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LIDIANE PATRÍCIA DE ARAÚJO SALES

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Academic year: 2023

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ

CAMPUS DE CAICÓ

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA

LIDIANE PATRÍCIA DE ARAÚJO SALES

PROCESSO DE ENSINO DE GEOGRAFIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA ANÁLISE EM UMA ESCOLA

PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE OURO BRANCO-RN.

CAICÓ-RN 2016

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LIDIANE PATRÍCIA DE ARAÚJO SALES

PROCESSO DE ENSINO DE GEOGRAFIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA ANÁLISE EM UMA ESCOLA

PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE OURO BRANCO-RN.

Monografia apresentada ao curso de Pedagogia do Centro de Ensino Superior do Seridó, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia, sob a orientação do Prof.

Me. Djanní Martinho dos Santos Sobrinho.

CAICÓ – RN 2016

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ensino Superior do Seridó - CERES Caicó

Sales, Lidiane Patrícia de Araujo.

Processo de ensino de geografia nos anos iniciais do ensino fundamental: uma análise em uma escola pública do município de Ouro Branco-RN / Lidiane Patricia de Araujo Sales. - Caicó, RN:

UFRN, 2016.

79f.: il.

Orientador: Me. Djanní Martinho dos Santos Sobrinho.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Centro de Ensino Superior do Seridó.

Departamento de Educação.

Curso de Pedagogia.

Monografia - Licenciatura em Pedagogia.

1. Ensino Fundamental. 2. Ensino de Geografia. 3.

Metodologia. I. Sobrinho, Djanní Martinho dos Santos. II.

Título.

RN/UF/BS-CAICÓ CDU 37.02

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LIDIANE PATRÍCIA DE ARAÚJO SALES

PROCESSO DE ENSINO DE GEOGRAFIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA ANÁLISE EM UMA ESCOLA

PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE OURO BRANCO-RN

Monografia apresentada ao curso de Pedagogia do Centro de Ensino Superior do Seridó, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em Pedagogia, sob a orientação do Prof.

Me. Djanní Martinho dos Santos Sobrinho.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________

Professor Me. Djanní Martinho dos Santos Sobrinho – Orientador Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

____________________________________________________

Professora Dra. Tânia Cristina Meira Garcia – Examinadora Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

____________________________________________________

Professora Dra. Sandra Kelly de Araújo – Examinadora Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

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Ao meu primogênito, razão maior da minha existência, Sérgio Filho. Ao meu esposo, Sérgio Alves, minha fonte de sabedoria e de incentivo. Com amor, dedico!

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AGRADECIMENTOS

Os nossos sonhos são como uma bússola a nos direcionar aos rumos que devemos trilhar em busca do êxito. Nos caminhos percorridos, muitas são as pessoas que nos auxiliam, contribuem e caminham conosco na concretização das nossas conquistas. Estas, denomino-as anjos de luz, deixarei expressa em palavras minha gratidão sem fim, pela colaboração na concretização deste trabalho de conclusão de curso.

Primeiramente, quero agradecer a Deus por me permitir viver, guiar-me em todos os momentos de minha existência, pelo amparo e pelo conforto. Só foi possível chegar aonde cheguei hoje, exatamente, pela sua presença constante em minha vida.

A Djanní Martinho dos Santos Sobrinho, grande professor, pelos valiosos conhecimentos partilhados de forma paciente e generosa, construindo junto comigo a escrita deste trabalho. Agradeço por ter sido, além de professor-orientador, um amigo, com o qual fortaleci cada vez mais vínculos de amizade. Que Deus o abençoe, ilumine e lhe dê as forças necessárias para lutar por seus ideais profissionais. Que você possa alçar grandes voos e vivenciar novas conquistas.

A meus pais, Francisco José e Maria Lucila (in memorian), meus primeiros professores, por sempre terem me incentivado a estudar desde a mais tenra idade, acreditando na minha capacidade, e por me mostrarem que a educação, o conhecimento, o foco e a fé são o caminho para o sucesso.

A Sérgio Alves, meu amigo, meu companheiro, meu amado esposo, por estar sempre ao meu lado me apoiando, incentivando-me e compreendendo minha ausência nos mais diversos momentos, nos quais, por motivos das atividades acadêmicas, não pude me fazer presente. Preocupando-se a cada instante, dando-me forças e palavras de ânimo. Jamais me esquecerei de toda sua dedicação em prol das minhas escolhas. Você é um presente de Deus em minha vida!

A meu filho Sérgio, minha fonte de inspiração e de determinação. As horas de ausência longe de você, quando mamãe estava na faculdade, doeram mais em mim do que em você. O conhecimento é o tesouro mais valioso do ser humano, meu príncipe. Meu amor por você é incondicional!

A todos os meus familiares que sempre acreditaram no meu potencial e vibraram comigo a cada nova conquista. Em especial, ao meu tio Geraldo (Gegê) e a minha tia Ritinha.

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A meus sobrinhos, Luís Filipe e Lucas Vinícius, pelas vezes que brincaram com meu filho para que eu pudesse cumprir com as atividades acadêmicas. Titia os estima muito e torce pela felicidade de vocês! Cresçam em sabedoria e com conhecimento!

A meu irmão Filipe pela disponibilidade do espaço da sua residência para meus momentos de estudo. Isso muito contribuiu.

Gratidão aos meus mestres pelo conhecimento partilhado durante meu processo formativo e aos funcionários da UFRN/CERES/CAICÓ pelos serviços prestados. Foi uma honra fazer parte do corpo discente dessa instituição de ensino superior.

Às professoras Dra. Tânia Cristina Meira Garcia e Dra. Sandra Kelly de Araújo, por terem aceitado o convite para participarem da banca examinadora deste trabalho, tecendo valiosas contribuições a este feito.

Aos amigos e colegas de curso de Pedagogia da turma de 2013.1, pelos momentos partilhados na construção do conhecimento, em especial, a minha colega Janaina Jardiny, que, a cada etapa vencida, em cada momento difícil, estava ao meu lado partilhando junto comigo.

Luz e sucesso em sua caminhada! A nossa parceria foi brilhante.

Aos professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental da EMJONF, alunos e funcionários, pelo acolhimento e pelas contribuições prestadas à efetivação da pesquisa que deu origem a esse trabalho monográfico.

A Elice, Geloana, Alice e Janaílma, por terem contribuído cuidando com dedicação, carinho e amor do meu filho para que me fosse possível estudar e trabalhar. Deus as recompense por tamanha gentileza!

Enfim, quero agradecer, com o coração cheio de alegria e vibração, a todos que contribuíram, de forma direta ou indireta, com a realização deste sonho.

Obrigada, partilho esta conquista com vocês!

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“[...] não basta ter domínio dos conteúdos, dos procedimentos e ferramentas metodológicas. Para ensinar Geografia, é preciso mais que isso; é preciso que o professor se encante e encante o aluno com uma práxis pedagógica que o faça descobrir e compreender a Geografia como ciência, arte e vida”!

Ione Morais

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RESUMO

A forma metodológica que dá suporte à mediação e à construção do conhecimento nas aulas de Geografia é de grande relevância para que o aluno possa ser capaz de entender as interferências causadas pelo homem na superfície terrestre. Bem como para levá-lo a compreender o impacto que suas ações podem causar, gerando modificações ao espaço em escala local/global. Quando fazemos menção às metodologias de ensino no âmbito escolar, estamos nos referindo aos procedimentos didático-pedagógicos que o professor utiliza na mediação dos conhecimentos. Desse modo, este trabalho monográfico objetiva analisar as metodologias de ensino para favorecer o processo de aprendizagem dos conhecimentos da Geografia escolar nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, da Escola Municipal José Nunes de Figueirêdo, localizada na cidade de Ouro Branco-RN.

Metodologicamente, o trabalho consistiu em uma pesquisa documental, observações em sala de aula, análises de planos de aula e realização de entrevistas com o corpo discente e docente da instituição de ensino. Para tanto, buscamos aporte teórico nos escritos de autores que tratam da temática enfocada no trabalho como: Carvalho e Pimenta (2011), Castrogiovanni (2014), Cavalcanti (2010), Kymura (2008), Albuquerque (2013), dentre outros. A partir dos dados da pesquisa, concluímos que o processo de ensino e as estratégias metodológicas elencadas, para mediar a aprendizagem dos conceitos e dos conhecimentos geográficos, não estão favorecendo o aluno a observar, interpretar e construir suas análises reflexivas-críticas do espaço, com base nos assuntos abordados nas aulas de Geografia.

Palavras-chave: Ensino Fundamental. Ensino de Geografia. Metodologia.

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ABSTRACT

The methodological approach that supports mediation and the construction of knowledge in Geography classes is of great relevance for the student can be able to understand the interferences caused by the man on the terrestrial surface. As well as to make him to understand the impact your actions can cause by generating space modifications on a local / global scale. When we make reference to teaching methodologies in school, we are referring to the didactic-pedagogical procedures that the teacher uses in the mediation of knowledge. Thus, this monographic work aims to analyze the teaching methodologies to favor the learning process of the knowledge of school Geography in the Early Years of Elementary School of José Nunes de Figueirêdo Municipal School, located in the city of Ouro Branco-RN. Methodologically this work consisted of a documentary research, classroom observations, analysis of lesson plans and interviews with the student and teacher body of the educational institution.

To that end, we seek a theoretical contribution in the writings of authors who deal with the work- focused themes such as: Carvalho and Pimenta (2011), Castrogiovanni (2014), Cavalcanti (2010), Kymura (2008), Albuquerque (2013), and others. From the research data, we conclude that the teaching process and the methodological strategies used in Geography classes to mediate the learning of the concepts and geographic knowledge are not favoring the student to observe, interpret and construct his reflexive-critical analyzes of the space.

Keywords: Elementary Education. Teaching Geography. Methodology.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Mapa de localização do Município de Ouro Branco/RN ...18 Figura 2 – Fachada da escola ...20 Figura 3 – José Nunes de Figueirêdo ...21

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Quadro organizacional dos funcionários da escola ...26 Quadro 2 – Estrutura física da escola ...29

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Formação dos docentes das Séries Iniciais da EMJONF ...34 Gráfico 2 – Anos de atuação dos professores da escola nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental ...36

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LISTA DE SIGLAS

AEE – Atendimento Educacional Especializado CEB – Câmara de Educação Básica

CNE – Conselho Nacional de Educação

DCNEB – Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica

EMJONF – Escola Municipal José Nunes de Figueirêdo – Ensino de 1° e 2° Graus LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação

MEC – Ministério da Educação

PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais PDE – Plano de Desenvolvimento da Escola PDDE – Plano Dinheiro Direto na Escola

PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar

PNAIC – Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa PNLD – Programa Nacional do Livro Didático

PPP – Projeto Político-Pedagógico

PROBÁSICA– Programa de Qualificação Profissional para a Educação Básica PSE – Programa de Saúde na Escola

RN – Rio Grande do Norte

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO... 15

2 ASPECTOS DO LUGAR E CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA MUNICIPAL JOSÉ NUNES DE FIGUEIRÊDO – ENSINO DE 1° E 2° GRAUS... 18

2.1 Ouro Branco-RN: aspectos gerais...18

2.2 Contexto de fundação da instituição educativa ... 20

2.3 Aspectos organizacionais, pedagógicos e administrativos da escola. ... 22

2.4 Aspectos da infraestrutura da instituição educativa ... 28

2.5 Corpo docente e discente: aspectos gerais ... 32

3 A GEOGRAFIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: UMA ANÁLISE A PARTIR DA ESCOLA MUNCIPAL JOSÉ NUNES DE FIGUEIRÊDO – ENSINO DE 1° E 2° GRAUS... 37

3.1 Ensino de Geografia: considerações necessárias ... 37

3.2 A Geografia no Projeto Político Pedagógico da Escola ... 41

3.3 Conceituando conteúdos de ensino ... 43

3.4 O que nos dizem os docentes da escola sobre conteúdos de ensino de Geografia e como trabalham em sala de aula. ... 46

4 GEOGRAFIA ESCOLAR NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: O OLHAR NA PERSPECTIVA DO DOCENTE E DO DISCENTE... 55

4.1 Importância da Geografia nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental ... 55

4.2 A visão dos discentes com relação ao ensino-aprendizagem de Geografia ... 57

4.3 O que constatamos nas falas dos discentes sobre a Geografia na escola ... 63

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 72

REFERÊNCIAS... 75

APÊNDICES...77

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1 INTRODUÇÃO

A instituição escolar é um lócus que agrega múltiplas relações de aprendizagens, haja vista que os conteúdos de ensino das disciplinas presentes no currículo escolar subsidiam o discente a aprender os conhecimentos necessários à sua formação intelectual e cidadã.

É nesse cenário, onde é propiciado ao educando, por meio dos conteúdos abordados nas aulas de Geografia, aprender os conhecimentos necessários ao entendimento das transformações que ocorrem nas diferentes escalas do espaço, resultantes das ações do homem na paisagem, tendo elas impacto positivo e /ou negativo sobre a superfície terrestre.

A Geografia, enquanto componente curricular da Educação Básica, é a disciplina por excelência que possibilita ao aluno entender a distribuição espacial dos fenômenos, a dinâmica de formação dos lugares, o entendimento da realidade populacional, econômica, cultural, ambiental, entre outros acontecimentos nas esferas local/global. Além de estimular o pensamento crítico e a capacidade de analisar os fatos que são tecidos no espaço pelas gerações através de suas práticas sociais.

A importância do estudo dos conteúdos e dos conceitos da Geografia na escola é indiscutível, tanto para a formação intelectual dos discentes, como para o fortalecimento do entendimento de que as ações de cada sujeito, no espaço socialmente construído pelas gerações, provocam interferências coletivas.

Norteada pelo reconhecimento do quão relevante é o ensino da Geografia para a construção do entendimento sócio-espacial, bem como para a construção da cidadania do aluno, o interesse pela temática ocorreu durante o meu percurso enquanto professora de reforço escolar e se aprofundou durante o Estágio Supervisionado IV no Ensino Fundamental I.

O convívio frequente com os educandos me fez perceber o desinteresse deles pelos assuntos e atividades escolares relacionadas à Geografia escolar. Diante da constatação, surgiu o interesse em realizar um estudo de caso em uma escola pública do município de Ouro Branco-RN.

A finalidade deste trabalho é analisar as práticas pedagógicas dos professores que lecionam Geografia nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental em uma escola pública do município de Ouro Branco-RN. Para tanto, elencamos como objetivos específicos:

caracterizar a instituição educativa, base empírica da pesquisa, em seus aspectos estruturais, organizacionais, humanos e pedagógicos; conhecer a proposta curricular da escola para o

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ensino de Geografia nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, verificando se as práticas dos professores condizem com o que propõe; e compreender como se dá o processo de ensino de Geografia considerando as práticas metodológicas dos professores.

O caminho metodológico trilhado, contou inicialmente com a pesquisa documental, que serviu de base para explorar todos os aspectos pretéritos e atuais que compõem a instituição educativa. Foram realizadas observações in lócus para saber quais as metodologias usadas no processo de ensino e como estas são utilizadas para facilitar a mediação da aprendizagem dos assuntos da Geografia. Fizemos também análises dos planos de aula, realizamos entrevistas com questões abertas aos doze docentes que lecionam nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental e a dezoito alunos, sendo, nove do turno matutino e nove do turno vespertino.

As entrevistas visavam conhecer o perfil socioprofissional (Apêndice A) dos docentes, questões relacionadas à temática enfocada no trabalho (Apêndice B), para saber como os educadores estão ensinando os conhecimentos geográficos e identificar se os discentes (Apêndice C) gostam da forma como os conteúdos da Geografia são abordados e se sentem dificuldades para aprendê-los.

Foi também realizada uma pesquisa bibliográfica para dar suporte à análise dos resultados obtidos durante todos os percursos trilhados na elaboração do trabalho, fundamentada em estudos de autores como Carvalho e Pimenta (2011), Castrogiovanni et al (2014), Cavalcanti (2010), Kymura (2008), Albuquerque (2013), Garcia et al (2014) entre outros.

O trabalho encontra-se organizado em três capítulos, além desta introdução e das considerações finais. No primeiro capítulo, intitulado “Aspectos locacionais e caracterização da Escola Municipal José Nunes de Figueirêdo – Ensino de 1° e 2° Graus”, apresentamos uma caracterização geral da instituição educativa, apontando sua localização geográfica, contexto de criação, aspectos organizacionais, pedagógicos, administrativos e infraestruturais, bem como os sujeitos da pesquisa.

No segundo capítulo, nomeado “A Geografia nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental: uma análise a partir da Escola Municipal José Nunes de Figueirêdo – Ensino de 1° e 2° Graus”, fizemos, inicialmente, algumas considerações necessárias ao ensino de Geografia, especialmente, dentro da abordagem didático-pedagógica dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Geografia, discorremos sobre como se apresenta a disciplina de Geografia no Projeto Político Pedagógico da escola, conceituamos conteúdos de ensino,

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destacando suas tipificações, e analisamos o que dizem e como os educadores trabalham com os conteúdos de ensino e aprendizagem da Geografia.

No terceiro capítulo, denominado “Geografia escolar nos anos iniciais do Ensino Fundamental: o olhar na perspectiva docente e discente”, primeiramente, abordamos a respeito da importância da Geografia nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, e, em seguida, finalizamos fazendo uma análise do que pensam os discentes sobre o ensino e aprendizagem dos conteúdos da Geografia nesta etapa de ensino, confrontando com o que foi constatado nas observações em sala de aula.

Nas considerações finais, retomamos os pontos centrais de nossa problemática, ressaltando os aspectos mais relevantes da contribuição deste trabalho para as práticas pedagógicas no ensino da Geografia escolar.

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2 ASPECTOS DO LUGAR E CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA MUNICIPAL JOSÉ NUNES DE FIGUEIRÊDO – ENSINO DE 1° E 2° GRAUS

Este capítulo está organizado de forma que o leitor possa conhecer o espaço da base empírica, no qual a pesquisa foi realizada. Para isso, a princípio, localizamos geograficamente o município de Ouro Branco-RN; posteriormente, abordamos o contexto histórico de criação da instituição educativa e caracterizamos os seus aspectos organizacionais, pedagógicos, administrativos e físicos. Finalizamos com os aspectos gerais sobre os docentes e os discentes que constituem a entidade escolar.

2.1 Ouro Branco-RN: aspectos gerais

Ah! Se eu pudesse falar a língua dos anjos a recitar do cume da “Serra do Porção”, contemplando a bela cidade de Ouro Branco, o entoar de todos aqueles que fizeram nossa história. (DE LUCENA, 2015, p.1).

Ouro Branco-RN (Figura 1) é um município brasileiro, localizado no Estado do Rio Grande do Norte, precisamente, na mesorregião Central Potiguar, na Microrregião do Seridó Oriental, nas coordenadas latitude sul: 6°42’04” e longitude oeste: 36°56’44”.

Figura 1: Mapa de Localização do Município de Ouro Branco-RN

Fonte: MEDEIROS, (2016).

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Segundo afirma De Lucena (2015, p.44), “o município faz divisa ao norte com Jardim do Seridó-RN; ao sul, com a cidade de Várzea-PB e Santa Luzia-PB; a leste, com São José do Sabugi-PB, Santana do Seridó-RN e Jardim do Seridó-RN; e a oeste, com Caicó-RN”.

De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2015), o município tem uma população estimada em 4.871 habitantes. Destes, 3.430 (três mil quatrocentos e trinta) estão na zona urbana e 1.441 (mil quatrocentos e quarenta e um) na zona rural, distribuídos em uma área territorial de 253 Km² (duzentos e cinquenta e três quilômetros quadrados), o que corresponde a 25.300 (vinte e cinco mil e trezentos) hectares.

A sede do município dista da capital do Estado do RN, Natal, 250 km (duzentos e cinquenta quilômetros) por via rodoviária, apresentando uma altitude de 223 metros acima do nível do mar.

A economia do munícipio tem como base atividades de agricultura, pecuária, extrativismo mineral, facções, pequenos e médios estabelecimentos no setor comerciário. No campo do extrativismo mineral, há a exploração, na Serra do Poção, da pedra Itacolomi do Norte; na agricultura, o cultivo basicamente de feijão e milho; na agropecuária a criação de bovinos, caprinos, ovinos e suínos. O desenvolvimento destas atividades econômicas gera renda para o sustento das famílias ourobranquenses.

Quanto aos principais eventos socioculturais, a cidade realiza o Carnaval, com maior destaque para o arrastão dos papangus; Festa da Colheita, celebração vivenciada pela população como ato de gratidão a Deus pelos frutos colhidos por ocasião do período chuvoso;

e Festa do Divino Espírito Santo, padroeiro da urbe, realizada todos os anos no início do mês de outubro, época em que o município vive momentos de oração, bênçãos, alegrias e reencontros entre parentes e amigos.

Nos serviços educacionais da Educação Básica, o município de Ouro Branco-RN conta com 3 (três) instituições de ensino, sendo 1 (uma) da esfera estadual que atende ao público alvo do Ensino Fundamental e Ensino Médio, e 2 (duas) da esfera municipal, que ofertam, respectivamente, o Ensino Infantil e o Ensino Fundamental do 1° ao 9° ano. Isso está de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCNEB) quando mencionam as incumbências prescritas pela Lei n° 9.394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) no tocante à Educação Básica:

[...] aos Estados e ao Distrito Federal, está assegurar o Ensino Fundamental e oferecer, com prioridade, o Ensino Médio a todos que o demandarem. E ao Distrito Federal e aos Municípios cabe oferecer a Educação Infantil em

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Creche e Pré-Escolas, e, com prioridade, o Ensino Fundamental. (BRASIL, 2013, p.07).

Assim, evidenciamos que os serviços educacionais ofertados no município de Ouro Branco-RN, estão de acordo com o que é estabelecido por Lei de modo que busca assegurar a formação básica a todos os munícipes.

2.2 Contexto de fundação da instituição educativa

A Escola Municipal José Nunes de Figueirêdo – Ensino de 1° e 2° Graus (EMJONF), (Figura 2), localiza-se na cidade de Ouro Branco-RN, na Avenida José da Penha, nº 211, CEP 59.347-000. É uma instituição pertencente à rede pública municipal de ensino e está na jurisdição da 10° DIRED, Diretoria Regional de Educação, com sede em Caicó-RN.

Figura 2: Fachada da Escola Municipal José Nunes de Figueirêdo.

Fonte: Arquivo da autora, 2016.

A referida entidade foi criada através da Lei nº 181/78 de 30 de novembro de 1979, publicada no Diário oficial 01/02/1980, tendo sido autorizada a funcionar pela Portaria nº 116/83 Diário oficial 28/051983- SEC – GS, de 07 de abril de 1983, da Secretaria de Educação e de Cultura, além do reconhecimento de n° 520/94 SEC/GE, Diário Oficial de 26/10/1994.

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No ano de fundação, a escola funcionava em um prédio na Rua João Melquíades, nº 122, contava com um total de 154 (cento e cinquenta e quatro) alunos matriculados. Oferecia formação para o curso de auxiliar de escritório e magistério (cursos extintos), sendo por muito tempo a única escola de 2º grau do município. Sua primeira diretora foi Maria Diva de Medeiros Azevedo, e vice-diretora Maria do Socorro de Jesus Nascimento. Somente a partir do ano de 1994, a unidade escolar passou a funcionar em outro espaço, localizado na Avenida José da Penha, n° 211, local onde permanece até os dias atuais.

No dia 05 de janeiro de 1999, a instituição educativa foi autorizada a ofertar o Ensino Fundamental, Artigo35, XIV da Lei Complementar nº 94 de 14 de maio de 1991, processo nº 032/98 CE.

A instituição educativa tem como patrono José Nunes de Figueirêdo (Figura 3).

Nascido em 14 de janeiro de 1888, na propriedade Cordeiro, município de Caicó-RN. Filho do professor Odilon Fulgêncio de Figueirêdo e Luísa Nunes de Figueirêdo. Quando adolescente, residiu na região Norte do país, onde foi trabalhar para obter melhor condição financeira. Em 1919, regressou e abriu uma casa de negócio na Vila Espírito Santo, lugar hoje denominado de Ouro Branco-RN. Anos depois, casou-se com a professora Ana Brito.

Figura 3: José Nunes de Figueirêdo.

Fonte: Arquivo da Escola, 2016.

José Nunes era um homem influente e ilustre na localidade. Foi comerciante e o primeiro sub-prefeito do lugarejo, quando na época ainda estava sob a condição de distrito de Jardim do Seridó-RN, mas já se preparava para desmembrar-se politicamente. De acordo com

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a biografia desse indivíduo existente na escola, constatamos que ele foi um grande batalhador pela independência do lugar, engajador da edificação do primeiro Grupo Escolar da povoação na época, bem como um homem de espírito humanitário, pois, tanto nos períodos das memoráveis secas, como nas epidemias que assolavam as pessoas, ele e sua companheira não mediam esforços em prol das vítimas, tanto providenciando ajuda material, bem como sustentando os necessitados com apoio moral, em nome do amor e da solidariedade ao próximo.

2.3 Aspectos organizacionais, pedagógicos e administrativos da escola.

A Escola Municipal José Nunes de Figueirêdo – Ensino de 1° e 2° Graus (EMJONF), atualmente, oferta o Ensino Fundamental do 1º ao 9º Ano, nos turnos matutino (7h às 11h) e vespertino (13h às 17h). Nesse nível de ensino, as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCNEB) citam a Resolução CNE/CEB n° 3/2005 que o regulamenta, a saber:

O Ensino Fundamental de 9 (nove) anos em duas fases com características próprias, chamadas de anos iniciais, com 5 (cinco) anos de duração, em regra para estudantes de 6 (seis) a 10 (dez) anos de idade; e anos finais, com 4 (quatro) anos de duração, para os de 11 (onze) a 14 (nove) anos,(quatorze) anos e se estende, também, a todos os que, na idade própria, não tiveram condições de frequentá-lo. (BRASIL, 2013, p.109).

A Resolução nos revela que o Ensino Fundamental deve ser também ofertado a todos aqueles que não tiveram acesso e/ou não puderam concluí-lo na idade prevista. Para atender ao que estabelece a Lei nessa conjuntura, temos a Educação de Jovens e Adultos (EJA), entretanto, a instituição educativa em evidência não atende a esta modalidade de ensino, respaldando a oferta do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos, somente aos discentes que encontram-se na idade própria prescrita na Lei.

O Ensino Fundamental é de matrícula obrigatória para as crianças a partir de 6 (seis) anos completos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula, conforme o estabelecido pelo CNE no Parecer CNE/CEB n° 22/2009 e Resolução CNE/CEB n° 1/2010.

(BRASIL, 2013, p.37).

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A instituição de ensino, visando ao pleno desenvolvimento do educando no que se refere à formação cidadã e a qualificação profissional, tem como seus os princípios e fins da educação, expressos no artigo 2° da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) N° 9.394/96:

A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1996, p. 9).

Além de oferecer um ensino pautado nessa finalidade, busca também favorecer o desenvolvimento formativo do aluno nos aspectos físicos, afetivo, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família. Sendo a educação dever do Estado e da família, é imprescindível que seja ofertada pelo Estado de forma igualitária, democrática, universal e com qualidade, intensificando gradativamente o processo educativo em ação conjunta com o apoio da família.

A unidade escolar desenvolve um trabalho educativo de acordo com o que propõem as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. Nessa perspectiva, emprega como seus os objetivos da formação básica, citados nas DCNEB para nortear o processo de ensino e aprendizagem, são eles:

I – O desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

II – Foco central na alfabetização, ao longo dos três primeiros anos;

III – A compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da economia, da tecnologia, das artes e da cultura dos direitos humanos e dos valores em que se fundamenta a sociedade;

IV – O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;

V – O fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de respeito recíproco em que se assenta a vida social. (BRASIL, 2013, p. 38).

A escola, primando por colocar em prática o que assinalam esses incisos, garante aos educandos uma formação básica respaldada nos aspectos intelectuais, sociais e afetivos. Desse modo, conduz o educando a compreender os conteúdos das matrizes curriculares, a desenvolver as capacidades cognitivas, bem como conhecer sua realidade sociocultural e a respeitar os diferentes contextos existentes em seu meio social.

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Em relação à organização curricular, constatamos, através do Projeto Político Pedagógico (PPP), que o currículo da unidade escolar está estruturado conforme o Artigo 26 da LDB, seguindo também o que estabelece o currículo da Base Nacional Comum do Ensino Fundamental, abrangendo “o estudo da Língua Portuguesa e da Matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente a do Brasil, bem como o ensino da Arte, a Educação Física e o Ensino Religioso”, (BRASIL, 2013, p.114).

Os conteúdos curriculares são trabalhados também dentro de temas transversais e da interdisciplinaridade1, numa perspectiva voltada para a superação do caráter fragmentário das áreas do currículo, proporcionando a interlocução entre os saberes e os diferentes campos do conhecimento.

Assim sendo, os temas transversais são abordados de modo a respeitar as particularidades dos conhecimentos, como também de acordo com a realidade da escola. Ao discutir sobre isso, os PCN enfatizam que “Os Temas Transversais, portanto, dão sentido social a procedimentos e conceitos próprios das áreas convencionais, superando assim o aprender pela necessidade escolar.” (BRASIL, 1997, p. 41).

De acordo com o PPP, a escola trabalha com os temas: ética, sexualidade, saúde, drogas, meio ambiente e pluralidade cultural, além de outros que surgem da necessidade do cotidiano escolar. O currículo da escola também investe na competência da leitura e da escrita, como estratégia para dar condições de os educandos desenvolverem com êxito a capacidade de ler, interpretar e produzir com coesão e coerência os diversos gêneros textuais.

O PPP encontra-se atualizado e foi elaborado com a participação de todos os membros da comunidade escolar que estão ligados à instituição educativa. Sabemos que este é um documento primordial para a estruturação do trabalho pedagógico e administrativo de uma instituição, sendo nele que a equipe gestora se apoia para discutir mudanças e traçar as metas a serem atingidas.

As Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica alertam que o PPP elaborado pela escola e que passa a orientá-la, deve, portanto, assegurar:

Ampla participação dos profissionais da escola, da família, dos alunos e da comunidade local na definição das orientações imprimidas aos processos educativos e nas formas de implementá-las. Estas devem ser apoiadas por um processo contínuo de avaliações das ações de modo a assegurar a

1A interdisciplinaridade questiona a segmentação entre os diferentes campos de conhecimento, produzida por uma abordagem que não leva em conta a inter-relação e a influência entre eles – questiona a visão compartimentada (disciplinar) da realidade sobre a qual a escola, tal como é conhecida, historicamente se constituiu. Refere-se, portanto, a uma relação entre as disciplinas. (BRASIL, 1997, p. 140).

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distribuição social do conhecimento e contribuir para a construção de uma sociedade democrática e igualitária. (BRASIL, 2013, p.51).

Em suma, o PPP é um documento da instituição educativa, construído pela comunidade que a integra, respeitando os sujeitos da aprendizagem, entendidos como cidadãos de direitos a uma educação de qualidade, gradativa e formativa. Além disso, define a identidade da escola e indica caminhos para a superação das fragilidades no seu processo de ensino e aprendizagem.

À medida que vão surgindo os programas advindos das esferas nacional, estadual e municipal, a escola vai os incluindo na sua organização curricular. Atualmente, é contemplada com seguintes programas: Escola Sustentável, Programa Dinheiro Direto na Escola2(PDDE), Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE)3, Programa Nacional do Livro Didático (PNLD)4 e Programa Saúde na Escola (PSE)5. E desenvolve também projetos internos, que neste ano de 2016 (dois mil e dezesseis) foram: “Ar: elemento da natureza indispensável à vida” e “Para Gostar de Ler Poesias e Poemas de Escritores Brasileiros/Nordestinos”, visando oportunizar ao aluno ampliar seus conhecimentos.

Os projetos são planejados a partir de um tema gerador, elencado conforme a demanda da comunidade escolar, buscando desenvolver as capacidades cognitivas dos alunos e melhorar o rendimento escolar. A esse respeito, os PCN ressaltam: “a organização dos conteúdos em torno de projetos, como forma de desenvolver atividades de ensino e

2Criado em 1995, o PDDE consiste na transferência de recursos às escolas públicas de educação básica das redes estaduais e municipais, bem como do Distrito Federal, com mais de 20 alunos, e às escolas de educação especial mantidas por organizações não governamentais. Os recursos podem ser usados para aquisição de material permanente e de consumo, para manutenção e conservação do prédio escolar, para capacitação e aperfeiçoamento de profissionais da educação, para avaliação da aprendizagem, para implementação de projetos pedagógicos e para o desenvolvimento de atividades educacionais diversas, que visem colaborar na melhoria do atendimento das necessidades básicas de funcionamento das escolas. (LIBÂNEO et al, 2012, p. 394/395).

3O PNAE fornece suplementação alimentar a todos os alunos da educação básica, das escolas públicas federais, estaduais e municipais e das escolas filantrópicas. O objetivo do PNAE é garantir pelo menos uma refeição diária nos dias letivos, atender às necessidades nutricionais dos alunos e desenvolver a formação de hábitos alimentares saudáveis, a fim de garantir o rendimento escolar dos alunos. (LIBÂNEO et al, 2012, p. 394).

4Há três programas voltados ao livro didático que são executados pelo MEC: o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), O Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio (PNLEM) e o Programa Nacional do Livro Didático para a Alfabetização de Jovens e Adultos (PNLA). A aquisição dos livros é feita de forma centralizada pelo FNDE, e as escolas federais e as redes públicas de ensino devem firmar termo de adesão, o qual é encaminhado apenas uma vez ou quando desejarem suspender remessa dos livros. O Programa Nacional do Livro Didático em Braille atende aos alunos cegos que cursarem o ensino fundamental em escolas públicas de ensino regular e escolas especializadas em fins lucrativos. (LIBÂNEO et al, 2012, p. 397).

5Política Intersetorial da Saúde e da Educação, instituído em 2007, integrando políticas de saúde e educação, contribuindo para a formação integral dos estudantes de educação brasileira por meio de ações de promoções, prevenção e atenção à saúde visando o enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o pleno desenvolvimento dos mesmos. Nesse sentido, a escola conta com a parceria da Secretaria Municipal de Saúde, e vem sendo beneficiada com ações diversificadas: palestras, aplicação de flúor, aferição de peso e altura, exame de acuidade visual, entre outros. (PPP, 2016, p. 37).

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aprendizagem, favorece a compreensão da multiplicidade de aspectos que compõem a realidade, uma vez que permite a articulação de contribuições de diferentes campos do conhecimento”. (BRASIL, 1997, p. 61).

Conforme o PPP, a escola pauta o trabalho pedagógico com base no diálogo e na interação, de forma que o conhecimento seja democratizado e fundamentado em valores humanistas, a citar: solidariedade, justiça social, honestidade, responsabilidade, como condição social do conhecimento.

Nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, a entidade prima por uma metodologia embasada na prática pedagógica que vise à interação professor-aluno e aluno-aluno na mediação do conhecimento.

No que se refere ao processo avaliativo adotado pela escola, de acordo com o exposto no PPP, é contínuo e cumulativo com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos formativos sobre os informativos, almejando contribuir para o desenvolvimento do educando e promover estratégias para recuperação daqueles que apresentam um menor rendimento escolar.

Conforme nos diz as DCNEB, “a avaliação do aluno, a ser realizada pelo professor e pela escola, é redimensionadora da ação pedagógica e deve assumir um carácter processual, formativo e participativo, ser contínua, cumulativa e diagnóstica”. (BRASIL, 2013, p.123).

Tomando por base o que nos revela a assertiva, percebemos, pois, que a forma de avaliação que subsidia o processo de ensino e aprendizagem na instituição educativa está de acordo com os ideais de uma educação processual e formativa, não se limitando ao julgamento sobre o sucesso ou fracasso escolar dos alunos, mas procurando diagnosticar os problemas do fracasso de modo a articular meios de intervenção pedagógica para que eles possam eliminar as dificuldades de aprendizagem e avançar gradativamente nos níveis de ensino.

Essa forma de processar a avaliação da aprendizagem está de acordo com os PCN, quando afirmam que, “a avaliação, ao não se restringir ao julgamento sobre sucessos ou fracassos do aluno, é compreendida com um conjunto de atuações que tem a função de alimentar, sustentar e orientar a intervenção pedagógica”, (BRASIL, 1997, p. 81).

Para atender à demanda dos alunos matriculados no Ensino Fundamental, a escola apresenta um quadro de 40 (quarenta) funcionários, atuando nos turnos matutino e vespertino, distribuídos conforme o quadro 1 a seguir:

(28)

Quadro 1: Quadro Organizacional dos Funcionários da Escola, ano 2016.

Cargo/Função Quantidade de Funcionários

Auxiliar de Serviços Gerais (ASG) 7

Auxiliar de Secretaria 1

Bibliotecária 1

Cozinheira 2

Digitador 2

Porteiro 1

Secretária 1

Técnica Pedagógica 1

Vice-diretor 1

Vigia 1

Professor 22

Fonte: Elaborado com base nos dados disponíveis no PPP da EMJONF, 2016.

Os servidores que compõem o quadro organizacional atual da unidade educativa ocupam função específica, dos quais 35 (trinta e cinco) possuem vínculo efetivo, 4 (quatro) temporários e 1 (um) terceirizado. Contando com eles, a escola possui a quantidade de funcionários necessários para suprir a demanda de trabalho nas questões relacionadas à manutenção da limpeza e à organização do espaço. Todavia, não dispõe de profissionais qualificados para atender às necessidades educativas especiais dos alunos que apresentam algum tipo de deficiência, deixando uma lacuna no compromisso que diz assumir com uma educação cidadã, democrática e inclusiva.

O PPP da entidade frisa que os funcionários demonstram responsabilidade, competência e empenho com a função desenvolvida, assumindo, assim, compromisso com o trabalho educativo. Não obstante, é necessário explicitar que há controvérsias entre o que está posto no PPP e o que se observa no cotidiano escolar, pois nem todos os profissionais demonstram competência no trabalho desenvolvido, uma vez que alguns desempenham funções para as quais não são habilitados, e não buscaram ainda a qualificação necessária que os subsidie potencializar o ofício que assumem.

Estes apresentam uma postura ética, cultivam o respeito mútuo e o diálogo, no entanto, observamos haver algumas divergências nas decisões. Contudo, esse fator não quebra o elo entre a equipe gestora e os demais funcionários, pois procuram a melhor forma de chegar a um consenso. Ao tratar sobre respeito, os PCN nos assinalam que “a qualidade do

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convívio escolar para a compreensão e valorização da dignidade, evidentemente vale para o respeito mútuo: o aluno deve sentir-se respeitado e também sentir que dele exigem respeito. O convívio respeitoso na escola é a melhor experiência moral que o aluno pode viver.”

(BRASIL, 1997, p.121).

Desse modo, entendemos que o favorecimento de uma relação fundamentada no respeito concede aos educandos aprender a valorizar as normas e condutas necessárias a uma boa relação coletiva dentro da unidade escolar.

2.4 Aspectos da infraestrutura da instituição educativa

A escola dispõe de um espaço físico privilegiado, organizado, limpo e conservado6. Dispondo de recursos materiais diversos que favorecem o desenvolvimento do trabalho educacional. Tem capacidade para atender 450 (quatrocentos e cinquenta) alunos, porém, conta no corrente ano com 370 (trezentos e setenta), regularmente matriculados no Ensino Fundamental, assim distribuídos: no turno matutino, 211 (duzentos e onze) e no vespertino 159 (cento e cinquenta e nove), na faixa etária entre 6 (seis) e 14 (catorze) anos. São oriundos da classe baixa e média, todos residindo no município de Ouro Branco-RN, zona urbana e rural.

Apesar de a escola ter um ambiente espaçoso, não apresenta adequações necessárias à acessibilidade nem possui sinalização sonora, tátil ou visual. Ressaltamos que há uma rampa que dá acesso ao espaço interno da unidade educativa, todavia, não atende aos critérios técnicos, e ainda há em seu meio uma árvore que impede a passagem do cadeirante.

Nesse contexto, faz, pois, sentido citar a Lei da Acessibilidade 10.098, que estabelece normas gerais e critérios básicos das pessoas deficientes ou com mobilidade reduzida a fim de garantir a estas o acesso adequado:

Art. 17° O Poder Público promoverá a eliminação de barreiras na comunidade e estabelecerá mecanismos e alternativas técnicas que tornem acessíveis os sistemas de comunicação e sinalização às pessoas portadoras de deficiência sensorial e com dificuldade de comunicação, para garantir- lhes o direito de acesso à informação, à comunicação, ao trabalho, à educação, ao transporte, à cultura, ao esporte e ao lazer. (BRASIL, 2000, p.

6).

6Entendemos como bom estado de conversação, o fato de não haver salitre, mofo, buracos nem pichações.

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De acordo com o que menciona o Artigo e pela realidade observada, podemos afirmar que a instituição educativa não atende às prescrições de acessibilidade. Dessa forma, dificulta ao educando com deficiência, o acesso aos espaços físicos da escola, e consequentemente, as informações necessárias à sua formação básica.

Assim sendo, não oportuniza aos educandos autonomia para interagir no espaço escolar e desenvolver trabalhos diferenciados com as pessoas e materiais em um ambiente acolhedor e abrangente. Na esteira desse raciocínio, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) apontam que “a utilização e a organização do espaço e do tempo refletem a concepção pedagógica e interferem diretamente na construção da autonomia”.(BRASIL,1997, p.104).

Visando oferecer oportunidades aos educandos de ampliar o repertório cultural, artístico, intelectual e compartilhar conhecimento, a instituição educativa encontra-se dividida conforme mostra o quadro a seguir:

Quadro 2: Estrutura Física da Escola.

Dependência Quantidade

Almoxarifado 1

Banheiro 8

Biblioteca 1

Cozinha 1

Depósito 2

Laboratório de Informática 1

Pátio 1

Sala de Aula 10

Sala de Direção 1

Sala de Professores 1

Sala de Secretaria 1

Sala de Supervisão 1

Sala de Recursos Multifuncionais para Atendimento Educacional Especializado

1

Fonte: Elaborado com base nos dados colhidos no PPP da instituição.

As salas de aula são amplas, ventiladas e claras. Com capacidade para atender 40 (quarenta) alunos, entretanto, funciona com, no máximo, 30 (trinta). Em todas elas há 2 (duas)

(31)

janelas com quatro divisórias cada, além de 2 (dois) ventiladores que proporcionam ao local um ar de frescor e bem-estar. As paredes estão em bom estado de conservação.

As salas de secretaria, direção e supervisão são dotadas de um ambiente espaçoso e climatizado, contam com materiais necessários para o andamento das atividades nelas desenvolvidas.

A sala de professores dispõe de armário subdivido em várias divisórias, no qual cada compartimento deste é destinado para cada educador alocar seus pertences, estante contendo livros literários e de pesquisa, ventiladores, sofá, mesas e cadeiras que deixam o local organizado, acolhedor e confortável.

A sala de vídeo é um local climatizando e possui cadeiras confortáveis, almofadas e DVD’s, que servem como auxílio didático para complementar as informações relevantes ao processo de ensino e aprendizagem.

O laboratório de informática dispõe de 15 (quinze) computadores, sendo 1 (um) adaptado para deficiente, servindo como recurso didático, fonte de informação e pesquisa para alunos, professores e demais profissionais da instituição educativa. Como nos dizem os PCN,

“é indiscutível a necessidade crescente do uso de computadores pelos alunos como instrumento de aprendizagem escolar, para que possam estar atualizados em relação às novas tecnologias da informação e se instrumentalizarem para as demandas sociais presentes e futuras.” (BRASIL, 1997, p. 104).

A sala de recursos multifuncionais para atendimento especializado (AEE) dispõe de materiais necessários para o desenvolvimento de atividades voltadas à função de complementar a formação do aluno com deficiência. A Resolução CNE/CEB n° 4, de 02 de outubro de 2009, ordena:

Art. 2°O AEE tem como função complementar ou suplementar a formação do aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua aprendizagem. (BRASIL, 2009, p. 01).

Há na escola o espaço físico e materiais didático-pedagógicos, disponibilizados pelo Ministério da Educação (MEC), destinado a esse tipo de atendimento, no entanto, o profissional responsável por desenvolver o trabalho é um educador readaptado por motivos de saúde e não possui habilitação ou curso voltado a assistência de crianças com deficiência.

Ao tratar sobre o profissional qualificado para desenvolver esse tipo de trabalho, a Resolução CNE/CEB n° 4, de 02 de outubro de 2009, em seu Art. 12 nos diz que, “Para atuar

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no AEE, o professor deve ter formação inicial que o habilite para o exercício da docência e formação específica para a Educação Especial.” (BRASIL, 2009, p.3). Inferimos, pois, que o trabalho educativo realizado na sala de AEE na escola em evidência não responde às determinações deste artigo, restringindo-se somente a atender os educandos que ainda não sabem ler e/ou escrever convencionalmente, caracterizando-se com uma espécie de reforço escolar e não de apoio voltado à necessidade dos alunos deficientes.

A biblioteca possui vasto acervo de livro didático, paradidático, dicionários e revistas, que se encontram dispostos nas estantes de forma seriada, facilitando a procura dos exemplares. O espaço é climatizado, possui mesas e cadeiras confortáveis, além de televisão e almofadas, deixando o local aconchegante e acolhedor. Assim sendo, os docentes costumam realizar atividades educativas nesse espaço, bem como procuram estimular os educandos a frequentarem tal ambiente para apreciar as obras nele contidas e despertar o hábito pela leitura.

O pátio é amplo, coberto e calçado, serve para realização dos eventos da escola, bem como de refeitório, no momento em que a merenda é servida, como também para a recreação das crianças. A extensão desse local permite ao educando andar, correr, brincar e se movimentar livremente.

A cozinha é um espaço limpo e higiênico, no qual todos os profissionais que nela desempenham uma função trabalham com touca, luva e avental, aparatos indispensáveis para manter a higiene da comida.

O almoxarifado e o depósito são ambientes estruturados com armários que servem para acomodar materiais de expedientes, eventos, alimentos e produtos de limpeza. Os locais chamam atenção pela forma como estão organizados, bem como pela limpeza e pela conservação.

Os banheiros são limpos, extensos, mas são apresentam sanitário, lavatório nem corrimão nas paredes que atenda a especificações e normas técnicas de acessibilidade para as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

Em suma, os aspectos que constituem a infraestrutura do ambiente escolar em foco expressam organização e conservação, porém, não atende às especificidades e singularidades dos sujeitos envolvidos no processo educativo, tendo em vista que não oferece condições para o desenvolvimento de atividades diversificadas, principalmente, para os discentes que apresentam mobilidade reduzida e/ou alguma deficiência.

(33)

2.5 Corpo docente e discente: aspectos gerais

A partir do PPP e das observações realizadas no âmbito escolar em foco, constatamos que a escola prima por uma filosofia de troca de conhecimento, como forma sublime de compartilhar o saber sistematizado pelas gerações, contribuindo, pois, para a formação de sujeitos históricos e sociais.

A instituição educativa, como já mencionado, atende atualmente 370 (trezentos e setenta) educandos, filhos(as) de família das diversas classes sociais, contudo, a maioria procede de famílias de baixa renda. Os pais e/ou responsáveis enfrentam dificuldades em obter emprego fixo, exercendo, com isso, atividades diversas como: agricultura, pecuária, mineração, cerâmicas, comércio, construção civil, diarista, autônomos; outros atuam na esfera pública municipal, estadual e privada, exercendo cargos como: professor, policial militar, vigilante, pintor, costureiros de facções; e outros sobrevivem de pensões ou são beneficiários do Programa Bolsa Família7. A renda mensal de alguns é insuficiente para nutrir as necessidades básicas, ao passo que a de outros oscila entre 1 (um) e 3 (três) salários mínimos.

Ao tratar sobre fatores que interferem na aprendizagem e no desenvolvimento escolar dos discentes, o PPP nos diz que a comunidade escolar é afetada por pais desempregados, baixo poder aquisitivo, agricultura prejudicada por anos consecutivos de seca e famílias desestruturas.

Essa realidade tem influenciado negativamente as relações dos educandos oriundos desses lares, bem como no desenvolvimento cognitivo, psicológico, moral e afetivo. Pois, como sabemos, o âmbito escolar é um lugar permeado pela diversidade em todos os aspectos, quer sejam, humanos, culturais, religiosos, intelectuais, étnicos, políticos, entre outros. Assim sendo, a escola que se preocupa e se propõe a se ajustar às diversidades existentes em seu meio, deve, pois, assumir diferentes papéis no exercício educativo.

Na esteira desse raciocínio, os PCN sinalizam que “atender necessidades singulares de determinados alunos é estar atento à diversidade: é atribuição do professor considerar a especificidade do indivíduo, analisar suas possibilidades de aprendizagem [...].” (BRASIL, 1997, p.63).

7É um programa de transferência direta de renda, direcionado às famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza em todo o País, de modo que consigam superar a situação de vulnerabilidade e pobreza. O programa busca garantir a essas famílias o direito à alimentação e o acesso à educação e à saúde. (BRASIL, 2016).

(34)

A escola é uma instituição burocrática e organizacional, e, como lócus8 que agrega múltiplas relações em sua missão de educar, precisa romper com a homogeneidade e buscar meios de valorizar a diferença. Respaldados nessa ideia, as DCNEB, revelam:

A escola precisa acolher diferentes saberes, diferentes manifestações culturais e diferentes óticas, empenhar-se para se constituir, ao mesmo tempo, em um espaço de heterogeneidade e pluralidade, situada na diversidade em movimento, no processo tornando possível por meio de relações intersubjetivas, fundamentada no princípio emancipador. Cabe, nesse sentido, às escolas desempenhar o papel socioeducativo, artístico, cultural, ambiental, fundamentadas no pressuposto do respeito e da valorização das diferenças, [...]. Contemplar essas dimensões significa a revisão dos ritos escolares e o alargamento do papel da instituição escolar e dos educadores [...]. (BRASIL, 2013, p. 27).

De fato, é primordial que a escola tenha consciência do quão a diversidade existente em seu seio é intrínseco ao processo de ensino e aprendizagem, e que, para atender às múltiplas faces envolvidas no ato educativo, é primordial que o ambiente de aprendizagem seja colaborativo e valorize as diferenças humanas, dando respaldo à diversidade de culturas, deficiências, estilos e ritmos de aprendizagem existentes na unidade educativa.

Para assumir o papel da missão educativa, a EMJONJ conta com 22 (vinte e dois) docentes, destes, 12 (doze) lecionam nas séries iniciais do Ensino Fundamental. A Lei 9.394/96 no Artigo 62 estabelece para o exercício da docência:

A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidade e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nos 5 (cinco) primeiros anos do ensino fundamental, a oferecida em nível médio na modalidade normal.

(BRASIL,1996, p.35).

De acordo com esta Lei, a formação básica exigida para os profissionais atuarem como docentes são cursos superiores de graduação em Licenciatura Plena, admitidos como formação mínima. Todavia, para os professores que irão lecionar nos Anos iniciais do Ensino Fundamental, sujeitos foco da nossa pesquisa, a formação básica exigida é o curso de magistério ou de Licenciatura Plena em Pedagogia. O pedagogo recebe, em seu percurso formativo, a instrução necessária para atuar como sujeito mediador do processo de ensino e aprendizagem dos educandos no Ensino Fundamental I.

8Lócus é entendido aqui como todo o espaço que constitui a escola.

(35)

Ao analisarmos os dados da entrevista socioprofissional dos docentes que lecionam nas Séries Iniciais do Ensino Fundamental, constatamos que apresentam uma faixa etária entre 40 (quarenta) e 55 (cinquenta e cinco) anos de idade e que 99% são naturais do município de Ouro Branco-RN, e residem neste desde a mais tenra idade.

O ingresso de 98% desses professores ocorreu inicialmente através do regime de contrato realizado pela prefeitura municipal, não obstante, posteriormente, realizaram o certame, sendo aprovados para o cargo efetivo de professores da rede pública municipal de ensino de Ouro Branco-RN.

A composição do quadro atual desses educadores nos mostra que 9 (nove) obtiveram formação inicial em Pedagogia através do curso PROBÁSICA9, e somente 1 (um) obteve a pela Universidade Potiguar (UNP). Do total dos 12 (doze) professores que atuam nos Anos Iniciais, somente 2 (dois) não possuem formação inicial em Pedagogia, conforme mostra o gráfico 1 a seguir:

Gráfico 1: Formação dos Docentes dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental da Instituição Educativa.

Fonte: Elaborado com base em coleta de dados da autora, 2016.

9Projeto que se propunha oferecer, em caráter experimental e por um período de três anos, o Curso de Pedagogia, na modalidade de Magistério, para as séries iniciais do então 1° Grau. Esses cursos objetivavam a qualificação profissional do pessoal de nível médio da rede pública de ensino no exercício do magistério, em ação articulada com o poder público municipal, mediante os respectivos setores educacionais e por meio de convênio, cujo currículo se destinava apenas e exclusivamente aos alunos que ingressassem sob vigência do pacto celebrado entre a UFRN, a Prefeitura do município interessado e a FUNPEC – Fundação Norte-Riograndense de Pesquisa e Cultura. Tal convênio assegurava as competências institucionais indispensáveis à execução do Curso.

(GARCIA, 2008, p. 49).

0 2 4 6 8 10 12

Pedagogia Geografia Letras/Portugês

(36)

Sobre o quesito de formação, percebemos que a instituição educativa possui, em seu quadro de profissionais dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, docentes com preparo em áreas afins do conhecimento, Pedagogia, Geografia e Língua Portuguesa.

O interessante seria que todos os educadores destinados ao trabalho educativo nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental I fossem pedagogos, pois estes profissionais recebem, durante seu percurso de desenvolvimento acadêmico, formação para lidar com as especificidades didático-pedagógicas dos alunos inseridos no nível de ensino mencionado.

Conforme o estabelecido pelo CNE na Resolução CNE/CP n° 1/2006, no Art. 5°

Inciso VI, o egresso do curso de Pedagogia deverá estar apto a “ensinar Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, História, Geografia, Artes, Educação Física, de forma disciplinar e adequada às diferentes fases do desenvolvimento humano”, (BRASIL, 2006, p. 2).

Para aprimorar a prática educativa, constatamos que os professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental procuram se capacitar sempre que lhes é oferecida oportunidade.

Atualmente, o corpo docente em questão está fazendo o curso de qualificação do PNAIC10. No entanto, responderam, de forma unânime, que nunca participaram de curso voltado à capacitação do ensino de Geografia.

Do total de docentes que atuam nas séries inicias, mais de 50 % desses possuem especialização. “A formação de professores é entendida como um processo que acontece ao longo do caminho da sua constituição profissional, e como tal é sempre complexo e singularizado com/no desenvolvimento integral de cada sujeito.” (CALLAI, 2013, p. 266).

. O fato de uma parcela dos professores em foco possuírem especialização deixa evidente que se preocupam com o seu fazer pedagógico, buscando aprimorar o conhecimento para enriquecer o processo de ensino e aprendizagem. Como nos diz Callai, “a sociedade, a escola, os alunos e suas famílias esperam do professor o cumprimento de sua tarefa, que é fazer o ensino e oportunizar o desenvolvimento da aprendizagem.” (2013, p. 267).

Quanto aos anos de atuação dos educadores, averiguamos que a maioria ingressou no magistério há mais de 20 (vinte) anos, sendo que alguns sempre atuaram nas séries iniciais do Ensino Fundamental, ao passo que outros lecionam há menos tempo, conforme mostram as informações do gráfico a seguir:

10O Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa é um compromisso formal assumido pelos governos federal, do Distrito Federal, dos estados e municípios de assegurar que todas as crianças estejam alfabetizadas até oito anos de idade, ao final do 3° ano do Ensino Fundamental. (BRASIL, 2016).

(37)

Gráfico 2: Anos de Atuação dos Professores da EMJONF nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.

Fonte: Dados colhidos através da pesquisa, 2016.

Pelas informações, constatamos também que do total dos 12 (doze) educadores, 50 % (cinquenta por cento) destas, ou seja, 6 (seis) estão lecionando há pelo menos a 10(dez) anos nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, e que, 42 % que correspondem às outras 5 (cinco) professoras, que atuaram entre 10 (dez) e 20 (vinte) anos, ao passo que somente 1 (uma) delas lecionou em toda sua carreira do magistério apenas nas séries de atuação aqui enfocadas.

Sublinhamos, portanto, que a experiência é algo imprescindível no dia a dia do professor, auxiliando-o diretamente nas ações desenvolvidas no seu fazer pedagógico, propiciando-o também aperfeiçoar o que não deu certo e aprimorar o que foi positivo no processo educativo.

50%

42%

8%

0 a 10 Anos 10 a 20 Anos 20 a 30 Anos

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