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O papel da comunidade no contexto de uma cidade criativa: o caso "Espetáculo 100% Porto"

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Academic year: 2021

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Mestrado em Ciências da Comunicação Área de Especialização em Cultura e Ciência

Relatório de Estágio – Teatro Municipal do

Porto Rivoli • Campo Alegre

O papel da comunidade no

contexto de uma cidade

criativa: o caso “Espetáculo

100%Porto”

Sara Margarida Bogas Carneiro

M

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Sara Margarida Bogas Carneiro

O papel da comunidade no contexto de uma cidade criativa: o

caso “Espetáculo 100%Porto”

Relatório de estágio realizado no âmbito do Mestrado em Ciências da Comunicação – com especialização em Cultura e Ciência, orientado pelo

Professor Doutor Nuno Moutinho

Faculdade de Letras da Universidade do Porto

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O papel da comunidade no contexto de uma cidade

criativa: o caso “Espetáculo 100%Porto”

Sara Margarida Bogas Carneiro

Relatório de Estágio realizado no âmbito do Mestrado em Ciências da Comunicação, com especialização em Cultura e Ciência, orientado pelo Professor Doutor Nuno Moutinho.

Membros do Júri

Professor Doutor Fernando Vasco Moreira Ribeiro Faculdade de Letras - Universidade do Porto

Professora Doutora Suzana Margarida Dias dos Santos Cavaco Faculdade de Economia – Universidade do Porto Professor Doutor Nuno Alexandre Meneses Bastos Moutinho

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Dedico este trabalho a todos aqueles que são inconformados, irreverentes e persistentes por aquilo que são verdadeiramente apaixonados!

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Sumário

Declaração de honra ... 10

Agradecimentos ... 11

Resumo ... 12

Abstract ... 13

Lista de abreviaturas e siglas ... 14

Introdução ... 15

Parte I ... 17

Capítulo 1 – Caracterização da Instituição ... 18

1.1. Teatro Rivoli ... 18

1.2. Teatro Campo Alegre ... 19

1.3. Projeto Teatro Municipal do Porto Rivoli • Campo Alegre... 20

1.4. Residências Artísticas - Programa de Residências Artísticas e Bolsas de Criação ... 20

1.5. Programa Paralelo ... 21

1.6. Rede 5 sentidos ... 25

1.7. Festival DDD – Dias da Dança ... 25

Capítulo 2 – Análise do trabalho efetuado no âmbito do estágio ... 27

2.1. Enquadramento ... 27

2.2. Descrição das atividades desenvolvidas ... 27

2.2.1. Tarefas Diárias e Regulares ... 28

2.2.2. Eventos e Projetos ... 34

Parte II ... 40

Capítulo 3 – Cidades criativas ... 41

3.1. Revisão de Literatura ... 41

3.1.1. A evolução de um conceito ... 42

3.1.2. O que define uma cidade criativa? ... 45

3.1.3. Ascensão da Classe Criativa ... 47

3.1.4. Das Indústrias Culturais às Indústrias Criativas ... 52

3.1.5. Clusters Criativos ... 60

3.1.6. Economia criativa ... 63

Capítulo 4 – Uma Participação Cultural Ativa ... 67

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4.1.1 Rimini Protokoll ... 72 4.1.2. 100% City ... 74 Parte III ... 76 5. Espetáculo 100%Porto ... 77 5.1. Estudo de caso ... 77 5.2. Metodologia ... 78

5.3. Apresentação dos dados ... 79

5.3.1. Interpretação dos resultados ... 89

Considerações finais ... 90

Referências bibliográficas ... 92

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Declaração de honra

Declaro que o presente relatório de estágio é de minha autoria e não foi utilizado previamente noutro curso ou unidade curricular, desta ou de outra instituição. As referências a outros autores (afirmações, ideias, pensamentos) respeitam escrupulosamente as regras da atribuição, e encontram-se devidamente indicadas no texto e nas referências bibliográficas, de acordo com as normas de referenciação. Tenho consciência de que a prática de plágio e auto plágio constitui um ilícito académico.

Porto, 30 de junho de 2019

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Agradecimentos

Este trabalho não teria sido concretizado, sem a ajuda de algumas pessoas e instituições. Em primeiro lugar queria agradecer o apoio incondicional da minha família, principalmente da minha mãe, que sempre me deu asas para ser e fazer o que achava que era o certo para continuar o meu caminho. Em segundo, gostava de agradecer ao meu parceiro de equipa local do 100%Porto, João Arezes, que, para além de ser um colega extraordinário, foi também um amigo e um professor da vida real.

Em terceiro lugar, queria agradecer à instituição que tão bem me acolheu, o Teatro Municipal do Porto Rivoli • Campo Alegre e a todos os seus colaboradores. Destes destaco a equipa de comunicação e o meu orientador de estágio, José Reis, a quem agradeço a oportunidade de ter vivido esta experiência; à Leonor Tudela e ao Francisco Santos que sempre estiveram disponíveis para me ensinar, ajudar e apoiar em todas as tarefas. Queria agradecer também à Rita Xavier, à Marina Freitas e ao Paulo Covas a confiança, a compreensão e o trabalho sob pressão que me deu traquejo e que de certeza me vai ser muito útil, na minha vida profissional; à Carla Moreira a simpatia e o apoio e ainda ao Alex Baron e ao José Caldeira o bom sentido de humor e o trabalho em equipa.

Agradeço também à Faculdade de Letras da Universidade do Porto e aos professores do mestrado de Ciências da Comunicação, por todos os conhecimentos que me permitiram adquirir ao longo destes dois anos, destacando o Professor Doutor Nuno Moutinho a quem agradeço ter aceitado ser meu orientador de relatório de estágio e da paciência, simpatia e prontidão que teve ao longo destes meses de orientação.

Queria ainda agradecer à minha amiga e colega Sofia Araújo por todo o apoio, amizade, compreensão e ajuda que me deu ao longo da minha passagem pela cidade do Porto. À minha amiga e colega de casa Marlene Simões, por todos os desabafos, amizade, apoio e paciência ao longo destes dois anos. E aos meus amigos e também colegas Catarina Carneiro e Clive Castro, o companheirismo e apoio ao longo desta etapa. Para terminar agradeço à amiga que me acompanha para todo o lado, Marta Cruz, por me aturar há tanto tempo, por me dar casa muitas vezes e me apoiar sempre, sem questionar. Em suma, quero agradecer a todas as pessoas que participaram no 100%Porto, pois cada uma delas me ensinou algo e todas me fizeram sentir, por momentos uma verdadeira portuense.

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Resumo

Este trabalho surge na sequência do estágio curricular realizado no Gabinete de Comunicação e Assessoria de Imprensa do Teatro Municipal do Porto Rivoli • Campo Alegre, no âmbito do 2º ano do mestrado em Ciências da Comunicação, com especialização em Cultura e Ciência.

Ao longo do tempo, as instituições têm-se vindo a preocupar com a imagem que transmitem ao público. Neste sentido, nos últimos anos começaram a investir mais nos gabinetes de comunicação e nas ligações que estes estabelecem com a imprensa. O assessor de imprensa é o principal intermediário entre a instituição e os meios de comunicação, criando relações mais próximas com os jornalistas, através de press releases, conferências e ensaios de imprensa, organização de eventos, etc.

O Teatro Municipal do Porto começou o ano de 2019 em grande, a celebrar o 87º aniversário do Teatro Rivoli, com um projeto que envolveu a comunidade e promoveu uma participação cultural ativa. Estamos a falar do espetáculo 100%Porto da autoria do coletivo Rimini Protokoll, que envolveu 100 pessoas comuns da cidade do Porto, para fazer uma representação etnográfica da cidade em palco. Tal como a organização afirma, trata-se de uma amostra da população portuense que utilizamos como base para realizar o estudo de caso: “O papel da comunidade no contexto de uma cidade criativa”. Em suma, falamos de criatividade, de pessoas, de arte e indústrias culturais no fundo de cidades criativas.

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Abstract

This work emerged in sequence of a curricular internship realized in the cabinet of Communication and Press Office of Municipal Theater Porto Rivoli of Campo Alegre, in the ambit of the second year of master’s degree in communication science, with specialization in Culture and Science.

Over the time, the institutions have been worrying with the image they convey to the public. In this sense, in last years they started to invest more in communication cabinets and in their relationships with the press.

The press officer is the main intermediary between the institution and the media, creating closer relationships with the journalists, through press releases, conference, press rehearsals, events organization and so on.

Oporto Municipal Theater began the year 2019 in a big way, celebrating the 87th anniversary of the Rivoli Theater, with a project that involved the community and promoted an active cultural participation.

We are talking about the 100% Porto show by the collective Rimini Protokoll, which involved 100 ordinary people from Porto, to make an ethnographic representation of the city on stage.

As the organization states, it is a sample of the population of Porto that we use as a basis to carry out the case study: “The role of the community in the context of a creative city”. In short, we talk about creativity, people, art and cultural industries in the background of creative cities.

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Lista de abreviaturas e siglas

TMP- Teatro Municipal do Porto

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Introdução

Logo no início do mestrado, fomos alertados para o facto de termos de optar no 2.º ano por realizar uma dissertação ou um relatório de estágio, sendo que, se quiséssemos o último, teríamos de começar à procura de estágio ao longo do 1.º ano. Foi então o que fizemos e, em maio de 2018, o coordenador de comunicação do Teatro Municipal do Porto aceitou o estágio no seu gabinete de comunicação e assessoria de imprensa.

A partir daqui, começaram as burocracias e no dia 3 de setembro de 2018 começou esta nova etapa, que no início se cingia ao apoio de todas as tarefas de comunicação e assessoria de imprensa do Teatro Municipal do Porto, sendo que, passado um mês de estágio, surgiu um convite para integrar a equipa local do projeto 100% Porto e, a partir desse momento, o tempo de estágio começa a ser dividido entre o gabinete de comunicação e a produção deste espetáculo. Com o aparecimento deste projeto, surge também a ideia de se desenvolver neste relatório “O papel da comunidade no contexto de uma cidade criativa”, através da análise de um questionário elaborado sobre a temática das cidades criativas e do 100% Porto, aplicado a todos os participantes deste espetáculo.

O presente relatório encontra-se dividido em 3 partes, sendo que cada uma delas está dividida em capítulos e subcapítulos. A primeira parte, diz respeito ao estágio propriamente dito, sendo possível encontrar a caracterização da instituição de acolhimento e a descrição do trabalho efetuado. Sendo um estágio académico e existindo um semestre dedicado a uma reflexão teórica sobre o mesmo, foi possível definir um tema de análise e colocar algumas questões de investigação para serem respondidas. Na segunda parte, apresentamos a revisão de literatura efetuada sobre os temas das cidades criativas e da participação cultural. Durante o estágio, estes foram os aspetos teóricos mais interessantes, desde a evolução do conceito das cidades criativas, passando por tópicos como a ascensão da classe criativa, a passagem das indústrias culturais para as indústrias criativas, clusters criativos e economia criativa chegando à importância que uma participação cultural ativa tem para uma cidade e para os seus próprios habitantes. Para a realização da análise teórica, tivemos em consideração as seguintes questões de investigação: Será que os portuenses acham que a cidade do Porto é uma cidade criativa?

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Qual a importância do envolvimento dos cidadãos nos projetos de uma cidade? Deverão as instituições preocuparem-se em fornecer as condições necessárias para que a comunidade desempenhe um papel ativo na vida cultural de uma cidade?

Na terceira e última parte, foi utilizado o caso do evento 100%Porto para responder a estas questões, utilizando um inquérito por questionário realizado aos participantes deste espetáculo, expondo as características que uma cidade criativa possui e onde se questiona sobre a sua participação no espetáculo. Este questionário teve como objetivo perceber se os inquiridos identificam estas características na sua cidade e entender se este tipo de eventos na sua opinião, é benéfico para a comunidade.

Este espetáculo fez subir ao palco cidadãos que, de acordo com a organização, seriam uma amostra representativa dos portuenses, o que nos levou a considerar que a sua resposta a algumas perguntas poderia ser particularmente interessante para a presente análise.

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Capítulo 1 – Caracterização da Instituição

O Teatro Municipal do Porto, situado na Praça D. João I, reabriu em setembro de 2014 e desde essa data apresenta uma programação bastante multidisciplinar, o que lhe possibilita chegar a diversos tipos de público. O Pelouro da Cultura da Câmara Municipal do Porto, em conjunto com o Diretor do Teatro, Tiago Guedes, implementou um projeto que teve como base uma estratégia definida para os dois polos que compõem o Teatro Municipal: o Teatro Rivoli e o Teatro Campo Alegre.

Distingue-se dos demais teatros, por ser “um verdadeiro lugar de descobertas e confirmações artísticas”, que marca o equilíbrio entre o que se faz na cidade, o que circula no país e o que de internacional é apresentado no Porto. Um local onde as abordagens são programadas e apresentadas em inúmeras escalas.

1.1. Teatro Rivoli

Em 1913, é inaugurado com o nome de “Teatro Nacional”, mas, devido a alterações e mudanças urbanísticas que foram acontecendo nos anos seguintes no centro, sentiram-se (quem?) obrigados a repensar e modernizar o imóvel. Surge então, em 1932, aquele que conhecemos hoje por “Teatro Rivoli” remodelado e adaptado para cinema, e já com uma programação bem consistente: ópera, teatro e concertos. O arquiteto responsável pelo projeto arquitetónico foi Júlio Brito.

Por volta da década de 1970, devido a uma conjuntura financeira desfavorável, o Teatro começou a degradar-se. Tinha com um equipamento ultrapassado, não apresentava uma programação regular, nem possuía um público próprio. Perante esta situação, a Câmara Municipal do Porto decidiu nesta altura comprar o Teatro para assim o voltar a devolver à cidade e aos portuenses.

Mais tarde, em 1992, o Teatro volta a fechar para uma remodelação geral, ao abrigo do projeto do arquiteto Pedro Ramalho, que amplia a área de 6.000 metros quadrados para 11.000 metros quadrados. Surge então um Auditório Secundário, um Café-concerto, uma Sala de Ensaios e um Foyer de Artistas, bem como espaços para os Serviços Administrativos e para os Serviços Técnicos. Em outubro de 1997, o Rivoli Teatro Municipal reabre as suas portas sob a direção de Isabel Alves Costa. E entre 2007 e 2011

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o teatro acaba por ser gerido pelo reconhecido encenador e dramaturgo, Filipe La Féria. Finalmente em 2014, a Cultura da Câmara Municipal do Porto, representada pelo Presidente Rui Moreira e o Vereador da Cultura Paulo Cunha e Silva, conduzem definitivamente o destino do Teatro Municipal do Porto (Teatro Rivoli e Teatro Campo Alegre). Foi então apresentado de setembro a dezembro do mesmo ano, no Teatro Rivoli, o programa que ainda hoje é um exemplo da programação que o TMP atualmente apresenta, “O Rivoli Já Dança!”. Em janeiro de 2015, Tiago Guedes assume as funções de diretor artístico, apresentando a programação que desde logo mostra a vontade que existia em voltar a colocar o Rivoli no panorama dos grandes eventos culturais, com uma projeção nacional e internacional.

O Rivoli expande-se a diversas artes, como: teatro, cinema, pensamento, música, literatura, exposições, workshops, marionetas e novo circo, tendo destaque especial, a dança.

1.2. Teatro Campo Alegre

O Teatro Campo Alegre foi projetado pelo arquiteto Rogério Cavaca. Em 2000, depois de finalizada a construção, começa a ser gerido pela Fundação Ciência e Desenvolvimento (FCD), atualmente extinta.

Hoje em dia, o Teatro Campo Alegre é caracterizado como o “polo experimental” do Teatro Municipal do Porto, pois funciona como laboratório criativo, que abriga artistas de variada índole e oito companhias da cidade em residências de curta e longa duração, no âmbito do programa do Teatro em Campo Aberto. A seu tempo apresentarão as suas criações que resultam do trabalho que realizaram nestas instalações.

Esta é uma infraestrutura que dispõe de quatro salas (Auditório, Café-Teatro, Cine-Estúdio e Sala-Cine-Estúdio) e três apartamentos, dois de tipologia T1 e um T3, transformados em autênticas residências artísticas.

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1.3. Projeto Teatro Municipal do Porto Rivoli • Campo Alegre

O projeto desenvolvido para o Teatro Municipal do Porto, assenta em três eixos principais – Programação, Paralelo e Campo Aberto. A programação apresentada é bastante exigente a nível artístico e trabalha de uma forma atenta aos contextos local, nacional e internacional.

A dança é sem dúvida o grande foco da programação, mas o teatro, a música, o cinema e a literatura são também frequentes na programação.

O TMP aposta numa programação internacional na Dança, no Teatro e na Música de forma a aumentar a oferta cultural da cidade, principalmente no que toca à circulação dos artistas contemporâneos mais consagrados da atualidade.

A aposta a nível nacional, passa pelo trabalho conjunto com companhias e artistas através de coproduções de novas criações e na difusão de reportório, privilegiando sempre companhias locais para que estas, possam apresentar um trabalho mais sólido e aprofundado. Apresenta-se como um dos principais promotores nacionais de criação artística, no campo das artes performativas, com uma média de 30 coproduções anuais. O projeto de residências artísticas que criaram, Campo Aberto, foi feto a pensar nas companhias, projetos e artistas da cidade e no apoio ao trabalho que desenvolvem.

1.4. Residências Artísticas - Programa de Residências Artísticas e Bolsas de Criação

O projeto Campo Aberto - Programa de Residências Artísticas e Bolsas de Criação é um dos grandes pilares da programação do TMP, direcionado a várias companhias, projetos e artistas da cidade. São cinco, as áreas que o Teatro Campo Alegre recebe em residência de longa, curta ou cruzada duração: dança, teatro, música, cinema e novo circo.

Residências de Longa Duração

Casa da Animação, Companhia Instável, Drumming - Grupo de Percussão, Erva Daninha, Medeia Filmes, Nome Próprio, Estrutura, Teatro Experimental do Porto (TEP).(Teatro Municipal do Porto, 2019)

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Residências de Curta Duração

Estas residências são de curta duração e têm lugar nos dois polos do Teatro Municipal do Porto: Rivoli e Campo Alegre e vão variando de temporada para temporada. Residências Cruzadas

Este programa promove a circulação internacional, não só através de espetáculos coproduzidos, mas também pelos seus processos de criação. Os parceiros deste projeto tem como objetivo a criação artística e desenvolvimento de projetos em residências. Cada um destes parceiros providencia todas as condições necessárias a esta criação artística quando solicitadas como: a disponibilização de apartamentos, estúdios de trabalho, assistência técnica e de produção.

Os parceiros deste projeto são: CCNCN — Centre Chorégraphique National de Caen en Normandie, Charleroi Danse / Centre Chorégraphique de la Fédération Wallonie-Bruxelles, CND - Centre National de la Danse, NAVE - Centro de Creación y Residencia, Teatro Municipal do Porto, Teatros del Canal.

1.5. Programa Paralelo

O programa Paralelo – Programa de Aproximação às Artes Performativas desenvolve um conjunto de ações, em simultâneo com a programação, no âmbito da mediação e formação de públicos. Desenvolvem um conjunto de ações, que decorrem no Rivoli e Campo Alegre desde espetáculos, workshops, encontros, projetos continuados, conversas e visitas guiadas.

A mediação é uma das suas missões, por isso o foco na multiplicidade de públicos existentes, promovendo uma participação ativa e crítica que potencie uma reflexão sobre as Artes Performativas e uma relação próxima e construtiva com os seus criadores. Por este motivo apresentam mensalmente espetáculos e atividades direcionadas a escolas e famílias. O Paralelo promove a proximidade dos públicos às Artes Performativas, de uma forma regular e concentrada através de variadas abordagens:

a) Espetáculos para grupos escolares e famílias

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que têm como público-alvo crianças, jovens e famílias. E existem sempre nestes espetáculos sessões dedicadas aos grupos escolares.

b) Workshops e Masterclasses

Trata-se de um conjunto de atividades práticas que colocam em contacto criadores nacionais e internacionais que apresentam os seus trabalhos no Teatro Municipal do Porto, com os diferentes públicos de diferentes faixas etárias, desde estudantes, profissionais, curiosos com ou sem experiência. O objetivo destas atividades é promover o conhecimento aprofundado no trabalho que é apresentado no TMP, dos seus intervenientes e dar a conhecer todo o seu processo criativo.

c) Aquecimento Paralelo

Um Workshop de periodicidade regular que desafia uma vez por mês, os espetadores a experimentar uma ideia ou movimento de determinado espetáculo, antes de o verem. Este Workshop potência uma nova abordagem a diferentes linguagens, proporcionando a todos os participantes uma relação com os espetáculos bastante diferente do habitual.

d) Encontros

Nestes encontros abordam-se temas específicos, onde artistas e pensadores são convidados para um diálogo mediado com o público, de forma a que estes possam aprofundar e refletir sobre os assuntos propostos.

e) Conversas Pós-Espetáculo

Estas são conversas pós-espetáculo com a duração de cerca de 30 minutos. Onde a finalidade é a partilha direta dos artistas com o público, sobre o processo base do trabalho que acabou de ser apresentado. A moderação destas conversas fica a cargo de convidados ou de elementos da equipa do TMP. Nesta temporada foram três os convidados responsáveis, por esta tarefa de moderação: André Correia, jornalista; Raquel S, dramaturgista e dramaturga em espetáculos de teatro e dança e Rossana

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Mendes Fonseca, fotógrafa e escritora. f) Projetos continuados

Todos os anos o TMP desenvolve um projeto continuado, sempre com grupos de participantes específicos. São projetos que podem ter origem em diversas áreas artísticas, com uma extensão prática ao longo de alguns meses, promovendo a partilha em grupo e sensibilizando as Artes Performativas para todos, sem limite de idade. O projeto continuado da temporada que está a decorrer é o “Amigo secreto”, onde os portadores do cartão amigo do TMP são desafiados e questionados sobre o que é o conceito da “Amizade, “e o que significa afinal ser amigo de um teatro?

• O Amigo Secreto - Maria do Céu Ribeiro e Paulo Mota

“É um projeto continuado do Teatro Municipal do Porto que desafia e questiona os seus “Amigos” sobre dois conceitos: o que é a Amizade e o que é ser, afinal, um Amigo do Teatro. De uma forma geral, os espectadores assumem um papel de meros observadores, com maior ou menor intervenção, mais ou menos ativos, mas raramente expondo as suas ideias ou sensações. Nem sempre lhes é dado o palco para expressarem aquilo que pensam. Neste projeto, e durante vários meses, um grupo de participantes vai ter a oportunidade de (se) conhecer, individual e coletivamente. Neste projeto, o nosso Amigo (secreto para muitos) deixa de o ser, passando a ser também amigo (comum) de quem o vê.” (Teatro Municipal do Porto, 2019)

• Outros projetos continuados: Oficina do Espetador, P.E.D.R.A – Projeto Educativo em Dança de Reportório para Adolescentes.

Visitas Guiadas Eu também vou!

São serviços pouco frequentes, que acontecem mediante marcação prévia. E são projetos que promovem principalmente a relação com os públicos e aproximando-os às artes performativas. Proporcionando a quem as solicita uma experiência bastante diferente e enriquecedora.

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• Visitas Guiadas

“O Teatro Municipal do Porto abre as portas dos seus dois polos, Rivoli e Campo Alegre, de forma a desvendar os seus bastidores. Uma visita guiada que dá a conhecer estes dois Teatros, o trabalho desenvolvido e a equipa que neles trabalha. São gratuitas, mas implicam uma inscrição prévia.” (Teatro Municipal do Porto, 2019)

• Eu também vou!

“Este projeto do Teatro Municipal do Porto “Eu Também Vou!”, permite às crianças entre os 5 e os 10 anos acompanharem os adultos sempre que estes venham assistir a um espetáculo no Grande Auditório do Rivoli, que não é direcionado para a sua idade. No entanto, este projeto é um “babysitting” performativo, ou seja, os mais pequenos são envolvidos numa atividade relacionada com o espetáculo a que os mais velhos assistem, na mesma área artística, trabalhando o mesmo tema, mas de uma forma adequada à sua idade. Implica uma inscrição prévia com 24h de antecedência.” (Teatro Municipal do Porto, 2019)

g) Ensaios Gerais Solidários

Uma iniciativa que sugere um ensaio geral de determinado espetáculo ou artista, em benefício de instituições de solidariedade social, cedendo bilhetes à instituição que por sua vez vai disponibilizá-los por um pequeno valor, aos seus associados e ao público em geral. Sendo que a verba reverte totalmente para a instituição.

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1.6. Rede 5 sentidos

Criada em 2009, no âmbito do projeto QREN 2007-2013, a rede 5 sentidos promove a programação cultural e a produção artística em rede. Neste momento são onze, as infraestruturas culturais nacionais que a rede apoia, fomentando o desenvolvimento das artes performativas em Portugal, através de cofinanciamentos, coproduções e residências. O seu principal objetivo é fomentar a troca de ideias, processos e experiências, visando o fortalecimento do desempenho dos parceiros, promovendo a criação artística e consequentemente alargar os seus públicos. E o Teatro Municipal do Porto Rivoli Campo Alegre é um destes parceiros, juntamente com: o “Teatro Viriato (Viseu), Centro Cultural Vila Flor (Guimarães), Centro de Artes de Ovar (Ovar), O Espaço do Tempo (Montemor-o-Novo), Teatro Académico Gil Vicente (Coimbra), Maria Matos Teatro Municipal (Lisboa), Teatro Micaelense (Ponta Delgada), Teatro Municipal da Guarda, Teatro Nacional São João (Porto) e Teatro Virgínia (Torres Novas). “(Teatro Municipal do Porto, 2019)

1.7. Festival DDD – Dias da Dança

Este é um festival internacional de dança contemporânea, cujo organizador é o Teatro Municipal do Porto juntamente com a Câmara Municipal do Porto e coorganização das Câmaras Municipais de Matosinhos e Gaia, no contexto da Frente Atlântica. Este festival surge da ideia de se criar uma ligação entre as cidades do Porto, Matosinhos e Gaia, através de uma programação bastante diversificada no que toca à dança, promovendo também os vários espaços de apresentação ao público.

“O Festival DDD propõe um circuito intenso de programação, assegurado pelas coproduções estabelecidas entre o Teatro Municipal do Porto — Rivoli e Campo Alegre, o Teatro Nacional São João, o Teatro Municipal de Matosinhos Constantino Nery, o Coliseu Porto, a Fundação de Serralves, o Teatro do Bolhão, o balleteatro, a mala voadora, o Armazém 22 e o Auditório Municipal de Gaia. As parcerias determinadas a cada edição, estendem ainda as possibilidades de apresentação de espetáculos e atividades: o Teatro do Bolhão e, este ano, o Mira - Artes Performativas e a Casa da Arquitectura.” (Festival

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DDD Dias da Dança, 2019)

E encontra-se dividido em quatro partes: • DDD IN — Espetáculos

• DDD OUT — Espaço Público / Corpo + Cidade

• DDD EXTRA — Masterclasses / Workshops / Encontros / Cinema / Meeting Point

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Capítulo 2 – Análise do trabalho efetuado no âmbito do

estágio

O relatório que se apresenta surge, no âmbito de no 2º ano do Mestrado de Ciências da Comunicação com especialização em Cultura e Ciência da Faculdade de Letras da Universidade do Porto. O estágio curricular foi realizado no Teatro Municipal do Porto Rivoli • Campo Alegre, nas instalações do Teatro Rivoli, de frente para a Praça D.João I. 2.1. Enquadramento

Esta experiência teve início dia 3 de setembro de 2018, apesar de ter começado a ser planeada em abril do mesmo ano. Tudo começou, por uma pesquisa sobre instituições culturais emblemáticas da cidade do Porto. Desta forma o Teatro Municipal do Porto, foi desde logo uma referência e uma ambiciosa possibilidade. Depois de comunicado o interesse em colaborar no seu gabinete de Comunicação e Assessoria de Imprensa e ser realizada uma entrevista, foi aprovado o estágio, inicialmente com a duração de 4 meses, mas que acabou por se estender por cerca de 5 meses, a pedido da instituição. Este prolongamento deveu-se ao convite para integrar a equipa do projeto “100%Porto”, um espetáculo que serviria de mote para o 87ºAniversário do Teatro Rivoli.

2.2. Descrição das atividades desenvolvidas

Todas as segundas-feiras a equipa de Comunicação do TMP reúne e discute os assuntos mais importantes daquela semana, distribuindo a cada elemento da equipa tarefas mediante as funções que desempenham. A equipa era composta pelo Coordenador de Comunicação e Orientador de Estágio, José Reis; a Assessora de Imprensa, Leonor Tudela; o Gestor de Redes Sociais, Francisco Santos e a Designer Gráfica Rute Carvalho. Na primeira reunião foi comunicado à estagiária, que estaria mais alocada à Leonor Tudela e ao Francisco Santos, pois iria desempenhar tarefas de Assessoria de Imprensa e Gestão de Redes Sociais.

Foi também nesta reunião que ficou definido, em traços gerais, o plano de estágio1, ou seja, quais iriam ser as suas tarefas diárias e regulares.

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2.2.1. Tarefas Diárias e Regulares

Estas tarefas eram na sua maioria direcionadas para a Assessoria de Imprensa2. Diariamente, a primeira tarefa que possuía, mal chegava ao Teatro, era ver o clipping3 que a Câmara Municipal do Porto reencaminhava para a equipa. O clipping4 do TMP não vinha de forma independente, pelo facto do Teatro Municipal do Porto ser uma estrutura pertencente à Câmara Municipal do Porto. Por este motivo, esta tarefa demorava um pouco mais de tempo do que seria de esperar, pois era necessário filtrar de entre todas as notícias referentes à cidade e à Câmara Municipal do Porto, aquelas que fossem sobre o TMP. Depois de identificadas as noticiais sobre o TMP eram organizadas por pastas, na conta da Dropbox (ano/mês/festival (se aplicável) /espetáculo), onde toda a equipa de comunicação tinha acesso. Por conseguinte vinha sempre uma tarefa adjacente de índole regular, alimentar o painel de imprensa5. Esta tarefa consistia em selecionar as notícias mais interessantes dos espetáculos ou eventos que tivessem acontecido ou fossem acontecer no TMP, imprimi-las e colocá-las num painel de imprensa que existe junto à bilheteira no Teatro Rivoli.

No que toca às notícias sobre espetáculos/eventos que decorriam no Teatro Campo Alegre, a tarefa era selecionar na mesma o clipping, mas enviá-lo por email6 para as produtoras de lá, para posteriormente o colocarem no seu painel de imprensa.

A segunda coisa que se fazia diariamente era gerir o email de conteúdos e divulgação (divulgacao.tmp@cm-porto.pt), filtrando e reencaminhando os emails de interesse do Teatro para as pessoas dos setores a que se dirigiam.

2 “A assessoria de Imprensa tem como função principal estabelecer e manter contato com os jornalistas

informando-os sobre as atividades de uma organização, controlar e analisar a informação veiculada e recolher o que vai sendo publicado.” (Duarte,2003, p.69)

3” Todo o material divulgado nas diferentes mídias (TV, jornais, revistas, sites e rádio) é reunido e

encaminhado ao cliente. (…) “A organização do clipping é uma tarefa muito importante. É ali que estará a indicação das notícias em suas respectivas editorias, o nome dos repórteres e a data da publicação da matéria. (Mauad, 2009, p.7)

4 Anexo 2 5 Anexo 3 6 Anexo 4

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Semanalmente, por iniciativa da própria ou a pedido da Assessora de Imprensa7, Leonor Tudela realizava-se os press realeses8 dos espetáculos ou eventos, que iriam acontecer no

Teatro, nessa semana ou fim de semana. Para redigir estes press releases9 era necessário

seguir o modelo que o Gabinete de Comunicação já tinha implementado, uma estrutura em que se destaca sempre o coreógrafo/encenador/banda principal, variando consoante o tipo de espetáculo/grau de importância/mediatismo, mencionando-os geralmente no título. Para além da estrutura foi necessário adaptar-se ao tipo de linguagem que é muito especifica, principalmente no que toca à música como foi o caso do press do espetáculo “Uma história de amor entre Valentina Magaletti & João Pais Filipe” um espetáculo do ciclo Understage, um ciclo já bem conhecido de um certo público do TMP. O produto final resultava essencialmente da leitura atenta das informações disponibilizadas na agenda da temporada e no site sobre determinado espetáculo, e consequente biografia do seu coreógrafo ou encenador e ainda a ficha técnica daqueles que o interpretavam. Com o objetivo de sintetizar toda a informação, num texto de estilo jornalístico e informar os jornalistas sobre o contexto e não só sobre o anúncio do espetáculo, programa ou evento. Sem nunca se esquecer de evidenciar os grandes nomes, que estariam presentes no decorrer do espetáculo.

Depois de finalizado o press, este era enviado para a Leonor, para juntas o analisarem e se necessário fazer algum tipo de alterações. De seguida ela reencaminhava-o para os contactos dos jornalistas, que se encontravam na mailing list10, que era atualizada de

7 “(…) o assessor de imprensa é um profissional que mantêm o contato regular com as redações,

conhecendo os jornalistas (repórteres, pauteiros, chefes de reportagem e editores), seus interesses e a rotina dos seus trabalhos. Sabe como funciona os fluxos de produção e os horários de fechamento.” (...) o profissional de Assessoria de Imprensa é um intermediário entre as informações disponíveis em uma organização e os diversos públicos que ela atinge (…).” (Chinem,2003, p.12,13)

8 “o press release , o texto jornalístico produzido pela área especializada com o objetivo de informar as

redações sobre assuntos de interesse da organização.” (…) “O press release deve cumprir a função de subsidiar ou complementar o trabalho de levantamento de informações do repórter. Tem ainda a função de provocar, suscitar entre os profissionais da redação de jornal, interesse pelo assunto que se quer divulgar.” (Chinem,2003, p.67, 68)

9 Anexo 5 10 Anexo 6

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forma regular, sendo que a estagiária chegou a ser também responsável por essa função. Telefonar ou mandar email para os órgãos de comunicação social (televisão, rádio e jornal) a que estes jornalistas pertenciam, para confirmar e atualizar os seus dados e se possível angariar mais contactos.

Na realização desta tarefa, a estagiária depara-se com uma realidade que já sabia existir, mas com a qual ainda não se tinha deparado. Tal como todos imaginam, as redações dos órgãos de comunicação social portugueses, recebem diariamente uma quantidade imensa de emails com propostas de conteúdos para divulgar, estando a área da cultura quase sempre negligenciada e vista como pouco prioritária. E sendo o TMP um espaço, onde são apresentados espetáculos de diversos tipos de expressão artística, como a dança, o teatro, o novo circo e a música. É uma instituição também ela negligenciada, o que leva a que os press tenham que realmente despertar atenção e o interesse dos jornalistas, para que estes se transformassem em noticiais com certa regularidade.

A terceira tarefa de índole regular era composta por entrevistas a artistas, encenadores, diretores de festivais e responsáveis de determinados projetos, cuja, a apresentação dos seus trabalhos era parte integrante da programação do TMP. Estas entrevistas tinham como finalidade alimentar a rúbrica “1,2,3 perguntas a …” da secção notícias do site do TMP, criada no início do estágio e da completa responsabilidade da estagiária durante o mesmo. O coordenador José Reis, indicava na maioria das vezes os entrevistados que seriam mais interessantes ter na rubrica e ele próprio entrava em contacto com eles, por email para saber se estariam disponíveis para tal ou confinava-lhe essa tarefa.

Para tal, foi criado um email para a estagiária (saracarneiro.tmp@gmail.com) com assinatura própria, nome, departamento do TMP a que pertencia, logótipo da Câmara Municipal do Porto e ainda o footer de um espetáculo, atualizado semanalmente mediante o espetáculo em cena nessa semana. Todos os colaboradores do TMP que contactavam com o exterior tinham que o fazer, de forma a serem identificados com a instituição. Estas

“Trata-se de uma lista que contém a relação dos veículos e dos jornalistas contatados para divulgação, com dados básicos, como o nome completo, cargo, editoria, número de telefone e fax, email e

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entrevistas11 tal como o nome da própria rúbrica indica, eram compostas por 3 ou no máximo por 4 questões, sobre o espetáculo, festival ou projeto de para que o entrevistado através das suas respostas aguçasse a curiosidade ao público, ao ponto de este querer saber mais e ir assistir aos espetáculos. Estas entrevistas eram realizadas na sua maioria presencialmente, com um gravador e todas transcritas para o site como referido anteriormente, sendo que algumas foram gravadas em vídeo, para fazerem parte de teasers publicitários, que posteriormente eram partilhados nas redes sociais do TMP (Facebook e Instagram) como foi o caso da entrevista a Martim Pedroso, sobre o espetáculo “Boudoir – 7 diálogos libertinos”. Esta secção de notícias não é só um espaço de entrevistas, mas também de notícias e algumas delas da autoria da estagiária, normalmente eram press que adaptava para formato de notícia, como é exemplo a notícia “HHY & The Macumbas apresentam o novo álbum no Subpalco do Teatro Rivoli”. Conferências de imprensa12 é um dos eventos que acontece com bastante periodicidade no TMP.

No decorrer do estágio, a estagiária dava apoio a algumas dessas conferências de imprensa que aconteceram durante esse período, como a do: “Festival Internacional de Marionetas (FIMP), “4º Festival do Queer Porto”, “Fórum do Futuro”, “Festival Porto/Post/Doc”, “Festival Indie Júnior” e a do 87º Aniversário do Teatro Rivoli e apresentação da 2º parte da Temporada da programação do Teatro Municipal do Porto Rivoli, Campo Alegre. Aquelas, cuja organização era da completa responsabilidade do TMP, era necessário a preparação do press kit13 e organizaçãoda disposição e do local

onde ia decorrer, sendo na maioria das vezes o Café Rivoli o local escolhido por ser um espaço mais informal. Nesta atividade era ainda essencial auxiliar a Assessora de Imprensa na receção e encaminhamento dos jornalistas.

11 Anexo 7

Disponíveis em: http://www.teatromunicipaldoporto.pt/PT/noticias/

12 Trata-se de um evento mediático onde os convidados são os jornalistas de diversos órgãos de

comunicação social, que tem como objetivo a transmissão de informação e onde há espaço para os jornalistas fazerem perguntas aos conferencistas.

13 “É um material que tem a finalidade de ajudar o jornalista na hora de ele escrever a reportagem. (…)

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Ensaios de imprensa é outro dos eventos que existe com bastante regularidade. São ensaios de determinados espetáculos, que na maioria das vezes não são integrais, mas sim pequenos excertos escolhidos pelo coreógrafo ou encenador, a que os jornalistas têm acesso para retirar imagens e realizar entrevistas: a interpretes, encenadores e coreógrafos. Mediados claro, pela assessora de imprensa do Teatro, sendo que ao longo destes meses em que decorreu o estágio, pode contar também com o apoio da estagiária nesta função. Esta é uma estratégia de promoção e divulgação que o TMP aposta, por se tratar de momentos onde se pode contextualizar melhor o jornalista e onde ele próprio pode constatar aquilo que se descreve no press.

O primeiro Ensaio de Imprensa que aconteceu durante o período de estágio foi no dia 18 de setembro, às 15 horas, no Teatro Campo Alegre, e era referente ao espetáculo “Estava a espera que a chuva viesse.”, peça da autoria da encenadora e atriz Renata Portas. Neste Ensaio, alguns jornalistas de diversos meios de comunicação, como o Jornal de Notícias, o Público e o site Globalnews. Tiveram a oportunidade de assistir a uma pequena fração do espetáculo que iria ser apresentado no fim de semana seguinte.

Ainda durante este ensaio de imprensa, surgiu a ideia de se tirar um instastory para promover o espetáculo na rede social instagram do TMP, após pedir as credências de acesso ao colega e gestor de redes socias Francisco Santos, que logo felicitou a estagiária pela captação de um bom momento do espetáculo, por se tratar de algo bonito, que desperta o interesse do público sem ser demasiado revelador.

Assim se iniciou a tarefa de apoio à gestão de redes sociais, que são outra das grandes apostas do TMP, principalmente as mais utilizadas atualmente, o Twitter, o Facebook e o Instagram. Acompanhar as suas tendências e gostos do público também é uma grande prioridade da equipa, mantendo-as sempre o mais atualizado e dinamizado possível. E para que seja possível chegar a um grande número de pessoas, existe uma parte do orçamento anual do TMP para promoção de redes socias. Por exemplo, no que toca ao Facebook, o TMP paga mensalmente entre 50€ e 75€. Através destas redes sociais o Teatro Municipal do Porto pretende reforçar a sua marca e notoriedade na cidade do Porto e desta forma potenciar uma relação de proximidade com o público.

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O online é sem sombra de dúvidas um dos grandes investimentos do TMP, e a prova disso é o site que apresentam. Para que a estagiária se familiarizasse com esta ferramenta de comunicação, o colega de equipa e gestor de redes sociais, mostrou-lhe como trabalhar no backoffice do site. Depois de perceber o mecanismo, a sua função passava por atualizar os conteúdos de alguns espetáculos. Esta pequena aprendizagem foi-lhe muito útil, pois dias mais tarde, acabou por ter de criar eventos e conteúdos de espetáculos que não estavam programados e que surgiram na conferência de imprensa do FIMP (Festival Internacional de Marionetas). E mais para o fim do estágio ainda teve de colocar no backoffice alguns dos espetáculos da 2º temporada (março-julho`19) da programação do TMP.

Ligado a esta parte de promoção e dinamização dos canais de comunicação do TMP, participou com bastante regularidade na produção de Teasers promocionais de espetáculos, projetos, produtos e exposições. Como foi o caso do teaser da exposição “Historia(s) do Teatro Municipal do Porto em imagens.” Que decorreu no centro comercial La Vie; o teaser “Presente”, uma campanha promocional de um voucher para o Natal em que dois bilhetes ficavam a 10€ para qualquer um dos espetáculos do TMP. Depois para além do apoio de produção realizou também entrevistas a alguns intervenientes, sendo que os seguintes teasers ficaram sobre a sua completa responsabilidade com o apoio da equipa de vídeo Tundra Filmes: teaser do espetáculo “Boudoir – 7 pecados libertinos”, onde fez uma entrevista ao encenador e ator do espetáculo, Martim Pedroso; o teaser de promoção do 17º aniversário das “Quintas de Leitura”, onde entrevistou o responsável pelo projeto, João Gesta; o teaser de promoção do “Ciclo de Novos Talentos”, com entrevista ao coordenador do projeto, Álvaro Teixeira Lopes e por fim o teaser promocional do espetáculo 100%Porto, onde foi responsável pela escolha dos intervenientes e pelas suas entrevistas.

Faz parte do trabalho de um assessor de imprensa o acompanhamento das entrevistas dos membros da organização e daqueles que a ela estão ligados. E esta também foi uma das suas tarefas. Inicialmente ia com a Leonor e com os entrevistados, apenas para observar e conhecer alguns jornalistas.

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entrevista sobre o espetáculo “Bisonte”; à Rádio Nova do Diretor Artístico do Teatro Municipal do Porto, Tiago Guedes, da atriz e artista plástica, Tânia Dinis e uma das participantes do espetáculo 100%Porto, Sofia Beça para falarem sobre o programa do 87º Aniversário do Teatro Rivoli; do programa N´Agenda do Porto Canal, onde o Diretor Artístico, Tiago Guedes fala com a apresentadora Rute Braga sobre a 2º parte da programação do TMP (março a julho´19).

Mas também, teve oportunidade de acompanhar reportagens e entrevistas sozinha no Teatro. Como foi o caso: da reportagem do JPN no âmbito do Festival Porto/Post/Doc, onde entrevistaram com a sua mediação, o diretor do festival, Dário Oliveira; da reportagem do JN direto no ensaio de imprensa do espetáculo 100%Porto, onde agilizou entrevistas com alguns dos participantes e ainda realizou uma visita guiada à jornalista, Catarina Ferreira do Jornal de Noticias, pelos diversos espaços do Teatro, onde decorriam várias atividades no âmbito do 87º aniversário do Teatro Rivoli. E em colaboração com o gabinete de Mediação de Públicos e Serviço Educativo, acompanhou, André Teodósio dos Teatro Praga a ACE – Escola de Artes, no Palácio do Bolhão para que este partilha-se um pouco do partilha-seu percurso, com alguns alunos da área da reprepartilha-sentação.

2.2.2. Eventos e Projetos

Na passagem pelo Teatro Municipal do Porto a estagiária esteve envolvida nos seguintes eventos/projetos:

a) Festa de Lançamento da 1º temporada da programação do Teatro Municipal do Porto (setembro´18 – fevereiro´19)

A primeira semana de estágio ficou marcada pela festa de lançamento da nova temporada, que iria acontecer no final dessa mesma semana. As tarefas desempenhadas, no que toca à preparação deste acontecimento que envolvia o lançamento da nova programação e a apresentação da nova agenda. Num primeiro momento foi a realização de um convite formal a todos os funcionários da Câmara Municipal do Porto, num segundo momento foi a elaboração de um press, sobre a festa de lançamento e sobre a Dj, Maria Gambina que iria estar responsável pela animação do evento. Num terceiro momento, foi auxiliar a Dina Lopes coordenadora do departamento de Mediação de Públicos e Serviço

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Educativo e do Programa Paralelo, a realizar todas as confirmações das presenças na festa, dos sócios do Cartão Amigo do Teatro, pois como têm um género de fidelização com o teatro, são um público muito importante.

Rapidamente chegou o dia 6 de setembro de 2018, o dia em que toda a comunidade portuense iria ficar a saber o que o seu Teatro, o Teatro Municipal do Porto, lhes ia oferecer durante os seis meses seguintes. A festa começa por volta das 19:15h, com uma receção e apresentação de toda a programação, no Grande Auditório do Teatro Rivoli, aberta pelo senhor Presidente da Câmara Rui Moreira e continuada pelo Diretor Artístico do Teatro, Tiago Guedes. Antes de entrar no grande auditório, todos os convidados receberam um envelope, que não podiam abrir até Tiago Guedes, lhes indicar. Este envelope continha uma letra que correspondia ao grupo que cada participante pertencia. Esta era uma festa pensada para aproximar o Teatro dos habitantes da cidade do Porto, e por isso, a festa não se cingiu apenas ao auditório, mas a 24 espaços dos mais diversos departamentos, desde o departamento da direção até à sala da equipa da limpeza, que fazem parte do Teatro Rivoli. Em cada espaço, esteve alguém responsável pelo departamento, para explicar aos convidados quais as suas funções diárias e dos seus colegas de equipa. Os assistentes de sala organizaram e guiaram os convidados pelas instalações do teatro. A festa continuou pela noite fora, a seguir à visita pelas instalações do teatro e pela assistência das diversas minis palestras, os convidados saíram para o exterior, onde lhes esperava uma grande festa, em que a música estava a cargo da Dj set Maria Gambina, que se encontrava atuar, numa das varandas do Café Rivoli, virada para o público que se encontrava no largo, em frente ao teatro e com vista para a praça D. João I.

b) Nova Imagem do Café Rivoli

A primeira tarefa, de grande responsabilidade da estagiária, foi a produção de um vídeo promocional para o Café Rivoli. Mas a nova imagem do café não seria apenas lançada através de um vídeo promocional. Existiu todo um planeamento e um plano de comunicação que se iniciou com a aposta nas redes sociais. A primeira a ser melhorada foi a página de Facebook que já existia, mas que não era alimentada nem dinamizada

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regularmente, a função aqui foi a de elaborar um texto14, com um conteúdo mais interessante para estar na apresentação da página do Facebook e no separador do Café Rivoli no site do TMP.

Chegou então o dia de filmagens que se inicia bem cedo com o acompanhamento da Susana Peixoto ao mercado do Bolhão, que é feito pela estagiária e pelo colega câmara, Alex Baron. Neste momento, sob a sua orientação, o Alex capta todos os momentos de escolha e compra criteriosa de produtos frescos da Susana. E, de forma enaltecer e enriquecer o vídeo, tenta captar toda a essência do espaço e das pessoas tão emblemáticas e queridas na cidade.

Um segundo momento passa pelo acompanhamento da equipa de cozinha na preparação do almoço. Aqui o Alex capta a preparação dos alimentos, desde o seu corte, passando pela sua cozedura até ao empratamento. Para finalizar este segundo momento, existe a filmagem do serviço de mesa. O acompanhamento dos almoços a serem servidos, das pessoas a chegarem, com foco na comida, nas mesas, do espaço e principalmente captar a dinâmica do local.

O último momento, passa pela entrevista à Susana Peixoto onde, através das questões, se pretende que ela dê a conhecer ao público o seu espaço, o seu trabalho, os seus pratos, os seus produtos e principalmente o que torna o Café Rivoli diferente, em relação aos vários locais do género existentes na cidade do Porto.

Por fim depois de se cortar os áudios, o Alex escolhe as imagens e a música, criando assim o produto final com umas pequenas diferenças do que se tinha idealizado anteriormente, devido a dificuldades técnicas. Depois de aprovado pelo Diretor Tiago Guedes, por toda a equipa de comunicação e pela Susana Peixoto, gerente do Café Rivoli, o vídeo passado alguns dias da sua finalização, é utilizado no lançamento da nova imagem do Café Rivoli, tanto no separador que tem no site do TMP, como nas suas respetivas redes socias (Facebook e Instagram).

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c) Espetáculo 100%Porto

Durante o mês de outubro, segundo mês de estágio, surge aquele que foi sem dúvida o maior projeto em que a estagiária esteve envolvida até hoje. Trata-se do 100%Porto, um projeto do coletivo germano-suíço Rimini Protokoll, que convocou 100 habitantes da cidade para o palco do Grande Auditório do Rivoli, num espetáculo que traçou o perfil demográfico e social do Porto. “100% Porto”, que esteve em cena nos dias 19 e 20 de janeiro, foi também o grande espetáculo da programação do 87ºaniversário do Rivoli. O convite para integrar a equipa, que estava a preparar este grande projeto, surge do orientador de estágio, José Reis. Quando apresentou a proposta apenas disse por linhas ténues daquilo que se tratava, alertando que dali em diante o tempo de estágio iria ser dividido entre as tarefas no gabinete de comunicação e o projeto, sendo que este só terminava no dia 20 de janeiro.

A equipa do 100%Porto reunia-se todas as terças feiras. A seguir à conversa com o José, a estagiária compareceu no bar de artistas, onde são realizadas a maioria das reuniões internas do Teatro. Começou por conhecer os outros elementos da equipa: o Paulo Covas e a Marina Freitas responsáveis pela produção do espetáculo, a Carla Moreira que fazia a mediação de participantes, principalmente dos menores de idade e de todas as burocracias que isso implicava; a Rita Xavier coordenadora da publicação que compilou todas as entrevistas dos participantes e dados estatísticos da cidade, o Óscar Maia o designer da publicação e por último e muito importante, a pessoa que viria a ser seu parceiro de equipa local, para realizar as entrevistas, João Arezes.

No início a função da estagiária, neste projeto era ajudar o João Arezes a arranjar e a entrevistar os participantes. Apesar de terem de ser 100 pessoas que vivessem na cidade do Porto tinham de preencher certos critérios que foram definidos mediante os censos de 2011. Tinha de ser uma representatividade em proporção aos dados estatísticos fornecidos pela Câmara Municipal do Porto. O critério obrigatório para participar, era viver na cidade do Porto, os outros critérios15 que se tentou cumprir ao máximo nesta seleção foram: o sexo, a freguesia, a idade, o tipo de família e a nacionalidade.

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O processo começava com o agendamento da entrevista, com a referência que cada pessoa deveria escolher um objeto que a representasse de certa forma, que fosse visível e ao mesmo tempo fácil de transportar. Durante a entrevista realizava-se um questionário16 pré-concebido, tirava-se uma fotografia ao participante com o objeto que escolheu e pedia-se que enviasse uma fotografia da vista que tinha de casa. Por último, solicitava-se ao entrevistado que nomeasse outra pessoa para participar para, desta forma, se criar uma espécie de cadeia. Normalmente eram amigos, companheiros ou familiares. E ainda se fazia referência que cada participante iria receber um voucher de 150€ em compras no centro comercial La Vie, resultado de uma das muitas parcerias que este tinha com o Teatro Municipal do Porto.

O local da entrevista era definido pelo entrevistado pois, a intenção era que o sítio escolhido refletisse um pouco da personalidade do candidato, visto que na sua maioria eram locais que frequentavam regularmente, por serem perto das suas habitações ou dos seus trabalhos.

No fim das entrevistas era necessário transcrevê-las e adaptá-las à estrutura que a Rita Xavier, editora do livro, pretendia. A ideia era fazer um texto com as respostas de cada participante, o menos formal possível, destacado sempre uma frase que se considerasse relevante. Cada texto tinha de ter entre 250 a 300 palavras, sendo que não podia passar muito disso, pois cada entrevista ia ser traduzida e posteriormente colocada na mesma página do livro 100%Porto. Cada transcrição e foto da vista de casa, de cada participante tinham de ser colocada na pasta “100%Porto” na Dropbox, em que toda a equipa tinha acesso. O texto tinha de ser acompanhado da fotografia do participante com o seu objeto, local e hora de entrevista, para além dos seus dados pessoais como: “Nome completo, idade, freguesia e nacionalidade”.

Durante cerca de 3 meses e meio, a equipa local do projeto esteve exclusivamente dedicada a esta parte de casting e cumprimento dos deadlines17 da publicação. Nos quinze dias que antecederam o espetáculo a estagiária, tal como toda a equipa, escreveu um

16 Anexo 9 17 Anexo 10

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testemunho18 sobre a sua experiência no projeto. Houve também todo um trabalho de pré-produção como: a elaboração de um documento para ativação do seguro de cada participante, onde constava: o nome completo, data de nascimento e nif; declaração dos encarregados de educação a autorização da participação dos menores. Criou-se um grupo de facebook fechado para os participantes do 100% Porto, ficando a sua gestão a cargo da estagiária até ao fim do projeto; contactou-se todos os participantes para escolherem o dia e o horário que queriam para poderem comparecer ao workshop que dava início à semana de ensaios e consequentemente elaborou-se uma tabela de participantes19 por cada workshop. Ao realizar esta tarefa começaram a surgir desistências, colmatadas com a ajuda dos próprios participantes que foram indicando pessoas que gostariam de participar e que cumpriam os requisitos. Mas, infelizmente a publicação nesta altura já estava na gráfica para impressão e, como tal, foi impossível retirar do livro as entrevistas dos que acabaram por desistir e acrescentar a dos novos participantes. Desta forma, a equipa comprometeu-se a realizar um e-book onde constassem as entrevistas de todos aqueles que participaram.

Chegou então a semana de ensaios, que começou com a chegada da companhia Rimini Protokoll. Esta semana seguiu um cronograma20 de trabalho muito preciso que começava com a colaboração da equipa local, com o coletivo germano-suíço na elaboração do guião21 do espetáculo e no teste da parte técnica do mesmo.

Durante os ensaios e mesmo no decorrer dos dois dias de espetáculo, a função da estagiária era dar apoio à produção, receber os participantes, encaminhá-los para a sala de ensaios, perceber quem estava a faltar e contactá-los, agilizar problemas e ajudar em toda a logística (materiais, etc).

18 Anexo 12 19 Anexo 13 20 Anexo 14

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Capítulo 3 – Cidades criativas

Segundo Bradford (2004) existe uma clara diferença entre cidades comuns e cidades criativas:

Creative cities are dynamic locales of experimentation and innovation, where new ideas flourish and people from all walks of life come together to make their communities better places to live, work, and play. They engage different kinds of knowledge and encourage widespread public participation to deal imaginatively with complex issues. In their decision making they value holistic thinking, and act on the interdependence of economic, social, environmental, and cultural goals. (Bradford, 2004, p.1)

3.1. Revisão de Literatura

Faz parte da natureza do Homem criar coisas, gerar condições de sobrevivência, vivência e competitividade. Surge então a essência da criatividade, ou seja, ideias para que se consiga alcançar uma boa qualidade de vida. Para este processo criativo se concretizar, é essencial que o Homem esteja inserido numa urbe, num ambiente sociocultural e económico favorável.

Atualmente, podemos falar de criatividade como um “movimento criativo” ou mesmo como um “movimento de cidade criativa”. O conceito começa a ganhar forma no final de 1980, apesar de nesta altura ainda se definir estas ideias como originárias da cultura, das artes, dos recursos culturais e até mesmo das indústrias. Sendo estas ideias caracterizadas como culturais, a sua formação era realizada em colaboração com o trabalho vindo da comunidade, o chamado trabalho comunitário. Como ser criativo, o Homem expressa-se através de ações, que são compreendidas como criatividade.

“While all cities are characterized by population density and organizational proximity, only in creative cities do these features become assets in collaborative efforts to solve the perennial urban problems of housing, congestion, inclusion, preservation, and development. As Sir Peter Hall puts it, such cities “have throughout history been the places that ignited the sacred flame of the human intelligence and the human imagination.” (Bradford, 2004, p.1)

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Segundo Bill Strickland (2011) a cidade criativa é o tipo de cidade do futuro. Que vai crescendo a partir de um centro histórico que integra e dá valor à arte, à cultura e à sociabilidade. Esta integração traz vantagens como:

a) aumento da produção cultural e artística na cidade; b) atração e retenção de talentos;

c) promoção da diversidade social; d) aumento da oferta de empregos;

e) aumento do potencial criativo das empresas; f) atração de turistas. (Pita, 2015 p. 30)

Todas estas vantagens dão o seu contributo à economia da cidade e à qualidade de vida dos seus habitantes.

De muitos autores que iniciaram estudos sobre o tema, destaca-se o arquiteto Charles Landry, considerado o primeiro autor a utilizar o termo “cidade criativa”. Em 1995, em conjunto com Franco Bianchini publica a obra “The creative city” (A cidade criativa), com o principal objetivo de definir um sistema de indicadores mais adequados às necessidades das cidades britânicas. E onde explicam este novo conceito de cidade como uma cidade mais dinâmica, mais tolerante, interligada, interativa e atraente que dá valor à cultura e à história da população, mas sem nunca fechar as portas à inovação.

3.1.1. A evolução de um conceito

Charles Landry, foi considerado o pioneiro na utilização do termo “cidades criativas”. Mas o conceito já se vinha a desenvolver muito antes disso, por volta de 1980, quando a comunidade artística se empenhava em provar que tinha relevância para o setor económico. Na Europa, este movimento emancipatório chega em 1990, sendo que anteriormente já tinha eclodido nos Estados Unidos, no Reino Unido e na Austrália. Para provar o valor económico da criatividade, foi realizada uma série de estudos de impacto económico, que obteve bastante influência na altura. Estava aí explicita a importância que a criatividade, advinda dos artistas, tinha nas cidades e nas suas respetivas economias. Entre 1983 e 1984, Nick Gamham, professor na área das comunicações na Universidade de Westminster e integrante por algum tempo do Concelho da Grande Londres (Greater

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London Council), insere na agenda da política urbana uma unidade de indústrias culturais. E ainda no mesmo período, Gunnar Tõrnqvist e o economista Ãke Andersson elaboram um trabalho onde abordam o conhecimento da criatividade e o desenvolvimento regional, ressalvando o papel do ambiente criativo.

Törnqvist define “ambiente criativo” através de quatro passos: transmissão de informação entre as pessoas; conhecimento (adquirido através dessa informação); aptidão para a realização de algumas atividades de relevo e criatividade (a criação de algo novo a partir das outras três).

Em 1985, Andersson, tendo como estudo de caso a cidade de Estocolmo, publica um trabalho sobre a criatividade e o desenvolvimento urbano.

Por volta de 1988, acontecem duas grandes conferências a nível internacional: a primeira em Glasgow, que tinha como tema: “Artes e cidade em transformação: uma agenda de regeneração urbana. E a segunda em Melboume, intitulada de “Cidade Criativa”, que teve como principal objetivo discutir e perceber como é que as artes e a cultura podiam estar mais integradas no desenvolvimento da cidade. Em detrimento desta última, Charles Landry, começa por escrever “Glasgow – a cidade criativa e sua economia criativa”, reconhecida como uma das primeiras estratégias de criatividade urbana, onde focou a cidade como organismo criativo e a importância de se ter um ambiente propicio ao desenvolvimento de setores criativos.

Paul Keating, primeiro-ministro da Austrália, em 1994 implementa uma política cultural denominada de “Nação Criativa”, com o objetivo de abrir as mentalidades no seu país e este sentir envaidecimento pela sua multiculturalidade. “A cultura era reconhecida como um recurso identitário e econômico” (Reis, A. & Urani, A. 2011, p.8)

Klaus Kunzmann, professor em Dortmund, em 1994 organizou um encontro em Glasgow, de 5 cidades alemãs e cinco britânicas “Colônia, Dresden, Unna, Essen, Karlsruhe; e Bristol, Glasgow, Huddersfield, Leicester e Milton Keynes”, com o objetivo de debater criatividade citadina. Tendo como base este encontro Kunzmann e a sua equipa realizam o estudo “A Cidade Criativa na Grã-Bretanha e na Alemanha” onde tentam perceber como tornar essas cidades sistematicamente criativas. E chegamos então a 1995, quando

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Creative City (A Cidade Criativa)”.

“Ambas as publicações ampliaram a noção de cidade criativa para além de seu foco em atividades artísticas ou em economia criativa. Foram trazidos à baila temas como a dinâmica organizacional para fomentar a criatividade, o que é um ambiente criativo e como estimulá-lo, ou ainda o papel da história e da tradição na criatividade.” (Reis, A. & Urani, A. 2011, p.8)

A partir deste ponto nevrálgico de mudança de paradigma, houve ainda alguns momentos importantes na consolidação deste conceito. Como a publicação em 1999 do livro de Ken Robinson “All Our Futures: creativity, culture and education (Todos os Nossos Futuros: criatividade, cultura e educação)”. Onde: “Ele nos fez lembrar que nosso sistema educacional é responsável em grande medida por quão criativos nós nos tornamos” (Reis, A. & Urani, A. 2011, p.9)

John Howkins, em 2001, lança o livro “The Creative Economy (A Economia Criativa)”, onde explica como as pessoas podem ganhar dinheiro com as suas próprias ideias. Richard Florida, em 2002, publica “The Rise of the Creative Class (A Ascensão da Classe Criativa)” onde:

“Ele descreve uma nova classe de trabalhadores do conhecimento, que estão liderando a criação de riqueza nas cidades, e afirma que, para serem bem-sucedidas, as cidades precisam atrair esse grupo. Ele enfatiza ainda o ambiente desses lugares, onde artes, bom design, cafés, cultura e acesso a parques têm um papel. Lembra aos tomadores de decisão que as cidades precisam criar um clima para as pessoas, assim como um clima para as empresas.” (Reis, A.& Urani, A. 2011, p.9)

E temos ainda de dar relevo a outra das suas obras “Who’s Your City (Quem é Sua Cidade?)”, que tal como o subtítulo indica “how the creative economy is making where to live the most important decision of your life”, Richard pretendia deixar a nota que esta economia criativa está a fazer da decisão de onde morar, a mais importante da nossa vida. Todos estes autores, investigadores e obras deram-nos a perceber ao longo do tempo, como as cidades poderiam evoluir com base em fatores mais leves, fruto da criatividade

Referências

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