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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL

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ES nº 0036970-30.2015.8.19.0014 - A Des. Fernando Cerqueira Chagas

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL

EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO Nº 0036970-30.2015.8.19.0014

EXCIPIENTE 1: ROSÂNGELA ROSINHA GAROTINHO BARROS ASSED MATHEUS DE OLIVEIRA

EXCIPIENTE 2: MUNICÍPIO DE CAMPOS DOS GOYTACAZES EXCEPTO: JUIZ DE DIREITO

RELATOR: Des. FERNANDO CERQUEIRA CHAGAS

EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO.

JUÍZO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAMPOS DOS GOYTACAZES.

ALEGAÇÃO DOS EXCIPIENTES DE SUSPEIÇÃO DE PARCIALIDADE DO JUIZ FUNDADA NO ART. 135, INC. I, DO CPC.

INIMIZADE CAPITAL DO JUIZ COM AS PARTES.

AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DAS ALEGAÇÕES.

PRECEDENTES DESTE E. TJERJ.

REJEIÇÃO E ARQUIVAMENTO DA EXCEÇÃO.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Exceção de Suspeição nº 0036970-30.2015.8.19.0014, em que figura como excipiente 1 ROSÂNGELA ROSINHA GAROTINHO BARROS ASSED MATHEUS DE OLIVEIRA, excipiente 2 MUNICÍPIO DE CAMPOS DE GOYTACAZES e como Excepto JUIZ DE DIREITO,

ACORDAM os Desembargadores que compõem a Décima Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, por UNANIMIDADE, em REJEITAR A EXCEÇÃO, determinando-se o seu arquivamento, na forma do voto do Des. Relator.

RELATÓRIO

Trata-se de Exceção de Suspeição oposta por ROSÂNGELA ROSINHA GAROTINHO BARROS ASSED MATHEUS DE OLIVEIRA e MUNICÍPIO DE CAMPOS DOS GOYTACAZES contra o Dr. RALPH MANHÃES MACHADO JÚNIOR, magistrado em exercício da 1ª Vara Cível da Comarca de Campos dos Goytacazes, alegando que o

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julgador vem conduzindo com parcialidade a Medida Cautelar nº 0024691- 12.2015.8.19.0014 e outras demandas de repercussão social nas quais o ente municipal e agentes políticos são parte.

Aduzem que o Excepto, imbuído de pré-conceitos e convicções políticas, vem proferindo decisões nos autos da referida Cautelar que atentam contra as garantias constitucionais e disposições legais, nelas tecendo críticas de natureza subjetiva quanto à atual gestão do Governo Municipal.

Aduzem que, embora tenham protocolizado em 10/07/2015 Exceção de Suspeição, na audiência realizada em 16/07/2015 o Excepto não suspendeu os atos processuais até o julgamento do referido incidente.

Asseveram que a própria inobservância do rito processual estabelecido já caracteriza a suspeição arguida.

Alegam que o Excepto, no intuito de desmoralizar os Excipientes perante os presentes na sala de audiências ─ diretores de hospitais, médicos entre outros ─, afirmou que a Exceção de Suspeição objetiva procrastinar o feito, tratando-se de hipótese de litigância de má-fé, e que determinaria o desentranhamento da petição do referido incidente ─ protocolizado em 10/07/2015 ─ dos autos da Medida Cautelar em razão da ocorrência da preclusão temporal e lógica, violando o disposto no art. 134, inc. I, do CPC.

Asseveram que o Excepto, de fato, buscou dirimir com os Excipientes questões surgidas no curso da demanda, mas apenas quando a decisão que determinou o afastamento dos Secretários de Fazenda e de Controle foi suspensa nos autos do Agravo de Instrumento (AI nº 0034084- 03.2015.8.19.0000) e após ter sido conclusa a petição que arguiu sua suspeição.

Aduzem que o Excepto, na audiência de 16/07/2015, denegriu verbalmente o Procurador-Geral do Município imputando-lhe equivocadamente ser o autor de um tapa na mesa durante a referida audiência que, na realidade, fora disferido pelo Promotor de Justiça.

Alegam ainda que fatos ocorridos no curso da audiência foram omitidos na ata apesar dos protestos do Procurador do ente municipal, insurgindo-se ainda quanto à falta de isonomia e urbanidade do Excepto no trato com as partes na referida audiência e que o Procurador-Geral do Município jamais se comportou de forma desrespeitosa ou debochada naquela audiência.

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Por fim, fundam a alegada suspensão de parcialidade no art. 135, inc.

I, do CPC (índex 00002).

O magistrado Excepto não reconheceu a suspeição (índex 158 – fls.

204/207).

A i. Procuradoria de Justiça opinou pela rejeição da Exceção de Suspeição (índex 00215).

É o relatório.

VOTO

Os Excipientes alegam que a conduta do Excepto se enquadraria na hipótese do art. 135, inc. I, do CPC, in verbis:

Art. 135 – Reputa-se fundada a suspeição de parcialidade do juiz, quando:

I – amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes;

Para que se caracterize a parcialidade pelas razões invocadas pelos Excipientes impõe-se comprovar a inimizade capital do Excepto, definida como malquerence grave, é o rancor, é o desejo de vingança ou de infelicidade ao inimigo. Decorre, muitas vezes, de lutas políticas, de prejuízos econômicos ou de danos morais causados por uma pessoa a outra, de agressões físicas ou morais praticadas por uma pessoa ou grupo contra outra pessoa ou outro grupo. Não basta, para a carcaterização da espécie, mera antipatia, aversão, a divergência, o mal-entendido, o desamor (Vícios de Capacidade Subjetiva do Julgador: Do Impedimento e da Suspeição do Magistrado (no Processo Civil, Penal e Trabalhista), Reis Friede – 6ª ed., Editora Forense).

Nesse diapasão, tem-se que juiz amigo ou inimigo é aquele que movido por sentimentos e emoções profundas que todos os homens experimentam, poderá deixar de lado sua imparcialidade, sufocando seu senso de justiça e de dever, assim beneficiando ou prejudicando, com o poder de que está investido, a parte submetida a seu julgamento. E como

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ele nem sempre será capaz de neutralizar esse estado de espírito, que afeta a exigida isenção na condução do processo, deste deverá afastar-se voluntariamente, assumindo o risco, em caso contrário, de vir a ser afastado por iniciativa da parte prejudicada. (Código de Processo Civil Interpretado. São Paulo: Atlas, 2ª ed., 2005, p. 415).

A inimizade capital precisa ser provada, não subsistindo mera alegação, suspeita ou presunção (...) sendo certo que Expressões contundentes, mesmo que eventualmente produzidas com falta de ética judicante, não induzem à conclusão da existência de inimizade capital entre o Juiz da causa e a parte (Exceção de Suspeição 54, rel. Des. Volnei Carlin, 2ª Câmara do TJSC, de 15/03/1988).

Nesse mesmo entendimento, palavras severas, proferidas por um Magistrado, no exercício de suas funções não denotam hostilidade à parte (Exceção de Suspeição nº 205.398/Capital, 1º TACSP, rel. Juiz João Del Nero).

Diante do exposto, as imputações feitas pelos Excipientes ao Excepto

─ inobservância do rito processual, alegada altercação durante a audiência e falta de urbanidade ─ não são aptos a caracterizar a suspeição de parcialidade nos termos do inc. I do art. 135 do CPC.

Nesse entendimento:

0459445-85.2014.8.19.0001 - EXCECAO DE SUSPEICAO

DES. MARCELO LIMA BUHATEM - Julgamento: 30/06/2015 - VIGESIMA SEGUNDA CAMARA CIVEL

EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO AO FUNDAMENTO DE PARCIALIDADE DO JUIZ A QUO - CASO DOS AUTOS QUE NÃO SE ENQUADRA EM NENHUMA DAS HIPÓTESES PREVISTAS NO ART. 135 DO CPC - ROL TAXATIVO - PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL QUE SOMENTE DEVE SER AFASTADO EXCEPCIONALMENTE - EVENTUAL ERROR IN PROCEDENDO OU IN JUDICANDO QUE NÃO CARACTERIZA A SUSPEIÇÃO DO MAGISTRADO - PARTE ALEGADAMENTE PREJUDICADA QUE TEM A DISPOSIÇÃO RECURSO PRÓPRIO ATRAVÉS DO PRINCÍO DO DUPLO GRAU DE JUSDIÇÃO -- TRANSGRESSÕES ADMINISTRATIVAS OU CONDUTA INCOMPATÍVEL COM O EXERCÍCIO DA MAGISTRATURA QUE DEVEM, NA FORMA DA LOMAN E DO REGIMENTO INTERNO DOS TRIBUNAIS, SER

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RECLAMADAS PERANTE O ÓRGÃO COMPETENTE E NÃO EM EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO. REMÉDIO USADO QUE NÃO SE COADUNA COM OS FATOS ALEGADOS PELA PROPRIA EXCIPIENTE - MANIFESTAÇÃO DO MP NO SENTIDO DE QUE:

"DESCONTENTAMENTO DA PARTE COM DECISÕES QUE LHES SÃO CONTRÁRIAS NÃO É SUFICIENTE PARA QUE SEJA ACOLHIDA A ALEGAÇÃO DE SUSPEIÇÃO" REJEITA-SE A PRESENTE EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO, DETERMINANDO-SE SEU ARQUIVAMENTO.

0388496-36.2014.8.19.0001 - EXCECAO DE SUSPEICAO 1ª Ementa

DES. NORMA SUELY - Julgamento: 25/03/2015 - OITAVA CAMARA CIVEL

EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO DE MAGISTRADA. SUSTENTADA DEMORA NA APRECIAÇÃO DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA E SUPOSTA INIMIZADE CAPITAL. EXCEÇÃO NÃO RECONHECIDA PELA MAGISTRADA. 1) APESAR DE AFIRMAR SUPOSTA INIMIZADE CAPITAL DA MAGISTRADA, O EXCIPIENTE NÃO APRESENTOU QUALQUER FATO OU CIRCUNSTÂNCIA QUE DEMONSTRASSE TAL SITUAÇÃO, INEXISTINDO PEDIDO DE REALIZAÇÃO DE PROVA TESTEMUNHAL DE MOLDE A COMPROVAR SUAS ALEGAÇÕES. 2) INOCORRÊNCIA DE QUALQUER DAS HIPÓTESES DO ART. 135, DO C.P.C. EXCEÇÃO INADMITIDA.

INTEIRO TEOR

Decisão Monocrática - Data de Julgamento: 25/03/2015 INTEIRO TEOR

Decisão Monocrática - Data de Julgamento: 14/04/2015 INTEIRO TEOR

Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 07/07/2015 INTEIRO TEOR

Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 01/09/2015

0042899-23.2014.8.19.0000 - EXCECAO DE SUSPEICAO 1ª Ementa

DES. PAULO SERGIO PRESTES - Julgamento: 08/10/2014 - SEGUNDA CAMARA CIVEL

Exceção de suspeição. Alegação de inimizade capital que não se configura (art. 135, I do CPC). Ausência de elementos a sugerir

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hostilidade ou mácula ao julgamento do feito. Ônus probatório que recai sobre o excipiente, à inteligência do art. 333, I do CPC.

Hipótese de insatisfação da parte com a condução do processo que não é apta a afastar o magistrado. Questões afeitas à publicação de atos processuais e acesso de procuradores aos autos que devem ser resolvidas nas adequadas sedes de controle. Precedentes. Exceção que se rejeita para determinar o devido arquivamento.

INTEIRO TEOR

Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 08/10/2014 INTEIRO TEOR

Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 22/10/2014 INTEIRO TEOR

Íntegra do Acórdão - Data de Julgamento: 05/11/2014

0042650-72.2014.8.19.0000 - EXCECAO DE SUSPEICAO

DES. HENRIQUE DE ANDRADE FIGUEIRA - Julgamento:

26/08/2014 - QUINTA CAMARA CIVEL

PROCESSO CIVIL. EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO. Exceção de suspeição fundada na alegação de ser a Excepta inimiga capital do Excipiente. A ausência de prova da suposta inimizade do Juiz impede acolher a suspeição. Exceção de suspeição rejeitada.

Para que se caracterize a alegada quebra de parcialidade do Excepto nos termos do art. 135, inc. I, do CPC, revela-se indispensável a comprovação da sua inimizade capital com os Excipientes, o que não ficou comprovado, pelo menos diante do que se tem nos presentes autos.

Diante do acima exposto, VOTO pela REJEIÇÃO da Exceção e pelo seu arquivamento.

Rio de Janeiro, 11 de novembro de 2015.

Desembargador FERNANDO CERQUEIRA CHAGAS Relator

Referências

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