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LETRAMENTO MULTIMÍDIA ESTATÍSTICO CONSTRUINDO SABERES ESTATÍSTICOS ATRAVÉS DE TÉCNICAS DE DINÂMICA DE GRUPO

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Academic year: 2021

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LETRAMENTO MULTIMÍDIA ESTATÍSTICO – CONSTRUINDO SABERES ESTATÍSTICOS ATRAVÉS DE TÉCNICAS DE DINÂMICA DE GRUPO

Área Temática: Educação

Mauren Porciúncula Moreira da Silva 1(Coordenadora da Ação de Extensão)

Mauren Porciúncula Moreira da Silva1 Marcia Souza de Senna2 Lidiane Santos de Freitas3 Kauane Maciel dos Santos4 Luana Francine Nyland5

Palavras-chave: Letramento Estatístico, Educação, Dinâmica de grupo.

Resumo: Tendo em vista que todos os dias nos deparamos com diversas notícias que utilizam a Estatística para serem descritas, o Projeto Letramento Multimídia Estatístico- LeME tem como objetivo letrar estatísticamente jovens em vulnerarabilidade social, econômica e ambiental para que estes tornem-se cidadãos críticos de sua realidade social. Afim de alcançar este objetivo, o LeME baseia-se em teorias construtivistas do desenvolvimento e utiliza técnicas de dinâmica de grupo que além de auxiliarem no aprendizado de conteúdos estatísticos, ainda promove a socialização dos participantes.

1. Introdução

Embasado em teorias construtivistas do desenvolvimento, o Projeto Letramento Multimídia Estatístico – LeME - visa contribuir para que jovens provenientes de camadas populares sejam sujeitos letrados estatisticamente, para

1

Doutora em Informática na Educação, IMEF, Universidade Federal do Rio Grande, mauren@fug.br ² Graduanda em Psicologia, ICHI, Universidade Federal do Rio Grande.

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Graduada em Matemática Licenciatura e Graduanda em Matemática Aplicada, IMEF, Universidade Federal do Rio Grande.

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Graduanda em Psicologia, ICHI, Universidade Federal do Rio Grande. 5

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que assim, leiam e interpretem as informações presentes no mundo, tornando-se cidadãos críticos de sua realidade social. Este projeto visa promover o ensino Estatístico , utilizando técnicas de dinâmicas de grupo e ações embasadas nas teorias construtivistas.

O projeto foi executado, a primeira vez, entre dez de setembro de 2012 e quatorze de novembro de 2012 e e teve parceria com o Centro de Convívio dos Meninos do Mar – CCMar - que é um projeto da Universidade Federal do Rio Grande, que atende a jovens estudantes entre 14 e 17 anos em situação de vulnerabilidade sócio-econômico-ambiental da cidade do Rio Grande, principalmente aqueles provenientes de comunidades carentes, oferecendo-lhes cursos de informática fundamental, construção naval, manicure e pedicure, panificação e confeitaria, auxiliar administrativo, recepcionista de eventos, costuraria e culinária63.

Ao todo, são realizados sete encontros, sendo cinco com cada turma e dois com todos os jovens participantes. Primeiramente realiza-se um encontro inaugural no auditório do CCMar, em que participam todos os alunos dos cursos profissionalizantes do Centro e futuros participantes do LeME, onde são apresentados os ministrantes das oficinas e uma pequena introdução sobre a utilidade e importância da Estatística.

Nos encontros seguintes os jovens são divididos em turmas e os temas tratados são: unidades de medidas, instrumentos de medição, coleta de dados, dados qualitativos e dados quantitativos, tabelas, gráficos, além de diversas técnicas de dinâmicas de grupo que promovem a socialização dos participantes.

O LeME proporciona aos jovens, futuros profissionais, oportunidades de desenvolver habilidades estatísticas necessárias para adquirirem uma visão crítica da sociedade atual, onde são bombardeados todos os dias com diversas informações.

Para o desenvolvimento dessas competências, o LeME através de técnicas de dinâmica de grupo, busca a interação e a troca de experiências entre cada um dos participantes e o ministrante, o que além de promover a construção do conhecimento estatístico, ainda favorece a integração do grupo.

Atualmente, a escola aparece como um espaço importante na formação do grupo de pares, uma vez que, os jovens passam muitas horas do dia no contexto escolar. Assim, as interações com os colegas da escola, e consequentemente a constituição dos grupos com esses mesmos colegas assume uma grande importância. (GOUVEIA-PEREIRA, 2000). Desta forma, devemos ficar atentos ao fato de que o aluno está inserido em um grupo e que é necessária a interação e inclusão de todos participantes do contexto para que haja motivação e consequente evolução do grupo. (CAMARGO, 2003)

Optou-se pela utilização de técnicas de dinâmica de grupo pois, pesquisas evidenciam que além das atividades que promovem a aprendizagem é necessário atividades que favoreçam a interação entre os alunos. Aprender não é apenas decorar o conteúdo e ensinar não é apenas transferir ideias; é preciso existir trocas e interações que levam a construção do conhecimento. (MARQUEZAN,2003)

As dinâmica de grupo devem ser utilizadas com a finalidade de facilitar o movimento e a dinâmica do grupo. São instrumentos facilitadores para o crescimento das relações humanas no grupo e uma ferramenta que auxilia na construção do conhecimento coletivo e participativo. (TATAGIBA e FILÁRTIGA, 2002) A troca de experiências que acontece nas técnicas de dinâmica de grupo

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propicia a construção do saber. As experiências possibilitadas através destas dinâmicas oportunizam aos membros do grupo produzirem conhecimentos que poderão ser utilizados no dia-a-dia.

Além das dinâmicas, nas oficinas, sempre são utilizados exemplos da realidade dos participantes, além de, muitas vezes, coletar-se dados em tempo real para serem utilizados como exemplos do conteúdo trabalhado. Segundo Carvalho e César (2000), para que ocorra o sucesso escolar em conteúdos de estatística é preciso facilitar a passagem de um conhecimento instrumental para um conhecimento relacional, ou seja, ser capaz de mobilizar conceitos para serem utilizados na resolução de situações na vida real. Pensando desta forma, é preciso oportunizar ao aluno trazer sua "história" para a situação de aprendizado, para que o conteúdo a ser aprendido tenha algum significado para ele. (SAEKI et al., 1999)

Tendo em vista que o desenvolvimento social humano está diretamente relacionado com o contexto cultural em que estamos inseridos, optamos pela utilização de técnicas de dinâmicas de grupo como aliadas no ensino da Estatística. Objetivou-se a integração e a valorização dos indivíduos, além de oportunizar aos sujeitos a fala e a expressão. Foram escolhidas, então, dinâmicas adequadas as características dos alunos, utilizando situações problemas, onde o foco foram as vivências dos sujeitos participantes, e as tecnologias digitais foram utilizadas como ferramentas no auxílio da atratividade das dinâmicas.

2. Materiais e métodos

A fim de atingir o objetivo proposto pelo LeME utilizou-se técnicas de dinâmica de grupo, que além de visarem o ensino da estatística, ainda promovem a interação e a troca de experiências entre os integrantes do grupo.

Dentre as dinâmicas utilizadas podemos destacar a Dinâmica Brainstorm, onde foram dadas situações problemas que envolviam estatística que deveriam ser resolvidas. Todos os alunos poderiam dar suas contribuições para resolver os problemas da melhor forma possível, gerando assim uma tempestade de ideias.

Na Dinâmica das Diferenças os alunos foram instruídos a desenharem um rosto sem tirar a caneta do papel, com a finalidade de construir conhecimentos de Estatística Descritiva e coleta de dados.

Outro jogo utilizado foi o Quiz Estatístico. Durante o Quiz os jovens estavam divididos em pequenos grupos e todos os integrantes de um grupo deveriam entrar em acordo sobre as respostas que escolheriam.

Além das dinâmicas, também foram utilizadas, como suporte na construção do conhecimento, apresentações de slides, planilhas eletrônicas e uma lousa digital, onde os alunos podiam visualizar e interagir com determinados conteúdos que estavam sendo apresentados.

A fim de coletar informações sobre o aprendizado dos alunos foi realizada uma pesquisa qualitativa, o que torna pertinente analisar as suas características principais. Bogdan e Biklen, citado por Martins apresentam-nos as cinco principais características da investigação qualitativa:

1) a fonte direta dos dados é o ambiente natural e o investigador é o principal agente na recolha desses mesmos dados; (2) os dados que o investigador recolhe são essencialmente de caráter descritivo; (3) os investigadores que utilizam metodologias qualitativas interessam-se mais pelo processo em si do que propriamente pelos resultados; (4) a

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análise dos dados é feita de forma indutiva; e (5) o investigador interessa-se, acima de tudo, por tentar compreender o significado que os participantes atribuem às suas experiências. (Martins, 2006, p.68)

Segundo os mesmo autores, citados por Oliveira (2008, p.84) “o fato de se pretender recolher dados no ambiente natural em que as ações ocorrem, descrever as situações vividas pelos participantes e interpretar os significados que estes lhes atribuem, justifica a realização de uma abordagem qualitativa.” Sendo assim, optou-se por esoptou-se tipo de pesquisa para a melhor coleta de dados durante as vivências dos alunos no Projeto LeME, possibilitando observar tanto a evolução dos aprendizes quanto das relações desenvolvidas com os próprios colegas e com os ministrantes, bem como a articulação de seus conhecimentos estatísticos com assuntos que estão presentes no seu cotidiano.

3. Resultados e discussão

O projeto LeME visa proporcionar aos participantes uma forma diferente de lidar com o aprendizado da Estatística, tendo as técnicas de dinâmica de grupo como um meio de aproximar alunos e ministrantes, afim de haver uma comunicação aberta e interativa.

Foram utilizados como recurso na construção de conhecimento estatístico dinâmicas de grupo. Dentre as diversas técnicas utilizadas podemos destacar a Dinâmica Brainstorm. Nesta dinâmica todos os alunos participavam e tinham e oportunidade de expressarem suas ideias e tê-las valorizadas.

Outro momento de destaque foi o desenvolvimento da Dinâmica das diferenças que fez com que os os jovens percebessem o quanto os desenhos podem ser diferentes, mesmo sendo todos os rostos desenhados com as mesmas instruções, em seguida relacionaram as conclusões da dinâmica com a vida real, aproveitando as diferenças físicas para coletarem dados das características que os tornam diferentes.

O Quiz Estatístico (um jogo de perguntas e respostas) foi outro meio de promover a troca de conhecimento entre os participantes. Esta dinâmica incentivou o trabalho em equipe e a troca de conhecimento. A fim de tornar o Quiz Estatístico mais atrativo que um jogo comum de perguntas e respostas, foi utilizada uma lousa digital, permitindo assim que os alunos interagissem com a ferramenta durante a dinâmica.

É importante salientar que além de dinâmicas que promoviam o aprendizado, também foram utilizadas técnicas que contribuíram para a inclusão e interação do grupo. Optamos pela utilização do e-mail para a comunicação e troca de relatos sobre os encontros. Segue alguns relatos enviados pelos alunos, através do correio eletrônico:

“Gostei muito do primeiro encontro, pois conheci mais meus colegas de curso e comecei a aprender um pouco mais sobre o que é estatística.”(M.)

“Eu achei que as aulas foram otimas me diverti bastante conheci um pouco mais de cada um dos meus colegas fiz mais amizades. aprendi a fazer varios tipos

de graficos, tabelas... mechemos no computador...fizemos muitas

brincadeiras...respondemos perguntas... resolvemos problemas....” (S.)

“O curso hoje estava ótimo! Conhecemos mais um pouco de cada um, foi muito legal brincamos aprendemos ...utilizamos bastante a imaginação. Foi ótimo e a cada dia esta melhorando mais...”(T.)

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“Primeiro encontro:achei muito legal,bem divertida a aula,utilizamos o dialogo para assim falar sobre o que pensamos e o que queremos.assim conseguimos tirar um pouco da timidez que a dentro de nos, e falamos com todo mundo....”(A.)

Além dos relatos dos jovens apresentados na integra, ainda foi possível observar a evolução das relações dos sujeitos durante as oficinas, assim como a construção do conhecimento estatístico. Os adolêscentes passaram a esperar sua vez para falar e a respeitar as opiniões alheias. No que tange ao conhecimento estatístico, no último encontro foi solicitado que os participantes, em grupo, resolvessem questões do Exame Nacional do Ensino Médio- ENEM e todos interpretaram e chegaram ao resultado com sucesso, além de uma jovem relatar que passou os conhecimentos estatísticos contruídos para sua mãe que realizaria o ENEM.

4. Considerações Finais

O propósito deste trabalho foi o de apresentar o projeto Letramento Multimídia Estaístico- LeME e a utilização de técnicas de dinâmicas de grupo no ensino da Estatística neste projeto de extensão.

Através de uma analise qualitativa, foi possível observar que os integrantes das turmas sentiam-se valorizados e valorizavam os colegas. Como prevíamos, foi constituído um ambiente de convívio e aprendizagem agradável, onde todos tinham a oportunidade de expor suas ideias e se expressar respeitando as diferenças e as opiniões diversas. Através da troca de experiências e da postura ativa dos alunos foi possível construir o conhecimento estatístico de forma prazerosa.

O LeME foi aprovado como Programa para o ano de 2013, tendo sua verba aumentada e sua segunda edição está em andamento, no mesmo local e para o mesmo público.

5. Referências

CAMARGO, G. (2003). A dinâmica de grupo na educação. Disponivel em http://www.avm.edu.br/monopdf/8/GISELA%20SILVA%20CAMARGO.pdf Acesso em: 28 Jan. 2013.

CARVALHO, C.; CÉSAR, M. (2000). As Aparências Iludem: Reflexões em torno do Ensino da Estatística no Ensino Básico. Em: Loureiro, C.; Oliveira, F.; Brunheira, L. (Org.). Ensino e Aprendizagem da Estatística. SPE, APM e DEEIO/FCUL. Lisboa, 2000, pp. 212-225.

GOUVEIA-PEREIRA, Maria et al. Dinâmicas grupais na adolescência. Aná. Psicológica, Lisboa, v.18, n.2, jun. 2000. Disponível em

<http://www.scielo.gpeari.mctes.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-82312000000200005&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 27 Jan. 2013.

MARQUEZA, R (2003). Dinâmica de sala de aula: uma variável na aprendizagem. Cadernos de Educação, (22). Disponível em <http://coralx.ufsm.br>. Acesse em: 27 Jan. 2013.

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MARTINS, Valdemar (2006) Avaliação do valor educativo de um software de elaboração de partituras: um estudo de caso com o programa finale, no 1º ciclo, Instituto de Educação e

Psicologia da Universidade do Minho, Braga.

MORAES, Maria Cândida (Org). Educação a distância: fundamentos e práticas. Campinas, SP: Unicamp / Nied, 2002.

OLIVEIRA, Helena Margarida Martins Rosário de. O supervisor pedagógico enquanto mediador entre o aluno estagiário e o educador acompanhante: o caso específico do estágio na educação pré-escolar. 2008.

SAEKI, T; MUNARI, DB; ALENCASTRE, MB; SOUZA, MCB. Reflexão sobre o ensino de dinâmica de grupo para alunos de graduação em enfermagem. Rev Esc Enfermagem USP 1999 dez; 33(4):342-7.

TATAGIBA, Maria Carmen; FILÁRTIGA, Virgínia. Vivendo e Aprendendo com Grupos: Uma Metodologia Construtivista de Dinâmica de Grupo. 2 ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

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