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INÍCIO DE PROVA.doc

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Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL Nº 846.856 - PA (2006/0093789-4)

RELATOR : MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA

RECORRENTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS PROCURADOR : ILDETE DOS SANTOS PINTO E OUTRO(S)

RECORRIDO : ALMERINDA XAVIER DE OLIVEIRA

ADVOGADO : ARLEY MÁRCIO SOARES DE SOUZA E OUTRO(S) EMENTA

DIREITO PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. SERINGUEIRO. "SOLDADO DA BORRACHA". SEGUNDA GUERRA MUNDIAL. JUSTIFICAÇÃO JUDICIAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. EXISTÊNCIA. PENSÃO. CABIMENTO. PRECEDENTES. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Para a concessão da pensão especial prevista no art. 54 do ADCT, a comprovação do tempo de serviço rural exige início de prova material, não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal. Súmula 149/STJ.

2. Hipótese em que a autora, além de apresentar justificação judicial lastreada em depoimentos testemunhais, trouxe também início de prova material – cópia da carteira de trabalho – de que seu falecido companheiro trabalhou como seringueiro durante a Segunda Guerra Mundial.

3. Recurso especial conhecido e improvido.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da QUINTA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, conhecer do recurso, mas lhe negar provimento. Os Srs. Ministros Napoleão Nunes Maia Filho, Felix Fischer e Laurita Vaz votaram com o Sr. Ministro Relator.

Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Jorge Mussi. Brasília (DF), 27 de março de 2008(Data do Julgamento)

MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA Relator

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Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL Nº 846.856 - PA (2006/0093789-4)

RELATOR : MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA

RECORRENTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS PROCURADOR : ILDETE DOS SANTOS PINTO E OUTRO(S)

RECORRIDO : ALMERINDA XAVIER DE OLIVEIRA

ADVOGADO : ARLEY MÁRCIO SOARES DE SOUZA E OUTRO(S)

RELATÓRIO

MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA:

Trata-se de recurso especial manifestado pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS, com base no art. 105, III, "a", da Constituição Federal.

Insurge-se o recorrente contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região que manteve incólume sentença que, por sua vez, julgara parcialmente procedente o pedido formulado pela recorrida objetivando o recebimento de pensão especial, prevista no art. 54 do ADCT, na condição de companheira de falecido seringueiro que havia sido recrutado para trabalhar na Amazônia durante a Segunda Guerra Mundial.

A aresto recorrido recebeu a seguinte ementa (fl. 168):

CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO ESPECIAL. COMPANHEIRA DE SOLDADO DA BORRACHA FALECIDO. ART. 54 DO ADCT. JUSTIFICAÇÃO JUDICIAL. LEI N. 7.986/89 - ANTECIPAÇÃO DE TUTELA NA SENTENÇA. HONORÁRIOS DE ADVOGADO.

1. É devida a percepção de pensão vitalícia àqueles que participaram, durante a 2ª Guerra Mundial, do esforço de guerra para produção de borracha, sendo impróprio o argumento de terem comprovado o exercício de atividade seringueira por intermédio de justificação judicial.

2. Comprovada a convivência more uxório e a relação de dependência da autora com o instituidor do benefício mediante certidão de casamento religioso, nascimento de 4 (quatro) filhos em comum, provas testemunhais e justificação judicial, é devido à autora a percepção do benefício pleiteado.

3. Nos termos da Súmula n. 111 do Superior Tribunal de Justiça, os honorários advocatícios devem incidir apenas sobre as parcelas vencidas até a publicação da sentença.

4. Em lides dessa natureza, é possível a antecipação dos efeitos da tutela na sentença, desde que presentes seus pressupostos autorizadores, hipótese verificada nos autos em virtude do acervo documental.

5. Apelação do INSS desprovida e remessa parcialmente provida.

Sustenta ofensa aos arts. 55, § 3º, da Lei 8.213/91, 163 do Decreto 2.172/97 e

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Superior Tribunal de Justiça

3º da Lei 7.986/89 (com redação dada pela Lei 9.711/98), bem como às Súmulas 149/STJ e 27/TRF da 1ª Região, ao argumento de que o pedido da recorrida baseou-se unicamente em uma justificação judicial que, por sua vez, se lastreou em depoimentos testemunhais, sem que houvesse nenhum início de prova a corroborar suas alegações.

A parte recorrida não apresentou contra-razões (fl. 203v). Admitido o recurso na origem, subiram os autos a esta Corte. É o relatório.

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Superior Tribunal de Justiça

RECURSO ESPECIAL Nº 846.856 - PA (2006/0093789-4)

EMENTA

DIREITO PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. SERINGUEIRO. "SOLDADO DA BORRACHA". SEGUNDA GUERRA MUNDIAL. JUSTIFICAÇÃO JUDICIAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. EXISTÊNCIA. PENSÃO. CABIMENTO. PRECEDENTES. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Para a concessão da pensão especial prevista no art. 54 do ADCT, a comprovação do tempo de serviço rural exige início de prova material, não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal. Súmula 149/STJ. 2. Hipótese em que a autora, além de apresentar justificação judicial lastreada em depoimentos testemunhais, trouxe também início de prova material – cópia da carteira de trabalho – de que seu falecido companheiro trabalhou como seringueiro durante a Segunda Guerra Mundial.

3. Recurso especial conhecido e improvido.

VOTO

MINISTRO ARNALDO ESTEVES LIMA (Relator):

O art. 54 do ADCT concedeu pensão mensal vitalícia no valor de dois salários mínimos aos seringueiros que, durante a Segunda Guerra Mundial, contribuíram para o esforço de guerra, trabalhando na produção de borracha na Região Amazônica.

A concessão do referido benefício, todavia, depende de início de prova material, a teor do art. 3º da Lei 7.986/89, alterado pela Lei 9.711/98, verbis :

Art. 3º A comprovação da efetiva prestação de serviço a que alude esta Lei, inclusive mediante justificação administrativa ou judicial, só produzirá efeito quando baseada em início de prova material, não sendo admitida prova exclusivamente testemunhal.

In casu, além de apresentar justificação judicial lastreada em depoimentos

testemunhais, a autora trouxe também início de prova material de que seu falecido companheiro trabalhou como seringueiro durante a Segunda Guerra Mundial.

Com efeito, foi juntada aos autos cópia da carteira de trabalho do Sr. Raimundo Nonato Costa (fl. 56), comprovando que ele foi contratado pela empresa

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Superior Tribunal de Justiça

"Plantações Ford de Belterra", cuja atividade era "Plantação de Seringueiras", no período de 4/3/45 a 9/10/45, para exercer cargo de "trabalho no campo".

Por conseguinte, restaram atendidas as exigências previstas no art. 3º da Lei 7.986/89, não sendo aplicável à espécie o disposto na Súmula 149/STJ.

Nesse sentido, confira-se o seguinte precedente:

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. RURÍCOLA. ATIVIDADE RURAL. COMPROVAÇÃO. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. CARACTERIZAÇÃO. ARTIGOS 142 E 143 DA LEI 8.213/91. VERBETE SUMULAR 149/STJ. INCIDÊNCIA. EXISTÊNCIA DE PROVA EXCLUSIVAMENTE DOCUMENTAL. POSSIBILIDADE. ART. 55 DA LEI 8.213/91. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.

I - O reconhecimento de tempo de serviço rural, para efeito de aposentadoria por idade, é tema pacificado pela Súmula 149 desta Egrégia Corte, no sentido de que a prova testemunhal deve estar calcada em um início razoável de prova material.

II - A comprovação do tempo de serviço rural pode ser feita apenas por documentos escritos. O que não permite o artigo 55, § 3º da Lei 8.213/91 é a prova exclusivamente testemunhal. (Súmula 149/STJ).

III - Na hipótese dos autos, houve a necessária comprovação de início de prova material, pois a Autora cuidou de juntar documentação apta a comprovar a atividade rural nos moldes determinados por este Tribunal. Cumpre ressaltar que, as Turmas integrantes da Eg. Terceira Seção, já consolidaram entendimento de que havendo razoável início de prova material impõe-se a percepção do benefício (Artigos 142 e 143 da Lei 8.213/91).

IV- Agravo interno desprovido. (AgRg no REsp 542.506/CE, Rel. Min. GILSON DIPP, Quinta Turma, DJ 19/12/03)

Ante o exposto, conheço do recurso especial e nego-lhe provimento. É o voto.

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Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO

QUINTA TURMA

Número Registro: 2006/0093789-4 REsp 846856 / PA Número Origem: 200239020011308

PAUTA: 18/03/2008 JULGADO: 27/03/2008

Relator

Exmo. Sr. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Presidente da Sessão

Exmo. Sr. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA Subprocuradora-Geral da República

Exma. Sra. Dra. ÁUREA MARIA ETELVINA N. LUSTOSA PIERRE Secretário

Bel. LAURO ROCHA REIS

AUTUAÇÃO

RECORRENTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

PROCURADOR : ILDETE DOS SANTOS PINTO E OUTRO(S)

RECORRIDO : ALMERINDA XAVIER DE OLIVEIRA

ADVOGADO : ARLEY MÁRCIO SOARES DE SOUZA E OUTRO(S)

ASSUNTO: Administrativo - Militar - Pensão

CERTIDÃO

Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

"A Turma, por unanimidade, conheceu do recurso, mas lhe negou provimento."

Os Srs. Ministros Napoleão Nunes Maia Filho, Felix Fischer e Laurita Vaz votaram com o Sr. Ministro Relator.

Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Jorge Mussi. Brasília, 27 de março de 2008

LAURO ROCHA REIS Secretário

Referências

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