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DATA: 30 / 11 / 2016 III ETAPA AVALIAÇÃO ESPECIAL DE LÍNGUA PORTUGUESA 2.º ANO/EM ALUNO(A): Nº: TURMA:

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Texto

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UNIDADE: _______________ DATA: 30 / 11 / 2016

III ETAPA – AVALIAÇÃO ESPECIAL DE LÍNGUA PORTUGUESA – 2.º ANO/EM

ALUNO(A): Nº: TURMA:

PROFESSOR(A): VALOR: 6,0 MÉDIA: 3,6 RESULTADO: %

Leia os textos a seguir e responda às

questões de 01 a 04.

TEXTO I

TRISTE FIM DE POLICARPO QUARESMA

Como lhe parecia lógico com ele mesmo estar ali metido naquele estreito calabouço. Pois ele, o Quaresma Plácido, O Quaresma de tão profundos pensamentos filosóficos, merecia aquele triste fim? De que maneira sorrateira o Destino o arrastara até ali, sem que ele pudesse pressentir o seu extravagante propósito, tão aparentemente sem relação com o resto da sua vida? Teria sido ele com os seus atos passados, com as suas ações encadeadas no tempo, que fizera com que aquele velho deus docilmente o trouxesse até à execução de tal desígnio? Ou teriam sido os fatos externos que venceram a ele, Quaresma, e fizeram-no escravo da sentença da onipotente divindade? Como lhe parecia lógico com ele mesmo estar ali metido naquele estreito calabouço. Por que estava preso? Ao certo não sabia; o oficial que o conduzira nada lhe quisera dizer; e, desde que saíra da ilha das Enxadas para a das Cobras, não trocara palavra com ninguém, não vira nenhum conhecido no caminho (...). Entretanto, ele atribuía a prisão à carta que escrevera ao presidente, protestando contra a cena que presenciara na véspera.

Não se pudera conter. Aquela leva (...) a sair assim, a desoras, escolhidos a esmo, para uma carniçaria distante, falara fundo a todos os seus sentimentos; pusera diante dos seus olhos todos os seus princípios morais; desafiara a sua coragem moral e a sua solidariedade humana; e ele escrevera a carta com veemência, com paixão, indignado. Nada omitiu do seu pensamento; falou claro, franca e nitidamente.

Devia ser por isso que ele estava ali naquela masmorra, engaiolado, trancafiado, isolado dos seus semelhantes como uma fera, como um criminoso, sepultado na treva, sofrendo umidade, misturado com os seus detritos, quase sem comer... Como acabarei? Como acabarei? E a pergunta lhe vinha, no meio da revoada de pensamentos que aquela angústia provocava pensar. Não havia base para qualquer hipótese. Era de conduta tão irregular e incerta o Governo que tudo ele podia esperar: a liberdade ou a morte, mais esta que aquela.

O tempo estava de morte, de carnificina; todos tinham sede de matar, para afirmar mais a vitória e senti-la bem na consciência cousa sua, própria, e altamente honrosa.

Iria morrer, quem sabe se naquela noite mesmo? E que tinha ele feito de sua vida? Nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, por amá-la e querê-la muito bem, no intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade. Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora que estava na velhice, como ela o recompensava, como ela a premiava, como ela o condenava? Matando-o. (...)

E o que não deixara de ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara — todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira, ele não provara, ele não experimentara.

Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe absorvia e por ele fizera a tolice de estudar inutilidades. Que lhe importavam os rios? Eram grandes? Pois se fossem... Em que lhe contribuiria para a felicidade saber o nome dos heróis do Brasil? Em nada... O importante é que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-se das suas causas de tupi, do folclore, das suas tentativas agrícolas... Restava disto tudo em sua alma uma sofisticação? Nenhuma! Nenhuma!

SOCIEDADE MINEIRA DE CULTURA

Mantenedora da PUC Minas e do

COLÉGIO SANTA MARIA

3

(2)

O tupi encontrou a incredulidade geral, o riso, a mofa, o escárnio; e levou-o à loucura. Uma decepção. E a agricultura? Nada. As terras não eram ferazes e ela não era fácil como diziam os livros. Outra decepção. E, quando o seu patriotismo se fizera combatente, o que achara? Decepções. Onde estava a doçura de nossa gente? Pois ele não a viu combater como feras? Pois não a via matar prisioneiros, inúmeros? Outra decepção. A sua vida era uma decepção, uma série, melhor, um encadeamento de decepções.

A pátria que quisera ter era um mito; era um fantasma criado por ele no silêncio do seu gabinete. (...)

BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. 7. ed. São Paulo: Ática, 2007. p. 225-227.

TEXTO II

Zé Ninguém

Quem foi que disse que amar é sofrer? Quem foi que disse que Deus é brasileiro? Que existe ordem e progresso

Quem foi que disse que a justiça tarda mas não falha?

(...)

Os dias passam lentos

Aos meses seguem os aumentos (...)

Eu não sou ministro, eu não sou magnata Eu sou do povo, eu sou um Zé Ninguém Aqui embaixo as leis são diferentes (...)

Quem foi que disse que os homens nascem iguais?

(...)

No país da corda bamba, querem me derrubar!

(...)

A minha acabou faz tempo, agora entendo por que

(...)

Disponível em: <https://www.letras.mus.br/biquini-cavadao/44611/>. Acesso em: 28 set.2016.

QUESTÃO 01

Na prisão, Policarpo Quaresma, protagonista do romance de Lima Barreto, faz uma retrospectiva e uma avaliação de sua vida, de sua conduta e de seus valores.

Comprove essa assertiva com elementos do Texto I, traçando um perfil psicológico desse personagem.

QUESTÃO 02 Releia este trecho.

Outra decepção. A sua vida era uma decepção, uma série [de decepções] , melhor, um encadeamento de decepções.

(3)

(BARRETO. Triste fim de Policarpo Quaresma.)

Explique a diferença de sentido que o autor busca expressar ao empregar as expressões “série [de decepções]” e “encadeamento decepções”, tendo em vista as ações narradas no Texto I.

QUESTÃO 03 Releia este trecho.

E que tinha ele feito de sua vida? Nada. Levara toda ela atrás da miragem de

estudar a pátria. Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade também; e, agora que

estava na velhice, como ela o recompensava (...)

(BARRETO. Triste fim de Policarpo Quaresma.)

O pronome “ela” é empregado nesse trecho com funções sintáticas diferentes. Identifique a função sintática dessa palavra em cada ocorrência e apresente o critério que você utilizou para fazer a distinção.

QUESTÃO 04

O romance Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto, e “Zé Ninguém”, da banda Biquíni Cavadão, estão cronologicamente distantes, mas podem ser aproximados pelo teor reflexivo e crítico. Identifique o tema que aproxima os Textos I e II e justifique sua resposta, apresentando elementos dos textos.

TEXTO III

Só Deus pode me julgar

(...)

1

1

(4)

Soldado da guerra a favor da justiça Igualdade por aqui é coisa fictícia

Você ri da minha roupa, ri do meu cabelo Mas tenta me imitar se olhando no espelho Preconceito sem conceito que apodrece a nação Filhos do descaso mesmo pós-abolição (...)

MV. BILL. Disponível em: <https://www.letras.mus.br/mv-bill/72674/>. Acesso em: 25 set. 2016.(fragmento).

QUESTÃO 05

Na letra do rap “Só Deus pode me julgar”, o locutor assume uma atitude aparentemente bélica, ao se

autodenominar “soldado”, no entanto a expressão “da paz” altera sua atitude.

A) Explique essa alteração provocada pela expressão “da paz”, considerando o contexto em que ela ocorre e a função sintática desempenhada por essa expressão.

B) Leia o trecho abaixo.

Soldado da guerra a favor da justiça Igualdade por aqui é coisa fictícia

(MV. BILL, Só Deus pode me julgar)

Considerando o tipo de relação existente entre esses versos, reescreva o trecho, explicitando a conjunção subentendida. Justifique sua resposta.

QUESTÃO 06 TEXTO IV

(5)

Acesso em: 25 de set. 2016.

A) Identifique e classifique as formas linguísticas empregadas no segundo quadrinho para exprimir a ideia de hipótese ou suposição.

B) Explique de que maneira o conhecimento linguístico participa da construção do humor da tira.

MRFGL/VAMR/gmf

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