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História. Revisão: Revolução Francesa. Teoria. Os debates históricos

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Revisão: Revolução Francesa

Teoria

Os debates históricos

Iniciada em 1789 com a queda da Bastilha, a Revolução Francesa repercutiu em todo o Ocidente, acelerando o processo de ruptura com o absolutismo e de transição do feudalismo para o capitalismo. A Revolução Francesa, influenciada pelas ideias iluministas, colocou fim ao Antigo Regime francês. Devido às dimensões que esse processo revolucionário tomou, a maioria dos historiadores considera que ele marcou o fim da Idade Moderna e o início da Idade Contemporânea.

A Revolução Francesa foi um dos principais contribuintes da formulação do conceito atual de revolução, que é compreendido por uma ruptura brusca da realidade social, política, econômica e cultural de determinado momento. Assim, a revolução teria superado os privilégios impostos pelo Antigo Regime e dado início à expansão do capitalismo liberal clássico e da consolidação do modo de vida burguês.

O movimento, considerado uma Revolução Burguesa, precisa ser entendido a partir de especificidades sociais, econômicas, políticas e culturais na França daquele período. À medida que consolidavam seu poder econômico e seus valores intelectuais – através do Iluminismo –, setores cada vez mais amplos da burguesia entravam em choque com o absolutismo monárquico, o mercantilismo e instituições do que os revolucionários passaram a chamar como o Antigo Regime.

A interpretação mais comumente aceita da Revolução está ligada, especialmente, à oposição entre a burguesia e a nobreza; porém, para alguns pesquisadores, o acontecimento foi muito mais complexo do que isso. Em defesa dessa interpretação, argumentam que essas classes não eram coesas, uma vez que muitos nobres também partilhavam das atividades comerciais e defendiam o fim da sociedade estamental na França.

Em contrapartida, sabe-se que a compra de títulos de nobreza era algo que se tornava mais comum entre a burguesia que queria desfrutar de um título nobiliárquico. Assim, a alta burguesia e a nobreza, de alguma forma, acabaram se aproximando e se misturando ao longo do tempo. O grande cerne da questão, que teria levado à revolução, não seria o foco na disputa de classes, mas sim a vontade de mudança de grande parte da sociedade que era contra a concentração de poder do Estado.

As discussões citadas acima são algumas das interpretações que foram feitas ao longo dos anos após a Revolução. Vale ressaltar que a História não é um ciclo fechado e acabado, suas narrativas estão em constante disputa e à mercê de interesses de determinados grupos/personalidades. A questão é que a Revolução Francesa, naquele momento, representou um acontecimento sem precedentes e promoveu uma reforma significativa na sociedade francesa, principalmente a partir da sua radicalização.

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2 A França no século XVIII.

A sociedade francesa era dividida em três estamentos. O primeiro e o segundo – clero e nobreza, respectivamente – detinham privilégios e, além de não pagarem impostos, controlavam as terras e possuíam os principais cargos administrativos. A situação do terceiro estado era diversa. Independente da função exercida, todos os indivíduos dessa ordem precisavam pagar impostos, fosse diretamente ao rei ou prestando obrigações servis (no caso dos camponeses).

Dentre os fatores que resultaram na Revolução Francesa, podemos destacar a crise pela qual passava a economia francesa às vésperas de 1789. No setor agrícola, crises climáticas frequentes, ao longo da década de 1780, provocaram uma onda de fome e revolta. Para aumentar a arrecadação, recaíam sobre os camponeses imposições de todo tipo, como os impostos reais, além das obrigações em dinheiro.

A crise econômica foi agravada pelo envolvimento da França na Guerra dos Sete Anos e nas Guerras de Independência das Treze colônias, o que aprofundou o déficit nos cofres do Estado. Muitos pesquisadores acreditam que o outro resultado direto do envio de tropas francesas para auxiliar na Revolução Americana teria sido a criação de um sentimento de luta entre os soldados contra a tirania, inspirado pelos ideais da independência americana. Além disso, ainda existiam os excessivos gastos da corte, que eram pagos pelo Estado, e as próprias divergências políticas internas, até mesmo entre os nobres e o monarca.

A desastrosa administração financeira realizada na França desde Luís XV chegou ao ápice com Luís XVI, no trono desde 1774. Diante da crise, o então ministro das finanças Jacques Necker propôs a convocação dos Estados Gerais – uma reunião com representantes das três ordens sociais – em que sugeriu a cobrança geral de impostos, ou seja, a extensão dos tributos ao primeiro e ao segundo estado. Luís XVI atendeu à primeira recomendação, convocando os Estados Gerais para discutirem a crise orçamentária.

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3 A Assembleia dos Estados Gerais

A reunião dos Estados Gerais, em maio de 1789, no Palácio de Versalhes, dava imediata vantagem ao clero e à nobreza, já que a votação das propostas era feita por estamento, e não por “cabeça”. Clero e nobreza, ambos privilegiados, tendiam a votar contra o Terceiro Estado. Este, representado sobretudo por políticos da burguesia e ciente da sua posição desfavorável, passou a contestar a organização da assembleia, exigindo que a votação fosse feita por “cabeça”.

Após um mês de infrutíferas discussões, o Terceiro Estado se separou e se proclamou legítimo representante da nação. Diante da pressão, o rei aceitou a proclamação da Assembleia Nacional Constituinte, e tal evento marcou o início da revolução política. O monarca, no entanto, preparava um contra-ataque para recuperar o controle; contudo, a situação se radicalizou na sociedade francesa.

No dia 14 de julho de 1789, o povo parisiense, incentivado pelos burgueses da Assembleia e revoltado com as posturas do rei e dos primeiros estados, explodiu em revoltas. Um dos símbolos dessa onda de protestos foi a tomada da Bastilha. O acontecimento, acompanhado de motins camponeses por toda França, marcou o início radical da Revolução Francesa. Assim, o período foi marcado por uma série de invasões e saques dos camponeses às propriedades dos senhores feudais e da Igreja.

A Tomada da Bastilha, de Jean-Pierre Louis Laurent Houel.

Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Francesa#/media/Ficheiro:Prise_de_la_Bastille.jpg Acesso:

13/09/21

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4 Vale destacar que as mulheres foram figuras essenciais durante todo o processo revolucionário. No dia 5 de outubro de 1789, ocorreu a Marcha sobre Versalhes, movimento em que mulheres, especialmente as que trabalhavam nos mercados/feiras de Paris, reuniram-se e marcharam até o Palácio de Versalhes, com a intenção de protestar contra a alta dos alimentos e a favor das reformas políticas propostas pela Assembleia.

Um dos motivos da marcha, que já vinha sendo proposta pelos manifestantes anteriormente, foi o banquete servido aos militares que haviam chegado recentemente a Versalhes para proteger o rei. Com a mobilização das mulheres, uma série de pessoas se juntaram aos protestos e obrigaram o rei a voltar para Paris.

Primeira Fase da Revolução: a Assembleia Nacional Constituinte (1789-1792)

A Assembleia destituiu todos os privilégios dos nobres e elaborou a Declaração dos direitos do Homem e do Cidadão (1789). A Declaração é um grande marco, pois estabeleceu, com base nas teorias iluministas, quais seriam os direitos naturais e universais de todos aqueles considerados cidadãos. Assim, a Revolução introduziu a ideia de igualdade perante a lei, além da garantia de liberdade e propriedade privada. É importante frisar que a Declaração é considerada um dos grandes legados da Revolução Francesa, porém ela não era a favor de uma sociedade igualitária em quesitos que fossem além dos jurídicos e civis, haja vista que uma série de critérios foram criados para garantir que essa proposição não fosse profundamente “democrática”.

Isso se dá porque essa primeira fase da Revolução teve grande participação da alta burguesia, que não era, necessariamente, contra a monarquia, apenas contra o absolutismo. Logo, igualdades econômicas ou de gênero, por exemplo, não eram pautas tão relevantes para muitos dos revolucionários franceses. Observando isso, a ativista francesa Marie Gouze, conhecida como Olympe de Gouges, escreveu a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã.

O novo documento se apresentou como uma crítica aos privilégios masculinos e buscou inserir as mulheres dentro dos princípios de igualdade e liberdade. Ele chegou a ser encaminhado para a Assembleia Nacional, entretanto foi rejeitado pela Convenção no ano seguinte. A autora acabou sendo guilhotinada, em 1793, por seus ideais. Dentre um dos trechos marcantes da declaração, podemos citar:

“Mulher, desperta. A força da razão se faz escutar em todo o Universo. Reconhece teus direitos. O poderoso império da natureza não está mais envolto de preconceitos, de fanatismos, de superstições e de mentiras. A bandeira da verdade dissipou todas as nuvens da ignorância e da usurpação. O homem escravo multiplicou suas forças e teve necessidade de recorrer às tuas, para romper os seus ferros. Tornando-se livre, tornou-se injusto em relação à sua companheira.”

Disponível em: http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Documentos-anteriores-%C3%A0-cria%C3%A7%C3%A3o-da- Sociedade-das-Na%C3%A7%C3%B5es-at%C3%A9-1919/declaracao-dos-direitos-da-mulher-e-da-cidada-1791.html

Ainda destacando as mudanças influenciadas pelo iluminismo, em 1790 a Assembleia instituiu também a Constituição Civil do Clero, que confiscou propriedades da Igreja e determinou que membros do clero fossem funcionários civis do Estado. Assim, o ataque a tradicionais instituições como a Igreja Católica e a nobreza desagradou não só aos cristãos como também às antigas monarquias europeias. Dessa forma, ocorreram muitas migrações de nobres e clérigos, principalmente para a Áustria e a Prússia, além de crescerem as forças contrarrevolucionárias no exterior.

No entanto, ainda que a oposição crescesse, os revolucionários não frearam suas transformações e, em 1791, votaram a primeira constituição francesa, que estabeleceu a liberdade de comércio, o voto censitário (só homens proprietários poderiam votar) e a confirmação do direito à propriedade privada. O sistema de governo passou a ser a Monarquia Constitucional, e a sociedade deixou de ser dividida pelos privilégios decorrentes dos títulos nobiliárquicos, passando a ser hierarquizada pela riqueza e posse de bens. A Constituição,

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5 portanto, deixou evidente as divergências no interior do Terceiro Estado, já que alguns de seus aspectos – como o voto censitário – continuavam excluindo a maioria da população das decisões políticas francesas.

Nesse mesmo contexto, o rei tentou fugir da França, mas foi preso e acusado de conspirar contra os revolucionários. Em 1792, a Prússia invadiu a França, e as tropas francesas, constituídas em sua maioria pelos sans culottes (trabalhadores urbanos), derrotaram os prussianos na Batalha de Walmy. Com isso, os radicais se fortaleceram e fizeram pressão para a substituição da Monarquia pela República.

Segunda Fase da Revolução: Convenção Nacional (1792-1795)

Na fase republicana, a Convenção Nacional assumiu o comando do país, cabendo a ela julgar o destino de Luís XVI e sua família. Inicialmente, o setor mais conservador da Convenção, formado principalmente pela alta burguesia e por nobres (conhecidos popularmente como os Girondinos), tentaram evitar condenações mais duras sobre o rei. No entanto, a ala jacobina, composta por políticos radicais da baixa burguesia, pressionou por uma pena rígida para o que consideravam uma traição do monarca. Assim, os parlamentares condenaram o rei e sua família à execução na guilhotina, que foi cumprida em 21 de janeiro de 1793.

Nesse período, ampliaram-se as tensões entre os deputados da Convenção. Os Girondinos (que sentavam à direita), conhecidos como Planície, assumiram posições conservadoras, com o objetivo de garantir o direito à propriedade. Os Jacobinos (que sentavam à esquerda), também chamados de Montanha, eram liderados por Robespierre e apoiados pelos Sans-Culottes.

Pega a visão: devido a essa divisão espacial citada no parágrafo acima, criaram-se os conceitos de direita e esquerda. Enquanto a direita estava ligada à defesa do fim do Antigo Regime e à implantação de um modelo liberal, a esquerda estaria mais preocupada com uma ruptura mais radical com o absolutismo. Mas cuidado, a utilização desses termos atualmente não é só baseada nesses aspectos citados acima, outros eventos históricos que vieram posteriormente também são essenciais para sua compreensão.

Por proposta dos Jacobinos, foi criado o Comitê de Salvação Pública, dirigido por Danton, que garantia a segurança interna. Nesse mesmo contexto, ocorre uma radicalização da Revolução. Os Sans Cullotes, liderados por Marat e Hébert, cercaram a Convenção e prenderam os deputados Girondinos. Com isso, os Jacobinos assumiram a liderança do movimento. Dessa forma, com o domínio jacobino sobre a política francesa, uma nova Constituição foi promulgada, inspirada nas ideias de Rousseau, e, com ela, homens maiores de 21 anos passaram a ter direito ao voto.

Nesse cenário das radicalizações, Robespierre se tornou líder no Comitê da Salvação Pública e Marat foi assassinado pela Girondina Charlotte Corday. A partir daí, iniciou-se o Período do Terror (1793-95). Foi instituída a Lei dos Suspeitos, que condenava inimigos da Revolução. Estes eram enviados ao Tribunal Revolucionário, responsável pelo julgamento de possíveis traidores.

Durante o Período do Terror, opositores, principalmente os Girondinos, foram mortos e perseguidos. No entanto, vale lembrar que o período também foi marcado por transformações significativas, como a reforma agrária, o tabelamento do preço dos alimentos (Lei do Máximo), o voto universal masculino e a abolição da escravidão nas colônias francesas. Diante da crescente instabilidade e das perseguições internas, grupos conservadores conseguiram restabelecer o poder através do Golpe 9 do Termidor. Robespierre foi guilhotinado e as medidas anteriormente aprovadas foram anuladas. Assim, a alta burguesia girondina voltou novamente ao poder, restabelecendo o voto censitário e a escravidão nas colônias. Começa aí a quarta fase da Revolução.

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6 Pega a visão: todo esse clima de revolução e abolição da escravidão foi essencial para a eclosão de revoltas nas dependências coloniais dos franceses, especialmente no Haiti. Não é por acaso que a Revolução Haitiana, ou Revolta de São Domingos, começou no ano de 1791. Apesar de não ganhar a devida importância, de longe ela é uma das maiores revoluções do século.

Terceira Fase: Diretório (1795-1799)

Na fase final da Revolução, a alta burguesia recuperou o poder e a França vivia uma desastrosa situação econômica, política e social. No âmbito externo, Napoleão Bonaparte ganhava destaque nas campanhas militares.

Internamente, a Conspiração dos Iguais emergia com o apoio popular. No entanto, a insurreição foi esmagada em Paris pelas tropas do governo. Suas demandas eram basicamente o fim das propriedades privadas, igualdade absoluta aos homens e a instalação de um governo popular e democrático, formando “uma comunidade de bens e de trabalho”. Graco Babeuf era o principal líder do movimento, e suas ideias são consideradas as precursoras do socialismo.

Nesse contexto, a situação na França era dramática, a fome, a miséria e a revolta imperavam na vida dos camponeses e dos operários e trabalhadores urbanos. Com a instabilidade do poder e as intensas guerras, a alta burguesia, em conjunto com o exército, planejou um golpe para conter os ímpetos da população, e o jovem general Napoleão Bonaparte derrubou o governo em vigor no golpe do 18 Brumário.

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Exercícios

1.

(Enem-2017) Fala-se muito nos dias de hoje em direitos do homem. Pois bem: foi no século XVIII — em 1789, precisamente que uma Assembleia Constituinte produziu e proclamou em Paris a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Essa Declaração se impôs como necessária para um grupo de revolucionários, por ter sido preparada por uma mudança no plano das ideias e das mentalidades: o iluminismo.

FORTES, L. R. S. O Iluminismo e os reis filósofos. São Paulo: Brasiliense, 1981 (adaptado).

Correlacionando temporalidades históricas, o texto apresenta uma concepção de pensamento que tem como uma de suas bases a:

a) modernização da educação escolar.

b) atualização da disciplina moral cristã.

c) divulgação de costumes aristocráticos.

d) socialização do conhecimento científico.

e) universalização do princípio da igualdade civil.

2.

(FUVEST-2016)

A imagem pode ser corretamente lida como uma:

a) defesa do mercantilismo e do protecionismo comercial ingleses, ameaçados pela cobiça de outros impérios, sobretudo o francês.

b) crítica à monarquia inglesa, vista, no contexto da expansão revolucionária francesa, como opressora da própria sociedade inglesa.

c) alegoria das pretensões francesas sobre a Inglaterra, já que Napoleão Bonaparte era frequentemente considerado, pela burguesia, um líder revolucionário ateu.

d) apologia da monarquia e da igreja inglesas, contrárias à laicização da política e dos costumes típicos da Europa da época.

e) propaganda de setores comerciais ingleses, defensores dos monopólios comerciais e contrários ao livre-cambismo que, à época, ganhava força no país.

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3.

(Enem-2007) Em 4 de julho de 1776, as treze colônias que vieram inicialmente a constituir os Estados Unidos da América (EUA) declaravam sua independência e justificavam a ruptura do Pacto Colonial.

Em palavras profundamente subversivas para a época, afirmavam a igualdade dos homens e apregoavam como seus direitos inalienáveis: o direito à vida, à liberdade e à busca da felicidade.

Afirmavam que o poder dos governantes, aos quais cabia a defesa daqueles direitos, derivava dos governados. Esses conceitos revolucionários que ecoavam o Iluminismo foram retomados com maior vigor e amplitude treze anos mais tarde, em 1789, na França.

Emília Viotti da Costa. Apresentação da coleção. In: Wladimir Pomar. Revolução Chinesa. São Paulo: UNESP, 2003 (com adaptações).

Considerando o texto acima, acerca da independência dos EUA e da Revolução Francesa, assinale a opção correta:

a) A independência dos EUA e a Revolução Francesa integravam o mesmo contexto histórico, mas se baseavam em princípios e ideais opostos.

b) O processo revolucionário francês identificou-se com o movimento de independência norte- americana no apoio ao absolutismo esclarecido.

c) Tanto nos EUA quanto na França, as teses iluministas sustentavam a luta pelo reconhecimento dos direitos considerados essenciais à dignidade humana.

d) Por ter sido pioneira, a Revolução Francesa exerceu forte influência no desencadeamento da independência norte- americana.

e) Ao romper o Pacto Colonial, a Revolução Francesa abriu o caminho para as independências das colônias ibéricas situadas na América.

4.

(UNICENTRO-2016) A Revolução Industrial ocorrida na Inglaterra integra o conjunto das “Revoluções Burguesas” do século XVIII, responsáveis pela crise do Antigo Regime, na passagem do capitalismo comercial para o industrial. Os outros dois movimentos que a acompanham são a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa, que, sob influência dos princípios iluministas, assinalam a transição da Idade Moderna para a Contemporânea. Em seu sentido mais pragmático, a Revolução Industrial significou a substituição da ferramenta pela máquina e contribuiu para consolidar o capitalismo como modo de produção dominante. Esse momento revolucionário, de passagem da energia humana para motriz, é o ponto culminante de uma evolução tecnológica, social e econômica, que vinha se processando na Europa desde a Baixa Idade Média.

A REVOLUÇÃO... 2016 A independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa são consideradas revoluções burguesas por:

a) suprimir a sociedade estamental e estabelecer a ampla participação popular e democrática.

b) acabar com as diferenças sociais e implantar os princípios da liberdade política e da igualdade social.

c) consolidar a diplomacia como mecanismo de solução dos conflitos políticos, extinguindo os conflitos bélicos.

d) superar as restrições à liberdade de comércio e de produção, consolidando os princípios do liberalismo econômico.

e) estabelecer o fim dos privilégios de classe e apoiar militarmente os movimentos de independência das colônias ibero-americanas

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5.

(Enem-2020) Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão — 1789

Os representantes do povo francês, tendo em vista que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo dos direitos do homem são as únicas causas dos males públicos e da corrupção dos governos, resolveram declarar solenemente os direitos naturais, inalienáveis e sagrados do homem, a fim de que esta declaração, sempre presente em todos os membros do corpo social, lhes lembre permanentemente seus direitos e seus deveres, a fim de que as reivindicações dos cidadãos, fundadas em princípios simples e incontestáveis, se dirijam sempre à conservação da Constituição e à felicidade geral.

Disponível em: www.diretoshumenosusp.br Acesso em: 7 jun 2018 (adaptado).

Esse documento, elaborado no contexto da Revolução Francesa, reflete uma profunda mudança social ao estabelecer a

a) manutenção das terras comunais.

b) supressão do poder constituinte.

c) falência da sociedade burguesa.

d) paridade do tratamento jurídico.

e) abolição dos partidos políticos.

6.

(Enem-2010) Em nosso país queremos substituir o egoísmo pela moral, a honra pela probidade, os usos pelos princípios, as conveniências pelos deveres, a tirania da moda pelo império da razão, o desprezo à desgraça pelo desprezo ao vício, a insolência pelo orgulho, a vaidade pela grandeza de alma, o amor ao dinheiro pelo amor à glória, a boa companhia pelas boas pessoas, a intriga pelo mérito, o espirituoso pelo gênio, o brilho pela verdade, o tédio da volúpia pelo encanto da felicidade, a mesquinharia dos grandes pela grandeza do homem.

HUNT, L. Revolução FrancesaeVida Privada, in: PERROT, M. (Org). História da Vida Privada: da Revolução Francesa à Primeira Guerra. Vol.4. São Paulo: Companhia das Letras,1991(adaptado).

O discurso de Robespierre, de 5 de fevereiro de 1794, do qual o trecho transcrito é parte, relaciona-se a qual dos grupos político-sociais envolvidos na Revolução Francesa?

a) À alta burguesia, que desejava participar do poder legislativo francês como força política dominante.

b) Ao clero francês, que desejava justiça social e era ligado à alta burguesia.

c) A militares oriundos da pequena e média burguesia, que derrotaram as potências rivais e queriam reorganizar a França internamente.

d) À nobreza esclarecida, que, em função do seu contato com os intelectuais iluministas, desejava extinguir o absolutismo francês.

e) Aos representantes da pequena e média burguesia e das camadas populares, que desejavam justiça social e direitos políticos.

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7.

(UNICENTRO-2018) “Para o historiador, todos os acontecimentos, mesmo os remotos, têm atualidade e vida. Mas isso é ainda mais verdadeiro no caso da Revolução Francesa de 1789, que transformou o modo de vida até daqueles que pouco souberam ou sabem sobre ela, até hoje em dia. Não será exagero dizer que ela ajudou a dar forma ao mundo ocidental contemporâneo, moldando as instituições e os ideais que nos animam e que consideramos universais.”

GRESPAN, Jorge. Revolução Francesa e Iluminismo. São Paulo: Contexto, 2003, p. 9.

Sobre a Revolução Francesa é correto afirmar:

a) A Revolução Francesa ocorreu em meio a uma crise econômica e foi produto de revoltas de burgueses, camponeses e trabalhadores urbanos.

b) A Revolução Francesa é considerada a primeira Revolução Comunista, pois, até hoje, esse sistema molda as instituições no mundo ocidental.

c) Foi uma revolução comandada por Napoleão Bonaparte que, influenciado pelo Iluminismo, organizou um golpe de estado contra Luiz XVI.

d) A Revolução Francesa foi um movimento caracterizado pelo terror, organizado pelo revolucionário Robespierre, em apoio ao absolutismo de Luiz XVI.

e) Trata-se de uma revolução burguesa, inspirada no Iluminismo e comandada por Robespierre, na qual o Czar Nicolau II foi executado na guilhotina.

8.

(Enem PPL – 2012) TEXTO I

O Estado sou eu.

Frase atribuída a Luís XIV, Rei Sol, 1638–1715. Disponível em: http://portaldoprofessor.mec. gov.br. Acesso em: 30 nov.

2011.

TEXTO II

A nação é anterior a tudo. Ela é a fonte de tudo. Sua vontade é sempre legal; na verdade é a própria lei.

SIEYÈS, E–J. O que é o Terceiro Estado. Apud. ELIAS, N. Os alemães: a luta pelo poder e a evolução do habitus nos séculos XIX e XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.

Os textos apresentados expressam alteração na relação entre governantes e governados na Europa.

Da frase atribuída ao rei Luís XIV até o pronunciamento de Sieyès, representante das classes médias que integravam o Terceiro Estado Francês, infere-se uma mudança decorrente da:

a) ampliação dos poderes soberanos do rei, considerado guardião da tradição e protetor de seus súditos e do Império.

b) associação entre vontade popular e nação, composta por cidadãos que dividem uma mesma cultura nacional.

c) reforma aristocrática, marcada pela adequação dos nobres aos valores modernos, tais como o princípio do mérito.

d) organização dos Estados centralizados, acompanhados pelo aprofundamento da eficiência burocrática.

e) crítica ao movimento revolucionário, tido como ilegítimo em meio à ascensão popular conduzida pelo ideário nacionalista.

(11)

11

9.

(UFVJM-MG-2017-adaptada) Este quadro, elaborado pelo historiador Philippe Fabry, apresenta informações acerca da noção de direita e esquerda na França, após a Revolução Francesa.

DATA ESQUERDA RADICAL ESQUERDA DIREITA DIREITA RADICAL

1789 República Monarquia

Constitucional

Monarquia tradicional

Monarquia Feudal 1840 República social República Monarquia

Constitucional

Monarquia Tradicional 1900 República socialista República

social

República Monarquia Constitucional

Fonte: http://www.ensinarhistoriajoelza.com.br/esquerda-e-direita-rotulos/Acesso em 29 de maio de 2017.

Considerando as informações desse quadro, pode-se afirmar que:

a) na França do século XIX, os termos direita e esquerda são estáveis e não há oscilações históricas ou nuances ideológicas.

b) o período após a Revolução Francesa é marcado por movimentos liberais e os termos direita e esquerda caem em desuso.

c) os rótulos esquerda e direita, no final do século XIX, indicam uma aproximação do legado social e econômico da Revolução Francesa.

d) a Revolução Francesa, de 1789, promoveu o uso político dos termos direita e esquerda como posições associadas ao regime político.

e) em 1840, a ideia de república socialista era difundida por autores como John Locke e Adam Smith.

(12)

12

10.

(UEMA-2015)

A imagem se refere à situação das receitas e das despesas do Estado francês na década de 1780.

Pode-se analisar pelos dados que:

a) a maior arrecadação do Estado era proveniente dos impostos diretos, pagos, em sua grande maioria, pelos representantes da Igreja Católica francesa, uma das mais poderosas da Europa.

b) o elevado déficit público do Estado francês foi um elemento central para o contexto histórico de profunda crise econômica que favoreceu a eclosão da Revolução Francesa em 1789.

c) a crise econômica relacionava-se diretamente às questões internas, já que, no cenário internacional, os negócios contribuíram de forma significativa para as receitas do Estado francês.

d) os gastos com o pagamento da dívida representavam uma pequena parcela das despesas estatais, o que indicava a possibilidade de recuperação rápida da economia francesa.

e) a opulência da nobreza francesa era a responsável pela fração mais elevada dos gastos do Estado, seu principal financiador.

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Gabarito

1. E

O iluminismo, corrente filosófica do século XVIII, teve como um dos seus pilares o ideal de igualdade jurídica entre os cidadãos, prezando assim que os homens de qualquer estado pudessem ter garantias e direitos iguais.

2. B

A gravura apresenta uma alegoria francesa criticando os ideais monarquistas da Inglaterra e a opressão que esse sistema proporciona ao povo dentro da perspectiva iluminista.

3. C

Nos dois processos a influência do iluminismo evidenciou a busca dos revolucionários por igualdade política e maior liberdade contra regimes considerados opressores.

4. D

A Revolução Francesa e a Independência das 13 colônias são dois processos influenciados pelos ideais iluministas, sobretudo pelo liberalismo, colocando assim a burguesia como uma das principais protagonistas de dois processos revolucionários que buscavam a conquista de maior liberdade.

5. D

A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão foi criada em um contexto de ascensão da burguesia e dos ideais iluministas durante a Revolução Francesa. Portanto, a Declaração representa a defesa de ideais como a liberdade e a igualdade jurídica.

6. E

Ao afirmar que “queremos”, Robespierre se coloca como um representante dos interesses do 3º estado, composto pela burguesia, trabalhadores urbanos e camponeses que desejavam o fim dos privilégios clericais e nobiliárquicos, o fim das tiranias.

7. A

Enquanto os outros itens destacam de forma equivocada a Revolução Francesa como um processo liderado por Napoleão, ou ocorrido na Rússia, ou em apoio ao absolutismo, apenas a alternativa A apresenta as características verdadeiras do processo.

8. B

Enquanto na primeira frase o próprio rei se confunde com o Estado e com a Nação, ao centralizar os poderes, na segunda o autor ressignifica a ideia de nação, aproximando-a do povo e dos interesses do terceiro estado.

9. D

Em 1789, como demonstra a tabela, o uso dos termos direita e esquerda se referia ao interesse dos grupos quanto aos aspectos políticos, ou seja, sobre a organização do governo francês, fosse através da monarquia tradicional, da monarquia constitucional, da monarquia feudal ou da república.

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14 10. B

A imagem demonstra os gastos da França às vésperas da Revolução com questões como guerras, gastos da Corte, pensões e dívidas que elevavam cada vez mais a crise no reino. Essa questão econômica afetava diretamente as populações mais pobres, que sentiam esse déficit na falta de alimentação e nas infraestruturas precárias da cidade.

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