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Percepção discente sobre aprendizagem baseada em equipes (TBL) e instrução em pares (PI) / Student perception of team-based learning (TBL) and peer instruction (PI)

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Academic year: 2020

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Percepção discente sobre aprendizagem baseada em equipes (TBL) e instrução

em pares (PI)

Student perception of team-based learning (TBL) and peer instruction (PI)

DOI:10.34117/bjdv6n1-288

Recebimento dos originais: 30/11/2019 Aceitação para publicação: 27/01/2020

Celice Cordeiro de Souza Bergh Pereira

Doutora em Neurociências e Biologia Celular pela Universidade Federal do Pará Instituição: Centro Universitário do Pará (CESUPA)

Endereço: Av. Almirante Barroso n.3775 CEP: 66613-903 Belém – Pará – Brasil Fone: (91) 3205-9000

E-mail: celice.souza@prof.cesupa.br

Rosana Telma Lopes Afonso

Doutora em Neurociências e Biologia Celular pela Universidade Federal do Pará Instituição: Centro Universitário do Pará (CESUPA)

Endereço: Av. Almirante Barroso n.3775 CEP: 66613-903 Belém – Pará – Brasil Fone: (91) 3205-9000

E-mail: rosana_telma@yahoo.com.br

RESUMO

As metodologias ativas representam um novo conceito de educação, em que se preza pela educação e aprendizagem significativa. Duas dessas metodologias são a aprendizagem baseada em equipes e a instrução em pares. Foram consultados 24 alunos do curso de Fisioterapia, na disciplina Ciências Morfológicas e Fisiológicas sobre suas percepções gerais dessas duas metodologias por meio de um formulário online, via link do Google Forms. Como resultado principal, verificamos que os alunos aumentaram seu estudo individual e conseguiram desenvolver habilidades como trabalho em equipe e capacidade de argumentação. Os resultados reforçam a importância das metodologias ativas no processo ensino-aprendizagem e na formação de alunos com perfil crítico e reflexivo.

Palavras-chave: Aprendizagem, Instrução em Pares, Aprendizagem baseada em equipes. ABCTRACT

Active methodologies represent a new concept of education, which values education and meaningful learning. Two methodologies that represent active methodologies are team-based learning and pair instruction. Twenty-four students of the Physical Therapy course were consulted in the Health and Physiological Sciences course of their online form through the Google Forms link. As a main result, students have increased their individual learning and have been able to develop skills such as teamwork and argumentative ability. The results are a fundamental teaching process in teaching-learning and in the training of students with a critical and reflective profile.

Key words: Learning, Peer Instruction, Team-based learning.

1 INTRODUÇÃO

As metodologias ativas têm uma concepção de educação de desenvolvimento de habilidades e competências relacionadas à criticidade e reflexão por parte dos estudantes. Por meio do estímulo

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ao raciocínio e ao envolvimento por parte dos discentes no processo ensino-aprendizagem, o aluno se sente mais estimulado a buscar, por vontade, o conhecimento (Macedo, et al., 2018).

Duas dessas metodologias ativas, a aprendizagem baseada em equipes (TBL) e a instrução por pares (PI) são atualmente muito usadas, com resultados positivos na aquisição de habilidades e competências por parte dos estudantes.

A primeira é uma estratégia desenvolvida em cursos de Administração na década de 70 e procura criar oportunidades e obter benefícios das discussões de questões em pequenos grupos de aprendizagem (5 a 7 estudantes), que trabalharão no mesmo espaço (Bollela, Senger, Tourinho, & Amaral, 2014).

Já a segunda torna as aulas mais interativas quando proporciona a interação entre os alunos ao longo da aula, procurando explicar, uns aos outros, os conceitos estudados, elaborar hipóteses e aplicar conteúdos (Chicon, Quaresma, & Garcês).

O presente trabalho tem como objetivo conhecer as percepções de alunos que participaram de disciplinas com essas duas metodologias ativas na mesma disciplina, visando melhorar as atividades e alcançar as competências que o estudante necessita para sua formação acadêmica.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

As metodologias de ensino-aprendizagem tradicionais ainda são amplamente utilizadas na formação dos profissionais da saúde. Nesses modelos de educação, destacam-se a transferência de conhecimentos pelo docente ao aluno, a supervalorização da formação técnica e a dissociação entre o conhecimento teórico recebido passivamente pelo discente e o contexto social em que está inserido (Sobral & Campos, 2012).

A metodologia ativa é uma concepção educativa que estimula processos de ensino-aprendizagem crítico-reflexivos, no qual o educando participa e se compromete com seu aprendizado. Propõe a elaboração de situações de ensino que promovam uma aproximação crítica do aluno com a realidade; a reflexão sobre problemas que geram curiosidade e desafio; a disponibilização de recursos para pesquisar problemas e soluções; a identificação e organização das soluções hipotéticas mais adequadas à situação e a aplicação (Sobral & Campos, 2012).

Uma das metodologias mais utilizadas atualmente é a Peer Instruction (PI), que tem como principal objetivo tornar as aulas mais interativas e significativas, em que os alunos, em geral, assumem uma postura passiva em sala de aula. O PI faz com que os alunos interajam entre si ao longo das aulas, procurando explicar, uns aos outros, os conceitos estudados, elaborar hipótese e aplicar os conteúdos na solução das questões conceituais apresentadas. O método pode ser descrito em nove etapas: Etapa 1 – Apresentação oral sobre os elementos centrais de um dado conceito ou teoria é feita

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por cerca de 20 minutos. Etapa 2 – Uma pergunta conceitual, usualmente de múltipla escolha, é colocada aos alunos sobre o conceito (teoria) apresentado na exposição oral. Etapa 3 – Os alunos têm entre um e dois minutos para pensarem individualmente, e em silêncio, sobre a questão apresentada formulando uma argumentação que justifique suas respostas. Etapa 4 – Os alunos informam suas respostas ao professor. Etapa 5 – De acordo com a distribuição de respostas, o professor pode avançar para o passo seis (quando a frequência de acertos estiver entre 35% e 70%), ou diretamente para o passo nove (quando a frequência de acertos for superior a 70%). Etapa 6 – Os alunos discutem a questão com seus colegas por cerca de dois minutos. Etapa 7 – Os alunos votam (informam suas respostas ao professor) novamente, de modo similar ao descrito no passo 4. Etapa 8 – O professor tem um retorno sobre as respostas dos alunos após as discussões e pode apresentar o resultado da votação para os alunos. Etapa 9 – O professor, então, explica a resposta da questão aos alunos e pode apresentar uma nova questão sobre o mesmo conceito ou passar ao próximo tópico da aula, voltando ao primeiro passo (Mazur & Somers, 1997) (Crouch, Watkins, Fagen, & Mazur, 2007).

Já a aprendizagem baseada em equipes (TBL) é uma estratégia educacional constituída por um conjunto de práticas sequenciadas de ensino-aprendizagem. Ela visa promover o desenvolvimento de equipes de aprendizagem de alto desempenho e fornecer a estas equipes oportunidades para se envolver em tarefas de aprendizagem significativas. Cada tópico a ser trabalhado em um módulo requer três etapas, que incluem diversos processos. A primeira etapa é o Preparo, que consiste no estudo prévio pelo estudante de uma tarefa proposta pelo professor fora da sala de aula. A segunda é a Garantia do Preparo, que é realizada em sala de aula inicialmente por meio de teste individual, o qual, posteriormente, é feito em equipe, com feedback, possibilidade de apelação e uma breve apresentação do professor. A terceira etapa é a Aplicação dos Conceitos, por meio da execução de várias tarefas em equipe propostas pelo professor, que, geralmente, envolvem resolução de problemas e tomadas de decisão, seguidas por sua apresentação e feedback. Todos os processos que ocorrem nestas fases são avaliados (KrugI, et al., 2016).

Utilizou-se no curso de Fisioterapia do CESUPA (Centro Universitário do Pará) as duas metodologias mencionadas acima, com o objetivo de implementar o processo de ensino-aprendizagem dos estudantes. A disciplina em questão é chamada Ciências Morfológicas e Fisiológicas, que envolve vários tópicos como bioquímica, biofísica, anatomia, histologia e fisiologia, dentre outras disciplinas em um módulo.

3 MÉTODOS E TÉCNICAS

A pesquisa realizada é quantitativa, do tipo levantamento, onde observou-se o comportamento e opinião dos alunos sobre duas metodologias ativas. Foram usados questionários

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eletrônicos, por meio da ferramenta Google Forms. O link para acesso ao questionário foi compartilhado com os alunos durante o mês de janeiro de 2019.

Os alunos que participaram da pesquisa foram submetidos à metodologia TBL (team-based

learning – aprendizagem baseada em equipes) ou PI (peer instruction – instrução em pares) em duas

disciplinas chamadas CMF I e II (Ciências Morfológicas e Fisiológicas I e II). Essas disciplinas foram ministradas entre os anos de 2017/2018 e, em linhas gerais, consiste em um módulo que integra as disciplinas básicas da área da saúde, como anatomia, histologia, fisiologia, bioquímica, biofísica, entre outras. Os alunos receberam o link de acesso ao questionário através de mídia social.

O TBL foi aplicado na turma de 2017, enquanto que o PI foi aplicado às turmas de 2018. As perguntas foram relacionadas a percepção dos alunos sobre as metodologias e os possíveis benefícios das novas formas de aprendizagem ao estudo.

Em seguida, avaliou-se as tabelas geradas pela própria plataforma Google Forms para descrição dos resultados.

4 RESULTADOS

Dos 120 alunos, distribuídos nas três turmas, apenas 24 se dispuseram a responder o formulário online.

Em relação ao perfil dos alunos que responderam, observou-se que a maioria tem entre 19 e 21 anos de idade, observado na tabela 1, formando uma média de 20,125.

Quanto ao gênero, a maioria dos alunos respondentes é do sexo feminino, constituindo 91,7% dos estudantes, como observamos na Figura 2 abaixo.

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Figura 2 - Distribuição dos alunos por gênero. Fonte: do autor, 2019.

Os alunos também foram perguntados se haviam tido contato com metodologias ativas antes de cursarem Fisioterapia no Cesupa. Essa distribuição está demonstrada na Figura 3.

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A maioria dos alunos respondentes à pesquisa participaram de sessões de TBL, como vemos na Figura 4 abaixo.

Figura 4 - Distribuição dos alunos quanto a metodologia que participou. Fonte: do autor, 2019.

Foi solicitado, também, que os alunos dessas notas às metodologias, demonstradas no histograma abaixo. Mais de 70% deram notas maiores que oito, em uma escala de zero a dez.

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Os alunos foram perguntados quanto a percepção pessoal da contribuição para a metodologia ativa utilizada. A maioria mencionou que foi incentivado a estudar mais individualmente, como vemos na Figura 6, logo abaixo.

Figura 6 - Respostas dos alunos relacionadas às contribuições das metodologias ativas ao seu aprendizado. Fonte: do autor, 2019.

Como resultados, apresenta-se também as percepções qualitativas dos alunos sobre as metodologias utilizadas. No geral, as avaliações foram positivas, demonstrando uma preferência pelo TBL.

PERCEPÇÃO QUALITATIVA DAS METODOLOGIAS PELOS ALUNOS

Eu adorei

Acredito que o TBL foi de extrema importância não só individual mas também coletiva em relação ao nosso aprendizado, nos fez ir além de estudar o “suficiente”, uma vez que éramos desafiados e não sabíamos com quem iríamos discutir em grupo assim fazendo com que fôssemos além para que nossa argumentação fosse mais embasada, nossa pontuação fosse a maior possível, e que nosso desempenho melhorasse a cada semana.

Muito boa

Gosto do PI, porém não nos estimula a estudar previamente como no TBL O TBL ME incentivou a estudar o conteúdo e trabalhar em grupo.

Bom, foram integrados ao nosso aprendizado tanto o TBL quanto o PI que proporcionaram uma certa preocupaçao pra colocar os estudos em dias, incentivando a participaçao de todos os alunos

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Essa metodologia faz com que o aluno debata sobre o assunto proposto, com outras pessoas, e em consequência disso, gere um melhor aprendizado.

A metodologia ativa utilizada foi proveitosa no sentido de ajudar o aluno a trabalhar em equipe, mas também a buscar mais conhecimentos para melhor aplicar no dia a dia dos estudos

O TBL foi uma ótima metodologia par mim, porque incentiva a manter os estudos em dia, ensina a trabalhar em equipe e tira um pouco da rotina de aula expositiva.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que a percepção dos alunos do curso de Fisioterapia, que utilizaram TBL e PI na disciplina de Morfofisiologia foi positiva. Além do perfil dos alunos, verificamos que, em suas percepções as metodologias os ajudaram a estudar individualmente os conteúdos e a praticar habilidades como trabalho em equipe e argumentação.

Ainda são necessárias mais pesquisas sobre as Metodologias Ativas, para que, baseados em evidências, o processo ensino-aprendizagem no ensino superior seja melhor e mais significativo aos estudantes.

REFERÊNCIAS

Bollela, V. R., Senger, M. H., Tourinho, F. S., & Amaral, E. (Junho de 2014). Aprendizagem baseada em equipes: em baseada em equipes: em baseada em equipes: da teoria à prática da teoria à prática. Medicina (Ribeirão Preto) .

Chicon, P. M., Quaresma, C. R., & Garcês, S. B. (s.d.). Aplicação do Método de ensino Peer Instruction para o Ensino de Lógica de Programação com acadêmicos do Curso de Ciência da Computação. Anais do 5o SENID. Cruz Alta: UNICRUZ.

Crouch, C., Watkins, J., Fagen, A., & Mazur, E. (2007). Peer Instruction: Engaging Students

One-on-One, All At Once. Research-Based Reform of University Physics.

KrugI, R. d., VieiraI, M. S., Andrade, d., Vinicius, M., ErdmannI, T. R., VieiraI, F. C., . . . Grosseman, S. (2016). O “Bê-Á-Bá” da Aprendizagem Baseada em Equipes. Revista Brasileira de

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Macedo, K. D., Acosta, B. S., da Silva, E. B., de Souza, N. S., Beck, C. L., & da Silva, K. K. (14 de Abril de 2018). Metodologias ativas de aprendizagem: caminhos possíveis para inovação no ensino em saúde. Esc Anna Nery .

Mazur, E., & Somers, M. D. (1997). Peer instruction: A user’s manual. Prentice Hall.

Sobral, F. R., & Campos, C. J. (2012). Utilização de metodologia ativa no ensino e assistência de enfermagem na produção nacional: revisão integrativa. Rev Esc Enferm USP.

Imagem

Figura 1 - Gráfico que demonstra as idades dos alunos que responderam à pesquisa. Fonte: do autor, 2019
Figura 4 - Distribuição dos alunos quanto a metodologia que participou. Fonte: do autor, 2019
Figura  6  -  Respostas  dos  alunos  relacionadas às  contribuições  das  metodologias  ativas  ao  seu  aprendizado

Referências

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