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Turismo e Hotelaria para

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Academic year: 2021

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Indaial – 2019

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Profª. Vaniele Weinrich Stuepp

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Elaboração:

Profª. Vaniele Weinrich Stuepp

Revisão, Diagramação e Produção:

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial.

ST933t

Stuepp, Vaniele Weinrich

Turismo e hotelaria para eventos. / Vaniele Weinrich Stuepp. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.

179 p.; il.

ISBN 978-85-515-0349-2

1. Turismo. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.

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a

presenTação

Diante de tanta informação a respeito do tema Eventos, esta disciplina tem como objetivo, apresentar para você, futuro tecnólogo em eventos, como o turismo e a hotelaria podem ser grandes parceiros.

Você já parou para pensar como essa parceria poderia funcionar? Quais as alternativas que o turismo e a hotelaria podem apresentar aos eventos como forma de angariar lucros?

Nesta disciplina iremos estudar três unidades, nas quais podemos citar os seguintes temas: Turismo e hotelaria, dois termos convergentes; Conhecendo o papel do turismo e da hotelaria e por último, mas não menos importante, Operacionalidade dos eventos no turismo e na hotelaria.

O foco principal deste livro didático é que você, acadêmico de Eventos, possa compreender mais do universo encantador do turismo e da hotelaria. Ampliar a sua visão e quem sabe poder incentivar você se tornar um grande empreendedor de eventos, utilizando essas grandes atividades que são o turismo e a hotelaria.

Você sabia que o turismo é uma importante fonte de renda em nosso país? E que compreender temas relacionados aos processos de recepção, viagens, eventos, gastronomia, serviços de alimentação e bebidas, entretenimento e interação, fazem parte dos eventos?

Precisamos compreender o contexto das relações humanas em diferentes espaços geográficos e dimensões socioculturais, econômicas e ambientais.

Estaremos com você nas unidades do livro didático, desvendando esse maravilhoso universo!

Bons estudos!

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Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.

Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE.

Bons estudos!

Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, que é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!

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UNIDADE 1 – TURISMO E HOTELARIA: DOIS TERMOS CONVERGENTES ... 1

TÓPICO 1 – HISTÓRICO DO TURISMO ... 3

1 INTRODUÇÃO ... 3

2 O TURISMO E A HISTÓRIA ... 4

2.1 GRAND TOUR: UMA IMPORTANTE PARTE DA HISTÓRIA ... 9

3 O INÍCIO DO TURISMO ... 10

RESUMO DO TÓPICO 1... 14

AUTOATIVIDADE ... 15

TÓPICO 2 – HISTÓRICO DA HOTELARIA ... 17

1 INTRODUÇÃO ... 17

2 A HISTÓRIA E AS HOSPEDAGENS ... 18

3 HOSPEDAGENS NA IDADE MÉDIA ... 19

4 A HOSPEDAGEM NA IDADE MODERNA ... 20

5 IDADE CONTEMPORÂNEA ... 23

AUTOATIVIDADE ... 24

RESUMO DO TÓPICO 2... 28

AUTOATIVIDADE ... 30

TÓPICO 3 – EVOLUÇÃO DA HOTELARIA E DO TURISMO NO BRASIL ... 33

1 INTRODUÇÃO ... 33 2 O CONTEXTO BRASILEIRO ... 34 3 O TURISMO NO BRASIL ... 36 4 A HOTELARIA BRASILEIRA ... 42 AUTOATIVIDADE ... 43 LEITURA COMPLEMENTAR ... 50 RESUMO DO TÓPICO 3... 55 AUTOATIVIDADE ... 58

UNIDADE 2 – CONHECENDO O PAPEL DO TURISMO E HOTELARIA ... 61

TÓPICO 1 – CONCEITOS E DEFINIÇÕES... 63

1 INTRODUÇÃO ... 63

2 ADMINISTRAÇÃO ... 63

3 EFICIÊNCIA, EFICÁCIA E ORGANIZAÇÃO ... 66

4 RECURSOS HUMANOS... 67

5 TURISMO ... 69

5.1 TURISTA, EXCURSIONISTA E VISITANTE ... 71

6 HOTELARIA ... 72

7 EVENTOS ... 73

RESUMO DO TÓPICO 1... 76

AUTOATIVIDADE ... 78

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1 INTRODUÇÃO ... 81

2 O PAPEL DO GOVERNO ... 82

3 AS ORGANIZAÇÕES QUE PROMOVEM O TURISMO E A HOTELARIA ... 83

3.1 NÍVEL INTERNACIONAL ... 84

3.2 NÍVEL NACIONAL ... 89

RESUMO DO TÓPICO 2... 94

AUTOATIVIDADE ... 96

TÓPICO 3 – CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DAS MODALIDADES DE TURISMO: TIPOS DE TURISMO E DE TRANSPORTE ... 99

1 INTRODUÇÃO ... 99 2 TIPOLOGIA DO TURISMO ... 99 2.1 ECOTURISMO ...100 2.2 TURISMO DE AVENTURA ...101 2.3 TURISMO DESPORTIVO ...101 2.4 TURISMO CULTURAL ...102

2.5 TURISMO DE NEGÓCIOS E EVENTOS ...103

3 TRANSPORTES ...103 3.1 TRANSPORTES RODOVIÁRIOS ...104 3.2 TRANSPORTES MARÍTIMOS ...104 3.3 TRANSPORTES FERROVIÁRIOS ...106 3.4 TRANSPORTES AÉREOS ...106 LEITURA COMPLEMENTAR ...109 RESUMO DO TÓPICO 3...113 AUTOATIVIDADE ...114

UNIDADE 3 – OPERACIONALIDADE DOS EVENTOS NO TURISMO E HOTELARIA ...115

TÓPICO 1 – RELAÇÕES ENTRE AS ATIVIDADES TURÍSTICAS E O SETOR DE EVENTOS ...117

1 INTRODUÇÃO ...117

2 OFERTA TURÍSTICA ...118

2.1 ESTRATÉGIAS NA OFERTA TURÍSTICA ...121

2.2 DEPARTAMENTO DE EVENTOS NO SETOR TURÍSTICO ...125

2.3 POSSÍVEIS ÁREAS DE ATUAÇÃO DOS EVENTOS ...127

RESUMO DO TÓPICO 1...131

AUTOATIVIDADE ...133

TÓPICO 2 – TURISMO DE NEGÓCIOS E EVENTOS ...135

1 INTRODUÇÃO ...135

2 TURISMO DE NEGÓCIOS E EVENTOS: RELAÇÃO DE INTERDEPENDÊNCIA ...136

2.1 RAZÕES DO CRESCIMENTO DO TURISMO DE EVENTOS ...147

2.2 EVENTOS ESPECÍFICOS DA SAÚDE OFERTADOS NA HOTELARIA ...149

RESUMO DO TÓPICO 2...151

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HOTELEIRA ...155

1 INTRODUÇÃO ...155

2 DIVERSIFICAÇÃO DO PRODUTO ...156

3 CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES ...161

4 EVENTOS COMO ESTRATÉGIA PARA O DESENVOLVIMENTO DE ORGANIZAÇÕES TURÍSTICAS HOTELEIRAS ...166

LEITURA COMPLEMENTAR ...169

RESUMO DO TÓPICO 3...173

AUTOATIVIDADE ...174

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UNIDADE 1

TURISMO E HOTELARIA: DOIS

TERMOS CONVERGENTES

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

PLANO DE ESTUDOS

A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:

• narrar a história do turismo no Brasil e no mundo;

• ampliar o conhecimento acerca do que o turismo ajudou a desenvolver nas ações socioeconômicas do mundo;

• explicar a importância da hotelaria no contexto Brasil e mundo; • apresentar a estrutura evolutiva do turismo e hotelaria.

Esta unidade está dividida em três tópicos e no decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – HISTÓRICO DO TURISMO TÓPICO 2 – HISTÓRICO DA HOTELARIA

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TÓPICO 1

UNIDADE 1

HISTÓRICO DO TURISMO

1 INTRODUÇÃO

Na formação de um Tecnólogo em Eventos, o mercado exige que se tenha o conhecimento básico sobre o turismo e a hotelaria, e você acadêmico será apresentado ao início de todo o processo histórico do turismo. Esse tópico apresentará a história do turismo mundial, aonde teremos a oportunidade de conhecer as suas origens.

Diante de uma crescente busca por ações sustentáveis e observando o turismo como uma atividade socioeconômica, podemos apresentar inúmeras empresas que se destacam como parceiras da natureza. Em meio à natureza, temos a inserção do homem e ele utiliza muito o meio ambiente para fins comerciais. Andrade (2002) afirma que o turismo é o complexo de atividades e serviços relacionados aos deslocamentos, transportes, alojamento, alimentação, circulação de produtos típicos, atividades relacionadas aos movimentos culturais, visitas, lazer e entretenimento.

Sabemos que os eventos também estão inseridos dentro do turismo, e cabe a nós, caro acadêmico, refletir sobre o turismo, a sua importância e conhecer um pouco mais de sua história. É importante conhecer o passado, para que com ele possamos conhecer e saber onde queremos chegar, como cita a famosa frase de Confúcio: “Se queres prever o futuro, estuda o passado”.

O turismo nasce de um conjunto de atividades, ou seja, de uma série de fatos e acontecimentos. Lembrando-se de que desde os tempos remotos as pessoas viajavam com as mais diversas motivações.

Então, está na hora de aprofundarmos o Tópico 1, que trata do turismo e da história. Preparado para mergulhar neste mundo do conhecimento? Sabemos que é um conteúdo histórico e abrangente, mas lembre-se de que estaremos sempre aqui para auxiliá-lo neste mágico estudo!

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2 O TURISMO E A HISTÓRIA

Sabemos que os grandes viajantes dos tempos antigos eram orientados pela natureza, como os ventos, o Sol, a Lua etc. Você já parou para analisar que eles realizavam compras e vendas, através das suas viagens e movimentavam o comércio nas mais distantes terras do mundo?

O que isso tem de tão interessante neste estudo? O fenômeno turístico está relacionado com as viagens.

Veja você mesmo ao saber dos seus antepassados, a sua cultura, ou até mesmo as atualidades desde que você nasceu, Isso faz com que você reflita sobre as suas atuais ações e comportamentos. Somos o reflexo do que realizamos ou com o que convivemos no passado.

Que tal aprofundarmos nossos conhecimentos sobre a História do Turismo no mundo? Assim, em termos históricos, o turismo teve início quando o homem deixou de ser sedentário e passou a viajar, principalmente motivado pela necessidade de comércio com outros povos. É aceitável, portanto, admitir que o turismo de negócios antecedeu o de lazer (IGNARRA, 2013, p. 2).

Viajar era sempre arriscado e perigoso, pois não se tinha conhecimento a respeito da terra, dos animais e das próprias pessoas, além de surpresas desagradáveis, pois os viajantes fantasiavam, ao mesmo tempo que tinham medo do inesperado (ANDRADE, 2002).

Para fins didáticos, precisamos compreender que as viagens de motivações econômicas tinham foco na exploração, pois os povos buscavam conhecer novas terras para sua ocupação. Dessa maneira, o turismo de aventura data de milênios antes de Cristo. A motivação religiosa também foi responsável por viagens na Idade Média, por intermédio das Cruzadas. O turismo religioso, portanto, data de muitos séculos atrás. O turismo de saúde também não é um fenômeno recente (IGNARRA, 2013).

Em se tratando de religião, Chon (2014, p. 31) afirma que:

A religião também teve papel importante no desenvolvimento do turismo. À medida que o cristianismo, depois de 313 d.C., ia sendo aceito pelos romanos, peregrinos começaram a viajar a Jerusalém e Belém para ver o local de nascimento do cristianismo. As viagens a esses locais continuaram ao longo dos séculos, já́ que a área também é sagrada para judeus e muçulmanos. Os muçulmanos fazem peregrinações a Meca, na Arábia Saudita, local de nascimento do islamismo.

No Império Romano, eram comuns as viagens para visita às terras. O turismo ligado à prática de esportes já́ era registrado na civilização helênica, com a realização dos jogos olímpicos. (IGNARRA, 2013).

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Barreto (2006) enfatiza que as viagens dos romanos são antecedentes remotos do turismo, mas que não podem ser comparados ao turismo de hoje, fundamentalmente em aspectos socioeconômicos. Do ponto de vista motivacional pode-se dizer que as pessoas estavam movidas pelos mesmos objetivos que hoje caracterizam o turismo de lazer, este será o conceito que veremos na Unidade 2.

“O Império Romano construiu muitas estradas, o que foi determinante para que seus cidadãos viajassem entre os séculos II a.C. e o século II d.C., mais intensamente que na Europa do século XVIII inclusive” (BARRETO, 2006, p. 45).

Chon (2014) afirma que quando os romanos construíram uma rede de 90 mil quilômetros de estradas primárias e 200 mil quilômetros de estradas secundárias, viajar ficou mais simples. As estradas eram duras e permitia o uso de carretas e carroças, o que tornava o andar e o cavalgar mais rápidos. Atingiam todas as áreas do Império Romano (do Mar do Norte ao Saara e da costa do Oceano Atlântico às margens do Rio Danúbio e à Mesopotâmia), que compreendia a maior parte do mundo habitado na época.

FIGURA 1 – MAPA DO IMPÉRIO ROMANO

Tebas Alexandria Trípoli Cartago Jerusalém Antióquia Trebisonda Bizâncio Atenas Tessâlonica Cirene Londinium Mar Mediterrâneo Mar Negro Oceano Atlântico Mar Vermelho Mar Cáspia Roma

FONTE: <https://www.historiadomundo.com.br/imagens/romana_mapa.jpg>. Acesso em: 17 dez. 2018.

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Em sua opinião, qual é a importância da história para o turismo? O turismo e a história se inter-relacionam? Justifique a sua resposta de acordo com as suas leituras até este ponto do nosso livro didático e com o seu conhecimento. Faça com as suas palavras um resumo do seu entendimento, e ao final deste tópico, reveja o que você escreveu. Assim, conseguirá realizar um comparativo de quanto você aprendeu até agora, com o conhecimento adquirido ao final da unidade!

AUTOATIVIDADE

Quando falamos das formas de deslocamento, podemos pensar que para buscar ainda melhores terras, foi necessário a utilização de transportes terrestres e marítimos, o que foi bastante comum nas regiões do Mar Mediterrâneo. O deslocamento físico esteve presente na transformação humana desde a pré-história (ASSUNÇÃO, 2012).

Para uma melhor compreensão da história do turismo, é essencial definir o conceito de viagem, que significa apenas o deslocamento, e o conceito de turismo, que implica a existência dos recursos e infraestrutura (BARRETO, 2006).

ATENCAO

Já no governo de Alexandre, o Grande, na Ásia Menor, existiam grandes eventos que aproximavam visitantes de todas as partes do mundo. Na região do Éfeso, atual Turquia, eram registrados mais de 700 mil visitantes para apreciar exposições de mágicos, de acrobatas e de outros artistas. Podemos considerar como os primeiros registros do turismo de eventos, nos quais havia um grande número de prostitutas, o que nos leva a crer que o turismo sexual também já existia naquela época (IGNARRA, 2013).

Depois dessa época, tivemos o início do turismo da Idade Média, que foi marcado por viagens de nível social mais elevado, nas quais os viajantes se hospedavam em castelos ou em casas particulares. Os demais utilizavam desde barracas até hospedarias. Na Idade Média, observou-se também o início de um hábito nas famílias nobres de enviarem seus filhos para estudar nos grandes centros culturais da Europa. Nasciam, assim, as viagens de intercâmbio cultural (IGNARRA, 2013).

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Já na Idade Média, aquele que perambulava pelas ruas causava medo, e a luta da população era fazer com que as pessoas mudassem seus costumes, e se fixassem em um local, o que geraria maior controle. A expansão do povo europeu teve como foco a relação comercial de troca, aonde as viagens de descobrimento iniciaram com as viagens de deslocamento para as américas. Gradualmente os deslocamentos da Europa para a América foram crescendo, até chegarmos ao Brasil (ASSUNÇÃO, 2012). O contexto sobre o Brasil será tratado no Tópico 3.

Podemos citar que a necessidade de ampliação do comércio implicou a ampliação também das rotas dos comerciantes. Como víamos anteriormente, as viagens que inicialmente eram apenas terrestres passaram a incluir roteiros marítimos, primeiramente ligando a Europa à África pelo mar Mediterrâneo e depois pelos oceanos (IGNARRA, 2013).

Resultando dessas ações, temos Marco Polo, conhecido por sua obra mais famosa, que se chama As Viagens de Marco Polo. O seu livro foi uma espécie de diário de suas aventuras. Na leitura complementar você encontrará mais detalhes sobre a história do livro.

Dessa época datam as grandes viagens de Marco Polo (1271), um veneziano que chegou a visitar a China. A despeito da motivação exploratória comercial, as viagens de Marco Polo podem ser consideradas as primeiras viagens turísticas de longo percurso. Antes dele, Benjamin de Tudela, judeu residente em Zaragoza, em 1160, viajou pela Europa, Pérsia e Índia (IGNARRA, 2013, p. 5).

DICAS

Marco Polo virou série na Netflix! O roteirista californiano John Fusco sempre foi fascinado pelas histórias do Marco Polo e apresentou cenas de batalhas em cenários da Ásia. Caro acadêmico, para ampliar a sua visão sobre essa história, por mais fictícia que seja, sugerimos que assista a alguns capítulos desta interessante série.

Tendo em vista a grande fama do Marco Polo, na matéria a seguir, conseguimos identificar as sete curiosidades sobre a vida e as viagens deste italiano:

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MARCO POLO: 7 CURIOSIDADES SOBRE A VIDA E AS VIAGENS DO ITALIANO

O italiano foi o primeiro europeu a descrever detalhadamente suas experiências na China

Marco Polo, embora não tenha sido o primeiro europeu a chegar a China, foi o que mais ficou famoso por suas viagens ao Oriente. Isso porque registrou suas aventuras no livro As Viagens de Marco Polo, que descreve as maravilhas do país e serviu como inspiração e ponto de partida para outros viajantes.

Estima-se que o filho de um rico mercador de Veneza tenha nascido no dia 15 de setembro de 1254 (historiadores não chegaram a um consenso em relação à data exata) e tenha vivido até 1324. A seguir, conheça curiosidades sobre sua vida e suas aventuras:

1. Ele começou suas viagens bem jovem.

Marco Polo tinha cerca de 17 anos quando começou sua jornada em direção à Ásia, na esperança de chegar ao império de Kublai Khan, líder mongol que fundou a Dinastia Yuan, que dominou a China por quase um século.

2. E foi durante elas que conheceu seu pai e seu tio.

Um pouco antes no nascimento de Marco Polo, seu pai, Niccolo, e tio, Maffei, partiram em uma expedição para a Ásia, onde ficaram por mais de 15 anos.

3. Ele passou mais de duas décadas viajando.

Marco Polo passou 24 anos viajando por cerca de 25 mil quilômetros, enfrentando muitas adversidades, como era de se esperar para as condições da época. O mais difícil, porém, teria sido receber permissão de Kublai Khan para voltar para a Itália – o líder acreditava que deixar os viajantes partir denotaria fraqueza.

4. Ele escreveu suas memórias na prisão.

Três anos depois de voltar da viagem, Polo foi preso ao liderar uma gangue veneziana contra a cidade-rival Gênova (na época, a Itália ainda não era unificada). Na prisão, conheceu Rustichello de Pisa, famoso por ser escritor de romances. Polo então ditou sua história a Rustichello, que atuou como uma espécie de ghostwriter. Um ano depois, quando foram soltos, o livro estava pronto.

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5. Muitos historiadores duvidam da veracidade de seus relatos.

As descrições elaboradas das maravilhas do Oriente fizeram muita gente duvidar das histórias de Marco Polo na época. Até hoje, historiadores se dividem entre os que acreditam que o grosso do livro seja de fato verdade, com alguns exageros, e os que duvidam até que ele tenha chegado à China. Fato é que ele certamente confundiu animais exóticos, como elefantes, macacos, crocodilos ou rinocerontes, com criaturas mágicas e mitológicas. Os últimos foram descritos por ele como sendo unicórnios.

6. Ele nunca mais saiu da Europa.

Após voltar da Ásia, grupos tribais dominaram territórios importantes na Rota da Seda, que ligava a Europa à Ásia, impedindo a passagem por trechos importantes. Cada vez menos viajantes ousaram cruzar por ela, e Polo passou as últimas décadas de sua vida sem sair de Veneza.

7. Ele inspirou Cristóvão Colombo.

O primeiro europeu a chegar à América foi inspirado por Marco Polo. Segundo historiadores, Cristóvão Colombo carregava uma cópia do livro do viajante veneziano e planejava seguir os passos de Polo, tentando contatar o sucessor de Kublai Khan. O que ele não sabia, porém, era que o império mongol havia sido destruído na época de sua viagem.

MARASCIULO, Marília. Marco Polo: 7 curiosidades sobre a vida e as viagens do italiano. Revista Galileu. Disponível em: <https://revistagalileu.globo.com/Sociedade/Historia/ noticia/2018/09/7-curiosidades-sobre-vida-e-viagens-de-marco-polo.html>. Acesso em: 11 dez. 2018.

2.1 GRAND TOUR: UMA IMPORTANTE PARTE DA HISTÓRIA

Durante o Renascimento, viagens educacionais e culturais também se tornaram populares. Estudantes britânicos faziam o chamado Grand Tour da Europa para estudar artes e ciências avançadas. Algumas cidades que estavam no roteiro eram: Paris, Roma, Veneza, Munique, Viena e, especialmente, Florença, o centro do Renascimento. A duração da viagem poderia ser de até três anos. Resorts e balneários foram desenvolvidos nas localidades do Grand Tour para atender aos viajantes (CHON, 2014).

“Viajar! Eis aí uma boa receita, que passou a ser muito praticada. Viajar, não só para apoderar-se de bens materiais, mas também para observar os usos e costumes de outros povos” (CASTELLI, 2017).

Um fenômeno social típico da cultura europeia do século XVIII, o Grand Tour se denominou como: as viagens aristocráticas realizadas pelo continente

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europeu. Que eram consideradas viagens por prazer, os quais constituem matrizes remotas dos fluxos de turismo de lazer e cultural do nosso tempo atual (SALGUEIRO, 2002).

O Grand Tour, sob o importante título de “viagem de estudos”, assumia o valor de um diplomata que lhes conferia significativo status social, embora, a programação era baseada em passeios de excelente qualidade e repletos de atrativos prazerosos, que denominavam de “turísticos”, na qual teve essa nomenclatura adotada para expressar a realização de viagem através de países e regiões, e até mesmo como volta ao mundo! Os ingleses consideravam as pessoas cultas, somente se tivessem realizado o Grand Tour através da Europa (ANDRADE, 2002).

O viajante era chamado de Grand Tourist, e como Salgueiro (2002) afirma, o viajante era amante da cultura dos antigos e de seus monumentos, com um gosto exacerbado por ruínas que beirava a obsessão e uma inclinação inusitada para contemplar paisagens.

Nas diversas bibliografias consultadas percebemos que o Grand Tour não pode ser considerado Turismo pelos conceitos atuais, mas mostrou-se muito importante para o delineamento do Turismo que é praticado hoje. Essas “viagens de estudos” promoveram também o início dos intercâmbios.

3 O INÍCIO DO TURISMO

Quando a Idade Média chegou ao fim, o capitalismo comercial começou a aparecer. Foi uma época muito importante para o desenvolvimento de todo o globo terrestre e sua evolução.

Este período foi marcado pela criação de extensas vias de movimento de comerciantes ao longo do território europeu, primórdios das autoestradas de hoje. No entroncamento dessas vias surgiram as grandes feiras de troca de mercadorias. Era o início das feiras que atualmente provocam grande fluxo de turismo no mundo todo (IGNARRA, 2013).

O pesquisador suíço Arthur Haulot encontrou a origem da palavra turismo no hebraico, que na Bíblia aparece como Tur, com o significado de “viagem de reconhecimento” (BARRETO, 2006).

O turismo movimenta bilhões de dólares no mundo todo e teve o seu início através de Thomas Cook, um pregador batista inglês, que observava um trem passar, e neste momento teve uma excelente ideia: organizar uma viagem! Esta viagem era para até 570 pessoas e tinha como linha de saída Lancaster e sua chegada era Loughborug. Seu objetivo era efetuar suas pregações (CÂNDIDO; VIEIRA, 2003).

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Esse início se deu em 1841 e teve como resultado a criação do “turismo planejado” em que se apresentava não somente o transporte, mas todo o planejamento do “passeio” que continha preço, passagem, traslados, refeições e hospedagem. Já em 1945, Thomas Cook teve a grande ideia de criar a primeira agência de viagens, acumulando até 1851 o transporte de 165 mil pessoas.

Repare nesta ação de Cook, ele pensou estrategicamente e acabou inovando, ou seja, trazendo à tona uma situação que ainda não existia no mundo. Como consequência, as pessoas que viajavam necessitavam de hospedagem.

Cook mudou o seu escritório para Londres e começou a imaginar um sem-número de viagens originais. Logo estava organizando grandes excursões no circuito da Europa, com itinerários que incluíam a travessia de quatro países diferentes na Europa. Ele ajudou a popularizar a vocação turística da Suíça, organizando uma excursão pelo país em 1863 (WALKER, 2002).

Foi assim, que em Cook criou o Plano Cook de Alojamento e Transporte. Por consequência, em 1867, ele criou o precursor do voucher nos dias de hoje, que oferecia diversos tipos de serviço, inclusive alojamento (CÂNDIDO; VIEIRA, 2003). Thomas é considerado o “pai do turismo”.

A família de Cook tinha plena consciência da elasticidade da demanda por viagens. Reduzindo-se os custos, mais pessoas viajariam. Quanto maior o volume de pessoas viajado por um determinado meio de transporte, mais provável é a queda dos seus preços. Por exemplo, fretando trens e vapores inteiros, e reservando uma grande quantidade de quartos de uma só vez, Cook conseguia reduzir os custos das viagens consideravelmente (WALKER, 2002, p. 23).

É interessante ressaltar que turista é aquele que viaja, mas que sempre retorna ao seu lar.

ATENCAO

Logo após as façanhas de Thomas Cook, as viagens marítimas desenvolveram-se bastante. Com o advento dos barcos a vapor na segunda metade do século XVIII, a navegação passou a ser mais segura, e as viagens intercontinentais se tornaram comercialmente viáveis. Essa situação fez com que um grande intercâmbio turístico iniciasse, principalmente entre a Europa e os demais continentes. Em 1867 foi organizada a viagem marítima da Cidade do Quaker, nos Estados Uni- dos, ao Mediterrâneo e à Terra Santa, com 60 passageiros, incluindo Mark Twain, que escreveu o passeio em uma de suas obras. Foi então que se realizou o primeiro cruzeiro marítimo organizado e anunciado para os turistas (IGNARRA, 2013).

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DICAS

Mark Twain (1835-1910) foi um escritor norte-americano, autor dos livros "Aventuras de Tom Sayer" e "As Aventuras de Huckleberry Finn", entre outros. Foi considerado um dos autores mais importantes do oeste americano.

Mark Twain (1835-1910) nasceu na pequena vila de Florida, no Estado de Missouri, nos Estados Unidos, no dia 30 de novembro de 1835. Registrado com o nome de Samuel Langhorne Clemens, mais tarde, ficou conhecido com o nome de Mark Twain. Em 1839, sua família mudou-se para a cidade portuária de Hannibal, às margens do rio Mississipi. Desde criança conheceu a tristeza. Levado a uma vila de pioneiros do oeste central, viu escravos açoitados e homens baleados, em plena rua. Estudou em uma escola particular, mas quando tinha 12 anos ficou órfão de pai e com 13 anos deixou a escola para se tornar aprendiz de tipógrafo.

Em 1850, começou a trabalhar no jornal de seu irmão, Orion, como impressor e assistente editorial. Foi então que o jovem descobriu que gostava de escrever. Herdou do pai o espírito aventureiro. Dois anos depois, deixou sua cidade para trabalhar em uma tipografia na cidade de St. Louis. Em 1856 tornou-se piloto fluvial. Nessa época começou a escrever textos de humor e adotou o pseudônimo de "Mark Twain", expressão usada pelos barqueiros que significava “marca segura para se navegar”. FONTE: <https://www.ebiografia.com/mark_ twain/>. Acesso em: 18 dez. 2018.

Como pode ser visto, os séculos XV e XVI foram marcados pelas grandes navegações; e o século XIX foi marcado pelas grandes mudanças e organização do turismo, quando se passou a pensar no bem-estar e conforto do turista, sem esquecer a rentabilidade das ações realizadas. Como resultado do crescimento do turismo, a atividade foi se estruturando.

Em 1875, por exemplo, foi criado o Camping Club de Londres; em 1890, o Turing Club da Franca. Também em 1890, foi criada a primeira associação de hotéis, a Sociedade Suíça de Hoteleiros. Em 1909, criou-se a Associação de Albergues da Juventude. Em 1919, foi a vez de os agentes de viagem se organizarem, com a criação da Federação Internacional de Agências de Viagens (Fiav).

A estruturação do setor privado do turismo foi acompanhada da estruturação do setor público. Em 1910, foi criado o primeiro órgão público oficial de turismo: o Office National du Tourisme, na França. Em 1947, criou-se a União Internacional de Organismos Oficiais de Turismo, entidade precursora da atual Organização Mundial do Turismo (OMT) (IGNARRA, 2013, p. 6).

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DICAS

Há 100 anos, o professor alemão Richard Schirrmann teve uma ideia que transformou a maneira de viajar dos jovens do mundo todo, e o que era aventura escolar transformou-se na maior rede de albergues da atualidade. Passado um século daquela tarde chuvosa que mudou os planos do grupo de estudantes que viajava pelo Vale do Bröl, na Alemanha, os albergues da juventude – também chamados de hostels – são agrupados numa federação que reúne mais de 4 mil unidades, em cerca de 80 países. Os serviços e os preços oferecidos possibilitam que muitos estudantes se aventurem mundo afora, sem gastar muito para dormir. Com o passar dos anos, os dormitórios enormes têm ficado cada vez mais raros: nos dias de hoje, é possível reservar quartos duplos e até individuais nos albergues. FO N T E : < h t t p s : / / w w w.d w.c o m / p t b r / a l b e rg u e d a j u ve n t u d e c o m pl e ta 10 0 -anos/a-4599727>. Acesso em: 16 dez. 2018.

DICAS

Cabe neste momento, caro acadêmico, apresentar o site da Associação de Albergues da Juventude, que você pode encontrar pelo seguinte endereço eletrônicos: <https://www.hihostels.com/pt/destinations/br/hostels>.

Você poderá conquistar descontos em hospedagens no mundo todo, individualmente ou viagens em família. Consulte o site! O símbolo da Associação é

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Neste tópico, você aprendeu que:

• O turismo nasce de um conjunto de atividades, ou seja, de uma séria de fatos e acontecimentos.

• Viajar era sempre arriscado e perigoso.

• O Império Romano construiu muitas estradas, o que foi determinante para que seus cidadãos viajassem entre os séculos II a.C. e o século II d.C.

• O conceito de viagem, que significa apenas o deslocamento, e o conceito de turismo, que implica a existência dos recursos e infraestrutura.

• Marco Polo escreveu um livro, que foi uma espécie de diário de suas aventuras, conhecido por sua obra mais famosa, que se chama As Viagens de Marco Polo. • Os ingleses consideravam as pessoas cultas, somente se tivessem realizado o

Grand Tour através da Europa.

• A origem da palavra turismo no hebraico, que na Bíblia aparece como Tur, com o significado de “viagem de reconhecimento”.

• O turismo teve o seu início através de Thomas Cook, um pregador batista inglês, que observava um trem passar, e neste momento teve uma excelente ideia: organizar uma viagem para até 570 pessoas.

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1 Por que viajar, no século XV era considerado arriscado e perigoso?

2 De acordo com a Organização Internacional do Turismo, houve uma expansão maior do que o esperado no turismo internacional na primeira metade do ano de 2013, que revela que o turismo passa a integrar o padrão de consumo de um número cada vez maior de pessoas, não só́ em economias desenvolvidas, mas especialmente em economias emergentes (MARTINEZ, 2013, p. 7). Diante deste contexto, como é chamado o “pai do turismo”? 3 Quando pensamos em deslocamento, podemos elencá-lo ao turismo e o seu

desenvolvimento? Justifique a sua resposta.

4 O turismo passa também a ser encarado como aspecto primordial para o alcance do desenvolvimento social, econômico, político e cultural e levanta novas questões sobre desenvolvimento sustentável, liberdade de ir e vir, tolerância, respeito aos direitos dos turistas e, simultaneamente, às tradições, normas e práticas dos países anfitriões (MARTINEZ, 2013, p. 7). Considerando esse contexto, avalie as sentenças a seguir:

I - Já na Idade Moderna, aquele que perambulava causava medo, e a luta da população era fazer com que as pessoas mudassem seus costumes, e se fixassem em um local, o que geraria um maior controle.

II - O Grand Tour se denominou como: as viagens aristocráticas realizadas pelo continente europeu.

III - Marco Polo, escreveu uma espécie de diário de suas aventuras, o qual chama-se As Viagens de Marco Polo.

IV - Mark Twain criou o Plano Cook de Alojamento e Transporte. É correto o que se afirma em:

a) ( ) II, apenas. b) ( ) III, apenas. c) ( ) I e II. d) ( ) II e III.

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TÓPICO 2

HISTÓRICO DA HOTELARIA

UNIDADE 1

1 INTRODUÇÃO

As reflexões do Tópico 2 têm como objetivo apresentar o histórico da hotelaria no mundo e no Brasil, apresentado de forma breve e cronológica. Para um profissional da área de eventos, é primordial conhecer o ramo hoteleiro e as suas origens, salientando sempre a importância das pessoas, pois não há hospedagem sem o hóspede.

Hóspede é a pessoa que usufrui do hotel e da sua infraestrutura.

É importante compreender que a atuação da hospitalidade para o reparo das energias despedidas nas viagens era de suma importância, pois o hotel é uma extensão da residência do viajante, e mesmo em qualidade inferior, se torna a sua segunda casa, para que possa alcançar o objetivo da sua viagem (ANDRADE, 2002).

Você sabia que o símbolo da hospitalidade é o abacaxi? Chon (2014) afirma que a sua origem precisa é desconhecida, mas muitos acreditam que a ideia de o utilizar foi emprestada dos primeiros povos a cultivar a fruta.

Esses povos colocavam abacaxis do lado de fora de suas casas para demonstrar que os visitantes eram bem-vindos. Colonizadores europeus levaram a fruta para a Europa e para as colônias norte-americanas no século XVII. Como a exótica fruta era mais rara e mais cara que caviar, simbolizava o que havia de melhor em termos de Hospitalidade. Ela era usada para honrar a realeza e os hóspedes muito ricos (CHON, 2014, p.1).

Perceba que a hotelaria está totalmente ligada às palavras descanso, pausa, residência, hospitalidade. Você também acredita nisso? Quando busca algum lugar para descanso a primeira coisa que vem à mente é buscar um local seguro e de repouso? Nós buscamos e acreditamos que você também. Buscamos conforto e também queremos segurança. São necessidades que o ser humano tem, principalmente quando está longe de casa.

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A hotelaria faz parte dos equipamentos turísticos representados pelo trade turístico, os quais são: agências de viagens, operadoras, meios de transportes, bares, restaurantes, museus etc., os quais devem ser sempre observados com bastante cautela, focando sempre em qualidade, prestação de serviços, comportamentos éticos objetivando o melhor para o cliente/hóspede. Que tal conhecermos um pouco mais sobre a hotelaria e a sua história?

2 A HISTÓRIA E AS HOSPEDAGENS

O que os livros apresentam é que a história da hospedagem é bastante antiga, e muito usual. Hospedavam-se viajantes por negócios e principalmente para assistirem aos jogos olímpicos gregos. Andrade (2002, p. 165) afirma que “Determinar as origens da hospedaria ou da hotelaria é tarefa quase impossível: ela se perde no tempo, talvez ainda quando o homem “morava” sob copas de árvores ou em seus troncos corroídos, em cavernas ou lapas”.

A palavra hospedagem deriva do latim hospitium, que significa hospitalidade (dada ou recebida). A hospitalidade também é originária do latim hospitalitas, que significa o ato de oferecer bom tratamento a quem se dá ou recebe hospedagem (CÂNDIDO; VIEIRA, 2003).

ATENCAO

Chon (2014) apresenta que os historiadores acreditam que as primeiras estruturas destinadas ao pernoite de pessoas:

[...] foram erguidas no Oriente Médio, ao longo das rotas de comércio e das caravanas, há cerca de quatro mil anos. Essas estruturas, denominadas caravanserai, situavam-se em intervalos de 12 quilômetros de distância e funcionavam de modo muito semelhante aos atuais kahns do Oriente Médio, uma vez que forneciam abrigo (para homens e animais) e nada mais. Todas as provisões – comida, água, colchões – eram trazidas pelo viajante. Registros antigos desses estabelecimentos revelam condições físicas consideradas severas para os padrões atuais. Entretanto, o espírito de hospitalidade era forte, talvez mais especialmente no Oriente Médio. Um tradicional ditado do Oriente Médio ilustra bem a devoção à hospitalidade: “Eu nunca sou um escravo – exceto para o meu hóspede” (CHON, 2014, p. 4).

As primeiras hospedagens devem ter ocorrido nos tempos de Olympia e Epidauro quando os povos da época tinham necessidade de viajar muito, porque todo o tipo de comércio era praticado através de deslocamentos. No sopé do Monte Cronos, em Olímpia, na Grécia antiga, foi erguida a primeira hospedaria, com a finalidade de hospedar os visitantes que vinham assistir aos jogos olímpicos gregos.

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3 HOSPEDAGENS NA IDADE MÉDIA

A religião fez parte de uma grande parte da história de hospedagens na Idade Média, pois a oficialização do Cristianismo fez com que as viagens religiosas acontecessem. Andrade (2002) afirma que na civilização cristã, a hospitalidade passou a ser considerada obrigação decorrente da caridade, fraternidade e da justiça, em decorrência de que se acredita que Jesus Cristo tenha nascido em um estábulo, em viagem que seus pais faziam em cumprimento de obrigações civis.

“As principais hospedarias e pousadas surgiram na Idade Média por uma necessidade advinda das viagens constantes das autoridades eclesiásticas que sentiam o desconforto de não terem aonde pernoitar e alimentar-se” (CÂNDIDO; VIEIRA, 2003, p. 30).

Com o surgimento dos mosteiros e conventos, os cristãos construíram mais cômodos e até mesmo alas de quartos que eram destinados aos forasteiros que passavam por perto das casas religiosas. Ou seja, nascia um convento e criava-se um recanto para atendimento de peregrinos, romeiros, penitentes e viajantes. Como o caminho das cruzadas também se tornaram estradas imperiais e rotas oficiais, os mosteiros e os conventos femininos e masculinos aumentaram. Eles se dedicavam à prática cristã, através do exercício da hospitalidade, assistência médica e hospitalar (ANDRADE, 2002).

As igrejas não cobravam por essas acomodações, apesar de esperarem que os viajantes lhes fizessem uma contribuição. As viagens e o comércio aumentavam gradualmente na Europa, e os monastérios permaneceram como os principais estabelecimentos de hospedagem, tanto para os que viajavam a negócios quanto para os que viajavam por lazer (CHON, 2014).

Novos períodos de guerra aconteceram na história, que receberam o nome de Guerras Santas, representadas pelas Cruzadas, que foram guerras mistas com cunho religioso e popular. Cândido e Vieira (2003) afirmam que as cruzadas foram o elemento de alavancagem do fluxo turístico, pois os soldados e peregrinos eram recebidos em muitos mosteiros, abadias, estalagens etc. Foi a partir da reconquista das cidades sagradas que uma ordem religiosa conhecida como São João de Jerusalém incentivou a criação de uma guarnição de cavalheiros para oferecer um abrigo seguro. Esses cavalheiros criaram os hospitais, que não eram do mesmo formato que os hospitais de hoje. Vale lembrar que eles eram formados por financiadores, que poderiam ajudar a custear o “pouso” de peregrinos velhos e enfermos. A figura hóspede pode ter sido originada da palavra hospital, cuja palavra tem raiz latina hospes, que significa hóspede.

Já no fim da Idade Média, surgiram as hospedagens com fins lucrativos, e por consequência as associações e sociedades. Surgiu, assim, o hoteleiro que tinha como missão atender somente aos viajantes de classe rica. Quanto melhor o atendimento, maior crédito junto às autoridades da época o hoteleiro recebia. Ser hoteleiro era importante e representava poder. Por volta de 1420, a lei francesa exigiu o cadastramento oficial dos estabelecimentos destinados à hospedagem

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4 A HOSPEDAGEM NA IDADE MODERNA

Neste período houve a queda do Império Romano, que foi tomado pelos turcos. As viagens continuaram a ser realizadas, e surgiram os albergues, e juntamente com as hospedarias e pousadas iniciaram a oferta de alimentação para seus viajantes e hóspedes (CÂNDIDO; VIEIRA, 2003).

Podemos perceber que a ampliação das ofertas turísticas foram despertas a partir das necessidades das pessoas, pois os viajantes/hóspedes necessitavam suprir as suas necessidades principais. A categoria da hospedagem voltada ao público de maior classe social conseguiu atingir ainda mais clientes, por oferecerem maiores comodidades, e deixando com que o seu hóspede se sentisse em casa, nascendo assim de fato o termo “hospitalidade”.

De acordo com Castelli (2017), as principais vertentes da hospitalidade são o abrigo, a alimentação e o deslocamento.

FIGURA 2 – PRINCIPAIS VERTENTES PARA A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE HOSPITALIDADE ATUAL

Alimentação

Deslocamento Abrigo

FONTE: Adaptado de Castelli (2017)

Na Idade Moderna também temos a Renascença (séculos XV a XVII) quando o homem se tornou o parâmetro do mundo, trazendo uma visão antropocêntrica e oportunizando os estudos nos campos das ciências humanas. Os ilustres pensadores da época tinham o desejo de viajar para ver, sentir e matar a curiosidade sobre a cultura e demais atrativos advindos de outros países. Montaigne e Shakespeare registraram em suas obras esse desejo. Com o advento da escrita, é possível encontrar relatos da maneira de como os viajantes eram acolhidos (CASTELLI, 2017).

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DICAS

Que tal aprofundar seus estudos com um livro de Shakespeare?

Sugerimos que você leia o livro Júlio César, obra que teve o ambiente de Roma como sede da história, pois contará a história do Grande Império Romano. Além de trazer um pouco de cultura, esta obra irá transportar você para um famoso destino turístico, que é a capital da Itália.

FIGURA 3 – JÚLIO CÉSAR, LIVRO DE WILLIAM SHAKESPEARE

FONTE: <https://www.amazon.com.br/J%C3%BAlio-C%C3%A9sar-William-Shakespeare/ dp/8582850654?tag=goog0ef-20&smid=A1ZZFT5FULY4LN&ascsubtag=go_7266 85122_54292137521_242594579893_pla-398339832603_c>. Acesso em: 17 dez. 2018

A essa altura, você deve se perguntar sobre as propriedades privadas. Na Inglaterra, elas prosperaram menos que nas propriedades de hospedagem religiosa. Em 1539, como parte de sua disputa com a Igreja Católica Romana, o rei inglês Henrique VIII declarou que todas as terras de propriedade da Igreja deveriam ser doadas ou vendidas. Essa situação fez com que houvesse o crescimento das hospedarias particulares, pois a Igreja teve de abrir mão de suas propriedades. As propriedades particulares se multiplicaram (CHON, 2014).

Cândido e Vieira (2003) afirmam que foi na França que surgiu o primeiro tarifário e guia para a hospedagem, com a identificação dos preços em exposição nos cartazes e placas. A partir de 1650, a expansão marcante da hotelaria europeia se deu juntamente com a evolução dos meios de transporte. Essa expansão foi marcada na Europa e na América do Norte por sensíveis modificações, e até 1700, as principais foram:

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• Introduzidas placas indicativas para evidenciar uma boa comida (Europa). • Lei obrigou a todas as cidades oferecerem uma hospedaria (EUA).

• As diligências inglesas inovam com a criação de horários preestabelecidos nas viagens.

• Na América do Norte, a Maçonaria entra no mercado hoteleiro e são criados os primeiros SPAS.

Por volta de 1792 foram desenvolvidas algumas regras de hospedagem. A seguir encontra-se um quadro explicativo sobre a evolução delas, pois baseando-se nisso, temos os códigos de conduta e ética atuais.

QUADRO 1 – POR DENTRO DA INDÚSTRIA: LEI E ÉTICA

As primeiras regulamentações da indústria da Hospitalidade As primeiras regulamentações conhecidas da indústria são encontradas no Código de Hamurabi. Durante o governo de Hamurabi no Antigo Império Babilônico, de 1792 a 1750 a.C., ele desenvolveu o que foi considerado um sábio e justo “código de leis”. O código obrigava as proprietárias de tavernas a denunciar qualquer hóspede que planejasse um crime. O código também proibia adicionar água às bebidas ou enganar quanto à dose servida. A punição para esses “crimes” era morte por afogamento.

Na época do Império Romano, as normas tinham evoluído. Por exemplo, a mulher de um dono de hospedaria não podia ser punida por desobedecer às leis contra o adultério; os donos de hospedaria não podiam servir ao exército porque este era um serviço nobre; e os donos de hospedaria não podiam ter a guarda de crianças menores de idade.

Algumas vezes, as regras eram instituídas pelos donos de tavernas. No século XVI, na Inglaterra, havia leis como: não era permitido mais de cinco pessoas na mesma cama; não era permitido deitar de botas na cama; não era permitido acolher nenhum amolador ou construtor de lâminas; era proibida a presença de cachorros na cozinha; tocadores de realejo tinham de dormir nos sanitários.

Apesar de algumas normas parecerem absurdas, as primeiras regulamentações ajudaram no desenvolvimento da indústria e algumas delas permanecem até hoje.

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Percebemos ao longo do Tópico 2 que a hotelaria tem suas raízes em épocas muito remotas, e que são ligadas ao desenvolvimento social da humanidade. Assim como o turismo, a hotelaria é um fenômeno que aproxima as pessoas e provoca mudanças no comportamento dos envolvidos, dos padrões culturais e de toda a história. Conhecer essa importante faceta da história é estabelecer uma relação com o desenvolvimento da história. Eis que é chegado o momento de conhecer um pouco mais dos meios de hospedagem no mundo, deixando para trás a Idade Moderna e seguindo em direção da Idade Contemporânea.

5 IDADE CONTEMPORÂNEA

Esse capítulo tem como intenção realizar um aparato geral dos acontecimentos históricos da hotelaria a partir da idade Moderna. Em se tratando de história, Cândido e Vieira (2003) afirmam que os próximos acontecimentos foram realizados na Idade Contemporânea, e que ela foi dividida em três partes: • Idade Contemporânea I – de 1798 até 1870 – tem como fator de destaque a

unificação da Itália.

• Idade Contemporânea II – de 1870 até 1945 – grande migração de italianos para o Mundo Novo e o final com o término da Segunda Guerra Mundial.

• Idade Contemporânea III – de 1945 até 2000 – Fim da Segunda Guerra e Mundial e início de um novo século.

Esse novo século é designado pelos dias atuais, quando marcantes avanços tecnológicos, nos meios de transporte e de comunicação se destacaram. As viagens com cunho de negócios e lazer trouxeram novas alternativas (CASTELLI, 2017).

As viagens continuaram a se expandir, e com elas as pousadas e hospedagens, a Idade Contemporânea é marcada pelo desenvolvimento e expansão da hotelaria, quando os investimentos em prédios de dois e três andares começaram a se destacar, chamando atenção para uma hotelaria moderna.

Na Europa, surgiu a indústria hoteleira, com características e filosofia de empresa destinada a explorar comercialmente os viajantes (CÂNDIDO; VIEIRA, 2003).

Em se tratando de empresas hoteleiras, Weinrich (2013, p. 18) cita que “Não somente conceituar um hotel, ou saber atender a um cliente, as empresas hoteleiras necessitam saber a importância do meio ambiente para a empresa, pois está diretamente ligada ao seu crescimento econômico, social e ambiental”.

Essa visão da hotelaria como empresa fez com que seu desenvolvimento acontecesse principalmente na Revolução Industrial, que a partir de 1970 teve como influência importantes nomes da época, tais como Saint-Simon, Auguste

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Comte, Karl Mark, Stuart Mill, os quais buscavam não só trocas econômicas, mas também sociais e culturais (CASTELLI, 2017).

Nesta mesma época, a cidade de Nova Iorque recebeu os primeiros hotéis no centro da cidade, e um dos mais famosos é o City Hotel, que foi inaugurado em 1794, e tinha 73 apartamentos coletivos com o custo de US$ 2 por diária/ pessoa, com as três refeições do dia inclusas. Um ano depois, as colônias belgas, que se situavam na África e no México importaram dos EUA estruturas metálicas para implantação de hotéis pré-fabricados. Percebe-se, neste momento, uma época de desenvolvimento. No período de 1810 até 1820, novos hotéis e casas de hospedagem surgiram em diversos países, com novas técnicas de construção e tecnologia. Mas com a evolução dos trens, muitos hotéis acabaram fechando, por estarem localizados longe das estações, essa situação fez que Londres recebesse o primeiro hotel considerado de ferrovia, construído junto a uma movimentada estação de trem: Euston Station Hotel (CÂNDIDO; VIEIRA, 2003).

A Idade Contemporânea, comumente denominada Época Contemporânea, numa linha do tempo, teve seu início no final do século XVIII, com a Revolução Francesa e segue até os dias atuais. Dentro desse contexto, é importante lembrar que ela foi dividida em três grandes momentos:

I - Idade Contemporânea I. II - Idade Contemporânea II. III - Idade Contemporânea III.

Enumere os grandes momentos contemporâneos com os seus conceitos: ( ) Caracterizada pelo fim da Segunda Guerra Mundial e início de um novo

século.

( ) Caracterizada pela unificação da Itália.

( ) Caracterizada como o marco inicial pela grande migração de italianos para o Mundo Novo e o final com o Término da Segunda Guerra Mundial.

Sobre os conceitos anteriores,

assinale a sequência correta: a)

I, II, III.

b)

III, I, II.

c) I, III, II.

d) II, III, I.

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“As viagens de trem diminuíram a duração da jornada e melhoraram o conforto – uma viagem de 180 quilômetros que, de carruagem, demorava 11 horas, passou a levar apenas duas horas e meia de trem. Disso resultou que as viagens de longa distância tornaram-se mais fáceis [...]” (CHON, 2014, p. 88).

A evolução dos transportes também contribuiu para a formação de um grande número de vilas e cidades, com uma razoável distância entre elas, aumentando também o número de viajantes e como consequência o número de empresas hoteleiras. E foi nessa mesma época que se tem informações da inauguração do hotel comercial mais antigo, que ainda existe. O chamado Wekalet Al – Ghury, no Cairo. A sua localização é bastante privilegiada, pois encontra-se a 500 metros da célebre mesquita Al-Azhar (ANDRADE, 2002).

NOTA

Wekalet Al – Ghury, que foi construído no Cairo, Egito, é atualmente um centro cultural, e se você digitar no Youtube esse nome, conseguirá verificar diversas apresentações que ocorreram dentro desse antigo prédio. Será possível visualizar a sua rica construção, com mármores coloridos. Vale a pena a pesquisa!

Em alguns locais próximos da fronteira dos Estados Unidos, que buscavam desenvolver-se, foram construídos hotéis, tavernas e restaurantes antes mesmo da chegada das ferrovias, na expectativa de que isso atraísse novos comércios. Uma boa parte dos resorts norte-americanos – entre os quais muitos nas Castkill Mountains, em Nova York, e outros na Flórida – foi construída próxima às principais linhas de trem (CHON, 2014).

Ainda sobre o desenvolvimento das estradas de ferro, podemos perceber que:

Foi durante o desenvolvimento das estradas de ferro que os primeiros hotéis verdadeiramente grandes foram construídos na América do Norte. O Tremont House foi edificado em 1828, em Boston. Com ele, teve início uma nova era para o profissional de Hospitalidade: o hoteleiro, que era o dono, gerente ou quem cuidava do estabelecimento. O Tremont House foi planejado exclusivamente para receber e servir hóspedes. O hotel neoclássico de Isaiah Roger tinha 170 apartamentos, um saguão circular com cúpula, grandes salas de convenções, uma sala de jantar com 200 lugares em que se servia comida francesa e uma sala de leitura repleta de jornais de todo o mundo. Como o hotel tinha três pavimentos (os elevadores ainda não haviam sido inventados), a gerência do Tremont criou o cargo de mensageiro para ajudar a carregar as bagagens dos hóspedes escada acima (CHON, 2014, p. 89).

Cândido e Vieira (2003) citam que entre 1890 e 1920 as principais evoluções hoteleiras no mundo, que exerceram influência ainda nos dias atuais, foram:

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• Fundação em Lausanne, na Suíça, da École Hotelière.

• O Hotel Netherland, em Nova Iorque, sendo o primeiro hotel com telefone em todas as Unidades Habitacionais (UHs).

• O primeiro Hotel Waldorf Astoria foi construído em Nova Iorque onde hoje está localizado o Empire State.

• Já em 1908 foi construído o primeiro hotel direcionado para executivos, o chamado Buffalo Statler, com encanamento, banheiro privativo e fechadura na porta principal do apartamento, além de interruptor na porta principal do apartamento.

• Foi construído em Nova Iorque, o Hotel Pennsylvania, considerado o maior do mundo, na época, com 2002 apartamentos.

• Nasce a Statler Company, precursora das cadeias hoteleiras, criando fluxos operacionais e normas.

Caro acadêmico, podemos perceber que com as inovações, as hospedagens sofreram mais uma grande mudança: a chegada dos transportes em massa, que foram os aviões. Foi uma época considerada o Boom! Você consegue imaginar o que aconteceu? Mais uma vez a hotelaria sofreu com essa mudança no estilo de viajar. Os hotéis que se encontravam próximos às estações ferroviárias não atraíam mais tantos clientes, e o foco se voltou às proximidades dos aeroportos. “Além disso, o serviço das linhas aéreas diminuiu tanto o tempo e o desconforto das viagens internacionais que a globalização dos negócios tornou-se regra desde então” (CHON, 2014, p. 89).

Em 1970 tivemos o lançamento do Boing 747 com a maior capacidade de transporte, acelerando o desenvolvimento. Juntamente com esse evento, tivemos em Orlando, nos Estados Unidos, a inauguração do Walt Disney World. Essa inauguração foi um marco para a hotelaria, que precisou atender à demanda de turista em massa.

DICAS

A Disney World é um complexo de parques espalhados pelo mundo com a finalidade de encantar as pessoas com seus brinquedos e sonhos. Os parques são “desenhados” como um complexo turístico, todos eles possuem hotéis Disney, lojas de roupas e suvenirs Disney e meios de transporte da Disney trazendo conforto e um lucro conjunto aos empreendimentos dos Parques. No início era apenas um parque, mas com o passar do tempo foram criados os parques temáticos e aquáticos com a finalidade de dar diversas opções de lazer em um único lugar.

FONTE: <http://www.revistaturismo.com.br/passeios/disney.htm>. Acesso em: 19 dez. 2018. Para mais informações e pesquisas sobre a Disney, sugerimos o site: <https://disneyworld. disney.go.com/pt-br/>.

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E para finalizar este tema, precisamos comentar sobre a expansão da economia. Quando a economia se amplia, o mesmo ocorre com a oferta e a demanda. As condições econômicas favoráveis do início do século XX anunciaram a era dourada dos hotéis, período no qual muitos grandes estabelecimentos hoteleiros foram construídos nos Estados Unidos. Mas não podemos deixar de relatar a Grande Depressão. Foi uma época em que bancos faliram, a taxa de desemprego subiu e o número de viagens caiu. Muitos dos hotéis que sobreviveram à Depressão são agora extremamente conhecidos (Statler, Ritz-Carlton e Hilton). Um outro súbito crescimento econômico aconteceu nos anos 1980. Os incentivos fiscais para investidores, as expectativas de uma alta demanda e a economia em crescimento auxiliaram o vasto aumento hoteleiro. No final dos anos 1980 e início dos anos 1990, entretanto, os empreendimentos futuros foram restringidos, e a indústria ficou seriamente prejudicada pela oferta excessiva, recessão econômica e eliminação dos incentivos fiscais (CHON, 2014).

Aí foi chegado o momento em que a hotelaria procurou, mais uma vez, se profissionalizar e buscar alternativas para sobreviver. Entra em cena os incrementos e o marketing. Um dos incrementos foram as convenções e os eventos.

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RESUMO DO TÓPICO 2

Neste tópico, você aprendeu que:

• A hospitalidade significa o ato de receber bom tratamento a quem se dá ou recebe hospedagem.

• A palavra hospedagem significa hospitalidade. • Hospitalidade e hospedagem derivam do latim.

• As primeiras estruturas destinadas ao pernoite de pessoas foram erguidas no Oriente Médio, ao longo das rotas de comércio e das caravanas, há cerca de quatro mil anos.

• A religião fez parte de uma grande parte da história de hospedagens na Idade Média, pois a oficialização do Cristianismo fez com que as viagens religiosas acontecessem.

• A figura hóspede pode ter sido originada da palavra hospital, cuja palavra tem raiz latina hospes, que significa hóspede.

• No fim da Idade Média surgiram as hospedagens com fins lucrativos.

• O hoteleiro que tinha como missão atender somente aos viajantes de classe rica.

• As principais vertentes da hospitalidade são o abrigo, a alimentação e o deslocamento.

• Na Idade Moderna temos a Renascença (séculos XV a XVII) quando o homem se tornou o parâmetro do mundo, trazendo uma visão antropocêntrica e oportunizando os estudos nos campos das ciências humanas.

• Foi na França que surgiu o primeiro tarifário e guia para a hospedagem, com a identificação dos preços em exposição nos cartazes e placas.

• A Idade Contemporânea foi dividida em três partes:

o Idade Contemporânea I – de 1798 até 1870 – tem como fator de destaque a unificação da Itália.

o Idade Contemporânea II – de 1870 até 1945 – grande migração de italianos para o Mundo Novo e o final com o término da Segunda Guerra Mundial. o Idade Contemporânea III – de 1945 até 2000 – Fim da Segunda Guerra e

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número de vilas e cidades, com uma razoável distância entre elas, aumentando também o número de viajantes e como consequência o número de empresas hoteleiras.

• As condições econômicas favoráveis do início do século XX anunciaram a era dourada dos hotéis.

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Leia o texto a seguir:

KEMMONS WILSON Fundador da Holiday Inn

Em 1952, ele pegou emprestado US$ 300.000 e a ideia de sua mãe para um logotipo e abriu a primeira unidade de uma cadeia de hotéis familiares cujo nome foi inspirado em um filme de Bing Crosby e Fred Astaire. Suas acomodações foram planejadas para as famílias: preços acessíveis, acomodação gratuita para crianças e uma piscina em cada hotel. Ele criou a maior empresa de hospedagem do mundo, e certa vez declarou que 96% de todos os viajantes americanos já́ haviam sido hóspedes da cadeia pelo menos uma vez.

Ele prometeu a seus clientes “nenhuma surpresa” – e manteve essa promessa por quase quatro décadas. Ele é Kemmons Wilson: fundador, construtor e homem de marketing da Holiday Inn.

Nascido em Osceola, Arkansas, em janeiro de 1915, Wilson mudou-se para Memphis, Tennesmudou-see, com sua mãe, Ruby, após o falecimento de mudou-seu pai, no outono daquele ano. Começou a trabalhar aos 14 anos, primeiro como entregador de uma farmácia e depois, aos 17, como dono de um carrinho de pipocas em um teatro local. De forma eventual, Wilson investiu em uma série de empreendimentos, entre os quais máquinas de fliperama, corridas de avião e construção civil. Também administrou uma revendedora de órgãos e pianos e serviu o exército durante certo período.

Durante férias familiares pelo interior, no início da década de 1950, Wilson teve, subitamente, a ideia de um novo tipo de hotel. Sua família não admitia hospedar-se em acomodações à beira da estrada, de modo que existiam apenas duas opções: hotéis luxuosos e caros, onde era cobrada a hospedagem de cada criança, ou motéis sujos onde amantes “se entregavam à veneração de Vênus”.

Pouco tempo depois, Wilson fez um empréstimo no banco e construiu seu primeiro Holiday Inn em sua cidade natal, Memphis (apesar de nascido em Arkansas, Wilson foi criado em Memphis e se refere a ela como sua cidade natal). O que tornava os Holiday Inns diferentes? Cada quarto era maior que a média, com duas camas de casal. O hotel tinha um restaurante – algo que a maioria dos motor-hotéis daquele período não tinha. A hospedagem de crianças menores de 12 anos era gratuita. Em cada quarto havia televisão (gratuita), telefone e uma Bíblia. Talvez o mais importante era que cada

AUTOATIVIDADE

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Inn): “A melhor surpresa é não haver surpresas”. Wilson continuou a construir seu império e, à medida que o sistema rodoviário interestadual se desenvolvia, seus Holiday Inns ajudavam a criar um fenômeno da Hospitalidade.

No verão de 1989, a Bass PLC, um conglomerado britânico considerado a principal cervejaria do Reino Unido e o maior operador hoteleiro do mundo, comprou a Holiday Corporation. Kemmons Wilson, o pioneiro da hotelaria, que construiu um dos maiores impérios comerciais do século XX, partiu para outro negócio: uma cadeia de motor-hotéis denominada Wilson Inns. Essa cadeia oferece unidades habitacionais maiores que a média e acomodações luxuosas (com forno de micro-ondas e pia) por preço acessível.

Não existem bares, restaurantes ou piscinas nos Wilson Inns. Eles competem com cadeias mais baratas, como Hampton Inns, Red Roof Inns, La Quintas e Motel 6. Wilson trabalha em seu novo empreendimento com o mesmo zelo por alto padrão de atendimento, controle de qualidade e serviço ao consumidor que tornaram a Holiday Inn uma das marcas mais conhecidas no mundo.

FONTE: CHON, Kye-Sung. Hospitalidade: conceitos e aplicações. 2. São Paulo: Cengage Learning, 2014 1 recurso on-line ISBN 9788522116195.

Agora responda:

1 Analisando os conteúdos deste tópico, você acredita que as mudanças nos transportes definiram o tipo de hotel que Kemmons Wilson abriu em 1952? 2 Apresente as duas opções de hospedagem que Kemmons Wilson foi o

precursor.

3 De qual período o Holiday Inns fez parte? a) ( ) Idade Média.

b) ( ) Idade Moderna. c) ( ) Idade Contemporânea.

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TÓPICO 3

EVOLUÇÃO DA HOTELARIA E DO

TURISMO NO BRASIL

UNIDADE 1

1 INTRODUÇÃO

Quando o turista decide viajar, sair da sua rotina, acaba por conhecer locais e culturas diferentes daquela em que vive. Você, acadêmico do Curso Superior de Tecnologia em Eventos, também busca conhecer novas culturas e aprender com sensações e costumes diversos?

Se você respondeu que sim, será fácil compreender ainda mais o nosso Tópico 3, pois ele trata da evolução da hotelaria e do turismo no Brasil. Caso tenha respondido não, caro acadêmico, podemos resolver esta situação.

Várias são as evidências de que o mercado de turismo no Brasil vem sustentando sua tendência de crescimento nos últimos anos: a expansão dos desembarques domésticos, das taxas de ocupação de hotéis, dos gastos de turistas estrangeiros no país, do faturamento e dos postos de trabalho em agências de turismo, em operadoras e nos meios de hospedagem; o incremento das vendas de pacotes turísticos em agências de viagem, dos aluguéis de veículos para turismo e mesmo o aumento dos financiamentos ao setor (MELLO; GOLDENSTEIN, 2011, p. 25).

NOTA

Vamos complementar o assunto com um pouco de curiosidade? Um vídeo elaborado pelo Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) está disponível na internet. Ele apresenta as realidades brasileiras, ou seja, aquilo que o Brasil tem de mais bonito. Que tal você assistir ao vídeo no link: <https://www.youtube.com/watch?time_ continue=4&v=9w2oPxqYhbE>.

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“No contexto internacional, o Brasil disputa mercado com as demais regiões e os demais países que oferecem, cada qual, suas distintas atrações turísticas” (MELLO; GOLDENSTEIN, 2011, p. 7).

Depois de estudarmos dois tópicos específicos sobre a história do Turismo e da Hotelaria, você consegue, caro acadêmico, imaginar quais as características que fizeram com que o nosso país adquirisse componentes comerciais, para que fosse tratado como um destino turístico? Posso lhe adiantar que com toda a nossa singularidade, a qual compete citar a nossa cultura, os nossos descendentes, o desenvolvimento e a nossa miscigenação foram destaques para a nossa evolução. Vamos então ler e descobrir juntos as peculiaridades do nosso país?

2 O CONTEXTO BRASILEIRO

Assunção (2012) apresentou em seu livro o contexto em que a colônia portuguesa avançou o novo território em busca de riquezas e índios, ocupando assim a América. Esse movimento fez com que eles conquistassem o nosso território brasileiro.

Ou seja, a história do turismo no Brasil começa com o próprio descobrimento. De acordo com Ignarra (2013, p. 7),

As primeiras expedições marítimas que chegaram com Américo Vespúcio, Gaspar Lemos, Fernando de Noronha e outros não deixavam de fazer turismo de aventura. Nota-se que essas viagens exploratórias não se restringiam aos portugueses. Documentos históricos mostram que navegadores espanhóis, franceses, holandeses e ingleses exploraram as costas brasileiras.

O século XVIII foi marcado pela exploração do ouro, na Região de Minas Gerais, estimulando grandes deslocamentos dentro do território brasileiro. Circulação de homens, produtos e ideias fizeram com que o governo português enviasse cientistas para o Brasil, que nada mais significava a chegada de viajantes, dispostos a coletar dados e informações para serem levadas à Europa, resultando estudos sobre o nosso país, e por consequência, motivando mais homens a saírem de suas pátrias e viajar (ASSUNÇÃO, 2012). Essa movimentação deu início ao turismo receptivo.

Em se tratando de turismo e hotelaria, Cândido e Vieira (2003, p. 37) consideram que:

A Indústria Turística e a Indústria Hoteleira na realidade não poderiam ser consideradas Indústrias propriamente ditas, mas é evidente que a evolução de outros ramos industriais fez com que esse binômio:

Hotelaria e Turismo, que não pode crescer separadamente, tivesse

Referências

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