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Caracterização do perfil de pacientes hipertensos atendidos pela enfermagem no ambulatório de um hospital público

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Academic year: 2021

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Caracterização do perfil de pacientes hipertensos

atendidos pela enfermagem no ambulatório de um

hospital público

Characterization of the profile of hypertensive patients seen by nurses at the

ambulatory of a public hospital

Caracterización del perfil de los pacientes atendidos por la enfermería en la

clínica de uno hospital público

Resumo:

A Hipertensão Arterial Sistêmica é uma doença com alta prevalência na população geral e que constitui um dos principais problemas de saúde pública. Este trabalho objetivou traçar o perfil dos pacientes hipertensos atendidos no ambulatório público, localizado na Cidade de São Paulo, no período de 20 de agosto a 25 de setembro de 2009, por meio da análise de 60 usuários escolhidos aleatoriamente, segundo as variáveis: gênero; faixa etária; etnia; estado civil; sobre a patologia; frequência de consulta; tipo de tratamento; periodicidade do tratamento; frequência de aferição da pressão arterial; informações recebidas. Os resultados obtidos demonstraram a predominância do sexo feminino, faixa etária entre sessenta e seis a setenta e quatro anos, estado civil predominou os casados, com a etnia negra, frequência da aferição da pressão arterial de uma a duas vezes por semana.

Descritores: Hipertensão Arterial, Pacientes, Saúde Pública

.

Abstract:

The Hypertension is a disease with high prevalence in the general population and is a major public health problems. This study aimed to determine the profile of hypertensive patients seen in outpatient public, located in São Paulo, from august 20 to september 25, 2009, through the analysis of 60 randomly selected users, according to the variables: gender; age, ethnicity, marital status, on the condition, frequency of consultation, type of treatment, frequency of treatment, frequency of blood pressure measurement, information received. The results showed a predominance of females, aged sixty-six to seventy-four years, the married state civil predominated, with black ethnicity, frequency of blood pressure measurement from one to two times a week.

Descriptors:

Hypertension, Patients, Public Health.

Resumen:

La hipertensión arterial es una enfermedad con una alta prevalencia en la población general y es uno problema de salud pública importantes. Este estudio tuvo como objetivo determinar el perfil de los pacientes hipertensos atendidos en consulta externa pública, que se encuentra en São Paulo, a partir de agosto 20 a septiembre 25, 2009, a través del análisis de 60 usuarios seleccionados al azar, de acuerdo a las variables: género; edad, origen étnico, estado civil, sobre la condición, frecuencia de consulta, el tipo de tratamiento, la frecuencia del tratamiento, la frecuencia de la tensión arterial medida, la información recibida. Los resultados mostraron uno predominio del sexo femenino, con edades entre sesenta y seis-setenta y cuatro años, el estado civil casado predominó, con el origen étnico negro, la frecuencia de la medición de la presión de una o dos veces a la semana.

Descriptores:

Hipertensión, Pacientes, Salud Pública.

Maria Áurea Cordeiro

Enfermeira. Especialista em Pedagogia em Docência para Educação Profissional na Saúde.

E-mail: aure_sp@hotmail.com

Lucia Helena Presoto

Biomédica e Farmacêutica. Doutora e Mestre em Saúde Pública pela USP. Coordenadora Didático-Pedagógica e Docente de Pós-Graduação Latu Sensu em Saúde pelo Centro de Estudos em Saúde - INES/UNICSUL.

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Introdução

A Hipertensão Arterial Sistêmica é uma doença com alta prevalência na população geral e que constitui um dos principais problemas de saúde pública. Representa um tema que envolve muito contrastes, pois o diagnóstico da doença está baseado no procedimento simples e de baixo custo que é a medida da pressão arterial e a sua elevação traduz alterações em complexos mecanismos de controle, sujeitos à influência de fatores genéticos e ambientais ainda não plenamente elucidados. Assintomática na maioria dos casos é reconhecida como “assassina silenciosa”, pelas altas taxas de morbidade e mortalidade cardiovasculares relacionadas, envolvendo todas as faixas etárias. No entanto, apesar de dispormos de um número considerável de drogas para o seu tratamento, ainda nos deparamos com a triste realidade de que apenas cerca de 10% dos hipertensos têm a sua pressão arterial controlada no Brasil1.

Segundo o Ministério da Saúde a hipertensão arterial sistêmica é uma das principais doenças do grupo das doenças cardiovasculares e nos últimos anos vem crescendo de forma significativa. Nesse contexto ressalta que, aproximadamente, 17 milhões de brasileiros, são portadores da doença e sua prevalência varia de 22,3% a 43,9% na população adulta2.

Conforme a Sociedade Brasileira de Hipertensão

3(2006), a hipertensão arterial sistêmica além de

representar grande fator de risco para o desenvolvimento de complicações como Infarto Agudo do Miocárdio, Acidente Vascular Cerebral e Doença Renal Crônica gera custos médicos e socioeconômicos elevados resultantes de tais complicações.

Dentre as diversas ações desenvolvidas no ambulatório do hospital, incluem-se aquelas dirigidas principalmente aos pacientes hipertensos, definidas como ações prioritárias aos grupos de risco, determinadas na Norma Operacional Básica de Assistência à Saúde e que necessitam de acompanhamento rigoroso e assistência multiprofissional. Conta ainda com o Sistema de Informação da Atenção Básica, cujo método, permite registrar todos os dados referentes ao trabalho da equipe de saúde, suas atividades e assistência sobre a

sua população adscrita, sendo possível obter relatórios finais de avaliação sobre o trabalho realizado4.

Além da implantação do programa de saúde da família, o Ministério da Saúde traçou vários planos de ações com a finalidade de reduzir as complicações e óbitos decorrentes das doenças crônicas. Ao realizar parcerias com os estados, municípios e União, além de apoios das associações de cardiologia e hipertensão, implantou em 2000 o Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e a Diabetes Mellitus no Brasil, possibilitando oferecer desta forma, melhoria da assistência aos pacientes portadores de doenças crônicas não transmissíveis5.

Dentre estas ações está o HIPERDIA, que é um plano de reorganização da atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus que permite cadastrar e acompanhar os hipertensos e diabéticos em todas as unidades ambulatoriais do SUS e que garante o recebimento dos medicamentos prescritos. Além disso, é uma ferramenta útil que gera informações para os gestores de saúde e Ministério da Saúde a respeito do perfil epidemiológico da população, a fim de propor estratégias, visando à melhoria da qualidade de vida dessas pessoas6.

Estima-se que no Brasil, atualmente, existam 10 milhões de pacientes portadores de hipertensão arterial sistêmica. Assim, o impacto econômico e social desta enfermidade que pode desencadear seqüelas incapacitantes trás um ônus para o sistema de saúde e para a sociedade incalculável. O controle desta enfermidade já é dificultado pela adesão do portador às medidas não farmacológicas e mesmo ao uso correto dos medicamentos, isso se agrava quando existem inadequações de prescrições, ausência de seguimento, falta de medicamento e a utilização indevida de outros recursos não convencionais ou mesmo acréscimo de medicamentos por automedicação que possam reduzir a eficácia da terapêutica prescrita ou ainda aumentar os efeitos colaterais7.

A hipertensão arterial sistêmica é, dentre os fatores de risco cardiovascular, o mais importante, afetando 11 a 20% da população adulta (com mais de 20 anos) e em países desenvolvidos a hipertensão arterial constitui um dos maiores problemas de saúde pública, além de ser a maior causa de incapacidade física para o trabalho, aumentando de 6 a 7 vezes a mortalidade de indivíduos na

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faixa de 45 a 65 anos. No Brasil, em cada cinco pessoas uma é hipertensa. Além desta alta prevalência, sabe-se que cerca de 85% dos pacientes com acidente vascular cerebral e cerca de 40 a 60% dos pacientes com infarto do miocárdio apresentam hipertensão arterial associada6.

Não há uma causa única para a hipertensão arterial sistêmica, mas sabe-se que existem fatores que aumentam a probabilidade de sua ocorrência. Um indivíduo adulto que apresente níveis pressóricos permanentemente elevados tem maior chance em desenvolver complicações cardiovasculares e de doença renal. Esta situação se torna expressivamente mais provável se estiverem presentes outras condições como o hábito de fumar, dislipidemia, intolerância à glicose, além da constatação pelo eletrocardiograma ou ecocardiograma de hipertrofia ventricular esquerda8.

Tratar ou prevenir a progressão hipertensão envolve, basicamente, ensinamentos para que se processem mudanças dos hábitos de vida tanto no que se refere no tratamento medicamentoso ou não. A consecução dessas mudanças é lenta e, na maioria das vezes, penosa, e por serem medidas educativas, necessitam de continuidade em sua implementação.

Objetivo

Este trabalho tem por objetivo caracterizar, conhecer e descrever o perfil de pacientes hipertensos atendidos pela enfermagem do ambulatório de um hospital público de São Paulo, utilizando as seguintes variáveis: gênero; faixa etária; etnia; estado civil; sobre a patologia; frequência de consulta; tipo de tratamento; periodicidade do tratamento; frequência de aferição da pressão arterial e informações recebidas.

Material e Método

Neste trabalho, utilizou-se a pesquisa quantitativa descritiva, através de levantamento de dados, com a aplicação de questionário com perguntas predominantemente fechadas.

O cenário do estudo foi o ambulatório de um hospital público da cidade de São Paulo.

Os critérios selecionados para inclusão dos sujeitos da pesquisa no estudo foram: ser usuário do ambulatório e aceitar participar livremente da pesquisa.

O universo investigado foi constituído por 60 usuários, conforme requisitos estipulados.

Os dados foram coletados no período de 20 de agosto a 25 de setembro de 2009, por meio de um processo aleatório de escolha dos participantes.

Há que se ressaltar que o início de cada coleta foi precedido pela solicitação da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, conforme Resolução 196/96 sobre pesquisa envolvendo seres humanos garantindo os referenciais da bioética.

Como estratégias para obtenção de dados junto aos participantes da pesquisa foram realizadas entrevistas utilizando como instrumento de coleta de dados um questionário padronizado, contendo dez perguntas, referentes a dados sociodemográficos e direcionadas a investigar a caracterização do perfil dos pacientes hipertensos.

Resultados e Discussão

Os pacientes analisados distribuíram-se, de acordo com o sexo, faixa etária, etnia e estado civil conforme é demonstrado pela caracterização sociodemográfica exposta na tabela 1.

Como poderá ser observado na tabela 1, a minoria dos entrevistados 76,7% é do sexo feminino a maioria dos sujeitos entrevistados 38,3% está entre sessenta e seis a setenta e quatro anos, enquanto 70,0% pertencem à raça negra, e 36,7% são casados.

Com relação à etnia os negros são mais acometidos com alta frequência9, nas doenças cardiovasculares.

Um dos principais motivos que levam as mulheres a apresentarem mais problemas cardiovasculares do que os homens é a redução hormonal característica da menopausa. Neste período, a mulher perde a proteção estrogênica (principal hormônio feminino que ajuda na proteção das artérias), além da emancipação social, o estresse, sedentarismo, obesidade e níveis pressóricos aumentados10.

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Tabela 1. Características sociodemográficas. (N=60). São Paulo, 2009. Características N (%) Sexo Masculino 14 (23,3%) Feminino 46 (76,7%) Idade 58  66 12 (20,0%) 66  74 23 (38,3%) 74  82 16 (26,7%) 82  90 5 (8,3%) 90  98 4 (6,7%) Etnia Branca 15 (25,0%) Negra 42 (70,0%) Outros 3 (5,0%) Estado Civil Casado 22 (36,7%) Solteiro 15 (25,0%) Separado 13 (21,7%) Viúvo 10 (16,6%)

Na tabela 2 a maioria dos entrevistados 65,0% não tem conhecimento adequado sobre a doença, já 36,7% frequenta consulta mensalmente, enquanto 61,7% fazem tratamento medicamentoso.

Tabela 2. Dados referentes às percepções pessoais. (N=60). São Paulo, 2009. Características N (%) Conhecimento da patologia Sim 21 (35,0%) Não 39 (65,0%) Consulta ao médico Mensal 22 (36,7%) Trimestral 13 (21,7%) Semestral 17 (28,3%) Anual 8 (13,3%) Forma de tratamento Alimentar 23 (38,3%) Medicamentoso 37 (61,7%) Acompanhamento periódico Sim 47 (78,3%) Não 13 (21,7%) Verificação da PA 1 a 2 vezes na semana 33 (55,0%) 3 a 4 vezes na semana 17 (28,3%) 5 ou + vezes na semana 10 (16,7%) Informações recebidas Ótimo 28 (46,7%) Bom 18 (30,0%) Regular 14 (76,3%)

Em relação ao acompanhamento periódico 78,3% faz regularmente, embora 55,0% aferem a pressão arterial uma a duas vezes por semana e 46,7% classifica como ótimo as informações recebidas dos profissionais de saúde.

Conclusão

Atualmente a Hipertensão Arterial é considerada um problema de saúde pública pelas altas taxas de prevalência na população. No entanto, sabemos que apesar da facilidade do diagnóstico, seu controle ainda continua sendo um dos principais desafios.

Infelizmente, a disponibilidade do tratamento não garante a adesão dos usuários.

A realização deste estudo em um cenário ambulatorial possibilitou conhecer o perfil de um grupo de pacientes hipertensos acompanhados atendidos pela enfermagem e constatar que apesar dos esforços investidos na atenção básica ainda encontramos dados isolados, sem análise e que, pouco contribuem para mudar o atual contexto de saúde.

Acreditamos que os dados deste estudo poderão possibilitar a tomada de decisão no contexto deste ambulatório e direcionar as ações em saúde para a promoção, prevenção e tratamento dos usuários hipertensos e demais pessoas da comunidade. Também possibilita outras realidades desenvolverem trabalhos semelhantes a fim de caracterizarem e adequarem suas ações em saúde. No entanto, destacamos a necessidade de novas pesquisas que possam contemplar outras dimensões da assistência aos pacientes hipertensos.

Referências

1. Brandão AA, Mota M, Machado CA. Livro Hipertensão. Departamento de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Disponível em: <http://departamentos.cardiol.br>. Acesso em: 15 nov. 2009.

2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Hipertensão arterial sistêmica para o Sistema Único de Saúde - Brasília: Ministério da Saúde - Cadernos de Atenção Básica, n.16, série A. Normas e Manuais Técnicos, 2006. 58.

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3. Sociedade Brasileira de Hipertensão. V Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. Revista Brasileira de Hipertensão. São Paulo. 2006; 9 (4): 121-157. 4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. SIAB: manual do sistema de Informação de Atenção Básica - 1 ed., 4. reimpressão - Brasília: Ministério da Saúde, 2003.

5. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Melittus. Brasília: Ministério da Saúde, 2001.

6. Brasil. Ministério da Saúde. Hiperdia: Sistema de Cadastramento e Acompanhamentos de Hipertensos e Diabéticos. 2007. Disponível em: <http://hiperdia.datasus.gov.br>. Acesso em: 20 de nov 2009.

7. Araújo JC, Guimarães AC. Controle da hipertensão arterial em uma unidade de saúde da família. Rev. Saúde Pública. São Paulo. 2007; 41 (3): 368-374.

8. Botrel TEA, Costa RD, et al. Doenças cardiovasculares: causas e prevenção. Rev Bras Clín Ter. 2000; 26(3):87-90. 9. Fernandes CE, Neto JSLP, Gebara OCE, Andrade JP, et al. I Diretriz Brasileira sobre prevenção de doenças cardiovasculares em mulheres climatéricas e a influência da terapia de reposição hormonal (TRH) da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e da Associação Brasileira do Climatério (SOBRAC). Arquivos Brasileiros de Cardiologia. 2008; 91(1):1-23.

10. ____. Infarto agudo do miocárdio em mulheres

pós-menopausa. Disponível em: <http://artigos.netsaber.com.br>. Acesso em: 11 Mai.

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