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RELATÓRIO DA COMISSÃO

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COMISSÃO EUROPEIA

Bruxelas, 5.3.2010 C(2010) 1096 final

RELATÓRIO DA COMISSÃO

em conformidade com o disposto no artigo 3.º, n.º 7, da Directiva 2006/118/CE relativa às águas subterrâneas, respeitante ao estabelecimento de limiares para as águas

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RELATÓRIO DA COMISSÃO

em conformidade com o disposto no artigo 3.º, n.º 7, da Directiva 2006/118/CE relativa às águas subterrâneas, respeitante ao estabelecimento de limiares para as águas

subterrâneas

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RELATÓRIO DA COMISSÃO

em conformidade com o disposto no artigo 3.º, n.º 7, da Directiva 2006/118/CE relativa às águas subterrâneas, respeitante ao estabelecimento de limiares das águas

subterrâneas

Texto relevante para efeitos do EEE 1. QUADRO JURÍDICO

A Directiva-Quadro Água (2000/60/CE1) tem por objectivo a obtenção de um bom estado químico e quantitativo das águas subterrâneas em toda a Europa até 2015. Para o alcançar, a Directiva Águas Subterrâneas (2006/118/CE2) estabelece critérios de qualidade pormenorizados para a avaliação do estado químico das águas subterrâneas na Europa. Estes incluem normas de qualidade das águas subterrâneas, fixadas a nível comunitário (anexo I da Directiva Águas Subterrâneas), e limiares. Por limiares entendem-se normas de qualidade a estabelecer pelos Estados-Membros para os poluentes que correm o risco de não cumprir os requisitos da Directiva-Quadro Água, em conformidade com o artigo 3.° da Directiva Águas Subterrâneas.

Nos termos do artigo 3.º, n.º 5, da Directiva Águas Subterrâneas, os Estados-Membros foram obrigados a estabelecer esses limiares, pela primeira vez, até 22 de Dezembro de 2008 e a publicá-los nos planos de gestão das bacias hidrográficas, previstos na Directiva-Quadro Água, até 22 de Dezembro de 2009.

O presente relatório satisfaz a exigência prevista no artigo 3.º, n.º 7, da Directiva Águas Subterrâneas, que estabelece que a Comissão deve publicar um relatório sobre os referidos limiares com base nas informações fornecidas pelos Estados-Membros.

2. RECOLHA DE DADOS

A fim de obter as informações necessárias à elaboração do presente relatório, a Comissão enviou um questionário aos Estados-Membros em Fevereiro de 2009.

O presente relatório ilustra a situação em Março de 20093. Alguns Estados-Membros indicaram que as informações apresentadas não eram ainda definitivas, na medida em que os trabalhos sobre a finalização dos planos de gestão das bacias hidrográficas, previstos na Directiva-Quadro Água, estavam ainda em curso.

1 JO L 327 de 22.12.2000, p. 1. 2 JO L 372 de 27.12.2006, p. 19.

3 Malta apresentou o seu relatório em Outubro de 2009. Os Estados-Membros tiveram a possibilidade de verificar e actualizar os dados pertinentes em Outubro de 2009.

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3. ABORDAGEM FLEXÍVEL

A Directiva Águas Subterrâneas estabelece, à escala da UE, normas de qualidade das águas subterrâneas para 2 poluentes (nitratos e pesticidas). Se tais normas de qualidade não forem adequadas para alcançar os objectivos ambientais definidos na Directiva-Quadro Água, os Estados-Membros devem fixar valores mais rigorosos (anexo I.3 da Directiva Águas Subterrâneas).

No que respeita a outros poluentes, o estabelecimento de valores numéricos a nível comunitário não foi considerado uma opção viável, devido à grande variabilidade natural de substâncias presentes nas águas subterrâneas (em função das condições hidrogeológicas, das concentrações de fundo geoquímico, dos trajectos dos poluentes e das interacções com diversos compartimentos ambientais). Além disso, a gestão da poluição das águas subterrâneas deve incidir nos riscos reais identificados pela análise das pressões e dos impactos, em conformidade com o artigo 5.º da Directiva-Quadro Água. Consequentemente, a Directiva Águas Subterrâneas exige que os Estados-Membros estabeleçam as suas próprias normas de qualidade das águas subterrâneas (limiares), tendo em conta os riscos identificados e a lista de poluentes/indicadores constante do anexo II da Directiva Águas Subterrâneas. Os artigos 3.º e 4.º desta directiva estabelecem critérios pormenorizados e um procedimento para a avaliação do estado químico de massas de águas subterrâneas, nomeadamente para a aplicação de normas de qualidade e limiares. Em princípio, nenhuma massa de águas subterrâneas pode exceder os valores das normas de qualidade, embora a Directiva Águas Subterrâneas reconheça igualmente que tais valores podem ser ultrapassados devido a uma pressão local que não ponha em perigo o estado da massa de águas subterrâneas em causa, facto que pode ser tomado na devida consideração (artigo 4.º, n.º 2, alínea c), da Directiva Águas Subterrâneas).

4. INVERSÃO DE TENDÊNCIAS SIGNIFICATIVAS E PERSISTENTES PARA O AUMENTO DA POLUIÇÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

Em conformidade com o artigo 5.º da Directiva Águas Subterrâneas, devem ser identificadas e invertidas quaisquer tendências significativas e persistentes para o aumento da poluição por poluentes que contribuem para classificar as águas subterrâneas como em risco, no contexto da análise das pressões e dos impactos efectuada nos termos do artigo 5.º e do anexo II da Directiva-Quadro Água. O artigo 5.º da Directiva Águas Subterrâneas estabelece critérios pormenorizados para a identificação de tendências significativas e persistentes para o aumento da poluição e a definição de pontos de partida para a inversão de tais tendências.

Os limiares (ou normas de qualidade) desempenham um papel importante neste contexto, na medida em que constituem a base para a definição do ponto de partida para a inversão da tendência.

5. CRITÉRIOS PARA O ESTABELECIMENTO DE LIMIARES PARA AS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

O artigo 3.º, n.º 1, alínea b), da Directiva Águas Subterrâneas exige que os Estados-Membros estabeleçam limiares para parâmetros pertinentes que contribuem para que as massas de águas subterrâneas corram o risco de não cumprirem os objectivos da Directiva-Quadro Água. As orientações gerais para o estabelecimento de limiares constam do anexo II, parte A, da

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Directiva Águas Subterrâneas. O projecto de investigação BRIDGE do 6.º PQ4 também

contribuiu para este objectivo mediante o desenvolvimento de uma metodologia para a identificação de limiares.

De acordo com a definição do artigo 2.º, n.º 2, da Directiva Águas Subterrâneas, estes limiares passarão a ser as normas de qualidade fixadas pelos Estados-Membros. Estes devem ter em conta, no mínimo, a lista de poluentes/indicadores do anexo II, parte B, ou seja:

• «Substâncias ou iões, ou indicadores, que podem ocorrer naturalmente ou como resultado de actividades humanas»: arsénio, cádmio, chumbo, mercúrio, azoto amoniacal, cloreto, sulfato,

• «Substâncias sintéticas artificiais»: tricloroetileno, tetracloroetileno,

• «Parâmetros indicativos de intrusões salinas ou outras»: condutividade ou cloreto e sulfato (a determinar pelos Estados-Membros).

Conforme previsto no anexo II, parte A, da Directiva Águas Subterrâneas, a determinação dos limiares deve basear-se igualmente na extensão da interacção entre as águas subterrâneas e os ecossistemas aquáticos associados e os ecossistemas terrestres dependentes, na interferência com as utilizações ou funções legítimas, reais ou potenciais, das águas subterrâneas e nas características hidrogeológicas, incluindo informações sobre as concentrações de fundo geoquímico e os balanços hídricos. Dependendo da forma como são fixados, existem diversos tipos de limiares para, por exemplo, a protecção da utilização da água potável, a protecção de ecossistemas aquáticos e/ou terrestres, bem como a gestão de intrusões salinas.

Os limiares devem ser estabelecidos à escala mais apropriada (a nível nacional, a nível da região hidrográfica ou a nível da massa de águas subterrâneas) (artigo 3.º, n.º 2, da Directiva Águas Subterrâneas). No caso de massas de águas subterrâneas transfronteiras, a fixação de limiares exige a coordenação entre os Estados-Membros em causa (artigo 3.º, n.º 3, da Directiva Águas Subterrâneas). Os Estados-Membros devem igualmente envidar esforços de coordenação no caso de massas de águas subterrâneas partilhadas com países não-membros da UE (artigo 3.º, n.º 4, da Directiva Águas Subterrâneas).

A lista de limiares estabelecidos pelos Estados-Membros deve ser objecto de revisões periódicas no âmbito do planeamento da gestão das bacias hidrográficas, que podem levar à tomada em consideração de outras substâncias (em caso de identificação de novos riscos) ou à supressão de substâncias (caso deixem de existir os riscos anteriormente identificados) (artigo 3.º, n.º 6, da Directiva Águas Subterrâneas).

6. COMUNICAÇÃO E EXAUSTIVIDADE DOS RELATÓRIOS

Até à data, todos os Estados-Membros, excepto a Grécia, comunicaram informações sobre a fixação de limiares no formato acordado. A Dinamarca prestou informações incompletas, referindo-se ao processo de estabelecimento de limiares, mas não às substâncias em causa nem aos valores numéricos. Portugal não estabeleceu limiares por não ter identificado massas de águas subterrâneas em risco devido a poluentes distintos dos nitratos.

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Em complemento das informações exigidas, quatro Estados-Membros (Bélgica, Finlândia, Países Baixos e Espanha) apresentaram documentos de referência adicionais com mais pormenores relacionados com a metodologia/processo de estabelecimento.

7. LIMIARES ESTABELECIDOS

7.1. Panorâmica

O primeiro relatório da Comissão sobre a análise das regiões hidrográficas, publicado em 20075, revelou que 30% das massas de águas subterrâneas em toda a União Europeia estavam em risco de não cumprir o objectivo de alcançar um bom estado químico até 2015 e que, nas restantes 45%, os resultados da avaliação de riscos não são concludentes, devido à insuficiência de dados. Com base nesta informação, esperava-se que a maioria dos Estados-Membros estabelecesse limiares para os poluentes problemáticos.

Com efeito, 24 dos 25 Estados-Membros que prestaram informações estabeleceram limiares para determinadas substâncias. No total, foram fixados limiares para 158 poluentes/indicadores dos seguintes grupos:

– 12 substâncias de base (10 substâncias do anexo II, parte B, da Directiva Águas Subterrâneas, bem como o azoto amoniacal e a soma do tricloroetileno e do tetracloroetileno),

– 39 pesticidas,

– 8 nutrientes (nomeadamente, nitrato, nitrito, fósforo, etc.), – 21 metais,

– 62 substâncias sintéticas,

– 10 outras substâncias (nomeadamente, boro, cálcio, bromato, cianeto, etc.), – 6 indicadores (nomeadamente, acidez, dureza, pH, etc.).

O número de limiares estabelecidos por cada Estado-Membro varia entre zero (Portugal) e 62 (Reino Unido). A figura 1 classifica os Estados-Membros em função do número de limiares fixados para cada tipo de poluente.

Figura 1: Número de poluentes/indicadores para os quais foram estabelecidos limiares pelos Estados-Membros (poluentes/indicadores agrupados)

5 Referência COM(2007) 128

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0 10 20 30 40 50 60 70 Áustria Bélgica Bulgária Chipre República Checa Dinamarca Estónia Finlândia França Alemanha Grécia Hungria Irlanda Itália Letónia Lituânia Luxemburgo Malta Países Baixos Polónia Portugal Roménia República Eslovaca Eslovénia Espanha Suécia Reino Unido Anexo II Indicadore Metais Nutrientes Pesticidas Substância sintéticas Outros não foram indicados limiares

ausência de resposta

não foram ainda estabelecidos limiares devido a ausência de risco

7.2. Poluentes mencionados no anexo II da Directiva Águas Subterrâneas

Os 10 poluentes/indicadores mencionados na lista do anexo II da Directiva Águas Subterrâneas são os mais frequentemente indicados como objecto da fixação de limiares. O quadro 1 ilustra os poluentes/indicadores referidos, no mínimo, por 10 Estados-Membros. O quadro mostra igualmente os intervalos de variação dos limiares fixados na Europa, que, para muitas substâncias, são muito alargados. Esta situação poderá resultar do facto de, no âmbito do processo de estabelecimento de limiares, terem sido tidos em conta pelos Estados-Membros diversos aspectos do anexo II da Directiva Águas Subterrâneas, uma vez que a directiva proporciona aos Estados-Membros uma certa flexibilidade no estabelecimento de limiares, exigindo a tomada em consideração dos diferentes receptores da massa de águas subterrâneas e dos riscos, funções, características e comportamento dos poluentes, bem como das características hidrogeológicas representadas pelas concentrações de fundo geoquímico (anexo II, parte A, da Directiva Águas Subterrâneas).

No que respeita às substâncias naturalmente presentes, os principais elementos que ocasionam diferenças dos limiares são as concentrações de fundo geoquímico individuais e os distintos receptores (ecossistemas e utilizações), bem como os riscos, que também devem ser considerados individualmente.

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No que se refere às substâncias sintéticas, as concentrações de fundo geoquímico não são pertinentes e os elementos que ocasionam as diferenças são os distintos receptores (ecossistemas e utilizações) e os riscos.

A apreciação destes diferentes requisitos, potencialmente adaptados a cada massa de águas subterrâneas, demonstra as diversas abordagens seguidas pelos Estados-Membros. Consequentemente, os limiares estabelecidos poderão não ser totalmente comparáveis na Europa.

Quadro 1: Poluentes/indicadores relativamente aos quais 10 Estados-Membros, no mínimo, estabeleceram limiares, incluindo o intervalo de variação dos limiares

Intervalo de variação dos limiares Substância/indicador Grupo de substâncias

Número de

Estados-Membros Entre E Unidade

Cloreto Anexo II 22 24 12 300 mg/l

Arsénio Anexo II 21 0,75 189 µg/l

Sulfato Anexo II 21 129,75 4 200 mg/l

Azoto amoniacal Anexo II 21 0,084 52 mg/l

Chumbo Anexo II 20 5 320 µg/l Cádmio Anexo II 19 0,08 27 µg/l Mercúrio Anexo II 18 0,03 1 µg/l Condutividade Anexo II 14 485 10 480 µS/cm Níquel Metal 11 10 60 µg/l Cobre Metal 10 10,1 2000 µg/l Tetracloroetileno Anexo II 10 1,1 50 µg/l Tricloroetileno Anexo II 10 1,5 50 µg/l Soma de tricloroetileno e tetracloroetileno Anexo II 10 5 40 µg/l 7.3. Nitratos e pesticidas

Cinco Estados-Membros comunicaram, para os nitratos, limiares mais rigorosos do que os previstos na norma de qualidade das águas subterrâneas, estabelecida no Anexo I.1 da Directiva Águas Subterrâneas (50 mg/l). Os valores variam entre 18 mg/l e 50 mg/l – ver quadro 2 abaixo:

Quadro 2: Limiares estabelecidos para os nitratos

Intervalo de variação dos limiares

Estado-Membro Limiar único Entre E Unidade Observações

Áustria 45 mg/l

Irlanda 37,5 mg/l

Reino Unido 18 42 mg/l

Hungria 25 50 mg/l

Letónia 48,7 mg/l Expresso em 11 mg/l NO3-N

Seis Estados-Membros estabeleceram limiares para 36 substâncias activas diferentes, presentes nos pesticidas, que são inferiores à norma de qualidade de 0,1 µg/l. Os limiares variam entre 0,0001 µg/l e 0,1 µg/l. Um Estado-Membro comunicou um limiar mais rigoroso (0,375 µg/l) do que o previsto na Directiva Águas Subterrâneas para os pesticidas totais (0,5 µg/l).

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7.4. Outros poluentes

Vinte Estados-Membros estabeleceram limiares para um total de 106 substâncias que não figuram nos anexos I (nitratos e pesticidas) e II da Directiva Águas Subterrâneas. Quase dois terços (62) pertencem ao grupo das substâncias sintéticas.

7.5. Poluentes responsáveis por massas de águas subterrâneas em risco ou em estado medíocre

Em conformidade com o anexo II da Directiva-Quadro Água, os Estados-Membros tiveram de efectuar, em 2004, uma caracterização inicial de todas as massas de águas subterrâneas para avaliar as utilizações destas e o grau de risco de não cumprirem os objectivos previstos. Por «risco» não se entende necessariamente que a massa de águas subterrâneas em causa se encontra em estado medíocre. As tendências de poluição desfavoráveis em massas de águas que se encontram em bom estado podem igualmente provocar uma deterioração destas.

Quase todos os poluentes/indicadores mencionados são responsáveis por massas de águas subterrâneas em risco nos diversos Estados-Membros. Contudo, com base nas informações comunicadas, 18 Estados-Membros estabeleceram limiares para um total de 68 poluentes e indicadores de poluição que não estão relacionados com nenhuma massa de águas subterrâneas considerada em risco nestes Estados-Membros.

Em 2007, 30% das massas de águas subterrâneas em toda a Europa foram consideradas em estado medíocre. Os planos de gestão das bacias hidrográficas, a apresentar no final de 2009, devem estabelecer medidas destinadas à melhoria do estado destas massas de águas subterrâneas, que, em conformidade com a Directiva-Quadro Água, devem alcançar um bom estado até 2015.

Apenas metade dos poluentes/indicadores comunicados são responsáveis pela má qualidade das massas de águas subterrâneas na Europa.

O quadro 3 oferece uma panorâmica de tais substâncias, que são responsáveis por mais de 100 massas de águas subterrâneas consideradas em risco ou por mais de 50 massas de águas subterrâneas em estado medíocre. Os nitratos representam um risco para, pelo menos, 478 massas de águas subterrâneas da Europa, contribuindo para o estado medíocre de, pelo menos, 504 massas de águas subterrâneas. Por «pelo menos» entende-se que a informação sobre o número de massas de águas subterrâneas em risco devido aos nitratos não foi explicitamente solicitada aos Estados-Membros no âmbito desta recolha de dados, pelo que a informação é parcial (18 Estados-Membros comunicaram a totalidade ou parte dos valores em causa).

Quadro 3: Poluentes que representam um risco para mais de 100 massas de águas subterrâneas ou que contribuem para o estado medíocre de mais de 50 massas de águas subterrâneas na Europa

Que representam um risco Estado medíocre

Poluentes Massas de águas

subterrâneas Estados-Membros Massas de águas subterrâneas Estados-Membros

Nitrato* 478 17 504 14 Azoto amoniacal 276 14 147 13 Cloreto 256 18 117 13 Sulfato 216 16 117 15 Fósforo reactivo ao molibdato (expresso em P) 210 1 102 1

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Arsénio 128 13 42 11 Benzeno 124 7 58 6 Benzo[a]pireno 110 4 51 3 Cádmio 101 11 55 5 Tetracloroetileno 96 6 62 6 Chumbo 90 10 51 5 * informações parciais

8. METODOLOGIAS APLICADAS PARA O ESTABELECIMENTO DE LIMIARES

A maioria dos limiares para as águas subterrâneas foram estabelecidos a nível dos Estados-Membros (126) e a nível das massas de águas subterrâneas (79). Só para algumas substâncias é que os limiares foram fixados a nível das regiões hidrográficas. A Alemanha e a Bélgica também estabeleceram limiares a nível administrativo (região), o que constitui um nível adicional em relação aos enumerados no artigo 3.º, n.º 2, da Directiva Águas Subterrâneas.

Quinze Estados-Membros estabeleceram todos os seus limiares ao mesmo nível e nove Estados-Membros a diferentes níveis.

Na maior parte dos Estados-Membros, o procedimento de estabelecimento de limiares teve em conta quer a protecção dos ecossistemas aquáticos associados e dos ecossistemas terrestres dependentes (15 Estados-Membros) quer as utilizações e funções das águas subterrâneas – essencialmente utilização da água potável (23 Estados-Membros). Alguns Estados-Membros tomaram em conta a intrusão salina (4 Estados-Membros), quando este problema se revelou importante. Outras utilizações consideradas no processo de estabelecimento dos limiares incluem a água mineral, bem como a água utilizada para fins industriais e de irrigação.

Quinze Estados-Membros comunicaram que os seus limiares se baseiam, na medida do possível, em objectivos de qualidade ambiental, definidos à escala internacional ou nacional. Quatro Estados-Membros mencionaram explicitamente a Directiva 2008/105/CE6, relativa a normas de qualidade ambiental, como base para a determinação dos limiares. Dois Estados-Membros declararam que não tiveram em conta objectivos ambientais devido à ausência de risco ou a um impacto pouco substancial; em dois outros Estados-Membros tal facto deveu-se aos conhecimentos limitados sobre as interacções entre águas subterrâneas e águas de superfície.

Apenas alguns Estados-Membros comunicaram explicitamente os poluentes/indicadores relativamente aos quais foram tidos em conta objectivos de qualidade ambiental e outras normas no contexto do estabelecimento de limiares.

Embora esta informação não tenha sido solicitada, um Estado-Membro referiu-se à cooperação transfronteiras no processo de estabelecimento de limiares.

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9. CONCLUSÕES

No total, 26 Estados-Membros comunicaram o estabelecimento de limiares para 158 poluentes/indicadores diferentes em toda a Europa. Quase todos os poluentes mencionados no anexo II da Directiva Águas Subterrâneas são objecto de limiares, já que as 10 substâncias em causa representam um risco num número bastante elevado de Estados-Membros.

Cinco Estados-Membros fixaram limiares, para os nitratos, mais rigorosos do que os previstos na norma de qualidade de 50 mg/l, estabelecida no anexo I da Directiva Águas Subterrâneas. Os valores variam entre 18 mg/l e 50 mg/l. De todos os poluentes considerados, os nitratos representam um risco e contribuem para o estado medíocre do maior número de massas de águas subterrâneas na Europa.

Seis Estados-Membros estabeleceram, para 36 pesticidas, limiares inferiores à norma de qualidade de 0,1 µg/l. Os limiares variam entre 0,0001 µg/l e 0,1 µg/l. Um Estado-Membro comunicou, relativamente aos pesticidas totais, um limiar de 0,375 µg/l, que é inferior à norma de qualidade de 0,5 µg/l, estabelecida no anexo I da Directiva Águas Subterrâneas. Ao fixarem os limiares, os Estados-Membros tiveram igualmente em conta 106 poluentes não mencionados na lista da Directiva Águas Subterrâneas, 62 dos quais são substâncias sintéticas.

As normas relativas à água potável foram muito frequentemente citadas como base dos limiares, quer tenham sido estabelecidas no contexto da Directiva da CE relativa à água destinada ao consumo humano (98/83/CE7) quer de normas internacionais (por exemplo, da OMS) ou nacionais. Quinze Estados-Membros tiveram igualmente em conta, na medida do possível, objectivos de qualidade ambiental, definidos à escala internacional (por exemplo, Directiva 2008/105/CE, relativa a normas de qualidade ambiental) ou nacional.

Os intervalos de variação dos limiares divergem fortemente em toda a Europa. Esta situação poderá resultar do facto de a Directiva Águas Subterrâneas proporcionar aos Estados-Membros uma certa flexibilidade no estabelecimento de limiares, exigindo a tomada em consideração dos diferentes receptores da massa de águas subterrâneas e dos riscos, funções, características e comportamento dos poluentes, bem como das características hidrogeológicas representadas pelas concentrações de fundo geoquímico. A apreciação destes diferentes requisitos, potencialmente adaptados a cada massa de águas subterrâneas, contribui para as diversas abordagens seguidas pelos Estados-Membros. As razões das diferenças só podem ser avaliadas em pormenor após observação dos limiares no contexto dos planos de gestão das bacias hidrográficas (por exemplo, análise da pressão e do impacto).

O artigo 10.º da Directiva Águas Subterrâneas prevê uma revisão dos anexos I e II, em 2013, que constitui uma oportunidade para examinar o contexto de gestão das bacias hidrográficas. A Comissão está a iniciar o trabalho de preparação para esta revisão. A identificação de substâncias para a fixação de normas da UE será tomada em consideração durante esta revisão. O projecto de investigação do 7.º PQ sobre as águas subterrâneas e os ecossistemas dependentes (GENESIS8) contribui para a revisão, na sequência da recomendação do considerando 20 da Directiva-Quadro Água.

7 JO L 330 de 5.12.1998, p. 32. 8 www.thegenesisproject.eu.

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O presente relatório poderá ajudar os Estados-Membros nas próximas etapas da aplicação da Directiva-Quadro Água e da Directiva Águas Subterrâneas em termos da identificação e da inversão de tendências significativas e persistentes para o aumento da poluição, bem como da inclusão de medidas adequadas nos planos de gestão das bacias hidrográficas para as massas de águas subterrâneas em risco.

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