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ANÁLISE CRÍTICA DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DE SANTO ANDRÉ

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Academic year: 2021

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ANÁLISE CRÍTICA DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DE SANTO ANDRÉ

Humberto Dugini de Oliveira: Engenheiro Civil graduado pela Universidade Paulista; Pós Graduado em Engenharia Hospitalar pela Universidade de São Paulo; Especialista em Gestão Ambiental pela Universidade de São Paulo e Gerente de Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos do SEMASA Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André.

Pedro Henrique Milani: Administrador, Tecnólogo em Construção Civil pelo Instituto Paulista de Ensino e Pesquisa IPEP, Pós Graduado em Gestão Ambiental pelo Instituto Paulista de Ensino e Pesquisa IPEP e Diretor do Departamento de Resíduos Sólidos do SEMASA Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André.

Endereço:

Departamento de Resíduos Sólidos / SEMASA - Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André

Rua Fernando Costa, s/nº - Pq. Gerassi – Santo André – SP – CEP 09120-305 - Brasil Fone: (11)4433-9867 / Fax: (11)4433-9782

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SÍNTESE

A geração dos resíduos sólidos na Região Metropolitana de São Paulo tem aumentado devido ao crescimento da população, à melhoria do poder aquisitivo, à evolução tecnológica e ao aumento e diversificação do consumo de bens e serviços, acompanhados da incorporação do uso de materiais descartáveis. A questão dos resíduos sólidos, quando não tratada adequadamente, causa problemas de poluição do ar, do solo, da água e, conseqüentemente, problemas sanitários, pela contaminação e proliferação de vetores, poluição estética e desconforto da população, desequilíbrio do ecossistema local e problemas econômicos e sociais, como a desvalorização de áreas, desabamentos e enchentes, podendo ocorrer perdas humanas e materiais.

Esta problemática tem movimentado organismos públicos e organizações não- governamentais no sentido de tratar os resíduos sólidos de forma integrada, com ênfase à sua minimização, contemplando um conjunto articulado de ações normativas, operacionais, financeiras e de planejamento que uma administração municipal desenvolve (com base em critérios sanitários, ambientais, sociais e econômicos) para coletar, segregar, transportar, tratar e dispor os resíduos sólidos urbanos. A minimização engloba as etapas de redução na fonte, reciclagem ou reutilização e tratamento.

O Município de Santo André possui uma situação privilegiada dentro da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP), opera um aterro sanitário em condições adequadas, coleta os resíduos sólidos de forma diferenciada, possui estações de reciclagem que fazem parte de um programa de gestão integrada de resíduos sólidos. As quantidades de resíduos sólidos operadas diariamente somam 670 toneladas de domiciliar, 4 toneladas de resíduos de serviços de saúde e 30 toneladas da coleta seletiva, para um atendimento de 95 % dos munícipes. Possui uma população de 648.443 habitantes (IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2.000), distribuídos em uma área de 175 Km², da qual 39,1% está dentro dos limites urbanos, 55,1 % incluída em região de proteção aos mananciais e o restante 5,8 % é área de vertente da Serra do Mar. Possui um parque industrial de aproximadamente 800 indústrias, destacando-se as metalúrgicas e mecânicas, com tendência às atividades comerciais, prestação de serviços e desenvolvimento tecnológico.

O gerenciamento integrado dos resíduos sólidos no Município de Santo André é feito com a consciência de que todas as ações e operações envolvidas estão interligadas, influenciando umas às outras. A limpeza do município é realizada por meio de um sistema de coleta e transporte adequados e tratamento dos resíduos sólidos utilizando tecnologias compatíveis

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com a realidade local, garantindo o destino ambientalmente correto e seguro para os resíduos sólidos. A concepção do atual modelo de gerenciamento, leva em conta que a quantidade e a qualidade dos resíduos sólidos gerados decorre do tamanho da população, de suas características socioeconômicas e culturais, do grau de urbanização e dos hábitos de consumo vigentes.

As autoridades municipais são peças fundamentais no gerenciamento integrado dos resíduos sólidos. Elas não somente têm a responsabilidade pela implementação e articulação de ações em relação aos resíduos sólidos, mas também estabelecem os parâmetros para o seu desenvolvimento. Os maiores desafios, no entanto, são a falta de políticas públicas e de governo, em nível federal e estadual, a conscientização dos cidadãos, técnicos e planejadores para o desenvolvimento de tais necessidades inadiáveis e a inclusão social.

Os estudos contemplaram a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, incluindo, além dos domiciliares, os de serviços de saúde, diversos de prestação de serviços, inertes da construção civil e inservíveis, de grandes geradores, de podas de árvores, pneus provenientes dos processos de limpeza pública e coletas da Administração Pública de Santo André, de Classes II e III; potencializando técnicas de redução das quantidades em volume e em peso a serem dispostos e tratados no Aterro Sanitário de Santo André através de compostagem de orgânicos de grandes geradores, reciclagem de entulhos, maximização da triagem de recicláveis, reaproveitamento de pneus e inertização de orgânicos.

No caso de Santo André, as questões relativas ao saneamento urbano são abordadas pelo SEMASA (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental) através de um gerenciamento integrado que abrange os serviços de água, esgoto, drenagem, limpeza urbana, gestão ambiental e defesa civil.

A limpeza urbana contempla os serviços de varrição, capina, limpeza de logradouros públicos, coleta diferenciada, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos. Estes serviços são realizados com o envolvimento da população através de educação ambiental e contribuem para o desenvolvimento social.

OBJETIVO

O objetivo deste trabalho foi estudar o sistema de resíduos sólidos implantado no Município de Santo André, fazer uma análise crítica, baseada em literaturas, observações de campo e indicadores, identificando pontos positivos e negativos e propor alternativas.

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Objetivos específicos:

• Analisar o tratamento dado pelo município aos resíduos sólidos; • Analisar a influência deste tratamento na questão social;

• Analisar os benefícios ambientais em decorrência; • Analisar o retorno financeiro.

Metodologia e desenvolvimento da Gestão dos Resíduos Sólidos no município de Santo André

1 Caracterização da Área de Estudo

Localizado na Região Metropolitana de São Paulo, Santo André é um dos municípios que compõe a Região do ABC. Sua área territorial se estende por 175 km2, sendo que mais de 60% desta área (108 km2) situa-se em área ambientalmente protegida, parte integrante da Área de Proteção aos Mananciais na Bacia Hidrográfica da Represa Billings (96 km2) e da vertente da Serra do Mar (12 km2), área envoltória do tombamento do Parque Estadual da Serra do Mar. Os demais 66 km2 pertencem à Bacia Hidrográfica do Rio Tamanduateí, área onde se concentram as principais atividades urbanas e industriais do Município.

Outra característica marcante de Santo André está na ocupação do vale do Rio Tamanduateí, que desde o início do século a área é ocupada por indústrias de grande porte, muitas delas multinacionais, como Rhodia, Pirelli, Firestone, Alcan, Alcoa, Gerdau, Pólo Petroquímico de Capuava - uma indústria diversificada, voltada para as indústrias têxteis, química, automobilística, pneus, plásticos e metais, sendo na maioria receptoras de matéria-prima para reciclagem.

A partir da década de 80, os vazios industriais ou mesmo antigas fábricas que deixaram a cidade tiveram seu uso transformado para terciário avançado com grandes equipamentos para o comércio e prestação de serviços: shoppings, hipermercados, oficinas e revendas de veículos, vêm ocupando a área tradicionalmente destinada à indústria. Também os centros comerciais se expandiram e ganharam força na diversidade de produtos e serviços oferecidos, caracterizando-se como uma cidade policêntrica e marcando, no final do século passado, mais fortemente, a vocação de centro regional de comércio e serviços de Santo André em relação a toda a Região do ABC e Zona Leste da cidade de São Paulo, a região é considerada o 3º maior pólo consumidor do país.

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2 Política Pública de Resíduos Sólidos no Município de Santo André

O Município de Santo André, por meio da Lei Municipal nº 7.733, de 14/10/98, e do Decreto Municipal 14.300 de 26/04/1999 estabeleceu sua Política Municipal de Gestão e Saneamento Ambiental. Esta lei busca a ampliação do conceito de saneamento básico para saneamento ambiental, incorporando a dimensão ambiental na prestação dos serviços de saneamento e contribuindo para a recuperação e proteção das áreas de mananciais, através do gerenciamento integrado do saneamento e meio ambiente.

Com esta lei criou-se o Sistema Municipal de Gestão e Saneamento Ambiental (Simgesa) composto por:

• Órgão Consultivo e Deliberativo: COMUGESAM (Conselho Municipal de Gestão e Saneamento Ambiental)

Tem como função estudar, propor, deliberar e fiscalizar, no âmbito de sua competência, a implementação de diretrizes das políticas governamentais para o saneamento ambiental e sobre o licenciamento ambiental de atividades potencialmente poluidoras, os recursos em processos administrativos, normas e padrões relativos ao saneamento básico e ao meio ambiente.

• Órgão Técnico e Executivo: SEMASA (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental)

Responsável pelos serviços de fornecimento de água potável, coleta e afastamento do esgoto, drenagem urbana, gestão ambiental, fiscalização, limpeza pública urbana e defesa civil.

• Órgãos Colaboradores: Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Secretaria de Serviços Municipais, Secretaria de Educação e Formação Profissional, Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Emprego, Secretaria de Cidadania, Secretaria da Saúde, Secretaria de Cultura, Esportes e Lazer, Guarda Municipal e Núcleo de Participação Popular.

Como instrumento da Política Municipal de Gestão e Saneamento Ambiental foi criado o Fumgesan (Fundo Municipal de Gestão de Saneamento Ambiental), sob coordenação do Comugesan, que tem como objetivo concentrar recursos para projetos de interesse ambiental

2.1. Plano Diretor Santo André

A elaboração de um Plano Diretor de Limpeza Urbana (PDLU) é de grande complexidade em virtude do crescimento urbano e populacional, que ocorre na maioria dos municípios

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brasileiros, das restrições ambientais existentes no espaço urbano, do desenvolvimento crescente e dos diversos fatores econômicos, bem como dos impactos ambientais advindos do manuseio, acondicionamento, coleta, transporte e disposição inadequados dos resíduos sólidos urbanos gerados. Devem ser considerados no PDLU os principais aspectos da limpeza urbana, no que concerne à coleta, à varrição, aos serviços complementares e, principalmente, ao tratamento e à eliminação dos resíduos sólidos. Entre os produtos mais importantes de um PDLU citam-se: estabelecimento das medidas técnicas e operacionais, que se fazem necessárias para o aprimoramento da limpeza urbana no município, e o modelo de gestão que possa vir a dar garantias de sustentabilidade econômica às soluções propostas.

Dentro do Plano Diretor de Santo André foram estabelecidos projetos a serem cumpridos na área de resíduos sólidos, conforme a tabela 01:

Tabela 01 – Plano Diretor de Santo André para Resíduos Sólidos / 2001

PROJETO ITENS

Execução de um plano viável de varrição com transparência para a

população

- Base cartográfica; - Divulgação;

- Plano de manutenção e limpeza urbana.

Regulamentação da gestão de resíduos sólidos

- Projeto de regulamentação de leis acerca de

armazenagem, transporte, coleta e destinação de resíduos sólidos.

Programa de educação e fiscalização ambiental

- Plano de fiscalização na área de resíduos sólidos;

- Plano de educação ambiental na área de resíduos sólidos; - Capacitação de recursos humanos.

Projeto Sinergia/TIME - Implementação do TIME (Trabalho Integrado de Melhoria Urbana).

Agilização da comunicação entre as gerências

- Plano de instalação da rede no aterro e alojamento 01; - Disponibilização de rádios de comunicação móvel; - Reeducação de funcionários quanto ao uso de telefone. Adequação do sistema de

cobrança

- Revisão da legislação pertinente;

- Pré-dimensionamento de resíduos dos grandes geradores; - Plano de fiscalização e educação ambiental.

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novo modelo de Gerenciamento Integrado

contratos/medição;

- Novas licitações e contratos.

Centro de Referência de Resíduos Sólidos

- Banco de dados;

- Infraestrutura para divulgação do conhecimento e/ou referências;

- Elaboração e implementação do projeto do Centro de Referência de Resíduos sólidos;

- Critérios e propostas de divulgação/comunicação para Política de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos

Adequar o sistema de coleta de resíduos sólidos

- Aperfeiçoamento e ampliação da coleta comunitária; - Aperfeiçoamento e ampliação da coleta seletiva no processo de varrição;

- Potencialização das cooperativas; - Adequação das estações de entulho; - Aterro de inertes e áreas para transbordo;

- Potencialização do envolvimento na coleta seletiva.

Aperfeiçoamento dos procedimentos do sistema da

qualidade

- Inserção do TIME no sistema da qualidade;

- Adequação dos procedimentos da qualidade à Agenda 21 Local;

- Unificação dos procedimentos do sistema da qualidade entre gerências.

Gerenciamento Integrado dos contratos, educação e fiscalização ambiental e

relação comunitária

- Modernização administrativa do departamento; - Plano de estímulo às empresas recicladoras; - Projetos e estímulo a selos ambientais;

- Aperfeiçoamento do gerenciamento da Política de Resíduos Sólidos;

- Adequação da legislação referente a resíduos sólidos (normalização e regulamentação);

- Monitoramento das medições dos contratos de resíduos sólidos;

- Monitoramento dos procedimentos da empresa terceirizada.

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O Município de Santo André iniciou a elaboração de sua Agenda 21 Local, com base nas propostas da população, coletadas pelo Projeto Cidade Futuro. Estas propostas foram agrupadas nos seguintes itens: desenvolvimento econômico; desenvolvimento urbano; qualidade ambiental; educação; inclusão social; reforma do Estado e identidade cultural.

3 Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos em Santo André

Desde o ano de 1.997, o Município de Santo André implementa a Política Integrada de Gestão de Resíduos Sólidos, que envolve a redução, reaproveitamento e reciclagem de resíduos sólidos, bem como o seu tratamento e a disposição final de forma qualificada, minimizando os impactos no ambiente e aumentando as perspectivas de inclusão social e desenvolvimento econômico no mercado de resíduos sólidos.

Para este sistema de gestão foram definidos os princípios, objetivos e diretrizes a serem seguidos, como se vê abaixo:

Princípios:

• Dar sustentabilidade ambiental ao município no que se refere à coleta, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos;

• Garantir a participação social em todo o processo da gestão dos resíduos sólidos. Objetivos:

• Propiciar a implementação de um processo contínuo de melhoria da qualidade socioambiental de Santo André;

• Prevenir e minimizar a degradação ambiental relacionada com a geração, manejo, tratamento e disposição final de resíduos;

• Fomentar a participação e o envolvimento efetivo da sociedade.

Diretrizes do Plano de Governo 2.001/2.004

• Estimular as práticas de redução, triagem e reciclagem de resíduos sólidos, bem como a organização do mercado de recicláveis;

• Aperfeiçoar o sistema de coleta de resíduos e a limpeza urbana;

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• Fortalecer o debate regional e a busca de soluções para a coleta, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos, bem como as práticas de reciclagem, reaproveitamento e reuso de materiais;

• Manter a autonomia municipal no tratamento e destinação final dos resíduos sólidos. Propostas de Ação:

• Desenvolver campanhas educativas de modo a ampliar a adesão da população ao Programa de Coleta Seletiva;

• Ampliar e modernizar o aterro sanitário, tornando-o uma Central de Triagem e Tratamento de Resíduos Sólidos, com condições ambientais adequadas;

• Fomentar o mercado e o reaproveitamento de recicláveis, através da implementação da Bolsa de Resíduos Sólidos na Internet, centralizando informações de compradores e vendedores de resíduos;

• Aprimorar e consolidar o Programa de Coleta Comunitária, com ações de educação ambiental, tornando os coletores comunitários multiplicadores da melhoria ambiental nos núcleos de favela, transformando os pontos de coleta em estações de coleta seletiva;

• Ampliar e modernizar o sistema de varrição da cidade;

• Implementar o sistema de tratamento de resíduos de serviços de saúde.

Os serviços de limpeza pública são realizados pelo SEMASA e seguem um sistema de padronização dos processos em consonância com a certificação ISO 9000/2000, para a garantia da qualidade dos seus serviços. Para a limpeza pública são realizados os seguintes serviços:

• Coleta de resíduos sólidos domiciliares: - diferenciada; - seletiva; - comunitária; • Coleta de resíduos sólidos das unidades de serviços de saúde;

• Coleta de resíduos sólidos de grandes geradores; • Varrição e limpeza de equipamentos públicos; • Capinação e roçagem;

• Limpeza, coleta, lavagem e desinfecção de feiras-livres; • Remoção de animais mortos;

• Coleta de resíduos sólidos volumosos, entulho e inservíveis; • Tratamento e disposição final de resíduos sólidos.

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3.1 Coleta de Resíduos Sólidos Domiciliares

O serviço diferenciado de coleta regular efetuado no Município de Santo André é terceirizado e abrange os resíduos sólidos domiciliares, comerciais, de prestação de serviços, de serviços de saúde e da Administração Pública. A coleta seletiva, com estímulo à separação na fonte é encaminhada às Cooperativas de Recicladores de Santo André, estruturada com apoio dos programas municipais ReciproCidade Agradável, SEMASA e Incubadora de Cooperativas. Esse serviço, apesar de ser disponibilizado em 100% das vias do município, atende efetivamente cerca de 95% da população total.

A freqüência da coleta nas áreas de mananciais mais adensadas é de três vezes por semana e duas vezes por semana nas demais áreas. Na região urbana, e em parte da cidade (aproximadamente 40%) é feita três vezes por semana.

Em toda área urbana, um novo sistema de recolhimento de resíduos sólidos foi implantado a partir de outubro/99, baseado em triagem na fonte, através da coleta diferenciada seletiva, sendo diária e noturna (de segunda a sábado) para os resíduos orgânicos e sujos e diurna, no mesmo período da semana, para os resíduos secos e limpos. Na área central da cidade, com maior incidência de comércio, a coleta de recicláveis é feita diariamente à noite.

A Administração Municipal dá andamento ao Programa ReciproCidade Agradável – Coleta Seletiva, Coleta Comunitária e Reciclagem, que de forma matricial inter secretarias, articula parcerias entre os diversos segmentos sociais para viabilizar suas ações de preservação do ambiente, qualificação do espaço urbano, minimização e destino final de resíduos e inclusão social, principalmente de desempregados, dependentes químicos e adolescentes em situação de rua. O programa propõe a aplicação da geração de renda através do apoio à formação de cooperativas de triagem, organização de trabalhadores autônomos e envolvimento de adolescentes.

O programa ReciproCidade Agradável, a partir do olhar para essa dimensão macro da geração de resíduos na escala urbana, propõe que a Coleta Seletiva se faça em todos os cantos da cidade, por meio de ações diversas onde a Coleta Seletiva possa se viabilizar: nas casas, comércios, escolas, ruas, praças, indústrias e bairros, considerando que o poder público é o responsável pela política e gestão integrada de resíduos sólidos e pela coleta municipal dos resíduos domésticos, de serviços, do comércio em pequena escala e de serviços das unidades de saúde.

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A fase inicial de implantação do programa se deu com o resgate de projetos anteriores da Administração Municipal, o Salva Papel, implantado em parceria com as demais prefeituras componentes do Consórcio Intermunicipal do ABC, no período de 1.989 a 1.992.

A questão da coleta seletiva teve como prioridades:

• Adoção de práticas de minimização de resíduos sólidos;

• A busca de parcerias para a solução do problema de destinação final dos resíduos sólidos entre órgãos públicos, organizações não-governamentais, iniciativa privada e ações diretas da comunidade;

• Mudança dos hábitos, comportamento, cultura e estímulo à redução voluntária do volume de resíduos sólidos gerados, através de programas educativos;

• Desenvolvimento do programa de coleta seletiva em três linhas: educativa, lixo domiciliar e resíduo industrial;

• Implantação, de forma progressiva, da coleta seletiva domiciliar;

• Estímulo da ampliação do mercado de reciclagem, através de um enfoque regional e extra-regional do problema e com agregação de valores finais de comercialização; • Tratamento e destinação final apropriados aos resíduos domiciliares, industriais e da

construção civil, dentro de um enfoque que envolva toda a Região do ABC.

Os resíduos de papel gerados em órgãos públicos são enviados à Usina de Triagem e Reciclagem de Papel, onde 28 adolescentes em situação de risco aprendem a arte da reciclagem de papel e depois são reintegrados às suas famílias e às atividades escolares, agora, aprendizes na arte de reutilizar e reciclar o papel descartado por diversos tipos de geradores. A participação de oficinas com arte-educadores na Usina de Reciclagem de Papel absorve parte do Programa Andrezinho Cidadão que busca a inserção social de meninos e meninas, a partir do aprendizado de um ofício, de práticas artísticas e ecológicas e do trabalho em grupo. A produção da Usina de Triagem e Reciclagem de Papel é vendida para lojas, designers e empresas, gerando renda para os que trabalham com o papel, seja como aprendizes, seja como educadores. O apoio de empresas do setor privado e o trabalho voluntário de arte-recicladores e artistas plásticos da região consolidam e ampliam a perspectiva do programa.

A inserção das práticas de separação de resíduos no cotidiano da população teve início com a implantação do Programa de Coleta Seletiva nas escolas, a partir do envolvimento da comunidade das escolas municipais na separação de resíduos e reaproveitamento para brinquedos, por meio do Projeto Brincarte. Cada Escola Municipal de Educação Infantil e

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Fundamental recebeu contêineres para a disposição de resíduos secos e limpos e passou a ser um ponto receptor de recicláveis no bairro, estimulando ainda mais a participação cidadã. A partir da adesão de outros parceiros e dos excedentes das estações de reciclagem e das escolas, iniciou-se um processo de organização social dos trabalhadores autônomos para triagem, reaproveitamento e comercialização dos materiais recicláveis. A reunião destes trabalhadores que passaram a realizar a separação e venda dos resíduos é parte integrante de um programa de geração de renda da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Geração de Renda – a Incubadora de Cooperativas, apoiado posteriormente pelo Banco do Povo, um programa da mesma secretaria. Este grupo inicial de trabalhadores autônomos deu origem à Cooperativa de Reciclagem de Santo André – COOPCICLA.

Em maio de 1.998, foi dado início ao programa de coleta seletiva porta a porta no bairro Vila Pires.

Em abril de 2.000, a totalidade dos domicílios foram atingidos pelo programa de coleta seletiva porta a porta, ampliando a abrangência do serviço e possibilitando o acesso de toda a população ao programa.

A coleta diferenciada porta a porta atingiu também os assentamentos habitacionais informais, particularmente favelas e loteamentos irregulares, áreas tradicionalmente de difícil acesso para a coleta regular tendo em vista as ruas estreitas e por vezes íngremes destes núcleos. Apesar dos veículos coletores efetuarem o roteiro regularmente no entorno ou no interior das favelas, a população residente em alguns casos não dispõem o resíduo para coleta, lançando-o em locais próximos às residências, em fundos de vale, córregos, terrenos baldios ou até mesmo vielas de acesso. Existe um programa de educação ambiental realizado nas escolas e núcleos comunitários para reverter este quadro. Foi implantado o Programa de Coleta Comunitária, onde 75 moradores dos núcleos, desempregados, foram selecionados para o serviço de coleta porta a porta e triagem do material reciclável para a venda, dando origem à Cooperativa de Coleta e Limpeza Urbana – a COOPLIMPA. Estes trabalhadores recebem em média R$ 250,00 por mês e uma cesta básica. A implantação ocorreu em 45 núcleos de favela, porém existem hoje no município 160 áreas / núcleos sem a urbanização necessária de forma a viabilizar a coleta regular porta a porta, onde residem aproximadamente 71.143 habitantes em 15.137 moradias.

Estima-se que são produzidas diariamente nesses núcleos, 42 toneladas de resíduos que correspondem a cerca de 6,6% do total de resíduos produzidos no município.

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aproveitando o trabalho do morador do núcleo, na coleta diferenciada de resíduos secos (recicláveis) e úmidos. Estes resíduos são levados para caçambas colocadas no exterior do núcleo e coletados por um sistema especial com caminhões compactadores munidos de guindaste para basculamento das mesmas. Em alguns casos, a própria população constrói as lixeiras através de mutirão. Criou-se assim mais uma oportunidade de geração de renda para parcela da população sem acesso ao mercado de trabalho. A coleta porta a porta é feita diariamente por moradores do próprio núcleo, com equipamento manual específico, de forma remunerada, com a disponibilização da coleta diferenciada para os núcleos que a viabilizarem, pois os Coletores Comunitários, atuarão como agentes multiplicadores do processo de educação ambiental para a Coleta Seletiva.

Como parte do material reciclável – leve, mas volumoso – não tem sido mais incorporado ao aterro sanitário de Santo André, verificou-se uma redução de 20% do volume ali disposto em questão de seis meses.

O sistema de coleta seletiva porta a porta eleva os custos de coleta pois requer caminhões que passem em dias diferentes dos da coleta convencional e necessita de um centro de triagem onde os recicláveis são separados por tipo.

O enfoque puramente financeiro da viabilidade do sistema de coleta seletiva é dado pela análise de custo/benefício, onde os custos são representados pelos custos de capital (terrenos, instalações, veículos, conjuntos de contêineres para segregação, projeto do sistema e demais custos iniciais) e custos de operação/manutenção (salários e encargos, combustíveis e lubrificantes, água, energia, seguros, licenças, manutenção, administração, etc.) e os benefícios são representados pelas receitas (resultado da venda dos materiais coletados), economias (redução no custo de transferência e disposição final dos recicláveis) e os ganhos sociais (geração de empregos diretos e indiretos).

Esta análise não deve ser o único indicador de viabilidade da coleta seletiva porque não leva em conta todos os benefícios sociais e ambientais decorrentes, que são, normalmente, de difícil valoração.

3.2 Coleta de Resíduos Sólidos das Unidades de Serviços de Saúde

A educação ambiental, nas questões de resíduos sólidos de saúde, é fundamental para que haja uma segregação dos resíduos promovidos por seus geradores: farmácias, consultórios, clínicas, laboratórios, hospitais, etc. Alguns destes geradores conseguem, a partir da segregação, reduzir seus resíduos sólidos infectantes em até 80 %. Os resíduos sólidos de saúde são classificados como classe I, por serem patologicamente agressivos e por isso

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exigem uma coleta diferenciada, através de veículos apropriados, funcionários treinados, usando equipamentos de proteção individual adequados.

3.3 Coleta de Resíduos de Grandes Geradores

No Município de Santo André, grandes geradores de resíduos sólidos são aqueles que geram quantidades superiores a 100 litros e ou 50 Kg diários. No entanto, foi observado que muitos dos grandes geradores potenciais como supermercados, oficinas, restaurantes e outros, são atendidos pela coleta regular e não contribuem para a municipalidade com as taxas diferenciais.

A coleta dos resíduos de grandes geradores não é terceirizada pela Prefeitura Municipal de Santo André, com base na Lei 5.579/79, artigo 3º. A fonte geradora é responsável pela coleta, transporte, tratamento e destinação final de seus resíduos.

3.4 Varrição e Limpeza de Equipamentos Públicos

Os serviços de varrição de vias são executados por empresa terceirizada e por pessoal da administração direta. É feito em 80% dos 880 km de ruas pavimentadas do município. A freqüência média semanal de varrição das vias é de 1,72 vezes.

A coleta de lixo das ruas e logradouros públicos (praças, parques, etc.) pode ser feita manualmente ou mecanicamente. Tem como objetivo: Minimizar riscos à saúde pública; Manter a cidade limpa; Prevenir enchentes e assoreamento dos rios.

A varrição, feita pela administração direta ou por empresa contratada, envolve despesas significativas e é executada por um plano de varrição.

Limpar uma rua é diferente de manter uma rua permanentemente limpa. Ruas limpas, cestinhos de coleta implantados, campanhas permanentes de educação e uma rigorosa fiscalização do cumprimento das posturas municipais, funcionam como aspectos inibidores para as pessoas que estão acostumadas a jogar lixo em qualquer lugar. São promovidas campanhas de educação junto à comunidade para que o lixo seja colocado nos cestos de rua. Papéis, embalagens, palitos, cigarros e outros objetos, comumente lançados nas calçadas, podem ser facilmente colocados num cesto, mantendo a aparência limpa da rua e valorizando a cidade como um todo. Além de valorizar a cidade, a aplicação de campanhas do tipo “mantenha a sua cidade limpa” reduz os custos de varrição, já que o lixo fica concentrado nos cestos.

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Apesar dos esforços do poder público na busca de parcerias com a iniciativa privada e da adesão da população, há deficiências de coletores públicos do tipo cestos e contêineres para a depositação correta dos usuários. Outro fator, já dentro das previsões do SEMASA para a minimização dos serviços prestados é a ampliação de sua agência de fiscalização e educação ambiental, que vem a contribuir para a mudança do traço comportamental da população.

3.5 Limpeza, Coleta, Lavagem e Desinfecção de Feiras Livres

A limpeza das feiras livres é feita imediatamente após o seu encerramento, por pessoal munido de vassourões, pás e carrinhos de mão. A lavagem, principalmente das áreas onde foram comercializados peixes e carnes, deve ser complementada com aplicação de desinfetantes ou desodorantes. Grandes recipientes são utilizados quando há grande volume de resíduos. Há também um trabalho de fiscalização onde há leis municipais específicas ou de limpeza pública no sentido de orientação aos feirantes para acondicionar os seus resíduos. 3.6 Remoção de Animais Mortos

A Administração Pública de Santo André é responsável pela remoção de animais mortos no município. Estes serviços são prestados em duas categorias, por Secretarias distintas, a seguir descritas:

• SSM – é a responsável pela coleta de animais mortos de grande porte (cavalos, bois, etc.). O serviço é efetuado com o auxílio de caminhões com guincho e transportados ao aterro sanitário municipal, dispostos em valas sanitárias.

• SEMASA – é responsável pela coleta de animais de pequeno porte (cães, gatos, etc.). A solicitação da remoção é feita pelo munícipe através de ligação telefônica gratuita ao nº 195. A coleta é feita por veículos que também operam os resíduos sólidos de serviços de saúde, após os animais são levados ao tratamento por microondas e dispostos no aterro.

3.7 Coleta de Resíduos Sólidos Volumosos, Entulho e Inservíveis

Diariamente, um dos persistentes problemas que as administrações municipais enfrentam é a remoção de resíduos sólidos, das mais diversas composições, que não são removidos pela coleta regular. Esses são descartados clandestinamente em todos os tipos de área, como estação de reciclagem, terrenos públicos e particulares, vias de tráfego, passeios e áreas verdes, propiciando a proliferação de vetores, impedindo o tráfego de veículos e pedestres, deteriorando a paisagem urbana e provocando enchentes.

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O Município de Santo André implantou 31 estações, atendendo a uma demanda reprimida de 70 estações, para receber resíduos secos e limpos, podas de jardins e quintais, recicláveis, entulhos e inservíveis, de pequenos geradores responsáveis pelo transporte. As Estações são operadas por 50 trabalhadores autônomos e grupos organizados da população. Sistematicamente, o Poder Público Municipal realiza a limpeza destas áreas, recolhendo os resíduos que não são comercializados (entulho) e transportando até locais de tratamento. Estas medidas facilitam a manutenção da limpeza urbana.

Nota-se a proliferação, na cidade, de empresas especializadas na coleta de entulho. Além da preocupação com o descarte, mencionada acima, a Administração Municipal regulamenta e fiscaliza a permanência das caçambas coletoras no leito carroçável das vias públicas, de modo a minimizar os riscos de acidentes com veículos, além dos transtornos e obstruções que possam prejudicar a fluidez do tráfego. A permanência máxima dessas caçambas é verificada, de modo a evitar que o acúmulo de resíduos sólidos residenciais nessas caçambas abertas e ao ar livre sejam fatores de proliferação de vetores.

O SEMASA fiscaliza as operações dos aterros de inertes particulares do município. Devido à construção de um gerenciamento específico na área de educação e fiscalização ambiental, atualmente há muitas disposições clandestinas de entulhos na cidade, de particulares e empresas prestadoras de serviço. É freqüente o uso do Município de Santo André para o descarte de entulhos dos municípios circunvizinhos

3.8 Tratamento e Disposição Final dos Resíduos Sólidos

Santo André se apresenta como a única cidade da Região do ABC com efetiva autonomia no tratamento e destinação final de seus resíduos, tendo-se colocado sempre atuante e solidária na busca de soluções regionais que atendam às demandas de um novo tempo.

O tratamento e a disposição final de seus resíduos sólidos são realizados em área municipal especifica, que consta com os seguintes equipamentos:

• Usinas de Triagem dos Resíduos Sólidos Recicláveis da Coleta Seletiva

Foi em meados de 1.997 que as Políticas de Governo da Administração de Santo André implantaram o processo de cooperativismo, dentro de seu projeto de criação de emprego e rendas. Com a desativação, a Coopcicla passou a atuar nas dependências da Usina de

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Compostagem, no seu galpão de peneiramento do composto já maturado, alterando o nome do local para Usina de Triagem.

Em 1.999 a Coopcicla passou a atuar no corpo principal da antiga Usina de Compostagem, adaptada à segregação de recicláveis provenientes da coleta seletiva. Na mesma data a Cooplimpa assumiu o antigo lugar da Coopcicla e o projeto passou a contar com duas Usinas de Triagem.

Atualmente são dispostas às Usinas de Triagem aproximadamente 30 toneladas de materiais recicláveis diariamente, o que possibilita a criação de 140 postos de trabalho diretos. Cada cooperado ganha aproximadamente R$ 250,00 e uma cesta básica. Apesar dos esforços desempenhados na implantação das duas cooperativas há a necessidade de melhorar a capacitação e qualificação dos trabalhadores cooperados.

A coleta seletiva atinge a 95% da população do município, porém, aproximadamente 30 % está comprometida com o programa que foi implantado em Abril de 2.000. Isto faz com que grande volume de material reciclável ainda esteja sendo aterrado no Aterro Sanitário. É freqüente a contaminação do material reciclável proveniente da coleta seletiva por matéria orgânica e até mesmo por resíduo de saúde. Com a educação ambiental e o crescente processo de mudança comportamental dos munícipes, as quantidades coletadas devem aumentar, aumentando assim o número de cooperados envolvidos no projeto.

O principal objetivo do programa de triagem de recicláveis e sua comercialização é o de gerar empregos e rendas, promovendo a reintegração social de indivíduos excluídos e resgate de sua auto-estima e cidadania.

Este programa demonstra quanto a reciclagem de resíduos sólidos gera de recursos à sociedade. Atualmente o SEMASA está envolvendo a iniciativa privada para, em parceria com o projeto, potencializar, capacitar e qualificar as relações de trabalho cooperado.

Estão sendo implantados equipamentos que vão melhorar as atividades das cooperativas, principalmente para atender à crescente demanda de produtos fornecidos: novas esteiras de segregação, compactadores de resíduos, moinhos de reciclagem, vestiários e refeitório. Na área de educação e treinamento o SEMASA, conjuntamente com o Departamento de Criação de Emprego e Renda, busca a qualificação do grupo.

As Estações de Coleta Seletiva e de Entulho estão se transformando em mini usinas de triagem, quando em seus postos de trabalho estão sendo inseridos novos membros das cooperativas atuais.

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É notado um alto índice de rejeito dentre os materiais provenientes da coleta seletiva, devido ao número de funcionários de triagem ser insuficiente e também não haver comercialização de vários produtos como: “tetrapack”, recipientes de óleo, sucatas de alguns plásticos, etc.

• Tratamento de Resíduos Sólidos dos Serviços de Saúde

O tratamento de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde em Santo André é realizado por microondas, que corresponde a uma tecnologia de desinfecção em que os resíduos são colocados num contêiner de carga e descarregados por meio de um guincho automático, numa tremonha localizada no topo do equipamento de desinfecção. As microondas desinfetam o material por aquecimento, em temperaturas entre 95 e 100º C, por cerca de 30 minutos. Atualmente, este sistema trata 4 t/dia. Os resíduos sólidos tratados são dispostos no Aterro Sanitário.

Este processo é terceirizado e trata os Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde dos municípios vizinhos, São Bernardo do Campo e Diadema, possibilitando maior retorno do investimento, pois o equipamento permite tratar até 200 t/mês.

O SEMASA atua diretamente junto aos geradores de Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde com ações educativas no intuito de promover a minimização destes resíduos. Como resultado desse trabalho cita-se o Hospital Brasil (particular), que implantou um processo de segregação que resultou na redução de 70% de seus resíduos infectantes.

• Tratamento de Pneus

Dos resíduos sólidos dispostos no meio ambiente, os pneus ocupam lugar de destaque com relação à impactação que provocam na natureza. O formato dos pneus associado à dificuldade de sua decomposição por processos naturais, podem originar problemas diversos: causar enchentes quando lançados em canais drenantes; promover riscos de incêndio na disposição concentrada em lugares abertos; desestabilizar aterros, porque na operação não há possibilidade de ocupar seus espaços vazios; gerar vetores, pois acumulam água em suas cavidades e quando queimados, liberam materiais tóxicos à atmosfera.

O descarte de pneus no Município de Santo André é de aproximadamente 1.500 unidades mensais, todos de responsabilidade de manejo do SEMASA. Este número tende a aumentar significativamente se computados os estabelecimentos particulares envolvidos com o ramo automotivo afim.

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- Instalação de equipamento triturador junto ao pátio de depositação de pneus do SEMASA; - Alimentação do mecanismo triturador de pneus, de forma manual, com rendimento de aproximadamente 2 toneladas tratadas por hora.

- Os materiais resultantes do processo de trituração serão agregados ao rachão para drenagem de efluentes líquidos percolados no Aterro Sanitário de Santo André.

Os pneus, após seu tratamento, podem ser utilizados para vários fins, potencializando processos industriais, seja como no exemplo supra citado ou como na queima para a geração de energia, reciclagem para obtenção de insumos da construção civil (pavimentação e agregados para concreto), para manufaturamento de pisos e revestimentos, para a execução de calçadas e para confecção de pneus.

O Município de Santo André possui várias obras de contenção de taludes e fechamentos de áreas, através de muros de pneus adequadamente amarrados e preenchidos com inertes da construção civil.

Há inúmeros locais no município onde os pneus de particulares e de prestadores de serviços são dispostos clandestinamente, como nas estações de reciclagem, terrenos baldios, margens de córregos, dentre outros. É freqüente a população atear fogo aos pneus dispostos, ocasionando sérios riscos ao meio ambiente.

• Tratamento de Entulho

O maior volume específico de resíduos sólidos urbanos gerados no Município de Santo André, sem dúvida é o da classe dos entulhos. A municipalidade, na figura do SEMASA, é responsável pelo tratamento e disposição final de aproximadamente 150 toneladas diárias de entulho. Somando a estes os entulhos gerados pelos particulares, estima-se uma soma diária de produção de 1.300 toneladas.

Os problemas causados pela disposição clandestina e predatória dos entulhos provocam impactações graves ao meio ambiente dentre as quais: enchentes, quando dispostos em mananciais e equipamentos públicos drenantes; desvalorização de áreas pelo acúmulo continuado, geração de vetores, pois sua composição propicia acúmulo de material orgânico e causa poluição visual.

O Município de Santo André possui, além das 31 Estações de Coletas de Reclicáveis e Entulho, aproximadamente 150 pontos clandestinos de disposição. Os entulhos dispostos são constituídos basicamente de sobras da construção civil (madeiras, ferros, plásticos, papéis e inertes), inservíveis (mobiliárias e eletrodomésticos) e podas de vegetação.

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O trabalho desenvolvido pelo SEMASA tem o objetivo de envolver os grupos geradores e beneficiários de entulho no município, através da confecção de Lei que defina as regras de operação e da educação ambiental da população. A atuação é sobre as 150 toneladas diárias de sua responsabilidade, através de um projeto piloto, que consiste em:

- Segregação de Entulhos

O SEMASA está investindo na segregação dos resíduos sólidos na fonte geradora, e nas Estações de Coleta de Recicláveis e Entulhos, através de processos de segregação homogeneizada e educação ambiental.

Em relação `a coleta de pontos clandestinos, os envolvidos da administração estão sendo treinados a coletarem segregadamente os resíduos dispostos desordenadamente, com equipamentos apropriados.

Para os entulhos coletados de maneira heterogênea, há uma área de transbordo, onde mão de obra treinada usa equipamentos adequados para a segregação.

- Tratamento de Inservíveis e Recicláveis

Grande parte dos entulhos é composta de madeiras, inservíveis e recicláveis. A madeira está sendo triturada e aproveitada na compostagem, adequação de parques e áreas verdes do município e comercializada. Os inservíveis e recicláveis são colocados à disposição das duas cooperativas municipais, Coopcicla e Cooplimpa.

- Destinação dos Inertes

Os materiais inertes advindos principalmente da construção civil, após segregados, estão sendo aplicados na operação do Aterro Sanitário de Santo André e na pavimentação de vias publicas do município. A reutilização destes materiais reduz o custo de sua aquisição para estes processos.

Estas medidas buscam a participação da sociedade e, principalmente das construtoras e dos envolvidos na geração, transporte e destinação dos entulhos. O projeto piloto deve atender, em curto prazo de tempo, as demandas através de 1.300 toneladas diárias geradas. Para tanto, o projeto piloto implantado pelo SEMASA será estendido à iniciativa privada com a criação de áreas municipais de transbordo operadas através de concessão pública e incentivando também a trituração dos inertes. Deverão ser criadas novas áreas de disposição de inertes particulares no município.

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O SEMASA está criando um corpo de educadores e fiscais ambientais para evitar abusos de disposição clandestina junto a áreas impróprias do município e também, evitar que municípios vizinhos utilizem inadequadamente a cidade de Santo André como “bota fora”.

• Aterro Sanitário

No aterro sanitário há um monitoramento do próprio aterro e de seu entorno, das condições ambientais e geotécnicas, para garantir a observância de não impactação do meio ambiente e permitir imediatas providências quando alguma alteração ambiental for identificada.

O Aterro Sanitário de Santo André é o local de disposição final dos resíduos sólidos de classes II e III e é executado atendendo todas as normas técnicas vigentes, com controle ambiental. Isto possibilita redução dos riscos e passivos ambientais, com conseqüência nos custos de ações de emergência, multas dos órgãos de controle, remediações de áreas contaminadas e custos com ações legais por disposição inadequada de resíduos.

O Aterro Sanitário recebe diariamente em média 670 toneladas de resíduos provenientes de: Coleta domiciliar; Rejeito da usina de reciclagem; Resíduos sólidos de limpeza pública provenientes da varrição e capinação das vias da cidade; Resíduos de limpeza de bocas de lobo, bueiros e desassoreamento de córregos; e Resíduos provenientes do tratamento por microondas dos resíduos de serviços de saúde.

O Aterro Sanitário de Santo André iniciou sua operação em 1.982 e atualmente é operado com a melhor qualidade da Região Metropolitana de São Paulo, avaliada pela CETESB.

• Tratamento dos Efluentes Líquidos Percolados

A composição gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos do Município de Santo André demonstra que 56,8 % de sua totalidade em peso, é composta por matéria orgânica. Isto se traduz em 381 toneladas diárias de matéria orgânica recebidas no Aterro Sanitário de Santo André.

Os efluentes líquidos percolados gerados no Aterro Sanitário apresentam um alto grau de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) no valor de aproximadamente 6.000 mg/l e contém inúmeros compostos agressivos que, se operados de maneira incorreta, podem impactar o meio ambiente de forma crítica, principalmente os mananciais e os aqüíferos superficiais e subsuperficiais.

No caso do Aterro Sanitário de Santo André, os efluentes líquidos percolados são captados através de drenagens específicas e conduzidos até sua estação de bombeamento. Do recalque,

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os efluentes líquidos percolados são remetidos à estação de tratamento.

4 Definição das responsabilidades dos resíduos sólidos gerados no Município de Santo André

A questão crucial para uma moderna política de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos se refere à definição de competências e responsabilidades para essa gestão.

Neste sentido a premissa de avaliação, diante do ponto de vista do que temos e do que queremos em Santo André, é valorizar o princípio da co-responsabilidade do poder público, da sociedade e principalmente, estimular o princípio da responsabilidade do gerador: cada munícipe é responsável pelo encaminhamento ambientalmente correto do resíduo por ele produzido em qualquer atividade.

Pensar na organização e na qualificação do espaço urbano é pensar também para onde e como, em todas as etapas, devem ser encaminhados os resíduos sólidos, líquidos e gasosos decorrentes dessas atividades.

A Legislação Brasileira, apesar de ter sua Constituição Federal estabelecendo responsabilidades ao manejo dos resíduos sólidos aos municípios, não deixa clara a competência legal, pela falta de Políticas Públicas e de Governo em níveis Federal e Estadual, cobrando a responsabilidade de seus geradores.

Em vários momentos das atividades de Limpeza Pública Urbana surgem dúvidas sobre a quem compete o manejo correto na gestão dos resíduos sólidos urbanos.

É de tradição a paternalidade do poder público na resolução de problemas sociais e os custos e responsabilidades acabam sendo a ele atribuídos.

No atual quadro de Gestão Integrada no Município de Santo André é atribuída a dois grupos distintos as responsabilidades de coleta, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos urbanos: o Poder Público Municipal e o Gerador de Resíduos Sólidos.

5.Premiações

O Programa ReciproCidade Agradável – Coleta Seletiva, Coleta Comunitária e Reciclagem foi incluído entre as 100 (cem) melhores práticas globais – ONU – HABITAT 98, obteve menção honrosa do Prêmio MercoCidades – Ciência e Tecnologia – 1.998 e classificado entre

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as 20 melhores iniciativas brasileiras pelo Programa Gestão Pública e Cidadania, promovido pela Fundação Getúlio Vargas e Fundação Ford, no ano de 2.000.

6 Cobrança dos Serviços

Conforme a Lei Municipal 7.733/98, art. 6º, inciso XXII, compete ao SEMASA “calcular, definir e cobrar tarifas, taxas, contribuições de melhoria e preços públicos referentes à prestação dos serviços sob sua esfera de competência, bem como arrecadar e contabilizar as receitas provenientes dessas cobranças”.

A taxa de limpeza pública no Município de Santo André tem seu fundamento legal na Lei Municipal 8.151, de 28/12/00 que visa definir e disciplinar a aplicação da Política de Gestão e Saneamento Ambiental, no que concerne à prestação dos serviços de abastecimento de água, coleta, afastamento, tratamento e disposição final de esgotos sanitários e drenagem de águas, bem como o sistema tarifário e tributário de cobrança desses serviços, cujos sistemas estejam diretamente sob responsabilidade do SEMASA.

Compete ao SEMASA cumprir os objetivos estabelecidos em Lei, que consistem na exploração dos recursos hídricos e na prestação de serviços de saneamento básico ambiental do Município de Santo André, assim como estabelecer as regulamentações necessárias ao cumprimento desses objetivos. Para cumprí-los, o SEMASA conta com recursos financeiros oriundos da Prefeitura, do FUMGESAN, de investimentos externos e da remuneração dos serviços prestados, através de tarifas ou taxas cobradas diretamente dos usuários na forma prevista nesta lei: tarifas de coleta, tratamento e destinação final de resíduos sólidos de serviços de saúde e tarifas de tratamento e destinação final dos resíduos de grandes geradores. Até o ano de 2.000, a cobrança da taxa de limpeza pública era realizada através do carnê de pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e o preço calculado sobre o valor venal dos imóveis pagantes.

Em 2.001 o processo de cobrança passou a ser realizado através da conta de água. Os serviços considerados complementares às finalidades de abastecimento de água, esgotamento sanitário, drenagem de águas e gestão ambiental são relacionados e seus preços fixados mediante apropriação de custos de execução e lançados nas faturas emitidas pelo SEMASA. Os valores são calculados com base no custo de todo o serviço de limpeza pública prestado pelo SEMASA e distribuídos igualmente a todos os proprietários ou locatários de bens imóveis da cidade, tendo como critério de distribuição o poder contributivo.

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6.1 Tarifa de Coleta e Destinação Final dos Resíduos de Serviços de Saúde

Esta tarifa é paga pelos hospitais, consultórios médicos e odontológicos, drogarias, veterinárias, clínicas e laboratórios que produzem resíduos infectantes, através de boleto bancário enviado ao imóvel ou endereço de cobrança.

O serviço é prestado através de veículos específicos que fazem a coleta, o transporte até a usina, onde o material é tratado por microondas para evitar riscos de contaminação e depois disposto no aterro. O estabelecimento também pode cadastrar outro coletor licenciado mediante esclarecimentos junto ao SEMASA.

O valor da tarifa é determinado pelo volume de resíduos gerados em todo o município, dividido pela média de volume produzido por cada um dos geradores destes resíduos. O valor mínimo deste serviço é de R$50,00 ao mês, por estabelecimento.

7 Educação Ambiental

A gestão de resíduos sólidos de uma área urbana depende diretamente da atuação de todos os seus cidadãos e pressupõe uma mudança de comportamento e quebra de paradigmas. Para que as mudanças possam ocorrer e sejam incorporadas pela sociedade, é necessário também, além do conhecimento e da conscientização formada pela informação, a formação de novos valores e atitudes predisponentes ao desenvolvimento de ações voltadas para a sustentabilidade. A educação ambiental inclui muitas das reivindicações sociais de justiça e eqüidade para todos os segmentos da população, respeito dos direitos humanos e multiculturalismo e análise das relações ciência-tecnologia-sociedade. É um instrumento e um processo de educação política que possibilita a aquisição de conhecimentos e habilidades e cria condições para que os cidadãos se motivem e formem atitudes que se transformam em práticas de cidadania e garantam uma sociedade com bases mais justas, com maior eqüidade, mais democracia e sustentáveis. A educação é um processo de transformação do sujeito que, ao transformar-se, modifica seu entorno.

Para superar o grande desafio gerado pela complexidade dos problemas sócio-ambientais apresentados, a educação ambiental hoje, necessita utilizar novas estratégias de ação, novos padrões de conduta baseados em uma nova relação ética, com enfoque ambiental.

As atividades de educação ambiental envolvem apoio a projetos ambientais e capacitação de educadores através de oficinas, palestras, cursos, apoio técnico e informativo, distribuição de

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publicação contendo reflexões sobre a questão ambiental e sugestões de atividades pedagógicas para o educador.

À medida que sensibilizam a comunidade para questões ambientais vinculadas à problemática dos resíduos sólidos, os educadores também transmitem informações sobre reciclagem - conceitos, hábitos, comportamentos e valorização da cultura.

Dentre as várias frentes que envolvem a Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, a que mais peso teve junto a população foi a da implantação da coleta seletiva de recicláveis, porta a porta, estendida a todo o município.

O início do programa de coleta seletiva deu-se com a sensibilização dos moradores feita de casa em casa por equipes de monitores. A expansão do programa foi realizada com campanhas de massa, através de diversos meios de divulgação adotados: de faixas de rua a “telemarketing”, de distribuição de folhetos a propaganda em horário nobre na televisão. Todos os recursos usados visaram atingir o maior número possível de pessoas.

Através da sinergia de departamentos afins do SEMASA, especificamente Departamento de Gestão Ambiental (DGA), Departamento de Resíduos Sólidos (DRS) e Comunicação, os demais programas como: compostagem, segregação de entulhos, estações de reciclagem, coleta comunitária, gari comunitário, coletas de resíduos sólidos de serviços de saúde, coleta de grandes geradores, conteinerização e outros, são divulgados à população na tentativa de alterar traços de comportamento há muito praticados. Os recursos materiais são empregados no aprimoramento dos envolvidos, principalmente na formação de multiplicadores de educação ambiental, ou seja, capacitação de cooperados da Coopcicla e Cidade Limpa. Recentemente foram contratados vários agentes ambientais para formar, em um breve espaço de tempo, a Gerência de Educação e Fiscalização Ambiental, que virá reforçar o quadro de divulgação e manutenção dos programas expostos.

Ao mesmo tempo, é disposto à população, para esclarecimento de dúvidas e agilização nos processos de trabalhos efetuados pelo SEMASA, nas questões relativas aos resíduos sólidos urbanos, a Central de Informações, que através do telefone gratuito 195, tem um canal aberto 24 horas por dia, todos os dias da semana. Os atendentes da Central de Informações foram preparados para serem multiplicadores no processo de Educação Ambiental fornecendo retornos imediatos às solicitações e monitorando o cumprimento dos serviços e reivindicações solicitadas pela população.

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Dentro do programa de Educação Ambiental Integrado, são efetuadas visitas monitoradas às diferentes instalações do SEMASA que tratam de resíduos sólidos; Aterro Sanitário, tratamento de efluentes líquidos percolados, tratamento dos resíduos sólidos dos serviços de saúde, etc, principalmente por escalas de diferentes níveis hierárquicos de educação que vão da pré-escola até a realização de pesquisas para tese de mestrado.

Educadores ambientais do SEMASA também vão às escolas, seminários, assembléias e empresas para divulgar trabalhos praticados, no intuito de contribuir para a mudança no comportamento com relação ao manejo dos resíduos sólidos.

É a partir da reciclagem de papel que 28 jovens, menores de 18 anos, realizam trabalhos artísticos na confecção de papel e artesanato do mesmo. Promovem oficinas em outras unidades educacionais e sociais do município, peças teatrais e eventos de música e dança.

CONCLUSÃO

Considerando todos os aspectos tratados neste trabalho ficou claro que a maior problemática dos resíduos sólidos está na disposição final e que, em grandes centros urbanos está cada vez mais difícil licenciar áreas para esta finalidade e desse modo, torna-se imprescindível que os municípios tomem ações para reduzir significativamente a quantidade de resíduos a serem aterrados.

Santo André possui uma capacidade de geração de resíduos muito grande (1,033 Kg/dia/hab.) e como 60,9% de sua área correspondem a áreas de proteção ambiental, sua dificuldade para licenciar um novo aterro é grande. As alternativas que Santo André está adotando podem vir a ser soluções para a questão da disposição final. Como se observou, 56,8% de seus resíduos são compostos por matéria orgânica, passíveis de serem compostados e reaproveitados e 36% de seus resíduos são recicláveis que também podem ter nova utilização. Os projetos de Coleta Seletiva, Usina de Triagem, Compostagem, Trituração de Pneus, Usina de Reciclagem de Papel e Reciclagem de Entulhos, trabalhados de forma integrada, com o esteio da legislação, parcerias e educação ambiental, representam uma boa solução para as questões dos resíduos. Este modelo deve, no todo ou em parte, ser utilizado por outros municípios, adequando as idéias centrais do modelo de Santo André às características dadas pela quantidade e composição dos resíduos gerados e capacidade financeira do município. Pequenos municípios também podem, através de consórcios com municípios vizinhos, ter um ganho de escala para tratamento dos seus resíduos e possibilidades de colocação do material reciclável no mercado.

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Além dos municípios estarem resolvendo um problema ambiental dos resíduos, também tem retornos financeiros com a venda de compostagem e materiais recicláveis e, o que é muito importante, tem ganhos sociais obtidos pela geração de emprego e renda e dando melhores condições de trabalho e dignidade para catadores e carrinheiros.

No entanto o Município de Santo André tem ainda bastante a fazer no sentido de conscientizar a população para obter uma participação maior na busca da minimização dos resíduos e sua separação. Os projetos de aproveitamento dos resíduos dependem bastante da segregação dos resíduos na fonte geradora e estabelecimento da responsabilidade devida aos geradores, tornando-os responsáveis por sua coleta, tratamento e disposição final.

O ajuste de cobrança através de tarifas, envolvendo a implantação de sistema de conteinerização nas fontes geradoras de resíduos, tende a garantir a manutenção do Gerenciamento Integrado do município.

Enfim, atuar de forma preventiva deve ser a meta para todos os municípios que pretendam assegurar algum padrão digno de qualidade de vida para os seus cidadãos.

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