• Nenhum resultado encontrado

Análise comparativa de quantitativos de serviços e de custos de uma edificação financiada através do programa Minha casa Minha vida

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Análise comparativa de quantitativos de serviços e de custos de uma edificação financiada através do programa Minha casa Minha vida"

Copied!
66
0
0

Texto

(1)

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

JÉSSICA LUANA LOPES DA SILVA

ANÁLISE COMPARATIVA DE QUANTITATIVOS DE SERVIÇOS E DE CUSTOS DE UMA EDIFICAÇÃO FINANCIADA ATRAVÉS DO PROGRAMA MINHA CASA

MINHA VIDA

Santa Rosa 2019

(2)

JÉSSICA LUANA LOPES DA SILVA

ANÁLISE COMPARATIVA DE QUANTITATIVOS DE SERVIÇOS E DE CUSTOS DE UMA EDIFICAÇÃO FINANCIADA ATRAVÉS DO PROGRAMA MINHA CASA

MINHA VIDA

Projeto de pesquisa apresentado ao Departamento de Ciências Exatas e Engenharias da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul como requisito para aprovação na disciplina de Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Me Thiana Dias Herrmann

Santa Rosa 2019

(3)

JÉSSICA LUANA LOPES DA SILVA

ANÁLISE COMPARATIVA DE QUANTITATIVOS DE SERVIÇOS E DE CUSTOS DE UMA EDIFICAÇÃO FINANCIADA ATRAVÉS DO PROGRAMA MINHA CASA

MINHA VIDA

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Santa Rosa, 06 dezembro de 2019.

Prof. Thiana Dias Herrmann Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria – Orientadora

Prof. Mauro Fonceca Rodrigues Coordenador do curso de Engenharia Civil/UNIJUI

BANCA EXAMINADORA

Bruna Fuzzer Mestre pela Universidade Federal de Santa Maria

(4)

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por ter escutado todas as minhas preces, e ter me dado forças para não desistir e por ter colocado no meu caminho pessoas maravilhosas que me apoiaram.

Agradeço a minha mãe Iris, que é uma guerreira e não mediu esforços para ajudar no meu crescimento, que mesmo em meio de tantas dificuldades nunca desistiu me ensinando que tudo é possível. Ao meu pai Antônio e meus irmãos Chaiane e Jonatan, que mesmo distantes me apoiaram e acreditaram em mim.

Quero agradecer em especial ao meu noivo Anderson, que sempre me apoiou, que me acolheu em seus braços em dias difíceis, que me incentivou em todas as minhas ideias malucas, obrigada por aguentar as minhas mudanças de humor e por me fazer sorrir em momentos complicados caminhando sempre ao meu lado. Agradeço também os meus sogros, Claudio e Evanir que me adotaram em sua família e sempre me deram apoio.

Não posso deixar de agradecer algumas pessoas especiais, que me acompanharam nessa caminhada e me ajudaram a dar conta do trabalho e da faculdade, a minha querida amiga e irmã Thais, a Kanada, o Augusto, a Tanise, Abel, colegas que tiveram paciência em me ensinar quando precisei, e também a Nicole o Pablo que me deram apoio em quanto me ausentei do trabalho.

A minha orientadora Mestre Thiana Dias Herrmann, pela paciência em me ensinar e me corrigir quando necessário, obrigada por tudo.

Por fim, quero agradecer a todas as pessoas que de alguma forma fizeram parte desse momento e me auxiliaram no desenvolvimento deste trabalho.

(5)

“A vida é a soma das suas escolhas”. Albert Camus

(6)

RESUMO

SILVA, Jéssica Luana Lopes, Análise Comparativa De Quantitativos De Serviços

E De Custos De Uma Edificação Financiada Através Do Programa Minha Casa Minha Vida. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil,

Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2019.

Na elaboração de um projeto, uma das primeiras informações que o empreendedor deseja conhecer é o orçamento. Um dos fatores cruciais para uma boa lucratividade e para o sucesso de um construtor é um orçamento realizado com eficiência, pois quando a orçamentação é mal executada, fatalmente ocorrem possíveis frustrações de custo e prazo. Assim sendo, esta pesquisa buscou identificar se é possível utilizar dos dados fornecidos pelo SINAPI em projetos no município de Santa Rosa/RS, sem que interfiram significativamente no resultado ou qualidade da obra. Avalia-se também um orçamento aprovado pelo PMCMV e compara-se os três orçamentos: SINAPI, levantamento de custos no município e o aprovado no PMCMV. Por meio de uma pesquisa quantitativa, elaborou-se os três orçamentos utilizando-se de ferramentas como o iSinapi, Excel e pesquisa de campo nas lojas. Isto posto, verificou-se uma ampla divergência entre os orçamentos, sendo o valor total pelo SINAPI de R$ 87.170,17, pelo mercado local de R$ 74.889,85 e no aprovado no PMCMV de R$ 65.000. Assim, é possível identificar uma grande variação de custos até a finalização da obra, se comparado os valores avaliado pelo engenheiro contratado pelo cliente, o valor agregado pelo SINAPI e na pesquisa de mercado.

(7)

ABSTRACT

SILVA, Jéssica Luana Lopes, Comparative Analysus of Quantitative Services and

Costs of a Building Financed Through the My House My Life Program. 2019.

Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Santa Rosa, 2019.

In elaboration a project, one of the first information that the entrepreneur wants to know is the budget. One of the crucial factors for a builder is a good profitability and for success is a budgeting performed efficiently, because when budgeting is poorly executed, potential cost and time frustrations can inevitably occur. Therefore, this research seeks to identify if it is possible to use the data provided by SINAPI in projects in the municipality of Santa Rosa / RS, without significantly interfering with the result or quality of the work. It's also evaluates a budget approved by PMCMV and compares the three budgets: SINAPI, survey of costs in the municipality and approved in PMCMV. Through a quantitative survey, were prepared three budgets were using tools such as iSinapi, Excel and field research in stores. Thus, it was found a broad divergence between budgets, being the total amount by SINAPI of R $ 87,170.17,by the local market of R $ 74,889.85 and approved in the PMCMV of R $ 65,000. Thus, it is possible to identify a large variation of costs until the completion of the work, it was comparing the values evaluated by the engineer hired by the client, the value added by SINAPI and market research.

(8)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Histórico do custo médio do metro quadrado (Reais), Outubro 2010 –

outubro 2019. ... 22

Figura 2 - Déficit Habitacional 2013 – 2014 (em milhões de unidades). ... 23

Figura 3 - Técnicas de Pesquisa ... 28

Figura 4 - Planta Baixa do Projeto em Estudo... 30

Figura 5 - Tela iSinapi - Orçamento ... 33

Figura 6 - Tela de Início iSinapi - Orçamento ... 34

Figura 7 - Tela de Configuração de Etapas da Obra ... 34

Figura 8 - Tela de Desenvolvimento do Orçamento ... 35

Figura 9 - Exemplo Planilha Orçamento iSinapi ... 35

Figura 10 - Comparação dos Materiais ... 41

Figura 11 - Comparação da Mão de Obra ... 41

(9)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Quantidades de Tomadas, Interruptores e Pontos de Luz ... 32

Tabela 2: Especificações para Tratamento de Esgoto ... 32

Tabela 3: Dos Custos Total e Pesos (%) das Etapas ... 38

Tabela 4: Resumo do Orçamento pelo SINAPI ... 39

(10)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 10 1.1 OBJETIVOS ... 12 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 13 2.1 ORÇAMENTO ... 13 2.2 TIPOS DE ORÇAMENTOS ... 14

2.2.1 Orçamento paramétrico ou por estimativas ... 14

2.2.2 Orçamento sintético ou preliminar... 15

2.2.3 Orçamento analítico ... 15

2.3 ORÇAMENTAÇÃO ... 15

2.3.1 Estudo das condicionantes ... 16

2.3.1.1 Leitura e interpretação do projeto e especificações técnicas ... 16

2.3.1.2 Leitura e interpretação do edital ... 16

2.3.1.3 Visita técnica ... 17

2.3.2 Composição de custos ... 17

2.3.2.1 Identificação dos serviços ... 17

2.3.2.2 Levantamento de quantitativos ... 17

2.3.2.3 Planilha de custos unitários diretos ... 18

2.3.2.4 Planilha de Custos indiretos ... 18

2.3.2.5 Cotação de insumos ... 18

2.3.3 Fechamento do orçamento ... 19

2.3.3.1 Lucro ... 19

2.3.3.2 Cálculo do BDI e Preço de Venda ... 19

2.4 SINAPI ...20

2.4.1 Histórico ... 21

2.4.2 Metodologia ... 22

2.4.3 Insumos ... 22

2.5 PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA – HABITAÇÃO URBANA ... 22

3 METODOLOGIA ... 26

3.1 MÉTODO DE ABORDAGEM ... 27

3.2 TÉCNICAS DE PESQUISA ... 28

3.3 MATERIAIS E MÉTODOS ... 29

3.3.1 Especificações e Projeto Empregado ... 29

3.4 Orçamento do Projeto do Programa Minha Casa Minha Vida ... 32

3.5 Orçamento Pelo SINAPI ... 33

3.6 Cotação de Mercado... 36

4 RESULTADOS ... 37

4.1 ORÇAMENTO DO PROJETO MINHA CASA MINHA VIDA ... 37

4.2 ORÇAMENTO DO PROJETO PELO SINAPI ... 39

4.3 LEVANTAMENTO DE MERCADO ... 40

4.4 COMPARATIVO ... 40

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 44

6 REFERÊNCIAS ...46

(11)

1 INTRODUÇÃO

O Brasil ruma, aos poucos, para a recuperação de um cenário econômico engessado há alguns anos. Para que um país em desenvolvimento constante cresça, é necessário ultrapassar os obstáculos e trabalhar para atingir metas. Em tempos de estabilização econômica, um conjunto de fatores foram favoráveis para alcançar o fortalecimento de todas as frentes do cenário nacional, como a oferta adequada de recursos e a inflação moderada, o que garantiu que todos os segmentos continuassem atuando para gerar melhores resultados (FRANÇA, 2017).

Em consequência disto, os limites de crédito e opções de financiamento condicionam-se aos objetivos de vida dos brasileiros. A utilização de instrumentos para a obtenção de recursos para o setor habitacional se ampliou e novos programas foram criados pelo Governo federal, como o Programa Minha Casa Minha Vida.

A produção de moradias para famílias de baixa renda no Brasil é deficitária, e ao longo dos anos diversos planos e projetos de leis foram criados para atender a população de baixa e média renda. A dificuldade para consolidação destes métodos se restringe ao crescimento populacional e a condição econômica, a baixa renda familiar associada ao índice de desemprego limitam a estabilidade e assertividade de um plano de moradia adequado e consistente (RAMOS; CARDOSO, 2011).

As diretrizes do Programa Minha Casa Minha Vida visam reduzir as desigualdades em termos habitacionais, tornando-o importante na busca por reduzir o Déficit Habitacional (DH) do país. Logo, pela sua realidade, requer apropriada condução, evitando gastos desnecessários e desvios de rotas que possam inviabilizar a ampliação de iniciativas que tenham esta perspectiva (CUNHA FILHO; SOUZA, 2015).

Cunha Filho e Souza (2015) também destacam que esse programa do Governo Federal é de grande impacto econômico-social e atraiu grande interesse da população, devido ao aumento do poder aquisitivo dos brasileiros e ao acesso ao crédito por parte significativa da população. Este cenário tem atraído a iniciativa privada, sobretudo empresas do ramo da construção civil, maiores interessadas na execução das obras proporcionadas pelo programa.

Depois de um longo período de baixo investimento em infraestrutura e em habitação, o país recuperou sua rota de progresso na construção civil. Devido a

(12)

frequente busca por redução de custos e a evolução tecnológica, todos os setores industriais brasileiros tiveram que se adequar, e na construção civil não foi diferente (CBIC, 2013).

Diante de inúmeras incertezas, que se alteram rapidamente no desenvolvimento do crescimento econômico, os empresários e construtores precisam de métodos que os auxiliem e garantam mais segurança na tomada de decisões estratégicas. As análises entre relações reais já existentes nos cenários prospectivos, são importantes para traçar caminhos prováveis, auxiliando na orientação para um planejamento mais assertivo e coerente (SEBRAE, 2017).

Na elaboração de um projeto, uma das primeiras informações que o empreendedor deseja conhecer é o orçamento. Seja em um empreendimento com fins lucrativos ou não, sabe-se que os gastos de uma construção podem ser consideráveis e por isso devem ser devidamente determinados, já que, em atribuição ao seu valor, o empreendimento estudado será viável ou não (GOLDMAN, 2005).

De acordo com Mattos (2011), um dos fatores cruciais para uma boa lucratividade e para o sucesso de um construtor é um orçamento realizado com eficiência, pois quando a orçamentação é mal executada, fatalmente ocorre possíveis frustrações de custo e prazo. Aliás, dificilmente o erro será para mais, geralmente erra-se para menos.

Neste sentido, é evidente a necessidade do desenvolvimento de ferramentas e metodologias que possibilitam credibilidade de seus dados, capazes de auxiliarem e facilitarem a elaboração de orçamentos. O Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI), é uma das ferramentas que referência preços em insumos e custos em composições disponibilizadas pelo governo federal e mantidas pela Caixa Econômica Federal e pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, 2019).

Assim, o SINAPI é preconizado pelo Decreto 7983/2013, que estipula regras e critérios para a realização do orçamento de referência de obras e serviços de engenharia, contratados e executados com recursos dos orçamentos da União, para a obtenção do custo de referência. Também é indicado pela Lei 13.303/2016, que trata do estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, 2019).

O SINAPI é amplamente empregado no ramo da construção civil. Entretanto, a cotação de seus custos é realizada na capital de cada estado brasileiro, sem

(13)

considerar os custos que abrangem as cidades do interior de cada estado. Para garantir que a aplicação desta ferramenta em orçamentos seja um recurso seguro, é importante que se estude e se discuta a existência de custos que possam ocorrer em um projeto que não seja executado na região metropolitana.

Assim sendo, este estudo busca analisar informações e valores de um orçamento de uma edificação residencial unifamiliar financiada pela Caixa Econômica Federal através do Programa Minha Casa Minha Vida na cidade de Santa Rosa/RS. Comparando os custos apresentados com os fornecidos pelo SINAPI/RS que é a base para realização de orçamentos pela CAIXA, e juntamente analisando os quantitativos dos serviços. Permitindo deste modo, ponderar os resultados com o custo final da obra.

1.1 OBJETIVOS

O objetivo geral é analisar comparativamente, as variáveis do sistema SINAPI que utiliza por base orçamentária os preços da capital do Estado, e um orçamento de uma obra financiada através do Programa Minha Casa Minha Vida, trazendo para a realidade de preços de obra na cidade de Santa Rosa, a fim de mostrar se há diferenças de custo.

Os objetivos específicos são:

● Coletar dados de um orçamento de uma edificação financiada pelo Programa Minha Casa Minha Vida;

● Realizar o levantamento de quantitativos de serviços através dos projetos básicos;

● Levantar custos unitários das tabelas do SINAPI/RS;

● Aferir os quantitativos dos serviços e custos na execução da edificação;

Ao desenvolver o tema proposto e estrutura da pesquisa, busca-se identificar se é correto utilizar os dados fornecidos pelo SINAPI em projetos no município de Santa Rosa/RS, sem que interfiram significativamente no resultado ou qualidade da obra. Avalia-se também os custos para execução da obra realizando compras dentro do município em lojas físicas, e comparando com dados do SINAPI.

(14)

2 REVISÃO DA LITERATURA

Para um melhor entendimento, neste capítulo será apresentada uma revisão da literatura através de referenciais teóricos, com assuntos relacionados ao tema deste trabalho, objetivando uma melhor compreensão dos resultados da análise final. 2.1 ORÇAMENTO

De acordo com Limmer (2013), um orçamento é a determinação dos gastos que serão necessários para a realização e execução de um determinado projeto de acordo com um plano previamente estabelecido. Gastos esses traduzidos em termos quantitativos.

Realizar um orçamento, é quantificar insumos, mão de obra, ou equipamentos necessários para a execução de uma obra ou serviço. Também, com os respectivos custos e o tempo de duração dos mesmos (AVILA; LIBRELOTTO; LOPES, 2003).

Segundo Mattos (2011), um orçamento bem executado, com informações confiáveis e critérios técnicos bem estabelecidos, pode gerar uma estimativa mais precisa, contudo, não exata, pois trata-se de uma aproximação de custos em função do qual o construtor irá imputar seu preço de venda. Por se tratar de pressuposições, há sempre uma margem de erro embutida no orçamento, neste sentido os principais atributos do orçamento são:

a) Aproximação: O orçamento não necessita ser exato mas sim preciso, ele dispõe de uma ideia aproximada do valor, e quanto mais apurado e criterioso for menor será a margem de erro;

b) Especificidade: Um orçamento não é padronizado e depende de muitas variáveis, ele deve sempre ser adaptado às condições locais;

c) Temporalidade: Ao longo do tempo, alguns fatores usados na realização do orçamento sofrem alterações como mudança de impostos e encargos, custos dos insumos, evolução dos métodos construtivos, diferentes cenários financeiros, sendo necessário ajustar os valores estipulados. Segundo Minichiello (2007), o orçamento deve compreender todos os custos, desde a fase de projeto até a limpeza geral, englobando supervisão, encargos legais, custos financeiros, dentre outros e pode ter os seguintes objetivos:

a) Obter informações sobre a viabilidade e desempenho financeiro do projeto;

(15)

b) Constituir-se em um documento contratual, servindo de base para o faturamento da empresa executora do projeto, e para restringir dúvidas ou omissões quanto a pagamentos;

c) Permite a programação física (cronograma) e financeira dos recursos necessários;

d) Servir como referência na análise dos rendimentos obtidos dos recursos empregados durante a execução da obra;

e) Instrumento de controle, informando coeficientes técnicos confiáveis, visando ao aperfeiçoamento da capacidade técnica e da competitividade da empresa executora no mercado.

Um orçamento pode ter concepções diferentes analisadas do ponto de vista do proprietário e do construtor. Para o proprietário, é a descrição de todos os serviços, devidamente quantificados e multiplicados pelos preços unitários sendo o mais importante a sua despesa final. Já para o construtor, o orçamento é a discriminação de todos os insumos, devidamente quantificados e multiplicados pelos custos unitários, acrescidos das despesas indiretas, tendo como importância a sua despesa e seu lucro final (MATTOS, 2011).

2.2 TIPOS DE ORÇAMENTOS

Segundo Gonzales (2008), existem vários tipos de orçamento, e a escolha vai depender da finalidade e da disponibilidade de dados. Para Mattos (2008), basicamente são três tipos de orçamentos: paramétrico, sintético e analítico. Para definir qual tipo de orçamento utilizar, é necessário que seja analisado se o objetivo é alcançar uma estimativa rápida, a qual se fundamenta em concepções básicas, ou se faz-se necessário um orçamento mais detalhado com maior grau de informações.

2.2.1 Orçamento paramétrico ou por estimativas

O orçamento paramétrico é aproximado, ajustado aos dados iniciais, como estudo de viabilidade ou breves consultas de cliente. O custo da obra pode ser determinado por área ou volume caso ainda não existam projetos disponíveis, sendo que os valores unitários são obtidos por indicadores como o CUB (Custo Unitário Básico) e o SINAPI (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil) (GONZÁLES, 2008).

(16)

De acordo com Mattos (2003), o orçamento paramétrico deve ser escolhido quando se pretende ter uma rápida estimativa do empreendimento, com a disponibilidade de dados básicos da obra. Ainda, Goldman (2005) ressalta que, pelo fato de o orçamento ser por estimativas e considerar vários aspectos de ordem técnica por não estarem definidos, leva o trabalho a uma margem de incertezas que deve ser levada em conta no estudo de viabilidade do empreendimento.

2.2.2 Orçamento sintético ou preliminar

Já no orçamento sintético, é necessário que haja um projeto básico que contribuirá para o cálculo de todas as atividades macros possíveis de serem medidas. Segundo Mattos (2008), este tipo de orçamento pode também ser chamado de orçamento preliminar.

De acordo com Minichiello (2007), o orçamento sintético é utilizado por construtoras para análises rápidas que não exijam verificação de composições de custo e quantidades de serviços. Também, é utilizado para apresentação de propostas orçamentárias, aos quais mais interessa o custo total dos itens principais de forma precisa, sendo necessário de antemão ser composto o orçamento detalhado.

2.2.3 Orçamento analítico

Em comparação com o sintético e o paramétrico, o orçamento analítico é o mais preciso de todos, ele é realizado através da estimativa de custos e pesquisas dos preços de cada insumo. Chegando a um valor muito próximo ao custo real com uma reduzida margem de incerteza (MATTOS, 2018).

Segundo Gonzales (2008), para este tipo de orçamento, os profissionais preparam listas das quantidades de serviços a serem executados, medidos das plantas de acordo com critérios específicos. Para isso é necessário que o conjunto de dados do projeto esteja desenvolvido (projetos arquitetônicos, hidráulicos, elétricos, estruturais, especificações técnicas, etc.).

2.3 ORÇAMENTAÇÃO

“Orçamento não se confunde com orçamentação. Aquele é o produto, este, o processo de determinação” (MATTOS, 2008, p. 22).

Ainda segundo Mattos (2008), a orçamentação é uma das principais áreas da construção. Um dos requisitos básicos para um bom orçamentista é conhecimento

(17)

detalhado do serviço. Em vista disto, a orçamentação engloba três grandes etapas de trabalho: estudo das condicionantes, composição de custos e determinação de preço. Antes de iniciar as etapas, é necessário analisar todos os documentos que compõem o imóvel e o projeto, realizar a visita em campo e fazer o primeiro atendimento ao cliente, para entender a sua real necessidade e capacidade de gasto.

2.3.1 Estudo das condicionantes

Nesta fase, são analisadas as condições de contorno, onde o projeto irá nortear o orçamentista. Segundo Mattos (2008), é a partir dele que serão identificados os serviços constantes da obra, seus quantitativos, o grau de interferência e a dificuldade relativa de realização das tarefas. Nesta fase são seguidos os passos: leitura e interpretação do projeto e especificações técnicas; leitura e interpretação do edital; e visita técnica.

2.3.1.1 Leitura e interpretação do projeto e especificações técnicas

Um projeto pode ser definido como um conjunto de informações necessárias para a construção, quanto maior e mais confiável for o detalhamento do projeto, melhor será a probabilidade de se obter um bom orçamento. Pois é no projeto que será definido o que deverá ser construído, como ocorrerá a construção em termos de materiais e equipamentos a serem empregados (AVILA; LIBRELOTTO; LOPES, 2003).

De acordo com Mattos (2008), o projeto é composto por: plantas baixas, cortes, vistas, perspectivas, notas esclarecedoras, detalhes, diagramas, gráficos, tabelas e quadros. É importante analisar as especificações técnicas, de acordo com Avila, Librelotto e Lopes (2003), são aquelas que definem métodos e técnicas para a execução dos serviços de construção. Nelas devem conter a indicação correta de locais de aplicação de cada um dos tipos de serviços, indicar normas para verificação específica de materiais, elementos, instalações e equipamentos.

2.3.1.2 Leitura e interpretação do edital

O edital é o documento que rege a licitação, no caso de a obra ser objeto de uma concorrência. De acordo com Mattos (2008), a licitação é a regra padrão para qualquer aquisição ou venda por parte do poder público. Segundo a Constituição Federal, obras, serviços, compras e alienações devem ser contratados mediante

(18)

processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes.

Ainda conforme Mattos (2008), as informações contidas no edital que são indispensáveis para a elaboração do projeto, são: prazo da obra, datas macro contratuais, penalidade por atraso, critérios de medição, regime de preços, limitação de horários de trabalho, critérios de participação na licitação, habilidade técnica, seguros exigidos, facilidades disponibilizadas pelo contratante.

2.3.1.3 Visita técnica

É recomendado realizar a visita técnica no local da obra, para levantar dados importantes para o orçamento, tirar fotos, avaliar o estado das vias de acesso e verificar a disponibilidade de materiais, equipamentos e mão de obra na região (MATTOS, 2008).

2.3.2 Composição de custos

O levantamento de custo, de um modo geral, é feito com base na identificação dos serviços, quantificação dos insumos necessários, mão de obra e dos equipamentos utilizados para a execução de todos serviços que serão empregados. Realiza-se a discriminação dos custos diretos e indiretos, cotação de preços, definição de encargos sociais e trabalhistas. Também deve-se estimar a duração da obra e cotar os preços de cada item (BELTRAME, 2007).

2.3.2.1 Identificação dos serviços

De acordo com Mattos (2008) um orçamento só está completo se conter todos os serviços requeridos pela obra. Pois o custo total de uma obra é resultado do custo orçado para casa um dos serviços integrantes da obra.

2.3.2.2 Levantamento de quantitativos

O levantamento de quantitativos é uma das principais tarefas de um orçamentista, já que uma pequena imprecisão pode gerar um erro de enormes proporções e consequências graves. Mattos (2008) ressalta que o processo de levantamento das quantidades de cada serviço deve sempre deixar uma memória de cálculo com fácil manipulação, com o intuito de facilitar que outra pessoa consiga realizar mudanças.

(19)

Segundo Tisaka (2011) este trabalho pode ser feito através de planilhas ou formulários auxiliares facilitando a organização. Deve ser feito de acordo com critérios previamente estabelecidos pelo orçamentista responsável.

2.3.2.3 Planilha de custos unitários diretos

Nela deve constar a relação de todos os serviços e os respectivos custos unitários de cada item de serviços. Uma planilha completa de custos diretos unitários deve conter: lista de serviços a serem realizados, levantamento dos quantitativos, cálculo dos preços unitários e cálculo dos custos de cada um dos serviços (TISAKA, 2011). Cada composição de custo unitário contém insumos do serviço com os seus respectivos índices e valor (MATTOS, 2008).

2.3.2.4 Planilha de Custos indiretos

Segundo Mattos (2008) o custo indireto não é o serviço de campo, mas sim os serviços necessários para a realização dos mesmos. Nesta fase são requisitadas as equipes técnicas de apoio e de suporte, e identificadas as despesas gerais da obra.

De acordo com Tisaka (2011) a planilha de custos indiretos deve conter: canteiro da obra, administração local, mobilização e desmobilização e outros custos não constantes dos custos unitários diretos.

2.3.2.5 Cotação de insumos

É importante que a cotação seja feita após a cotação de custos para se ter uma relação completa dos insumos, pois consiste em uma coleta de preços de mercado completa, tanto no que consiste custo direto como indireto. Para não ocorrer rupturas no orçamento, deve-se sempre incluir o custo de frete, carreto, impostos de venda, tarifas de importação e qualquer outra taxa que venha a incidir (MATTOS, 2011).

De acordo com Bomfim (2013), os insumos são todos os materiais necessários para a construção da obra e eles podem ser divididos em três categorias:

a) Materiais: areia, aço, cimento, cerâmica, esquadrias, madeira, etc.

b) Mão de obra: serventes, pedreiros, ferreiros, técnicos, mestres de obra, etc.

c) Equipamentos: betoneiras, furadeiras, vibradores, elevadores e guinchos de obra, etc.

Os materiais são quantificados a partir de levantamentos feitos em cima de projetos e especificações, levando em conta o tipo de material e as perdas sujeitas;

(20)

Já as quantificações da mão de obra e dos equipamentos de construção, dependem do processo de execução do projeto e de outros fatores, como variação de produção, defeitos de equipamentos, fatores climáticos e outros (MINICHIELLO, 2007).

Para Mattos (2008), existem alguns aspectos que atuam diretamente na cotação do preço dos insumos, que são: especificações técnicas, que refere-se a qualidade do material; unidade da embalagem, onde é registrado em que tipo de embalagem o material deve vir; quantidade; prazo de entrega, principalmente em casos de produtos especiais; condições de pagamento; validade da proposta, para que não tenham variações futuras; local e condição de entrega, para identificar se haverá necessidade de seguro, frete e etc.

2.3.3 Fechamento do orçamento

Segundo Mattos (2018), esta é a etapa em que é definido o lucro, tendo por base as condições técnicas, dificuldades de execução, prazos, condições locais, características do cliente, riscos e outros. É nesta fase que serão demonstrados o preço de venda e o BDI, e por fim toda a planilha que discrimina cada item do empreendimento.

2.3.3.1 Lucro

De acordo com Bomfim (2013) o lucro líquido é o resultado econômico e financeiro positivo gerado pela diferença entre o total das receitas e o total das despesas da obra (somatório do material direto, equipamentos, mão de obra direta e BDI). O construtor define a lucratividade baseado nas condições internas e externas da obra, levando em conta fatores como concorrência, riscos do empreendimento, necessidades e outros (MATTOS, 2008).

2.3.3.2 Cálculo do BDI e Preço de Venda

Segundo Mattos (2008), após ter orçado os custos da obra, ter definido o percentual de lucro e identificado todos os impostos, o orçamentista tem todas as condições para calcular o preço de venda da obra, sendo: Preço de Venda = Custo (diretos, indiretos e acessórios) + Lucro + Impostos.

De acordo o BDI é um fator de majoração expresso em porcentagem, aplicado sobre o custo direto e sobre os serviços da obra, chegando ao preço de venda. O significado da abreviatura de BDI, é dividida em duas parcelas, sendo que B significa

(21)

benefício que condiz ao resultado estimado do contrato e o DI é abreviação de despesas indiretas que conduz aos custos julgados indiretos (MATTOS, 2008).

Ainda de acordo com Mattos (2008), o preço de venda e o BDI são obtidos a partir da aplicação das seguintes equações:

𝑃𝑉 = 𝐶𝐷+𝐶𝐼+𝐴𝐶+𝐶𝐹+𝐼𝐶

1−(𝐿𝑂%+𝐼𝑀𝑃%) [Eq. 01]

Onde, PV = preço de venda; CD = custo direto; CI = custo indireto; AC = administração central; CF = custo financeiro; IC = imprevistos e contingências; LO = lucro operacional; e IMP = impostos.

𝐵𝐷𝐼 = 𝑃𝑉

𝐶𝐷− 1 [Eq. 02]

Onde, BDI = benefícios e despesas indiretas; PV = preço de venda; e CD = custo direto.

2.4 SINAPI

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografias e Estatísticas (IBGE), o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil – SINAPI, tem como finalidade a formação de custos e índices mensais para o setor habitacional, e de salários medianos de mão de obra e preços medianos de materiais, máquinas e equipamentos e serviços da construção para os setores de saneamento básico, infraestrutura e habitação.

Conforme a Caixa Econômica Federal, a gestão do SINAPI é dividida entre Caixa e IBGE, onde a Caixa é responsável pela base técnica de engenharia e pelo processo de dados, e o IBGE pela pesquisa mensal de preço, tratamento dos dados e formação dos índices. Os preços e custos auxiliam na elaboração, análise e avaliação de orçamentos, enquanto os índices possibilitam a atualização dos valores das despesas nos contratos e orçamentos (IBGE, 2019).

O Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI) é indicado pelo Decreto 7983/2013, que estabelece regras e critérios para elaboração do orçamento de referência de obras e serviços de engenharia, contratados e executados com recursos dos orçamentos da União, para obtenção de referência de custo, e pela Lei 13.303/2016, que dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias (Caixa Econômica Federal).

(22)

2.4.1 Histórico

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (2018), o SINAPI foi implantado pelo Banco Nacional da Habitação em 1969, visando o preenchimento de lacunas relativas à disponibilidade de custos e índices de custos. Os Sindicatos da Indústria e Construção Civil deveriam calcular mensalmente os custos de construção de projetos de 1,4,8 e 12 pavimentos, com apartamentos de 2 e 3 dormitórios, nos padrões alto, normal e baixo usando como base a cesta de insumos que na época era calculada somente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

O IBGE entra como responsável pela coleta e processamentos do SINAPI em 1985, permanecendo com o BNH a manutenção do Sistema quanto aos aspectos técnicos de engenharia, que após a extinção do BNH é assumida pela Caixa. No ano de 1994, a resolução do Conselho Curador do FGTS (n°161/94) determina que a Caixa padronize os procedimentos técnicos de análise de custos de empreendimentos no setor habitacional, saneamento básico e infraestrutura urbana (IBGE, 2018).

Por fim, em 04 de Julho de 2002, a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional a Lei de Diretrizes Orçamentárias estabelece que o SINAPI passa a ser referência de delimitação dos custos de execução de obras públicas em substituição ao Custo Unitário Básico – CUB, processados pelos Sindicatos da Construção Civil (IBGE, 2018).

De acordo com o site da CAIXA, a partir de abril de 2013, a CAIXA disponibilizou, além dos preços de insumos e custos de composição, os encargos sociais não desonerados (com contribuição para o INSS de 20% sobre folha de pagamento), preços e custos com encargos sociais desonerados (sem a contribuição de 20%). Devido à Lei nº 12.844/2013 que trata da desoneração da folha de pagamentos da construção civil.

Ainda, de acordo com o site, em junho de 2014, às composições de serviço incorporam-se os encargos sociais complementares. Utilizando composições que, além do item mão de obra (com preço acrescido dos encargos sociais), incluem outros itens relativos aos custos de alimentação, transporte urbano, equipamentos de proteção individual, ferramentas, exames médicos e seguros obrigatórios.

A Figura 1 demonstra o histórico do custo médio do metro quadrado no Estado do Rio Grande do sul, de outubro de 2010 a outubro de 2019.

(23)

Figura 1 - Histórico do custo médio do metro quadrado (Reais), Outubro 2010 – outubro 2019.

Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2019).

2.4.2 Metodologia

Os pesquisadores do IBGE, realizam visitas em estabelecimentos comerciais, industriais e empresas para obter os preços dos produtos à venda e salários vigentes, porém, essa quantidade de insumos é exageradamente grande, tornando inviável a realização da coleta mensal de todos os insumos. Desta maneira, os insumos foram organizados por grupos, chamados famílias homogêneas, com processo de fabricação iguais e a mesma composição de matéria-prima (IBGE, 2018).

2.4.3 Insumos

A Caixa Econômica Federal e o IBGE têm os insumos em constante manutenção, com o objetivo de manter as descrições atualizadas e adequadas, realizando a criação de novos insumos e a desativação de insumos ultrapassados. Ainda, cada insumo tem Ficha de Especificação Técnica que descreve suas características, auxiliandoos usuários na utilização destas referências técnicas. 2.5 PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA – HABITAÇÃO URBANA

As políticas habitacionais no Brasil passaram por um processo evolutivo ao longo dos anos. Os primeiros projetos foram elaborados ainda em 1946 pelo governo de Eurico Gaspar Dutra, desenvolvidos através da Fundação Casa Popular e dos Institutos de Aposentadoria e Previdência (IAPs). Foi criada para financiar a construção ou aquisição de imóveis para a população que não tinha acesso aos IAP, sendo que esse projeto de governo perdurou até 1964 e entregou 17 mil moradias (FERREIRA, 2009).

(24)

Segundo Furtado (2011), o déficit habitacional é um problema crescente desde o tempo do império, com isso desenvolveu-se um problema estrutural de difícil resolução que tem exigido ao longo da história imenso esforço governamental para com o desenvolvimento socioeconômico nacional. Mesmo com a realização de políticas públicas que objetivam minimizar o problema, nenhuma delas consegue de forma eficaz resolver o problema do déficit habitacional.

Conforme apresentado na Figura 2, o déficit qualitativo é bastante superior em relação ao déficit quantitativo. O Programa Minha Casa Minha Vida visa a redução do déficit quantitativo por meio da aquisição do imóvel novo. Não focaliza, portanto, estratégias alternativas como aluguel ou aquisição de imóveis já disponíveis. O Brasil possui 7,2 milhões de domicílios vagos, sendo 79% em área urbana. Deste total, 6,1 milhões de unidades se encontram em condições de serem ocupadas. Em relação ao déficit qualitativo, retrata-se apenas o critério predominante de inadequação de domicílios, ao informar que existem no país 11,3 milhões de domicílios carentes de pelo menos um tipo de serviço de infraestrutura.

Figura 2 - Déficit Habitacional 2013 – 2014 (em milhões de unidades).

Fonte: Adaptado de Fundação João Pinheiro (2016).

O déficit quantitativo é entendido como necessidade de construção de novas moradias, que pode ser causada pela necessidade de reposição de unidades habitacionais pelo seu estado precário (barracos precários em favelas) ou ainda pela necessidade de construção de novas unidades devido à coabitação familiar, conhecida também como cortiço. Já o déficit qualitativo compõe-se de moradias que

6,1

11,3

Déficit Quantitativo Déficit Qualitativo

(25)

não possuem habitabilidade adequada, mas que, não necessariamente, precisam ser substituídas.

Amplia-se o contexto histórico após 1964, onde é criado o Sistema Financeiro de Habitação (SFH) com pilar o Banco Nacional de Habitação (BNH). O objetivo era permitir o acesso da população ao crédito, favorecendo a redução do déficit habitacional do país. A operação captava recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e também pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE), este que seria utilizado para financiar o setor de classes média e alta. Nessa época o BNH se tornou o maior banco de financiamento do mundo. Durante o período o SFH foi marcado pela alta concentração de recursos do Governo Federal e verticalização da política habitacional por meio de companhias Estaduais de Habitação (COHABs). Com a variação dos índices de correção monetária e inflação no período, transformou o BNH altamente deficitário e então em 1986 foi incorporado a Caixa Econômica Federal e seu prejuízo de 50 bilhões de reais absorvido pelo Tesouro Nacional (FERREIRA, 2009).

Segundo IPEA (2013), o programa habitacional Minha Casa Minha Vida (PMCMV), lançado no Brasil nos últimos anos dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para dinamizar a economia e gerar empregos, mediante produção de moradias populares subsidiadas pelo governo, representou uma mudança significativa no padrão decisório vigorante nas políticas desenvolvimentistas do passado. Em especial, na política habitacional contida no chamado “modelo BNH”.

De acordo com a Caixa Econômica Federal (2018), o Programa Minha Casa Minha Vida é uma iniciativa do Governo Federal destinado a família de baixa renda. Em que é oferecido condições atrativas para o financiamento de moradias nas áreas urbanas. O Programa teve início em 2009 quando o governo federal facilitou o acesso a programas habitacionais, onde começou a ser concedido linhas de créditos com subsídios e taxas de juros diferenciadas. Os beneficiados são moradores dos centros urbanos e de áreas rurais, enquadrados dentro de determinadas faixas de renda.

Com o decorrer dos anos alguns ajustes foram sendo realizados. Em 2017 o governo fez alterações em regras, como no limite de renda, taxa de juro e aumento do teto do valor dos imóveis.

Lançado em um contexto de crise financeira internacional, é, contudo, evidente que o PMCMV tenha desempenhado a missão de manter elevados os níveis de investimentos no setor da construção civil. Mas, esse papel atribuído ao programa não

(26)

dispensa considerar a sua efetividade no atendimento precípuo das necessidades habitacionais para as quais vastos estoques vêm sendo produzidos (IPEA, 2013).

Como bem econômico, é indispensável um esforço apreciável por parte das famílias para adquiri-lo, pois compromete boa parte da renda atual e futura em sua obtenção, independentemente da classe social em que essas famílias se enquadram. Isso porque, as famílias de maior renda tendem a adquirir imóveis de maior valor para atender às suas necessidades familiares, à construção de um patrimônio, como investimento para especulação ou simplesmente por status social (FURTADO, 2011). Conforme Caldeira (2000), a habitação é um bem essencial, que destaca elevadas externalidades positivas e bem-estar social. Considera-se um aspecto fundamental e de grande importância políticas públicas de controle à pobreza, o que melhora o acesso da população a serviços sociais mínimos.

Segundo Metropole (2015), o programa foi desenvolvido para atender três faixas de renda distintas, com metas, métodos de contratação e com subsídios diferentes. A primeira faixa é destinada às famílias de baixa renda de até R$ 1.600,00, a segunda faixa é necessária uma renda familiar entre R$ 1.600,00 e R$ 3.100,00, e na terceira faixa de R$ 3.100,00 até R$ 5.000,00.

Segundo Ministério das Cidades (2011) na primeira fase do PMCMV, foi estabelecido como objetivo de entregar 1.000.000 (um milhão) de unidades habitacionais. Destas, 400 mil seriam destinadas para as famílias da Faixa I, 400 mil para as famílias da Faixa II e 200 mil às famílias da Faixa III.

Para a sua segunda fase, os recursos destinados ao PMCMV foram aumentados para: 125 bilhões de reais, dos quais 72 bilhões são destinados aos subsídios e 53 bilhões aos financiamentos do FGTS. Até 30 de abril de 2014, 2,4 milhões de unidades habitacionais haviam sido contratadas no âmbito do PMCMV. Cerca de 45% das unidades contratadas nesta fase do programa, geraram um total de 60 bilhões e foram destinadas às famílias com renda da Faixa I (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2014).

A terceira fase do PMCMV encara dificuldades. O Decreto nº 8.456, de 22.05.2015 efetuou um contingenciamento de R$ 69,9 bilhões nas despesas arbitrárias do Poder Executivo em relação ao previsto na Lei Orçamentária Anual, sendo que a estimativa de gastos com o PMCMV sofreu um corte de R$ 5,6 bilhões (passando dos R$ 18,6 bilhões inicialmente previstos para R$ 13 bilhões). Esse corte relevante, na ordem de 30%, apesar de as metas do programa para o ano

(27)

supostamente estarem mantidas, fato é que o contingenciamento é um dos motivos que gerou atraso no lançamento desta fase do Programa (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2014). O PMCMV, no entanto, apresenta deficiências que merecem ser destacadas para subsidiar proposições de melhorias no seu desenho institucional.

A estipulação de um preço-limite para a comercialização dos imóveis do PMCMV incentiva as empresas construtoras à adoção de estratégias de redução de custo. Sem uma política explícita para o tema, a lógica do menor preço do terreno para impactar menos o valor da obra torna-se a regra. A fórmula é clara: quanto menor o preço do terreno, maior a possibilidade de lucro da construtora, já que o teto do programa é prefixado de acordo com a população do município e estado em que está inserido. Os custos não só diminuem em regiões onde os terrenos são menos valorizados, mas também em locais que permitam a ampliação da escala dos empreendimentos. Isto requer, por sua vez, a adoção de terrenos de dimensões maiores, os quais normalmente estão localizados em zonas periféricas dos grandes centros urbanos. Observa-se, no entanto, que embora os preços dos terrenos sejam menores nas periferias, o preço limite das unidades habitacionais é idêntico ao das regiões mais centrais das grandes cidades. Deste modo, as empresas incorporadoras e construtoras possuem maiores incentivos para construir empreendimentos em zonas periféricas, já que esta estratégia aumenta sua margem de lucro.

Entretanto, até o momento não há análises globais do PMCMV que apontem se os territórios de produção deste, vistos em perspectiva nacional, aconteceriam nas áreas de maior concentração do déficit habitacional. Quanto ao papel do Programa como instrumento de uma política de crescimento econômico, não chega-se a enfrentar diretamente a relação e os impactos do PMCMV no crescimento da economia, mas pode-se afirmar com relativa segurança que o PMCMV tem forte orientação nas estratégias de desenvolvimento ou crescimento econômico (IPEA, 2013).

3 METODOLOGIA

Neste capítulo serão expostos os métodos de pesquisa que foram utilizados para o desenvolvimento deste trabalho, a qual se conduziu com base em um projeto padrão de uma edificação unifamiliar de aproximadamente 48,19 m² composto por um dormitório, banheiro, sala, cozinha e área para tanque, no apêndice 01.

(28)

De acordo com a NBR 12721 – Avaliação de custos de construção para incorporação imobiliária e outras determinações para condomínios edilícios (ABNT, 2006), um projeto padrão com estas especificações classifica-se o como uma residência de padrão baixo (R1-B). Além disso, será exposta também qual a técnica utilizada para criar o comparativo entre custos reais e os orçados pelo SINAPI.

3.1 MÉTODO DE ABORDAGEM

O estudo se institui com uma análise bibliográfica sobre os custos e orçamentos para construção de um imóvel novo, também o estudo do funcionamento do sistema SINAPI. Segundo Marconi e Lakatos (2001), a pesquisa bibliográfica trata-se do levantamento de bibliografia já publicada em livros, revistas e artigos de cunho científico, e tem por finalidade colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito sobre aquele determinado assunto. Objetiva trazer para o pesquisador um reforço na análise de suas pesquisas ou na manipulação correta das informações. Para os mesmos autores, a pesquisa bibliográfica,

[...] abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema estudado, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, materiais cartográficos, etc. [...] e sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito, dito ou filmado sobre determinado assunto [...] (MARCONI; LAKATOS, 2001, p. 183).

A pesquisa também é considerada descritiva, onde Gil (2002) considera que a pesquisa descritiva trata de descrever as características de determinadas populações ou fenômenos. Uma de suas peculiaridades está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. Ex.: pesquisa referente à idade, sexo, procedência.

A pesquisa também se caracterizou como documental, pois através dos dados obtidos durante a pesquisa bibliográfica foi desenvolvido um processo de análise das informações que, ainda segundo Gil (2005), a pesquisa documental é muito parecida com a pesquisa bibliográfica, porém, a diferença está na natureza das fontes, pois esta forma vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. Além de analisar os documentos de “primeira mão” (documentos de arquivos, igrejas, sindicatos, instituições etc.), existem também aqueles que já foram processados, mas podem receber outras interpretações, como relatórios de empresas, tabelas.

(29)

A pesquisa foi quantitativa, pois Richardson (1999) afirma que a pesquisa quantitativa se caracteriza pela quantificação tanto na modalidade de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas, desde as mais simples até as mais complexas.

3.2 TÉCNICAS DE PESQUISA

O estudo visa analisar e comparar um orçamento de um projeto financiado pelo PMCMV, onde foram quantificadas e comparadas as informações com o SINAPI e os custos do mercado da cidade de Santa Rosa/RS. Para isso, foram realizadas as etapas de acordo com a Figura 3.

Figura 3 - Técnicas de Pesquisa

Fonte: Autoria Própria (2019).

Para a análise dos dados será utilizado do Software Microsoft Excel para elaboração dos cálculos e também, para o desenvolvimento das tabelas e gráficos que serão apresentados para o melhor o entendimento dos resultados.

No primeiro momento, foi realizada a pesquisa bibliográfica onde foram abordados assuntos referentes ao tema proposto do trabalho, desenvolvendo as bases teóricas para o desenvolvimento do estudo.

Na sequência, foi desenvolvida com a ferramenta Microsoft Excel, a planilha de análise para alocação de dados e quantificar cada custo da obra. Na próxima etapa, utilizou-se a ferramenta iSinapi, onde foi realizada a coleta dos preços dos insumos e

(30)

composições baseados no sistema SINAPI, e inseridas as informações na planilha elaborada. Após isso, foi realizado o levantamento dos preços da cidade de Santa Rosa/RS e lançados na planilha. Com todos os levantamentos realizados, inicia-se a etapa onde são comparados os custos “de mercado” e os valores disponibilizados pelo SINAPI, logo então pode ser iniciado o processo de análise e apresentação dos resultados.

3.3 MÉTODOS

Neste tópico é introduzido os métodos necessários no desenvolvimento deste trabalho. Descrevendo o projeto da unidade residencial em estudo e os materiais considerados aplicados, a obtenção do orçamento proposto ao PMCMV e o desenvolvimento dos orçamentos pelo SINAPI e pela cotação de mercado na cidade de Santa Rosa/RS.

3.3.1 Especificações e projeto empregado

Como visto, para elaborar um orçamento de um projeto é necessário determinar os materiais a serem empregados, suas especificações e quantidades. O projeto em estudo é uma unidade residencial de 48,19 m² de sistema construtivo convencional e padrão de acabamento baixo; à área do terreno é de 220 m². A residência foi aprovada no financiamento do PMCMV e conta com um quarto, um banheiro, sala, cozinha e área de serviço, sendo que, o projeto obteve-se com um engenheiro civil do município de Santa Rosa/RS. Na Figura 4, é apresentada a planta baixa do projeto em estudo.

(31)

Figura 4 - Planta Baixa do Projeto em Estudo

Fonte: Autoria Própria (2019)

De serviços preliminares, tem-se a elaboração do projeto arquitetônico e complementares, e um barracão provisório em madeira com telhas de fibrocimento 6 mm. E para o final da obra, previu-se limpeza final como coleta, remoção e destinação de entulhos.

Na infraestrutura considera-se à limpeza e nivelamento mecânico do terreno de uma área de 220 m²; escavações manuais de uma vala de 50 cm de largura e profundidade mínima de 40 cm; recolocação e/ou complementação com aterro e compactação; locação da obra de 48,19m² por meio de gabaritos de tábuas corridas de madeira. A fundação é superficial em concreto ciclópico com regularização em tijolos maciços inteiros e viga de baldrame, com impermeabilização de superfície de

Master Seal ou Denvertec.

Quanto a supraestrutura, considerou-se 6,26m³ de concreto armado levando em conta os pilares, e vigas de respaldo em concreto sobre todas as paredes e pilaretes de amarração nos oitões. Também contabilizou 48,19m² de laje pré moldada (sistema vigota/tavela) em concreto.

(32)

Já de paredes e painéis determinou-se vedação em alvenaria de tijolos de 9 furos, com espessura mínima do tijolo de 11,50cm e espessura final de no mínimo 15cm; a metragem considerada foi de 143,16m². Para as vergas e contravergas estabeleceu-se 23,80m, essas são realizadas nos banzos superiores e inferiores respectivamente de janelas com vão maior de 1m.

Em relação às esquadrias obteve-se 7,12m² de janelas sendo estas de madeira maciça e levando em conta que as dos dormitórios possuem venezianas; a porta principal é de uma folha, as portas internas são de madeira semi ocas e a porta da lavanderia e circulação para os fundos são em madeira maciça. Quanto aos vidros têm-se uma metragem de 6,70m² de vidro liso incolor 3mm e 0,42m² vidro fantasia para o banheiro também 3mm.

A respeito das coberturas determinou-se 70,99m² para a estrutura do telhado com tesoura ou pontaletes em madeira tipo eucalipto ou cedrinho com tratamento de produto tipo jimo e telhas em concreto. No que se refere-se à impermeabilizações determinou-se 3,78m², apenas nos boxes de banheiro, com a aplicação de Vadacit ou

Sika 1 na argamassa.

Para os revestimento internos considerou-se 180,87m² de chapisco e emboço sendo respectivamente traços de 1:3 (cimento:areia média/grossa) e o emboço em espessura mínima de 1,50 cm, em preparo mecânico de traço 1:2:6 (cimento:cal:areia); ambos nas paredes e lajes. O reboco ou massa fina interna resultou em 143,88m² com traço de 1:2:3, a cerâmica possui metragem de 36,99m² sendo azulejos 25x30cm aplicados de piso à teto em todas as paredes do banheiro e paredes hidráulicas da cozinha e lavanderia. Já nos revestimentos externos considerou-se 133,40m² de chapisco (também de traço 1:3), emboço (aqui com espessura mínima de 2 cm e traço de 1:2:6) e reboco de traço 1:2:6.

Quanto a pintura determinou-se 143,88 m² de pintura interna com fundo preparador e tinta acrílica em paredes internas e forros. Na pintura externa obteve-se 133,40m² também com fundo preparador e tinta acrílica em paredes externas com duas demãos. Para a pintura sobre madeira estimou-se 47,04m² de tinta esmalte fosco ou verniz para as abas e aberturas, com duas demãos.

Sobre os pisos quantificou-se 41,28m² de contrapiso e cerâmica, sendo o contrapiso de traço 1:4 desempenado liso para o assentamento da cerâmica e a cerâmica esmaltada, assentada com argamassa colante. Para o passeio público e calçadas externa (36,51m²) em concreto alisado rústico de largura de 50cm. Os

(33)

acabamentos de rodapés em cerâmica resultaram em metragem de 41,10m e os peitoris com pingadeiras em granito ou cerâmica com total de 6,6m.

Referente às instalações elétricas determinou-se eletrodutos em PVC flexível corrugado, sendo no teto caixa de embutir sextavada e nas paredes caixas plástica de embutir 4x2”. As fiações em fio isolado em PVC 750V de 1,5mm², 2,5mm² e 10mm², o quadro de distribuição de embutir em PVC para disjuntores e para tomadas, interruptores e pontos de luz (a quantidade destes pode ser observada na Tabela 1), caixa plástica 4x2” de embutir em PVC tipo Iriel.

Tabela 1: Quantidades de Tomadas, Interruptores e Pontos de Luz

Quarto Sala Cozinha WC Ár. Serviço

Tomadas 11 7 6 1 1

Interruptores 2 3 1 1 1

Pontos de luz 2 2 1 1 1

Fonte: Autoria Própria (2019)

Já quanto às instalações hidráulicas o cavalete e hidrômetro optou-se por um kit cavalete em PVC com registro ¾” para fornecimento e instalação. À tubulação de água fria em PVC soldável com conexões e diâmetros ¾”. E o reservatório será em fibra de vidro ou PVC com capacidade de 500 litros.

Para tubulação de esgoto e águas pluviais determinou-se uma caixa de gordura, duas caixas de passagem, uma fossa séptica e um sumidouro, que são especificados na Tabela 2. A rede de drenagem do lote se dá por escoamento superficial e condução para a sarjeta.

Tabela 2: Especificações para Tratamento de Esgoto

cx. de gordura cx. passagem fossa séptica sumidouro Capacidade 250x230x75 50x50x50 1825 litros 6 m³

Material PVC alvenaria Alvenaria Pedra

Fonte: Autoria Própria (2019)

Tratando-se das louças quantificou-se um vaso sanitário com caixa de descarga acoplada, lavatório em louça branca com coluna, um tanque em PVC com válvula e sifão, 6 unidades entre torneira metálica cromada simples e registro gaveta ¾” bruto latão.

3.4 ORÇAMENTO DO PROJETO DO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA Com relação ao orçamento do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), obteve-se com um engenheiro civil da cidade de Santa Rosa/RS a planilha PFUI

(34)

(Proposta de Financiamento e Unidade Isolada), proposta aprovada no financiamento do projeto em estudo. Ressalta-se que a orientação da instituição financeira é de que os orçamentos aprovados no programa devem estar baseado no SINAPI, portanto, de acordo com a Caderno de Orientações Técnicas COT fornecido pela caixa para os engenheiros credenciados para realizar laudos de avaliações, o item 44.1.3.4. diz:

Os custos são analisados com referência nos preços fornecidos pelo Sinapi e, quando não houver referência nesse sistema, admite-se a utilização de outra fonte, publicada por entidade oficial, ou preços praticados na região (CAU/CE, 2019).

3.5 Orçamento pelo SINAPI

Para realizar o orçamento pelo SINAPI utilizou-se da ferramenta iSinapi, a qual, é um sistema para elaborar orçamentos com insumos e serviços, com base nos índices do SINAPI.

Após a pesquisa dos códigos de cada composição de serviço e insumos do sistema, foram inseridos os dados na planilha orçamentária junto ao iSinapi, conforme a Figura 5. Os valores trazidos pelo sistema permitem uma relação comparativa entre padrão utilizado pelo sistema de crédito e o custo real gerado dentro da cidade em estudo.

Figura 5 - Tela iSinapi - Orçamento

Fonte: Autoria Própria (2019).

Conforme as Figuras 6, 7 e 8, é possível analisar a ferramenta do iSinapi de um aspecto em que ela possibilita para o usuário maior interação com a obra. Na Figura 6, é demonstrada a tela em que é iniciado um novo orçamento, nesse momento

(35)

é possível criar diversas etapas para a obra e monitorar gastos e todo o operacional envolvido. Dessa forma a ferramenta se trata de controle de custos e de monitoramento dos resultados com a execução.

Figura 6 - Tela de Início iSinapi - Orçamento

Fonte: Autoria Própria (2019).

Na Figura 7, são apresentadas as configurações das etapas, na qual, são lançadas as informações gerais da obra. Então o sistema automaticamente adiciona os insumos e serviços.

Figura 7 - Tela de Configuração de Etapas da Obra

Fonte: Autoria Própria (2019).

Na Figura 8, exibe-se a tela da ferramenta em que se desenvolve o orçamento. Constata-se a possibilidade de adicionar etapas, insumos, composições, bem como mover, copiar e remover. Pode-se ainda editar, filtrar, importar de outro orçamento, entre outras opções. Após lançados todos os dados, é possível gerar planilhas em formato de Excel com o orçamento.

(36)

Figura 8 - Tela de Desenvolvimento do Orçamento

Fonte: Autoria Própria (2019).

A seguir, na tabela (Figura 9) relacionando os custos dos materiais conforme o índice SINAPI, com as observações a respeito da utilização.

Figura 9 - Exemplo Planilha Orçamento iSinapi

Fonte: Autoria Própria (2019).

Analise e comparação dos orçamentos realizados na cidade de estudo, fica organizada em uma estrutura da seguinte forma:

a) Canteiro de obras

b) Cobertura

(37)

d) Fundações e estruturas

e) Impermeabilizações e proteções diversas

f) Instalação elétrica/eletrificação e iluminação externa

g) Instalações hidro sanitárias

h) Movimento de terra

i) Paredes/painéis

j) Pinturas

k) Pisos

l) Revestimento e tratamento de superfícies

3.6 COTAÇÃO DE MERCADO

Dispondo do projeto, suas características e quantificações, é possível aferir a cotação de mercado. A coleta dos preços de materiais foi realizada no comércio do município de Santa Rosa/RS. Quanto aos equipamento não houve cotação, pois é um item que varia de acordo com a qualidade do equipamento utilizado na obra. Para cada material procurou-se o preço em três empresas, em exceção aqueles que só se encontravam disponíveis em uma ou duas empresas. O custo da mão de obra foi orçada com três construtores locais.

Assim é possível elaborar um orçamento do projeto com os preços para o município de Santa Rosa/RS. Com estes processos concluídos será possível comparar os orçamentos realizado pela SINAPI e do referido projeto aprovado pelo PMCMV, desta forma também é possível identificar os itens mais representativos na ordem dos custos. E por fim analisar se os valores sugeridos pelo SINAP o torna uma boa ferramenta de orçamentação para o projeto no município de Santa Rosa/RS.

(38)

4 RESULTADOS

O presente trabalho teve como objetivo ponderar os valores disponibilizados pelos SINAPI para projetos a serem realizados no município de Santa Rosa/RS. E através de um orçamento de um projeto unifamiliar de padrão baixo, foi realizada cotação de preços de insumos nas lojas físicas do município e comparando os custos separadamente de insumos e mão de obra, e por fim avaliar o custo geral da obra.

Entende-se a partir dos levantamentos das informações que alguns insumos acabam por não constar na informação do SINAPI e ou não são comercializados no município de estudo, o que pode gerar divergências nos custos da obra, tanto para mais como para menos. Logo, nota-se que alguns itens orçados no município apresentam similaridade com os custo disponibilizados pelo SINAPI, demonstrando credibilidade, porém, alguns itens levantaram diferenças mais significativas o que sugere maior atenção, mas pondera-se que o custo logístico pode afetar alguns itens individualmente pela distância entre produtor e consumidor.

Em relação aos custos de mão de obra, os itens para o município de Santa Rosa/RS possuem valores menores ao que são informados pelo SINAPI. Este insumo foi imperativo para a comparação entre os orçamentos, e esta diferença ocorreu, pois o custo de vida nas cidades do interior do Estado é menor que a encontrada na capital.

Isto posto, demonstra-se neste capítulo os orçamentos, o obtido de um projeto do Programa Minha Casa Minha Vida e também o elaborado à partir da tabela do SINAPI. Para conseguinte realizar a análise comparativa de serviços e de custos.

4.1 ORÇAMENTO DO PROJETO MINHA CASA MINHA VIDA

No orçamento para o PMCMV disposto pelo engenheiro, dividiu-se os materiais e serviços de maneira semelhante ao SINAPI, porém de forma mais simplificada. O orçamento completo pode ser observado no apêndice 02, sendo que na Tabela 3 apresenta-se o custo total e o peso (%) de cada etapa.

Na Tabela 3, constata-se que a maior representatividade está na supraestrutura com 13,61% somando um custo de R$ 8.848,39. Nesta, encontram-se as etapas do concreto armado como os pilares, vigas de respaldo com um custo de R$ 875,00 por m³ gerando um total de R$ 5.475,09 para os 6,26 m³. Os 48,19 m² de laje pré moldada, também estão incluso nesta etapa, com um custo de R$ 70,00 por m².

(39)

A etapa com menor representatividade é a de impermeabilizações, isto deve-se ao fato de estar considerando apenas as impermeabilizações dos box dos banheiros. Esta considerou, como realizada, com a aplicação de Vadacit ou Sika 1 na argamassa, em 3,78 m² de custo R$ 12,00 por m² gerando assim um total de R$ 45,36. Então este orçamento aprovado pelo Programa Minha Casa Minha Vida teve um custo total de R$ 65.000,00, acarretando em um custo por m² de R$ 1.348,83.

Tabela 3: Dos Custos Total e Pesos (%) das Etapas

Serviços Custo Total (R$) Peso (%)

Serviços Preliminares e Gerais 2.400 3,69 Infraestrutura 5.487,32 8,44 Supraestrutura 8.848,39 13,61 Parede e Painéis 5.272,40 8,11 Esquadrias 7.376,00 11,35 Vidro e Plásticos 867,00 1,33 Coberturas 5.679,20 8,74 Impermeabilizações 45,36 0,07 Revestimento Internos 5.331,45 8,20 Revestimentos Externos 3.468,40 5,34 Pintura 3.520,48 5,42 Pisos 5.262,75 8,10 Acabamentos 691,20 1,06 Instalações Elétricas e Telefônicas 3.350,00 5,15 Instalações Hidráulicas 1.700,00 2,62 Instalações de Esgoto e Águas Pluviais 2.880,00 4,43 Louça e Metais 2.660,00 4,09 Complementos 160,05 0,25

Custo Total Da Obra 65.000,00 100

(40)

4.2 ORÇAMENTO DO PROJETO PELO SINAPI

Realizado o orçamento pela ferramenta iSinapi, são apresentados os resultados para a unidade residencial em estudo.

No levantamento de insumos quanto aos materiais obteve-se um total de R$ 58.771,55, equivalente a 61,80% do valor total. Já referente aos insumos de mão de obra gerou-se um total de R$ 28.398,62, sendo isto 29.86% do valor total. Isto posto, o valor total do projeto em estudo é de R$ 87.167,17 correspondendo a um custo por m² de R$ 1.808.82. Esse orçamento está apresentado no Apêndice 03, na Tabela 4 tem-se um resumo deste.

A etapa com maior representatividade é a da fundação e estruturas a qual apresenta uma média de preço de R$ 455,87, uma quantidade 186,31 vb gerando um total de R$ 21.298,06, sendo então 22,40% do valor total, isto considerando os materiais e a mão de obra.

Já a composição com menor valor foi a de impermeabilizações e proteções diversas com uma quantidade 16,91; um preço médio de R$ 33,87 com um total de R$ 571,57, isto representa um percentual de 0,60% do total.

Tabela 4: Resumo do Orçamento pelo SINAPI

Serviços Quantidade Média de Preço Total

Canteiro de Obra 12,75 614,08 7.829,52 Cobertura 147,98 53,06 6.548,82 Esquadrias/Ferragens/Vidros 23,24 464,35 12.129,20

Fundação e Estruturas 186,31 455,87 21.298,06 Impermeabilizações e proteções diversas 16,91 33,87 571,57

Instalações Elétricas/Eletrificação e Iluminação Externa 488,00 26,29 2.831,77 Instalações Hidrossanitárias 133,05 231,69 9.421,01 Movimento de Terra 27,60 72,07 1666,09 Paredes/Painéis 145,45 347,88 9.393,81 Pinturas 395,31 15,89 5.982,45 Pisos 123,66 23,04 2.851,90 Revestimento e Tratamento de Superfícies 768,57 31,25 12.128,79

Serviços Técnicos 48,19 39,21 1.889,52

Total Geral 87.167,17

Referências

Documentos relacionados

A PLS – Planilha de Levantamento de Serviços é a ferramenta padrão utilizada pela CAIXA para mensurar as obras, de forma a a ssegurar objetividade ao levantamento

Curso Superior na área específica ou de Licenciatura concluído, com comprovação emitida por Instituições de Ensino Superior reconhecidas/autorizadas pelo

Financiamento as empresas do mercado imobiliário para produção de habitação popular visando ao atendimento de famílias com renda acima de 3 e de até 10 salários mínimos,

4.  w COMPROVANTE DE RESIDÊNCIA, se o talão de água, ou luz, ou telefone, não estiver em nome do proponente, precisa alguma correspondência chegando em nome do proponente

55 Estes valores sugerem que rações para juvenis de corvina-legítima, com níveis de CP de 50% agregados a teores em lípidos otimizados, tornam-se mais vantajosas para a

"(EM13CHS101) Identificar, analisar e comparar diferentes fontes e narrativas expressas em diversas linguagens, com vistas à compreensão de ideias filosóficas e de processos

No entanto, há de se olhar com restrição a intenção do governo federal em concentrar a aplicação dos recursos nas capitais, municípios integrantes de regiões metropolitanas e nos

3º - Os efeitos da Rescisão Contratual de que trata este De- creto retroagem a 12 de setembro de 2011, conforme consta do Requerimento (fl s. 05), expedido pelo De- partamento