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Avaliação pós-ocupação de condomínio residencial multifamiliar na cidade de Ijuí – RS

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Academic year: 2021

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ANGÉLICA MONIQUE BÖEHM

AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO DE CONDOMÍNIO RESIDENCIAL

MULTIFAMILIAR NA CIDADE DE IJUÍ – RS

Ijuí 2018

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ANGÉLICA MONIQUE BÖEHM

AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO DE CONDOMÍNIO RESIDENCIAL

MULTIFAMILIAR NA CIDADE DE IJUÍ – RS

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenha-ria Civil apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Me. Lia Geovana Sala

Ijuí / RS 2018

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ANGÉLICA MONIQUE BOEHM

AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO DE CONDOMÍNIO RESIDENCIAL

MULTIFAMILIAR NA CIDADE DE IJUÍ – RS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de EN-GENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Ijuí, 20 de dezembro de 2018

Prof. Lia Geovana Sala

Mestre pela Universidade Federal de Santa Catarina - Orientador

Prof. Lia Geovana Sala

Coordenador do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA

Prof. Lia Geovana Sala

Mestre pela Universidade Federal de Santa Catarina

Prof. Tarcísio Dorn de Oliveira (UNIJUÍ)

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Dedico este trabalho a Deus, a minha família e meu marido, amigos e a todos aqueles que acreditaram em mim.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, meu guia e fortaleza.

Aos meus familiares e amigos, por todo apoio e incentivo nos momentos de dificul-dade;

Aos professores por todo o conhecimento dado durante todo o curso, em especial, à minha orientadora, Professora Mestre Lia Geovana Sala, pela contribuição indispensável neste trabalho e por toda atenção prestada;

Agradeço também ao professor Antonio Édson Corrente, pelas dicas e instruções; Aos moradores e funcionários do condomínio em que o estudo foi realizado, sem a contribuição destes, essa pesquisa não teria sido possível;

Enfim, agradeço a todos que de uma forma ou outra contribuíram para a conclusão deste trabalho.

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RESUMO

BOEHM, A. M. Avaliação Pós-Ocupação de condomínio residencial multifamiliar na

cidade de Ijuí – RS. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil,

Uni-versidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2018. Em constante modificação, os edifícios apresentam complexidade e objetivos diversifica-dos, que mudam histórica e regionalmente. Avaliar se o imóvel atende aos objetivos pelos quais foi construído torna-se primordial para o aprimoramento e otimização de projetos e execuções de imóveis futuros. Assim como em diversas áreas, a Construção Civil também deve preocupar-se com a satisfação do usuário, que, se tratando de edificações com finali-dade de habitação, é o morador do local. Dentro deste contexto, novas metodologias e abordagens surgem para possibilitar um retorno eficiente e palpável, menciona-se a Ava-liação Pós-Ocupação (APO). Trata-se de um conjunto de técnicas e métodos que busca atentar às necessidades e expectativas do usuário, mensurando as suas experiências e per-cepções sobre o imóvel. Habitações de interesse social apresentam moradores com perfis heterogêneos, gerando necessidades específicas, que precisam ser estudas e entendidas. Este trabalho tem como proposta identificar, através da Avaliação Pós-Ocupação, a per-cepção e satisfação dos moradores de um determinado conjunto habitacional de interesse social da região noroeste do estado do Rio Grande do Sul.

Palavras Chave: Satisfação do usuário. Habitação de interesse social, Conjunto

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ABSTRACT

BOEHM, A. M. Avaliação Pós-Ocupação de condomínio residencial multifamiliar na

cidade de Ijuí – RS. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil,

Uni-versidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2018. In constant change, the examples present themselves and are diversified, changing and regionally. The evaluation is made in the accesses to which it was built becomes paramount for the improvement and optimization of projects and executions of future properties. As in many areas, Civil Construction should also be concerned with the user, which is the treatment of buildings with the fine-dwelling dwelling, the locale. The following evalua-tion of this study is not possible for the evaluaevalua-tion and palpable, may not found and-sur-prise-evaluation for Post-Occupation (APO). It is a set of techniques and methods that seeks to meet the needs and expectations of the user, measuring their experiences and per-ceptions about the property. Social housing has residents with heterogeneous profiles, ge-nerating specific needs that need to be studied and understood. This work aims to define, through the Post-Occupancy Assessment, one of the objectives of the social and regional interest program of the state of Rio Grande do Sul.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Localização do condomínio ... 22

Figura 2 - Planta baixa da unidade habitacional ... 23

Figura 3 - Planta de implantação do condomínio ... 24

Figura 4 - Ambientes de uso comum do condomínio ... 25

Figura 5 - Ilustração do Condomínio Residencial Serrano ... 26

Figura 6 - Blocos de unidades habitacionais ... 27

Figura 7 - Ambientes internos de um apartamento... 28

Figura 8 - 4º Balanço do PAC (2015-2018) ... 29

Figura 9 - Avaliação da importância de equipamentos nas áreas externas ... 47

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Quantidade de moradores no imóvel ... 30

Gráfico 2: Idade dos informantes ... 31

Gráfico 3: Escolaridade dos informantes ... 32

Gráfico 4: Tempo em que mora no local ... 32

Gráfico 5: Avaliação do serviço prestado pela construtora ... 33

Gráfico 6: Avaliação do tamanho dos dormitórios ... 34

Gráfico 7: Avaliação do tamanho da sala ... 34

Gráfico 8: Avaliação do tamanho da área de serviço ... 35

Gráfico 9: Avaliação do tamanho da cozinha ... 35

Gráfico 10: Avaliação do tamanho do banheiro ... 36

Gráfico 11: Avaliação do tamanho da vaga de garagem ... 36

Gráfico 12: Avaliação da área privativa do apartamento ... 37

Gráfico 13: Avaliação da disposição dos cômodos no apartamento ... 37

Gráfico 14: Localização do banheiro no apartamento ... 38

Gráfico 15: Apartamento x membros da família ... 39

Gráfico 16: Avaliação dos ruídos internos e externos ao apartamento ... 40

Gráfico 17: Avaliação da iluminação natural no bloco: apartamento e circulação ... 40

Gráfico 18: Avaliação da ventilação nos cômodos ... 41

Gráfico 19: Avaliação da temperatura nos apartamentos ... 41

Gráfico 20: Avaliação das instalações hidráulicas ... 42

Gráfico 21: Avaliação das instalações sanitárias ... 43

Gráfico 22: Avaliação dos materiais de construção e acabamento ... 43

Gráfico 23: Avaliação das áreas do condomínio ... 44

Gráfico 24: Segurança dentro do condomínio ... 45

Gráfico 25: Avaliação da pavimentação das vias do condomínio ... 46

Gráfico 26: Avaliação da Organização, limpeza e manutenção paisagística do condomínio ... 46

Gráfico 27: Fornecimento de energia elétrica da concessionária ... 48

Gráfico 28: Avaliação da coleta de lixo na região urbanística ... 48

Gráfico 29: Avaliação da segurança pública na região do condomínio ... 49

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LISTA DE SIGLAS

APO Avaliação Pós-Ocupação

FNHIS Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social

IDMH Índice de Desenvolvimento Humano por Municípios

PMCMV Programa Minha Casa Minha Vida

PNHR Programa Nacional de Habitação Rural

PNHU Programa Nacional de Habitação Urbana

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 12

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 14

2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO SOBRE HABITAÇÃO ... 14

2.2 CONJUNTO HABITACIONAL DE INTERESSE SOCIAL ... 15

2.3 AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO ... 17

3 ESTUDO DE CASO: CONDOMÍNIO RESIDENCIAL SERRANO ... 20

3.1 DEFINIÇÃO DA METODOLOGIA ... 20 3.2 CARACTERIZAÇÃO DO CONDOMÍNIO ... 22 4 RESULTADOS OBTIDOS ... 30 4.1 INFORMAÇÕES GERAIS ... 30 4.2 UNIDADES HABITACIONAIS ... 33 4.3 CONDOMÍNIO ... 44

4.4 INTEGRAÇÃO E ENTORNO URBANO ... 47

REFERÊNCIAS ... 56

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1 INTRODUÇÃO

Os edifícios se modificam com o passar do tempo, tornando-se complexos e com obje-tivos diversificados. Pensando nisso, novas formas de avaliar o desempenho das edificações se fazem necessárias, onde variados fatores devem ser levados em consideração. A opinião de quem habita o local é um desses fatores e se mostra de grande importância e necessidade (RHEI-GANTZ, 2000).

Nesse contexto, a Avaliação Pós-Ocupação (APO) vem sendo utilizada e ganhando des-taque recentemente. A partir de seus métodos e técnicas é possível identificar no ambiente, com o decorrer do uso, pontos importantes nas habitações referentes à estrutura, conforto, funciona-lidade, estética, entre outros, além de fatores socioeconômicos (ROMÉRO; ORNSTEIN, 2003).

Quando aplicada a habitações de interesse social, a APO possibilita identificar necessi-dades e requisitos de seus moradores, mostrando-se de tamanha relevância devido à heteroge-neidade destes habitantes. Os resultados obtidos podem ser utilizados para futuros projetos se-melhantes e/ou melhoria nas habitações avaliadas (BRITO, 2009; ROMÉRO; ORNSTEIN, 2003).

Diante das peculiaridades da habitação de interesse social, o objetivo geral deste traba-lho é discorrer sobre como utilizar a Avaliação Pós-Ocupação de maneira favorável, tanto para o imóvel em questão quanto para projetos futuros. Secundariamente objetiva-se aplicar ferra-mentas de APO a um estudo de caso em um conjunto habitacional de interesse social no muni-cípio de Ijuí/RS e coletar dados a partir da opinião dos usuários (moradores) do local. Outro objetivo secundário é analisar e refletir a respeito dos resultados obtidos, extraindo quanti e qualitativamente a percepção dos moradores sobre generalidades e especificidades em aspectos relacionados ao morar e também sociais e econômicos, englobando não apenas as unidades habitacionais, mas também seu entorno urbano.

A metodologia adotada é a pesquisa de campo, iniciando com pesquisa bibliográfica, seguida por determinação das técnicas da coleta de dados e da determinação da amostra, esta-belecimento das técnicas de registro dos dados e da análise posterior e finalmente pela imple-mentação da metodologia através da coleta e análise dos dados.

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Realizou-se visita in loco e aplicação de entrevistas estruturadas e questionários à uma amostra significativa e pré-determinada de moradores. A elaboração de planilha e gráficos foi utilizada como ferramenta auxiliar para análise dos resultados obtidos, associando e compa-rando à revisão bibliográfica estudada.

As ferramentas de APO são aceitas cientificamente e de grande valia para projetos e execução de projetos futuros, sendo subsídio para constante aperfeiçoamento, onde deve-se le-var em conta cada região geográfica com suas le-variações e peculiaridades. Dessa forma, cons-tantes estudos com objetivo de abranger grande quantidade de empreendimentos com APOs de qualidade auxiliam na reflexão e aperfeiçoamento das técnicas e dos dados obtidos. Outro grande benefício do estudo de avaliação pós-ocupação é a bagagem e conhecimento que propi-cia aos pesquisadores envolvidos no estudo, possibilitando conhecimentos teóricos e práticos, além de habilidades de observação técnica e interação social.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Para o desenvolvimento do Trabalho de Conclusão de Curso, fez-se necessária pesquisa bibliográfica sobre o assunto estudo desta pesquisa, que contextualiza habitação, habitação de interesse social e Avaliação Pós-Ocupação.

2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO SOBRE HABITAÇÃO

O termo habitação, na visão de Stefaniak (2010, p. 240), significa a edificação desti-nada a moradia. Seja com caráter habitual ou provisório, em suas mais diversas variações, a moradia “pode ser o habitat de uma pessoa ou de sua família: um hotel, um albergue, um apar-tamento ou uma casa, e até um campo de refugiados”. Pasternak (2016) compartilha de seme-lhante visão e complementa: “Quando se fala em habitação, leva-se em conta não só a unidade habitacional, mas também os aspectos de integração dessa unidade na trama urbana, além do grau de atendimento a serviços de infraestrutura e equipamento social”.

A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (BRASIL, 1988), em seu Art. 6°, assegura que o direito à moradia é um dos direitos sociais da população brasileira. Stefaniak (2010, p. 238) afirma que o reconhecimento constitucional no Brasil e a consagração também em diversos tratados de direito internacional tornam a condição de direito humano e fundamental à moradia algo consensual e universal. Entretanto, “grande parte da humanidade não tem acesso à moradia, ou pelo menos a uma moradia digna e adequada para exercer a con-dição de pessoa humana em sua plenitude”.

Mas o que seria uma moradia digna? Pasternak (2016) explica que uma habitação ade-quada deve satisfazer algumas necessidades tidas como mínimas, sendo o conceito histórico e regional: variando de acordo com o local e ao longo do tempo. A autora explica que a legislação de saúde pública inglesa de 1848 foi uma das primeiras a estabelecer uma legislação da habita-ção mínima. Permissão de intervenhabita-ção estatal em núcleos urbanos, normas sobre aluguel e re-quisitos mínimos de limpeza, ventilação, abastecimento de água e abertura de caminhos faziam parte da referida legislação. Posteriormente, França e Estados Unidos da América também pu-blicaram lei e requisitos, respectivamente, sobre aspectos relacionados à moradia e salubridade.

A preocupação com as moradias na América Latina, conforme explica Mioto (2015, p. 40), é anterior a 1930, e “estava relacionada à ideia higienista de que os cortiços e conventillos eram insalubres e afetavam as condições de vida de toda a cidade, não apenas das classes mais baixas”. A autora explica que, na mesma época, o mercado imobiliário apresentou crescente

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interesse pelas áreas que se encontravam estas habitações, “resultando em recorrentes pressões para a expulsão da população e demolição dos prédios”.

No Brasil, as ações no campo habitacional foram inauguradas pelo governo de Getúlio Vargas (1930), onde as principais medidas foram: a lei do inquilinato; a legislação fundiária – Lei n. º 58; e a criação das carteiras prediais dos Institutos de Aposentadoria e Previdência (IAPs) e da Fundação da Casa Popular para a produção estatal de moradias subsidiadas (MIOTO, 2015, p. 43).

Ferreira (2015, p. 5) explica que nas últimas décadas houve no Brasil grandes avanços sociais, observados pelo Índice de Desenvolvimento Humano por Municípios (IDHM). Entre-tanto, em alguns aspectos, que são considerados como necessidades básicas humanas, ainda persistem enormes defasagens. O autor cita que “um desses aspectos diz respeito à carência de moradias ofertada a boa parcela da população brasileira que infelizmente se encontra em uma situação de grande fragilidade social”. Nesse contexto nota-se a importância dos conjuntos ha-bitacionais voltados à essa população.

2.2 CONJUNTO HABITACIONAL DE INTERESSE SOCIAL

Habitação de interesse social, conforme o Ministério das Cidades (200-? apud FITTI-PALDI, 2008), é aquela que, embora tenha as mesmas necessidades, se difere das outras habi-tações devido à pouca disponibilidade financeira de seus moradores, onde os espaços são redu-zidos e os projetos são simplificados, objetivando minimizar os custos de investimento.

A política habitacional brasileira tem sido marcada por mudanças na concepção e no modelo de intervenção do poder público no setor habitacional durante sua trajetória. Entretanto, no que se refere ao equacionamento do problema da moradia para a população de baixa renda, ainda não logrou êxito: a falta de moradia digna para população mais carente responde por 92% do déficit habitacional brasileiro (BRASIL, 2004).

Malard et al (2002) afirma que, desde os anos 1960, muitos pesquisadores brasileiros já refletem sobre a produção de unidades e assentamentos habitacionais populares de baixo custo e de boa qualidade. Entretanto, esta combinação é difícil de ser obtida, sendo considerada um problema pelos pesquisadores.

Segundo Roméro e Ornstein (2003), os materiais construtivos de baixo custo selecio-nados e a consequente deterioração rápida das obras, possivelmente aliados à ausência de ma-nutenção da qualidade, evidenciam que os padrões que deveriam impor qualidades, por vezes,

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não são atingidos, tanto para a unidade habitacional quanto para o assentamento em si. A alte-ração de materiais também causa preocupação: é necessária a fiscalização rigorosa durante a construção, para que nem traços de concreto, nem tipos de argamassa sejam modificados, por exemplo.

Outra questão a ser considerada, ressaltada por Roméro e Ornstein (2003), é o não cumprimento de legislação. Embora existam leis expressas estabelecendo que, para a venda do lote urbano o loteamento deve estar com a insfra-estrutura prevista e aprovada pelo município já construída, isso nem sempre ocorre. Na maioria das vezes a infra-estrutura não é implantada em sua totalidade. Ainda, a frequente venda dos imóveis que foram subsidiados fazem os mu-tuários voltarem a uma condição de habitação semelhante à inicial.

Roméro e Ornstein (2003) ressaltam que, quando se trata de conseguir qualidade de construção a custos acessíveis, todo cuidado é pouco: legislação, fiscalização, qualidade de ma-teriais e procedimentos são aspectos fundamentais. Além disso, condições ambientais de qua-lidade que possibilitem à população o cultivo e melhoria de sua cultura urbana também devem ser oferecidos pelo conjunto habitacional.

Nesse contexto, Brito (2009) explica que, ainda que insuficientes, os empreendimentos habitacionais de interesse social promovidos por programas governamentais constituem uma importante alternativa de moradia para as parcelas populacionais de menor renda.

Nos últimos anos algumas legislações foram criadas voltadas para combater o déficit de moradias no país (FERREIRA, 2015). Nota-se também a importância de muitas delas na questão da habitação de interesse social. É o caso das leis que instituem o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social, o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social e o Programa Minha Casa Minha Vida.

O Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS) foi criado em 16 de junho de 2005, a partir da sanção da Lei n° 11.124. Voltado à população de menor renda, ele objetiva viabilizar o acesso à terra urbanizada e à habitação digna e sustentável e viabilizar o acesso à habitação através de implementação de políticas e programas de investimentos e sub-sídios. Além disso, o Sistema também tem como objetivo apoiar a atuação de órgãos e institui-ções que desempenham funinstitui-ções no setor da habitação, articulando, compatibilizando e acom-panhando-os (BRASIL, 2005).

Tratando-se de habitações de interesse social, todos os programas e projetos são cen-tralizados no SNHIS. O sistema tem como órgão central o Ministério das Cidades, sendo

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com-posto também pelo Conselho Gestor do FNHIS, Caixa Econômica Federal, Conselho das Cida-des, conselhos, órgãos e instituições integrantes da administração pública, bem como entidades privadas ligadas à área habitacional (BRASIL, 2005).

A Lei n° 11.124 também criou o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS), e instituindo seu Conselho Gestor. O FNHIS, centraliza e gerencia recursos orçamen-tários diversos destinados ao SNHIS, direcionados à população de menor renda. Ele é gerido por um Conselho Gestor deliberativo e apresenta natureza contábil (BRASIL, 2005).

O Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) foi instituído pela Lei Federal n° 11.977, de 7 de julho de 2009. Ele tem por finalidade “criar mecanismos de incentivo à ção e aquisição de novas unidades habitacionais ou requalificação de imóveis urbanos e produ-ção ou reforma de habitações rurais” (BRASIL, 2009). O PMCMV é destinado à famílias com determinada renda mensal, enquadradas através de faixas de rendas definidas e atualizadas pelo Poder Executivo federal e compreende os subprogramas: Programa Nacional de Habitação Ur-bana (PNHU) e Programa Nacional de Habitação Rural (PNHR).

O programa Minha Casa Minha Vida tornou-se de tamanha importância social, pois, além de ser destinado às famílias com menor faixa de rendimento (com teto de dez salários mínimos), prevê prioridade de atendimento às famílias com mulheres responsáveis pela unidade familiar; às famílias de que façam parte pessoas com deficiência; e às famílias residentes em áreas de risco, insalubres, que tenham sido desabrigadas ou que perderam a moradia em razão de desastre natural. A Lei Federal n° 11.977/2009 prevê também a implementação de medidas de desoneração tributária para as construções destinadas à habitação de interesse social em áreas urbanas por parte do Distrito Federal, Estados e Municípios. Estes também serão os responsá-veis pela execução do trabalho técnico e social pós-ocupação dos empreendimentos implanta-dos (BRASIL, 2009).

Diante de todas as peculiaridades de habitações de interesse social, é evidente a im-portância de aprofundar os estudos em sua etapa de uso. Estes estudos irão auxiliar na identifi-cação das necessidades e requisitos dos moradores (BRITO, 2009).

2.3 AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO

O desempenho dos edifícios se tornou uma atividade complexa, onde a tecnologia, a evolução da arquitetura e a possibilidade de customização tornaram inadequados os antigos processos e modelos de avaliação e análise, é o que afirma Rheigantz (2000). Segundo o autor, se antigamente a avaliação do desempenho partia de pressupostos pré-determinados e padrões

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estandartizados, atualmente novas abordagens e metodologias foram desenvolvidas, buscando focalizar as necessidades e expectativas dos usuários dos edifícios. Trata-se da Avaliação Pós-Ocupação (APO).

Definida por Roméro e Ornstein (2003, p. 26), a Avaliação Pós-Ocupação consiste em:

uma série de métodos e técnicas que diagnosticam fatores positivos e negativos do ambiente no decorrer do uso, a partir da análise de fatores socioeconômicos, de infra-estrutura e superinfra-estrutura urbanas dos sistemas construtivos, conforto ambiental, servação de energia, fatores estéticos, funcionais e comportamentais, levando em con-sideração o ponto de vista dos próprios avaliadores, projetistas e clientes, e também dos usuários.

De maneira sucinta, quando fatores positivos são diagnosticados, estes devem ser ca-dastrados e recomendados para futuros projetos semelhantes. Já no caso de fatores negativos, recomendações são definidas para minimizar ou corrigir os problemas detectados, e também para utilizar os resultados obtidos, embasados em pesquisas aplicadas a estudos de caso, para melhorar projetos futuros (ROMÉRO; ORNSTEIN, 2003).

Para Santos (2015, p. 55), a APO é “um conjunto de métodos e técnicas com potencial de aplicação nos ambientes em uso”, e estuda as relações ambiente-comportamento. Segundo a pesquisadora, os resultados da APO são obtidos através da participação de integrantes envol-vidos na produção e também no uso do ambiente pesquisado, onde o conhecimento crítico da vivência do usuário é considerado.

Os aspectos do produto ou serviço que satisfazem as necessidades do usuário, inclusive na construção civil, são conceituados como “qualidade”. O termo está claramente associado ao desempenho satisfatório dos ambientes e das relações entre ambiente e comportamento. Entre-tanto, o desconhecimento do que ocorre no ambiente construído no decorrer do uso acarreta na não consideração de pontos importantes implícitos em sistemas de controle de qualidade pelos profissionais. Esses aspectos podem se referentes ao desempenho físico, à satisfação do usuário ou ao atendimento das suas necessidades (ROMÉRO; ORNSTEIN, 2003).

Considerando que a produção e o uso de ambientes construídos incluem as etapas de projeto, construção, fabricação de materiais e componentes, uso, operação e manutenção, Ro-méro e Ornstein (2003) afirmam que, atualmente os programas de qualidade no Brasil, visando o aumento de produtividade da mão-de-obra e a redução de desperdícios, estão mais voltados à execução e à fabricação de materiais e de componentes, embora a etapa de projetos seja a de menor custo e apresente significativa parcela de falhas.

Santos (2015) afirma que a APO possibilita ampliar a gestão da qualidade, uma vez que as discussões sobre procedimento de avaliação das etapas do ambiente construído resultam

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em uma realimentação continuada dos processos de produção, uso, operação e manutenção desse ambiente.

Com o escasso conhecimento e aplicação dos programas de controle de qualidade na etapa de projeto por parte de empresas e construtoras e a consecutiva escassez de profissionais com experiência nesta área, a aplicação do conceito de qualidade, quando ocorre, mesmo que de maneira parcial, apresenta um impacto socioambiental positivo. Quando se trata de conjun-tos habitacionais de baixa renda, esse impacto é ainda maior (ROMÉRO; ORNSTEIN, 2003).

O sistema de controle de qualidade e a APO se inter-relacionam: segundo Roméro e Ornstein (2003), o levantamento, a análise e as recomendações extraídas dos dados dos sistemas de controle de qualidade são um instrumental do sistema que pode ser colocado em prática por meio da metodologia de Avaliação Pós-Ocupação.

Santos (2015) explica que os resultados obtidos através de Avaliação Pós-Ocupação possibilitam aumentar a previsibilidade de desempenho de aspectos das edificações. Quando o objetivo é a produção de habitação para um grande número de moradores, como conjuntos ha-bitacionais, na visão da autora, o uso de informações de previsão é muito relevante.

Como o comportamento das pessoas em relação ao ambiente e à avaliação do ambiente construído é pouco conhecido, a APO possibilita aquisição de informações, onde “sua aplicação pode contribuir para minimizar falhas, falta de comunicação e problemas decorrentes de diver-gências de repertórios”, principalmente entre os projetistas e os usuários, além de outros inte-grantes do processo de produção e uso do ambiente (SANTOS, 2015, p. 58).

No caso de programas de interesse social, tais como conjuntos habitacionais, Roméro e Ornstein (2003) explicam que a Avaliação Pós-Ocupação passa a ser ainda mais relevante. Para os autores, no caso brasileiro têm-se adotado, nas últimas décadas, soluções urbanísticas, arquitetônicas e construtivas de forma repetitiva e em larga escala. No entanto, via de regra, a população atendida é muito heterogênea: o repertório cultural, hábitos, atitudes e crenças são bastante distintos, sendo notados no próprio conjunto habitacional e ainda mais evidenciados em relação aos projetistas.

A partir dos objetos de uso, a APO possibilita análises, diagnósticos e recomendações in loco, na escala e tempo reais (ROMÉRO; ORNSTEIN, 2003), onde entrevistas, questionários e observações controladas podem conduzir a avaliação (FERRAZ, 2010). A metodologia para Avaliação Pós-Ocupação pode e deve ser variada, onde a adoção de múltiplos métodos possi-bilita uma maior confiabilidade dos resultados, tornando a avaliação mais eficiente (SANTOS, 2015).

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3 ESTUDO DE CASO: CONDOMÍNIO RESIDENCIAL SERRANO

A grande quantidade de unidades do conjunto habitacional, juntamente com a sua ca-racterística de repetitividade e o tamanho condensado dos apartamentos foram os fatores deci-sivos para a escolha do Condomínio Residencial Serrano para ser objeto de estudo de caso de Avaliação Pós-Ocupação. Além disso, trata-se de um conjunto habitacional diferente da maioria dos construídos anteriormente na cidade de Ijuí, despertando a curiosidade quanto à satisfação dos usuários sobre os mais diversos aspectos.

3.1 DEFINIÇÃO DA METODOLOGIA

A metodologia adotada foi a pesquisa de campo. Conforme Marconi e Lakatos (2010, p. 169), a pesquisa de campo tem “o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema (...), de uma hipótese (...), ou, ainda, de descobrir novos fenômenos ou a relação entre eles”. Para os autores, a pesquisa de campo tem algumas fases: pesquisa biblio-gráfica, determinação das técnicas da coleta de dados e da determinação da amostra, e estabe-lecimento das técnicas de registro dos dados e da análise posterior.

Marconi e Lakatos (2010, p. 142) explicam que “pesquisa bibliográfica é um apanhado geral sobre os principais trabalhos já realizados, revestidos de importância, por serem capaz de fornecer dados atuais e relevantes relacionados com o tema”. A pesquisa bibliográfica realizada teve maior intensidade de desenvolvimento no início do trabalho, mas esteve presente também durante todo o estudo.

A coleta de dados, por sua vez, é a etapa onde se efetua, através da aplicação dos instru-mentos elaborados e das técnicas selecionadas, a coleta dos dados previstos. Existem várias técnicas para a coleta, citam-se a entrevista, o formulário, o questionário e a observação (MAR-CONI; LAKATOS, 2010).

A entrevista, conforme Ruiz (2013), é o diálogo com um determinado informante e tem objetivo de coletar dados relevantes à pesquisa. Segundo o autor, os informantes devem ser criteriosamente selecionados, bem como sua quantidade e representatividade, para que assim seja possível apoiar e validar os resultados obtidos.

Formulário, segundo Ruiz (2013, p. 52), “é uma espécie de questionário que o próprio pesquisador preenche de acordo com as respostas do informante” e possibilita esclarecimentos

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às dúvidas, além de permitir a entrevista com pessoas analfabetas. Questionário, de acordo com Marconi e Lakatos (2010, p. 184), é um instrumento composto por “uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”.

Com base em outros trabalhos consagrados de mesma temática foi possível elaborar um formulário e utilizá-lo como roteiro de entrevista estruturada aos moradores. Inicialmente foi realizado um pré-teste de entrevista a um morador escolhido. Essa ação permitiu aperfeiçoar o formulário nas dificuldades percebidas, tanto para entrevistador quanto para o entrevistado. Nessa mesma oportunidade foi realizada visita in loco, que também possibilitou ajustes no questionário através da observação do residencial.

Com o formulário ajustado iniciaram-se as entrevistas estruturadas no mês de março de 2018, através da indicação de amigos da estudante e posteriormente também dos moradores já entrevistados. Utilizou-se perguntas com possibilidade de resposta afirmativa ou negativa (sim ou não), de avaliação conforme a satisfação (ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo) e ainda descritivas, sendo possível anotar comentários e percepções relevantes a qualquer momento.

Marconi e Lakatos (2010, p. 147) explicam o conceito de amostra: “é uma parcela con-venientemente selecionada do universo (população); é um subconjunto do universo”. A amostra para esta APO foi definida levando em consideração a quantidade apartamentos por pavimento, e a quantidade e distribuição dos blocos no terreno. Buscando a homogeneização da amostra foi observado o seguinte critério: aplicação de entrevista estruturada em um apartamento por pavimento, em todos os pavimentos, de todos os blocos.

Sabendo que existem dezesseis blocos com quatro pavimentos cada e quatro apartamen-tos localizados em cada pavimento, a amostra é, portanto, de 64 apartamenapartamen-tos (25%). Esse cri-tério se justifica devido cada pavimento apresentar peculiaridades percebidas pelos usuários, tais como diferença na temperatura, ventilação, ruído, umidade, segurança, entre outros, sendo essencial avaliar todos eles. Da mesma forma, a importância de abranger todos os blocos ocorre devido eles estarem situados em diferentes posições geográficas dentro do terreno, onde radia-ção solar, iluminaradia-ção, ventilaradia-ção, vizinhança e segurança se destacam como diversificados.

Entrevistou-se os moradores em turno noturno durante a semana e diurno aos fins de semana e a aplicação teve duração média de 50 minutos. Embora a prática da entrevista estru-turada permite conversa, interação e percepções além do preenchimento do formulário, não se realizou essa técnica para toda a amostra, devido à indisponibilidade dos moradores.

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Os informantes foram mais receptivos à alternativa de responder um questionário e devolvê-lo posteriormente. Dessa forma adaptou-se o formulário, que com pequenas mudanças explicativas ficou apto para interpretação sem o entrevistador. Da amostra obtida, 35,94% foi realizada entrevista estruturada e o restante (64,06%) foram obtidas as respostas através do questionário preenchido, que durou aproximadamente 22 minutos para ser respondido.

Para o registro dos dados e a análise posterior utilizou-se como ferramenta a elabora-ção de planilha com os dados coletados, através do programa computacional Excel. Obteve-se, posteriormente, os percentuais para cada pergunta e com o auxílio de gráficos associou-se e comparou-se à revisão bibliográfica estudada. Sempre que possível agrupou-se as repostas quanto à satisfação, permitindo melhor visualização dos resultados, sendo consideradas como positivas as respostas “ótimo” e “bom” e como negativas as repostas “ruim” e “péssimo”.

3.2 CARACTERIZAÇÃO DO CONDOMÍNIO

O condomínio residencial escolhido para a realização do estudo de caso foi o Residen-cial Serrano, localizado na Avenida 19 de Outubro, n° 1071, bairro São José, no município de Ijuí/RS. A Figura 1 mostra a localização do residencial no município. O conjunto habitacional caracteriza-se como multifamiliar de interesse social e teve sua ocupação iniciada no final do ano de 2014 (CONSTRUTORA LEAL, 2017).

Figura 1 - Localização do condomínio

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O residencial apresenta 256 apartamentos, onde cada um possui área privativa de 44,30m², distribuída em dois dormitórios, um banheiro social, uma sala de estar/jantar e uma cozinha com área de serviço integrada, como pode ser visto na Figura 2. Do total, 250 unidades são idênticas, diferenciando-se apenas na orientação solar e no pavimento situado e as outras 6 unidades tiveram modificações de retirada paredes, possibilidade dada aos proprietários que adquiriram o imóvel em planta, mas restrito aos situados no último pavimento. Essas modifica-ções resultaram, por exemplo, na integração da sala e cozinha, entre dormitórios ou transfor-mação de um dormitório em sala de jantar, ampliando a sala inicial. (CONSTRUTORA LEAL, 2017; IJUÍ, 2017).

Figura 2 - Planta baixa da unidade habitacional

Fonte: Construtora Leal (2017).

Os apartamentos do Condomínio Residencial Serrano são distribuídos em 16 torres, com 4 pavimentos cada. Cada pavimento compreende 4 apartamentos. Caracterizado como condomínio fechado, o conjunto habitacional possui guarita de segurança, central de gás, me-didores de água, gás e energia elétrica individualizados, rede de esgoto, salão de festas, playground, quadra de esportes, quiosques com churrasqueira e uma vaga de garagem coberta por apartamento. Essas estruturas, juntamente com os apartamentos, totalizam a área construída de 15.688,34m² (CONSTRUTORA LEAL, 2017; IJUÍ, 2017). Na Figura 3 é possível visualizar o terreno e a infraestrutura projetada.

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Figura 3 - Planta de implantação do condomínio

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A Figura 4 traz registros fotográficos do condomínio: (a) entrada do residencial, gua-rita e abrigo do lixo; (b) quiosque dos fundos do terreno; (c) quadra de esportes e quiosque central; (d) salão de festas; (e) área de lazer infantil principal; (f) área de lazer infantil comple-mentar; (g) visão central a partir do quiosque dos fundos; (h) visão dos fundos do terreno.

Figura 4 - Ambientes de uso comum do condomínio

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O terreno escolhido para implantação tem formato irregular com área de 16.250,00 metros quadrados e está situado no quarteirão formado pelas Ruas Álvaro Nicofé (norte), Rua Doze de Outubro (sul), Viação Férrea da Rede Ferroviária Federal S.A. (oeste) e Rua Dezenove de Outubro (leste), onde faz frente de 15 metros. A Figura 5 demonstra o condomínio de ma-neira tridimensional.

Figura 5 - Ilustração do Condomínio Residencial Serrano

Fonte: Taba Imóveis (2017).

O projeto do condomínio teve protocolo na Prefeitura Municipal de Ijuí em abril de 2013 e obteve aprovação e Alvará de Construção em maio de 2013. As obras iniciaram na sequência (agosto/2013) e foram concluídas em dezembro de 2014 (CONSTRUTORA LEAL, 2017; IJUÍ, 2017).

Adotou-se para os blocos o sistema construtivo dos blocos de concreto armado, tanto para as paredes quanto para as lajes, através de formas de alumínio com dimensões aproximadas de 0,40x1,20 metro, montadas in loco. A construção foi seriada, onde cada bloco estava em uma fase diferente dos demais. As armaduras e as instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias eram dispostas antes da concretagem, assim como os marcos de portas e janelas. Não se utilizou isolamentos térmicos ou acústicos (CONSTRUTORA LEAL, 2018). Na figura 6 visualiza-se o conjunto habitacional a partir da entrada.

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Figura 6 - Blocos de unidades habitacionais

Fonte: Autoria própria (2018).

Através de observação in loco e informações dos moradores, constatou-se que os imó-veis entregues contemplaram as instalações elétricas e hidrossanitárias, incluindo lavatório e bacia sanitária. As paredes são revestidas internamente por gesso e externamente por massa texturizada. O piso é integralmente cerâmico, as janelas em alumínio branco e as portas em madeira semi-oca. Nas áreas úmidas (cozinha/área de serviço e banheiro) executou-se forro de gesso rebaixado e nas demais peças a execução de revestimento de gesso na superfície da laje. A Figura 7 traz ambientes internos de uma unidade habitacional.

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Figura 7 - Ambientes internos de um apartamento

Fonte: Cittá Imóveis (2018).

Analisando o contexto habitacional, pode-se concluir que o condomínio residencial teve projeto e início de implantação no ápice de contratações do Programa Minha Casa Minha Vida (2013) e foi entregue no auge das entregas do programa até aquele momento, portanto, em uma época em que o mercado habitacional estava aquecido. Na Figura 8 é possível visuali-zar a quantidade de unidades habitacionais entregues pelo Programa Minha Casa Minha Vida desde seu ano de início até o ano de 2016.

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Figura 8 - 4º Balanço do PAC (2015-2018)

Fonte: Adaptado de Congresso Nacional (2017).

O conjunto habitacional foi desenvolvido com o objetivo de venda para pessoas com menor poder aquisitivo, principalmente através do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV). A construtora obteve o aporte financeiro da Caixa Econômica Federal após vender 30% dos imóveis na planta, passando a realizar os financiamentos exclusivamente através deste agente financiador durante a execução da obra (CONSTRUTORA LEAL, 2018).

Os imóveis foram negociados através de agentes imobiliários parceiros. Estima-se que 80% dos compradores estavam na faixa etária de 21 a 30 anos e família composta por uma pessoa. A maioria dos imóveis foram vendidos na planta pelo valor de R$95.000,00 e através do PMCMV, recebendo subsídio de até 20% (CONSTRUTORA LEAL, 2018).

O terreno onde o residencial está implantado fazia parte do antigo Frigorífico Serrano, desativado desde a década de 1980, o qual inspirou o nome do conjunto habitacional (CONS-TRUTORA LEAL, 2018). Conhecido o objeto de estudo, suas características e contextualiza-ção, define-se a metodologia para a realização da pesquisa.

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4 RESULTADOS OBTIDOS

As perguntas formuladas estão disponíveis como anexo deste trabalho e foram dividi-das em quatro grandes grupos: informações gerais, unidades habitacionais, condomínio e inte-gração e entorno urbano, conforme os tópicos abaixo.

4.1 INFORMAÇÕES GERAIS

O bloco de perguntas de informações gerais permite a descoberta de algumas caracte-rísticas das famílias que residem no condomínio. Cita-se a quantidade e sexo dos moradores em cada apartamento, a escolaridade e faixa etária dos entrevistados, o percentual de rotatividade e de proprietários residentes, de financiamentos e subsídios obtidos, e a satisfação quanto ao imóvel e à construtora.

A média aritmética de moradores por apartamento é de 1,98 pessoa por apartamento e do total de moradores, 56,5% são do sexo feminino e 43,5% do sexo masculino. Observando cada unidade habitacional constata-se que 32,3% dos apartamentos é habitado por apenas 1 morador; 43,5% é habitado por 2 pessoas; em 17,7% das unidades residem 3 pessoas e em 6,5% dos apartamentos habitam 4 ou mais moradores, conforme o Gráfico 1.

Gráfico 1: Quantidade de moradores no imóvel

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A respeito dos informantes, 67,2% foram do sexo feminino e 32,8% do sexo mascu-lino. As idades variam por faixas etárias, conforme o Gráfico 2, onde 12,9% têm idade de 16 a 25 anos; 45,2% têm idade entre 26 e 35 anos; 22,6% têm idade entre 36 e 45 anos; 11,3% têm de 46 a 55 anos e 8,1% são da faixa etária acima de 56 anos.

Gráfico 2: Idade dos informantes

Fonte: Autoria própria (2018)

A escolaridade dos informantes está demonstrada no Gráfico 3, onde 7,8% cursou o ensino fundamental, 31,3% cursou o ensino médio, 42,2% cursa ou cursou o ensino superior e 18,8% dos informantes cursa ou cursou pós-graduação.

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Gráfico 3: Escolaridade dos informantes

Fonte: Autoria própria (2018)

Sobre residir no local, 76,6% dos entrevistados são os primeiros moradores e 75,0% afirmam serem os proprietários do imóvel. Destes últimos, 87,5% realizaram financiamento para aquisição e 68,8% receberam algum tipo de subsídio, desconto ou auxílio na aquisição. O tempo em que os moradores estão em seus imóveis, próprios ou não, consta detalhado no Grá-fico 4, sendo que 73,0% das famílias habita há 3 anos ou mais.

Gráfico 4: Tempo em que mora no local

Fonte: Autoria própria (2018)

Questionados se receberam orientação quanto à manutenção do imóvel, 62,5% dos moradores responderam de maneira afirmativa. Outra pergunta foi se, após a entrega do imóvel, foi necessário auxílio da construtora. Como resultado avaliativo, 49,2% responderam que sim.

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Destes, 61,3% consideram o serviço prestado como ótimo ou bom, 29% como regular e 9,7% como ruim ou péssimo, conforme o Gráfico 5.

Gráfico 5: Avaliação do serviço prestado pela construtora

Fonte: Autoria própria (2018)

Perguntou-se também ao morador se compraria um imóvel no mesmo bairro e 89,1% responderam positivamente. A aquisição de um imóvel construído pela mesma construtora é aceita por 75% dos moradores.

A aquisição de um imóvel no mesmo condomínio é recomendada por 90,6% dos in-formantes. Entretanto, perguntados se pretendem mudar-se futuramente, 59,7% dos moradores afirmam que sim, citando motivos principalmente voltados ao tamanho do imóvel, que consi-deram pequeno, e a preferência por residir em casa em vez de apartamento.

4.2 UNIDADES HABITACIONAIS

No grupo de perguntas sobre a unidade habitacional questionou-se sobre aspectos re-lacionados à habitabilidade, qualidade e problemas observados nos imóveis.

Sobre a área dos cômodos, obtendo-se os seguintes resultados para o tamanho dos dormitórios: 59,4% dos entrevistados avaliam positivamente (ótimo: 7,8% e bom: 51,6%);

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35,9% avaliam como regular e 4,7% avaliam negativamente (ruim: 3,1% e péssimo: 1,6%). O Gráfico 6 ilustra os resultados obtidos.

Gráfico 6: Avaliação do tamanho dos dormitórios

Fonte: Autoria própria (2018)

Para o tamanho da sala: 53,1% dos entrevistados avaliam positivamente, sendo que 10,9% consideram ótimo e 42,2% consideram bom; 35,9% avaliam como regular e 10,9% ava-liam negativamente (ruim). Não houve resultados para “péssimo”. A seguir, o Gráfico 7, que corresponde à avaliação da sala.

Gráfico 7: Avaliação do tamanho da sala

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O tamanho da área de serviço (lavanderia) foi avaliado positivamente por 35,9% dos entrevistados (ótimo: 7,8% e bom: 28,1%), como regular por 32,8% e avaliado negativamente por 31,3% (ruim: 23,4% e péssimo: 7,8%). O Gráfico 8 demonstra as respostas obtidas.

Gráfico 8: Avaliação do tamanho da área de serviço

Fonte: Autoria própria (2018)

Para o tamanho da cozinha, 39,1% dos entrevistados avaliam positivamente (ótimo: 6,3% e bom: 32,8%); 40,6% avaliam como regular e 20,3% avaliam negativamente (ruim: 14,1% e péssimo: 6,3%), conforme o Gráfico 9.

Gráfico 9: Avaliação do tamanho da cozinha

Fonte: Autoria própria (2018)

O banheiro tem seu tamanho avaliado positivamente por 95,3% dos informantes (ótimo: 31,3% e bom: 64,1%), avaliado como regular por 3,1% e negativamente por 1,6%

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(ruim: 0% e péssimo: 1,6%). A grande satisfação com este cômodo está explícita no Gráfico 10.

Gráfico 10: Avaliação do tamanho do banheiro

Fonte: Autoria própria (2018)

O tamanho da vaga de garagem, conforme o Gráfico 11, foi avaliado como satisfatório por 68,8% dos entrevistados (ótimo: 10,9% e bom: 57,8%), como regular por 21,9% e como insatisfatório por 9,4% dos moradores (ruim: 3,1% e péssimo: 6,3%).

Gráfico 11: Avaliação do tamanho da vaga de garagem

Fonte: Autoria própria (2018)

Das perguntas acima sobre a área, destacam-se os resultados positivos sobre o tamanho do banheiro, da vaga de garagem, dos dormitórios e da sala respectivamente, onde a maioria

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dos informantes está satisfeito. A cozinha e a área de serviço tiveram respostas avaliativas mais equilibradas entre as opções, mas também com maior percentual de respostas positivas. Consi-derando a área total do apartamento (área privativa), nota-se que metade dos entrevistados ava-liam positivamente, conforme o Gráfico 12.

Gráfico 12: Avaliação da área privativa do apartamento

Fonte: Autoria própria (2018)

A respeito da disposição dos cômodos na unidade habitacional, a maioria dos morado-res (79,7%) está satisfeito com a distribuição das peças, conforme o Gráfico 13. O percentual de avaliação regular foi de 17,2% e os percentuais de avaliação negativa foram pequenos.

Gráfico 13: Avaliação da disposição dos cômodos no apartamento

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A localização do banheiro é vista como apropriada por 89,1% dos entrevistados (ótimo: 15,6% e bom: 73,4%), como regular por 7,8% e 3,1% dos entrevistados avaliam nega-tivamente (ruim: 3,1% e péssimo: 0%). O Gráfico 14 demonstra os resultados obtidos.

Gráfico 14: Localização do banheiro no apartamento

Fonte: Autoria própria (2018)

Questionados se sentiam falta de espaço para desenvolver alguma atividade no apar-tamento, 78,1% dos moradores afirmou que sim, onde os ambientes mais citados espontanea-mente foram “sacada” (46%), “ambiente para recepção de visitas” (12%) e “churrasqueira na sacada” (10%). Ainda foram mencionados “cozinha maior” (6%), “área de serviço maior” (6%) e “sala de jantar” (6%) e com percentuais menores ou iguais a 4% foram citados os ambientes “pátio”, “sala de estudos”, “local para brinquedos”, “espaço para mesa”, “quarto maior” e “es-paço para animais de estimação”. A menção pela necessidade de sacada está relacionada tanto às atividades da área de serviço (secar roupas e calçados) quanto para as relacionadas ao lazer, como descanso ou recepção de visitas.

Ainda no mesmo contexto, perguntou-se sobre a realização de modificação na unidade habitacional e 87,5% dos moradores afirmaram que não foi realizada modificação. Entretanto, metade dos informantes gostaria de realizar alguma modificação, citando espontaneamente: sa-cada (37,5%), integração da sala com a cozinha (28,1%), melhorias no piso (18,8%), ampliação da sala (12,5%) e ampliação da cozinha (9,4%). Também foram citados, com percentual igual ou menor a 3,1%, as instalações de televisão, construção de churrasqueira, instalação de porta entre o ambiente e o exterior (térreo) e a troca das janelas devido à pouca estanqueidade.

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Sobre as modificações realizadas foram mencionadas as realizadas em planta, pintura, troca de piso, adição de tomadas, troca de bacia sanitária e instalação de box no chuveiro e azulejos na cozinha. Como adaptação sem modificação foi mencionada a utilização de um dos dormitórios para outra finalidade, como sala de jantar, sala de estudo, ou closet.

O questionamento sobre veículos obteve como resultado que 89,1% das famílias pos-suem veículos e 32,8% dos moradores pretendem adquirir algum veículo (ou mais algum veí-culo). Atualmente 85,9% das famílias possuem vagas de garagem suficiente. Os que não pos-suem adotam soluções como o aluguel de vagas ou cedência da vaga de algum outro morador.

A maioria os moradores consideram que o apartamento está apropriado ao número de membros da família atualmente, conforme demonstrado no Gráfico 15. Entretanto, 51,6% dos moradores pretende ampliar a família futuramente.

Gráfico 15: Apartamento x membros da família

Fonte: Autoria própria (2018)

O ruído percebido pelos moradores está detalhado no Gráfico 16, com destaque para avaliação positiva (50%) e regular (34,4%) para ruídos internos e para os externos a avaliação positiva de 58,7% e regular de 31,7%. Os informantes que citaram os ruídos como um problema relataram como fontes internas os vizinhos do pavimento acima (conversas, salto alto, som, movimentação de móveis, animais de estimação) e ruídos de banheiro e escada/circulação. Como fonte de ruídos externos foram mencionadas a circulação e alarme de veículos, os quios-ques de churrasqueiras, a passagem do trem, o pátio e quadra de esportes.

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Gráfico 16: Avaliação dos ruídos internos e externos ao apartamento

Fonte: Autoria própria (2018)

A respeito da iluminação natural no apartamento, 85,7% dos entrevistados avaliam positivamente (ótimo: 30,2% e bom: 55,6%), 7,9% avaliam como regular e 6,3% avaliam ne-gativamente (ruim: 6,3% e péssimo: 0%). A iluminação natural das áreas de circulação dos blocos foi avaliada positivamente por 87,5% dos moradores (ótimo: 21,9% e bom: 65,6%), regular por 7,8% e negativamente por 4,7% (ruim: 3,1% e péssimo: 1,6%). O Gráfico 17 apre-senta os percentuais de avaliação.

Gráfico 17: Avaliação da iluminação natural no bloco: apartamento e circulação

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A ventilação dos ambientes também teve avaliação positiva pela maioria dos morado-res, como pode-se visualizar no Gráfico 18.

Gráfico 18: Avaliação da ventilação nos cômodos

Fonte: Autoria própria (2018)

Quanto à temperatura dos ambientes, questionou-se quanto ao conforto em períodos de temperaturas elevadas (verão) e em períodos de temperaturas baixas (inverno). Os resultados obtidos estão demonstrados no Gráfico 19. A necessidade de utilização de aparelho para resfri-amento de ambientes é mencionada por 85,9% dos moradores e para aquecimento por 60,3%.

Gráfico 19: Avaliação da temperatura nos apartamentos

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As instalações elétricas foram avaliadas positivamente por 77,8% dos moradores (ótimo: 11,1% e bom: 66,7%), regular por 17,5% e negativamente por 4,8% (ruim: 1,6% e péssimo: 3,2%). Sobre o questionamento de existência de tomadas e pontos de luz em quanti-dade suficiente, metade dos moradores responderam que sim.

As instalações hidráulicas tiveram avaliação positiva por 82,8% dos entrevistados (ótimo: 7,8% e bom: 75,0%), avaliação regular por 12,5% e avaliação negativa por 4,7% dos moradores (ruim: 1,6% e péssimo: 3,1%), conforme Gráfico 20. O percentual de informantes que afirmou que a água apresenta pressão suficiente é de 89,1%.

Gráfico 20: Avaliação das instalações hidráulicas

Fonte: Autoria própria (2018)

Da mesma forma, as instalações de gás foram avaliadas e 81,0% dos moradores con-sideram estas como satisfatórias (ótimo: 15,9% e bom: 65,1%), 14,3% concon-sideram regular e 4,8% consideram insatisfatórias (ruim: 3,2% e péssimo: 1,6%).

As instalações sanitárias agradam 74,6% dos entrevistados (ótimo: 7,9% e bom: 66,7%), são avaliadas como regular por 20,6% e não agradam 4,8% dos moradores (ruim: 3,2% e péssimo: 1,6%). Os percentuais estão indicados no Gráfico 21. A incidência de mau cheiro é apontada por 43,8% dos moradores e o refluxo pela tubulação de esgoto sanitário foi constatado em 19,7% dos imóveis.

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Gráfico 21: Avaliação das instalações sanitárias

Fonte: Autoria própria (2018)

A qualidade dos materiais de construção e acabamentos foi avaliada pelos entrevista-dos, resultando nos dados do Gráfico 22, onde percebe-se que metade destes estão satisfeitos.

Gráfico 22: Avaliação dos materiais de construção e acabamento

Fonte: Autoria própria (2018)

A respeito de patologias construtivas, 50,8% dos moradores relataram algum tipo de trinca ou rachadura no imóvel (piso e paredes). Além destas, 35,5% dos moradores citaram o acontecimento de outros tipos de patologias ou problemas, tais como infiltrações e vazamentos, má fixação das portas e mofo. Sinais de umidade e/ou mofo são recorrentes, sendo que 75,0% dos moradores citaram esse tipo de problema.

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Ainda sobre as unidades habitacionais, os cômodos em que os moradores passam mais tempo é a sala, onde 67,2% relatam permanecer maior tempo nela durante a semana e 70,7% nos finais de semana. O segundo cômodo por mais tempo utilizado é o dormitório, citado por 25,0% para permanência durante a semana e por 17,2% nos finais de semana. A separação do lixo e resíduos domésticos é realizada por 98,4% dos habitantes.

4.3 CONDOMÍNIO

As áreas de uso comum são diversificadas no condomínio, abrangendo diversos imó-veis e equipamentos, aos quais todos os moradores têm acesso. Neste bloco de perguntas ques-tiona-se quanto à importância e satisfação com as áreas compartilhadas do residencial.

A avaliação das áreas de lazer consta no Gráfico 23, onde percebe-se a boa aceitação das estruturas disponíveis. Da mesma forma, as áreas de jardim, arborização e embelezamento receberam avaliação positiva em 85,7% das respostas (ótimo: 25,4% e bom: 60,3%) e como regular em 14,3%. Em ambos os casos não houve respostas negativas (ruim ou péssimo).

Gráfico 23: Avaliação das áreas do condomínio

Fonte: Autoria própria (2018)

A iluminação artificial nas áreas externas dentro do condomínio também foi objeto de questionamento. Como resultado obteve-se respostas que demonstram satisfação de 87,3% dos

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moradores, sendo destes 27,0% avaliaram como ótimo e 60,3% como bom. Com avaliação re-gular obteve-se o percentual de 11,1% e como ruim o percentual de 1,6%. A respeito da segu-rança dentro das dependências do condomínio, também a percepção é positiva, em sua maioria, conforme apresentado no Gráfico 24.

Gráfico 24: Segurança dentro do condomínio

Fonte: Autoria própria (2018)

A acessibilidade no condomínio obteve percepção positiva por grande parte dos mo-radores, sendo que 14,5% avaliaram como ótimo e 66,1% como bom, resultando no somatório de 80,6%. 9,7% dos entrevistados consideram a acessibilidade como regular, mesmo percentual da avaliação negativa (ruim: 6,5% e péssimo: 3,2%). A análise da pavimentação das vias inter-nas do condomínio está exposta no Gráfico 25, que demonstra grande satisfação, sem avaliação negativa.

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Gráfico 25: Avaliação da pavimentação das vias do condomínio

Fonte: Autoria própria (2018)

A limpeza das áreas de uso comum obteve resultados que demonstram satisfação de 69,4% dos moradores, sendo que destes, 25,8% avaliam como ótimo e 43,5% avaliam como bom. Obteve-se como regular o percentual de 24,2% e 6,5% dos entrevistados demonstraram insatisfação (ruim: 4,8% e péssimo: 1,6). A limpeza do bloco foi avaliada como positiva por 65,1% dos moradores (ótimo: 19,0% e bom: 46,0%), avaliada como regular por 25,4% e avali-ada como negativa por 9,5% dos moradores (7,9% avaliou como ruim e 1,6% como péssimo). A organização, limpeza e manutenção paisagística do condomínio obteve como resultado os dados apresentados no Gráfico 26.

Gráfico 26: Avaliação da Organização, limpeza e manutenção paisagística do condomínio

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O escoamento das águas pluviais é visto como satisfatório por 71,4% dos entrevistados (ótimo: 15,9% e bom: 55,6%), como regular por 23,8% e como insatisfatório por 4,8% (ruim: 4,8% e péssimo: 0%). A sustentabilidade do condomínio é avaliada como positiva em 72,1% das respostas (ótimo: 13,1% e bom: 59,0%), como regular em 14,8% e avaliação negativa em 13,1% das respostas (ruim: 11,5% e péssimo: 1,6%).

A Figura 9 traz os resultados quanto aos equipamentos instalados no condomínio.

Figura 9 - Avaliação da importância de equipamentos nas áreas externas

Fonte: Autoria própria (2018)

Questionados sobre onde passavam maior parte do tempo se no apartamento ou nas externas e de lazer, a maioria dos moradores respondeu “apartamento”, tanto durante a semana (95,2%), quanto nos finais de semana (82,0%).

4.4 INTEGRAÇÃO E ENTORNO URBANO

Este grupo de perguntas objetivou avaliar a região urbanística no qual o residencial está inserido, observando a proximidade e qualidade de serviços oferecidos aos moradores, se-jam eles públicos ou não.

Sobre os serviços públicos fornecidos na região do condomínio, os moradores avaliam positivamente o fornecimento de água e de energia elétrica das concessionárias, ambas em

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93,8%. O fornecimento de energia elétrica está detalhado no Gráfico 27. O fornecimento de água é visto como ótimo por 23,4%, como bom por 70,3% dos entrevistados e como regular por 6,3%. Não houve avaliação negativa.

Gráfico 27: Fornecimento de energia elétrica da concessionária

Fonte: Autoria própria (2018)

A coleta de esgoto da rede pública tem avaliação positiva de 90,3% dos moradores (19,4% avaliam como ótimo e 71,0% avaliam como bom). Avaliam como regular 6,5% dos moradores e como péssimo 3,2%. O serviço de coleta de lixo no bairro também foi avaliado, gerando os dados expostos no Gráfico 28.

Gráfico 28: Avaliação da coleta de lixo na região urbanística

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A iluminação pública é satisfatória para 71,9% dos entrevistados (ótimo: 14,1% e bom: 57,8%) e regular para 18,8%. O percentual de 9,4% dos moradores está insatisfeito, onde 1,6% avaliam a iluminação púbica como ruim e 7,8% como péssima. A segurança da região do resi-dencial foi avaliada e está demostrada no Gráfico 29.

Gráfico 29: Avaliação da segurança pública na região do condomínio

Fonte: Autoria própria (2018)

A organização e manutenção paisagística do bairro obteve avaliação positiva da mai-oria dos entrevistados (46,9%), sendo que 6,3% destes consideram o serviço ótimo e 40,6% consideram bom. A avaliação regular foi indicada por 34,4%. Ainda, a avaliação negativa foi de 18,8%, onde 9,4% dos moradores avaliaram como ruim, mesmo percentual da avaliação “péssimo”. O transporte coletivo também foi avaliado, apresentando os resultados do Gráfico 30.

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Gráfico 30: Avaliação do transporte coletivo na região urbanística

Fonte: Autoria própria (2018)

Ainda sobre os serviços públicos fornecidos, a pavimentação das vias urbanas próxi-mas ao residencial obteve avaliação positiva da maioria dos entrevistados (48,4%), sendo que 10,9% destes consideram o serviço ótimo e 37,5% consideram bom. A avaliação regular foi indicada por 21,9%. Ainda, a avaliação negativa foi de 29,7%, onde 15,6% dos moradores ava-liaram como ruim e 14,1% como péssimo.

Sobre a proximidades de alguns serviços no bairro, demonstrada na Figura 10, desta-cam-se a avaliação da proximidade do posto de saúde (positiva: 95,1%, regular: 3,3%, negativa: 1,6%); seguido do serviço de escola (positiva: 81,6%, regular: 14,3%, negativa: 4,1%); hospital (positiva: 68,8%, regular: 26,6%, negativa: 4,7%); faculdade (positiva: 67,9%, regular: 26,4%, negativa: 5,7%); comércio em geral (positiva: 63,9%, regular: 27,9%, negativa: 8,2%); lazer (positiva: 61,7%, regular: 26,7%, negativa: 11,7%); e por fim o serviço de creche (positiva: 51,3%, regular: 30,8%, negativa: 18,0%).

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Figura 10 - Avaliação da proximidade de serviços

Fonte: Autoria própria (2018)

Na penúltima pergunta questionou-se quanto a satisfação do morador perante ao seu imóvel. Como resultado obteve-se que 95,2% de respostas afirmativas: moradores satisfeitos. Finalizou-se com uma pergunta sobre o que o morador mudaria no ambiente em que vive, so-licitando sugestões. Como resposta obteve-se grande variedade de sugestões, tais como as elen-cadas abaixo.

Relacionadas à unidade habitacional, mencionou-se com frequência a sugestão pelo cômodo “sacada”, sendo que 50% dos moradores citaram a falta desta peça em algum momento da entrevista ou do questionário. A Ampliação de um cômodo ou de todo o apartamento foi mencionada por 29,7% dos informantes.

A melhoria dos materiais de acabamento foi citada por 25,0% dos moradores, com destaque para a pintura de entrega do apartamento. A integração entre sala e cozinha através da retirada total ou parcial da parede entre ambas foi citada por 15,6% dos moradores.

Outra sugestão de melhoria foi a instalação de tomadas adicionais ou a distribuição de maneira diferente (10,9%). Churrasqueira no apartamento foi citada por 9,4% dos informantes, onde 83,3% sugeriram a instalação na sacada, caso houvesse.

Citou-se ainda, a sugestão pelo teste das tubulações hidráulicas e sanitárias, devido a restos de materiais de construção que foram encontrados nos meses iniciais e causaram proble-mas de entupimento e vazamentos. Sugestão de 4,7% dos informantes.

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Relacionadas ao condomínio, mencionou-se com frequência sugestões de melhorias relacionadas ao salão de festas (12,5%). Outra localização, mais reservada e com menor inci-dência solar foram citadas. Além disso, os moradores observam que o tamanho do salão é pe-queno e há excesso de churrasqueiras, que ficam sem utilização.

À portaria existente, 10,9% dos moradores sugeriram melhorias. As sugestões estão relacionadas à localização, que deveria ser do lado direito do acesso, e ao controle de acesso, que poderia utilizar cancela para os veículos.

Outra sugestão de modificação foi o piso das vagas de garagem, mencionado por 9,4% dos informantes. Sugere-se que as vagas sejam pavimentadas, alterando o preenchimento com pedras britas atual. Alguns moradores sugeriram piso intertravado como solução. Outras suges-tões para as vagas de garagem também foram mencionadas (9,4%). São elas relacionadas a aumentar tamanho, quantidade, proximidade e necessidade de vagas para visitantes.

Aos quiosques de churrasqueiras existentes foram sugeridos, por 6,3% dos moradores, que cada quiosque prevê excesso de churrasqueiras para o tamanho do quiosque, além da não utilização nos dias de frio, sugerindo-se assim o fechamento das laterais. O barulho devido à localização também foi citado. Sobre a quadra de esportes, 6,3% dos informantes fizeram su-gestões, sendo mencionada a melhoria na iluminação e no escoamento das águas pluviais.

Ainda sobre o condomínio, um pequeno percentual de moradores sugeriu melhorias no abrigo do lixo, quanto ao se tamanho, e também na área de lazer infantil. Segundo os entre-vistados, os brinquedos da praça são restritos à poucas faixas etárias e se manutenção periódica.

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5 CONCLUSÃO

Levando-se em conta o que foi observado, tanto no referencial quanto na pesquisa de campo, infere-se que o trabalho de pesquisa realizado no condomínio Residencial Serrano no município de Ijuí/RS evidencia satisfação por parte de seus habitantes, como é possível obser-var na penúltima pergunta aplicada, em que 95,2% dos moradores da amostra relatam estar satisfeito com seus imóveis e 90,6% recomendam a aquisição de um imóvel no mesmo condo-mínio. Grande parte das demais perguntas também explicitam maioria de respostas de satisfa-ção, seja para as unidades habitacionais, para o condomínio ou para o entorno urbano do resi-dencial.

Entretanto, por meio do objetivo de estudo de Avaliação Pós-Ocupação, destacam-se aspectos pertinentes à reflexão, apontados como deficientes pelos moradores. A falta pelos lo-cais “sacada”, “ambiente para recepção de visitas”, “espaço para mesa” e “sala de jantar” rece-beram várias menções. Dos ambientes existentes a melhorar, “cozinha maior” e “área de serviço maior” se destacaram. Nota-se, portanto, que as atividades relacionadas às áreas social e de serviços estão prejudicadas.

A intenção por realizar modificações no apartamento, citada por 50% dos informantes, confirma essa necessidade, onde novamente houve a menção pela existência de uma sacada, a integração da sala com a cozinha e a ampliação da sala e da cozinha. Alguns dos moradores que realizaram modificações em planta optaram por essas modificações de integração da sala, seja com a cozinha, seja com um dormitório, transformado em sala, e alguns moradores utilizam o referido quarto como sala de jantar, sem ter retirado a parede.

Muitos moradores também gostariam de realizar modificações no piso e alguns afir-mam que já modificaram o piso original, de alguma maneira, seja com a troca parcial ou total em alguns cômodos. Outros relatam fissuras e trincas encontradas, dado reforçado pelo percen-tual de 50,8% dos informantes indicarem a ocorrência de algum tipo de trinca ou rachadura no imóvel (piso e/ou paredes). Percebe-se com isso a insatisfação com relação, principalmente, à frequente ocorrência de trincas nas peças cerâmicas. O problema pode estar relacionado com a pequena espessura da base, que fica enfraquecida com as instalações prediais embutidas, tanto no piso quanto nas paredes.

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Os relatos sobre ocorrência de adição de tomadas e sugestão por aumento da quanti-dade e redistribuição destas, juntos com o percentual de 50% dos moradores responderem que não existe de tomadas e pontos de luz em quantidade suficiente no apartamento, demonstram insatisfação nesse aspecto. Da mesma forma, a realização de pintura de melhor qualidade e/ou antimofo e o grande percentual de relatos de sinal de umidade ou mofo/bolor na unidade habi-tacional (75%) explicitam que os materiais utilizados para pintura e impermeabilização não foram eficientes para proporcionar boa estética ou salubridade ao imóvel, visto que a ilumina-ção natural e a ventilailumina-ção são vistas positivamente por grande parcela dos informantes.

Quanto ao ruído vizinho percebido dentro do apartamento e à temperatura dos ambientes em temperaturas extremas, o conforto acústico e térmico não resultou em relatos tão desfavo-ráveis, entretanto, a necessidade de utilização de aparelho para resfriamento de ambientes é mencionada por 85,9% dos moradores e para aquecimento por 60,3%. Esses dados demonstram o pouco isolamento da unidade habitacional, possivelmente devido ao sistema construtivo ado-tado, à espessura e à ausência de tratamentos termoacústicos, que resultaram nessas percepções devido à maior propagação do som e temperatura.

A frequente incidência de mau cheiro sanitário, apontada por 43,8% dos moradores e o refluxo pela tubulação de esgoto sanitário, constatado em 19,7% dos imóveis, somados a menção de problemas com restos de materiais de construção encontrados em tubulações sani-tárias, que causaram entupimento e vazamentos denotam que essas instalações tiveram pouca atenção na fase de projeto e/ou construção do residencial.

Relacionadas ao condomínio, as sugestões de melhorias relacionadas ao salão de festas e aos quiosques de churrasqueiras existentes foram quanto à melhoria e otimização de projeto e também na alteração de localização destes. Quanta à portaria, a localização na lateral de en-trada de veículos e com utilização de cancela é bem pertinente para projetos futuros. Por fim, pavimentação nas vagas de garagem e cobertura entre as vagas e a entrada dos blocos é outra contribuição da percepção dos moradores.

Para trabalhos de Avaliação Pós-Ocupação futuros sugere-se a inclusão de questiona-mento sobre a origem dos moradores: onde habitavam antes de morar no local de pesquisa. Outra pergunta pertinente, que pode ser trazida para futuros trabalho de APO onde as unidades habitacionais são adquiridas pelo proprietário é avaliar o custo-benefício percebido por este, visto que no atual trabalho muitos moradores relatam que, embora existam alguns pontos de desagrado, o imóvel apresenta bom ou ótimo custo benefício. A respeito do ambiente externo,

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