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Direito Civil III Contratos

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Direito Civil III – Contratos

2011.1

Prof. Andrei Brettas Grunwald

(2)

Código Civil

Artigo 447.

Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.

(3)

CONCEITO

A evicção significa, portanto, a perda em juízo da coisa adquirida ..., isto é, a perda da coisa pelo adquirente em razão de uma decisão judicial.

A evicção garante contra os defeitos de direito, da mesma forma que os vícios redibitórios garantem contra os defeitos materiais.

(4)

CONCEITO

Na esteira do conceito de evicção encontrado no Direito romano, a doutrina sustenta que a evicção ocorre quando o adquirente perde, inteira ou parcialmente, a coisa adquirida, em virtude de sentença judicial, que a atribui a terceiro, por reconhecer que este possui sobre ela direito anterior ao contrato.

(5)

CONCEITO

O Prof. Flávio Tartuce (Direito Civil Vol. 3, 2010) ensina que “a evicção pode ser conceituada como sendo a perda da coisa diante de uma decisão judicial ou de um ato administrativo que a atribui a um terceiro. Há uma garantia legal quanto á evicção nos contratos bilaterais, onerosos e comutativos. Essa garantia existe ainda que a venda tenha sido realizado em hasta pública.

(6)

Alienante é aquele que transfere a coisa

viciada por meio de contrato oneroso. É o responsável pela evicção, que deverá indenizar o evicto;

Evicto (do latim evictus, vencido), aquele

adquirente que sofre a evicção ou perde a coisa adquirida;

Evictor é o terceiro que teve a decisão judicial

ou administrativa favorável;

(7)

1. É indispensável que ocorra uma perturbação de direito, fundada em causa jurídica;

2. Esse vício de direito deve ser anterior ou concomitante à alienação, o que é ponto primordial. Se examina a existência da evicção no momento da transferência da posse ou da propriedade;

3. Existência de uma sentença judicial. O direito do terceiro deve apresentar-se de forma clara e cristalina;

(8)

Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção.

Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.

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Em decorrência dos artigos 449 e 450 do Código Civil, no ponto que se refere a garantia do bem adquirido e a responsabilidade do alienante pelo resultado da evicção, o Prof. Washington de Barros Monteiro criou três fórmulas, levando-se em consideração o conhecimento ou não dos fatos pelo evicto.

(10)

1. Cláusula expressa de exclusão da garantia + conhecimento do risco da evicção pelo evicto = isenção de toda e qualquer responsabilidade por parte do alianante;

2. Cláusula expressa de exclusão da garantia – ciência específica desse risco por parte do adquirente = responsabilidade do alienante apenas pelo preço pago pelo adquirente pela coisa evicta;

GARANTIA – PROF.

WASHINGTON

(11)

3. Cláusula expressa de exclusão da garantia, sem que o adquirente haja assumido o risco da evicção de que foi informado = direito deste de reaver o preço que desembolsou. Em não havendo a referida cláusula de exclusão da garantia (cláusula de non

praestaenda evictione) ou

irresponsabilidade pela evicção, a responsabilidade do alienante será plena.

(12)

Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou:

I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;

II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção;

III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.

(13)

Art. 450. ...: I - ...;

II - ...; III - ....

Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial.

(14)

Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja deteriorada, exceto havendo dolo do adquirente.

Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e não tiver sido condenado a indenizá-las, o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe houver de dar o alienante.

Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo alienante.

(15)

Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta na restituição devida.

Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for

considerável, caberá somente direito a

indenização.

(16)

O Prof. Silvio de Salvo Venosa esclarece:

“O montante indenizatória é

conseqüência do direito de garantia, que, por sua vez, tem relação com o princípio da boa-fé, como vimos. Os prejuízos efetivos decorrentes da perda da coisa devem ser devidamente provados. ... Na evicção, a idéia é de que o patrimônio seja recomposto integralmente.”

(17)

E complementa:

“São conseqüências lógicas dos princípios gerais que regem as benfeitorias. Se o adquirente fez benfeitorias úteis e necessárias e não tiver sido reembolsado, na sentença (a lei diz abonado), seus respectivos valores devem ser incluídos na indenização devida pelo alienante (que terá ação regressiva contra o evictor). Se houve abono delas na sentença, mas foi o alienante quem as realizou, devem ser descontadas na ação contra este último.”

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CIVIL. INDENIZAÇÃO. EVICÇÃO. 1.- "A orientação

jurisprudencial desta Terceira Turma é no sentido de que, pela perda sofrida, tem o evicto direito à restituição do preço, pelo valor do bem ao tempo em que dele desapossado, ou seja, ao tempo em que se evenceu" (REsp 132.012/SP, Rel. Min. WALDEMAR ZVEITER, DJ 24.5.1999). Recurso Especial conhecido e provido para que o pagamento se faça pelo preço do imóvel do tempo da evicção, devidamente corrigido. (STJ, REsp 748477 / RS Recurso Especial 2005/0073447-6, Rel. Min. Sidnei Beneti, 3ª Turma, Julgado em 03/11/2009, DJ: 25/11/2009)

(19)

Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo.

Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo manifesta a procedência da evicção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou usar de recursos.

(20)

DENUNCIAÇÃO

O artigo 70 do Código de Processo Civil fixa que o alienante imediato é que deverá ser denunciado a lide.

“Artigo 70. A denunciação da lide é obrigatória:

I – ao alienante, na ação em que terceiro reivindica coisa, cujo domínio foi transferido á parte, a fim de que esta possa exercer o direito que da evicção lhe resulta;”

(21)

DENUNCIAÇÃO

Nos ensinamentos de Silvio de Salvo Venosa (Direito Civil,vol. 3, 2010,p 567), conclui que:

“A exigência absoluta da litisdenunciação não inibe, em sua falta, a ação de indenização decorrente dos princípios gerais, do inadimplemento dos contratos, ação essa transmissível aos sucessores universais e singulares.”

(22)

JURISPRUDÊNCIA

“EVICÇÃO. INDENIZAÇÃO. DENUNCIAÇÃO

DA LIDE. 1. Por não se ter denunciado, quando

reinvidicada a coisa por terceiro, não impede se pleitear ‘a devolução do preço da coisa vendida, se não provado que o alienante sabida do risco dessa evicção ou, em dele sabendo, que não o assumira’. Em tal sentido precedentes do STJ: RESP´s 9.552 e 22.148, DJ´s de 03.08.92 e 05.04.93. 2. A pretensão de simples reexame de prova não enseja o recurso especial (Súmula 7). 3. Recurso Especial não conhecido.”(STJ, Resp 132.258/RJ, Recurso Especial 1997/0034131-3, DJ 17.04.2000, p. 56, RDTJRJ 44/52, Rel. Min. Nilson Vaves, j. 06.12.1999, 3ª Turma)

(23)

JURISPRUDÊNCIA

PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS. VEÍCULO IMPORTADO. EVICÇÃO. DENUNCIAÇÃO DA LIDE. AUSÊNCIA DE OBRIGATORIEDADE. 1. Esta Corte tem

entendimento assente no sentido de que "direito que o evicto tem de recobrar o preço, que pagou pela coisa evicta, independe, para ser exercitado, de ter ele denunciado a lide ao alienante, na ação em que terceiro reivindicara a coisa" (REsp 255639/SP, Rel. Min. CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, Terceira Turma, DJ de 11/06/2001). 2. Agravo regimental desprovido. (STJ, AgRg no Ag 917314 / PR, Agravo Regimental no AI 2007/0134267-6, Rel. Min. Fernando Gonçalves, 4ª Turma, j. 15/12/2009, DJe 22/02/2010)

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JURISPRUDÊNCIA

Evicção. Denunciação da lide. Precedentes da Corte. 1. Já assentou a Corte, em diversos

precedentes, que o "direito que o evicto tem de recobrar o preço, que pagou pela coisa evicta, independe, para ser exercitado, de ter ele denunciado a lide ao alienante, na ação em que terceiro reivindicara a coisa". 2. Recurso especial não conhecido. (STJ. REsp nº 2000/0037768-6 no RESP 255639 / SP, 3ª Turma, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito, julgado 24/04/2001, DJ 11/06/2001)

(25)

Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.

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O Prof. Silvio de Salvo Venosa esclarece que: quem adquire coisa que sabe ser litigiosa ou que sabe ser de outrem assume os riscos desse negócios. Não pode reclamar a evicção se a coisa não lhe chega indene. As hipóteses do artigo são: o adquirente deve saber dessas situações quando do negócio e as situações em que a coisa adquirida está onerada com gravame real.

Referências

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