M-
•^
^v^^/^—
'4^
II
DÂ
BAHIA.
Joaquim
de Carvalho
Bctlaniio.
u.
•*
THÉSE
™*fADiÈFDBU(MNTB
SOSTEPiE3I
NOVEMBRO
DE
1864
A
FACULDADE
DE
MEDICINA
DA
BAHIA
POR
TffATUBAI.
DA
BAHIA,
Fillio legitimode Genuíno Barbosa Bettamio aD.Joaquina de CarvalhoBettamio-,
PARA OBTER
O
GRÃO
BAHIA:
TYPOGRAPHIA
DE
EP1PIÍANIO
PEDROZA
Rua
dosCapitães n.°4^
MliUDl
DE
MIOU
Dl
BAHIA.
O
Exm.
Sr. Coais.
eloíio K£:ip<istados Anjos.
HCBDIRECTOI-0
EXM. SNR. C0\S. UC,E\TE FEIIKEIKA DEMAGALHÃES
LENTES PROPRIETÁRIOS.
vs. doutores i.° ANNO". rIaTehias que leccionâo.
,. ... . r , ., .,. )Physica
cm
coralcparticularmenteem
(.ons. \iccnte Icrreira de Magalhães. .[
"
,D
- « m^j;,,:,»,,
B
j suasapphcaçoes a Medicina.
Francisco Rodrigues da Silva
....
Cliimica c Mineralogia.Adriaoo Alves deLima Gordilho . . . Anatomia descriptiva.
2.° ANNO.
António de Cerqueira Pinto Chimica orgânica.
Physiologia.
António Mariano do Bomíim Botânica c Zoologia.
Adriano Alves de LimaGordilho. . . . RepetiçãodeAnatomiadescriptiva.
3.° ANNO.
Elias José Pedrosa Anatomia Geral e Palhologica. José de Gocs Siqueira Pathologia Geral.
Continuação de Physiologia.
4.o ANNO.
Cons. Manoel Ladisláo Aranha Dantas . Potliolo^io externa.
Alexandre José de Queiroz Pathologia interna.
Mathios Moreira Sampaio
....
)Parto
f>
'"olestias de mulheres pejadas
S e de meninos rccem-nascidos.
5.» ANNO.
AlexandreJosé de Queiroz Continuação de Pathologia interna.
Jozé António deFreitas [Anatomia topographica, Medicina
ope-\ ratona, e apparclhos.
Joaquim António dOliveira Botelho . . MatériaMedica e Thcrapcutica.
6.o ANNO.
AntónioJosé Ozorio Pharmacia.
Sallustiano Ferreira Souto . . . , . Medicina legal.
Domingos BodriguesSeixas Hygiene eHistoriade Medicina.
António José Alves Clinicaexternado 3.° e4.° anno.
António Januário de Faria Clinicainternado 5.° e O.»anno.
LENTES
OPPOSITORES.
Rozendo Aprigio Pereira Guimarães .
lgnacio José da Cunha
PedroRibeirode Araújo ^Secção Acces<oria.
José lgnacio de Barros Pimentel . .
Virgilio Climaco Damazio
José Affonso Paraíso deMoura . , .
Augusto Gonçalves Martins
....
Domingos Carlosda Silva
....
\^Secção CirúrgicaAntónioAlvares da Silva \
Demétrio Cyriaco Tourinho I
Luiz Alvares dos Santos Jseco.ão Medica.
João Pedro daCunha Valle
\ jeronymo Sodré Pereira . /
SECRETARIO—
O
Sr.
^
¥»mto
da
Silva.
CFFIGI.
-.
l PA 5Z:RKTáRJA—
O
;-.«ini
«Aquino Gaspar
3SERTAC'
^7
*
m««'
Cura
radical
das
hérnias
inguinaes.
NTES
de entrarmos no ponto especialmente julgamos necessário|dar
uma
idéadoque
são essestumores áque
setem
dado onome
dehérnias inguinaes, suas differentesvariedades, e fazer
um
rápidoes-boço de sua historia.
Dif. Da-se o
nome
de hérniasem
geral aos tumores formadospelasa-hida de
uma
víscera,ou
deum
órgão qualquer atravez deuma
abertura naturalou
accidental,porém
mais ordinariamente deuma
porção dein-testinos, epiploon
ou
viscera abdominal.Trataremos
somente d'entre estas ultimas d'aquellasque
seformam
ou
no canal inguinal,ou
em
alguns dos pontosdesua circumferencia, ásquacs se
chamam
hérnias inguinaes.Variedades.
Os
practicos distinguem muitas variedades d'estas hér-nias das quaes as principaes são: l.a obliqua externa,quando
a hérniapenetra no canal inguinal externo, porfora da artériaepigastrica, isto é
pela fossetainguinal externa e percorre obliquamente todo o canal. 2.»
directa assim
denominada
em
rasão de sua direcção de diante para traz,é
quando
ella penetra no canal pela fosseta media, e internaem
relaçãoá artéria epigastrica. 3.» obliqua interna si ella penetra
na
fossetaingui-nal interna. 4.*é
uma
outra variedadeque tem
onome
de intersticial,quando
ellafazcaminho
pela aponevrosc do grande obliquo, edesenvol-ve-se
na
espessura das paredes abdominaes.Além
destas principaes asoutras variedades são secundarias, assim
tem
onome
de começantesquando
apenaspenetram
no canal inguinal; de bubouocelcs. se percor-1rcm
todo o canil; de oscheoceles, sidescem
até o escroto.Todas
estas variedades de hérniaspodem
sercongénitasou
accidentaes.Historia.
Os
cirurgiões antigos fizeram muitas discripções de variasespécies dehérnias: não obstante as idéas vagas
qne
ellestinham da
ana-tomia do peritonêo, diíTercntes opiniões existiam n'aquella época,
al-guns
pensaTam que
o peritonêo descia no escrotopara conter o testículo,outros diziam
que
elle era perforado no annel inguinal, e ainda outrosacreditavam que elle se extendia justamente ao redor
da
cavidadeabdo-minal. Dividiam elles as hérnias
em
duas classesque
eram: l.a aqueilasque
resultavam do relaxamento dos tecidos, isto é da parede abdominal:2.a aqueilas
que procediam de
uma
fendado sacco peritoneal, atravezdo qual os intestinos passavam. Elles
também
seoceuparam
dos resul-tados fataesque occorriam pela colleção de fezes nos intestinos,mas
doslivrosantigos se collige que
nunca
elles executarão operações para acu-radas hérnias estranguladas, e aproya é
que
OEtius e outrosprohibiam
expressamente qualquer tentativa para reducção das partes herniadas, logo que a inflammação e outros
symptomas
de estrangulação se mani-festassem.As
operaçõespara a cura das hérnias estranguladas sãocomparativa-mente
muito modernas. Rossetus,que
era professorem
Veneza
em
1725, menciona três operações destas
como
maravilhas do progressocirúrgico.
Não
ha razão para crôr-seque
as hérniaseram
menos
frequentesan-tigamentedo que hoje, porque refereo jornal medicode
Edimburgo, qao
nodecurso de 28 annos, noventa mil indivíduos
pouco mais
oumenos
que aoffriam desta molestida
foram
auma
Sociedade de fundasem
Londres para procurarem allivio a seus soffrimentos.
Cura radical.
Quem
attender aonumero
extraordinário de operaçõesou processos
que
setemempregado
paraa cura radical das hérniasin-guinaes, julgará provavelmente
que
o cirurgiãoque
tentar a cura destaenfermidade poderá contar
com
resultados certos e efíicazes.Infelizmen-te assim não acontece, esta variedade de processos
não
indicamais
do que os esforços vãos
que
setem
feito para obter senão a cura, pelomenos
o allivio desta moléstia.As
operaçõesque teem
sido imaginadas para a curaradical das hér-nias lêem por fim produzir mais ou menosa occlusão,ou diminuir oorifí-cio atravezdo qual
passaram
os intestinos.Dividiremos estas operações
em
3 classes: na l.a nosoceuparemos
ncèesque
não são verdadeiramente cirúrgicas,mas
que
em
mui-(3)
las circumstancias
teêm
sido de grande utilidade pelos resultados fe-lizesqucteem
apresentado,que
são a posição,acompressão,e os tópicos:na
2.» descreveremos osprocessosque
foram mais usados antigamente, eainda nos nossos tempospor diíTerentes practicos, e
que
estãoou
com-pletamente
abandonados
porque alem de bárbaroseram
perigosíssimos^
ou não são usados porque não
tem
em
seo favor a experiência,nem
asaneção do tempo: na 3.a trataremos d'aquellas operações
que
são maisracionaes, e engenhosas e
que tem
em
seo apoio as experiências degran-des cirurgiões, e
que
sãomodernamente
quasias únicas adoptadas.1.»
CLASSE.
Posição.
A
maiorparte das hérniasreduzem-se pelofactodo decubitusdorsal, do
que
se pode concluirque n'uma
idadeem
que a aberturaten-de a fechar, cgozade
alguma
retractibilidade, sendo a hérnia novaeformada
dechofre, isto d, não tendoaindaas víscerasabdominaesse
ha-bituado á.aquelle vicio de relação,e não se havendo feito
na
cavidade as modificaçõesna forma
e capacidade (Telia, pode-se,como
a experiênciademonstra, obtera cura completa.
Ainda maia
serve estemeio
como
um
valioso auxiliar dos outros pro-cessos.Compressão.
A
compressão,empregada
ordinariamentecomo
meio
palliativo, encontrando
também
condições favoráveis, pôdeproduzira
acura radical.
A
compressão, se faz pormeio
de fundas: estasvariam
segundo
as differentes hérnias, e idades; deixaremos de parte ades-cripção cTellas, apezar de sua importância, por serem geralmente
co-nhecidas; apenas diremos
que quando
a abertura herniaria é grande elarga, deve-se
empregar
uma
funda largatambém
e pouco convexa,por-que
ao contrario, si ellafor estreita e muito convexa impelleria a pellena
abertura e a dilatariaem
vez de a diminuir.A
compressãoobra
no
mesmo
sentidoque
a posição, isto é impedindoa saída do tumor, porconseguinte para obter-se
um
resultado feliz é necessárioque
suaacção
não
seja interrompida.Tópicos. Certos tópicos adstringentes e tónicos foram
sempre
em.
pregadas para curar as hérnias, assim: os emplastros centra r
.pturam,
as cataplasmas de Pare, o bolo Arménio, o aloés, as fundas
que
conti-nham
ópio bruto, noz degalha &c.A
efticacia dostópicos usados porsi«osénegada pela maiorpartedos practicos,
enten-der não lhe
damos
grande importância,com
tudoem
alguns casos decombinação
com
os meios precedentemente descriptos teem-se obtidoalguns resultadosfavoráveis, principalmente
quando
concorrem
ascon-dições
que mencionamos quando
tratamos da posição.*.»
CL
ASSE.
Nesta segunda classenos
occuparemos
dacauterisacão,da
incisão,da
excisão, das ligaduras, da acupunctura, do processo
do
enroladoirodo
sacco, dos corpos estranhos, dasinjecções iodada e outras,
da
castração,do ponto áureo,
da
suttura real, as escarificações,que
jáforam meios
imaginados e
empregados
para cura radical das hérnias,porém
hojedesprezados porseus
nenhuns
resultados, e apenas apontados porhonra
da Cirurgia.
Cauterisacão.
O
primeiro cautériousado
para a cura das hérnias foi oactual,
que
era julgado pelos cirurgiões antigos omais
efíicaz: ellesfa-ziam cauterisações tão profundas
que
chegavam
á desnudar, e provocara exfoliação do púbis,
com
o intento deteruma
cicatriz adherente aoos-so, que devia assim apresentar
uma
resistência maior ás vísceras.Depois
como
o ferroquente atemorisava o povo, foi sendoabando-nadoesubstituído pelos cautérios potenciaes particularmente pelo óleo
de\itiiolo,
que
foipormuito tempo usado
como
remédio universal;paraesse fim
eram
empregadas
fundasque tinham
um
reservatóriopara
oscáusticos.
A
cauterização continuou a serusada
atéque
aAcademia
realde cirurgia de Paris, fez-lhe justiça devida,
condemnando-a
como
um
meio
perigosoesempre accompanhado
de recahida, peloque
foicom
ra-zão inteiramente abandonada.
Incisão.
A
incisãousada pelos cirurgiões antigospara a cura dashér-nias, e
mesmo
ainda por alguns modernos, eraum
dos meiosmais
sim-ples, e talvez maisinnocentes dos
que
eram
usadosem
épocas remotas.J. L. Petit, Pott, e outros practicos
que
se serviram desta operaçãoforam
os primeirosque
aabandonaram
ehojeninguém mais
aemprega,
não
sò pelos seus resultados inefficazes,como
também
pelasconsequen-quencias gravesde
queé
acompanhada.
EcDcisão.
A
excisão operaçãotão ineíficazcomo
a incisão,emais
diffi-cile dolorosa de
que
esta,porque
se dissecava, e cortava parteou
todo•acco herniario, presentemente
não
émais
practicada.mulheres,
como
aconselhava Ledran, -onde seobtém
alguns resultados*nashérnias escrotaesnão, pela difficuldade de separar-seo cordão esper-matico.
Tem
alguma
utilidadenas hérnias ombilicaes dosrecemnascidos.A
cupunctura. Este meio imaginado por Bonnet (de Lyon) consistiaem
atravessár-se ocolletedo sacco herniarioporalgunsalfinetescujo
numero
podia variar de três á seis, as duas extremidades dos alfinetes
eram
col-locadas dentro de dous pedaços de cortiça, que se
podiam approlimar
vim do ontro,pondo
d'esta sorteem
contacto os pontos oppostosdo
sac-co,determinando assima inflam
mação
adhesiva das partes, e oblitera*do
collete do sacco; o apparelho era conservado por espaço de seis atedoze dias.
Esta operaçãoainda nova, e não tende
em
seo apoio aexperiência, não nos parecemuito
efficaz.Outra ligadura. Esta operação não consiste mais do
que
nasubsti-tuiçãodos alfinetes
do
processo de Bonnet, por fios duplos encerados, eqtscortiças por corpos sólidosquaesquer,
formando
assimuma
espécie desultura oncavil liada.
Em
vez de períurar-se o sacco atravessa-sesomenteapelle, fazendo-lhe
uma
dobraadiante do aunei inguinal, e por forado
sacco. Este processo foi inventado por
Mayor
(de Lausame): o próprioautor depois de
algumas
experiências oabandonou.
Enroladôiro do sacco. Este meio foi posto
em
practica por Vidal (deCaises).
Vejamos
oque
elle dizá respeitoem
suaObra
de Pathologiaex-terna
quando
trata das hérnias.«Tinha eu de fazer a operaçãoda
varico-cele
em
um
rapaz quetambém
apresentavauma
hérnia inguinalesquer-da que
descia às bolsas,depoisde ter reduzido os órgãos herniados,pas-sei pela parte posterior das veias do cordão espermatico, e do sacco
um
lio de prata bastante grosso, epor diante destes órgãos
um
outrofio.Os
órgãoscontidos entre os dois foram enrolados,
como
si eu tivesse detra-tarda cura radical da varicocele, apenassegurei as veias
um
pouco maisá
cima
do que de costume.O
saccofoi assim enroladocomo
as veias, ehoje 18 de agosto de 1854, oito ânuos depois da operação, eu posso
apresentar cá
meos
discípulos a cura deambas
asenfermidades.
»
Nada
podemos
dizer sobre esteprocesso,que
foi esta única vezprac-ticado porseo authôr, pelo
menos
que
nós saibamos, todavia nãoche-cando
a nossa ousadia a duvidar do grande practico, dizemos que
espe-ramos
a sanceão da experiência edo tempo.Corvos exiranhos. Alguns operadores
tem empregado
differehtescor-gos principalmente os orgânicos por
serem
mais fácilm
>mdes,
para estabelecera
inllammação
adhesivadas partes,e desta sorte>bh-(6)
teração do colletedo
saco
herttiario,entre ciles,Belmas
foium
dosmais
apologistas d'estaoperação, sefvia-se õlle de pequenos filamentos dege-lalina seccos, eenvolvidos
em
pedaços de tripa,que
eram
introduzidospor meiode
uma
agulhadeforma
especial.O
próprio Belmas
confessaque
cm
dezoperações por elíepracticadas cinco casos tiverambom
exalo, ecinco
foram
seguidos de recahidas.Quando
o próprio author deum
pro-cesso exprime-se d'esta sorte, não se pode affiançàfcom
probabilidadeos resultados.
Injecçãoiodaria. 3VI. Velpcau foi o primeiro que levado por analogia
das hydroceles
que
securavam
por meio desta injecção, quiztambém
empregai-a na cura radical das hérnias.
Com
effeito, a injecção iodadano
sacco herniario foi por muitas vezesempregada
por este distincto operador, depois da reducçáo das vísceras contidas,sem
resultadosmui-to lisongeiros.
Abandonada
pelo inventor,este processofoi adoptado porM.
Jobertqueproclamou
a sua simplicidade e efficacia dizendo terob-tido três curas completas, Poder-se-hia objectar á
M.
Jobert dizendo-seque
o processo seguido por elle não é simplescomo
ellc diz,porque
apuneção
deum
sacco vasio não se fazcom
amesma
facilidadecomo
quando
elle está cheio deliquido,como
nas hydroceles; e amaior
parte das vezescomo
diz M. Vidal acontece penetrar-sen'uma grande
celluladotecido cellular, e ahi fazer-se a injecção o
que
explica aformação do
núcleo duro,
que
muitos operadorestem
observado logo depoisda
injec-ção.Quanto
aos casos felizes referidos porelle, nãopodiam
attestar au-tenticidade, porque são de muito poucotempo
oque
não basta para acura radical de
uma
heruia.Diversas outras injecções
tem
sido empregadas, Schregerservia-se
do
vinho tincto,
ou
do ar.Walther
experimentou o sanguehumano,
assimtambém
a tinctura de cantharidas c outras foramempregadas
sem
re-sulta-los satisfactorios.
Castração. Esta operação consistia
na
ablaçãodo sacco herniariocom
o testículo.
Esta maneira de tratar as hérnias era antigamente muito usada.
Ileister, diz que admirava-se que
em
certascidadescomo
Frank-fortnin-guém
soubesse curaruma
enterocelesem
a perda do testiculo,e Dionis
em
seo «Cursode operaçõescirúrgicas» diz, para daruma
idea do gran^de
numero
destas operações,que
tinha conheciJoum
entre esteschar-latães intitulados curandeiros de hérnias,
que
sustentavaum
cãosomen-te
com
os testículos queelle barbaramente arrancava dospacientes
quç
(
»
)Era
esle processo quasisempre
acompanhado
da reproduoção dahér-nia, e
além
disto asua barbaridade bastava pa;a nã) merecer attenção.Pontoáureo.
No
ponto áureo,ou
doirado practicava-se nina incisa'.)nos tegumentos, no pedículo di hérnia, e depois defeita a redacção das
?isceras, comprehendia-se
com
um
fn de oiro,chumbo
ou seda o colletedo sacco e o c<)i'd;i:), este fio rtâo kviiser
nem
muito aperta lo paranão
estrangular o Cordão,
nem também
frouxodemais
porque entãoficariaeminente a reproduoção da enfermidade.
O
collete do sacco, e o cordãoeram
divididos pela ulceração produzida pelofio,eá
íinal eliminados.Tem
algunsinconvenientesesta operação, a secçãodo cordãotrazimpre-terivelmente a atropina do testículo, ealem disto as suas vantagens
não
estão provadas.Sulturareal. Practicava-se a suttura real, descobrindo-se o sacco
her-niario
um
pouco
abaixo do annel, cozendo-se o saccoem
toda suaex-tensão ao longo
do
cordão, e depois cortando se toda porção do saccoque
ficava adiante da suttura, este processoprimava
aos doisultima-mente
descriptosem
que
ocordão
espermatico, e o testículoeram
pou-pados,
porém
a sua insufncicnciac provadacom
jafizemos sentirquan-do
tratamos da incisão e excisão.Escarificações.
Por
analogia do que seobserva nas feridas accidentaesdo
abdómen
tem-se querido concluirque
era possível diminuir, oues-treitar o annel inguinal pelo trabalho de cicatrisacão
que
resultassedasescarificações desta abertura,
mas
assim nãoacontece, epareceque
quem
practicarestaoperação hade obter
um
resultado inverso.Por
conseguinteesta operação não deve inspirar confiança.Ainda
secontam
outros processos maisou
menos
engenhosos,porém
de
nenhum
effeitoque tem
sido imaginados pordifferentes práticos paraa curaradical dashérnias. Entre elles aponta-se
um
deBelmas
quecon-siste
na
introducção deum
saquinho detripa cheio de ar, no saccoher-niario, paradeste
modo
obturar o collodo sacco e abertura abdominal,este processo batido por
numerosas
experiências,como
quasi todos<
outros
que
incluímos nesta classe, ámencionado
apenas para não ficarde todo nas trevas
do
esquecimento.3
aCLASSE.
Estrelasse,
na
qual collocamosos processosque
sem
duvidaalguma
maiores vantagens
tem
prestadoá cirurgiamoderna,(
*
)I po i te
Imnram
á -. i ores, aiu la q
'"
aman-com
certeza os resultados favoráveis que sedevem
desejar.I Liparemos-Doa d'entre elles dos
mais
importantese usados
na
prac-tica, porque seria de certo fastidiosa a descripção de todos os proees*
tosque
são mais oumonos
modificações uns dos outros.Processo de Gerdy.
Gerdy
lembrou-se de pôrem
prâotica esteproces-so, pela descripção de dois casos de hérnias inguinaes referidos por Ar-naud,
em
que durante a reducção tendouma
pregado tegumento do
es-croto penetrado atravez da abertura externa do respectivo canal, nestas
eircumstancias ficara adhercnte, e peveniraa descida ulterior dos
intes-tinos: Esteprocesso é practicado da
forma
seguinte; depois de reduzidaa hérnia, infrodnze-se
uma
porção da pelle do escroto, omais
profunda-mente
que épossível atravez do canal inguinal externo, servindo-sedo
dedo indicador da
mão
esquerda, depois toma-seuma
sondaem
cujointerior existe
um
ferro de lança atravessado deum
orifíciona
ponta,destinado a dar
passagem
ao fiocom
o qual se faz a ligadura, introduz-se correndo pela facepalmar
do dedo a sonda, clogoque
ella chega ao fundo do sacco, faz-se sahir pormeio
deuma
mola
o ferro de lançaque
estava oceulto, até atravessara parede abdominal. Feito isto, segura-so
uma
dasextremidades do fio recolhe-se a lança parao interior dasonda
o
em
outro ponto íaz-sc nova puneção, retira-sedo
ferro a outra ponta do fio, e faz secom
asduas extremidades a custuraemplumada
demo-do
á conservar a pelle presa no interior do canal. Conserva se o fio allipreso no interior do canal. Conserva-se o fio até o
segundo
ou quintodia depois da operação.
Processo do Professor Wurtzer. Descreveremos
em
primeiro lugar oapparelhoinstrumental, e
cm
seguida omodo
de praetical-o.O
appare-lho instrumental compõe-se: de
um
cylindro de marfim,ou
de madeirabastante forte, que pode variar na sua espessura, a qual deve estar
em
relação
com
a largura da hérnia; este cylindroque
sechama
invaeina^dor, apresenta
um
ou mais canaes guarnecidos de metal, pelosquaes tem de penetrar agulhas; estes canaes fazem
caminho
desde aextremi-dads livre do cylindro, até
uma
das faces pertoda
extremidade obtusa o cylindrotem
de maisum
parafuso junto ásua
extremidade livre, euma
forquilha; deuma
chapa de madeira,que
deve sermais
largaque
o cylindro, contendo dous oriacios,
um
em
cada extremidade;um
delies recebe a ponta da agulha, o outroum
parafuso, querecebeuma
chavepara graduar a c lo, a qualestá
na
razão directa do maiormonte
a parede abdominal, e não semova
do lugar, existe aindauma
forquilha
na
extremidade livre do cylindro,parareceber a extremidadeinferior delia.
As
agulhasdevem
ser de pratae maiores que o cylindro.Reduzida
a hérnia, o doente colloca-se na posiçãode
quem
vai soffrera taxis; o cirurgião
com
o pollex eíndexdamão
esquerda fazuma
preganapelle escrotal, e
chegando
com
ellaá altura do annel abdominalex-terno, o indexésubstituído pelo invaginador, o qualleva diante de si
a pelle
em
forma
de dedo de luva até o aunei superior; chegandoá estaaltura deve o cirurgião se certificar si a pelle
imaginada
está sobre o cylindro, e si o cylindrooceupa o espaçoformado
pelo annelabdomi-nal,
ou
si está collocadopor fora do tendão domusculo
obliquo externo,e, reconhecendo
que
tudo está feito conforme as regra9,toma
uma
agu-lha, efazendo-a penetrar
no
cylindro, atravessa a pelle invaginada e áparede abdominal; depois colloca-se a
chapa
de que já falíamos,que
tem
onome,
de compressor,aperta-se a chave no parafusoconveniente-mente, e salvo
algumas
complicações quepadem
sobrevir, o apparelbo é conservado por sete ou oito dias.Depois desse
tempo
levanta-se o apparelho tendo a precaução de tirai -ocom
moderação, paraque
não sueceda vira pelle invaginadacom
o invaginador, c deixa- se o doente ficar namesma
posição,recom-mcndando-se-lhe todo socego; cura-se a ferida
com
pranchetas untadasde ceroto simples, e
uma
ataduraque
exerçauma
certa pressão sobre aa parte; e depois de setedias do apparelho levantado, conforme a
mar-cha
da
ferida tudo isto) é substituído poruma
fundaque
o doentedevetrazer por espaço de dous
mezes
pelomenos.
Processo do Dr.
Wood.
O
Dr.Wood
cirurgião distinctodo
King's Col-lege Hospital de Londres, inventoueste processo cujo méritoéreconhe-cido, e
tem
sido adoptado por muitos cirurgiões inglezes.Os
instrumen-tos
que
seempregam
nesta operação consistem: 1."em
um
tubo deme-tal de duaspollegadas e meia de
comprimento
e curvoem
circulode
uma
pollegadaemeia
de raio. Estetubo oífereceem
sua extremidadein-ferior
um
forte cabo de ébano de três pollegadas de comprimento,e
na
extremidade superior
um
pequeno
orifícioque
communica com
o canaldo
cylindro;'2.°em uma
forteagulha presa áum
cabosolido e resistente,a qual apresenta
um
orifícioou fundonuma
das extremidades,estaagulha é curva,e oseocomprimento
deve exceder ao dotubo,na
extensãodeuma
pollegada; 3.°
em uma
compressa ou
coxim de madeira, a qualapie-senta°um buraco
em
seo centro/queéatravessado poruma
pequena
barrade ferro, presa por dous
pequenos
parafusos, á superfície superior da(
IO)
mesma
compressa; 4.°em
um
bisturi de dissecáo terminadocm
ponta.Algumas
modificações setem
feito nestes instrumentosmais ou
me-nos importantes, euma
delias é a substituição do tubo curvo pelodedo
como
mais próprio a reconhecer os pontosem
que
se deve practicar aoperação.
Practicada operarão.
O
processo doDoutor
Wood
compoe-se
de•í tempos: o 1.° consiste
em
uma
incisãoda
pelle,ena
separação subcu-tânea do faseia superficialis do cordão testicular; o 2.° consistena
inva-ginação desse faseia atravéz do canal inguinal; o 3."
na
junceãopor
meio de
uma
custura simples dos pilares do annel inguinal interno; o4.° na applicação do cylindro e de compressas sobreas partes corres-pondentes ao canal herniario.
Collocado o doente
em
condições convenientes, o cirurgião practicaem
primeiro lugaruma
incisão interessando somente aderma
nadirec-ção do cordão testieular,
tomando
depois o bisturi deque
falíamos,elle separa a pelle por
meio
deuma
dissecção do faseia superficialis;'leva-sepor
meio
do tubojádescripto o faseia atravéz
do
canal herniarioou do
canaWnguinal
pordetraz eaolado do ligamento de Poupartou
pi-lar externo,
na
ex-tensão deuma
pollegadaemeia adiante
da
espinhado
púbis.Isto feito, arma-se a agulha de
um
forte fio de seda, leva-se ella pelonitenor do tubo, ou pela face
palmar
do dedo, atéque
a sua pontatenha atravessado o pilar externo e a pelle,
que
deve ter sido levada deante-mao parabaixo e para fora, e apresente-se n> exterior sobre a
su-períicie do ventre.
Segurando-sc do lado de fora
«ma
das pontas dofio, retira-se a
agu-lha pelo
mesmo
caminho
poronde
fora introduzida.Depois disto leva
se o luto
paraeuna
e paradentro, por detraz
do
pilar iuterno'„„
oma,s longe que for possível da
margem
d'esU, passa-se a agulhaque
comem
a outra extremidadedo
fioatravéz desse pilareda
pelle!que deve
nes e caso serlevadapara
cima
e paradentro, de sorte
que
a1
pontanha
sah.r mu.to perto do orificio poronde passou aoutra extrem
da
do
fio. Prendendo-se noexterior a outra extremidade do
fio, retira-se a
agulha, conservando-se no cana. herniario o tuho,
qlle ser^o para da
passagem
a agulha, oque
sendo feitoestáacabada
a operação „ cirurgiao
mesmo,
ou
um
ajudantetoma
as duas extremidadesdo
fio e fazen« passar atravéz
do
buracoda compressa
de madeira de
que
j.uZ
orna de
cada
lado da barra de ferro,(
ti
)
Reunem-sc
os lábios da solução de continuidade do escroto pormeio
de tirasagglutinaliyas. e applicam-se diversascompressas sobre o
appa-relho
que
são fixas pormeio de
uma
atadura; o apparelho é conservado por espaço de seis dias,ou
mais conforme a cicatrisacãoda ferida seti-verfeito mais
ou
menos
rapidamente, ofioda
ligadura deixa-se ficarporoito dias
ou
como
quero professor Fergussenatè sedestacarporsimes-mo.
Depoisdesta operação as partes visinhas apresentam-se edematosas,e observa-se
alguma
inflamraação e doresna
região inguinal, esuppu-ração no trajecto
da
ligadura,phenomenos que
nenhuma
consequênciaexercem
sobre o estadodo paciente.Deve-se tero cuidado de
comprimir
o canal herniario por espaço de quinze dias maisou
menos.Processo do nosso mestre o Sr. Dr. Freitas. Neste processo, depois de
feita areduccão dahérnia,
como
nodeGerdy
ede Wurtzer, o autor levauma
porção de pelle do escroto paradentro do canal inguinal, atéque
exceda o annel interno, e nessa altura faz-seum
ponto de suttura,como
no processo doWood,
e da-se o laço sobreum
cylindro de corti-ça; depois faz-seuma
incisão circular na baseda
pelle invaginada,re-sultandodisto a separação
da
mesma
portanto suaretracção paradentrodo
canal, une-se a ferida circularpor pontosde suttura,que
são tiradosquando
a uniãoé completa; sendoporém
o pontodesuttura praticadonovértice da pelle invaginadaretirado no fim.de
30
á40
horas.Apreciação destes últimos processos.
Sendo
de restricta obrigaçãonos-s;i, emittir a nossa fraca opinião, sobre os processos
de
que
nostemos
occupado,
cumpre
em
antesde tudo dizerque
todos os processosatého-je imaginados, e postos
em
practicaalem
dos perigos aos quaesexpõem
o infelizpaciente, estão sujeitos àinnumeras
recahidas, oque
sepode
colligir das estatisticasapresentadas por differentes authores.
Em
pri-meiro lugar é mister saber si
devemos empregar
a operação para curarradicalmenteas hérnias
em
todos os casosque
se nos apresentarem,na
incerteza de resultado, e
expondo
odoetite ao? perigosdeuma
operrcomo
esta.Entendemos que
esta operação não deve sertão generalisada, apez;de ser
uma
moléstiaque
além
de poder tornar-serapidamente \
impossibilita os doentes de entregarem-se á certas occupaçt
mesmo
de viver tranquillos; salvo os casosem
que
circumst.•
-ne-ciaes forcem
um
individuo ásubmetter-se á todo transe ao:. 3 d,operação,™
pelos progressosda
cirurgia sefaça oâescobnme
nvocessoque
prove mais efficacia, c inocuidade à vida do |(19)
Devemos
nos limitar aoemprego
dos meios verdadeiramentepalliati-vos,
mais que tem
produzido muitas vezes a cura radical, a posição a compressão, etambém
os tópicos,que
nãofazem
correr risco á vidado
individuo, principalmente nosmeninos que
quasi sepode
contarcom
os resultados, e nos adultos
quando
concorrerem circumstanciasfavorá-veis.
Quanto
aos processosque
collocamosna segunda
classe jádemos
as razões pelas quaes
não
ospodíamos
empregar.Quanto
á questão depreferencia desteou
d'aquelleprocesso,não
po-deremos afíirmar
que
um
d'entre elles seja incontestavelmentebom,
porque todos
tem
contra sirecahidas e casos fataes,mas
sim
levadope-las estatieticas e
em
parte pelanossa rasão dar preferencia áum
quan-do
um
maiornumero
de casosfelizes vier-nos convencerde
sua excel-lencia.O
processo deGsrdy
foi practicado sessenta eduas
vezes,dizem
os tratado» demedicina operatória ejornaes scientificos, e apenasdão
are-laçãode quatro casos fataes; oprofesaor Sedillot
porém,
dizque
Gerdy
nas onze primeiras observações apresentarasomente
a historia deum
doenteque
Buccumbíia, eque
elletendopraticado esta operação vira-seobrigado á abandonal-a pois
que
em
três casosem
que
fisera a operaçãoum
dos doenteemorrera
deuma
peritoniteaguda, e dois não obtiveramresultado.
0§
cirurgiõesinglezes depois déempregarem
este processo,abandonaram-no
pornão terem muito
felizescom
elle.Nesteprocessoquasi
sempre
sevê,o
dedo de luvaformado
pela pellecahir, e dar~se areproducçáo
da
hérnia,tem
porém
a gloriaáM.
Gerdy
de sero primeiro
que imaginou
este processoque
sérviode base paratodos os mais.
O
Processo de Wurtier,tom
sem
duvidaalguma
oíferecidobons
resul-l
" :: - z :'- 7i:
^
:—
: :-
—
e quarenta doentesc—rados
na
Clini-ca de Municie, por este processo
não
te deoum
só caso fatal, seisnão
tiraram resultado
da
operação,quatroque
apresentavam hérniasincoer-cíveis, pod« ráo eontel-aa depois
da
operação,e todos os
mais segundo
diz
Rothmund
curaram-ae completamente.O
Dr. Sabóia
que
dá°prefe-renciaaoprocessodeWood, quando
tratad'aquelleprocesso dizque
elletem
sidoempregado
em
miltreaentos equarenta casos, e não apresentaaestatisticadoscasosfataesaqual,
podemos
estarcertogque
seriamuito
pequena,
porque quando não
seria apresentada porelleque
procura
aba-ter esteprocesso.
Podemos
ajuizar deste processo, pelas etperiencias
fei-tas pelo nosso muitodiBtincto professordeclinica eiterna
na
nossaclini-ca
'
c
• Alves
que tem
por diversas vezespractica.
(
ta)
O
proce8sodo Dr.Wooddiz
o Dr.Sabóiatem
sidopracticadoquarentavezes.
Em
desaseis casos pelo seo author,em
seis pelo professorFer-gusson, e desoito vezes por outros cirurgiõesinglezes,[sem casos fataes.
Esta operação é
sem
duvidaalguma
bastante engenhosa, eemquanto
que
nos últimosprocessosque
descrevemos os seos authoresprocuraram
produzir
uma
inílammação
adhesivano canal herniariopor meio dos fiosda
ligadura, nestaoperação oDoutorWood
teveem
vista não sòprodu-zir
inílammação
adhesivacom
mais
certeza peladissecção do faseiasuperficialis,
como
também
pela ligadura dos pilares oppôruma
bar-reira ádescida dos intestinos.
O
Doutor Sabóia partidário e apologistadestaoperaçãodiz
que
ella deveser preferidanãosó peloque
fizemos vêrcomo
porqueha
casosem
que
o processo deWurtzer
é difficilmente
em-pregado, assim nas hérnias directas a aberturaé tão
pequena
e tãopou-co dilatavel,
que
osmenores
cylindros usados na operação de Vfurtzcrnão
podem
serintroduzidossem
omaior soíTrimeuto dos doentes,no
en-tretanto o processode
Wood
pode ser facilmente usado.Reconhecemos
averdade das considerações feitas pelo Dr. Sabóia,mas
é preciso dizerque
este processo é muitomoderno,
e não estábem
confirmado pelaexperiência, por conseguinte
não
ojulgamosmelhor porque
para
issonão
temos dados e deixámosque decidam
aos grandes mestres.Temos
ainda o processodo nosso lente deoperações, o Sr. Dr.Frei-tas, sobre o qual
com
toda a franqueza expenderemos o nosso jnizo,porque não
nospodemos
guiar porfactos,que
pelomenos
não
noscons-tam que hajam
em
seo abono.A
modificação feita pelo Sr. Dr. Freitasachamos que tem
alguns incovenientes, e o maioré a gangrenaem
que
necessariamente
vem
cahira pelle retrahida,em
razão do golpe circularque
a privade nutrição, gangrena que pode trazerconsequências fataes aos doentes.São
estasas consideraçõesque podemos
fazer sobre estes processos ,:
.?-*--•»
e&k&iete&Zl
HEMORRHAGIA
UTERINA
DURANTE O TRABALHO DO
PARTO
E
SEO
TRATAMENTO.
^^W^$^
1•
—
A
hemorrhagia quesedá durante o trabalho do partoé
um
acci-dente por demais importante para o medico.
2.
—
Differentes causaspodem
produzil-a.•3.
—
Entre ellasdevemos mencionar
a inserçãoviciosada placentano
eollo uterino,
ou
em
suas proximidades,como
causa muitocommum.
4.
—
A
hemorrhagiaque
quasisempre
apresenta-se noexterior, podeal-gumas
vezes deixar de manifestar-se externamente.5.
—
Neste caso oaugmento
devolume
de órgão serve paradiagnosti-cai-a.
C>.
—
O
prognostico dahemorrhagia
uterinadepende
da quantidade de sangue, e do estado geral da parturiente,7.
—
Quasisempre
é demuita
gravidadeparaa mulher, e para o feto.8.
—
O
tratamento destashemorrhagiasmodifica-se segundoamaiorou
menor
gravidade delias.9.
—
Quando
ellaé depouca
gravidade, nossas indicaçõesdevem
serlimitadas ao estado do collo e das
membranas.
10
—
IVaquellasque^omprometterem
a Yida daparturiente, alémdes-tas indicações a terminação
prompta da
partoé de muita necessidade.11.
—
Differentesmeios estão á nosso alcance para combattel-a, assimos refrigerantes, o centeio espigado, 'a ruptura das
membranas,
acom-pressão
da
aorta e do útero, e a rolha.12—
Em
ultimo caso para terminaçãoprompta
do parto temos aver-são/
o fórceps\CCÃO PHYSIOLOGICA E
THERAPEUTICA
DO
TÁRTA-RO
EMÉTICO.
1
,
o
tártaro eméticoou
tártaro de potassa e de antimoniotem
uma
acção tópica irritante muito pronunciada,
que
pode
chegarem
certas condiçõesaté a gangrena.2.
—
Desta acção do tártaro eméticotem
os practicos tirado proveitocomo
revulsiva, para a cura dealgumas
moléstias.3.
—
A
pommadaou
emplastrostybiado postoem
contactocom
apelle,dálugar à appariç.ão de pústulasespalhadas
sem
inílammação
intermi-diaria.
4.
—
A
absorpçio cutânea do tártaro emético sustentadapor
Guerin,emrasãoda
appariçãode certosphenomenos
dynamicos
eprincipalmente
dos vómitos soílre muitas objecções e são:5.
—
Os
tomitosque seobservam
não aão constantesepode-se attribuirem
certos casos ámeras
coincidências.G.
—
Nunca
se observarão ossymptomas
da angina stybiada,que
semanifestam
na
ingestão do emético.7.
—
Aindamais.nuncase
encontrou nas urinas a presença do tártaro emético,quando
postoem
contactocom
a pelle.8.
—
O
tártaro eméticoéo vomitivo mais «nergicoque
possue ama-tériamedica,
na
dosede i/d até 3 grãos.9.—
Os
vómitosprovocados pelo tártaro emético sãoaccompanhados
em
geral de maisangustias, e esforços da partedo
doente doque
osf
*3
)
10.
—
A
acção deste corpoé variávelsegundo
as dósese os diffeiindivíduos.
1 1 .
—
Da
acçãocontra-stimulante destecorpo 4 á20
grãos,tem
osprac-ticostirado grandes vantagens para a cura
da pneumonia,
da phlebite,do
rheumatismo
articular, das moléstiasdo coração etc.12.—
Em
dose elevada, de20
grãos a onça,dálugar ao apparecimento de todos ossymptomas
produzidos pelos venenos irritantes.<z*?$
• K-»*.»I
^
,!«
IlU.TINCilílAS
ALCOÓLICAS.
C^ '_-j'\J NC^ND
^L
S 1,—
\s tinctmas alcoólicassão dissoluções de díffercntes substancias
no* alço>1, destinadas ao uso medico.
2.
—
álcooléum
agente de dissolução ede conservação, peloque
sãoestimadas estas tiacturas na pharmacia.
3.
—
Não
se pode applicar.este género de preparação ás substanciasque
contem
gommas,
em
razão de sua insolubilidade neste liquòr.•1.
—
As substanciasque
sesubmettem
áacção do álcooldevem
ser see-cas c devidídas.5.
—
Tomam
onome
de alcoolaturasquando
são preparadascom
plan-tas Frescas.
6.
—O
álcool não deve tersempre
omesmo
gráode concentração,por-segundo elle variamas suas propriedades dissolventes.
7.
—
Soubeiran adraittea relação de 5:1 do álcool para as substanciasque se
submettem
á sua acção.—
As
tincturas alcoólicaspodem
ser preparadas por soluçãosim-ples,
quando
as substanciasque
seempregam
são inteiramentesolúveisno álcool.
'.).
—
Quando
as substancias não são bastantes solúveis na álcool,re-eorre-se indiferentemente á maceração, á digestão ou á decocção, sendo
estaultima pouco usada
em
razão demudar
o gráo de espirituosidade eh10
—A
lixiviação aconselhada por alguns é reprovada por Soubeiranem
razão da tinctura não ter sempre omesmo
gráo de concentração(
*9
)
\ 1.
—
Quando
se quer dissolvermuitoscorpos de soíubili ladedno álcool, deve-se as
pôr
suecessivamento 0:11contactocom
elle, seç:1a
ordem
de suamenor
solubilidade.12.
—
Vs substancias alcalinas reunidas ao álcool,com
o íim doaug
mentar
a solubilidade dos princípios, sótem
utilidadequando
os alçaistem
acção medicamentosa.13.—
-As alcoolaturassòdevem
ser conservadas paraaquellas plantas,que
perdem
suas propriedades pela disseccação.HYPPOCRATÍS
ÁPHCRISftffl.
Yita breris, are longa, occasio preeceps, experientia fallax,
judicium
difficile.
Ad
extremos morbos, extrema remedia exquesite óptima.5.tt
Si fluxuimuliebri convulsio, etanimi deliquium superveniat,
mal
um.
Naturam
morborum
curationes ostendunt.5.*
Cibi, potus, vénus,
omnia moderat
sint.6.o
Mulieri, menstruisdifíicientibus,e naribus
sanguinem
fluere,bonum.
Remettida a
Commissão
revisora. Bahia e Faculdade de Medicina29
deSeptembro
de 1864.Dr. Gaspar.
Está conforme aos Estatutos. Bahia 1 de
Outubro
de 1864.Dr. Alvares
da
Silva.Dr.
Cunha
Valle Júnior.Dr. Luiz Alvares.
fmprima-se. Bahia t Faculdade de Medicina
22
deOutubro
de1864.
Dr. Baptista.