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DIAGNÓSTICO DO CONSUMO DE ÁGUA ENVASADA EM ÁREA RESIDENCIAL DO BAIRRO DO REDUTO BELÉM/PA

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DIAGNÓSTICO DO CONSUMO DE ÁGUA ENVASADA EM ÁREA

RESIDENCIAL DO BAIRRO DO REDUTO – BELÉM/PA

Éverton Costa Dias 1*; Ian Rocha de Almeida 2; Aline Azevedo Andrade 3; Mônica Silva de Sousa 4;

Giulia Gabriela Maia Rodrigues 5 & Lindemberg Lima Fernandes 6

Resumo – Este trabalho busca diagnosticar o consumo de água envasada no bairro do Reduto, segundo a percepção dos moradores. A atividade ocorreu através de levantamento de campo com aplicação de questionários no período de dois meses no ano de 2013, em 148 residências, para saber sobre o consumo de água envasada no bairro. O tratamento dos dados foi realizado com auxílio de planilhas dinâmicas. Tendo como principal resultado que 80% dos entrevistados consomem água envasada, com a média de 5 dias de duração de um garrafão de 20L, o que pode chegar ao custo de mais de R$ 30,00 reais no orçamento familiar. Portanto, uma das possíveis soluções para a redução desta demanda de água envasada é a melhoria dos serviços prestados pelas concessionárias, diminuindo, desta maneira, o gasto com água para fins potáveis.

Palavras-Chave – Consumo de água envasada; Bairro Reduto, Custo.

DIAGNOSIS OF BOTTLED WATER CONSUMPTION IN THE

RESIDENTIAL AREA OF THE NEIGHBORHOOD OF REDUTO -

BELÉM/PA

Abstract – This paper seeks to diagnose the consumption of bottled water in the neighborhood of Reduto, as perceived by residents. The activity took place through field survey with questionnaires in two months in 2013, in 148 residences, to know about the consumption of bottled water in the neighborhood. Data analysis was done with the aid of dynamic spreadsheets. Its main result that 80% of respondents consume bottled water, with an average of 5 days duration of a jug of 20L, which may come at the cost of more than R$ 30.00 reais in the family budget. So one of the possible solutions to reduce this bottled water demand is the improvement of services provided by utilities, reducing in this way, spending on water for potable purposes.

Keywords – Bottled water consumption; Neighborhood Reduto, Cost.

1 Graduando do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFPA, bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET) de Engenharia Sanitária e

Ambiental. E-mail: eng_evertondias@hotmail.com;

2 Graduando do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFPA, bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET) de Engenharia Sanitária e

Ambiental. E-mail: ian-rocha@hotmail.com;

3 Graduanda do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFPA, bolsista do Programa de Educação Tutorial (PET) de Engenharia Sanitária e

Ambiental. E-mail: aline_andrade91@hotmail.com;

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INTRODUÇÃO

A água é um bem essencial à vida, e considerando que maioria da população mundial vive em cidades, a obtenção deste recurso natural de forma potável para o consumo se dá, de forma geral, a partir de duas formas: através das redes de distribuição de água ou pela compra de água envasada (Brei, 2007).

No entanto, levando em consideração a qualidade do recurso natural em questão, a qual pode ser comprometida durante o processo de distribuição devido as más condições das tubulações, existe certa desconfiança por parte da população quanto a água distribuída na rede de abastecimento. Este comportamento pode estar contribuindo para o aumento da demanda das águas envasadas e impulsionando o mercado brasileiro (Almeida e Corrêa, 2013).

De acordo com Kulaif (2011), o consumo de água mineral e potável de mesa engarrafada no Brasil tem crescido rapidamente nos últimos anos e a tendência é de que cresça ainda mais. Pois, segundo dados da Beverage Marketing Corporation - BMC, o país é o quarto maior mercado consumidor de água engarrafada do mundo, tendo consumido 17,4 bilhões de litros em 2012, correspondendo a um crescimento de 2,4% em relação a 2011 (Rodwan, 2013). O marketing, contribui para este cenário, construindo uma imagem positiva da água envasada, associando-as à pureza, natureza e saúde (Almeida e Corrêa, 2013). Hall (2014) afirma que a água mineral é um dos produtos com maior sintonia aos valores de consumo do Século XXI. O produto possui alguns atrativos como conveniência e estilo de vida, além de uma certa confiabilidade do consumidor em detrimento de outras fontes para consumo humano.

O consumo de água em uma habitação depende de vários fatores, que podem ser agrupados em seis classes, que são: características físicas, renda familiar, características de habitação, características do abastecimento de água, forma de gerenciamento do sistema de abastecimento e características culturais da comunidade (Tsutiya, 2006).

A fragilidade de um desses fatores pode gerar a má distribuição de água para a população, em um sistema precário no qual a qualidade deste recurso distribuído à população não atende aos padrões requeridos pela Portaria nº 2.914 do Ministério da Saúde (2011), por exemplo. E uma das alternativas que as pessoas veem para tentar contornar esta situação é utilizar a água potável de mesa (garrafões de 20 litros) para suprir tal carência, a fim de obter água para consumo com melhor qualidade sem prejudicar a saúde humana (Brasil, 2011).

OBJETIVOS

O trabalho tem como objetivo diagnosticar o consumo de água envasada no bairro do Reduto na Região Metropolitana de Belém (RMB), segundo a percepção do usuário, correlacionando com possíveis fatores determinantes na escolha do consumo.

MATERIAL E METODOLOGIA

O Bairro do Reduto apresenta uma população de aproximadamente 6.373 habitantes e possui cerca de 821.700 m2 de extensão (IBGE, 2010). Sua localização é considerada privilegiada, com

uma das regiões mais valorizadas da cidade, estando limitada pelos bairros de Campina, Umarizal e Nazaré assim como demostrado na Figura 1.

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Figura 1. Localização da área de estudo. Fonte: Autores, 2015.

3.1 DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE

Primeiro foi feito um levantamento bibliográfico para a fundamentação da pesquisa e posteriormente o levantamento de campo. A atividade se deu durante os meses de agosto e setembro de 2013. Mediante aplicação de questionários e tratamento através de planilhas, foram obtidas informações sobre o consumo de água envasada no bairro em questão, a partir das quais elaborou-se gráficos que ilustram a situação dos moradores.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Foram realizadas entrevistas com os moradores do bairro, os quais responderam perguntas relacionadas ao consumo de água envasada, neste caso relacionado com garrafão de 20 litros, sendo a entrevista realizada em 148 residências. Quanto ao consumo de água envasada, 80% dos entrevistados responderam que utilizavam o produto e apenas 20% não. Essa porcentagem mostra claramente que a maioria dos moradores prefere adquirir água de garrafões do que consumir água da concessionária.

Para dar continuidade ao trabalho, foram realizadas análises, através de planilhas, relacionadas às residências em que há o consumo de água envasada no bairro do Reduto.

Quanto ao tempo de duração do garrafão, notou-se uma média de 5 dias por residência. Esse tempo depende muito da quantidade de pessoas por moradia, assim como os hábitos diários de consumo por parte dos residentes. O Gráfico 01 a seguir denota o tempo de duração de um garrafão relacionado ao número de habitações correspondentes a estes períodos.

5 21 33 9 9 2 21 12 0 10 20 30 40 N ú e ro d e r e si d ê n ci as

Duração média de um garrafão por

residência

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Em outro caso, no que diz respeito ao valor pago por cada garrafão, houve uma variação entre R$2,90 à R$10,00, obtendo-se uma média equivalente a R$5,17 por residência, levando em consideração o consumo semanal e o preço do produto em destaque. O Gráfico 2 demonstra a relação entre o valor pago por garrafão e o número de residências.

Gráfico 2. Preço pago por cada garrafão em relação às residências. Fonte: Autores, 2015. .

Ao fazer uma análise relacionando o tempo médio de duração do garrafão por mês, seriam necessários aproximadamente 6 garrafões para abastecer uma residência no bairro. Este fato levaria em média à um custo mensal de R$31,02 e anual de R$372,24 por residência, variando conforme a época do ano na região, visto que no verão o consumo de água aumenta. É difícil quantificar o impacto gerado por esse gasto em cada consumidor, já que tal estudo dependeria principalmente da renda mensal de cada um destes. Porém, para que se tenha uma base deste impacto, pode ser gerada uma hipótese. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o salário mínimo no ano de 2015 corresponde a R$788,00, e para um consumidor que recebe apenas este salário e utiliza de água envasada para consumo próprio, o valor gasto com cada garrafão no fim do mês pode afetar o pagamento de outras despesas como transporte, alimentação dentre outras, tendo em vista que aproximadamente 4% do seu salário iria para compra de água engarrafada.

Para Tsutiya (2006), uma pessoa utiliza em média de 50 a 90 litros de água por dia de um modo geral. São consumidos 2 litros para beber e 6 litros para o preparo de alimentos. Então uma pessoa consome por dia 8 litros de água potável. Portanto um garrafão de água duraria no máximo 3 dias se fosse realmente utilizado dessa maneira. Diante disso, o gasto aumentaria significativamente passando de R$31,02 (valor pago quando o garrafão dura 5 dias) por mês para R$51,70, onde o impacto no orçamento seria ainda maior, passando de 4% para aproximadamente 7% ao mês. Tal valor não está tão longe da realidade na região no período do verão, onde as temperaturas elevam-se significativamente, aumentando também o consumo de água envasada (no caso), bem como o uso de outros eletrodomésticos tais como ventiladores e aparelhos de ar-condicionado, por exemplo. Este fato geraria um significativo impacto no orçamento do consumidor, principalmente o que se mantém com apenas um salário mínimo.

0 10 20 30 40 50 60 2,90 3,00 4,00 4,50 5,00 5,40 5,50 6,00 7,00 10,00 1 2 2 7 60 1 20 12 1 1 N ú me ro d e re si d ên ci as

Preço de um garrafão (20L) (em R$)

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Com estes dados obtidos através do tratamento dos questionários aplicados aos moradores, pode ser realizado um estudo comparativo entre os gastos com água envasada e a água que é distribuída pela Companhia de Saneamento do Pará (COSANPA), concessionária responsável pela distribuição deste bem de consumo no estado do Pará. Tais comparações estão expressas nas discussões à seguir.

A Companhia de Saneamento do Pará (COSANPA, 2014) possui as seguintes tarifas por tipo de consumidores e faixas de consumo descritas na Tabela 1.

Tabela 1. Tarifas por tipo de consumidores e faixas de consumo

CATEGORIA FAIXA CONSUMO (m³) VALOR (R$) por m³ ÁGUA ESGOTO RESIDENCIAL 0-10 1,4 0,84 11--20 2 1,2 21-30 2,68 1,61 31-40 3,02 1,81 41-50 4,18 2,5 > 50 5,43 3,26 COMERCIAL 0-10 4,18 2,5 > 10 5,22 3,13 INDUSTRIAL 0-10 5,22 3,13 > 10 6,68 4,01 PÚBLICA 0-10 4,18 2,5 > 10 5,22 3,13 Fonte: COSANPA (2014).

Através da Tabela 01, pode ser observado o valor do m³ de água para a categoria residencial ou doméstica, sendo este de 1,4 real, taxa paga pelo consumo de 0 a 10 m³ deste recurso, abastecido pela concessionária. Então, levando em consideração que são utilizados mensalmente 6 garrafões com 20 litros de água, em média seu consumo é de 0, 12 m³. Se fosse calculado pelo valor da concessionária, o custo por residência, para este consumo, seria inferior a 2 centavos. Dessa forma, correlacionado com a água envasada, o valor pago é uma despesa a mais, para o usuário, pelo mesmo bem consumido.

Segundo comentários dos próprios moradores, a preferência pela compra de água envasada se dá pela maior confiabilidade na sua qualidade.

Dessa forma, infere-se que com a compra de água envasada poderá ocorrer aumento ou comprometimento do gasto familiar. Esse consumo certamente não seria necessário se a água que chegasse às torneiras das residências possuísse boa qualidade para beber, preparar alimentos, etc.

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consumo de água que garantam uma melhor qualidade de vida, refletindo em uma mudança de hábitos no tipo de água consumida e no desenvolvimento deste mercado de água envasada na região.

Portanto, o consumo de água envasada já é uma realidade no Brasil que tem mais de 12% da água doce do planeta. Uma das possíveis soluções para redução desta demanda está relacionado com os serviços prestados pelas concessionárias que abrange todas as unidades do sistema de abastecimento, isto é, desde a captação até o ponto de consumo. Se o mesmo fosse eficaz, a utilização deste recurso por meio de filtros seria maior e o gasto com água para fins potáveis seria menor.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, R. A. S. de; CORREIA, T. A. de S. (2013). Avaliação dos hábitos de consumo de águas envasadas em localidades de médio porte do Estado da Bahia. In Anais do 27º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. Goiânia – GO, 2013.

BRASIL. (2010). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dados de População. Brasília – DF. 2010.

BRASIL. (2015). Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Disponível em: < http://

portal.mte.gov.br/sal_min/salario-minimo.htm>. Acesso em 15/05/2015.

BRASIL. (2011). Ministério da Saúde (MS). Portaria 2.914 de 12 de dezembro de 2011 – Dispõe

sobre os procedimentos de coleta e controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Brasília-DF. 2011.

BREI, V. A. (2007). Da necessidade ao desejo de consumo: uma análise da ação do marketing sobre a água potável. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Administração, Programa de Pós- Graduação em Administração, 2007.

COMPANHIA DE SANEAMENTO DO PARÁ- COSANPA. (2014). Tarifas de serviços de coleta/tratamento de esgoto sanitário e de Abastecimento de água para todas as categorias de consumo em suas respectivas faixas de consumo. Disponível em:<http://www.cosanpa. pa.gov.br/index.php/taxas>. Acesso em 16/12/2014.

HALL, R. (2014) O futuro do Mercado de águas. Revista Água e Vida. Redação e publicidade. São Paulo-SP, 2014.

KULAIF, Y. (2011). Água mineral. DNPM. São Paulo, 2011. Disponível em:

<https://sistemas.dnpm.gov.br/publicacao/mostra_imagem.asp?IDBancoArquivoArquivo=7368>. Acesso: 07 de Julho de 2014.

RODWAN J.J.G. (2013). Bottled Water Industry: Gathering Strength, in Bottled Water Reporter, June/July 2013. IBWA, International Bottled Water Association (p. 12-20).

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TSUTIYA, M. T. (2006). Abastecimento de água. 3ª edição; São Paulo. Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2006. Cap. 3. Pag. 35-36.

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