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Ligações em Moléculas Poliatômicas Parte 4

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Academic year: 2019

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(1)

Disciplina Ligações Químicas

Prof. Dalmo Mandelli

Ligações em Moléculas Poliatômicas

(2)

Orbitais Moleculares de Moléculas Poliatômicas

A teoria dos OM pode ser usada para discutir de maneira uniforme as estruturas

eletrônicas de moléculas triatômicas, de grupos finitos de átomos e dos conjuntos quase infinitos de átomos nos sólidos

Em cada caso, os OM se assemelham àqueles das moléculas diatômicas

A única diferença importante é que os orbitais são formados a partir de uma base mais extensa de OA

O importante é ter em mente que a partir de N orbitais atômicos é possível

construir N orbitais moleculares

(3)

A estrutura geral do diagrama dos níveis de energia dos OM pode ser derivada das moléculas diatômicas, agrupando-se os orbitais em diferentes conjuntos, os orbitais  e  de acordo com suas formas

O mesmo procedimento é usado na discussão dos OM de moléculas poliatômicas

Entretanto, como suas formas são mais complexas do que as das moléculas diatômicas, necessita-se de uma abordagem diferenciada.

A discussão das moléculas poliatômicas será, portanto, realizada em dois estágios:

a) Usando-se ideias intuitivas a cerca da forma molecular para construir os orbitais moleculares

b) Usando-se as propriedades de simetria para construir os orbitais moleculares e justificar outras das suas propriedades

Vamos comparar com resultados obtidos via Teoria de Ligação de Valência e com as Estrutura de Lewis

(4)

No BeH2 os orbitais do átomo central estão interagindo simultaneamente com os orbitais de dois átomos de H distintos

Deve-se previamente imaginar todas as combinações dos orbitais dos átomos ligados ao átomo central que apresentem o mesmo sinal algébrico dos orbitais (ou dos lóbulos dos orbitais) do átomo central.

P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(5)

Como o orbital 2s do Be não muda de sinal em qualquer região a única combinação possível

entre os orbitais 1s dos átomos H que também mantém o sinal algébrico positivo é (1 sa + 1 sb)

Desta maneira, a combinação entre os orbitais destes três átomos é (1sa + 2sBe + 1sb)

Como o sinal algébrico das três funções (que correspondem aos três OA) é o mesmo, esta com-binação leva à formação de um OM ligante que se encontra deslocalizado sobre os três átomos

P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(6)

Para o orbital 2pz, dependendo da região que consideramos, ele apresenta os sinais + e –

Assim, a única combinação possível dos orbitais dos dois H que leva à correspondência de sinais entre os orbitais dos três átomos é 1sa 1sb

Considerando a combinação (1sa + 2pz(Be) 1sb), ficamos com a seguinte seqüência de sinais algébricos na molécula: + +  

P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(7)

Assim observa-se que esta combinação, apesar de levar a um overlap positivo, uma vez que apresenta duas regiões com o mesmo sinal, também apresenta uma região em que dois sinais vizinhos são contrários

Isto significa que nesta região a densidade eletrônica é zero (nodo)

(8)

Comparando-se agora as combinações (lsa + 2s(Be)+ 1sb) e (1sa + 2pz(Be)  1sb) observamos que a primeira leva à formação de um OM de menor E que a última

Enquanto a combinação (lsa + 2s(Be)+ 1sb) leva à formação de um OM deslocalizado

sobre os três átomos, a combinação (1sa + 2pz(Be)1sb) representa um OM com um nodo em um ponto que coincide com o átomo central

Assim este orbital não se encontra delocalizado sobre os três átomos, e não corresponde a una atração simultânea tão efetiva quanto a anterior

P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(9)

A partir dos orbitais atômicos 2s(Be) e 2pz(Be) e das duas combinações entre os orbitais 1s dos H, (1sa + 1sb) e (1sa 1sb), tem-se a formação de quatro OM do tipo :

s = 2s(Be) + (1sa + 1sb) *s = 2s(Be)  (1sa + 1sb)

p = 2pz(Be) + (lsa  1sb) *p = 2pz(Be)  (1sa  1sb)

Estamos considerando as combinações entre os OA 1s dos dois átomos de H como se cada uma delas correspondesse a um OA (vamos ver posteriormente que outros autores chamam isso de abordagem dos orbitais de grupo ligantes)

A partir da combinação linear dos quatro OA obtivemos quatro OM, dois ligantes e dois antiligantes

P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(10)

*s = 2s(Be) (1sa + 1sb)

http://qui.ufmg.br/~ayala/matdidatico/tom.pdf

s = 2s(Be) + (1sa + 1sb)

p = 2pz(Be) + (lsa 1sb)

*p = 2pz(Be) (1sa 1sb)

(11)

*s = 2s(Be) (1sa + 1sb)

s = 2s(Be) + (1sa + 1sb)

p = 2pz(Be) + (lsa 1sb)

*p = 2pz(Be) (1sa 1sb)

http://qui.ufmg.br/~ayala/matdidatico/tom.pdf

(12)

Os outros OA 2p do Be, o 2px e o 2py, que se encontram perpendiculares à linha de união entre os dois núcleos, não interagem com nenhum outro orbital

Assim permanecem na molécula com a mesma E que apresentavam no átomo de Be isolado

Como eles são perpendiculares ao eixo de união entre os dois núcleos, e apresentam sinal contrário em cada lado deste eixo, eles são classificados como OM do tipo

P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(13)

O diagrama de OM presentes na molécula de BeH2 deverá ser composto por:

-quatro OM (), dois ligantes e dois antiligantes

-dois OM não-ligantes () que apresentam na molécula a mesma E que apresentavam no átomo isolado.

(14)
(15)
(16)

profpc.com.br

Pode-se interpretar o BeH2 segundo Teoria da Ligação de Valência e à partir da estrutura de Lewis.

Be encontra-se hibridizado em sp. Ocorre inicialmente, a hibridização entre os

orbitais 2s e 2pz, formando um novo conjunto de orbitais, ainda atômicos, constituído por dois orbitais híbridos do tipo sp e dois OA do tipo p

Os dois orbitais híbridos se combinariam com os dois orbitais 1s dos dois

átomos de H formando as duas ligações  entre o átomo de Be e os dois átomos de H

Os dois orbitais p restantes permaneceriam na molécula com a mesma E que apresentavam no átomo de Be

16

(17)

profpc.com.br

Comparação entre Teoria da Ligação de Valência e da Teoria do Orbital Molecular

Ambas considerarem a atração simultânea dos núcleos pelos mesmos elétrons, mas...

TLV assume que ocorre a formação de duas ligações covalentes equivalentes, localizadas na região entre os dois núcleos,

TOM assume que um dos dois orbitais moleculares  ligantes encontra-se delocalizado sobre os três átomos

TLV assume a formação de ligações localizadas, enquanto que a TOM assume a formação de orbitais moleculares ligantes que podem estar delocalizados sobre todos os átomos

(18)

Nesta molécula todos os átomos apresentam orbitais 2s e 2p

As interações envolvendo os OA dos três átomos estão mostradas abaixo

Dióxido de Carbono – CO2

P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(19)

A participação do orbital s, tanto do C quanto dos O, foi omitida para tornar a representação mais clara

Os 2 orbitais do C que participam da formação de ligações  ao longo do eixo de união entre os dois núcleos, foram representados por tonalidades diferentes (ligados pelas linhas verde e azul)

Isto foi feito para enfatizar que se tem ali, na verdade, dois orbitais distintos

http://www.chemikerboard.de/topic,13136,-hybridisierung.html P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(20)

Para construir o diagrama de OM desta molécula deve-se imaginar todas as

combinações possíveis entre todos os OA

Como o E entre os OA do C e o orbital 2s do O é muito grande, este último não interage com nenhum dos orbitais do C, permanecendo na molécula com a mesma E

(21)

s = 2s(C) + (2pz(O1) 2pz(O2)) *s = 2s(C) (2pz(O1) 2pz(O2))

p = 2pz(C) (2pz(O1) + 2pz(O2)) *p = 2pz(C) + (2pz(O1) + 2pz(O2))’

Os OA que participam da formação de OM do tipo são os 2s e o 2pz do C, juntamente com os

orbitais 2pz de cada um dos O

Os orbitais do C interagem simultaneamente com os orbitais de dois átomos de O distintos

Da mesma forma que para o BeH2, deve-se imaginar as combinações entre os orbitais

2pz (2pz ± 2p

z) dos dois átomos de O que apresentam o mesmo sinal algébrico dos lóbulos dos

orbitais 2pz e 2s do átomo de C

As combinações possíveis que levam à formação de OM do tipo , podem ser escritas da maneira abaixo

(22)

http://cnx.org/conten t/m32935/latest/

*s = 2s(C) (2pz(O1) 2pz(O2))

s = 2s(C) + (2pz(O1) 2pz(O2))

p = 2pz(C) (2pz(O1) + 2pz(O2))

*p = 2pz(C) + (2pz(O1) + 2pz(O2))

22

Carbono

Oxigênio par é

livres

(23)

Cada átomo presente nesta molécula apresenta ainda mais dois orbitais p (px e py), perpendiculares àqueles já envolvidos na formação dos OM do tipo

Pode-se ter ainda as interações entre os orbitais 2px e 2py do C e as combinações (2px(O1) ± 2p

x(O2)) e (2py(O1) ± 2py(O2))

Desta maneira, podemos ter ainda as seguintes OM do tipo entre 2p do C e (2px(O1) + 2px(O2))

x = 2px(C) + (2px(O1) + 2px(O2)) *x = 2px(C) (2px(O1) + 2px(O2))

y = 2py(C) + (2py(O1) + 2py(O2)) *y = 2py(C) (2py(O1) + 2py(O2))

(24)

Por outro lado as combinações

(2px(O1) 2px(O2)) e (2py(O1) 2py(O2))

não apresentam overlap efetivo com os orbitais 2px e 2py do C

Assim sendo permanecem na molécula com caráter não ligante (n)

(25)

http://cnx.org/conten t/m32935/latest/

y = 2py(C) + (2py(O1) + 2py(O2))

x = 2px(C) + (2px(O1) + 2px(O2))

*x = 2px(C) (2px(O1) + 2px(O2)) *y = 2py(C) (2py(O1) + 2py(O2))

25

Carbono

Oxigênio par é

livres

(26)

A molécula de CO2 apresenta quatro orbitais não-ligantes (n), sendo dois em cada um dos átomos de O

Além disso, destes dois orbitais não-ligantes presentes em cada um dos átomos de O, um apresenta E bem inferior à do outro

Este diagrama mostra ainda que existem dois orbitais  ligantes e dois orbitais  ligantes, o que está de acordo com a estrutura de Lewis desta molécula

(27)

Entretanto, o diagrama de OM mostra que existem ainda quatro outros OM (dois tipo

* e dois tipo *) com uma densidade de probabilidade bem mais acentuada na região

próxima do átomo de C

A existência destes orbitais antiligantes, bem como a sua localização, só pode ser prevista através da construção do diagrama de OM

(28)

http://www.graylark.com/eve/MO-linear-triatomics.html

(29)

http://www.graylark.com/eve/MO-linear-triatomics.html

(30)

Moléculas com Geometria Trigonal Plana

O procedimento que estamos adotando para construir o diagrama de OM é simples

IMAGINAMOS todas as interações que podem ocorrer entre todos os orbitais que não

apresentem uma diferença de E muito acentuada

Daí verifica-se as combinações adequadas, entre os orbitais dos átomos ligados ao átomo central, que levem a uma situação na qual se tem o mesmo sinal algébrico para as funções

que representem quaisquer orbitais vizinhos

Porém estas combinações vão se tornando cada vez mais difíceis de serem "imaginadas", à medida que aumenta o número de orbitais envolvidos, ou à medida que a geometria da molécula deixa de ser linear ou planar

P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(31)

Trifluoreto de Boro - BF3

Construção do diagrama de OM do BF3 envolve também um número maior de interações

entre os vários átomos que compõe a molécula

Apresenta uma geometria trigonal plana, com ângulos de 120o entre as ligações

Vamos imaginar que esta molécula se encontra no plano xy, com o Boro localizado na

origem do sistema de coordenadas

Desta maneira, uma das ligações B-F

coincide com o eixo x, enquanto que as outras

duas se encontram entre os eixos x e y

Com esta orientação, o próximo passo agora é tentar imaginar todas as interações

envolvendo os orbitais 2s e 2p de cada um dos átomos presentes na molécula

P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(32)

Não será considerada nenhuma interação envolvendo os orbitais 2s do F, pois estes orbitais apresentam E muito baixa

Além disso, a diferença de energia entre estes orbitais e os orbitais atômicos do B é muito acentuada

Desta maneira, como estes orbitais 2s se encontram muito perto do núcleo do F a sua participação em qualquer tipo de ligação covalente deve ser muito difícil

Assim, devemos imaginar apenas o conjunto de interações envolvendo os orbitais 2s e 2p do Boro e os orbitais 2p dos átomos de Flúor

P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(33)

O orbital 2pz do B se encontra perpendicular ao plano xy

Como os três F se encontram neste plano, não há nenhum tipo de

combinação envolvendo este orbital que leve à OM do tipo

Assim nas combinações que levem à formação de orbitais moleculares do

tipo , serão considerados apenas os orbitais 2s, 2px e 2py do B

P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(34)

O orbital 2s do B pode interagir com três orbitais 2p dos átomos de F

Da mesma forma que os orbitais 2px e 2py do B também podem interagir com os orbitais dos átomos do F que se encontram neste plano

Tem-se a combinação de seis orbitais atômicos (2s, 2px e 2py do B e três orbitais 2p dos três átomos de F que se encontram no mesmo plano da molécula) para a formação dos OM do tipo

Com isto, já se pode afirmar que o diagrama que mostra o conjunto de OM desta molécula, deverá apresentar seis OM do tipo

P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(35)

As combinações que levam à formação dos OM do tipo  são as seguintes

s(B) = 2s(B) + (2pz(F1) + 2pz(F2) + 2pz(F3) ) *s(B) = 2s(B)  (2pz(F1) + 2pz(F2) + 2pz(F3))

py(B) = 2py(B) + (2pz(F2) 2pz(F3)) *py(B) = 2py(B)  (2pz(F2)  2pz(F3))

px(B) = 2px(B) + (2pz(F1) 2pz(F2) 2pz(F3)) *px(B) = 2px(B)  (2pz(F1)  2pz(F2)  2pz(F3))

P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(36)

s(B) = 2s(B) + (2pz(F1) + 2pz(F2) + 2pz(F3) ) *s(B) = 2s(B)  (2pz(F1) + 2pz(F2) + 2pz(F3))

py(B) = 2py(B) + (2pz(F2) 2pz(F3)) *py(B) = 2py(B)  (2pz(F2) 2pz(F3))

px(B) = 2px(B) + (2pz(F1) 2pz(F2) 2pz(F3)) *px(B) = 2px(B)  (2pz(F1)  2pz(F2) 2pz(F3))

Destes seis OM, aquele proveniente das

combinações envolvendo o orbital 2s do B deve corresponder ao OM  de menor E

Por isso, os OM do tipo a formados a partir destes orbitais deverão apresentar E mais alta do que aquele formado a partir do orbital 2s

Tem-se assim um conjunto de seis OM do tipo , três ligantes e três antiligantes

Por outro lado, as interações envolvendo os orbitais 2p de ambos os átomos é menos efetiva, ou seja, o overlap não é tão acentuado quanto no caso daquele envolvendo o orbital 2s

(37)

No B existe ainda um orbital 2p perpendicular ao plano da molécula, que não foi envolvido em nenhuma das combinações anteriores para formar OM do tipo

Cada um dos átomos de F apresenta ainda dois orbitais 2p perpendiculares entre si, que também não foram utilizados em nenhum tipo de interação

Destes dois orbitais, um deles (o 2py) encontra-se orientado paralelamente ao orbital 2pz do B, que ainda não foi utilizado em nenhuma combinação

Assim tem-se quatro OA que apresentam orientação adequada para se combinar, como mostrado abaixo

P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(38)

A combinação dos orbitais 2py dos três átomos de F, que apresenta o mesmo sinal

algébrico que o orbital 2pz do B é (2py(F1) + 2py(F2) + 2py(F3))

Assim, as combinações que representam os orbitais moleculares do tipo  ligante e antiligante são

pz = 2pz(B) + (2py(F1) + 2py(F2) + 2py(F3)) *pz = 2pz(B)  (2py(F1) + 2py(F2) + 2py(F3))

(39)

Uma vez que cada átomo de F apresenta um orbital com orientação adequada para se combinar com o orbital 2pz do B, tem-se um total de três orbitais 2p(F) que podem interagir simultaneamente com o mesmo orbital do B

Desta maneira, deve-se fazer a combinação das funções que representam estes três orbitais, ou seja, há três combinações possíveis, resultantes da contribuição destes três orbitais

Como só utilizamos a combinação é (2py(F1) + 2py(F2) + 2py(F3)), restam ainda duas

outras combinações entre estes orbitais

P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(40)

Em outras palavras, a inversão do sinal algébrico em qualquer dos orbitais 2p dos átomos de F faz com que o overlap positivo de um orbital seja cancelado

pelo sinal contrário do outro

Desta maneira, estas duas combinações, que chamaremos simplesmente de ,

devem permanecer na molécula com um caráter, predominantemente, não ligante

Contudo, qualquer combinação diferente daquela representada ao lado, não leva a um overlap

efetivo entre este conjunto de orbitais

P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(41)

Além deste conjunto de OM, resta ainda um orbital p em cada um dos átomos de F, que não apresenta orientação adequada para se combinar com qualquer dos orbitais do B

Desta maneira, estes três orbitais 2p, um em cada átomo de F, permanecem na molécula com caráter não-ligante (representado por n)

P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(42)

É importante ressaltar que a E que estamos atribuindo a todos estes OM é

puramente qualitativa, e serve apenas para nos dar uma ideia do conjunto de OM presentes em uma molécula

Em muitos casos, nem sequer podemos ter certeza desta ordem crescente de E dos OM que estamos propondo!!!

(43)

Pode-se agora fazer a distribuição eletrônica dos 24 elétrons mais externos existentes na molécula de BF3 seguindo a ordem crescente de E dos OM

Fica-se assim com a seguinte distribuição eletrônica, onde os índices de cada um dos orbitais indica a sequencia crescente na qual estes orbitais aparecem no diagrama

n12 n

22 n32 12 22 32 12 22 32 n42 n52 n62

(44)

Esta distribuição eletrônica mostra que há seis elétrons presentes nos três orbitais ligantes, o que indica que há três ligações do tipo  envolvendo os átomos de F e o átomo de B

Por outro lado, esta distribuição eletrônica mostra também que há dois elétrons em um orbital

ligante, que corresponde a uma ligação deslocalizada, entre o átomo de B e os átomos de F

n12 n

22 n32 12 22 32 12 22 32 n42 n52 n62

(45)

É importante perceber que esse conjunto de orbitais que estamos atribuindo à molécula de BF3, foi baseado nas interações envolvendo todo o conjunto de OA de todos os átomos presentes na molécula

Estas interações foram atribuídas baseando-se no fato de que os ângulos entre as ligações eram de exatamente 120°

Entretanto, como já vimos anteriormente, podem ocorrer desvios deste valor que, com certeza, devem mudar aquele conjunto de interações, nas quais nos baseamos para fazer o diagrama que mostra os níveis de E de todos os OM.

Isto significa que, moléculas que apresentam um desvio no valor deste ângulo entre as ligações, podem apresentar um diagrama de OM ligeiramente diferente

deste que acabamos de desenvolver

P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(46)

Por outro lado, utilizando argumentos da Teoria da Ligação de Valência e de hibridização, para explicar a formação da molécula de BF3, observa-se que a estrutura de Lewis indica que o

Boro deve apresentar uma hibridização do tipo sp2

Desta maneira, cada um destes três orbitais deve se combinar com um orbital p de cada um dos átomos de F formando três ligações BF

Além destas ligações, o B apresenta ainda um orbital 2p perpendicular ao plano da molécula, que não foi utilizado na hibridização deste átomo

P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(47)

Este orbital pode se combinar com o orbital p paralelo ao mesmo, existente em cada um dos átomos de F

Isto significa que o Boro pode formar uma ligação do tipo  com qualquer um dos átomos de F

Como todos os três átomos de flúor são completamente equivalentes, a probabilidade de ocorrer a formação da ligação dupla com qualquer um dos três é exatamente a mesma

Isto significa que, na verdade, esta molécula não apresenta uma estrutura de Lewis, mas corresponde a um híbrido de ressonância constituído de três formas canônicas que

contribuem para o mesmo

(48)

Este orbital pode se combinar com o orbital p paralelo ao mesmo, existente em cada um dos átomos de F

Isto significa que o Boro pode formar uma ligação do tipo  com qualquer um dos átomos de F

Como todos os três átomos de flúor são completamente equivalentes, a probabilidade de ocorrer a formação da ligação dupla com qualquer um dos três é exatamente a mesma

Isto significa que, na verdade, esta molécula não apresenta uma estrutura de Lewis, mas corresponde a um híbrido de ressonância constituído de três formas canônicas que

contribuem para o mesmo

(49)

Moléculas Tetraédricas com Todos os Pares de Elétrons Compartilhados

Imagina-se a geometria tetraédrica como sendo derivada de um cubo no qual quatro vértices alternados são ocupados por quatro átomos ligados a um outro átomo no centro deste cubo

A molécula de CH4 é um exemplo bem simples de uma espécie que apresenta este tipo de geometria

P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(50)

Nesta molécula tanto o orbital 2s quanto os três orbitais 2p do C interagem com os orbitais 1s de cada um dos 4 átomos de H

Em todas estas interações ocorre a formação de OM do tipo .

A partir da interação de oito OA (um orbital 2s e três orbitais 2p do C e quatro orbitais 1s dos 4 H, tem-se a formação de oito OM, sendo quatro ligantes e quatro antiligantes)

P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(51)

Imagina-se todas as combinações dos orbitais 1s dos 4 H que interagem com cada um dos

orbitais do C

O orbital 2s (apresenta o sinal algébrico + em qualquer região) interage simultaneamente, com os quatro orbitais 1s dos quatro H.

Desta maneira, a única combinação linear apropriada entre as quatro funções que representam estes orbitais é

(1s(H) + 1s(H) + 1s(H) + 1s(H))

(52)

Os OM resultantes da contribuição desta combinação e do orbital 2s(C) podem ser representados da seguinte maneira

2s = 2s(c) + (1s(H) + 1s(H) + 1s(H) + 1s(H)) *2s = 2s(c) (1s(H) + 1s(H) + 1s(H) + 1s(H))

(53)

Os três orbitais 2p do C interagem, exatamente da mesma maneira, com os OA 1s dos 4 H

Como nestas interações cada lóbulo do orbital 2p do C interage com dois OA 1s, a única combinação possível entre os quatro orbitais 1s é

(1s(H) + 1s(H) 1s(H) 1s(H))

Os OM formados a partir destas combinações estão representados no próximo slide

(54)

px(C) = 2px(C) + (1s(H) + 1s(H) 1s(H) 1s(H)) *px(C) = 2px(C)  (1s(H) + 1s(H)  1s(H)  1s(H))

py(C) = 2py(C) + (1s(H) + 1s(H)  1s(H)  1s(H)) *py(C) = 2py(C)  (1s(H) + 1s(H)  1s(H)  1s(H))

pz(C) = 2pz(C) + (1s(H) + 1s(H)  1s(H)  1s(H)) *pz(C) = 2pz(C)  (1s(H) + 1s(H)  1s(H)  1s(H))

(55)

Como a interação do orbital s é mais efetiva, o OM resultante da participação do mesmo apresenta E mais baixa

Por outro lado, como as interações envolvendo os orbitais 2p são idênticas, os

três OM, tanto os ligantes quanto os antiligantes, resultantes das interações

envolvendo os orbitais p, apresentam a mesma E (são degenerados)

P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(56)

Pode-se interpretar a molécula de CH4 utilizando Teoria da Ligação de Valência

Estrutura de Lewis indica que existem quatro pares de elétrons ao redor do C

A maior separação possível entre estes quatro pares de elétrons é através de um ângulo de 109°,

correspondendo a uma geometria tetraédrica, onde os quatro H ligados ao C ocupam os

vértices deste tetraedro

http://200.156.70.12/sme/cursos/EQU/EQ20/modulo1/aula0/aula06/04.html P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(57)

Para formar estas quatro ligações, o C necessita de quatro orbitais e, desta forma, ele apresenta uma hibridização do tipo sp3, com estes quatro orbitais híbridos direcionados para os vértices do tetraedro

Cada um destes orbitais híbridos interage com um orbital atômico 1s de um dos H, formando

as correspondentes ligações covalentes entre estes átomos.

Como estas quatro ligações são equivalentes, os quatro ângulos entre as mesmas devem ser iguais e, assim, esta molécula não mostra nenhum tipo de desvio da geometria tetraédrica.

http://200.156.70.12/sme/cursos/EQU/EQ20/modulo1/aula0/aula06/04.html P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(58)

Moléculas Tetraédricas que Apresentam Pares

de Elétrons Não-Compartilhados Amônia (NH3)

O espectro fotoeletrônico do NH3 apresenta

alguns dos aspectos que uma teoria da estrutura das moléculas poliatômicas tem que explicar

O espectro mostra duas bandas, uma com energia de ionização menor (na região de 11 eV), a qual

apresenta considerável estrutura vibracional

Esta estrutura indica que o orbital de onde o elétron foi ejetado participa de maneira considerável no estabelecimento da forma da molécula

A banda larga na região de 16 eV origina-se dos elétrons que estão ligados mais fortemente

(59)

Orbitais moleculares poliatômicos

Os aspectos que foram introduzidos em conexão com as moléculas diatômicas estão presentes em todas as moléculas poliatômicas

Em cada caso, escrevemos o OM de uma dada simetria (tal como os orbitais  de uma molécula linear) como a soma de todos os OA que podem se sobrepor para formar orbitais daquela simetria

Nesta combinação linear i são os OA (geralmente os orbitais de valência de cada átomo na molécula) e o índice i se refere a todos os OA que tenham a simetria apropriada

A partir de N orbitais atômicos podemos construir N orbitais moleculares

(60)

Orbitais moleculares poliatômicos

1) Quanto maior o número de nós em um OM , maior o seu caráter antiligante e sua E

2) As interações entre os átomos que não sejam vizinhos próximos são ligações fracas

(reduzem a E apenas ligeiramente) se os lóbulos dos orbitais nesses átomos tiverem o

mesmo sinal (e interferirem construtivamente). Elas serão fracamente antiligantes se os

sinais forem opostos (e interferirem destrutivamente)

3) Orbitais construídos a partir dos OA de menor E serão os de mais baixa E (assim,

os OA “s” geralmente produzirão OM de menor E do que os que serão produzidos pelos OA “p” da mesma camada)

(61)

Moléculas Tetraédricas que Apresentam Pares de Elétrons Não-Compartilhados

AMÔNIA (NH3)

A presença ou ausência de pares de elétrons não-compartilhados na molécula

não altera a maneira de representar o conjunto de interações do qual cada um dos OA dos átomos presentes na molécula, participa

A teoria da repulsão dos pares de elétrons da camada de valência indica que a molécula de amônia apresenta uma geometria tetraédrica, onde o N se encontra no centro da mesma

(62)

Para justificar os detalhes do espectro fotoeletrônico do NH3, necessita-se construir os OM que irão acomodar os oito elétrons de valência da molécula

Os orbitais envolvidos em todas as interações são: o orbital 2s(N), os três orbitais 2p(N) e os três orbitais 1s(H) (de cada H).

É possível construir sete orbitais moleculares a partir destes sete orbitais atômicos

http://www.chm.davidson.edu/vce/molec ularorbitals/NH3/NH3.html

(63)

O conjunto de todas as interações envolvendo todos estes orbitais está representado abaixo

P. Faria , Estrutura Atômica e Ligação Química, 2ª. Ed

(64)

Pode-se observar que cada um dos orbitais do N interage, simultaneamente, com um

conjunto de orbitais 1s dos átomos de H

Tanto o orbital 2s quanto um dos orbitais 2p, têm um tipo de interação com o conjunto dos

três OA 1s muito parecido e, portanto, devem contribuir para a formação do mesmo conjunto de OM

Assim sendo, a partir da interação destes orbitais do átomo N com o conjunto de

orbitais 1s, deverá ocorrer a formação de três OM do tipo

= 2s(N) + (1s(H) + 1s(H) + 1s(H)) + 2pz(N)

n= 2s(N) + (1s(H) + 1s(H) + 1s(H)) 2pz(N)

*= 2s(N) (1s(H) + 1s(H) + 1s(H)) 2pz(N)

(65)

Por outro lado, os outros dois orbitais 2p do átomo N também interagem, simultaneamente, com dois conjuntos de orbitais 1s dos H, formando assim outros quatro OM do tipo

As combinações entre os orbitais 1s do H que fornecem o mesmo sinal algébrico que os correspondentes orbitais do N são (ls 1s 1s) e (1s 1s)

px = 2px(N) + (1s(H) 1s(H) 1s(H)) *px = 2px(N) (1s(H) 1s(H) 1s(H))

py(N)= 2py(N) + (1s(H) 1s(H)) *py(N)= 2py(N) (1s(H) 1s(H))

(66)

Como a superposição dos dois orbitais 2p(N)

com os orbitais 1s(H) são menos efetivas, os OM

formados deverão apresentar um nível de E maior que aquele proveniente do orbital 2s(N)

(67)

Pode-se analisar a molécula de NH3 por meio da Teoria da Ligação de Valência

De acordo com a Teoria da Repulsão entre os Pares de Elétrons da Camada de Valência (VSEPR): ângulos próximos de 109º

Cada uma das ligações N-H envolveria um

orbital híbrido sp3 do N e um orbital 1s de

cada um dos átomos de H

Um dos orbitais híbridos acabaria

apresentando dois elétrons que não seriam

compartilhados com nenhum outro átomo

A repulsão envolvendo o par de elétrons não-compartilhado é maior que as

envolvendo os pares compartilhados

Os ângulos entre as ligações N-H são menores que 109°, enquanto que aqueles

(68)

http://www.chm.davidson.edu/vce/molecularorbitals/NH3/NH3.html

TLV está de acordo com os resultados obtidos a partir da TOM

Por meio da distribuição eletrônica dos oito elétrons existentes nesta molécula, ao longo do conjunto de OM observa-se que o NH3

apresenta três pares de elétrons ocupando os três orbitais de menor E, além de um par de elétrons ocupando o próximo OM, que apresenta uma característica, predominantemente, não-ligante

(69)

Ainda para o NH3:

Vimos que “os orbitais envolvidos em todas as interações são: o orbital 2s(N), os

três orbitais 2p(N) e os três orbitais 1s(H) (de cada H). É possível construir sete

orbitais moleculares a partir destes sete orbitais atômicos”

(70)

Nem sempre é apropriado usar  e  nas moléculas

poliatômicas, uma vez que estes rótulos se aplicam a uma molécula linear

Entretanto, freqüentemente é conveniente continuar a usar essa notação quando nos atemos à forma local de um orbital, sua forma relativa ao eixo internuclear entre dois átomos vizinhos

O procedimento correto para rotular orbitais de moléculas poliatômicas, de acordo com as suas simetrias, será visto posteriormente

Para os presentes propósitos, tudo que necessitamos

conhecer desse procedimento mais apropriado é o seguinte

a e b indicam um orbital não-degenerado

e indica um orbital duplamente degenerado

t indica um orbital triplamente degenerado

(71)

Algumas vezes é necessário distinguir diferentes orbitais

a, b, e e t de acordo com uma análise mais detalhada das suas simetrias

Assim índices superiores e inferiores são algumas vezes adicionados a estas letras, como a1, b", eg e t2

a e b indicam um orbital não-degenerado

e indica um orbital duplamente degenerado

t indica um orbital triplamente degenerado

(72)

As regras formais para a construção dos orbitais serão descritas junto com a Teoria de Grupo e Propriedades de Simetria

Mas é possível obter um sentido da sua origem imaginando-se uma visão da molécula de NH3 ao longo do seu eixo ternário (designado z)

Ambos os orbitais 2pz(N) e 2s(N) têm simetria cilíndrica em torno deste eixo

Se os três orbitais 1s(H) forem superpostos com o mesmo sinal relativo um ao outro (ou seja, de forma que todos tenham o mesmo tamanho e a mesma cor no diagrama da figura ao lado, então eles satisfazem esta simetria cilíndrica

Como conseqüência, pode-se formar OM com a forma = c12s(N) + c22pz(N) + c3{1s(HA) + 1s(HB) + 1s(HC)}

(73)

= c12s(N) + c22pz(N) + c3{1s(HA) + 1s(HB) + 1s(HC)}

A partir desses três orbitais de base (cada combinação específica dos orbitais 1s(H) conta como um único orbital de base "formado por simetria") é possível construir três OM (com diferentes valores dos coeficientes c)

O orbital sem qualquer nó entre os átomos de N e H é o de menor E, aquele com um nó entre todos os NH vizinhos é o de mais alta E e o terceiro orbital se situará entre estes dois

Os três orbitais são não-degenerados e rotulados como

la1, 2a1 e 3al, em ordem crescente de E

 = 2s(N) + (1s(H) + 1s(H) + 1s(H)) + 2pz(N)

n= 2s(N) + (1s(H) + 1s(H) + 1s(H))  2pz(N)

*= 2s(N)  (1s(H) + 1s(H) + 1s(H))  2pz(N)

(74)

Os orbitais 2px(N) e 2py(N) têm simetria  em relação ao eixo z e podem ser usados para formar orbitais com combinações dos orbitais 1s(H) que tenham uma simetria idêntica

Por exemplo, uma destas superposições teria a forma

= c12px(N) + c2{1s(HA)  1s(HB)}

Os sinais da combinação dos orbitais 1s(H) se encaixam com os do orbital 2px(N)

px = 2px(N) + (1s(H)  1s(H)  1s(H)) *px = 2px(N)  (1s(H)  1s(H)  1s(H))

py(N)= 2py(N) + (1s(H)  1s(H)) *py(N)= 2py(N)  (1s(H)  1s(H))

(75)

O orbital 2s(N) não pode contribuir para esta superposição, de forma que somente duas combinações podem ser formadas, uma sem nó entre os orbitais do N e dos H e a outra com um nó

Os dois orbitais diferem em E, o primeiro sendo o mais baixo

Uma combinação similar de orbitais pode ser formada com o orbital 2py(N) levando (pelos argumentos de simetria que usaremos depois) a que os dois novos orbitais sejam

degenerados com os outros dois descritos há pouco Estas combinações são exemplos de orbitais e (uma vez que eles formam pares duplamente degenerados), os quais são rotulados como le e 2e, na ordem

crescente de E

(76)

A forma geral do diagrama dos níveis de energia dos OM é mostrada ao lado

A localização correta dos orbitais

(particularmente as posições relativas do conjunto a e do conjunto e) pode ser

determinada somente por cálculos detalhados ou identificando os orbitais responsáveis

através do espectro fotoeletrônico

Já indicamos a atribuição provável dos picos em 11eV e em 16eV, os quais fixam as posições de dois dos orbitais ocupados

O terceiro orbital ocupado está fora da faixa de energia da radiação de 21 eV usada para obter o espectro.

(77)

O espectro fotoeletrônico é compatível com a ne-cessidade de acomodar oito elétrons nos orbitais

Os elétrons entram nos OM em ordem crescente de energia e respeitando-se o princípio da exclusão (proíbe mais do que dois elétrons num mesmo orbital)

Os primeiros dois elétrons entram no orbital 1a1

Os próximos quatro elétrons entram nos orbitais 1e

duplamente degenerados

Os dois últimos entram no orbital 2a1 que os cálcu-los mostram que é praticamente não-ligante e

localizado no átomo de N

A configuração eletrônica global do estado funda-mental assim resultante é 1a121e42a

12

Nenhum dos orbitais antiligantes está ocupado, de forma que a molécula tem E menor do que a dos

(78)

A descrição convencional do NH3 como uma molécula com um par isolado também

se reflete na configuração

O HOMO é o 2a1 o qual está em grande parte confinado ao átomo de N e faz somente uma pequena contribuição para a ligação

Já vimos que o par de elétrons isolado desempenha um papel importante na determinação da forma das moléculas

A significativa estrutura vibracional da banda em 11eV do espectro fotoeletrônico está de acordo com esta observação: a fotoexpulsão de um elétron 2a1

remove o efeito do par isolado e a forma da

molécula ionizada é consideravelmente diferente daquela do NH3

Por isto, a fotoionização resulta em uma marcante estrutura vibracional no espectro.

(79)

Hipervalência no contexto dos orbitais moleculares: a deslocalização dos OM significa que um par de elétrons pode contribuir para a ligação de mais do que dois átomos

Um exemplo ligeiramente mais complicado, mas que

exemplifica um ponto importante, é a molécula octaédrica SF6

Um conjunto de base simples que é adequado para ilustrar o ponto que queremos destacar consiste dos orbitais s e p da camada de valência do átomo de S e um orbital p de cada um dos seis átomos de F apontando para o átomo de S

Usamos os orbitais 2p(F) em vez dos orbitais 2s(F) porque as suas E são mais próximas daquelas dos orbitais do enxofre

A partir destes dez orbitais atômicos é possível construir dez orbitais moleculares

Os cálculos indicam que quatro destes orbitais são ligantes e quatro são antiligantes; os dois orbitais restantes são não-ligantes

(80)

Tem-se 12 elétrons para acomodar. Os primeiros dois podem entrar no 1a1 e os próximos seis podem entram no 1t

Os quatro restantes preenchem o par de orbitais não-ligantes, resultando na configuração 1a21t61e4

Vemos assim que nenhum dos orbitais antiligantes (2a1 e 2t1u) está ocupado

A teoria, portanto, explica a formação do SF6 com quatro orbitais ligantes e dois orbitais não-ligantes ocupados

(81)

Um ponto importante é que a ligação no SF6 pode ser explicada sem usar os orbitais 3d(S) para expandir o octeto

Isto não significa que esses orbitais d não possam participar na ligação, mas mostra que eles não são necessários para formar as ligações dos seis átomos de F com o átomo de S central

A limitação da teoria de ligação de valência é a suposição de que cada OA do átomo central pode participar da

formação de somente uma ligação

A teoria dos orbitais moleculares engloba a hipervalência em face da sua capacidade de disponibilizar uma grande quantidade de orbitais, dos quais nem todos são antiligantes

Deste modo, a questão de quando a hipervalência pode ocorrer parece depender de outros fatores além da

disponibilidade de orbitais d

(82)

Deficiência eletrônica

A existência de espécies deficientes de elétrons é explicada pela deslocalização da influência da ligação dos elétrons sobre vários átomos

A formação de OM pela combinação de vários OA explica facilmente a existência dos compostos deficientes de elétrons, os quais são compostos para os quais não há elétrons suficientes para que uma estrutura de Lewis seja escrita

Este ponto pode ser ilustrado mais facilmente com o diborano, B2H6 Há somente 12 elétrons de valência

São necessários pelo menos sete pares de elétrons para ligar os oito átomos se o modelo de Lewis estiver correto

(83)

O problema pode ser resolvido pela TOM

As ligações B-H terminais são ligações 2c,2e, enquanto que as ligações em ponte B-H-B são ligações 3c,2e nas quais dois elétrons são "compartilhados" entre três átomos

As ligações em ponte no B2H6 são mais longas e mais fracas do que as ligações terminais

Os oito átomos dessa molécula contribuem com um total de 14 orbitais de valência: 4 orbitais de cada B (2s(B), 2px(B), 2py(B), 2pz(B)), totalizando 8, e um orbital de cada um dos 6 H

Estes 14 OA podem ser usados para construir 14 OM

Cerca de sete destes OM serão ligantes ou não-ligantes, número mais do que suficiente para acomodar os 12 elétrons de valência fornecidos pelos átomos

(84)

Em termos da teoria OM, não há nada de estranho na existência desta molécula

Um ponto de vista ligeiramente diferente é obtido quando nos concentramos nos dois fragmentos BHB e nos OM que podem ser formados pela combinação dos OA fornecidos pelos três átomos (figura ao lado)

Este é um exemplo no qual construímos OM a partir de fragmentos de OM: esta abordagem corresponde a uma etapa intermediária entre os OA e os OM finais, sendo muito útil para

estabelecer analogias entre moléculas

(85)

O orbital ligante que se espalha por estes três átomos pode acomodar dois elétrons e unir a molécula

O fato de que dois elétrons possam ligar desta forma dois pares de átomos (BH e HB) não é particularmente notável, mas é uma dificuldade insuperável para a abordagem de Lewis

A deficiência eletrônica é de fato bem

estabelecida não somente no boro (onde ela foi pela primeira vez claramente reconhecida), mas também nos carbocátions e em várias outras classes de compostos

(86)

Água - H2O

Amônia (NH3) - geometria tetraédrica, na qual uma das posições é ocupada por um

par de elétrons não-compartilhado

Água (H2O) - geometria tetraédríca com dois pares de elétrons não-compartilhados

Temos na H2O os mesmos OA que utilizamos na molécula de NH3: 2s e 2p no O e o

orbital 1s de cada um dos H

As interações envolvendo este conjunto de OA estão mostradas na figura abaixo

(87)

O orbital 2s e dois orbitais 2p do O interagem simultaneamente com dois orbitais 1s dos dois H.

O orbital p restante no O encontra-se perpendicular ao plano formado pelos dois H e pelo O, sendo impossível deste orbital interagir com qualquer outro orbital existente na molécula. Desta maneira, este orbital permanece na molécula com a mesma E que

apresentava no O isolado e assume uma característica praticamente não-ligante

(88)

Assim como na NH3, tanto o orbital 2s quanto um dos orbitais 2p do O interagem

com a mesma combinação dos orbitais 1s dos H, que é (1s + 1s)

Novamente, teremos a formação de três OM, que podem ser representados pelas seguintes combinações:

= 2s(O) + (1s(H) + 1s(H)) + 2px(O)

n= 2s(O) + (1s(H) + 1s(H)) 2px(O)

*= 2s(O) (1s(H) + 1s(H)) 2px(O)

(89)

O orbital 2pz do O interage com a combinação (1s – 1s) dos dois átomos de H

Desta maneira tem-se a formação de outros dois OM do tipo , ou seja:

pz = 2pz(O) + (1s(H) 1s(H)) *pz = 2pz(O) (1s(H) 1s(H))

(90)

REFORÇANDO: como o orbital 2py do O encontra-se perpendicular ao plano formado pelos dois H e pelo O

ele não interage com nenhum outro orbital existente na molécula

Assim, ele assume na molécula um caráter não-ligante

O diagrama mostrando os níveis de energia dos OM presentes na molécula de água é mostrado ao lado

(91)

A distribuição dos 8 elétrons mais externos desta molécula indica que os

dois OM ligante e os dois orbitais

predominantemente não-ligantes estão

preenchidos

Além disso o diagrama mostra que todos os OM do tipo ligante

concentram-se muito mais na região

próxima ao átomo de oxigênio

Isto significa que os elétrons mais externos sentem muito mais o efeito da atração por parte do núcleo do O do que por parte do núcleo do átomo de H

Este conjunto de observações obtidas a partir do diagrama dos níveis de E dos OM para a água está de acordo com todas as características desta molécula que já conhecemos

(92)

Por outro lado, a estrutura de Lewis

indica, também que, dos quatro pares de elétrons ao redor do O, dois são compartilhados enquanto que dois não-compartilhados

Isto está de acordo com o diagrama ao lado que indica que os dois pares de elétrons mais externos presentes nesta molécula se encontram em orbitais

predominantemente não-ligantes

Finalmente, como a repulsão entre os pares de elétrons não-compartilhados é maior que aquela entre os pares compartilhados, o ângulo entre

estes últimos deve ser um pouco menor que 109°,

no sentido de minimizar a maior repulsão entre os dois pares de elétrons não-compartilhados.

N

H

H

H

107o

O

H

H

104,5 o

(93)

Poderíamos utilizar a VSEPR para analisar a molécula de H2O

Os átomos presentes nesta molécula apresentam um total de oito

elétrons mais externos, sendo seis do átomo de O (2s2 2p4) e dois dos dois

átomos de H (1s1)

A distribuição dos oito elétrons ao redor destes três átomos

resulta em uma situação na qual temos quatro pares de elétrons ao redor do O, indicando uma hibridização do tipo sp3 neste átomo

Desta maneira para minimizar ao máximo a repulsão entre estes quatro pares de elétrons, a maior separação possível

entre os mesmos deve ser através de um ângulo de 109°

http://www.chemieonline.de/forum/showt

(94)

Localização

As descrições localizadas e deslocalizadas das ligações são matematicamente equivalentes, mas uma descrição pode ser mais apropriada para uma propriedade particular, como

indicado na tabela abaixo

(95)

Uma característica marcante da aproximação de Lewis para a ligação química é a sua concordância com o instinto químico que identifica algo que pode ser chamado de "uma ligação A-B“

Ambas as ligações O-H na H2O, por exemplo, são tratadas como estruturas equivalentes, localizadas, uma vez que cada uma consiste em um par de elétrons compartilhado entre o O e o H

Esta característica parece estar ausente na TOM, uma vez que os OM são deslocalizados e os elétrons que os ocupam ligam todos os átomos juntos e não apenas um par de átomos

vizinhos

O conceito de uma ligação A-B existindo independentemente das outras ligações na molécula e podendo ser transferida de uma molécula para outra parece ter sido perdido

Entretanto, mostraremos agora que a descrição dos OM é matematicamente quase equivalente a uma descrição localizada da distribuição eletrônica global

A demonstração se apoia no fato de que combinações lineares de OM podem ser formadas de maneira que resultem na mesma distribuição eletrônica global, embora os orbitais

individuais sejam significativamente diferentes

(96)

Considere a molécula H2O. Os dois orbitais ligantes ocupados da descrição deslocalizada, 1a1 e 1b2 são mostrados na figura ao lado

Se formarmos a soma 1a1 + 1b2, a metade negativa do 1b2 cancela quase completamente metade do orbital 1a1, deixando um orbital localizado entre o O e um H

Da mesma forma, quando formamos a diferença 1a1  1b2 a outra metade do orbital 1a1 é cancelada quase completamente, deixando um orbital localizado entre o outro par de átomos

Ou seja, tomando-se as somas e as diferenças de orbitais deslocalizados orbitais localizados são criados (e vice-versa)

Uma vez que estes são dois caminhos equivalentes de descrever a mesma população eletrônica global, uma descrição não pode ser dita melhor do que a outra

(97)

A tabela ao lado indica quando é adequado escolher uma descrição localizada ou deslocalizada

Em geral, uma descrição deslo-calizada é necessária para tratar de propriedades globais da molécula inteira

Tais propriedades incluem o espectro eletrônico (transições UV e visível), espectro de fotoionização, energias de ionização e de adição de elétron e potenciais de redução

Ao contrário, uma descrição localizada é mais apropriada para tratar das propriedades de um fragmento da molécula

Tais propriedades incluem força de ligação, comprimento de ligação, constante de força da ligação e alguns aspectos das reações (tais como caráter ácido-base): nesses aspectos, a descrição localizada é mais apropriada, pois foca a atenção na distribuição dos elétrons em uma ligação particular ou no seu entorno

Referências

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