UNIVERSIDADE FEDERAL
DE SANTA CATARINA
CENTRO DE
CIENCIAS
DA
SAUDE
ADEPARTAMENTO
DE
~ENFERMAGEM
CURSO
DE
GRADUAÇAO
EM
ENFERMAGEM
VIVENCIANDO
O
CLIMATÉRIO
COMO
UM
PROCESSO
NATURAL
`
SEGUNDO
A
OTICA
DE
KH\IG
ANDRESA
EERREIRA
BITTENCOURT
JANAINA
GISELI
DA
CRUZ
N.Cham. TCC
UFSC ENF
0449
UNIVERSIDADE
FEDERAL
DE
SANTA
,CATARIN
A
CENTRO
DE
CIENCIAS
DA
SAUDE
DEPARTAMENTO DE
ENFERMAGEM
CURSO DE
GRADUAÇÃO
EM
ENFERMAGEM
NCIANDO
O
CLIMATÉRIO
COMO
UM
PROCESSO
VIVE
I4
NATURAL,
SEGUNDO
A
ÓTICA
DE
KING
encourt, Andre ‹_› ¢_|
B
LI Auto a CI' O COIIIO Um ..-‹ ‹_› ..-‹ dooc m CDC 31'] -‹ u O: V`v «T-I CCSM TCC UFSCT
ENF 0449 Ex. Ac. 24 873 972496 60MMMM
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MM
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UFSC BSCCSM CCSM >< LL! -‹Relatório
do
Trabalho de Conclusão deCurso da
VIH
Unidade
Curriculardo
Curso de
Graduação
em
Enfermagem
da
Universidade Federal de Santa Catarina
ORIENTADORA:
MARIA DE FÁTIMA
MOTA
ZAMPIERI
SUPERVISORAS:
MARLY
DENISE
W.
DE AQUINO
SILVANA
MARIA
PEREIRA
DE SANTA CATARTNA
CENTRO DE
CIÊNCIAS
DA
SAÚDE
DEPARTAMENTO DE
ENFERMAGEM
CURSO DE
GRADUAÇÃO
EM
ENFERMAGEM
VIVENCIANDO
O
CLIMATÉRIOICOMO
UM
PROCESSO
NATURAL,
SEGUNDO
A
OTICA
DE KING
ANDRESA
FERREIRA
BITENCOURT
JANAÍNA
GISEL1
DA CRUZ
Relatório
do
Trabalho de Conclusão deCurso
da
VIH
Unidade
Curriculardo
Curso de
Graduação
em
Enfermagem
da
Universidade Federal
de
Santa Catarina submetidoà banca examinadora:
Enfa.
Ma.
Maria
de
Fátima
Mota
Zampieri
(Orientadora)
Enfa.
Marly
Denise
W.
de
Aquino
Enfa. Silvana
Maria
Pereira
Enfa.
Dra.
Angela
Maria
Alvarez
Mulher
Que
a vidatomou
mais belaEmoldurada
fostes pelotempo
Mulher
Leoa, fêmea, menina,
amante
És
sementeque
cresceno
soloMENSAGEM
Precioso diamante
Mulher
Serena, forte, destemida
Ergue-se da luta renovada
De
cabeça erguidaMulher
Ontem,
hoje, por todos os diasÉs poema,
és flor, és primaveraFlorida . ..
AGRADECIMENTOS
À
Deus, por nos fazer encontrar forças que não sabíamos possuir e vitalidadenos
momentos
mais dificeis.
Aos
nossos queridos pais, pelocrédito, apoio incansável, horas dedicadas aos nossos interesses e
compreensão da
necessidade de estarmosdistantes
em
momentos
importantes.Aos
estimados irmãos, por acreditaremem
nossavitória e partilhar conosco cada passo dado.
À
amada
filha Milla, pela alegria que sempre traz aomeu
coraçãoe pelo aconchego de seus
abraços. Obrigada por simplesmente
existir...
À
amiguinha
Milla, pelo sorriso doce e os gestos carinhososque
contribuíram para
que
o trabalho fosse mais prazeroso. Obrigadatambém
pelo quarto cedido.Aos meus
pequenos
amores
Matheus,
Lucas,Maria
Eduarda, Taciana
e Giseli, pela
alegria
que
trazem àminha
vida. _À
preciosaamiga
Andresa,
pela capacidade decompreender-me somente
peloolhar e por
afagar
minh
'almacom
sua grande sabedoria.Que
oslaços de amizade tornem-se cada dia
mais estreitos.
À
queridaamiga
Jana, pela sensibilidade, suavidade e carinho,que
certamenteamenizaram
os obstáculos
do caminho
que percorremos juntas.À
nossa orientadoraMaria
de
Fátima, por toda paciência,compreensão
e contribuição parao
desenvolvimento deste trabalho e pela alegriaque
transmite «àquelesque
encontram-se ao0 início.
À
professoraAngela
Alvarez, pelas contribuições ao nosso trabalho.À
Luzia, por dispor de seutempo
para ajudar-nos.Muito
obrigada.Às
mulheres
climatéricas, pelo aprendizadomútuo
econfiança
depositadaem
nossotrabalho.
À
todos os funcionários, especialmente aosdo
Centro deSaúde do
SacoGrande
II devido aomaior convívio, pela aceitação e contribuição
no
desenvolvimentodo
nosso trabalho.À
Rosana,
Lysiane,Alex
e Marcelo, pelo companheirismo e pela presença constanteem
nossas vidas.RESUMO
Trata-se
do
relatório finaldo
trabalho de conclusão da VIIIUnidade
Curriculardo
Curso deGraduação
em
Enfermagem
da Universidade Federal de Santa Catarina.Teve
como
objetivogeral, prestar assistência de
enfermagem
às mulheresque
estão vivenciando o climatério.Quanto
a prática assistencial, utilizamos a Teoria daConsecução
deMetas
deImogene King
epressupostos pessoais, evidenciando-se os conceitos de
meio
ambiente, saúde-doença,interação, transação, percepção, educação e climatério.
O
presente relatório foi desenvolvidono
Centrode
'Saúdedo Saco Grande
II e Ambulatório de Tocoginecologiado
HospitalUniversitário - Florianópolis.
No
centro de saúde, a assistência deu-se através de consultase atividades grupais.
No
ambulatório a dinâmica utilizada foi ade
sala de espera. Durante as atividades realizadas, foi enfocadoo
climatériocomo
um
evento naturalno
ciclo de vida damulher. Através da interação estabelecida
com
as mulheres climatéricashouve
a expressãode
sentimentos,
medos
e angústias. Este trabalho foi extremamente relevante ao permitir que aSUMÁRIO
1.1:NTRoDUÇÃo
... .. 2.OBJETIVOS
... _. 2.1 Objetivo Geral ... .. 2.2 Objetivos Específicos ... .. 3.REVISÃO
DE
LITERATURA
... .. 3.1 Climatério ... .. 3.1.1 Aspectos Biológicos ... .. 3.1.1.1 Alterações Precoces ... ._3.1.1.2 Alterações de
Médio
Prazo ... ..3.1.1.3 Alterações Tardias ... ..
3.1.2 Aspectos Psicossociais ... ._
3.1.3 Aspectos Culturais ... ..
3.1.4 Alternativas de Tratamento ... ..
3.1.4.1 Terapia de Reposição
Hormonal
.3.1.4.2 Tratamento
Não
Hormonal
... ..3.1.4.3 Fitoestrogênios ... ..
3.1.5 Cuidados
no
Pen'ododo
Climatério3.1.5.1 Contracepção ... ..
3.1.5.2 Atividades Físicas ... ..
3.1.5.3 Dieta ... ..
4.
REFERENCIAL TEÓRICO
... ..4.1 Conceito ... ..
4.2 Pressupostos da Teoria de
Imogene King
... ..4.3 Pressupostos Pessoais ... .. 4.4 Conceitos ... .. 4.4.1 Ser
Humano
... .. 4.4.2Meio
Ambiente
... .. 4.4.3Saúde - Doença
... .. 4.4.4Enfermagem
... .. 4.4.5 Estresse ... _. 4.4.6 Interação ... .. 4.4.7 Transação ... .. 4.4.8Comunicação
... .. 4.4.9 Self ... .. 4.4.10 Percepção ... .. 4.4.11. Climatério ... _. 4.4.12Grupos
... .. 4.4.13Educação
... .. 4.4.14Imagem
Corporal ... ..4.5 Processo
de
Enfermagem
e a Teoria daConsecução
deMetas
5.
METODOLOGIA
... ..5.1 Contextualização
do
Campo
de Estágio ... ..5.1.1 Hospital Universitário ... ..
5.1.2 Centro de
Saúde do
SacoGrande
II ... ..5.2 População
Alvo
... ..5.3 Planejamento ... _.
7.
ATIVIDADES
REALIZADAS
E
NÃO
PROPOSTAS
7.1 Visita Domiciliar ... ..
7.2 Organização de
Evento
sobre O Climatério ... ..s.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
... ._9._REFERÊNcIAS
BIBLIOGRÁFICAS
... .. 10.APÊNDICES
... .. 10.1Apêndice
1 ... ._ 10.2Apêndice
2 ... .. 10.3Apêndice
3 ... .. 10.4Apêndice
4 ... .. 10.5Apêndice
5 ... .. 10.6Apêndice
6 ... .. 10.7Apêndice
7 ... .. 10.8Apêndice
8 ... .. 10.9Apêndice
9 ... .. 10.10Apêndice
10 ... .. 10.11Apêndice
11 ... .. 11.ANEXOS
... .. 11.1Anexo1
... ._ 11.2AnexO2
... .. 11.3AnexO3
... _. 11.4AnexO4
... .. 11.5Anexo
5 ... .. 11.6Anexoó
...11.7Anexo7
... ._ 11.8Anexo
8 ... _.11.9Anexo9
... .. 11.10Anexo
10 ... ..11.11Anexo11
... ..11.12Anexo
12 ... ..1.
INTRODUÇÃO
O
climatério éuma
fase de intensas transformações psicológicas, fisiológicas, sociais, alteraçõesde
papéis e de ritmo de vida, envolvida por grandes tabus e crenças, considerada misteriosa e ainda desconhecida por muitas mulheres.É um
momento
quepode
serameaçador
a mulher,quando
amesma
não
estásuficientemente fortalecida e instrumentalizada para enfrentá-lo, por desconhecimento
sobre as características inerentes à este período e principalmente, pelos conceitos errôneos construídos pela sociedade ao longo das gerações.
O
climatério éum
dos períodos evolutivosda
vidada
mulher.É
uma
fase de transiçãoque
pode
ser encaradacomo
saudávelou
patológica,dependendo
da visãoque
a mulhertem
destemomento,
das influências familiares, de questões educativas,do
grau deescolaridade, da profissão que atua,
da
história e vida, entre outros(ZAMPIERI,
2002).É
uma
experiência singular percebida deforma
única pela mulher,uma
vez que: a vivência deste momento incorpora significados diferentes para cada mulher,não podendo ser reduzida à explicações fechadas
em
modelos universais, por se tratar deum
acontecimento muito individual, para permitir generalizações(LIMA
apud LOPES;COSTA,
2000, p. 27),De
acordocom
Silva, Alves eZardo
(2001),no documento
preliminarPrograma
deSaúde
da Mulher, elaborado pelo Ministério da Saúde,o
climatério é conceituadocomo
operíodo
que
separa a fasemadura da
fase senescente etambém
como
o
período deO
climatério é definido comoum
período da vida feminina, caracterizado peloesgotamento dos folículos ovarianos, tendo como resultado a queda dos níveis de
estrógeno e progesterona e a menopausa como
um
episódio dentro do climatérioque representa a ultima menstruação da vida da mulher (BRASIL, 1994, p. 9).
O
climatério éuma
etapa natural quepode
viracompanhada
de sinais e .sintomasque
podem
interferirno
ritmo de vida da mulher.. gerando grande instabilidade emocional.Fraiman, citado por Vieira, Liz e Gesser (1999), refere, dentre eles; irregularidades dos
períodos e
fluxos
menstruais; ondas súbitas de calor, que se manifestamcom
a ruborizaçãodo
rosto, pescoço e colo; instabilidade emocional, tristeza e depressão; sensívelaumento
do
peso corpóreo; náuseas e outros distúrbiosdo
aparelho digestivo; dores reumáticasou
mesmo
generalizadas; pruridos pelo corpo e/ou nos genitais;aumento ou
diminuiçãoacentuada
do
libidoou
desejo sexual; hemorragias uterinas; cefaléias , entre outros.O
aparecimento de sintomas climatéricos encontra-se relacionado auma
diversidade de fatores, além da deficiência de hormônios,
em
especial estrogênios e progesterona, quais sejam o envelhecimento biológico, a estrutura psicológica e somática e os aspectos de ordem psicossocioculturais, os quaisatuam conjuntamente
em
proporções variáveis a cada mulher (BAGGIO, citadopor LOPES;
COSTA,
2000, p. 27).Lopes
eMontgomery
(1993, p. 162),no
entanto,afirmam
que
o atendimento de saúdedispensado à mulher climatérica restringe-se aos “sintomas da menopausa, à terapia
estrogênica substitutiva e à prevenção à osteoporose”.
Ainda
chamam
a atenção deque
adinâmica emocional vivenciada
não
é compreendida pelos profissionais de saúdeenvolvidos
na
assistência e acreditamque
uma
nova
dinâmicadeva
ser estabelecidavisando
uma
assistência integral.No
Brasil, de acordocom
os dadosdo
último censo, divulgados peloIBGE
(2001),Instituto Brasileiro de
Geografia
e Estatística, existem 22.715.221 mulherescom
mais de40
anos, enquantono
ano de 1996haviam pouco
mais de 19.963.846 mulheresna
mesma
faixa etária,
segundo
dados publicados pelamesma
fonte.Como
a expectativa de vida da população idosa é crescente, devido aos avanços datecnologia e medicina e, as mulheres
tendem
a viverem
média
8 anos mais que os homens,podemos
concluirque o
número
de mulheres climatéricasno
Brasil aumentarásignificativamente nos
próximos
anos.Deste
modo,
toma-se premente a necessidade deuma
eficaz assistência de saúdehumana
e para evitar patologias mais incidentes neste periodo,como
as doençascardiovasculares, a osteoporose,
o
câncer demama
e cérvico~uterino.É
importanteressaltar
que
nos últimos anos háuma
crescente procura dos serviços de saúde pelasmulheres nas diversas faixas etárias,
com
o intuito de conhecer melhor esta fase, sendonecessário adotar medidas de
promoção
da saúde e prevenção da doença,com
a finalidadedestas
poderem
desfrutar de forma mais prazerosa e tranqüila estemomento.
Observamos no
entanto, que os serviços ainda não estão preparados para atender estaclientela, existindo poucas ações neste sentido.
Assim
sendo,o
enfermeiroassume
um
papel de grande relevância,
em
nível individual e coletivo, socializando conhecimentos e práticas sobre esta etapa transitória da vida e oportunizando espaços paraque
as mulheresexpressem seus medos, angústias e sentimentos. Black e Matassarin
-
Jacobs, citados porLopes
e Costa (2000, p. 38),argumentam que
“a atuaçãode
enfermagem
junto à mulher,neste periodo, envolve apoio, educação e assistência
em
prolda
experiência de vida normal, a qualdeve
centrar-se nas necessidades individuais da cliente climatérica”.Como
nem
todas as mulheres sentem os sinais e sintomasdo
climatériopode
tomar-se dificil acompreensão
e a aceitaçãodo
mesmo
com
naturalidade.Cabe
à enfermagem, respeitando asingularidade de cada mulher, ajudá-la neste processo, valorizando os aspectos positivos
desta fase.
O
profissional enfermeiro consciente de seu papel de agente transformadorpoderá constituir
um
elemento de grande valia no momentoem
que se tenta construir, junto às mulheres climatéricas,um
horizonte mais promissor. E, cabe aele sim, reunir estas mulheres e desenvolver junto
com
elasum
programa deatenção, no qual através da troca de informações e de experiências, as mulheres alcancem a auto-valorização e auto-estima, fatores tão importantes para que
qualquer indivíduo sinta-se mais humano
(LANDERDAHL,l997,
p. 131).Nesta perspectiva,
Lopes
e Costa (2000),em
relação ao cuidado à pessoahumana,
destacam o papel
do
SistemaÚnico
deSaúde
-
SUS,
considerando-ocomo
uma
alternativapara assistir esta população, enfatizando
que
os profissionaisde
enfermagem
devem
aproveitar
o
espaço oferecido por estemodelo
assistencial para desenvolver a consulta deenfermagem
e as atividades educativas, implantandoum
atendimento deenfermagem
voltado para
uma
assistência integral à saúde da mulher.A
prevenção traz inúmeras vantagens parao
serviço de saúde, poisalém
de minimizarcustos relacionados aos agravos decorrentes
do
climatério nao tratado,ou
naoacompanhado,
propicia à estas mulheres vivenciarem esta fasede
maneira mais naturalpossível através
do
autoconhecimento, educaçãoem
saúde e participação ativano
seu cuidado.Considerando este aspecto,
optamos
em
trabalhar na atenção primária de saúde.A
seleção
do
Centro deSaúde do Saco Grande
II deu-se pela disponibilidade destecampo
de
estágio e por sabermos
do
interesseda
enfermeira pelo tema.Além
disso, identificamosque
nesta unidade não háum
atendimento específico à mulher climatérica.O
centrode
saúde é utilizado de forma indireta pelas mulheres climatéricas que recorrem ao serviço
por outros motivos, tais
como:
consulta ginecológica, diabetes, hipertensão, osteoporose,entre outros. Tal fato nos estimulou a propor atividades
que
atendessem as necessidades específicas desta clientela, nesta unidadede
saúde.Optamos
também
em
escolhero
AmbulatórioC
do
Hospital Universitáriocomo
áreade atuação, já que neste
campo
são realizadas consultas às mulheres climatéricas desde oinício
do
ano 2000, apenas pelo profissional médico.Assim
sendo, constituiu-seem uma
oportunidade para a
enfermagem
agir, parao
desenvolvimento de atividades educativas,para conhecer outra realidade
em
que se assiste a mulher climatérica, possibilitando aindacomparar
os dois serviços escolhidos e ainda, se possivel,complementar
e integrar ações.Além
do
papel de destaque quepode
ser desenvolvido pela enfermagem, é necessárioressaltar a importância
do
trabalho multidisciplinar, quiçá interdisciplinar,no
qual as açõesse
complementam,
em
busca deum
objetivocomum:
a satisfação e felicidadeda
mulherclimatérica,
uma
assistência global e humanizada, considerando a mulherem
todas as suasdimensões, dentro de
um
contexto sócio,econômico
e cultural.Nessa
linha de pensamento,Magalhães
et al., citados porLopes
e Costa (2000, p.40),afirmam
ser de fiindamental importância a assistência multidisciplinar à mulherclimatérica,
uma
vezque
a prática desta permite à mulher “(...) vivenciarum
espaço detroca de idéias, experiências pessoais, criticando e questionando posições frente à vida,
tratamentos, tabus e valores culturais”.
A
mulher pode
tornar-se ativa neste processo,agindo e decidindo
com
maior autonomia, namedida
em
que
vivenciacom
naturalidadeestas mudanças.
Além
da
importância de medidas preventivas, da necessidade deum
trabalhomultidisciplinar e
do
papel de destaque daenfermagem
junto à esta clientela, gostariamos de ratificar a relevânciado tema
em
questão,uma
vez que permite aprofundarconhecimentos sobre
uma
área até recentementepouco
explorada, oportunizando aosde tratamento neste período e
também
compreender
quais os problemas e necessidadesexperimentadas pelas mulheres climatéricas.
Apesar da
importânciado
tema, ao fazermos o levantamentodo
material bibliográficosobre
o
climatério,pudemos
observarque
aenfennagem
possui reduzida literaturapublicada se
comparada
aovolume de
obras dedicadas ao assunto.Percebemos
ainda -queo
enfoque maior é
dado
aos aspectos biológicos ocorridos neste período. Este hiato existente,revela a necessidade
de
aprofiindarmos conhecimentosna
área e a possibilidade detrabalharmos neste
campo, onde
a clientela tende a crescer significativamente.De
acordocom
o
documento
preliminarPrograma
deSaúde
da Mulher,do
Ministérioda Saúde, citado por Silva, Alves e
Zardo
(2001), as mulheresno
pen'ododo
climatériodevem
buscar ações de saúde especificas, para tratar os sintomas, tanto das alteraçõeshormonais,
bem como
para se adaptarem ao períodoque
estão vivenciando. Estas açõesno
entanto,
têm
sido dificultadas pelos preconceitos culturais, sexuais e sociaiscom
os quaisconvivemos,
bem como
por perdasou mudanças
de papéis nas suas vidas,que
geralmenteocorrem
neste período, taiscomo:
aposentadoria, saída dos filhos de casa, casamento dosfilhos, chegada dos netos;
no
caso das mulheres casadas, a andropausado
marido e ainda, omedo
da morte eda
velhice, aspectos tãopouco
elaborados pela nossa cultura.Assim
sendo, vale ratificar a necessidade de esclarecer as mulheres climatéricas sobreeste período, através de “(...) informações, expectativas realistas e conhecimento sobre a
transição climatérica e seu impacto social,
bem
como
a variedade demétodos
e formas deatenção disponíveis para o alívio de sintomas”
(PINTO-NETO
et al., citado porLOPES;
COSTA,
2000, p. 38).O
interesse pelotema
e pela clientela deu-se durante a realizaçãodo
estágio obrigatórioda
disciplina deEnfermagem
em
Atenção
Primária de Saúde,da
4'Unidade
Curricular
do Curso
deGraduação
em
Enfermagem.
No
decorrerdo
curso de graduação,chamou-nos
a atenção a faltade
atendimento específico às mulheres climatéricas etambém
o
tipo deabordagem
utilizada às clientesque
são submetidas aos cuidados ligados aoclimatério.
Além
disso,em
nosso convívio social,observamos
a dificuldade quealgumas
mulheres tiveram ao vivenciar este período,
permeado
por tabus e mitos, originadosem
uma
sociedadeque
valoriza a juventude, a estéticaea
produtividade.Desta maneira,
o
nosso trabalho possibilitou atender a mulher climatéricaem
suatotalidade, estimulando-a na busca por
uma
vivência saudável e plena nesta fase eoferecendo
uma
assistênciahumanizada
e livre de preconceitos, na qual as suas reaisfinalidade planejar
uma
terceira idade saudável, feliz e produtiva, diferentedo
que possaser imaginado
ou
mesmo
propagadoem
nossa sociedade. Isto foi possível ao auxiliarmosestas mulheres
na compreensão do
quanto o seu bem-estar atual e futurodependem
de suas próprias ações e conhecimentos.Para tanto, utilizamos para guiar este trabalho, os conceitos e pressupostos de
King
(1984).
A
opção
pela Teoriada Consecução de Metas
deImogene
M.
King
deu-se deforma
harmoniosa, pois seus conceitos e definições estãoem
consonânciacom
nossospressupostos pessoais,
além do
que sua proposta se adapta ao cuidado que prestamosa
população escolhida.
Embasado
no
referencial teórico adotado,o
trabalho forneceu subsídios necessáriospara a criação de
um
plano deenfermagem
capaz de contemplar as diversas dimensõesdo
cuidado às mulheres climatéricas, além de possibilitar a interdisciplinaridade através
do
compartilhar saberes entre as diversas áreas.
Cremos
que
a abertura deum
espaço direcionado a esta parcela da populaçãopossibilitou as mulheres disporem-se a trabalhar questões relacionadas ao período,
passando a refletir criticamente sobre
o
mesmo.
Poderá ainda se configurar
em
um
novo
campo
de
atuação para a enfermagem, sendoum
estímulo parao
desenvolvimento de práticas envolvendo esta clientela, tendoem
vistaque as unidades de saúde ainda
não contemplam
este atendimento específico à mulher,podendo
ser replicado para toda rede básica.Desta maneira,
a
proposta de trabalharcom
mulheresno
climatério despertouo tema
na instituição, pois esta atividade atendeu aos anseios de
um
contingenteque
se amplia,em
decorrênciado
.aumentoda
expectativa de vida. Foiuma
experiência inovadora,que
fomentou
a reflexão da equipe sobre a assistência prestada. Para nós,como
acadêmicas deenfermagem, este estudo contribuiu para a ampliação
de
nosso conhecimento teórico-prático e de nossas vivências pessoais, através da interação
com
as mulheres «climatéricas edo
exercícioda comunicação
com
a equipe multidisciplinar. Possibilitou ainda,tomar
visívelo
climatério na atenção primária de saúde, considerando-ocomo
um
elemento designificativa importância na área de saúde
da
mulher.Este trabalho auxiliou a reforçar que
o
climatério éuma
etapa natural da vida dasmulheres,
a
despeito das crenças e mitos construídos pela sociedade ao longodo
tempo,sendo responsabilidade da
enfermagem
oferecerum
atendimento condigno ehumano
àsmulheres que vivenciam este período, respeitando-as
em
sua dignidade e considerando-as2.
OBJETIVOS
2.1
Objetivo
Geral
Prestar assistência de
enfermagem
às mulheresque
estão vivenciandoo
climatério,segundo a ótica de
Imogene King
e pressupostos pessoais.2.2
Objetivos
Específicos
Objetivo específico 1
Realizar consulta de
enfermagem
àmulher
climatéricano
Centro deSaúde do Saco
Grande
II, aplicando o processo de assistência de enfermagem,fundamentado
na teoria deImogene
King.Objetivo específico
2
Identificar
o
perfil das mulheres climatéricas, a influência dos fatores biopsicossociaisno
bem
estar destas,bem como
as maiores preocupações, problemas enfrentados eObjetivo específico 3
Compartilhar saberes e experiências sobre saúde, abordando temas relacionados ao
climatério de acordo
com
as necessidades de aprendizagem das mulheresque
vivenciamesta fase, individualmente
ou
em
grupo, na sala de esperado
HU
e através de consulta deenfermagem
e oficinasno
Centro de saúdedo Saco Grande
II.Objetivo específico 4
Ampliar
conhecimentos pessoais sobre a temáticado
climatério, buscando acompreensão
acercado
assunto paramelhor
atender a esta clientelaem
suas reaisnecessidades.
Objetivo específico 5
Sensibilizar os profissionais
do
Centro deSaúde do
SacoGrande
II, a respeito dasquestões referentes ao climatério.
Objetivo específico 6
3.
REVISÃO
DE LITERATURA
3.1
Climatério
Atualmente, a expectativa
média
de vida das mulheres é de 80 anos, oque
nos fazconcluir
que
háuma
propensão aoaumento do número
de mulheres climatéricas e das patologias quepodem
acompanhar o
período.De
acordocom
as estatísticas, háuma
tendência para as próximas décadas
do
crescimento da população de mais de60
anos, porefeito da redução relativa da população de crianças e jovens,
bem como
devido aoprogressivo
aumento da
expectativa de vida,que
também
elevará razoavelmente apopulação de
30
a 59 anos de idade(IBGE,
2001).Zampieri (2002), ressalta outro aspecto importante que trata
da
participação dasmulheres
em
todos os setores da sociedade,mudando
o perfil dasmesmas,
levando-as arefletir sobre sua qualidade de vida. Desta maneira, novas exigências .são impostas aos profissionais de saúde, pois a
manutenção
epromoção do
bem-estar destas mulherestoma-
seuma
prioridade inquestionável.0
Segundo
a autora supracitada, o climatériocompreende
uma
das fasesdo
cicloevolutivo da vida da mulher.
É um
período de transiçãoonde
ocorremmudanças
biológicas, psicológicas e sociais, sendo determinado pela redução de estrógenosendógenos, resultante de insuficiência ovariana.
De
acordocom
Kaufert e Gilbert, citados porHelman
(1994), a .definição biomédicada
menopausa
como
sendo principalmenteum
distúrbio endócrino, freqüentemente implicadeficiência
de
estrógeno. Isto fazcom
que os sintomasque
não são facilmente tratados pelaterapia de reposição hormonal,
em
especial os psicológicos e sociais, sejam ignorados.Pode-se reconhecer
o
climatériocomo
um
processoque
envolve vários fatoresque
estão interligados e que
agem
simultaneamente,formando
um
todo, oque pode
levar aconfusão sobre
o que
é característicodo
climatério, oque
é processo naturalde
envelhecimento
ou o que
constitui a personalidade de cadamulher
(LANDERDAHL,
1997).
O
períododo
climatério ainda não foibem
delimitado, quanto ao seu início e término, pela maioria dos autores,havendo
opiniões divergentes a este respeito. Aceita-seque
esta fase possa se estender dos 35 aos 65 anos de idade.A
menopausa, consideradaum
episódio dentrodo
climatério, caracteriza-se peloúltimo
fluxo
menstrualda
mulher, seguido por 12meses
de amenorréia.No
Brasil, ocorreem
média
entre os48
e50
anos de idade.A
menopausa pode
ocorrertambém
de
maneira não natural, através de ooforectomia bilateralou
unilateral,acompanhada ou
não dehisterectomia
(BRASIL,
1994).Para Freitas e Pimenta (2002), a faixa etária
média
em
que
acontece amenopausa
sofie
variações entre diversos fatores e populações.As
autoras citama
multiparidade e oaumento do
índice demassa
corpóreacomo
fatores associados amenopausa
tardia,enquanto
o
tabagismo,o
tratamentoda
depressão, a exposição a substâncias químicastóxicas, a dieta vegetariana, as grandes altitudes, a
magreza
e a terapêuticacom
radiação estão associados ao seu início precoce.De
acordocom
Gutiérrez, citado por Vieira, Liz e Gesser (1999),o
iníciodo
climatério
pode
ser variável para cada mulher,começando
em
torno dos40
anos,em
média
47
a48
anos, sendo divididoem
pré-menopausa,menopausa
propriamente dita e pós-menopausa. Já para Fernandes e
Wehba,
citados por Landerdahl (1997), o climatério iniciapor volta dos
40
anos,podendo
perdurar poraproximadamente 25
anos.Neto
zeLima
(2000), classificamo
climatérioem
período inicialou
pré-menopausa,que se estende dos 35 aos
44
anos; climatério intermediárioou
perimenopausa, que vai dos44
aos 54 anos e climatério tardioou
pós-menopausa,que
perdura dos 55 aos 65 anosSegundo
Daoud
(2000), o climatériopode
ser consideradocomo
um
processoamplo
de transformações
no
âmbito fisico, social, espiritual e emocional,podendo
ser maisou
menos
longo.Reconhece
ainda, amenopausa
como
um
fenômeno
físico, enquantoreconhece o climatério
como uma
experiência existencial mais ampla, indoalém
do
A
seguir, parafins
didáticos, os aspectos biológicos, psicológicos, sociais e culturaisque
penneiam o
climatério serão explicitados separadamente,porém
é convenienteressaltar
que
todos estes aspectos estão interligados,formando
uma
tramaque
envolve amulher
como
um
todo neste período de intensas transformações.3.1.1
Aspectos
BiológicosAs
alterações hormonais femininas influenciam diretamente os fatores biológicos ocorridosno
climatério, tendo iníciona
pré-menopausa,podendo
persistir na pós-menopausa
portempo
indeterminado, influenciando na qualidade de vida da mulher(LANDERDAHL,
1997).Há uma
queda
progressiva de estrógenos durante a vidada
mulher, decorrentedo
esgotamento ovariano
(BRASIL,
1994).É
interessante assinalar que o ovário começa sua senescênciamesmo
antes donascimento, pois apenas
com
20 semanas de gestação acham-se presentes 7 milhões de oogônias e que nas semanas subseqüentes ocorre diminuiçãosubstancial do número, a ponto de, ao nascer, ser apenas 600 mil as oogônias
presentes. Logo, a seguir, o número de oócitos continua a cair até antes de se instalar a puberdade, sofrendo
uma
diminuição gradativa até a idade de 50 anos(NORONHA;
MONTGOMERY,
1993, p. 167).Para
compreendermos
este processo torna-se imprescindíveltomar
conhecimentoda
ação dos hormônios,
em
especialdo
estrógeno, nos ciclos mensais femininos.Durante
aproximadamente
as duas primeirassemanas
de cada ciclo sexual, as célulasfoliculares
do
folículoem
desenvolvimento secretam grandes quantidades de estrogênio,estimuladas pela ação
do
Hormônio
Folículo Estimulante liberado pela glândula hipófiseanterior.
A
ovulação,que
é orompimento do
folículo maduro,com
conseqüente liberaçãodo
óvulo, ocorreaproximadamente no décimo
quarto diado
ciclo, sob .a açãodo
Hormônio
Luteinizante, secretado pela hipófise anterior
(GUYTON,
198 8).Segundo o
mesmo
autor, após a ovulação, as células foliculares transformam-seno
corpo lúteo
ou
amarelo, que passa a secretar grandes quantidades de progesterona,além
decontinuar a secretar estrogênio.
Caso
a fecundação ocorra, o ovo, ao se multiplicar, secretagonadotropina coriônica, que estimula
o
corpo lúteo a continuar produzindoo
estrogênio ea progesterona, iniciando a gravidez.
Se
amesma
não
ocorrer, na ausência deste hormônio,vasos sanguíneos
do
endométrio sofram espasmo, diminuindo o fluxo sanguíneo para omesmo.
O
tecido endometrial que havia proliferado sofre descamação, acontecendo assima menstruação,
que
secompõe
principalmente demuco,
sangue e tecido endometrial.De
acordocom
Liberman
(2002), a atuação dos estrogêniosno
organismo acontecepela sua ligação
com
receptores específicos, abundantesem
todo o corpo. Existemdescritos dois receptores estrogênicos, os receptores ot e B,
membros
deuma
superfamíliade receptores esteróides.
Segundo
as autoras, os receptores ot jáforam
encontradosem
células vasculares endoteliais,
em
mulheres e homens, enquanto os receptores B jáforam
identificados
na
próstata, ovários, testículos, bexiga,pulmões
e cérebro.Os
hormônios
ovarianos, estrogênio e progesterona, são responsáveis pelodesenvolvimento sexual feminino e pelos ciclos sexuais mensais.
O
estrogênio éum
conjunto de hormônios,
chamados
de estriol, estradiol e estrona, sendo o estradiol o maisimportante deles.
O
estrogênio fazcom
que as células,em
várias partesdo
corpo, proliferem,no
período da puberdade, conferindo à mulher suas características peculiares.A
progesterona está relacionadaao
preparodo
útero para receber o óvulo fecundado ecom
o preparo da
mama
para a produção láctea.Também
inibe as contrações uterinas, destemodo
impedindo
a expulsão deum
óvulo fertilizadoou
deum
fetoem
desenvolvimento(GUYTON,
1988).Na
menopausa, os ciclos sexuais mensais cessam,havendo
uma
redução dafimção
ovariana que
pode
acontecerde
forma rápidaou
gradativa,com
.sintomasou
não, atuandode maneira individual sobre as
mudanças
metabólicas características da fase(FREITAS
etal., 1989).
Ainda segundo
osmesmos
autores, a intensidade das modificações ocorridasno
climatério é influenciada por fatorescomo
a velocidade e graude
depleção estrogênica; fatores genéticos,como
história familiar de osteoporoseou
doenças cardiovasculares;dieta; «atividade fisica; tabagismo e obesidade.
A
falência dos ovários,com
conseqüente cessação estrogênica,também
éacompanhada
porpequena
produçãode hormônio
masculino, a testosterona, transformadaem
estradiol na gordura corporal.A
glândula adrenalmantém
a produção dehormônio
masculino,
da
mesma
forma
transformadaem
«estrona e estradiol. Juntamentecom
oestroma cortical ovariano, estas são as únicas fontes produtoras de estrogênios após a
menopausa, estando bastante
aquém
da
produção que ocorre na fase reprodutiva damulher
“O
climatério traz, pelas modificações hormonais e metabólicas, alterações que sãocaracteristicas desta fase da vida,
que
podem
ser classificadascomo
precoces, demédio
prazo etardias”(BRASIL, 1994, p. 12).
3.1.1.1 Alterações Precoces
São
constituídas mais freqüentemente pelos distúrbios neuro-endócrinos, quepodem
coincidir
com
a perda de auto estima, insegurança emedo
de
rejeição, característicosda
crise de identidade
(BRASIL,
1994).Entre os sintomas neurogênicos e psicogênicos, destacam-se ondas de calor, sudorese,
insônia, fadiga,
memória
inadequada, ansiedade, depressão, irritabilidade e modificações da libido(BAGNOLLI
et al., citado porLOPES,
2000), além das alteraçõesno
padrãomenstrual.
a) Instabilidade
vasomotora
É
caracterizada principalmente por sudorese noturna e os “calorões”, “ondas de calor”ou
“hot flushes”(FREITAS
et al., 1989).É
apresentada por85%
das mulheres, podendo pennanecer por 5 a 10 anos pós-menopausa. Começa nas áreas cefálica e facial,
com uma
sensação de calor,seguida por rubor facial, que pode inadiar-se pelo pescoço e outras partes do
corpo. Cada onda de calor dura 2,7 minutos e está associada a
um
aumento detemperatura e ritmo de pulso (9 a 20 batimentos), aumento no fluxo sangüíneo na
mão
e na condução cutânea, seguidos por declínio térmico e abundante sudoresena área de distribuição *do rubor. Os episódios de calor no período notumo são
conhecidos como suores noturnos (ZAMPIERI, 2002, p. 04).
Segundo
Freitas e Pimenta (2002),também
ligadas a estas alterações são encontradasas palpitações, cefaléias e vertigens.
Algumas
vezes, estes sintomas são desencadeados porfatores
como
estresse, ambiente quente, alimentos picantes e quentes, bebidas alcoólicas e cafeína.As
ondas de calorfomecem
um
mecanismo
de dissipação de calor, através davasodilatação e sudorese,
em
resposta aos centros termoreguladoresno
hipotálamoanterior, ajustando o núcleo térmico
do
corpo anovo
ponto.“Os
neurotransmissores quepodem
estar envolvidosna
patogenia de ondas de calor incluem a noradrenalina, outrassubstâncias neuroadrenérgicas e a supressão de opiáceos
endógeno”
(COPELAND,
1996,b) Alterações
no padrão menstrual
Geralmente o ciclo menstrual modifica-se antes de ocorrer a sua suspensão.
A
alteração inicial geralmente é a polimenorréia, seguindo-se a oligomenorréia.
No
aspectoclínico a quantidade
do
fluxo, a duração e ritmodo
sangramento são variáveis(FREITAS
er al., 1989).
Em
concordânciacom
o exposto acima, Freitas ePimenta
(2002), afirmam que nafaixa etária entre 45 e 50 anos,
começa
a ocorrer irregularidadesno
ciclo menstrual,como
polimenorréia, hipermenorréiaou
espaniomenorréia, associadaou
não aos sintomas típicosdo
climatério, caracterizando assim o período da pré-menopausa, referida pelos autorescomo
perimenopausa.De
acordocom
Smeltzer eBare
(1999), amenopausa
começa
de maneira gradual,sendo reconhecida pelas
mudanças
na menstruação.O
fluxo
mensalpode
aumentar,diminuir
ou
tomar-se irregular até terminar.Normalmente
o intervalo dos períodosdemora
mais, sendo
comum
os espaços de váriosmeses
entre eles.A
partirda
4” década, os folículos residuais estãomenos
sensíveis ao estímulo dagonadotrofina e
menos
capazes de atingir a maturação.À
medida que o
número
defolículos diminui e ocorre o
aumento
dos fatores de resistência, são produzidosmenos
estrógenos nas unidades restantes, ocorrendo
um
declínio gradual de estradiol. Estedeclínio faz aumentar a fase folicular
no
intuito de elevar os níveis de estrógeno e nãosendo suficiente para o feedback positivo sobre
o LH,
ocorrerá o ciclo anovulatório(FREITAS
et al., 1989).Os
autores supra citados, referidos por Zampieri (2002, p.5),afirmam
que
ocorre aelevação de
LH,
estabelecendo a anovulação.Podem
ocorrer sangramentos apósuma
fase luteínica incompletaou
após pico de estradiolsem
subseqüente ovulação.Podem
entãohaver períodos de amenorréia
com
níveis séricos aumentados deFSH
eLH
que podem simular a menopausa e depois de alguns meses ocorrerem ciclos
ovulatórios normais. Isto se deve
em
razão do menor número de folículos disponíveis e a ação da glândula hipofisária, que secreta maisLH
eFSH
pararecrutar os folículos remanescentes.
Em
razão deste fator é primordial orientar a mulher a utilizarum
método
contraceptivoc)
Depressão
Segundo Copeland
(1996), os níveis reduzidos de estrogênios, após a menopausa,fomecem
arcabouço bioquímico para o desencadeardo
quadro de depressão.Em
funçãoda
queda
dos níveis de estrógeno, háuma
diminuição de triptofano livreno
plasmana
pós-menopausa.
O
triptofano éum
aminoácido envolvidono
metabolismode
serotonina, sendoassim, alterações dos níveis deste neurotransmissor estariam associadas ao
desenvolvimento
da
depressão endógena.Existem indícios de que os níveis hipoestrogênicos favorecem a depleção das
catecolaminas
que
atuam
como
neurotransmissores hipotalâmicos,desempenhando
importante papel na regulação
do
humor
e dos padrões comportamentais.A
deficiência decatecolamina
em
nível central éuma
das principais hipóteses da causa bioquímicada
depressão.
A
monoamiooxidase
(MAO),
uma
enzima
responsável pela degradação destesneurotransmissores, eleva-se
com
um
aumento da
idade, sendo esteaumento
maisacentuado nas mulheres
do
que noshomens
(VIEIRA,
LIZ;GES
SER,
1999).Uma
frequênciaaumentada
de depressão e de variaçõesno
humor
são encontradasem
mulheres
com
queixas anteriores de depressão pré-menstrualou
pós-parto,bem como
nasmulheres submetidas à
menopausa
cirúrgica,com
variações bruscasdo
estadohormonal
(FREITAS,
PIMENTA,
2002). 'A
ameaça da
finitude, os estereótipos criados pela sociedade, os mitos e tabus relacionados ao climatério, os conflitosde
papéis queafloram
nesta fase, aliados aoestresse
que
surge neste período devido às transformações ocorridas,também
são fatores contribuintes para a gênese da depressão.Fraiman
(1989), ratifica o exposto acima,quando
coloca que a mulher, nesta época desua vida, atualiza a sua autoimagem, repensando aspectos e valores de sua vida e que isso
pode
trazermomentos
de melancolia e retraimento.Segundo
a autora, seria anormal .esperarque
amulher
não tivesse estas reações, jáque
vivenciauma
passagem
que envolveperdas, que
embora possam
trazer alívio, são sempre perdas, queenvolvem
aspectos fisicose emocionais.
Seguindo esta linha de pensamento, Copeland (1996), refere que as alterações
ambientais e as condições familiares das mulheres menopáusicas,
como
a saída dos filhos de casaou
“síndromedo
ninho vazio” e o cônjuge dedicandomenos
tempo
à famíliapodem
ser fatores -relevantesno
desencadeamento da depressao, agindo sobreum
ambiented) Labilidade
emocional
e alterações cognitivasDe
acordocom
Facchinett, Genazzani e Shoupes, citados por Vieira, Lize Gesser
(1999), existem muitos estudos
que levam
a crerque
o estado hipoestrogênico dasmulheres pós-menopáusicas está associado a
um
baixo tônus opioidérgico,ou
seja, háuma
diminuição das endorfinas, to
que
explicaria os quadros dedepressão, irritabilidade,
“nervosismo” e perda de memória.
Segundo Copeland
(1996), as queixas inespecíficas,como
cefaléia, cansaço, ansiedadee irritabilidade,
embora possam
estar relacionadas afatores familiares, sociais e pessoais,
também
são dependentes dos níveis de estrogênio.Conforme
Freitas ePimenta
(2002), paralelamente àqueda
estrogênicano
períodoperimenopausal, o
volume
cerebral se atrofia, nas regiõesdo hipocampo
e lobos parietais, regiões estasque
se associam àmemória
e a cognição, sendocomum
queixasde perda
de
memória
e da agilidade mental. Para asmesmas
autoras, a deficiência estrogênicano
humor, na demência,
no
declínio cognitivo, entre outras patologias ligadas ao sistemanervoso, ainda não se encontra
bem
definida, carecendo de estudos complementares.e) Falta
de sono ou
interrupçãodo
mesmo
A
falta de sonopode
dar origem a outrasintomatologia, caracterizada por
irritabilidade, nervosismo, ansiedade, esquecimento -e falta de
concentração.
O
intervalode
latênciado
sono aumenta, enquanto a quantidade de sonocom
movimento
rápido dos olhos(REM)
sofre redução, associados aos baixos níveis de estrogênio(COPELAND,
1996).3.1.1.2 Alterações
de
médio
prazoAlém
dos distúrbios neuroendócrinos, háo
acréscimo de queixasfisicas e objetivas, caracterizadas por
fenômenos
atróficos decorrentes .da deficiênciade
ação hormonal, sendoas mais freqüentes: secura vaginal, dispareunia; síndrome uretral; pele seca e
pouco
elástica; fragilidade e
queda
dos cabelos(BRASIL,
1994).São
também
incluídas asa) Atrofia Urogenital
Vulva: ocorre redução
do
tecido celular subcutâneo edo
tecido elástico, dos pêlospubianos,
além de
redução da lubrificação pelas glândulas de Bartholin.Os
grandes lábiostornam-se
menores
(FREITAS
et al., 1989).Vagina: a diminuição
do
glicogênio nas células epiteliais resultanum
aumento do
pH
vaginal,
tomando-o
alcalino,com
diminuição dos lactobacilos, facilitando o surgimento deinfecções (do tipo estáfilo, estrepto, coliformes). Ocorre desaparecimento das pregas e a
vagina se
toma
mais delgada e lisa, ocorrendo a dispareunia(FREITAS
et al., 1989).Freitas e
Pimenta
(2002), ratificamo
«exposto acimaquando colocam
que a vaginapassa a ser repovoada, perdendo a flora natural
composta
pelos bacilos de Döderlein, quesão substituídos por
uma
flora
inespecífica, na qual se incluem organismos patogênicosencontrados
em
infecçõesdo
sistema urinário.Além
disso, segundo as autoras supracitadas, ocorreuma
retraçãodo
intróito vaginal,principalmente
em
mulherescom
nenhuma
ou
escassa atividade sexual.Uretra
«e Bexiga:A
parede uretral toma-se delgada,com
enfraquecimento damusculatura pélvica ao redor. Ocorre diminuição
do
tecido conjuntivoque
envolve a uretra«e bexiga, região que é rica
em
receptores estrogênicos, portanto, hormônio-dependente.Como
conseqüência, ocorre perda da elasticidade, atrofia damucosa
uretral e colo vesical,com
menor
irrigação sangüínea e resposta muscular(FREITAS,
PIMENTA,
2002).Os
sintomas são a disúria, urgência e
aumento
da freqüência urinária, que caracterizamsíndrome uretral. Outro achado .é a carúncula uretral.
O
menor
apoio dos órgãos pélvicos,incluindo a bexiga,
pode
resultarem
prolapso vesical e uretral(FREITAS
et al., 1989).Devido
a atrofiado
epitélio vesical, principalmentedo
trígono,pode
se desenvolver acistite atrófica caracterizada por incontinência urinária
(FREITAS
et al., 1989).A
infecção urinária é mais incidenteno
período pós-menopausa, sendo a infecçãovaginal, o resíduo pós-miccional e a deficiência
do
sistema imunológico, associados aohipoestrogenismo, os fatores
que
mais contribuem para o seu aparecimento(FREITAS,
PIMENTA,
2002).Útero
e trompas:o
colo uterino sofre apagamento, o canal cervical sofreum
certograu de estenose, a junção escamocelular (JEC) toma-se endocervical,
o
útero tende auma
redução
em
seu tamanho.Nas
trompas se observa redução de cílios e de secreção tubáriaSegundo
Freitas e Pimenta (2002), todo o sistema de sustentaçãodo
assoalho pélvicotoma-se atrófico e
menos
elástico,com
diminuiçãoda
musculatura pélvica edo
tecidocolágeno, induzindo
ao
prolapso genital.b)
Função
sexualFreitas et al (1989), referem que
no
período dapós-menopausa
existeuma
diminuiçãoda intensidade e duração
da
resposta sexual,no
entanto a capacidade de manter a vida sexual permanece.O
tempo
para que a lubrificação vaginal e labialocorram
sofreum
aumento de
15 a30
segundos para 5 minutos.Segundo
Vieira, Liz me Gesser (1999), namulher
climatérica, a fase de excitação toma-se mais lenta, devido auma
diminuiçãodo
fluxo sangüíneo, o
que
reduz ia vasocongestão genital, associadaa
uma
queda
deestrogênio.
Ainda
segundo osmesmos
autores, a proporção que a mulher envelhece onúmero
decontrações uterinas
com
o orgasmo diminuem
epodem
ser dolorosas. Thiriet eKépès
(1994), ressaltam ainda
que
o relacionamento sexual éo
resultado de toda a história devida
do
casal. Desta maneira,o
diálogo eo
afeto existentesno
relacionamento conjugal sao primordiais para a superação dos conflitos ecompreensão
das alteraçoes provenientes deste período.c) Pele e fâneros
Ocorre atrofia geral
da
pele, tecido celular subcutâneo e elástico,com
redução daperfusão da pele. Cabelos e pêlos pubianos
ficam
mais delgados e30%
desenvolvem
hirsutismo
(FREITAS
et al., 1989).d)
Mamas
O
tecido glandular é substituído por tecido adiposo e conjuntivo e60%
das mulheressofrem
uma
diminuiçãono volume
dasmamas (FREITAS
et al., 1989).O
aumento do
tamanho. dasmamas
nas mulheresmenopausadas
émínimo
ou
ausente(COPELAND,
1996). ›e)
Peso
corporalApesar
denão
estar provado, Lamitzen, citado por Freitas et al (1989), sugere queocorra
aumento
deaproximadamente
2,5Kg em
maisou
menos
metade
de todas as3.1.1.3 Alterações tardias
As
alterações tardias acontecem pela privação prolongada dos efeitos produzidos pelosesteróides sexuais,
que levam
à modificações das lipoproteínas edo
metabolismo ósseo.Como
conseqüência destas alterações, há possibilidadedo
surgimento de doençascardiovasculares e osteoporose
(BRASIL,
1994).Para
Liberman
(2002), os sintomas tardios evidenciam a ausência de prevençãoprimária e secundária.
As
medidas preventivasdevem
abordar globalmente a mulher,não
somente
como
medidas terapêuticas,bem
como
mudanças no
estilo de vida,devendo
iniciar estes
cuidadoso
mais precocemente possível.a)
Doença
cardiovascularNa
pós-menopausa
observa-seum
aumento
da doença cardíaca coronariana.A
taxa demortalidade
homem/mulher
pordoença
cardiovascular decresce amedida
que a idade avança,chegando
a ter amesma
incidência nos dois sexosem
se tratando de mulheres namenopausa.
A
população feminina de maior risco é aque
apresenta:menopausa
precoce,tabagismo, hipertensão, uso de anticoncepcional oral, níveis elevados de lipídios e glicose,
e fatores hereditários
(FREITAS
et al., 1989).A
idade crescente influencia os níveis de lipídios circulantes,aumentando
asconcentrações de colesterol e a de triglicerídios. 'O colesterol
aumentado
está associado a elevação das lipoproteínas de baixa densidade(LDL)
e os triglicerídiosaumentados
estãoassociados
com
a elevação das lipoproteínas de densidade muito baixa(VLDL).
Quanto
maior o nivel de
LDL
ou
de colesterolLDL,
maior o risco de cardiopatia coronariana.As
lipoproteínas de alta densidade
(HDL),
carregam cerca de20%
de colesterol da correntesangüínea, parecendo proteger contra o aparecimento de aterosclerose
(WENTZ,
1990).Estudos
demonstraram
um
aumento
significativo deLDL
euma
diminuição deHDL,
principalmente após supressão
ou
redução de estrógeno.Os
vasos sanguíneos das mulheresmenopausadas produzem
menos
prostaciclinasdo
que os vasos das mulheres pré-menopáusicas, o que as desfavoreceria, pois sabe-se que a prostaciclina é
um
potentevasodilatador e antiagregador
de
plaquetas, quepode
além disto diminuir o tromboxane,vasoconstritor e indutor da agregação plaquetária
(COPELAND,
1996).Freitas e
Pimenta
(2002),complementam
o referido acima,quando colocam que
receptores estrogênicos sao encontrados ao longo de toda a parede dos vasos sanguíneos, e
liberação de prostaciclina e Óxido nítrico, substâncias vasodilatadoras, e
modular
.aprodução de endotelina, potente vasoconstritor.
As
alterações na produção e ação destassubstâncias seriam as responsáveis pelas modificações na pressão arterial
comumente
observada na
mulher
pós-menopausada.A
prevalência de Diabetes Mellitusaumenta
consideravelmentecom
a idade, sendoconsiderada
o
principal fatorde
risco para o aparecimentoda
aterosclerose,particularmente
em
mulheres. Acredita-se quecom
a menopausa, ocorrauma
elevação significativa dos níveis plasmáticos de insulina, juntamentecom uma
discreta «elevação dosníveis de glicemia e
uma
diminuição da tolerância à glicose.A
hiperglicemia assintomáticae a insulinemia elevada
tem
sido associadascom
maior risco de complicações daaterosclerose, aliadas ao sedentarismo e obesidade, freqüentemente observado
em
mulheres na
pós-menopausa
(FREITAS;
PIMENTA,
2002).b)
Osteoporose
A
osteoporose é definidacomo
uma
perda damassa
óssea, sendouma
das seqüelasmais significativas a longo prazo na menopausa, resultando
em
fragilidade dos ossos econsequentemente,
aumentando o
risco de fraturas(FREITAS,
PIMENTA,
2002). Existemtrês tipos de fraturas que -comumente relacionam-se ao periodo pós-menopáusico: as
de
vértebras, asdo
rádio ultra distal edo
colodo
fêmur.O
osso consisteem uma
matriz orgânica ricaem
colágeno, além de conter cálcio efosfato.
Aproximadamente
80%
do
esqueleto consisteem
osso cortical e cerca de20%
consiste
em
osso trabecularou
medular.Em
quadros clínicos avançados de osteoporose, perde-se5%
da massa
ósseacortical, enquanto que50%
dos ossos trabeculares encontram-se deteriorados
(WENTZ,
1990).A
função primordialdo
osso consisteem
servircomo
reserva de cálcio,que
éindispensável a todas as funções celulares, sendo necessário para isso manter to nivel sérico
de cálcio
em
tomo
de 10mg/
100 ml,mesmo
que
às custas da densidade óssea.Os
níveis séricosde
cálcio e da densidade Óssea estão relacionadoscom
a ingestão de cálcio,reabsorção de cálcio
do
osso, cálcio de origem dietética e diminuição de cálcio pelaformação óssea .e
também
com
as reservas de fosfato(WENTZ,
1990).Segundo
Smeltzer eBare
(1999, p. 1571), “o pico damassa
óssea ocorre aos 35 anos;depois há
uma
perda gradual universaldo
osso”.Além
disso, os ossosmudam
deforma
e aresistência é reduzida.