RECURSO OU RESERVA?
EIS A QUESTÃO!
Augusto Mendonça
QUAL A RELEVÂNCIA DO TEMA?
Somente semântica?
OBJETIVOS DA APRESENTAÇÃO
• Entender a questão: Necessidade de atualização das normas de estimativa e classificação de
recursos e reservas;
• Avaliar as implicações para o setor mineral:
políticas públicas, empresas e investidores;
• Perspectivas com o “Novo Marco do Setor
Mineral”;
CONTEXTO
• DNPM, 2002 – GT (DNPM, CPRM, IBRAM,
APROMIN e FEBRAGEO), Proposta de Norma
Brasileira para Classificação de Recursos e Reservas Minerais;
• Grossi Sad, J.H. e Valente, J. 2002. Considerações Sobre Sistemas de Classificação de Recursos e
Reservas, IBRAM;
• BNDES, 2004. Estudo Comparativo das Melhores
Práticas Internacionais para Avaliação e Valoração
de Direitos Minerais;
DEFINIÇÕES DE RECURSOS E RESERVAS
• Partes Interessadas:
– Governos;
– Agências Reguladoras;
– Mercados de Capitais;
– Investidores;
– Consumidores;
• Dependem, de uma forma ou de outra, em estimativas confiáveis de recursos ou reservas, visando avaliar condições de
suprimento de bens minerais, definir políticas públicas, valorar
empresas e tomar decisões de investimentos;
EVOLUÇÃO DAS DEFINIÇÕES DE RECURSOS E RESERVAS
• 1909 – Hoover, Principles of Mining;
• 1930 – Leith, Denominações de Classes de Reservas;
• 1947 – USBM/USGS, Sistema de Classificação de Reservas;
• 1972 - McKelvey Box;
• 1975 – Committee on Natural Resources - ONU, Problems of Availability and Supply of Natural Resources - Estimates of Reserves and Resources;
• 1980 - USGS Bulletin 1450 / Circular 831:
– Principles of a Reserve/Resource Classification for Minerals;
– McKelvey Diagram;
• 1981 – U.S. SEC Industry Guide 7 (IG 7): “Description of property by issuers engaged or to be engaged in significant mining operations.”
• 1989 - 1
oJORC Code;
• 1991 - 1
oSME Guide;
EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS
• JORC, SME Guide,
CRIRSCO, entre outras.
• McKelvey Diagram:
Introdução dos conceitos de
confiança na estimativa geológica e análise de viabilidade.
Identificadas Não Descobertas
Econômicas Demonstradas
Inferidas
Hipotéticas (Em Distritos Conhecidos
)
Especulativa s (Em Distritos Desconhecid
os) Medidas Indicadas
Reservas
Subeconômicas Para- marginais
Recursos
Sub- marginais
DEFINIÇÕES REGULAMENTO DO CÓDIGO DE MINERAÇÃO
DECRETO Nº 62.934, DE 2 DE JULHO DE 1968
REGULAMENTO DO CÓDIGO DE MINERAÇÃO
• Art. 25 - A autorização de pesquisa será outorgada ... :
• VIII - Ao concluir os trabalhos, ..., o titular da pesquisa
apresentará Relatório dos trabalhos realizados, elaborado por profissional legalmente habilitado.
• Art. 26 - O relatório referido no item VIII do artigo anterior será circunstanciado e deverá conter dados informativos sobre a
reserva mineral, a qualidade do minério ou substância mineral útil, a exeqüibilidade de lavra, e, especialmente, sobre:
– d) qualidade do minério....;
– e) gênese da jazida, sua classificação e ..;
– g) demonstração de exeqüibilidade econômica da lavra;
– h) tabulação das espessuras, áreas, volumes e teores necessários ao cálculo
das reservas medida, indicada e inferida.
DEFINIÇÕES
I - Reserva medida: a tonelagem de minério computado pelas dimensões reveladas em ...tão bem definido que as dimensões, a forma e o teor da substância
mineral possam ser perfeitamente estabelecidos, ...., os quais não devem
apresentar variação superior, ou inferior a 20% (vinte por cento) da quantidade verdadeira;
II - Reserva indicada : a tonelagem e o teor do minério computados parcialmente de medidas e amostras específicas, ou de dados da produção, e parcialmente por extrapolação até distância razoável com base em evidências geológicas;
III - Reserva inferida : estimativa feita com base no conhecimento dos caracteres
geológicos do depósito mineral, havendo pouco ou nenhum trabalho de pesquisa.
DEFINIÇÕES
• Art. 48 - O requerimento de concessão de lavra ..., devendo ser instruído com ..: VII - plano de
aproveitamento econômico da jazida, ...;
• Art. 49 - O plano de aproveitamento econômico ...
constará de:
– II - Projetos ou anteprojetos referentes:
– a) ao método de mineração ..., ... escala de produção;
– c) ao transporte na superfície e ao beneficiamento e aglomeração do minério;
– d) às instalações de energia, de abastecimento de água e ....;
– e) à higiene da mina e dos respectivos trabalhos;
DEFINIÇÕES
• Art. 50 - O dimensionamento das instalações e equipamentos previstos no plano de aproveitamento econômico da jazida deverá ser condizente com a produção justificada no memorial explicativo e apresentar previsão das ampliações
futuras.
• Art. 52 - A concessão será recusada se a lavra for considerada prejudicial ao bem público ou comprometer interesses que superem a utilidade da exploração industrial, a juízo do Governo. Neste último caso e desde que haja sido
aprovado o Relatório, o pesquisador terá direito de receber do Governo a
indenização das despesas feitas com os trabalhos de pesquisa.
SUMÁRIO MINERAL, 2012.
RESERVA LAVRÁVEL
Reservas Minerais: As reservas minerais computadas, são aquelas oficialmente aprovadas pelo DNPM, isto é, as constantes nos Relatórios de Pesquisa Aprovados e nos Relatórios de Reavaliação de Reservas, subtraídas as produções ocorridas no ano base. .... As reservas são classificadas como Medida, Indicada e Inferida,
dependendo do grau de conhecimento da jazida.
A apresentação das informações de reservas minerais no Sumário Mineral considerou somente o conceito de Reserva Lavrável, a qual se aproxima do conceito de
Reservas Econômicas, para efeito de comparação com dados estatísticos internacionais.
Em virtude da interrupção, a partir de 2009 (ano-base), das informações sobre as
Reservas Básicas pelo USGS, foi utilizado para cada bem mineral do Brasil, somente a Reserva Lavrável dos detentores de concessões de lavra (manifesto de minas,
decreto, portaria).
PRINCIPAIS PONTOS
• Código não considera recursos minerais;
• A fase de pesquisa mineral objetiva a descoberta de novas
“jazidas”;
• Definição de reservas só deve ser feita na fase de análise de viabilidade técnica e econômica;
• Deficiências:
– Critérios de transparência;
– Materialidade dos relatórios;
– Diretrizes técnicas (Guidelines) para elaboração dos
estudos de viabilidade e classificação de recursos e
reservas;
POLÍTICAS PÚBLICAS
• Governo necessita conhecer, em detalhe, por razões
estratégicas, as questões minerais, especialmente aquelas ligadas ao suprimento, e ao potencial de novas
descobertas;
• Exemplo: USA Strategic and Critical Materials 2013 Report on Stockpile Requirements;
• Deficiências na estimativa de recursos e reservas pode
comprometer formulação de políticas: assimetria de
informações;
SUMÁRIO MINERAL, 2012.
MANGANÊS
OURO
SUMÁRIO MINERAL, 2012.
POTÁSSIO
EXEMPLO: FERTILIZANTES
• Agricultura brasileira depende de uso intensivo de fertilizantes (N, P, K);
• País importa na ordem de 90% de fertilizantes base potássio (KCl) e 50% de fertilizantes fosfatados (P2O5);
• Principais reservas mundiais de KCl são controladas por poucos países;
• Problema de suprimento de fertilizantes é questão estratégica, e vai além da questão de racionalidade dos preços;
• Meta: Produção de KCl (5.5 mi ton/ano), para substituir 90% da
importação atual, além da produção que era prevista na Argentina (3 mi ton/ano);
Ministério da Agricultura (Saab, A. 2010. Simexmin)
INVESTIMENTOS
FONTES DE FINANCIAMENTO
• CRÉDITO (Debt)
– Bancos comerciais;
– Fornecedores;
– Agências internacionais;
– Clientes;
– Bancos desenvolvimento;
– Fundos de Royalties;
• PARTICIPAÇÕES (Equity) – Ofertas de ações;
– Fundos de investimento;
– Outras empresas;
– Governos;
– Bancos de investimento;
– Fundos de “private equitý”;
– Indivíduos;
DE ONDE VEM O DINHEIRO ?
MERCADOS Normas de Recursos e Reservas
EUA - New York Stock Exchange. SEC Industry Guide 7, The SME Guide For Reporting Exploration Results, Mineral Resources, and Mineral Reserves
(The 2014 SME Guide) (*).
Canadá - Toronto Stock Exchange, Vancouver Stock Exchange.
NI 43-101, CIM Estimation of Mineral
Resources & Mineral Reserves Best Practice Guidelines.
Austrália - Australian Stock Exchange. JORC Code (2012). Mineral Resource and Ore Reserve Estimation – The AusIMM Guide to Good Practice (2014).
Inglaterra – London Stock Exchange, London Alternative Markets.
European Code For Reporting Of Mineral Exploration Results, Mineral Resources And Mineral Reserves.
Chile – Santiago Stock Exchange. Chilean Code - Certification Code For
Exploration Prospects, Mineral Resources And Ore Reserves. Instituto de Ingenieros de Minas de Chile.
Brasil – BOVESPA Regulamento do Código de Mineração.