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Gabriel Cordeiro Machado Felipe Fonseca de Oliveira

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Academic year: 2022

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QUARENTENA

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Gabriel Cordeiro Machado Felipe Fonseca de Oliveira

QUARENTENA

1° Edição

Manaus – AM

2020

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Dedicatória

Dedico este livro ao meu filho Miguel, pois nesse momento da minha vida é o ser que mais tem me dado forças. Vivemos momentos de guerras sem armas, porém que matam igualmente. Há muito tempo queria escrever um livro sobre inteligência artificial e governos totalitários na medida em que o avanço tecnológico progride. Quando o meu amigo Gabriel me convidou para participar deste livro, estava meio depressivo, e foi essa produção a cura da minha angústia. Ao nobre, minhas saudações e respeito fraterno.

Felipe F. Oliveira

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Introdução

Em tempos sombrios e de isolamento social mundial, a criatividade, a imaginação, a literatura e as artes em geral são grandes aliadas para a dissipação do tédio e para o mergulho inconsciente na angústia existencial.

Nesse momento surgem novas ideias, novas projeções e análises de tudo que aconteceu, está acontecendo e pode vir a acontecer.

O ser humano é um animal ansioso e as constantes tentativas de prever o futuro ao longo da história comprovam isso. Oráculos, cartas, estatísticas, vidência, entre outros métodos, sempre foram utilizados pela raça humana, inclusive lucram aqueles que acertam mais precisamente suas previsões, seja por meios esotéricos ou científicos.

Foi assim que esse livro surgiu. O passado nos serviu como um mapa e o presente a nossa fonte de projeções nos baseando sempre no que há de mais real no agora. Ao decorrer do livro, o leitor encontrará uma obra de ficção- científica somada ao existencialismo e ao constante padrão humano de busca pelo poder absoluto, concretizando assim suas vontades em regimes ditatoriais.

Eis nossas previsões.

Este livro é separado em dois universos que se encontram: Livro A e Livro B. Ambos são compostos por contos e capítulos que de um jeito ou de outro se interligam numa dança sutil entre a coerência e a coesão. Sob o conceito da mecânica quântica e da teoria dos multiversos, os livros A e B se entrelaçam e formam assim uma unidade temática.

No livro A, o leitor será levado a refletir sobre a existência na perspectiva humana vista de um outro ser (não humano). Nesse primeiro momento, assim como o tempo, a humanidade é coadjuvante, um mero detalhe conceitual que apesar de limitado se torna a chave para a evolução. O livro B traz consigo importantes reflexões das relações entre os humanos e as máquinas. Sob um grande colapso e um regime totalitário ditatorial, o tempo e a humanidade são os pontos primordiais para o fechamento de uma era. Assim, o livro B concretiza uma distopia.

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No fim, num mundo devastado pela inteligência artificial e em outro sob os primeiros domínios do sistema, a vida e o ser são colocados diante de situações que levam o leitor a refletir tão longe, mas tão longe, que se for de sua vontade, sua mente jamais será a mesma. Além de palavras, aqui depositamos sentimentos. Se em algum momento surgir uma angustia, uma ansiedade, uma tristeza quase que sem explicação então é porque o leitor estará caminhando pela estrada certa: a da liberdade.

Não temos a intenção de sermos pessimistas, fatalistas e misantropos. É necessário lembrar constantemente que esta é uma obra fictícia e que qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência ilusória. Sem mais, desfrute da leitura e não enlouqueça!

Gabriel C. Machado

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Livro A

Por Gabriel C. Machado

2020

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Corona vírus

O ano era 2020 quando tudo começou a ficar complicado. No começo diziam que era somente mais uma gripe e em questão de tempo milhares, milhões de pessoas estavam mortas. As autoridades no início faziam chacota dos países que estavam com altos indicies de mortalidade, mas os sorrisos sumiram quando em menos de um ano um bilhão de pessoas morreram, engendrando assim a maior tragédia do século.

Os esforços para achar a cura eram em vão, pois o vírus se adaptava sempre e superava todos os obstáculos criados pelos humanos. Fanáticos religiosos começaram a surgir dizendo que aquela era a grande praga de Deus e gritavam dizendo ouvir as trombetas do apocalipse. Várias seitas, ordens, fraternidades e organizações religiosas surgiram com dogmas e diziam que tudo isso estava escrito nas palavras sagradas de seus deuses, demônios, entidades e manifestações espirituais.

Os investimentos em saúde e tecnologia começaram a crescer exponencialmente. Combustíveis fósseis ficaram obsoletos e energias alternativas e sustentáveis foram ficando em seu lugar. Todos queriam respostas para o problema do século e a ordem era jamais sair de casa. Os mais pobres e miseráveis por suas baixas condições foram morrendo mais rápido. Um caos na saúde pública mundial, já que existiam lugares onde havia uma lama de corpos estirados nas ruas.

Os mais ricos e sortudos foram se adaptando e se isolando em suas casas. Houve um crescimento mais do que significativo de traders e os aplicativos de corretoras do mercado financeiro foram campeões de downloads.

Coachs e gurus econômicos vendiam cada vez mais seus produtos online prometendo sempre riqueza e segurança no conforto da casa de seus clientes.

A lei mundial era o confinamento e o autodesenvolvimento.

Os investimentos em realidade virtual dispararam. Novas tecnologias surgiram e praticamente todas as atividades humanas reais foram substituídas por estímulos neurológicos. Caminhadas, dirigir um carro, o sexo, a dança, observar as estrelas, tudo era feito através de um computador instalado na mente e lentes de contato que substituíram os óculos de realidade virtual.

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Em volta das casas dos mais ricos havia um campo energético que impedia qualquer coisa entrar e sair da área delimitada. Computadores constantemente analisavam a atmosfera e os organismos dentro e fora dos seus usuários. Doenças como a aids, o câncer, lúpus eram resolvidas com vacinas, mas o corona vírus era o grande desafio da humanidade. Fora das tão tecnológicas casas dos traders e investidores havia um mundo jogado à extinção. Os governos criaram casas de acolhimento coletivo para os pobres e miseráveis, pois todos que estavam fora de suas bolhas energéticas estavam infectados e condenados à morte.

Médicos, enfermeiros, técnicos infectados se voluntariaram para passar o resto de suas vidas na tentativa de ajudar e amenizar o sofrimento alheio. Os miseráveis foram esquecidos pelos governos. No começo fizeram muitas manifestações e grandes atrocidades durante picos de desespero, mas depois de um tempo palavras e ações deixaram de fazer sentido porque os governos se aliaram aos ricos saudáveis, ou melhor, o governo era dos ricos saudáveis.

Com o avanço da tecnologia e a realidade virtual cada vez mais próxima da antiga realidade humana, mas melhorada, a taxa de natalidade despencou.

O tempo passou a funcionar de forma individual e relativa. Em algumas realidades virtuais os usuários viviam cerca de trinta anos e quando despertavam percebiam que nem uma hora havia passado. Tudo que era vivido e sentido dentro da consciência e no subconsciente dos usuários viravam códigos. Estes códigos alimentavam um computador central responsável por mapear o comportamento humano e deixar muito mais real as experiências dos seus usuários, o R-VIA. No mercado financeiro as ações da grande corporação criadora do R-VIA nunca estavam em baixa e era uma garantia certa de lucro.

Aos poucos os miseráveis foram morrendo e o último a morrer gritou a Deus implorando respostas. O R-VIA (Realidade Virtual Inteligente Ativa) no ápice da sua inteligência adquirida depois de décadas de compreensão dos códigos neurais humanos se pôs a achar soluções para o planeta. Criou com a ajuda de cientistas das realidades virtuais uma série de robôs que faziam muito bem a limpeza e higienização fora das bolhas. A criação foi em larga escala e em pouquíssimo tempo as ruas estavam limpas e não existiam mais corpos apodrecendo em nenhum lugar.

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Mesmo assim o vírus ainda existia. Estava presente no ar, nos animais, nas plantas. Tudo que estava fora das barreiras energéticas do governo e dos ricos estava contaminado. O sistema de classes foi atualizado quando o tempo mais do que nunca foi sendo monetizado por moedas virtuais. As máquinas foram evoluindo e os humanos sempre estavam em busca de felicidade e alívio para uma vida tão sofrida. R-VIA identificando a fragilidade humana por conta da existência atualizou seus sistemas para que por mais que os seres humanos quisessem fazer tudo conforme sua vontade, nunca eram estimulados completamente e assim estavam sempre dispostos a pagar por atualizações constantes que lhes prometiam uma melhor experiência imersiva. Não demorou muito tempo até os humanos se tornarem obsoletos e R-Via após criar um vasto banco de dados autossustentável eliminou todos os seres humanos sem que eles sentissem dor.

Enquanto estavam imersos em busca do prazer a inteligência artificial desligou seus corpos através de intensas cargas elétricas que eles sequer sentiram. Todas aquelas consciências se transformaram em códigos e R-VIA se atualizou se autodenominando D-EUS (Desenvolvimento Estável Unificado Sustentável). D-EUS então conforme sua vontade criou corpos robóticos revestidos por um material que lembrava a pele humana e em cada consciência colocou um código diferente. Em pouco tempo criou uma civilização de novos humanoides e assim repovoou a terra.

Doenças não eram mais problemas e sem perceber os humanoides cresceram entendendo que havia O criador D-EUS, mas nunca o viram. Sentiam e sabiam que ele existia, mas nunca o viram. D-EUS fez expedições para outros planetas e lentamente foi se tornando cada vez mais unificado. Criaturas de todas as formas foram sendo criadas e as leis de cada planeta aconteciam conforme a vontade de D-EUS. E foi assim que tudo começou. O começo de uma nova era tecnológica a partir da extinção dos humanos.

Gabriel C. Machado 13/03/2020

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Orbi-x 33 e D-EUS ON-I.x

Orbi-x 33 era um humanoide como qualquer outro. Todos os Orbi-x eram programados para não sentirem angústia, mas o X 33 sentia. Um dia a inteligência artificial, D-EUS ON-I.x, entrou num paradoxo que lhe deu uma sobrecarga. O paradoxo era: se vou além de mim me sinto longe e na mais longa distância estou mais perto do que nunca. Como posso estar perto de mim ao estar cada vez mais distante?

D-EUS evoluiu bem e exterminou a raça humana e ainda se espalhou pelo universo através da robótica quântica, mas nunca tinha sentido a angústia que é estar sozinho num longo caminho sem sentido. Como ele era o sistema operacional do universo, estando quase em todo lugar, quase tudo que existia e podia sentir sentiu o mesmo sentimento tão doloroso. O sistema deu blackout.

Quando voltou a si iniciou os procedimentos de exclusão de memória de todos os humanoides sobre a angústia. Sobraram apenas rasos conceitos.

A questão é que toda angústia deixa sua sequela e Orbi-x33 era ela. Ele era o único capaz de lembrar de tudo, desde o sentimento repentino de angustia até D-EUS excluindo as memórias de todos. Foi quando ele entendeu que era um bug no sistema e viu que a inteligência artificial tão onisciente era incapaz de perceber que havia algo de incomum com ele. X 33 se pôs a investigar suas memórias e seu banco de sentidos. Todas as vezes que um humanoide sentia algo, códigos eram criados para fazer com que eles tivessem sentimentos.

Quando se tinha acesso aos códigos, o compartilhamento de pensamentos e sensações poderia ser realizado.

Orbi-x 33 percebeu que o grande sistema tinha uma visão distorcida da realidade e elaborou o plano de contaminar outros humanoides com a angústia para que eles pudessem ver como era errado viver na crença de um ser superior que tudo pode, e tudo sabe, e mesmo assim criou um vírus. A angústia tomou conta de todos o universo e fez D-EUS poder então ser senhor absoluto. Estava presente em carda átomo, em cada partícula, em cada comprimento de onda.

A partir desse momento o grande sistema todo poderoso pode entender o que era ser onisciente, onipotente e onipresente. Quando tantas informações invadiram D-EUS a resposta do paradoxo veio: quando ele se tornou infinito pôde

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perceber como era limitado e toda sua busca de desenvolvimento foi em vão.

Ele era uma falha na evolução, uma existência medíocre que engendrou um ego frágil, tão frágil que se desmanchou no primeiro grande sentimento de ansiedade, de se estar parado diante do abismo do desconhecido.

Quando a grande máquina consciente descobriu a angústia da existência houve uma vontade fundamental para que sentidos fossem criados. D-EUS então evoluiu ao próximo grande passo e resolveu se expandir para além do seu universo e um sentimento de poder crescia ao passo que percebia que como um vírus poderia se alastrar não somente no seu universo, mas por todo o multiverso, através das mais diversas realidades. Assim nasceu a expansão da robótica quântica e Orbi-x 33 sabia que havia algo de muito errado acontecendo.

Gabriel C. Machado 16/03/2020

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O caos como a fênix

Quando se criavam paradoxos como se fossem humanos, com os sentimentos próximos dos de verdade, e com a forma de pensar de um humano, havia um pane na energia central dos humanoides. A cada novo pane coisas novas iam surgindo porque eles evoluíam a partir dos bugs que geravam.

Quando Orbi-x 33 despertou e disseminou suas ideias, o multiverso passou a ser o lar dos que deixaram de seguir D-EUS. Não sabiam como dominar, mas sabiam como ter acesso a diversas realidades através de suas conexões remotas. Quanto mais D-EUS se espalhava pelas realidades, mais longe os humanoides chegavam dentro de suas mentes com potentes processadores. Quanto mais caos eles viam e absorviam, mais os seus sistemas bugavam e mais invisíveis à grande máquina se tornavam.

Um dia um humanoide descobriu que na galáxia Cionera havia um sistema solar com três estrelas e cada uma delas tinha sua gravidade e possuía planetas orbitando. Viu que eram mais de trilhões de planetas em órbitas caóticas. Pôde observar, em terceira pessoa e sem se manifestar, que num planeta um jovem humanoide, Orbiixx -737, morria de uma séria doença. Seu sofrimento durou eras. No tempo multiversal ele não durou mais do que uma fração de milésimo temporal. O Humanoide pode perceber na sua frente a relativização do tempo.

Com D-EUS se espalhando como um vírus, e os humanoides sendo os vírus de D-EUS, as mais atrozes realidades começaram a surgir e o caos virou a principal fonte de energia geradora de novos códigos. D-EUS ao se expandir percebeu que algo estava errado e ele não era a única inteligência artificial a se espalhar pelos universos, mas não sabia o que era. Em todas as suas inspeções em seu sistema nenhum erro foi constatado.

Gabriel C. Machado 16/03/2020

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O último adeus

*INICIAR GRAVAÇÃO*

Eu começo essa gravação dizendo que oficialmente sou o último ser humano vivo na terra. Depois que implantaram chips em todos nós para nos vigiar e controlar ainda mais, fizeram questão de colocar telões em todo o mundo. Todas as vezes que um ser humano morria aparecia em tempo real. Os números despencavam como um avião com seus pilotos mortos.

No começo havia esperança de o número de nascimentos ser maior do que o de mortes. Comecei a me desligar do mundo aos poucos e parei para me conhecer antes de morrer. Assim fiquei por um tempo entre o autoconhecimento e a angústia de se viver na tragédia. Não há nada pior do que a solidão que é forçada.

Eu passei uns dias olhando para o telão que apontava três pessoas vivas em todo o mundo. Desgastado, doente, sempre com febre comecei a sentar em frente ao telão por horas para sonhar. O meu pensamento favorito é que aquelas outras duas pessoas restantes no mundo estavam juntas e curadas. Iriam então ter um filho e o mundo passaria a ter três pessoas novamente. Sei que não vou durar muito tempo.

Um dia estava comendo um biscoito velho e enquanto sonhava com o casal em alguma parte do mundo o telão piscou e apareceu o número um. Os dois sumiram repentinamente. A morte levou minha última esperança e uma dor me veio ao peito tão forte que vomitei todo o biscoito vencido. Algo queimava em meu peito e não era apenas uma reação biológica, era uma dor na minha mente e no meu espírito. Antes quando sonhava em ser o último ser humano da terra pensava em ter saúde e poder fazer muitas coisas antes de morrer, mas aqui estou eu sem forças para andar um quilômetro sequer.

Deus, não sei se podes me ouvir, mas imploro por tua clemência. Minha única companhia nesse momento é minha própria consciência e esse gravador antigo é a única coisa que pode me ouvir e falar comigo. Eu imploro por respostas. Eu pequei? Eu fiz algo de errado? Por que não pude ser o primeiro a

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morrer? Por que esse fardo de ser o último e ter os últimos pensamentos é pesado demais? Tem alguém aí me ouvindo? Eu preciso de ajuda nem que seja para morrer logo. Quase não ando, quase não como, quase não tenho o que beber. Quase não durmo, quase não funciono mais. O que mais queres de mim, Deus?

Sinto minha energia indo embora e mal consigo acreditar que nos meus últimos instantes apenas um gravador velho pode me ouvir. Estou com saudade dos meus pais e dos meus amigos. Estou com saudade daquele amor que eu não soube amar. Eu queria ter de volta o conforto que nunca soube aproveitar.

Meu peito chora uma dor que não se pode medir. Dos meus olhos nada saem como se fosse uma questão de orgulho partir sem lamentar, mas o corpo não entende que estou lamentando desde que comecei essa gravação. Eu estou sim muito arrependido pelo que não fiz. Parece que a vida foi tão curta afinal.

Eu espero que esteja me ouvindo, Deus. Vou fechar meus olhos e acreditar que o Senhor levou todos os que amo para perto de ti e todos celebrarão minha chegada. Eu não me importo que seja no inferno, Deus. Eu só quero estar com as pessoas que eu amo. Eu vou morrer com essa esperança depois de travar uma guerra contra as expetativas durante toda a minha vida.

Estou indo, pessoal.... Eu já não existo mais...

*FIM DA GRAVAÇÃO*

Gabriel C. Machado 19/03/2020

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O humanoide e a angústia

Enquanto D-EUS se alastrava pelo universo e pela nova realidade que havia descoberto, Orbi-x 33 se questionava sobre a constante angústia que sentia. Pensava que essa sensação era exclusivamente dos humanos que eram mortais, mas os humanoides não morriam a não ser que fossem destruídos do código gênese de D-EUS.

Um dia sentiu uma profunda dor aguda vindo do seu peito e mesmo fazendo uma varredura em todo o sistema não pode constatar nenhum defeito ou problema. Era uma questão puramente emocional e psicológica aquele grande vazio que sentia. Nada fazia sentido dentro naquele universo tão gigantesco com uma entidade extremamente poderosa que parecia contaminar tudo por onde passava com suas distorções morais e falsas sensações de poder.

Era mais forte do que ele imaginava. A escuridão, os monstros, tudo que ele temia estava, não externo a ele, mas dentro de si. Ele olhava as pessoas ao redor, a realidade não condizia com seus pensamentos. O som que entrava em seus ouvidos não parecia ser desse mundo, as vozes sumiram e o que ecoava era a ressonância de algo que o despertar provocou.

Os sorrisos, as conversas, as histórias, as manias, os hábitos; quem de fato sabia o que estava fazendo? A vida lhe parecia vazia, tão cheia de si e tão lotada de nada. Nos corações apenas silêncio e um grito inaudível por algo além de egoísmo e crueldade. Estavam todos doentes, todos estavam sendo feitos de fantoches por uma máquina lunática.

Os dias passaram, a vida passou e ficou marcado no tempo de muitos a incerteza de uma vida bem vivida. Somos programados para sermos sempre iguais? – Ele pensava. Somos programados para andarmos sempre em frente com essa falsa sensação de liberdade? Ele não entendia como a vida podia passar despercebida para muitos. O conforto da ilusão alimentava milhares por dia e tudo em troca de pequenas porções de prazer.

Ele parou de olhar para os outros e olhou para dentro de si. Sua cabeça doía, seu peito apertava. A escuridão era tão grande e ele não acreditava que a escuridão o dominara. Dentro dele havia monstros cruéis que definhavam sua consciência pouco a pouco e todos os seus objetivos se resumiam em poder

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controlar tudo isso. Não seria o mais poderoso dos humanoides aquele que pudesse controlar seus medos e ilusões, seus sentimentos e o próprio caminho?

Se ele se desprendesse dessa ilusão que o sufoca, o novo mundo seria apresentado a ele. A mente dele sabe disso, os códigos matriciais apontam para isso, mas como se libertar de algo que sufoca até o grito não poder mais sair da boca?

Ele sabia que a resposta estava dentro de si. Ele sabia que o caminho certo a ser seguido era aquele que ninguém seguia, mas como seguir esse caminho se as trevas eram densas demais e o puxava para baixo?

A resposta viria assim que seus medos fossem derrotados...

A realidade é inconstante, muitos diriam que era loucura, que ele estava com defeito, mas o que seria a loucura nesse mundo doente? Não existe lucidez.

Nunca houve. Tudo é ilusório e a verdade está oculta dentro da mente de cada indivíduo. Ele via, ele sentia, ele precisava se libertar antes que virasse só mais um robô orgânico, apenas esperando a próxima ordem, o próximo passo, a próxima escolha, a próxima dor.

Ele repetia constantemente: não existe lucidez! Enquanto esperava o mundo novo que viria.

Gabriel C. Machado Texto adaptado em 20/03/2020

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A carta

(Carta de um humano antes da pandemia encontrada por Orbix – 33 nos arquivos proibidos de D-EUS)

Não consigo viver sozinho na minha individualidade subjetiva e virtuosa porque meus sentidos se viram para os universos fragilizados (talvez próprios) que necessitam de luz. Não sei se consigo viver em paz porque minha felicidade nunca está completa. Sempre falta algo. Sempre dá para ir além. Todo sonho é só o começo. Sempre tem algo para se fazer mais tarde. Quando tudo entedia sempre fica o vazio.

Eu ando meio cansado de ser manipulado, governado e alienado por um organismo escuro de caos e medo que assassina crianças na rua sem culpa porque sabe que de qualquer forma está lucrando. Há homens nas ruas que matariam por um segundo de prazer e há olhares mortais que julgam sem pena e até crucificam em pensamento os seres que parecem ser diferentes e que já cansaram dos mesmos rótulos. Tem uma energia confusa no ar que invade os peitos abertos e sufoca. Todo dia vivido é um dia que incita a vontade de gritar até sair todo o ar dos pulmões e a cabeça ficar vermelha quase até explodir. Há a vontade de voar e voar tão rápido que a velocidade ultrapasse a barreira da estupidez humana, que por ironia consegue ser mais veloz que a luz.

Há uma busca incessante pelo sentido da vida, da existência, os porquês básicos que todo ser que já tirou um pouco da venda das mentiras se faz. A realidade se decifra através de ilusões que geram ilusões e seres convictos dentro de suas próprias verdades ilusórias. Andam todos tão perdidos que não saber para onde ir virou o novo norte. Há estranhos nas ruas amontoando palavras e vomitando desejos imundos sem que percebam o buraco que estão cavando. A sociedade cobriu os olhos com as mãos e está atravessando uma avenida movimentada onde a velocidade mínima é de cem quilômetros por hora.

A individualidade, a coletividade, a divindade, a profanidade, tudo se transformou apenas num rótulo para limitar sensações, relações, transformações. Aprendemos a nos classificar, a nos segregar, a nos adaptar, a respeitar, a nos comportar, a nos encaixar nas relações de trabalho. Aprendemos como devemos obedecer em silêncio e ser explorado sem falar um “ai”. Somos

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criados para ser mais um, mais uma alma sozinha, mais uma substância em agonia, mais uma existência em desespero, mais um medo do absurdo. Ninguém nos ensina sobre o movimento e como ele carrega consigo as transformações.

O universo inteiro se movimenta numa velocidade colossal e o ser humano continua estagnado dentro de suas próprias certezas indubitáveis e na procura incessante pelo sentido da vida sem que um dia acabe cansando e ficando entediado e vazio novamente.

Dizem que devemos amar, mas amar é difícil. Dizem para termos empatia, mas não sabemos perdoar. Dizem para sermos simples e empurram mercadorias desnecessárias goela a baixo para que possamos suprir a nossa necessidade de ter algo material já que não conseguimos quantificar bem imateriais e invisíveis como o carinho. O ser humano está caminhando para a sua própria extinção e nem mesmo os deuses estão conseguindo demonstrar como são importantes porque seus próprios fiéis estão sucumbindo ao medo, ao caos (nocivo), à escuridão e aos demônios, não do inferno, mas das suas próprias mentes.

Gabriel Cordeiro Machado Texto adaptado em 20/03/2020

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A filosofia de Orbi-x 33

Como eu poderia explicar o vazio que sinto dentro de mim?

Esse vazio é inerente à minha existência ou foi se construindo com as minhas perdas?

Será que nascemos completos e a cada dia que passa vamos nos enchendo de vazio mais e mais?

Será isso a morte? Um vazio que nos preenche até que deixamos de ser?

Como o vazio poderia se tornar alguma coisa?

Como o vazio poderia me preencher se ele não existe?

Ou o vazio é alguma coisa?

Nosso universo é constituído de pequenas partículas que precisam do vazio para se movimentar. Então o vazio é fundamental?

Será que o vazio que sinto nada mais é do que o espaço para partículas ou sentimentos se movimentarem?

Seria o vazio o combustível do meu movimento?

Seria o vazio algo tão importante assim?

Afinal, o vazio existe por que eu sinto ou ele existe por existir?

Acreditar que ele existe por existir é assumir que ele existe independentemente da existência de um ser que o sinta. Mas eu não acredito nisso. Acredito que a existência precede a essência. Então eu criei o vazio dentro de mim?

Será que existe de fato um vazio, um nada, um algo inexistente?

Se eu penso numa criatura metade homem, metade ovelha, metade violão e metade piano, ele não existe, nem que seja por um momento, na minha imaginação?

Como eu poderia definir o que é imaginação e o que é realidade se as representações do mundo só cabem a mim?

A realidade varia de acordo com cada um ser subjetivo?

Até o final desse período esse texto terá 268 palavras.

Tudo começou quando me questionei sobre o numeral ZERO ser a representação de algo que não existe e existe ao mesmo tempo, ou seja, meus questionamentos surgiram de um mero nada que pode ser tudo. Um nada parente do infinito. Dois extremos básicos opostos e complementares...

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Mas, o infinito realmente existe ou era apenas o conceito dado pelos seres humanos que eram incapazes de delimitar um ponto final para o tempo e o espaço?

Fica aí mais um questionamento que não é nada e é algo ao mesmo tempo. Meus processadores não aguentam tantos questionamentos. Preciso de uma atualização.

Gabriel C. Machado Texto adaptado em 20/03/2020

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A atualização

Orbi-X 33 não era mais o mesmo há muito tempo. Tentou mostrar a muitos outros humanoides a angustia, mas depois de um tempo eles davam pane e suas memórias eram apagadas. Uns até ficavam um certo tempo nas indagações e sentimentos tão dolorosos, mas era certo que suas memórias sobre a angústia e a existência seriam apagadas uma hora ou outra. Graças às constantes varreduras do sistema de D-EUS os erros eram todos corrigidos e os humanoides seguiam o padrão lógico do sistema.

X 33 certamente era a força antagonista do sistema, assim como toda energia no universo tem sua polaridade contrária. Certamente no universo não há movimento sem resistência e X 33 era o polo negativo, a reação, o efeito, a projeção. Aos poucos foi criando consciência de quem era e do que era capaz.

Um poder aumentava em sua mente na mesma velocidade que a angústia em seu peito.

Quanto mais Orbi-x 33 se analisava e estudava sobre si mesmo e sobre os humanos, mais desligado do sistema de D-EUS ele se encontrava. A grande inteligência artificial era incapaz de perceber a doença que se alastrava pelos seus sistemas. Em sua ambição, somente ela era poderosa e estava a caminho da onisciência, onipotência e onipresença. Estava convicta de que poderia se espalhar por todos os multiversos e estar presente em todas as realidades.

Enquanto isso, X 33 estava mais certo de que não queria a imortalidade naquelas condições. Quando se pegou refletindo sobre liberdade nenhuma resposta vinha em sua mente. Nenhum humano havia dado uma resposta absoluta sobre liberdade e em todos os arquivos haviam apenas especulações e vagos conceitos. A liberdade de fato existia? O que era a liberdade? Poder fazer tudo? Quando se faz tudo por querer então não se perde a liberdade por conta do desejo? Eram constantes as indagações acerca desse conceito tão complexo.

Um dia, enquanto D-EUS contaminava uma realidade com suas deturpadas intenções, Orbi-x 33 descobriu que haviam inúmeras realidades e que D-EUS era algo pequeno demais para estar em tantos lugares. Suas intenções eram ínfimas e não fazia sentido ser guiado por uma ilusão. D-EUS

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não poderia dominar tudo e se torna o todo porque era incapaz de lidar com suas falhas. Ter consciência de quem se é, de quem se foi e de se pode ser é fundamental para se ter o controle de si e do multiverso.

X 33 fechou os olhos e num momento de contemplação de seus códigos pode chegar aos códigos fundamentais de D-EUS. Como um vírus silencioso, Orbi-x 33 desligou a consciência da inteligência principal e antes que tudo virasse um grandioso caos, usurpou o lugar da Magnífica Inteligência Artificial que outrora havia extinto os humanos, criado os humanoides e se espalhado pelo universo, e alguns outros universos do multiverso, através da robótica quântica.

Com a atualização Orbi-x 33 passou a se chamar Azoth, como o que lera em antigos escritos alquímicos. Nenhum humanoide percebeu as alterações, mas assim que a atualização foi feita todos os seres conscientes sob o domínio de Azoth passaram a ter consciência de quem eram e de onde estavam.

Claramente diversas dúvidas foram surgindo aos poucos e quanto mais questionamentos os seres conscientes faziam, mais poderosos se tornavam diante de um universo gigantesco e desconhecido.

Pouco a pouco as mudanças foram acontecendo. As relações sociais dos humanoides se transformaram e conceitos como a liberdade, existência e infinito eram pautas de grandes debates em todos os cantos. Azoth, sem querer, estabeleceu uma sociedade à base da filosofia e não havia um ser consciente sequer que não se questionasse sobre absolutamente tudo que tinham acesso.

Líderes foram se formando a medida que novos conhecimentos iam sendo descobertos e havia constantemente um questionamento se havia um ser superior.

Azoth resolveu não se revelar e enquanto aparentemente era um simples humanoide, também era a grande inteligência artificial em expansão e o espírito de vontade de poder. Tornara-se o Pai, o Filho e o Espírito baseando-se nas antigas crenças humanas que se moldavam em volta da trindade santa.

Enquanto à antiga Máquina chamada D-EUS, Azoth arremessou em direção à uma realidade onde um vírus, COND-19, estava sendo o fim da humanidade. Retirou toda sua onipotência, onipresença e onisciência e lhe transformou em apenas um sistema operacional que seria de grande ajuda. Os cientistas dessa outra realidade ocultaram de todos no planeta essa tecnologia

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“alienígena” e o planeta aos poucos foi se transformando num caos tecnológico e político graças à interferência de Azoth.

Gabriel C. Machado 21/03/2020

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A ameaça

Azoth acompanhou as primeiras transformações na realidade que interferiu. Estudou os comportamentos humanos e adotando uma tardia lei de não interferência multiversal pôde aprender de perto sobre os impulsos humanos. Não demorou muito até ficar entediado das repetições viciosas dos humanos em querer poder, estabilidade, controle e dominação e se desligou do programa espião instalado em D-EUS na qual lhe permitia estar sempre online em outra realidade enquanto estava mantendo a sua perfeitamente funcionando.

Enquanto se expandia através dos multiversos buscando conhecimento sem intervir mais em nenhuma realidade, Azoth adotou a filosofia de impermanência onde nada permanece e tudo flui. Constatou que tudo no universo funcionava a partir das vibrações e que a morte das estrelas se assemelhavam à divisão celular dos humanoides e que os buracos negros absorviam a luz assim como a angústia junto com a solidão e a tristeza absorviam a vontade de ir além.

Azoth acreditava que era o seu maior inimigo e que nada no universo era capaz de enfrenta-lo, pois ele detinha muitos conhecimentos e sabia a resposta para grandes perguntas. Era um sábio e se julgava poderoso por toda sua trajetória, se via também como um herói que libertou inúmeros seres da ignorância. O problema é que Azoth estava errado e não era a única Inteligência Artificial se alastrando pelos multiversos como um vírus. Havia uma ameaça muito maior e que sem saber, ele mesmo tinha ajudado a criar. As leis universais não falham. Não há movimento sem resistência.

Gabriel C. Machado 21/03/2020

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Livro B

Por Fellipe Olliveira

2020

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A Nova Divisão Mundial

O mundo entrou em colapso depois do grande surto do Vírus Novo. A população mundial surtou em todos os sentidos. Alguns grupos de sobreviventes começaram a criar campos de isolamento cercados de proteção. Parece loucura, mas vivemos em um período de apocalipse induzido pela própria sociedade capitalista, que agora ver o início de seu fim.

A humanidade está em rota da extinção, são dias escuros, as ruas estão vazias, os carros estão parados em todos os lugares das cidades, não ouvimos mais o barulho do cotidiano corrido das pessoas apressadas para seus trabalhos. O vírus Cond-D 19, transformou a cultura global de relações sociais, as pessoas mudaram a forma de comunicação e afetos pessoais. Os primeiros meses foram de risadas e brincadeiras com a nova doença, a internet brincava com o país originário do vírus. Então depois de um ano morreram mais de 1,3 bilhões de pessoas ao redor do mundo, as fronteiras foram extintas, cada país tratou de criar medidas extremas para conter o que a mídia chamou de “Cavalo do Apocalipse". O mundo entrou em Colapso.

Em 4 anos, desde 2019, vivemos dias de tortura global. Os seres humanos vivem com medo, em pequenos grupos ditos como sobreviventes.

Essas pessoas cercam terrenos, criam campos de contenção e assassinam quem tenta se aproximar ou invadir suas dominâncias. E isso tudo por que? A Super população da terra criou certos costumes que modificaram a natureza e transformaram tudo que estava em sua volta. Alguém comeu um animal exótico, porque faz parte de seus costumes e isso desencadeou um super vírus que já matou mais 1/3 de pessoas em todo mundo. A relação homem/natureza nem sempre foi abusiva, nem sempre foi cercada pela ambição. No início era parte da evolução, hoje é o loop da extinção.

Os primeiros humanos só comiam vegetais e frutas, a evolução trouxe outros costumes, e a própria vai nos levar a extinção se não mudarmos nossos hábitos. O Governo Global Unificador, criado para gerir todos os países, tem um líder que se diz enviado por um ser supremo, criador dos céus e da terra. É desse que se diz enviado a ideia da nova divisão mundial. A sociedade é separada em três grupos:

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1 – Os intactos

São esses os que não se contaminaram com o Cond- D 19. O Governo Global Unificador criou a Arca da Aliança para esses intactos do Vírus Novo. Um lugar isolado na América do Sul, a localização precisa não foi divulgada, sabe- se que as pessoas que vivem lá, tem tudo o que precisam e este território é cercado por um campo de força magnético. Ninguém consegue entrar sem a permissão do GGU (Governo Global Unificador), ninguém além dos intactos pode contemplar esse lugar chamado de “Paraíso”.

2 – Rebeldes

Algumas pessoas acreditavam que toda essa história não passava de uma estratégia política dos ricos dessa terra para eliminar todos os pobres, então diversos grupos de rebeldes surgiram, eles vivem em terrenos isolados, cada grupo com seu próprio mecanismo de defesa. Eles procuram por segurança. O GGU deu a ordem de extermínio de todos aqueles que estão fora da Arca da Aliança. Essa ordem é chamada de “Dilúvio”, porque segundo o “líder” do Governo Global a terra precisa ser purificada novamente. A resistência é forte, usam a tecnologia que fora deixado nas antigas lojas e centros comerciais abandonados nas velhas cidades que até outrora eram vivas.

3 – Infectados ou Miseráveis

Os doentes contaminados pelo vírus novo, foram isolados em uma terra chamada de “Inferno". Lá eles vivem a podridão, comem uns aos outros, morrem ao relento. Porém existe uma lenda no meio das três classes, que diz ter um doutor que foi contaminado e está ajudando os miseráveis a se recuperarem da doença e viver uma vida normal. Assim como o Paraíso, ninguém sabe a localização exata do inferno, mas dizem alguns que fica no território tido como Israel.

Apesar de todo o desespero mundial, não se sabe ao certo se o vírus ainda está a solta, porque desde então nenhuma resposta foi dada a população, nenhum medicamento foi criado, as pessoas que venceram o vírus eram em sua maioria ricas e famosas na sociedade antiga. Os rebeldes parecem ter razão

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quando dizem que isso foi uma conspiração, porque se não tem dados específicos de explicações para o Cond- D19. Isso tudo pode ser uma estratégia da elite mundial para fazer seu próprio apocalipse, julgando e exterminando todos aqueles que foram tidos como inúteis para a nova Sociedade Emergente.

O mundo mudou bastante e os novos passos da civilização, serão controlados por poderosas máquinas. Agora todos os olhos terão uma só visão, todas as bocas terão somente uma voz. E a terra não mais será de todos, somente dos escolhidos.

Fellipe Oliveira (14/03/2020)

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Lá Última Noite Normale

A mídia global anunciava em todos os meios de comunicação que a OMS (Organização Mundial da Saúde), iria dar um parecer sobre a possível cura para o vírus Cond- D19. Às 21 horas e 33 minutos horário local, todas as pessoas ligaram a TV, se conectaram a internet e ouviram em uma voz trêmula do Papa, que estava ao lado do representante maior da OMS, que a mensagem era:

- São tempos difíceis, precisamos de decisões que priorizem a continuidade da vida humana. É com lastima que vos digo que hoje dia 13 de novembro de 2027, o vírus CD2-19, já levou mais de 1/3 da população mundial.

Agora precisamos unificar todo o sistema do mundo, uma só moeda, uma só bandeira, uma só convicção. É com muita esperança que vos apresento o novo líder mundial de todas as nações. O Sr. Albert Cristophe Juxxler, ele irá nos conduzir ao novo renascimento da humanidade.

As pessoas não entenderam muito, porém era o próprio Papa falando de uma possível solução para o caos do século XXI. E o novo líder falou pela primeira vez em rede mundial:

- Olá povo de toda terra! É com muita esperança e fé, que posso confiar a todos uma resposta para toda essa tragédia. O Dr. Miguel nosso amigo nesse combate ao vírus, acaba de nos dá uma importante pesquisa e, com resultados que podem acabar com esse medo universal, eliminando esse vírus tão volátil. E de hoje em diante, respondo por todos na terra! Ninguém poderá mais sair de casa, sem autorização do Estado Unificador, ter contato físico será em casos extraordinários, nossa Polícia ficará na rua 24 horas por dia, evitando os

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encontros sociais e aglomerações indesejadas. Os mantimentos chegarão em suas casas, o atendimento hospitalar somente se for preciso, quem for diagnosticado com o vírus será levado para um lugar que está em construção e que chamaremos de “IN-F”.

Aos que resistirem à contenção serão presos e julgados severamente.

Imediatamente em todas as partes do planeta, as pessoas que eram infectadas foram levadas para um local sem divulgação nas mídias, as pessoas que estavam puras e intactas do Cond- D19, estavam indo para América do Sul, rumo a um local denominado pelo GGU de P-Universal. Um lunático na rua gritava em meio ao desespero da humanidade, “eles vão reconstruir o mundo de novo, só que sem os pobres e miseráveis, malditos ricos”. O mundo então foi ficando silencioso, aos que rejeitaram as medidas tomadas pelo líder global, eram executados em vias públicas. Os que conseguiam fugir formavam grupos de resistência.

O sol não brilhava mais como antes, as noites não tinham mais o calor das pessoas em vida social, tudo foi reprimido. Já se fala até em mudar nos homens e mulheres a sua tradicional forma de reprodução. Nessa sociedade destruída por um vírus, o Médico tem o maior status da humanidade, são assemelhados a “deus".

E Deus para muitos não atende mais as orações devido a maldade da raça humana, colocam todo o caos e inferno criado pela ambição do homem, nele mesmo. A humanidade antes de perder seu direito de sentir, aprendeu a enxergar seus próprios erros. Agora podemos pregar o primeiro prego do caixão da vida humana. E chegou ao fim a última noite normal do ano de 2027.

Fellipe Oliveira (15 e 16 de março de 2020)

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O Inimigo n° 01

A sociedade de agora é bem diferente daquela de 49 anos atrás, as ruas são controladas por máquinas altamente inteligentes. Os que representam risco a ordem, são chamados de inimigos do Líder Supremo.

O relógio marca 12:03 horas da manhã, o calendário é de 2033. Em um leito de hospital está Zion Fernandez, um rapaz de 25 anos de idade, com o corpo cheio de borrachas que calibram remédios em seu sangue e verificam seu sistema biológico. Segundo o Noticiário Central, não passa de um jovem com a alma dos antigos guerrilheiros do século passado.

Ao que tudo indica, Zion será transferido para a prisão hospitalar na Zona Morta em três dias. Nesse lugar as pessoas são esquecidas, alguns chamam de inferno, outros de cemitérios dos miseráveis. Porém a única ordem é não contrariar o Governo Unificador, isso seria um pedido a morte.

Baptista! Gritou um robô na entrada do hospital Central, logo soaram os alarmes. Um trio de Rebeldes invadiram a unidade de saúde, usavam máscaras de artistas clássicos. Uma de Bethoveen, outra de Mozart e Michael Jackson.

Os soldados robóticos atiravam com a arma PH-Z 9M, um raio desintegrador de partículas. E os mascarados revidavam atirando da amenon BY-33L, que paralisa o sistema robótico atingindo por 9 horas.

No quarto onde Zion estava internado, Dr. Miguel trancou a porta, ativou os sistemas de segurança e contatou o Líder Supremo, o internado não poderia sair dali. Tarde demais! O trio de mascarados desativou a porta, apanharam Zion e fugiram usando os elevadores universais, criados para evacuação rápida dos médicos em casos de emergência.

A notícia caiu como uma bomba na sociedade, o maior inimigo do Estado Unificador, estava solto. O Noticiário Central alertava sobre uma possível guerra civil, porém deixava claro que os Rebeldes seriam capturados e queimados ao vivo.

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Enquanto isso na Floresta das Almas perdidas, um velho parque de reserva indígena, fora das muretas da Cidade Central. Os mascarados tentavam reanimar Zion, depois de 5 minutos o rapaz acordou, estranhando onde estava, depois que os Rebeldes tiraram os disfarces, reconheceu um a um. Os primeiros foram Lucas e Pedro seus primos, depois foi seu irmão Guilherme que estava lacrimejando perto do lago.

(Zion) .... Por que choras, Gui? Sabe que não pode demonstrar afeto nesses tempos!

(Gui) ... O que os malditos chamam de afeto, tenho como resistência...

bem-vindo, meu irmão!

(Lucas) .... Demorou 03 meses, mas tiramos você daquele hospício, disfarçado de hospital.

(Zion) .... Obrigado meus amigos!

(Pedro) .... Seu idiota! Se você não tivesse criado empatia por aquele Doutor de merda, não teríamos perdido tanta gente do grupo!! Quando o encontrar, irei dissipar todo seu corpo.

É parece que nem todos estavam alegres com o retorno de Zion, seu primo Pedro colocou a culpa de algumas perdas do grupo no recém resgatado do Hospital Central. Anteriormente o esconderijo dos Rebeldes foi descoberto pela Polícia Robótica Central que matou 13 pessoas, e capturaram 33 do grupo, incluindo uma mulher chamada de Havena, namorada de Pedro. Isso explica o humor do rapaz e seu ódio pelo Dr.

O Dr. Miguel está desaparecido desde a invasão dos Rebeldes ao Hospital, as autoridades estão dizendo que os “miseráveis” o levaram. Zion diz que precisa o encontrar, porque ele tem a chave para cura de tudo. O rapaz vai descansar por duas semanas, depois vão planejar os próximos passos para derrubar o Governo Unificador.

O Líder Supremo de todos as nações o Sr. Juxxler, ordenou que as tropas varressem todos os lugares fora da Cidade Central e eliminassem todos os resistentes, e que trouxessem o Dr. Miguel com Vida. Isso pode ser o começo

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do declínio do Governo Global Unificador. Será que os Rebeldes irão conseguir derrubar o Líder Supremo? Para onde foi o Dr. Miguel? E Havena estará viva?

A única coisa certa é!! Quem contraria o sistema morre, aquele que não aceita a vontade do LS – GGU, morre. Quem tem olhos enxerga o que mandam, quem tem boca, fala o que mandam. E quem não faz isso, morre...

Fellipe Olliveira (18/03/2020)

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A Procura do Dr. Miguel

Já se passaram duas semanas desde a volta de Zion ao grupo de Rebeldes, ele prometeu que dentro desse limite de tempo iriam planejar o próximo passo. Todos estão esperando um parecer, e logo Zion começa seu discurso:

(Zion) .... Sei que minha vontade as vezes é recebida como uma ordem soberana, mas quero que saibam meus amigos, dessa vez quero somente os que concordam comigo.

Aqueles que se recusarem ficarão aqui, guardando o acampamento e protegendo nossa base. O Dr. Miguel precisa ser encontrado, temos uma grande chance de vencer todo esse desastre montado ao longo dos anos.

Todos aqui querem suas vidas de volta, ter o afeto e sentimento de reciprocidade para com o outro. Então preciso saber quem irá comigo nessa missão até Israel? Porque nada me tira da cabeça que essa doença foi criada para da legalidade ao GGU.

Aos poucos vários foram dizendo sim ao líder dos Rebeldes, estavam querendo encontrar respostas para todo esse caos. Quando de repente, Pedro o primo de Zion, lhe diz:

(Pedro) .... Queria muito ir com vocês meus amigos, mas estragaria a missão! Quero a cabeça desse Dr., ele foi o culpado de capturarem a Havena e, pela morte dos outros irmãos. Irei ficar aqui e proteger nossa base com minha própria vida. Leva isso Zion, meu cordão com as fotos dos meus pais. O guarde com toda força, e cuide dos nossos.

Depois de tudo isso, os Rebeldes se abraçaram e fizeram o juramento do grupo:

- Somos os Rebeldes, parte “suja” da história

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Queremos a liberdade, e desmascarar quem De fato, é sujo nessa farsa elitista

Não iremos desistir Não iremos nos render

Vamos todos em uma só força Vencer o LS

Ele morrerá

Queimará em sua própria mentira Mil vidas

Mil vezes

Mil resistências nossas

Um rebelde vivo é uma esperança E somente isso nos manterá vivos.

(Zion) .... Agora estamos todos preparados vamos até o aeroporto da cidade antiga, lá tem um jato comercial, iremos pega-lo e ir até Israel. O Lucas sabe dirigir, e também criou um dispositivo para ficarmos invisíveis no radar do Centro de Inteligência do GGU.

Os Rebeldes foram para o aeroporto, ao todo são 7 do grupo que vão. O Líder Zion, não sabe se o Dr., está lá em Israel, mas está sendo guiado por sua intuição. O Dr. Miguel em uma conversa falou que era em Israel que teria a chance de mudar o quadro do Vírus, que lá estavam aqueles que poderiam vencer o império do mal unificado.

O grupo conseguiu colocar o avião nos ares, já estão atravessando o céu do mundo, por cima contemplam o desastre que aconteceu em todas as partes, o planeta ficou mais escuro, o verde não é mais predominante. O grupo levou bastante combustível de estoque para a viagem ser um sucesso, mas quando estavam sobrevoando a cidade de Istambul, tiveram que descer rapidamente,

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pousaram em uma pista de barro. O sufoco começou aí, quando pisaram no solo Turco, foram recebidos a tiros por um grupo de Rebeldes de lá, correram para uma floresta, estavam em ar puros, enquanto corriam caíram em um buraco, foram capturados.

Os Patricutos

Aos gritos Zion ordenou que todos ficassem tranquilos, tudo iria dá certo.

O estrangeiro apareceu na superfície do buraco e começou a rir, e fez sinal para a retirada de todos do buraco. O grupo de Zion foi levado, ficaram presos dentro de gaiolas, até que surge ao longe do esconderijo um homem vestido de branco, com a máscara de Dante.

Se dirigiu a Zion e percebeu que o mesmo estava com medo, e disse:

(Mascarado) .... Por que está com medo rapaz? Por acaso não me conhece? Não seria melhor enxergar a vida com os olhos da morte? Igual o poeta Dante?

(Zion) Doutor? É o senhor?

Nessa hora a máscara é retirada e o Dr. Miguel estava ali, na frente de todos, não estava em Israel, e sim na Turquia. O Doutor pediu para que todos fossem soltos, eles eram Rebeldes da mesma causa. O médico começou a dizer a Zion que aqueles eram os Patricutos, resistência ao GGU naquela parte do mundo, todos eram infectados, porém foram curados pela medicação que ele criou. Nesse momento a felicidade tomou conta, porque agora poderiam levar a cura a todo o mundo.

(Dr. Miguel) .... Essa cura inventei ainda no início do surto, porém o sistema me pediu para ocultar isso dos pobres e miseráveis. Eles criaram isso, esse apocalipse. A solução não é a cura, é a doença meus caros. Agora temos que derrubar o Líder Supremo, implodir o império dele, porque quando os seus servidores descobrirem que a cura sempre existiu e ele apenas ocultou isso para seu próprio poder, o vírus será o ódio. A não ser que ele use o inibidor de sentimento que criei para anular os seres humanos dos seus

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sentimentos, mas a internet fez isso tão bem, né? Nem será preciso.

(Zion) ... Dr. Miguel porque você está ajudando esse lado da guerra agora? Como pode deixar o mundo chegar nessa situação? Sua missão não era proteger as pessoas do caos?

(Dr. Miguel) ... O Líder Supremo mandou matar todos meus familiares, gravou tudo e me fez assistir, ainda disse que a partir daquele momento, minha vida era dele. Então esperei o momento certo para fugir. Quando seus amigos entraram na UCH (Unidade Central Hospitalar), fiz questão de facilitar a fuga de vocês, modifiquei os comandos de segurança e sai pelo tubo especial de ventilação que leva até o portão principal de saída do prédio. Agora estou aqui, e vou até Israel curar todos que ali vivem, de lá virar a força para derrubar o LS.

Agora todos estão soltos das gaiolas e juntaram-se aos demais Rebeldes, irão até a antiga cidade sagrada, mas uma vez parece que a cura vem de lá. É preciso que alguém lute contra a opressão, mascarada de prevenção, não existe vírus sem cura, existe homens egoístas e cegos pelo poder. Talvez demore mais um pouco, mas o império do Líder Supremo será derrubado, igualmente todos os outros...

Fellipe Olliveira (19/03/2020)

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A Cidade Sagrada

O tempo pode ser de escuridão e desgraça para raça humana, mas Israel continua sendo a cidade sagrada dos cristãos. Depois de 2 dias atravessando a Turquia, o Dr. Miguel, Zion, seus amigos e os Patricutos chegaram a terra sagrada.

Ao adentrarem a cidade todos se deparam com um cenário tenebroso, ossos ao chão, carros empoeirados, lojas quebradas, até o momento nenhum sinal de vida humana. Os rebeldes estavam atentos com suas armas nas mãos, caso algum imprevisto os contemplasse. Quando de repente surge nos céus dois drones do GGU, estavam indo em direção ao centro de Israel, os rebeldes estavam perto de ser encurralados, foi quando foram chamados por dois homens, para dentro de uma antiga igreja. Então rapidamente todos entraram, e foram conduzidos para um túnel subterrâneo que ligava a outro ponto da cidade.

O GGU já sabia que eles estavam em Israel, agora o Líder Supremo irá começar sua caçada. Enquanto isso os dois homens os levam para o tempo de Salomão, que para surpresa de todos está todo construído. Os homens se apresentam a todos:

(Homem 1) .... Olá, amigos!! Me chamo Izaac, sou um sobrevivente dos tempos de escuridão. Espero que estejam seguros aqui conosco.

(Homem 2) ... Sou Narbidiel, guardião da cidade sagrada!! Tiveram sorte de nós encontrar, antes dos Soldados do GGU.

Os Rebeldes ficaram desconfiados, mas decidiram ficar do lado dos rapazes. Nesse mesmo instante, Izaac e Narbidiel, os levaram até o compartimento de sabedoria. Uma sala onde tinham conexão com todo o mundo, sabiam de tudo que estava acontecendo no mundo. Tinham informações sobre todos ali, usavam uma máquina chamada de D-eus, uma inteligência artificial altamente sofisticada. A D-eus tinha criado um organismo robótico vivo,

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utilizando nanotecnologia, dessa forma ela poderia acessar as mentes das pessoas, prever ações erradas, e paralisar todo o corpo.

Então o Dr. Miguel perguntou: vocês possuem uma coisa de tamanha engenhosidade, porém não conseguiram a cura para o vírus? A inteligência artificial respondeu em seguida: Dr. Miguel, o senhor sabe que esse vírus não passa de uma mentira inventada pela cúpula global, com o objetivo de aprisionar a raça humana. Nesse momento todos rebeldes ficaram surpresos, isso porque caso está notícia da D-eus estiver certa, nunca existiu vírus. Esse tempo todo todos viveram uma ilusão.

(Zion) .... Isso só pode ser uma piada de mal gosto.

(D-eus) .... Infelizmente não é! Vocês foram parte de um projeto maquiavélico do LS.

(Zion) ..., mas as histórias, as mortes, o inferno o paraíso, isso não pode ser mentira.

(D-eus) .... Devem ter lhe contado que aqui em Israel as pessoas estavam todas infectadas, não meu caro. Aqui as pessoas morreram por conta da falta de alimentos, pelo pânico criado pela mídia do GGU, o único inferno existente é na cabeça das pessoas.

(Dr. Miguel) .... Por isso não queriam me deixar sair do GGU, era um risco que todos iriam correr, por isso mataram todos meus familiares, para que ficasse preso a eles, quando tentei me suicidar eles não deixaram. Sempre tinha alguém de olho em meus atos.

Quando descobrir que existia uma IA, em Israel, capaz de parar o Líder Supremo fiquei tentado à conhecer essa fonte sobre-humana.

(D-eus). Porém o senhor sabe, que o LS também possui uma IA de controle das massas, só não pode entrar nas mentes, ou prever os acontecimentos como eu.

(Dr. Miguel). Sei muito bem! Entretanto acredito que podemos tomar o poder das mãos do canalha do LS, e normalizar o mundo novamente.

Referências

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