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Educação, ética e cidadania

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Academic year: 2018

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(1)

EDUCACÃO, ÉTICA

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

f

CIDADANIA

Hedor Hugo

Palado

Domínguez

1

Resum o

gfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

A e s c o la te m , e n o u s n to in s titu iç ã o s o c ia l, c o m o

u m a d e s u a s ta r e lã s fu n d a m e n ta is a in tr o d u ç ã o d o in d iv

í-d u o n o s e io í-d a s o c ie í-d a í-d e . E s s a in s e r ç ã o é í-d e fin ií-d a n o s

d o c u m e n to s o llc ia is ( L e i d e D ir e tr ize s e B a s e s d a E d u c a

-ç ã o N a c io n a l e P a r â m e tr o s C u r r ic u la r e s N a c io n a is ) c o m o

a fo r m a ç ã o d e a u tê n tic o s c id a d ã o s Q u e p a r tic ip e m a tiv a

-m e n te n a c o n s tr u ç ã o d o P a ís . C o n tu d o a c id a d a n ia d e v e

s e r c o n s id e r a d a , e n o u s n to c a te g o r ia s o c io ló g ic a , n ã o s im

-p le s m e n te c o m o e x e r c íc io d e d ir e ito s e d e v e r e s , m a s c o m o

c o n d iç ã o m ín im a d e u m a e x is tê n c ia d ig n a . T o d a v ia a fo r

m a ç ã o d o in d iv íd u o r e v e s te s e s e m p r e d e u m a c la r a o p

-ç ã o é tic a d e r e s p e ito àliv r e a u to d e te r m in a ç ã o d a p e s s o a .

Palavras-chave: pessoa - sociedade - educação -

cida-dania - ética - autodeterminação.

A bstrod:

Iducelion,

ethics ond citizenship.

T h e s c h o o l a s a s o c ia l in s titu tio n h a s a s o n e o fits

b a s ic o b je c tiv e s th e in tr o d u c tio n o f th e in d iv id u a l to

s o c l c t y . T h is in s e r tio n is c le a r j) ' d e lln e d in o ffic ia l

d o c u m e n ts ( T h e L a w o f B a s ic D ir e c tiv e s in N a tio n a l

E d u c a tio n a n d N a tio n a l C u r r ic u la r P a r a m e te r s ) a s th e

fo r m a tio n o f a u th e n tic c itize n s w h o a c tiv e j) ' p s r t i d p s t e in

th e b u ild in g u p o f th e c o u n tr y : H o w e v e t; c itize n s h ip a s a

s o c io lo g ic a l c a te g o r y o u g h t to b e c o n s id e r e d n o t ju s t a n

e x e r c is e o f r ig h ts a n d o b lig a tio n s , b u t a s th e m in im u m

d e m a n d e d fo r a d ig n ifie d e x is te n c e . M o r e o v c t; in d iv id u a l

fo r m a tio n a lw a y s m a in ta in s a c le a r e th ic a lo p tio n o f r e s p e c t

fo r th e

Iree

s e lf- d e te r m in a tio n o f th e h u m a n p e r s o n .

Key ~.ords: person - society - education - citizenship

-e ícs - self-determination.

• H l~ k l. e CóIo o. Professor da Faculdade de Educação da Univer-à:::ri-I<:-'I!-!-:>J _ C e a rá .

Introdução

Nunca antes. tanto no panorama mundial QUanto

no brasileiro. foi tão urgente manter um diálogo Que seja

realmente fecundo. entre a filosofia e a educação.

A construção da cidadania. enquanto projeto

(te-órico e prático) sempre inacabado. pode servir-nos de

ponte no restabelecimento desse diálogo. De fato. o

exer-cício da cidadania pede necessariamente uma prática

educacional. voltada para a compreensão da realidade

social e dos direitos e responsabilidades em relação à

vida pessoal e coletiva. e a afirmação do princípio da

participação política.

Hoje. a conouista progressiva de significativos

direitos sociais em diversas áreas. amplia a concepção

restrita de cidadania. Falar de cidadania hoje importa

em perguntar-se: de Que cidadania estamos falando?

Presa a uma concepção "liberal" passou a ser

estigma-tizada. o Que levou a uma revisão do conceito.

enten-dendo-o não apenas como s ta tu s concedido. mas

enquanto "prática" urgente e necessária à emancipação

da sociedade. Em todas as abordagens o Que se

eviden-cia é a tentativa de pensar a cidadania deslocando o seu

eixo. fazendo-a emergir do individual para o coletivo.

compreendendo-a como u m a Q u a lid a d e p o lític a c o n

-o u i s t s d s a tr a v é s d e p r á tic a c o n s c ie n te e fu n d a m e n to

-b a s e n a c o n s tr u ç ã o d e u m a d e m o c r a c ia p s r tic tp e tiv s

(COELHO. 1990: 1-7).

Os movimentos sociais. em suas lutas e

reivindi-cações. revelam as tensões Que expressam a

desigualda-de social e a urgência na consolidação de uma crescente

eoüidade no exercício e ampliação dos direitos humanos

individuais e coletivos.

No caso brasileiro. o povo. ao longo da história.

carrega em seu corpo mazelas da escravidão. da

exclu-são. da miséria ... favorecidas pela tradição. cinco vezes

centenária. de um Estado patrimonialista com seus vícios

de paternalismo e clientelismo na administração da coisa

pública. sem nos esouecer dos longos períodos não

de-mocráticos. Ainda hoje a sociedade brasileira é marcada

por relações sociais extremadamente hlerarouizadas e por

privilégios Que reproduzem um altíssimo nível de

desi-gualdade. injustiça e exclusão social. Tal afirmação se

concretiza no fato de Que boa parte da população

brasi-leira não tem acesso a condições de vida digna

encontra-do-se. pois. excluída da plena participação nas decisões

Que determinam os rumos da vida social (suas regras .

seus benefícios e suas prioridades). É nesse sentido Que

(2)

se fala de ausência de cidadania. caracterizando a

dis-cussão sobre a cidadania no Brasil.

Por isso. novos atores. novos direitos. novas

me-diações e novas instituições entram no palco para redefinir

o espaço das práticas cidadãs. Trata-se de uma noção de

cidadania ativa.

ponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

o u e tem como ponto de partida a

com-preensão do cidadão como portador de direitos e

deve-res. além de considerá-lo criador de direitos e condições

o u e lhe possibilitem participar da gestão pública.

Assim. tanto os princípios constltucionais c u a n to

a legislação daí decorrente (como a LDB. por exemplo)

tomam o caráter de instrumentos Que orientam e

legiti-mam a busca de transformações da realidade. Portanto.

discutir a cidadania no Brasil de hoje significa apontar a

necessidade de transformação das relações sociais. nas

diferentes dimensões da existência social e particular. para

garantir a todos a efetivação do direito de ser cidadão.

Eleger. pois. a cidadania como eixo vertebrador

da educação escolar implica colocar-se explicitamente

contra valores e práticas sociais Que desrespeitem

a q u e le s princípios. comprometendo-se com as

pers-pectivas e decisões Que os favoreçam. Isso refere-se a

valores. mas também a conhecimentos Que permitam

desenvolver as capacidades necessárias para a

partici-pação social efetiva.

Ao se admitir Que a realidade social. por ser

cons-tituída de diferentes classes e grupos so c ia is.ji

contradi-tória e plural. o Que implica a presença de diferentes

pontos de vista e projetos políticos. será então possível

compreender Que seus valores e seus limites são também

contraditórios. Por outro lado. a visão de Que a

consti-tuição da sociedade é um processo histórico

permanen-te. permite compreender Que esses limites são

potencialmente transformáveis pela ação social. Então é

possível pensar sobre a ação política dos educadores. A

escola não muda a sociedade. partilhando. porem. esse

projeto com segmentos sociais o u e assumem os princípios

democráticos. articulando-se a eles. pode constituir-se

não apenas como espaço de reprodução mas também

como espaço de transformação.

A concretização desse projeto passa pela

compre-ensão de Que as práticas pedagógicas não são e não podem

ser social e politicamente neutras e. ainda. de Que não se

trata de educar para o futuro. Na ação da mesma educação.

educadores e educandos estabelecem um jogo complexo

de relações com o trabalho oue fazem (ensinar e aprender).

e a natureza dessas relações pode conter (em maior ou menor

medida) os princípios de uma vivência democrática.

A relação educativa é uma relação política. por

isso a Questão da democracia se apresenta para a escola.

assim como se apresenta para a sociedade. Essa relação

se define na vivência da escolaridade em sua forma mais

ampla.

gfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

a d in lr a (na forma como se define e estrutura a

comunidade escolar); ea d e x tr a (nos mecanismos de

re-lacionamento com a comunidade); nas relações

interpessoais (entre professor e aluno. entre aluno e

aluno ... }através do reconhecimento de uns e de outros

como cidadãos; e nas relações formais (relação com o

conhecimento. o currículo ... ).

A eleição de conteúdos. por exemplo. ao incluir

Questões Que possibilitem a compreensão e a crítica da

realidade. ao invés de tratá-los como dados abstratos a

serem aprendidos apenas para "passar de ano". oferece

aos alunos a oportunidade de se apropriarem deles como

instrumentos para refletir e mudar sua própria existência.

Por outro lado. o modo como se dá o ensino e a

apren-dizagem. isto é. as opções didáticas e metodológicas. a

organização e o âmbito das atividades. a organização do

tempo e do espaço Que conformam a experiência

educativa, as opções em relação ao material didático

en-sinam valores. atitudes. conceitos e práticas sociais. Por

meio deles pode-se favorecer. em maior ou menor

medi-da. o desenvolvimento da autonomia e o aprendizado da

cooperação e da participação social. fundamentais para

Que os alunos se percebam como cidadãos.

A grande contribuição da escola. portanto. é a de

desenvolver um projeto de educação comprometida com

o desenvolvimento integral da pessoa e de suas

capaci-dades em ordem a facilitar uma intervenção mais eficaz

na realidade para transformá-Ia.

A educação para a cidadania requer oue Questões

sociais sejam apresentadas para a aprendizagem e a

re-flexão. buscando um tratamento didático Que contemple

sua complexidade e sua dinâmica. dando-Ihes a mesma

importância das áreas convencionais. procurando

ínscrevê-lo no horizonte ético. pela dimensão Que es e

tem adquirido no mundo da ciência. Poroue n u n c a fo i

tã o u r g e n te a n e c e s s id a d e d e u m a é tic a Q u e s e p u d e s s e

to r n a r u n iv e r s a l e , a o m e s m o te m p o , n u n c a s e a p r e s e n

-to u tã o d ifíc il a s u a p o s s ib ilid a d e (cf. APE L. I 992: I I .

Esse trabalho reouer uma reflexão ética co o e

norteador, por envolver posicionamentos e cone õ e s

a respeito de suas causas e efeitos. de sua dime

-tórica e política.

A ética é um dos temas mais trabalha os o

samento filosófico contemporâneo mas é também

ANo

22

71

(3)

assunto Que escapa aos debates acadêmicos, invade o

cotidiano de cada um, e faz parte do vocabulário

conhe-cido por Quase todos.

A reflexão ética traz à luz a discussão sobre a

li-berdade de escolha. A ética interroga sobre a

legitimida-de legitimida-de práticas e valores consagrados pela tradição e pelo

costume. Abrange tanto a crítica das relações entre os

grupos e dos grupos nas instituições, Quanto a dimensão

das ações pessoais. Trata-se, portanto, de discutir o

sen-tido ético da convivência humana nas suas relações com

as várias dimensões da vida social.

O caráter social da vida dos seres humanos é um

processo, uma construção da Qual participa cada

indiví-duo na relação com os outros. As relações entre as

pes-soas são mediadas pelas instituições em Que elas

convivem, pelas classes e categorias a Que pertencem e

pelos interesses e poderes Que nelas circulam.

ponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

É por essa

razão Que, mais do Que se falar numa natureza humana,

como um universal abstrato, vale referir-se à condição

humana, forma concreta de existência dos seres

huma-nos na cultura e na história. As vivências particulares

cru-zam-se na construção coletiva das sociedades e culturas,

e umas e outras ganham sua configuração específica em

função das condições particulares dos seres humanos e

dos ambientes em Que vivem.

A cidadania é também uma condição construída

historicamente. Abordagens diversas do concei]o de

ci-dadania são encontradas em contextos e situações

dife-rentes. Seu sentido mais pleno aponta para a

possibilidade de participação efetiva na produção e

usu-fruto de valores e bens de um determinado contexto.

Ser cidadão é participar de uma sociedade tendo

direi-to a ter direidirei-tos. Participar é ser parte e fazer parte;

com seu fazer, sua interferência criativa na construção

da sociedade, os indivíduos configuram seu ser, sua

especificidade, sua marca humana.

É

como cidadãos Que as pessoas fazem suas

es-colhas, tomam partido diante das opções apresentadas

socialmente.

As pessoas não nascem boas ou más: é a

socieda-de, Quer Queira, Quer não, Que educa moralmente seus

embros. E, sem dúvida, a escola também participa

des-ão . mesmo com limitações. Valores e regras são

••..••••...30.' ••U\;IU.S pelos professores, pelos livros didáticos, pela

cional, pela forma de avaliação. pelos

próprios alunos.

o espaço escolar significa

en-processo de ensino e

aprendizagem Que se realiza em cada uma das áreas do

conhecimento, uma constante atitude crítica de

reconhe-cimento dos limites e possibilidades dos sujeitos e das

circunstâncias de problematização das ações e relações e

dos valores e regras Que os norteiam. Configura-se,

as-sim. a proposta de realização de uma educação ética Que

proporcione às crianças e adolescentes condições para o

desenvolvimento de sua autonomia, entendida como

ca-pacidade de posíclonar-se diante da realidade, fazendo

escolhas, estabelecendo critérios. participando da

ges-tão de ações coletivas.

Todas as sociedades buscam desenvolver meios

de preservar suas formas de vivência coletiva, criando

mecanismos de transmissão de conhecimentos

acumu-lados e de valores aos seus membros mais jovens.

En-tretanto essa transmissão não se caracteriza pela mera

reprodução de valores e conhecimentos. Ela se dá, na

verdade, na articulação contraditória de permanência e

mudança, manutenção e inovação, dado o caráter

his-tórico da reflexão ética. As diversas instituições sociais

são responsáveis por esse processo de formação e sua

dimensão moral. A instituição escolar, Que tem como

tarefa específica a socialização do conhecimento, tem

sido alvo de discussões sobre a pertinência ou

necessi-dade de responsabilizar-se também pela formação ética

de seus membros. Na história educacional brasileira,

essa Questão manifestou-se de diferentes maneiras em

diferentes épocas.

A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional. em seu título 11.artigo 2°, afirma QUe

gfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

a e d u c a

-ç ã o . d e v e r d a fa m ília e d o E s ta d o . in s p ir a d a n o s p r in c íp

i-o s d e lib e r d a d e e n i-o s id e a is d e s i-o lid a r ie d a d e h u m a n a .

te m p o r I ln a lid a d eo p le n o d e s e n vo lvim e n to d o e d u c a n

-d o . s e u p r e p a r o p a r a o e xe r c íc io d a c id a d a n ia e s u a o u s

-lillc a ç ã o p a r a o tr a b a lh o . Verifica-se, portanto, uma

preocupação com a dimensão ética da educação e uma

intenção de contemplá-Ia nas propostas QUe se

apresen-tam à sociedade. Como instituição especificamente

des-tinada à educação. a escola deve empenhar-se na formação

moral de seus alunos, embora não seja a única instituição

social Que participa dessa formação.

A influência Que as instituições e os meios sociais

exercem são fortes, mas jamais chegam a assumir o

cará-ter de uma predecará-terminação. poroue a constituição da

identidade. a construção da singularidade de cada um.

se dá também na história pessoal. na relação com

deter-minados meios sociais e sua configuração obedece a um

jogo de interações entre as pressões sociais e desejos,

(4)

necessidades e possibilidades afetivo-cognitivas do

su-jeito vividas em contextos sociopolíticos, culturais e

eco-nômicos diferentes.

O

ponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

leoue de valores, normas, modelos de

compor-tamento Que cada pessoa compartilha nos diferentes meios

sociais a Que está integrada ou exposta, colocam-se em

jogo nas relações Que estabelece Quotidianamente. Pois

bem, a percepção de Que determinadas atitudes podem

ser contraditórias entre si ou em relação a valores ou

princípios expressos pelo próprio sujeito, nem sempre é

simples e muito menos óbvia. Nesse caso serequer uma

elaboração, mais ou menos complexa, implicando o

re-conhecimento dos limites para a co-existência de

deter-minados valores e a identificação dos conflitos, assim

como a incompatibilidade entre eles.

A forma de operar com a diversidade de valores,

às vezes conflitantes também é dada culturalmente,

ain-da Que do ponto de vista do sujeito depenain-da também, e

sobretudo, do desenvolvimento biopsicológico. Os

pre-conceitos, as discriminações, o negar-se a dialogar com

sistemas de valores diferentes daoueles do seu meio

so-cial, o agir de forma violenta com aoueles Que possuem

valores diferentes, são aprendidos.

A escola, como uma instituição pela Qual se

es-pera Que passem todos os membros da sociedade, ou

pelo menos a imensa maioria, coloca-se na posição de

ser mais um meio social na vida desses indivíduos.

.•

Ora,

a escola encuanto instituição, também veicula valores

Que podem convergir ou contrastar com os Que

circu-lam nos outros meios sociais Que os indivíduos

freoüen-tam ou a Que são expostos (família, classe social. credo

religioso, convicções políticas ... Deve, portanto,

assu-mir explicitamente o compromisso de educar os seus

alunos dentro dos princípios democráticos. do diálogo

critico e da escuta.

Se entendida como apenas mais um meio social

Que veicula valores na vida das pessoas Que por ela

pas-sam. a escola encontra seu limite na legitimidade Que

cada um dos indivíduos e a própria sociedade venham

conferir-lhe. Se entendida como espaço de práticas

soci-ais em Que os alunos não só entram em contato com

valores determinados pela ideo ogia dominante, mas

tam-bém aprendem a estabelecer íerarouía entre valores,

ampliam sua capacidade de julg e o e a consciência

de como realizam escolhas, na es proporção da

aber-tura, ampliam-se suas possibilidades de atuação na

for-mação moral, já Que se ocupa de uma forfor-mação ética. da

formação de uma consciência moral refl .Ia cada ez

Er>ucAçAo E M D E llATI

mais autônoma, mais capaz de posicionar-se e •

situações de conflito.

Encontramo-nos. pois, diante da tarefa de

siste-matizar uma nova teoria do valor humano, não só como

fator econômico ou de produção (seja ela também

inteletual) mas como uma nova síntese ético-cultural.

Não somente apresenta-se indispensável uma

nova educação, como também uma novíssima

alfabeti-zação de corte ético-cultural Que habilitem, capacitem

e tornem competentes as novas gerações na criação de

novos "códigos" (ou melhor, ainda, princípios éticos)

para os relacionamentos humanos, para a organização

e exercício do poder e a respectiva participação de

to-dos, para o cultivo e resguardo dos direitos humanos,

para a superação de toda eoualouer forma de

discrimi-nação, enfim, para a construção de sociedades mais

ecültativas, mais justas.

Uma educação básica de crianças e jovens para

enfrentar, positivamente, os atuais desafios deve superar

a forma e os conteúdos da pedagogia limitada às

discipli-nas presentes nos currículos tradicionais, dado Que estas

se tornaram inoperantes, e criar estratégias Que

permi-tam estabelecer as bases de uma formação continua Que

demandará a evolução constante de conhecimentos, de

"saberes" e de "fazeres", assim como o exercício

cons-tante de novas competências para o trabalho, para o

exer-cício democrático e, também novas atitudes diante da

radical transcendência do outro e dos outros enouanto

essencialmente diferentes.

Em virtude do Que foi dito, é evidente Que estamos

diante da necessidade de fundamentar novamente nosso

discurso sobre o ser humano. É preciso, ainda, Que

esta-beleçamos as bases para esta estratégia muito acima das

lógicas frias e calculistas do mercado, do potencial grau

de consumo, do modelo industrial em vigência e das

hi-eraroulas Que são fatores culturais e políticos Que têm

definido a tentativa de homogeneização a partir do ciclo

do capitalismo moderno.

Desencadeada por Marx no século passado

("So-bre Ia cuestión [udia") e, posteriormente, por Marshall

(1967), a literatura sobre a Questão da cidadania é por

demais significativa para Que fosse, pelo menos

enume-rada nos limites e na pretensão de um artigo como

gfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

e s t e .

Nossa pretensão é bem mais modesta: contribuir com os

estudos existentes, tentando entrar na discussão, de

a contemplar outros matizes QJ.Jeconfiguram a a

cepção de realidade, Que se pretende não ape

realidade desvelada, mas construída em re ç õ

(5)

subjetivas. E ainda, justifica-se nosso esforço ao levar em

conta Que a formação do cidadão é um dos pressupostos

básicos da escola, sendo uma evocação permanente nos

textos oficiais Que tratam sobre a educação.

Muitos autores, no Brasil, se têm preocupado com

a relação existente entre escola e cidadania no Brasil.

Igualmente chama a atenção o esforço Que está sendo

realizado atualmente por alguns organismos

internacio-nais, preocupados com o assunto: UNESCO, OEI... e

seus programas:

gfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

" e d u c a ç ã o e m vs to r e s' , " e d u c a ç ã o e

c i d a d a n i a " .A s s i m , p o r e x e m p l o , e m estudo recente, onde

situa a Questão da educação para a cidadania a partir das

origens desse conceito e sua relação com os princípios

do Estado Moderno, Ferreira (I 993) observa Que a cada

nova concepção de racional idade corresponde um

pro-jeto de educação. Da mesma formã, GIROUX (1986)

demostra

ponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

o u e ...

d i fe r e n t e s c o n c e p ç õ e s d e r a c i o n a l i d a d e

fu n d a m e n t a m d i fe r e n t e s t e o r i a s d e e d u c a ç ã o , p o r e s s a

r a zã o , a e d u c a ç ã o p a r a a c i d a d a n i a r e i v i n d i c a u m a a t e n

-ç ã o e s p e c i a l , u m a v e z Q u e t r a z e m c e n a a Q u e s t ã o d o s

v a l o r e s s a b js c e r u c s a e s t a fo r m a ç ã o .

A problem ático

em quedõo

A pergunta Que perpassa toda a LDB é: Q u e e d u

-c a ç ã o p r e -c i s a a d e m o -c r a -c i a b r a s i l e i r a p a r a Q u e ! m b a s

s e t o r n e m v e r d a d e i r o s e e fi c i e n t e s e i x o s d o d e s e n v o l v i

-m e n t o h u -m a n o ?

Como afirmei acima, sob diversos

en ío o u es

vem

colocando-se no Brasil a articulação entre educação e

cidadania como componente essencial dos objetivos

es-tratégicos da transformação social e econômica

necessá-ria para o país.

A educação vem transformando-se, no Brasil, num

aspecto chave das agendas das políticas públicas e dos

organismos multiculturais. O país vem promovendo a

longo destes últimos anos a reforma educativa com a

finalidade de tornar seu sistema escolar mais eficiente e

eoüitatlvo para o exercício da cidadania. Pelo menos é

isso Ql.le aparece nos discursos oficiais e nas

propagan-das veiculapropagan-das através dos meios de comunicação.

Minha opinião é Que a articulação entre

educa-ção, ética e cidadania é efetivamente um dos

assuntos-chave na política pública brasileira e sustentáculo da nova

Lei de Diretrizes e Bases e de seu desdobramento nos

Parâmetros Curriculares Nacionais. Isso,

p o ro u e

os

mo-íelos "produtívístas" não têm se mostrado suficientes

ANo

2 2 V.I

para nortear o debate e as ações, tornando-se

necessá-rio colocar o tema num

en ío o u e

de desenvolvimento

humano baseado no paradigma sistêmico ou da

comple-xidade, onde outros fatores como os culturais e

subjeti-vos tenham um lugar junto aos econômicos e políticos e

aos simplesmente produtivos.

Igualmente, faz parte das minhas convicções Que

os desafios da educação não estão referidos unicamente

à sua capacidade de adaptação às demandas da

econo-mia senão também à sua condição para animar a

transi-ção para um novo paradigma de pensamento e de

organização social.

Por essa razão, faz-se necessária a articulação da

cidadania com os processos de acesso às novas

compe-tências no âmbito da economia (trabalho). Igualmente,

torna-se necessário colocar a discussão sobre os meios

mais pertinentes para fazê-lo não só desde o ponto de

vista técnico, senão também ético. Só dessa forma

tor-nar-se-á possível a inserção exígída pela globalização

vi-sando, ao mesmo tempo ao desenvolvimento de toda a

população e de todas as dimensões da existência, numa

sociedade eoültatíva.

O processo de redemocratização do país, Que se

traduziu na promulgação de uma nova Constituição, em

1988, tem sido marcado pela busca de novos caminhos

para a educação, parte dos

o u als

convergem para o

es-forço de elaborar uma legislação educacional compatível

com os desafios da contemporaneidade.

Esse novo espírito democrático se deixou sentir

Quando: A c o m u n i d a d e e d u c a c i o n a l o r g a n i za d a s e m o

-b i l i zo u fo r t e m e n t e e m t e c e d o t r a t a m e n t o a s e r d a d o à

e d u c a ç ã o n a C o n s t i t u i ç ã o F e d e r a l Q u e i r i a r e s u l t a r d o s

t r a b a l h o s d o C o n g r e s s o N a c i o n a l C o n s t i t u i n t e i n s t a l a d o

e m fe v e r e i r o d e 1 9 8 7 . A n t e s m e s m o d o i n í c i o d o s d e b a

-t e s , a I V C o n fe r ê n c i a B r a s i l e i r a d e E d u c a ç ã o , r e a l i za d a

e m C o i â n i a e m a g o s t o d e 1 9 8 6 , t e v e c o m o t e m a c e n t r a l

::4

E d u c a ç ã o e a C o n s t i t u i n t e " . E n a a s s e m b l é i a d e e n

-c e r r a m e n t o d e s s a C o n fe r ê n -c i a fo i a p r o v a d a a " C a r t a d e

C o i â n i a " c o n t e n d o a s p r o p o s t a s d o s e d u c a d o r e s p a r a o

c a p í t u l o d a C o n s t i t u i ç ã o r e fe r i d o à e d u c a ç ã o ... o Q u e s e

c o n s e g u i u Q u a s e t o t a l m e n t e . I n i c i o u - s e c o n c o m i t a n

-t e m e n -t e e m 1 9 8 7 o m o v i m e n -t o e m -t o r n o d a e l a b o r a ç ã o

d a s n o v a s d i r e t i r ze s e b a s e s d a e d u c a ç ã o n a c i o n a l

(SAVIANI.

2000:35).

A Constituição Federal tratou da educação nos

artigos 205 - 214 da seção I do capítulo 111em seu título

VIII:

Da Ordem Social. definindo-a como um direito de

todos os cidadãos e uma obrigação do Estado.

(6)

o

espírito da Constituição encontrou sua concretização na nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB)

- Lei Darcy Ribeiro - sancionada em dezembro de

ponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

1 9 9 6

(lei nO9 3 9 4 , de 2 0 /1 2 /1 9 9 6 , publicada no Diário

Oficial da União a 2 3 /1 2 /1 9 9 6 ), força ou mesmo

potencial idade para provocar uma revolução da

educa-ção no país. Entretanto o reordenamento dos sistemas

educativos, inscrita na nova LDB, poderá, sim, criar

con-textos de relações estruturais de transformação, de

re-forma e de inovação educacional, como parte do

processo de "regulação social".

Com o avançar dos anos 9 0 , as posições no

cam-po educacional, longe de se tornarem mais

convergen-tes, ficaram mais ernbaralhadas. Elas convergem apenas

na identificação da existência da crise dos sistemas e das

políticas educacionais. Divergem na análise dos

encami-nhamentos das soluções e práticas sociais. A rloueza dessa

pluralidade foi praticamente ignorada na nova LDB

devi-do à forte disputa de interesses particulares e de cores

político-partidárias.

O compromisso com a construção da cidadania

pede, necessariamente, uma prática educacional voltada

para a compreensão da realidade social e dos direitos e

responsabilidades em relação

à

vida pessoal e coletiva e

à

afirmação do princípio da participação política.

O Brasil da década de 80 e, particularmente da

década de 9 0 ,testemunhou mudanças vertiglnosas e

pro-fundas no Que se refere à estruturação da vida social e ao

planejamento e organização do cotidiano das pessoas.

Lenta, porém, firmemente, o país foi encontrando o

ca-minho da democracia, da participação e da solidariedade

social, até consolidar-se hoje num processo social de

amadurecimento.

As instituições enouanto tecido social, inclusive

as mais tradicionais, (família, igreja ... ) viram-se também

obrigadas, pelo menos em parte, a adaptar-se à nova

realidade, e hoje não são mais as mesmas de algumas

décadas atrás. Entretanto não podemos negar, e isso é

um fato facilmente constatável, Que essas transformações

deixaram marcas indeléveis no ser e no funcionamento

dessas instituições Que antes pareciam incólumes. Ao

mesmo tempo, todos sabemos a importância Que as

ins-tituições têm na elaboração, consolidação e manutenção

dos princípios éticos Que norteiam a estrada percorrida

pelos grupos e pelas sociedades.

Ora, pode-se constatar, sim lta eamen e, a idéia

bastante disseminada de ínadeoj ação o esc asso

de algumas destas instituições, até ao '0 e sere I

consideradas como externporâneas e retardadoras dos

inevitáveis progressos sociais. Essa problemática parece

indicar-nos um paradoxo: de um lado, as rápidas

trans-formações sociohistóricas dos últimos anos,

inegavelmen-te, propiciaram

à

sociedade brasileira uma vivência civil mais democrática, mas pluralista, ao mesmo tempo, elas

são tomadas, não poucas vezes, como motivo de

instabi-lidade, de acirramento na afirmação dos subjetivismos e

relativismos.

Nossa sociedade, cada vez mais complexa,

co-loca-nos diante da necessidade de escolher e,

esco-lhendo, colocamos em jogo o sagrado direito de nossa

liberdade. Diante de situações dilemáticas somos

"obri-gados" a optar, a decidir. Toda negativa ou vacilação

nesse sentido é vista como uma falta de

personalida-de, de compromisso. Quem não manifesta suas

con-vicções é imediatamente rejeitado. Ora, o grande

problema e, ao mesmo tempo, a Questão mais grave é

se de fato essa mesma sociedade está preparando seus

membros para o exercício da autonomia, para o

ama-durecimento da consciência e para o reto uso da

li-berdade de todos e de cada um de seus membros. O

Que se observa mais freoüenternente é a aceitação

passiva das imensas maiorias diante de situações Que

a própria sociedade e a mídia se encarregam de

apre-sentar como as mais adeouadas.

Se, como cidadãos (ou mesmo usuários),

senti-mos constantemente a necessidade de avaliar certas

prá-ticas sociais, não se pode dizer Que o mesmo venha

ocorrendo explicitamente e com a mesma freoüêncía

Quando colocamos a educação escolar em pauta. Raras

são as vezes em Que a discussão ética é colocada de

modo explícito no campo pedagógico, principalmente

entre os envolvidos na ação educacional, e a lacuna

bibli-ográfica sobre o tema é uma evidência mais Que

suficien-te do estado incipiensuficien-te das discussões na área.

Entretanto é preciso reconhecer Que, apesar

des-sa espécie de auto-isenção, alguns esforços concret

vêm sendo formalizados com o intuito de inaugurar

base de discussão sobre a Questão ética na educa

-colar. Estamos nos referindo aos Parâmetros C rn.· nr+:,.,-oc

Nacionais (PCN)26 e, particularmente, aos "te

versais" neles inseridos.

2B R A S IL . 1 in istério d e E d u cação e C u ltu ra. ~ b :tro s C = .i~ r-= s . ao o n aís: A p resen tação d o s tem as transve

1 9 9 . p .1 4 6

(7)

Visando

ponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

à formulação de um conjunto de

diretri-zes pedagógicas gerais e específicas capaz de nortear os

currículos e seus conteúdos mínimos em escala nacional.

os PCN são. sem sombra de dúvida. uma iniciativa digna

de interesse. No volume 8. dedicado

à

apresentação dos temas transversais e especificamente à ética. podemos

ler o QUe segue:

gfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

C o m o o o b j e t i v o d e s t e t r a b a l h o é o d e p r o p o r

a t i v i d a d e s Q u e l e v e m o a l u n o s . p c n s s r s o b r e s u a

c o n d u t a e a d o s o u t r o s a p a r t i r d e p r i n c í p i o s , e

n ã o d e r e c e i t a s p r o n t a s , b a t i zo u - s e ot e m a d e É t i

-c a . . . P a r t e - s e d o p r e s s u p o s t o Q u e é p r e c i s o p o s

-s u i r c r i t é r i o -s , v a l o r e -s , e , m a i -s a i n d a , e -s t a b e l e c e r

r e l a ç õ e s e h t c r s r o u i s s e n t r e e s s e s v a l o r e s p a r a

n o r t e a r a s a ç õ e s e m s o c i e d a d e .27

Dentro desse espírito. Quatro eixos de conteúdos

relativos ao tema foram selecionados. todos eles

atrela-dos ao princípio básico da dignidade do ser humano. a

saber. respeito mútuo. justiça. diálogo e solidariedade:

A o l a d o d o t r a b a l h o d e e n s i n o , oc o n v í v i o d e n

-t r o d a e s c o l a d e v e s e r o r g a n i za d o d e m a n e i r a

Q u e o s c o n c e i t o s d e j u s t i ç a , r e s p e i t o e s o l i d a

-r i e d a d e s e j a m v i v i fi c a d o s e c o m p r e e n d i d o s

p e l o s a l u n o s c o m o a l i a d o s à

pcrspcctivs

d e u m a

" v i d a b o a " . D e s s a fo r m a , n ã o s o m e n t e o s a l u

-n o s p e r c e b e r ã o Q u e e s s e s v a l o r e s e a s r e g r a s

d e c o r r e n t e s s ã o c o e r e n t e s c o m s e u s p r o j e t o s

d e fe l i c i d a d e c o m o s e r ã o i n t e g r a d o s à s s u a s

p e r s o n a l i d a d e s : s e r e s p e i t a r ã o p e l o fa t o d e

r e s p e i t á - I a s . 28

Também. um dado importante refere-se ao fato

de Que não basta ensinar conceitos e valores Que

bus-Quem uma consolidação da democracia. é preciso Que

eles sejam "vivificados" no convívio intra-escolar, entre

os membros da comunidade escolar. especialmente entre

professores e alunos.

É

esse. no nosso entender. o gran-de diferencial. ou ponto de partida. para uma discussão

abrangente sobre a ética no terreno escolar - e neste

sentido. os PCNs ainda deixam a desejar.

Não seria ousado afirmar Que o elemento ético de

uma determinada prática social se dá a conhecer

tam-3Id . ib id .. p.6 9

. - .. p .8 0

bérn, pelo menos em parte. por meio das expectativas e

da avaliação Que a clientela e o público mais geral (a

comunidade e as famílias. por exemplo) fazem da ação e

do compromisso dos agentes/profissionais. Estamos

sen-do avaliasen-dos. mesmo Que informalmente. o tempo todo.

e a imagem social da escola e do professor é um bom

exemplo do vigor de tal processo.

Não é preciso reiterar Que um nível significativo

de descrédito ronda a imagem Que se cultiva de nós.

tanto Quanto uma considerável desesperança Que nós

próprios acalentamos sobre nosso trabalho. Em geral.

vemos essa profissão como algo "difícil". "penoso". um

campo de trabalho povoado por obstáculos. Que vão

desde ao u eles ligados ao reconhecimento financeiro até

ao u eles de ordem metodológica. processual. Para alguns

mais insatisfeitos. chega-se à imagem da docência como

"fardo" ou até como "sina".

É

bom lembrar Que essa imagem não parece ser

tão arbitrária. ou mesmo maoulavelícarnente "tramada".

como alguns gostam de pensar. Temos contra nós uma

evidência fatual: grande parte do contingente de crianças

Que ingressam nas escolas não consegue "atravessar"

im-punemente o ensino fundamental. sedimentando a

céle-bre "pirâmide" educacional brasileira. Isto é. a repetência

renitente. a evasão e a baixíssima QUalidade do ensino

brasileiro findaram por constituir aouilo Que alguns

teó-ricos. com propriedade. denominaram "cultura do

fra-casso escolar". As estatísticas mais recentes confirmam

estas afirmações. Se bem o Brasil tem melhorado. até o

ponto de Quase conseguir a universalização do ensino

fundamental. a mesma coisa não pode ser dita em

rela-ção

à

Qualidade do mesmo.

Nesse aspecto. o trabalho escolar atual seria

res-ponsável por uma contra-produção. Em vez de

produ-zirmos alunos/cidadãos. estaríamos. de fato. produzindo

futuros excluídos em larga escala.

O Que estaria acontecendo com essa instituição

secular a ponto de. na prática. invertermos seus

precei-tos formais? Por Que a existência extensiva de uma escola

Que. além de não produzir os frutos esperados. expurga

sua clientela? Mais ainda. por Que a persistência de uma

escola Que não consegue se democratizar plenamente.

tanto do ponto de vista do acesso/permanência da

clien-tela Quanto do ponto de vista da Qualidade dos serviços

prestados? Por Que fracasso em todo canto. tanto dos

excluídos Quanto dos incluídos? Com essas e outras

even-tuais Questões. estamos perguntando pela dimensão

éti-ca das prátiéti-cas eduéti-cativas .

(8)

lnlerpelocõe:

ao âm bito

ético das práticas escolares

zyxwvutsrqponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

Quando somos empurrados, unicamente, por

uma perspectiva politizante, acostumamo-nos a atribuir

a suposta causa dos desencontros escolares a

diferen-tes instâncias: o Estado, o governo, os órgãos

governa-mentais, os setores burocrático-administrativos, o

aparelho técnico-administrativo da escola, ete. Mas não

é só. Freoüenternente atribuímos a suposta "culpa" de

nossas dificuldades profisslonajs às condições

conjunturais da clientela. Aí então surgem: a

socieda-de, as transformações históricas, a bagagem cultural da

clientela, a (des)estruturação das famílias, as carências

de diferentes ordens ... ete.

É aí. então, QUe a figura do "aluno-problema" tem

despontado, principalmente a partir da década de 80. E

como essa figura é apresentada? Em geral, é aouele Que não

apresenta as "condições mínimas" para o aproveitamento

pedagógico ideal. ou seja, aouele Que porta algum déficit,

ou mesmo um superávit, em relação ao padrão pedagógico

clássico ou ao perfil de desenvolvimento psicológico

espe-rado, por exemplo, alunos limítrofes x alunos superdotados,

imaturos x precoces, apáticos x hiperativos. Nesse

particu-lar, o baixo rendimento e a indisciplina dos alunos seriam

como duas faces de uma mesma moeda, representando os

dois grandes males da escola contemporânea e os dois

prin-cipais entraves ao trabalho docente na atualidade.

.

O Que fazer? Talvez uma reflexão crítica em torno

dos argumentos Que suportam esse tipo de raciocínio,

de certa forma superficial. possa nos auxiliar grandemente.

O primeiro passo para reverter esse estado de coisas

exige Que repensemos nossos posicionamentos, Que

re-vejamos algumas supostas evidências sobre a clientela

escolar Que, no final das contas, apenas justificam o

fra-casso escolar, mas não conseguem alterar os rumos e os

efeitos do nosso trabalho cotidiano.

Não há necessariamente pré-reouísítos morais e/

ou cognitivos e, muito menos, econômicos e/ou culturais,

para QUe se atinja o aproveitamento escolar desejado. A

não ser em casos extremos, a ação escolar prescinde de

oualouer tipo de "a priori" psicológico e/ou cultural.

as-sim como de competências especiais para além daouelas

Que uma criança, um jovem em idade escolar apresentam.

É bom relembrar Que não hád ie ela ideal (a não ser nas

expectativas dos agentes, como oposição à clientela

con-creta) e Que a resposta bem-sue' fracassada da

clientela não é algo de véspera, mas o da

er-venção escolar, ou seja, das relações • fOfj[aC;35

Decorre desse ponto de vista Que o baixo

rendi-mento e a indisciplina dos alunos devem ser

compreen-didos como efeitos sintomáticos das práticas escolares,

nunca como suas causas.

A lguns encam inham entos

éticos para a prática escolar

Apontamos até aoul as "limitações" éticas no

interior das práticas escolares; cabe-nos agora a

tenta-tiva de apontar alguns elementos Que precisam ser

le-vados em consideração a oualouer custo na intervenção

pedagógica.

O primeiro remete às Questões Que envolvem a

avaliação da aprendizagem, tão presentes nas

preocu-pações dos educadores. Não é raro Que encontremos

afirmações do tipo "é preciso avaliar constantemente",

ou então, "se não houver reprovação, não há ensino de

verdade", ou mais drasticamente ainda, "professor bom

é aquele Que reprova". Note-se Que, a partir de

enunci-ados como estes, acabamos tomando a avaliação (e não

a ética) como reguladora da ação pedagógica. Se a

ava-liação se naturaliza como a estratégia dominante ou

ex-clusiva da intervenção pedagógica, corremos o risco

de também naturalizar o fracasso como o objeto

inevi-tável da ação escolar. Porém o extremo oposto, Que

constitui a "norma" nos dias de hoje, não parece

aju-dar-nos e muito menos pode apresentar-se como

solu-ção à problemática indicada. Enouanto não seja a pessoa

o fim último do processo educacional e os elementos

avaliativos, curriculares, econômicos, políticos,

disci-plinares, meios ou caminhos Que conduzam mais ou

menos apropriadamente ao encontro interpessoal. não

teremos feito grande coisa.

Outro preceito Que conviria ser lembrado é

aoue-le referente aos modos de relação Que estabeaoue-lecemos em

sala de aula. Uma prática abominável. mas muito em voga,

nas escolas brasileiras é a de "mandar o aluno para fora

da sala" ou encaminhá-Io para outras instâncias sempre

Que uma atitude dissonante se faz presente (sistemas

dis-ciplinares coercitivos ou punições). Diante desse tipo de

atitudes torna-se necessária a busca do diálogo. Dessa

forma, uma conduta não excludente implica o confro o

das divergências, a negociação, os ajustes das de

das, a procura de um consenso salutar.

Assim, um posicionamento ético efetí

do profissional da educação pressupõe n e c e ssa n z n e n te

um caráter inclusivo e, de certo modo. 'rC O l:c::oo,a3J

V. I

(9)

poroue "para todos". Desse modo, a premissa da

inclu-são passa a ser a regra "número um" do educador cioso de seus deveres tanto profissionais Quanto sociais.

Lon-ge de configurar um ato de benevolência, a relação Que

se deve ou se pode estabelecer é de parceria, tendo em

mente, contudo, uma disparidade estrutural Que

condiciona a relação professor-aluno.

Há uma assimetria de base entre os lugares

do-cente e disdo-cente, a Qual deve ser preservada a todo

cus-to, posto Que a partir dela se pode exercitar a autoridade

do professor.

ponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

É importante Que as "regras do jogo"

este-[arn razoavelmente claras para ambas as partes e Que se

limitem ao campo do conhecimento em pauta, mesmo

QUe as cláusulas contratuais tenham de ser relembradas

ou transformadas intermitentemente.

Isso não significa, porém, Que as regras tenham

de ser sempre idênticas, partilhadas por todos os

profes-sores indiscriminadamente, uma vez Que o campo ético

dispensa configurações apriorísticas, apontando sempre

uma processual idade pontual. Mas as particularidades e

exigências funcionais de cada um devem ser explicitadas.

Portanto há Que se ter, como educador, uma certa

permeabilidade à mudança e à invenção de novas

estratégi-as. Dessa forma, a sala de aula passa a se confundir cada vez

mais com um laboratório pedagógico. O Que deu certo com uma turma provavelmente não persistirá com outra - o Que

nos torna, de certo modo, privilegiados, visto ~Que nos

recoloca na salutar posição de permanentes aprendizes.

À

m aneiro de conclusão

Em primeiro lugar, torna-se fundamental a busca

de um consenso acerca das finalidades da educação.

Devemos dar prioridade a uma educação visando às

no-vas exigências do trabalho? Ainda é pertinente Que o

sis-tema educativo assuma a formação de cidadãos críticos e

participantes? Devemos enfatizar a massificação plena da educação escolar ou devemos trabalhar com elites?

Em segundo lugar, devemos colocar as Questões

sobre a eficácia social. os conteúdos e a QUalidade da

educação. O Que se deve ensinar e como garantirmos a

Qualidade deste ensino e dos aprendizados obtidos? Como

avaliarmos e medirmos o rendimento do sistema ao nível

de sua gestão e de sua relação com o processo de

ensi-no-aprendizagem? É a descentralização (ou

municipa-lízação) um bom veículo para democratizar o sistema e

melhorar a gestão e a Qualidade da educação?

Em terceiro lugar, assinalemos os problemas

rela-cionados com a profissão e as atividades docentes Que se

podem reduzir a: degradação de seu estatuto social;

ouestlonarnento de suas competências, de seus

conheci-mentos e de sus capacidades para assumir novas

tecnologias e metodologias de pesouísa e gestão

peda-gógica; novos modelos para o recrutamento e a

forma-ção dos docentes; sistemas mais eficientes para enfrentar

o problema dos salários dos professores e sua relação

com a rentabilidade de seu trabalho.

Em Quarto lugar, devemos sublinhar os assuntos de

financiamento, condução, administração, descentralização

e gestão de todo o sistema educativo, o Que nos situa

diante de problemas tão sérios como a complexidade do

sistema, suas paralisias e sua capacidade para originar

con-seq ü ên cias nocivas (passividade, rotina, discriminações).

As transformações reo u eríd as pela educação são

bem improváveis, se não se adota um enfooue sistêmico

ou de complexidade. O sistema educativo é

extremada-mente complexo e, para efeitos de definição de

estraté-gias de mudança (econômica, política, social. ..), suas

fronteiras tornam-se muito imprecisas.

A educação é ainda um sistema complexo pela

natureza de seu objetivo (a transformação de seres

hu-manos). pela multiplicidade de seus objetivos

específi-cos, pelas expectativas Que os sujeitos têm em torno dele,

pelo seu tamanho, pela Quantidade de regras formais QUe

possui, pela multiplicidade de suas práticas informais,

pelos conflitos e tensões Que vive, pelo horizonte

apa-rentemente longínQuo sobre o Qual se estendem seus

efeitos, p o rq u e é um sistema burocrático e híerárouíco.

A complexidade ainda se origina das numerosas

articulações Que dele se esperam com seu mundo

exteri-or: o mercado de trabalho, os meios de comunicação, as

famílias, a comunidade científica, a instituição política,

os atores sociais envolvidos no ensino, etc..

Todos esses antecedentes da complexidade têm

levado muitos analistas e gestores de importantes

refor-mas educacionais a assinalar Que no campo da educação

a forma de enfrentar as mudanças é tão importante Quanto

o conteúdo da própria mudança.

Para finalizar, não poderemos estabelecer

progra-mas políticos e culturais viáveis para permitir a

constru-ção de cidadanias participativas em nosso país se não

levamos em consideração esses processos Que vão

assi-nalando o sentido das transformações educacionais,

iden-tificando aouelas situações mais decisivas para nosso pais,

por exemplo, as discriminações e exclusões sociais de

(10)

diversa origem (por conta de razões de marginalidade econômica. de descaso político. de gênero. de etnia. de

regionalidade). a insegurança psfcuíca e moral Que

pro-voca tais rejeições. o trabalho não valorizado. as

diferen-tes formas de violência urbana. o tráfico. as censuras

intelectuais. artísticas e políticas. a incapacidade moral

do Estado para modernizar-se democraticamente. a falta

de lideranças políticas eticamente corretas. a

demago-gia. o autoritarismo e a própria corrupção.

No Brasil. precisamos de urna

ponmlkjihgfedcbaZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA

educação Que

ve-nha abrir as instituições (no sentido de comprometê-Ias

solidariamente. Que fortaleça a sociedade civil. oue dé

poder às pessoas no exercício da sua cidadania hoje

eníraoueclda poroue alicerçada em conceitos restritos e

pouco estimulantes.

Voltamos assim ao assunto inicial: o do lugar do

sujeito social (educação) em nossa reflexão. dado Que

não é possível imaginar uma democracia participativa sem

uma cidadania crítica e competente. capaz de ser e de se

comportar como sujeito. com capacidade de juízo e

pen-samento crítico Que o faça capaz de transcender a lógica

básica de seus interesses individuais e os problemas da

comunidade e da sociedade mais ampla. com senso

soci-al crítico e autônomo.

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Referências

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