“É procurada a imparcialidade e a neutralidade (num esforço mais ou menos bem sucedido), que surgem como obrigações óbvias e indispensáveis. Quando essa imparcialidade não é conseguida ou respeitada, são muitas as vozes que se levantam, acusando e criticando a preferência demonstrada” (Coelho, 2004: 29). No caso da imprensa desportiva brasileira, sobre as publicações feitas, “o futebol é retratado com dramaticidade, há uma idolatria aos jogadores e um escrito que tem por finalidade motivar o torcedor. Impreciso, sem muito comprometimento com a realidade, com a objetividade e a imparcialidade, questiona-se se tais veículos podem ser considerados jornalísticos” (Silveria, 2009: 23).

Entrando neste facto da idolatria a algumas estrelas do desporto, é fácil percebermos o porque de algumas estrelas serem tão mediáticas e idolatradas. Anabela Macedo menciona o caso do jogador David Beckham. Este “brilhante futebolista, beneficiou da televisão que tanto prosperou a sua imagem. O casamento, as mudanças de visual, a influência na equipa, fizeram dele o mais mediático futebolista sem nunca ter sido o melhor do mundo. Nem precisou. Coreia, Estados Unidos, são países onde não se esperaria que a imagem do britânico chegasse, mas onde atinge níveis de veneração total” (Macedo, 2008: 41).

O jornalismo desportivo que começou na imprensa, com pequenas publicações cresceu, passando a ter espaço em rádios e canais de televisão. Não beneficiaram só os media, não beneficiaram apenas os leitores e espetadores, mas beneficiaram também aqueles que eram alvo de notícias por serem agentes ativos no meio desportivo. Este jornalismo tem pouco mais que 100 anos se analisarmos bem quando começou a ser

(13)

feito, mas tem vindo até hoje a conquistar cada vez mais espaço nas grelhas de informação.

O futebol começou por ser o desporto mais destacado em quase todo mundo, como principal assunto de interesse desportivo. “A partir do interesse das classes mais altas, dos jornalistas e escritores mais respeitados é que a imprensa começou a se preocupar com o desporto, principalmente com o futebol” (Salviano, 2010).

O jornalismo desportivo deve ser uma “cobertura de eventos desportivos valendo-se de questões para além dos factos puramente competitivos, analisando o movimento desportivo como um facto complexo, permeado por inúmeros interesses, por conflitos e negociações” (Borelli, 2011: 13).

(14)

Jornalismo Desportivo em Portugal

O jornalismo desportivo em Portugal não regista grandes assimetrias em relação ao esquema normal do resto da Europa. Aqui, o futebol é o desporto mais destacado pelos meios de comunicação social. É um jornalismo que interessa às pessoas, pois é um País contagiado pela paixão do futebol. Mas é necessário estar munido de certas características para se ser um jornalista desportivo.

“Ser jornalista desportivo em Portugal, é ser “um camaleão” onde tem que se adaptar ao evento que está a cobrir de forma a realizar o melhor trabalho possível. Enquanto num jogo internacional, o jornalista pode adotar uma posição mais “nacionalista” perante a equipa portuguesa, numa transmissão de um jogo nacional, o jornalista seria criticado se assumisse algo para além de uma posição neutra. Outro fator que condiciona o jornalismo desportivo em Portugal é o poder dos clubes, que utilizam tudo para poderem obter lucros. Um jornalista só pode entrevistar um jogador com a autorização do clube e sob algumas condicionantes: é o clube que escolhe o local e a hora” (Costa, 2011).

No que diz respeito às pressões sofridas pelo jornalista, citado por (Rocha e Portocarrero, 2012), o jornalista Pedro Azevedo afirma que as pressões que o jornalismo desportivo encontra em Portugal atingem um ponto de discussão que, segundo o jornalista, se traduz no tratamento dado aos clubes "pequenos". Pedro Azevedo destaca que estes também são responsáveis pelas poucas vezes que podem aparecer na imprensa.

Os sentimentos que o jornalista por vezes demonstra, são “exacerbados”. “Não há ninguém que normalmente se assuma como adepto de um determinado clube e, a partir daí, trabalhe nesta profissão… É por isso que, muitas das vezes, passamos de bestiais a bestas” (Rocha e Portocarrero, 2012). “Imediatamente os ouvintes que me ouviam antes vão passar a ouvir-me de maneira diferente” (Rocha e Portocarrero, 2012). Quando o assunto é a seleção nacional de futebol o caso muda de figura, pois apesar de Bernardino Barros defender uma isenção mesmo neste caso, se o contrário for feito, é entendido e aceite pelos ouvintes.

(15)

“João Ricardo Pateiro, da TSF, assume que o entusiasmo cresce quando a equipa portuguesa marca um golo” (Rocha e Portocarrero, 2012). Para João Ricardo Pateiro "um golo da equipa portuguesa é relatado de uma forma eufórica e, no caso da outra seleção, é feita apenas a referência ao golo” (Rocha e Portocarrero, 2012).

São os jornalistas desportivos, os primeiros a procurarem desenvolver a ligação entre o adepto e a equipa nacional. O jornalista trata de “vestir a camisola”, enquanto forma de lealdade e pertença a um coletivo, a uma comunidade. Assim, coloca-se a seleção nacional no “centro” da nação, enquanto símbolo de unidade” (Coelho, 2004: 30).

“As pessoas, pelo menos os portugueses, são apaixonadas por futebol. Quase todas as pessoas têm uma opinião sobre desporto, podem não saber sobre política, economia ou ambiente mas a esmagadora maioria tem sobre desporto, tem clube” (Silva, 2011). É esta a prova que o jornalismo desportivo é necessário para os portugueses, em grande parte devido ao futebol que domina completamente as primeiras páginas dos jornais desportivos portugueses.

No blog de jornalismo especializado, sendo o autor da publicação desconhecido, é referido que, “a pessoa que vai comprar A Bola, O Jogo ou o Record, sabe porque o vai e quer fazer. A manchete vai estar ligada a um determinado clube, o conteúdo vai impulsionar a emoções positivas. O amor a um clube toma um lugar de destaque na sociedade atual e é sempre bom saber que aquilo que amamos está exposto num pedestal, a ser defendido ou levado ao colo. Relaxa, acomoda e tira o stress matinal” (Desconhecido, 2010).

“Não há regras distintas para o exercício do jornalismo da área de desporto. O Jornalista prefere falar de honestidade e imparcialidade no exercício da profissão em vez de objetividade” (Silva, 2011). Mas este trabalho do jornalista desportivo português é preenchido, como já foi referido, na sua maior parte pelo futebol.

“O futebol é uma atividade que se aproxima da vida das pessoas, ao assemelhar-se às sociedades modernas” (Macedo, 2011: 39). O futebol é uma atividade que contagia não só um português, mas sim povos inteiros como é visível em quase todo mundo, principalmente na Europa. “O futebol é, indubitavelmente, a face visível do Portugal lá fora. Não é de estranhar que todo e qualquer português que viaje até Inglaterra e se identifique como português ouça de imediato: “Ah, o Cristiano Ronaldo. É o melhor do

(16)

mundo, não?” É inevitável. E será assim em Inglaterra, mas também na China. É assim hoje com Cristiano Ronaldo, foi em tempos com Eusébio e depois com Figo. Futebolistas bem-sucedidos são uma espécie de baluarte da nação. O orgulho de um país, que chora constantemente a escassez de motivos para sorrir, para celebrar” (Macedo, 2011: 39). Como é possível perceber através de Anabela Macedo, o futebol é a imagem também de um País.

“O que torna o caso português particularmente interessante é o facto de os jornalistas desportivos procurarem também eles desempenhar um papel ativo no apoio à atividade e sucesso da seleção nacional, designadamente na procura de uma maior unidade nacional à volta da equipa. São os próprios jornalistas dos jornais desportivos portugueses que assumem pessoalmente esta missão. Por exemplo, durante a fase final do Campeonato da Europa de futebol, em 2000, foram vários os jornalistas a proclamar o propósito “autoimposto” de calar determinados aspetos negativos relacionados com a seleção nacional como maneira de contribuírem para o sucesso da equipa e para o prestígio do país. No fundo, assumindo uma forma de “autocensura”, com o objetivo de “remarmos todos para o mesmo lado (…) traduzindo a ideia, mil vezes difundida, de que a seleção enquanto símbolo nacional representa um interesse supremo” (Coelho, 2004: 35). É importante que esta união se mantenha sempre, para que se passe uma imagem de tranquilidade e concentração, principalmente na equipa em questão.

“O jornalismo desportivo que se faz em Portugal tem como tendência empolgar os feitos dos clubes e dos futebolistas portugueses…” (Macedo, 2011: 42). “O futebol é apaixonante e sentimental, porque envolve competição e um forte antagonismo: ganhar ou perder. Em Portugal, é visto como o maior representante do país lá fora, o que suscita motivos de orgulho, raramente manifestados entre nós. Depois, o jornalismo desportivo empolga todos os feitos da seleção nacional ou dos clubes portugueses na Europa, numa exaltação do sentimento patriótico. Procura criar empatia entre os portugueses e os seus representantes no mundo do futebol” (Macedo, 2011: 63).

O futebol é a prática desportiva que representa Portugal. O jornalismo desportivo é o principal meio para que a informação desportiva seja transmitida, não apenas o futebol, mas também outras modalidades existentes.

(17)

Porto Canal (Apresentação, Informação vs. Comunicação de Marca)

Depois das várias hipóteses de estágio, disponibilizadas pela Universidade do Porto, decidi fazer o meu estágio curricular do Mestrado em Ciências da Comunicação na empresa Porto Canal.

O Porto Canal é um canal de televisão (televisão paga), situado na Senhora da Hora em Matosinhos, e inicialmente dedicado à região Norte. Começou a transmitir pela primeira vez a 29 de Setembro de 2006, com conteúdos de interesse específico para os concelhos do Grande Porto. A programação caracterizava-se por uma grande aposta na informação sobre as regiões do Norte, com apoios de empresas e autarquias e sobretudo com o apoio da Universidade.

“As palavras do principal acionista e diretor geral na génese da estação, Bruno Carvalho, não deixam dúvidas: “Quero que as pessoas tenham no nosso canal um instrumento onde se veem, reveem, identificam e gostam. E quero que lhes seja útil" (Dias, 2012: 50).

No início, “a propriedade do canal pertencia à empresa Avenida dos Aliados S.A., um grupo de produtoras da cidade que incluía a do diretor geral, detendo 97% do capital. As restantes participações encontravam-se repartidas pelo Fini banco e pela JP Sá Couto. Nenhuma autarquia esteve envolvida como acionista na origem do canal, sendo ele totalmente privado.” (Dias, 2012: 50).

No começo do canal existiam 3 jornalistas, 1 repórter de imagem, 1 produtora que entre outros programas asseguravam 2 blocos noticiosos por dia. Começaram a ir para o ar de segunda a sexta-feira e eram intitulados de Repórter da Cidade.

No ano de 2007, o número de jornalistas aumentou para 6, passando a contar com 2 produtores e 3 repórteres de imagem. O Repórter da Cidade aumentou de 15 para 25 minutos e começou a contar apenas com uma edição diária que incluía 7 reportagens (dados fornecidos pela chefe de redação do Porto Canal, Vanda Balieiro).

Para além do início de programas desportivos, o canal iniciou um magazine económico diário de 7 minutos. Em 2009, Bruno Carvalho abandonou e foi substituído pelo realizador Juan Figueroa, ainda hoje presente no Porto Canal.

(18)

Em 2009, o Porto Canal, um canal dedicado apenas às regiões do Grande Porto, acabou por se estender a toda a região Norte, tendo vários programas sobre esta área regional. Nesta fase o canal abriu delegações em Arcos de Valdevez, Mirandela e Penafiel como experiência piloto, em Julho de 2010.

Neste momento, a equipa do “Porto Canal era constituída por 10 jornalistas na sede e por 6 jornalistas nas 3 delegações, 2 produtores, 4 repórteres de imagem na sede e 3 nas delegações. A partir deste ano o principal bloco noticioso do canal, o Telediário, passou a ser exibido diariamente, incluindo fins-de-semana. Este espaço contava com 13 reportagens e incluía em média um direto por dia” (Dias, 2012: 51). Também neste ano, o Porto Canal tornou-se a primeira estação em Portugal a utilizar a “tecnologia LiveU”. Segundo Jaime Dias, esta “tecnologia consiste num equipamento que não exige ligação via satélite para transmitir sinal de vídeo e áudio, permitindo que a transmissão seja feita de qualquer lugar através da rede móvel. Todo o equipamento necessário para a transmissão cabe numa mochila” (Dias, 2012: 51).

No início de 2011 abriram delegações em Braga, Douro (Vila Real) e Guimarães. (Dados fornecidos pelo jornalista Humberto Ferreira)

Em 2011, “através de uma parceria com os responsáveis da empresa espanhola MediaPro, o Futebol Clube do Porto passa a gerir também o Porto Canal, tendo opção de Compra ao fim de 2 anos” (Dados fornecidos pelo jornalista Humberto Ferreira).

Com a entrada do FC Porto no Porto Canal a organização mudou um pouco. “Domingos de Andrade assumiu o cargo de Diretor de Informação e Programas, Rui Cerqueira o de Diretor de Conteúdos Desportivos, Fernando Tavares o de Assessor de Direção, Vanda Balieiro o de Chefe de Redação e Sara Barbosa o de chefe da produção de informação” (Dias, 2012: 51).

Foi neste momento que alguns programas desportivos começaram a ser transmitidos, como o “Somos Porto”, transmitido à 2ª segunda-feira das 22 horas às 23 horas, e o “Flash Porto”, inicialmente de segunda a sexta-feira com a duração de 10 minutos. Podemos atentar a este facto na grelha da programação de Setembro de 2011 do Porto Canal. O “Flash Porto”, área específica do meu estágio curricular, é um pequeno bloco informativo sobre toda a atualidade da equipa do Futebol Clube do Porto. As notícias sobre o universo azul e branco abordam a área sobre o futebol, nomeadamente equipa

(19)

principal, equipa B, Sub-19, Sub-17, Sub-15, assim como todas as outras modalidades do clube como, Hóquei em Patins, Andebol, Basquetebol.

Quando a estação Porto Canal comemora o seu 5º aniversário, a 29 de Setembro de 2011, a grelha sofre uma pequena mudança. Com esta mudança, começam a fazer parte da emissão novos programas de informação geral com a marca FC Porto. Uma das grandes mudanças, que mostrava a marca FC Porto mais visível, refletia-se na transmissão aos sábados, às 16h, de um jogo em direto de uma das modalidades e passam a existir resumos alargados sobre as restantes áreas desportivas. Para além disto, começa a ser emitido o programa “Azul e Branco”, apresentado pelo jornalista Tiago Girão, com reportagens sobre aquilo que é atualidade do FC Porto acompanhando também a antevisão da jornada de futebol do fim-de-semana. O Porto Canal, nesta altura, era constituído por 2 vertentes de programas na sua grelha, os Programas Informativos e os Programas Desportivos.

A 10 de Janeiro de 2012, Jorge Nuno Pinto da Costa, Presidente do Futebol Clube do Porto, apresenta o novo Diretor Geral do Porto Canal, o Jornalista Júlio Magalhães. Iniciou a 1 de Fevereiro de 2012 as funções de Diretor da empresa Porto Canal, e a visibilidade que ganhou na TVI contribuiu de forma muito positiva, para a divulgação do Porto Canal. No dia 30 de janeiro de 2012, o Porto canal renovou a sua grelha de programação, substituindo o seu segundo bloco noticioso, o Dia em Análise, pelo Último Jornal. As sínteses informativas, ao longo do dia, foram também alargadas, passando a contar com um programa noticioso às 18h. Segundo Jaime Dias, “surge ainda o espaço Territórios antes do Jornal do Norte com notícias da região Norte e o próprio jornal vê o seu cenário e grafismo refrescados.” (Dias, 2012: 52).

Foram ainda abertas as delegações de Braga no início de 2012. Em Março de 2012, o canal passou a ter uma delegação em Lisboa, resultado de um protocolo celebrado com a Agência Lusa.

Atualmente, a equipa do Porto Canal esta organizada desta forma: Diretor Geral: Júlio Magalhães, Diretor de Informação e Programação: Domingos de Andrade, Diretor de Conteúdos FC Porto: Rui Cerqueira, Chefe de Redação: Vanda Balieiro, Coordenação de Programas e Emissão: Mafalda Campos, Coordenadora de Produção: Fátima Ribeiro de Almeida, Conteúdos de Informação – Direção de Informação, Ana

(20)

Rita Basto (Editor), Cláudia Fonseca (Editor), Pedro Carvalho da Silva (Editor), Carla Ascensão (Editor), André Arantes (Editor Online).

É importante também referir a diferença entre jornalismo/informação e comunicação de marca. A partir do momento em que o FC Porto entra na estrutura do Porto Canal, para além do jornalismo que era feito até então, começa-se a fazer uma comunicação de marca do FC Porto.

É importante distinguir estes 2 conceitos. Numa primeira análise, distinguimos a informação da comunicação.

“Informar é produzir e distribuir mensagens o mais livremente possível. A comunicação, pelo contrário, supõe um processo de apropriação. (...) Assim, comunicar não é apenas produzir informação e distribuí-la, é também estar atento às condições nas quais o receptor a recebe, aceita, recusa, remodela em função do seu horizonte cultural, político, filosófico e, por sua vez, lhe responde” (Trigo, 2007: 2).

Numa definição ainda mais concreta, percebemos que a informação “é uma ferramenta para o exercício da profissão de Jornalista; é uma alavanca para a actividade jornalística. O Jornalista observa, tenta compreender e relata. Com esse relato (reportagem) estabelece ligações e relações entre os agentes sociais e estimula a participação de todos na vida comum” (Trigo, 2007: 3).

Depois de entendermos o que é a informação que caracteriza o jornalismo, vamos perceber o que é a Comunicação de marca.

A comunicação de marca “é um objecto de estudo que pode ser abordado a partir das ciências da comunicação, na medida em que pode ser concetualizada como um processo comunicacional, em que a organização comunica uma marca, e os recetores percecionam e interpretam. O que se pode designar por imagem de marca; que é apropriado para o estudo da relação entre tecnologia, sociedade e comunicação, esclarecendo sobre a influência dos dois primeiros factores no terceiro, ou seja, investigando até que ponto ter em consideração as características e os efeitos dos novos media e as características genéricas da sociedade contemporânea enquanto contexto da comunicação da marca pode influenciar o êxito desta, entendido como a obtenção da maior similitude possível entre o que as organizações pretendem comunicar, a marca, e o que é percecionado e interpretado pelos destinatários da comunicação, a imagem” (Soares, 2012: 12).

(21)

Mas numa definição mais sintetizada sobre o que é a comunicação de marca, podemos dizer que esta “é definida como o conjunto de meios e acções, pelos quais as empresas entram em contacto com os seus públicos através de diferentes meios” (Vásquez, 2009: 60). Com toda a comunicação que passa através “destes e de outros recursos comunicacionais, devem encaixar dentro de um adequado planeamento que comunique corretamente a identidade da marca, trazendo, por conseguinte, um fortalecimento da empresa. Nesta relação da empresa com o consumidor, é a publicidade, uma forte aliada na comunicação da identidade da marca, gerando na mente do público-alvo, uma série de associações, conceitos e ideiais convertendo à marca um ente com vida própria. A recepção de todas estas informações formará na mente do consumidor uma imagem de marca” (Vásquez, 2009: 61).

Com esta definição, podemos perceber o que passou a ser realizado no Porto Canal com a inserção da organização FC Porto. Esta marca, a marca FC Porto, encontrou um meio para se expandir, ou seja, o meio televisivo.

O FC Porto tenta assim expandir o valor da sua marca. Este processo é a “espinha dorsal onde se apoiará toda uma estratégia de comunicação” (Castro, 2010: 36). “O valor de uma marca é uma construção árdua que não basta ser conquistada, porque deve ser constantemente mantida” (Castro, 2010: 36).

O FC Porto encontrou uma forma viável para que o valor da sua marca fosse mantido e desta forma expandido.

Assim, o canal tem continuado com algumas mudanças, sobretudo na inserção de novos conteúdos sobre o FC Porto, que cada vez mais, assegura um espaço maior na grelha de programação do Porto Canal.

(22)

Mudança da Antiga para a Nova Grelha e Organização

Com conteúdos de interesse específico para os concelhos do Grande Porto, o “Porto Canal iniciou as suas emissões a 29 de setembro de 2006, estando sedeado em Matosinhos” (Dias,2012: 50).

Ao longo do ano 2006, a programação caracterizava-se por uma grande aposta na informação sobre as regiões do Norte, com apoios de empresas e autarquias e sobretudo com o apoio da Universidade do Porto (UP).

No ano entre 2009 e 2010, o Porto Canal, um canal dedicado apenas às regiões do Grande Porto abriu delegações em Arcos de Valdevez, Mirandela e Penafiel como experiência piloto. No início de 2011 abriram delegações em Braga, Douro (Vila Real) e Guimarães. Neste ano de 2011, através de uma parceria com os responsáveis da empresa espanhola MediaPro, o Futebol Clube do Porto passa a gerir também o Porto Canal. Começava a partir daqui uma longa mudança, feita por várias fases, na grelha da estação de televisão Porto Canal.

Com recurso a dados fornecidos pela empresa Porto Canal, nomeadamente pela Dr.ª Vanda Balieiro, vou fazer uma pequena descrição da grelha do Porto Canal numa semana de Julho de 2011, de Janeiro de 2012 e de Novembro de 2012.

Tendo por base estes três meses vamos perceber, as mudanças e diferenças que se registaram.

(23)
(24)

Ao olharmos para estas 3 tabelas, existe grande diferente e mudança entre Julho de 2011 e Novembro de 2012. A programação sofreu uma profunda alteração. Regista-se já uma mudança acentuada com a inserção do Futebol Clube do Porto no Porto Canal.

Se compararmos a tabela de Julho de 2011 com a Tabela de Janeiro de 2012, é notório o toque do FC Porto na estação de televisão. Em Julho de 2011 a tabela não apresenta na sua grelha nenhum programa sobre o FC Porto, dando destaque ao programa “Porto Alive!”, na tabela de Janeiro de 2012 já se encontra um programa desportivo dedicado à equipa dos dragões. Os conteúdos FC Porto começam logo pela manhã de segunda-feira com o “Flash Porto”, às 8h45. Na informação o Porto Canal lança em Janeiro de 2012 também o “Jornal do Norte”, mantendo o programa “Trânsito” já existente na grelha de 2011.

No que diz respeito à marca FC Porto, a grelha do Porto Canal volta a dar antena ao clube pelas 11h:30 da manhã. Na grelha de Julho de 2011 pela mesma hora existia “La Vien En Rose”. Este programa que estava no ar em 2011 deixou de existir, pois já não é visível na grelha de Janeiro do ano seguinte. Como é notório o FC Porto ganhava mais força no Canal. Para além de um bloco informativo do Clube à tarde, com o “Flash Porto Síntese”, o Canal começou a apostar mais na informação também fazendo um bloco de “Notícias às 19”, bloco de “Notícias às 20” e às 21 horas o “Jornal do Norte”

(25)

com cerca de 45 minutos de duração. Este “Jornal do Norte” substitui o “Telediário”. Em seguida, volta a dar visibilidade ao FC Porto com o “Flash Porto” e após este bloco informativo sobre a equipa lança o “Somos Porto”, tendo a duração de 1 hora, das 22h às 23h.

Depois disto, às 23:45 volta a ser visualizado o “Flash Porto”, e é ainda mostrado um Especial FC Porto Futebol com aproximadamente 2 horas. Este especial destacava um possível jogo da equipa do FC Porto. Ainda dentro desta linha azul, é lançado um programa chamado “Azul e Branco Reportagem”, dando ainda mais espaço à marca FC Porto.

A informação e a área desportiva, dando visibilidade ao FC Porto, são sem dúvida a aposta da Grelha de 2012. Apesar destas fortes apostas, alguns programas já existentes ficam na grelha de Janeiro de 2012. Programas como o “Porto Alive”, “Cinema Batalha”, “Net Diário”, “Caminhos da História”, “Consultório”, “Domínio Público”, “O Dia em Análise”, “Destino Norte”, “Sem Perder o Norte”, “Pontos Cardeais”, “Culture Club” assim como também o “Clube dos Cozinheiros”. De entre estes o “Porto Alive” era, e ainda hoje é uma das referências do Porto Canal. Nesta mudança de 2011 para 2012 são inseridos na grelha novidades como os programas “Tribuna Livre”, “Vizinhos” e o programa “Novo Norte”. De certa forma, foi feita uma atualização significativa, pois o Porto Canal começa a dar um grande destaque ao seu Clube. A marca FC Porto começa a ser uma característica incontornável na grelha do Porto Canal, nomeadamente em Janeiro de 2012.

Apesar de uma grande aposta na marca FC Porto, o Porto Canal quis também manter a sua linha original, com programas informativos, de debate, de opinião, de informação regional, falando do que se passa no Norte. O Porto Canal e FC Porto uniram-se, mas o Porto Canal manteve-se uma televisão generalista.

O FC Porto ao agregar-se ao Porto Canal só obteve vantagens, pois consegue expandir muito mais a sua marca, chegar onde antes não chegava, através de um meio de comunicação seu. O Porto Canal com esta junção não se alterou, mas sim, completou-se. A consolidação de Porto Canal e FC Porto só veio beneficiar um e outro. É óbvio que esta junção foi benéfica para os 2, pois a grelha de Novembro de 2012 prova isso mesmo, com novas apostar em conteúdos do FC Porto.

(26)

Depois de termos comparado a grelha de Julho de 2011 com a grelha de Janeiro de 2012, percebendo que existem diferenças consideráveis, vejamos o que mudou da grelha de Janeiro de 2012 para a grelha de Novembro de 2012.

No início do dia, em Janeiro de 2012 e Novembro de 2012, são visíveis já mudanças e diferenças nas grelhas. No que diz respeito à informação do canal, o programa “Trânsito” e o “Jornal do Norte” são substituídos pelo “Último Jornal”. Mantém-se o “Flash Porto”, começando mais cedo mas com o mesmo tempo de duração. Também é mantido o programa “Consultório”, assim como o “Porto Alive”, pois são programas nucleares do Porto Canal.

Para além, disto criam-se mais novidades, como o lançamento do programa “Imperdíveis”, e com uma novidade que garantia a companhia do telespectador durante a manhã. É lançado o programa “Grandes Manhãs”, com Ricardo Couto a dirigir o programa. O Porto Canal começava assim a fazer uma aproximação, nunca antes feita, das televisões generalistas. Não é por acaso que o Porto Canal é o único canal generalista por cabo.

Ainda com mais novidades, o Porto Canal lança na sua grelha o programa “Territórios”, apresentado pelo jornalista Humberto Ferreira e pelo jornalista Alexandra Costa Martins. O programa consiste em passar os principais assuntos que marcam o dia-a-dia das várias regiões do país, dando destaque às regiões do norte. As notícias que os outros meios de comunicação social não noticiam, são apresentadas aqui neste programa, porque também são parte da vida de cada um. É também mantido um dos programas base do canal, os “Caminhos da Históra”, pois é uma referência para os telespectadores. Este programa é “muito elogiado pela crítica televisiva e candidato ao prémio da Sociedade Portuguesa de Autores, na categoria televisão, programa de entretenimento (2013). Este programa está ligado ao património e à história, onde através das ruas, ruelas, monumentos, museus, igrejas, o historiador Joel Cleto vai falando da origem da história e das estórias e mitos que a rodeiam” (Porto Canal, 2013).

É também aproveitado o programa “Testemunho Direto”. O bloco informativo mantém-se com as “Notícias às 17” e as “Notícias às 18”. Depois disso, mais um destaque azul e branco com o “Flash Porto Síntese”, sendo que aqui é feita toda a atualidade e todas as novidades do FC Porto.

(27)

A grelha, deste mês de Novembro de 2012, é marcada ainda pela aposta no programa “Territórios” aparecendo este programa às 18h:15 de todos dias, com a duração de 15 minutos. Mantém-se também os programas Porto Alive, sendo este um programa chave.

A principal novidade na informação do Porto Canal é o lançamento do “Jornal Diário” pelas 20 horas. Este bloco informativo tem a duração de 1 hora, e vem substituir o “Jornal do Norte” que começava em Janeiro de 2012 pelas 12 horas. O Porto Canal aposta desta forma numa, ainda maior, aproximação às televisões generalistas como a RTP, SIC e TVI. O “Jornal Diário” arranca à mesma hora que os blocos informativos destas televisões generalistas. O Porto Canal tentava assim competir com os jornais das outras estações de televisão.

No que diz respeito ao desporto, é lançada uma novidade sobre os conteúdos do FC Porto. É criado o programa “45 minutos à Porto”, apresentado pelos jornalistas Tiago Girão, Paulo Miguel Castro, Tiago Marques e ainda com o apoio do comentador Bernardino Barros. Este programa tinha como objetivo claro conseguir captar a atenção dos telespectadores, durante o horário nobre das 21 horas até às 21h:45.

Neste período de tempo eram apresentadas todas as novidades informativas referentes às equipas do FC Porto, isto no futebol, andebol, hóquei em patins assim como todas as atividades ligadas ao clube. Neste programa surgem também entrevistas, reportagens sobre os assuntos dominantes do FC Porto. Apesar deste programa, o “Flash Porto” volta a ir para o ar, logo a seguir, tendo a duração de 15 minutos.

Dentro do assunto FC Porto, é ainda mantido o “Especial FCP-Jogo”, pela 1h:30. O “45 minutos à Porto” volta a ser visionado pelas 5 horas seguindo-se um bloco informativo sobre a atualidade do FC Porto com o programa “Flash Porto”, às 5h:45, sendo isto uma gravação do que passou a partir das 21 horas da noite.

Existem ainda mais novidades nos conteúdos do FC Porto, com o destaque que o Canal dá aos jogos de hóquei e andebol do clube. Nasce desta forma o programa “Dragão Caixa Hóquei”, um programa que acompanha em direto os jogos da equipa do hóquei em patins do FC Porto, quando esta joga em casa, no Dragão Caixa. É também mantido um programa que já era visível na grelha de Janeiro de 2012.

O programa “Azul e Branco” mostra o universo menos conhecido sobre o FC Porto, através do jornalista Ricardo Amorim que ia apresentando várias reportagens. Nasce

(28)

também um novo programa ligado ao FC Porto chamado “Cadeira de Sonho”. Este programa desvenda e mostra as histórias de gente comum que tem uma grande paixão pelo FC Porto.

Ainda sobre o conteúdo do FC Porto, é lançado, à sexta-feira, o programa “Grandes Adeptos”. Este programa consistia em debates sobre a atualidade desportiva do clube, com um convidado especial. Este programa é transposto da antena 1 para a televisão. O programa “Invictos” também é uma das novidades. Este programa mostra o outro lado de jogadores, treinadores, responsáveis e dirigentes do FC Porto. Surge também o programa “Dupla Improvável”.

O canal, nesta mudança de grelha em Novembro de 2012, apostou ainda mais nos conteúdos desportivos sobre o FC Porto e criou mais novidades, através de programas dedicados a temas do clube.

Surge na grelha do Porto Canal um programa dedicado à ciência, “Mentes que Brilham”, um programa que dá voz à investigação e às novidades da ciência. É criado o programa cultural “Vítor Hugo Mãe”, um programa com entrevistas semanais, em que este escritor convida uma personalidade ligada à cultura, conversando com ela sobre a sua carreira e projetos mais recentes.

Surge também novidades como os programas “A conversa com Ricardo Couto”, “Concelhos e Negócios”, “Revista da Semana”, “Primeira Classe”, “Conferências da Casa da Música”, sendo estes programas transmitidos ao fim de semana.

É também feita a aposta na série “Major Alvega”, uma série dos anos 90, que gira à volta de um herói de banda desenhada, o Major Alvega. Depois de ter sido um sucesso na estação de televisão RTP, é agora transmitida no Porto Canal.

Apesar de muitas mudanças, novos programas e uma grelha com uma alteração profunda, alguns programas são mantidos no ar da grelha de Janeiro para a grelha de Novembro. A exemplo disso temos os programas “Porto Alive”, “Consultório”, “Cinema Batalha”, “Radioativo”, “Culture Club”, “Destino Norte”, “Pontos Cardeais”. No que diz respeito aos conteúdos desportivos FC Porto mantém-se o programa “Flash Porto”, “Azul e Branco”, sendo retirado o “Somos Porto”, mas com a inclusão de novos programas como o “45 minutos à Porto”, “Grandes Adeptos”, “Invictos” e o

(29)

acompanhamento mais profundo da equipa de hóquei com o “Dragão Caixa Hóquei”. É mantido o Especial FCP Jogo à segunda-feira.

Com esta mudança desaparecem da grelha de programas do Porto Canal alguns conteúdos. Na grelha de Novembro de 2012 deixa de ser visível os programas como o “Sem Perder o Norte”, “Tribuna Livre”, “Vizinhos”, “Terra”, “O Dia em Análise”, assim como o programa “Domínio Público”. Se compararmos a grelha de Julho de 2011, com a grelha de Novembro de 2012, apercebemo-nos da profunda mudança que aconteceu entre 2011 e 2012. É notório o aumento dos programas dedicados à informação, assim como aos conteúdos desportivos FC Porto, isto com a inserção do FC Porto na empresa Porto Canal. Como prova disso, e depois de uma análise cuidada às mudanças da grelha Porto Canal, vamos ver graficamente a evolução dos conteúdos desportivos FC Porto. Em Julho de 2011, não existindo programas com conteúdos desportivos FC Porto a percentagem estava nos 0%.

Em Janeiro de 2012 assistimos a um aparecimento de programas com conteúdos desportivos FC Porto, ocupando 22% da grelha Porto Canal.

(30)

Em Novembro de 2012 os conteúdos desportivos FC Porto eram reforçados com um aumento de 2% em relação a Janeiro de 2012, aumentando assim o seu espaço na programação Porto Canal, preenchendo 24% da grelha.

Conteúdos Desportivos Transmitidos (FC Porto)

Com a entrada do FC Porto, em 2011, na estrutura do Porto Canal, assistiu-se a uma profunda mudança, sendo que o FC Porto adquiriu a parte detida pela Media Luso (97%), pertencente ao grupo espanhol MediaPro.

Segundo Jaime Dias, “com a entrada do FC Porto, os conteúdos desportivos do canal ganharam autonomia, sendo que passaram a ser exclusivamente determinados pelo clube e com espaços próprios na programação. Toda a informação de carácter não desportivo manteve a sua autonomia, continuando a abordar os mais diversos temas” (Dias, 2013: 52).

Vamos então perceber, quais as diferenças e novidades que a entrada do FC Porto na estrutura do Porto Canal veio trazer à grelha de programação. Na grelha de Julho de 2011, da estação Porto Canal, ainda não existem conteúdos desportivos da marca FC

(31)

Porto. O canal até à entrada do FC Porto não continha nenhum programa de carácter desportivo. Os primeiros programas desportivos começam então a surgir, como é visível da grelha de programação do mês de Janeiro de 2012. Os programas que surgiram foram o “Flash Porto”, “Compacto Flash Porto”, “Flash Porto Síntese”, “Somo Porto” e uma dedicação especial aos jogos do clube com o “Especial FCP Futebol”. Para além disso, nesta grelha de Janeiro de 2012 apareceu também o programa “Azul e Branco” ligado ao tema FC Porto.

Depois deste aparecimento de conteúdos televisivos do FC Porto, na grelha de Janeiro de 2012, o Porto Canal começou como é evidente a dar mais tempo de antena aos assuntos FC Porto. Na grelha de Novembro de 2012, são visíveis ainda mais apostas em novos programas, com uma dedicação maior ao conteúdo FC Porto, quer no número de programas, como no aumento do tempo em conteúdos dedicados à equipa dos Dragões.

Na grelha, de Novembro de 2012, é possível ver a aposta no programa “Flash Porto”, “Flash Porto Síntese”, já conhecidos da grelha de Janeiro. Surge então uma novidade, o programa “45 minutos à Porto”. Mantém-se também o “Especial FCP jogo” às segundas-feiras. Mas as novidades não ficam por aqui.

É criado o programa “Cadeira de Sonho”, assim como uma dedicação especial ao FC Porto modalidades. Aparece na grelha de Novembro de 2012 o programa “Dragão Caixa Hóquei”, sendo transmitido em direto os jogos de hóquei em patins do FC Porto em casa. Também é feito o acompanhamento da equipa de andebol do FC Porto, tendo como nome “Dragão Caixa Andebol”, transmitindo-se do mesmo modo os jogos da equipa de andebol do FC Porto em casa.

É lançado também o programa “Invictos” com matérias relativas ao assunto FC Porto. Também é inserido na grelha do Canal o programa “Grandes Adeptos”, assim como um acompanhamento mais detalhado, dos jogos que a equipa do FC Porto teria ao fim de semana, através do programa “Especial FCP Pós Match”.

Uma das apostas que é mantida nesta grelha é o programa “Azul e Branco”, continuando este no ar desde a grelha de Janeiro de 2012.

Sabemos agora, os programas que foram lançados na grelha Porto Canal e a evolução destes, consoante a evolução da programação Porto Canal. Vamos então, fazer uma

(32)

referência mais detalhada dos programas que existem até este momento, na grelha Porto Canal, dedicados a conteúdos sobre o FC Porto.

Em primeiro lugar, e o primeiro programa a aparecer na grelha Porto Canal foi o “Flash Porto”. Este programa entrava e entra várias vezes ao dia na grelha Porto Canal para dar conta das notícias sobre a equipa do FC Porto, quer sobre futebol assim como nas outras modalidades.

Surge o programa “45 minutos à Porto”. Este programa tem sido uma das maiores apostas de conteúdos FC Porto, pois agrega a atualidade na sua totalidade sobre o FC Porto, assim como é um programa onde são feitos debates, grandes reportagens e ainda entrevistas. Este programa conta com os apresentadores habituais Tiago Girão e Paulo Miguel Castro, e mais recentemente com o jornalista Tiago Marques. Para além disto, Bernardino Barros tornou-se também uma figura incontornável no “45 minutos à Porto”, sendo este comentador do programa.

Uma das apostas que continua na grelha Porto Canal é o programa “Azul e Branco”, onde são feitas reportagens a um universo menos conhecido do FC Porto. Estas reportagens mostram aquilo que não se conhece.

É lançado o programa “Cadeira de Sonho”, isto na grelha de Novembro de 2012, consistindo na procura e descoberta de histórias sobre o amor e paixão de pessoas comuns pelo FC Porto.

São inseridos 2 programas especiais, o “Dragão Caixa Hóquei” e o “Dragão Caixa Andebol”. Estes programas são o reflexo direto da importância que o Porto Canal veio dar à equipa dos Dragões, com a entrada do FC Porto na sua estrutura. Com estes programas, os jogos de hóquei em patins em casa do FC Porto, e os jogos de andebol passaram a ser transmitidos em direto pelo Porto Canal. O Dragão Caixa tornou-se palco de audiências com a transmissão destes jogos, levando até aos telespectadores a emoção da competição e da vitória azul e branca.

O programa “Dupla Improvável” é mais uma vertente desportiva incluída na grelha Porto Canal. Este programa, feito pelo antigo jogador do FC Porto, Paulo Futre, e pelo Diretor do Canal, o jornalista Júlio Magalhães, centra-se na carreira do jogador, com vídeos, convidados em estúdio, assim como momentos musicais e ações de solidariedade.

(33)

É lançado também o programa “Grandes Adeptos”, sendo este um programa de debate sobre a atualidade desportiva do FC Porto. Normalmente com um convidado reconhecido. Este programa foi transportado da Antena 1 para o Porto Canal.

Surge também o programa “Invictos”, agregado depois ao programa “45 minutos à Porto”, mas com o intuito de mostrar o outro lado da vida dos jogadores, dirigentes, responsáveis e treinadores da formação do FC Porto.

Mais recentemente surgiu, dentro dos conteúdos FC Porto, o programa “Portistas no Mundo”. Este programa procura histórias de vida de adeptos portistas, sendo estes residentes no estrangeiro, mas que não deixam de ter paixão, de apoiar e vibrar com as vitórias do FC Porto, levando o nome da equipa além-fronteiras.

É percetível a grande aposta do FC Porto em conteúdos novos sobre o universo portista. Com programas informativos como o “Flash Porto”, e o “45 minutos à Porto” a atualidade da equipa principal, da equipa B, dos sub-19, sub-17e sub-15 está assegurada. Para além disto, as modalidades também são acompanhadas da mesma forma, levando as últimas notícias dos jogadores da formação do FC Porto até aos telespectadores. Para além de conteúdos sobre a área desportiva FC Porto, também foram lançados novos programas sobre o que caracteriza o FC Porto, dando a conhecer melhor o clube, e permitindo que novas histórias do FC Porto fossem conhecidas. Uma das maiores apostas foram sem dúvida as transmissões dos jogos de hóquei em patins e andebol.

Portanto, é notória a grande evolução que se registou na entrada do FC Porto na estrutura do Porto Canal. O Porto Canal começou a transmitir uma extensa linha de conteúdos sobre o FC Porto. Apesar disto conseguiu também manter a autonomia nos seus programas iniciais, de certo modo, aumentou também a sua linha informativa dando ao canal mais credibilidade apesar de estar associado a um clube. Com estas mudanças profundas, Porto Canal e FC Porto ganharam os 2 com isto, pois penso que um completou o outro, um com a necessidade de expandir a sua imagem, e outro com a necessidade de conquistar mais audiências.

(34)

Experiência Pessoal

Atividades e Conteúdos Elaborados

No decorrer do Mestrado em Ciências da Comunicação, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, ano letivo de 2012/2013, foi decidido por mim e pelos responsáveis do Curso que iria fazer um estágio na empresa Porto Canal, com a duração de 3 meses. Depois de um pedido de admissão para estágio, na empresa referida anteriormente, iniciei as atividades na data de 22 de Outubro de 2012.

Neste dia desloquei-me à instituição, onde fui recebido pela Chefe de Redação Dr.ª Vanda Balieiro, juntamente com a presença do Dr. Tiago Girão, Jornalista de conteúdos desportivos que seria o responsável na orientação das minhas atividades. Desta forma, ingressei na realização de conteúdos desportivos na área Flash FC Porto. O horário de

(35)

estágio que comecei a realizar situava-se entre as 9 horas da manhã, prolongando-se até às 19 horas, 20 horas da noite.

Depois de uma explicação detalhada de qual seria a minha função na empresa Porto Canal, comecei a atividade com uma deslocação no dia 23 de Outubro, ao Estádio do Dragão, juntamente com o Jornalista Tiago Marques e o repórter de imagem Sérgio Aleixo. Depois de assistir à conferência de imprensa do Treinador do FC Porto, em antevisão à partida frente ao Dínamo de Kiev, para a Champions League, comecei a construir a minha primeira peça de treino sobre a antevisão deste encontro. A primeira dificuldade foi a aprendizagem para trabalhar no programa Final Cut Pro, pois o único programa em que tinha editado tinha sido o Adobe Première. Com os dados disponíveis online, informações e com as imagens da conferência de imprensa fiz a primeira peça que foi depois corrigida e analisada pelo meu responsável Tiago Girão.

Na análise desta peça, foram detetados alguns problemas de escrita, edição e principalmente na dicção do off da peça. Nos dias seguintes, e com apoio de alguns dos colegas jornalistas, comecei a dominar o programa “Final Cut Pro” e iniciei a correção dos problemas identificados na minha primeira edição de uma peça. Com a realização de mais edições e peças, a mecânica da montagem, a edição de áudio começaram a ficar aceitáveis. Também desta forma, aprendi a fazer “print” de uma peça através de cassetes e “VT’s”, um pormenor que está abolido, pois as peças passaram a ser enviadas diretamente para a régie através do sistema informático, funcionando como repositório.

Logo no início, também me foi orientada a forma de como devia fazer a legendagem de declarações, neste caso, declarações dos jogadores do FC Porto.

Depois da deslocação ao Estádio do Dragão, dentro do tema desportivo futebol, o Futebol Clube do Porto também está bem presente no Hóquei em Patins, Andebol e no Basquetebol. Dentro destas modalidades, o FC Porto representa-se muito bem. O Clube tem conquistado sucessos no Hóquei, andebol e no basquetebol. O Dragão Caixa é o local onde o FC Porto mostra a sua hegemonia que vai muito para além da atividade futebolística.

Ao longo do meu estágio curricular, acompanhei alguns dos jornalistas do Porto Canal na elaboração de trabalhos e peças jornalísticas. No decorrer deste mesmo estágio

Referências

Documentos relacionados

Isto porque para imagens em que esta linha seja horizontal poderia ser calculada a distância do obstáculo à base da imagem para avaliar qual se encontra mais próximo do veículo..

Para uma primeira tentativa, mesmo não obtendo uma integração maior entre os conhecimentos, por terem sido trabalhados isoladamente em cada componente curricular, realizouse

By interacting with people from different backgrounds and different cultures, I became interested on what connects us and what makes us different from others and also

Este trabalho buscou, através de pesquisa de campo, estudar o efeito de diferentes alternativas de adubações de cobertura, quanto ao tipo de adubo e época de

No entanto, maiores lucros com publicidade e um crescimento no uso da plataforma em smartphones e tablets não serão suficientes para o mercado se a maior rede social do mundo

O objetivo do curso foi oportunizar aos participantes, um contato direto com as plantas nativas do Cerrado para identificação de espécies com potencial

O valor da reputação dos pseudônimos é igual a 0,8 devido aos fal- sos positivos do mecanismo auxiliar, que acabam por fazer com que a reputação mesmo dos usuários que enviam

Este estudo apresenta como tema central a análise sobre os processos de inclusão social de jovens e adultos com deficiência, alunos da APAE , assim, percorrendo