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Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 3255

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Altura de plantas e brotação de bulbilhos de alho tratados com ácido giberélico

Cristina Batista de Lima, Ana Claudia Boaventura, Adélcio de Paula Jorge, Luana Lopes Assumpção Rentschler, Georgea Maria Domingos

1 UENP-CLM - Universidade Estadual do Norte do Paraná Campus Luiz Meneghel - Centro de Ciências Agrárias - Setor de Produção vegetal, Bandeirantes-PR. C.P. 261, CEP: 86360000. crislima@uenp.edu.br, ac_boaventura@hotmail.com, adelciokinz@hotmail.com, luana_rent@hotmail.com,georgeadomingos@yahoo.com.br

RESUMO

Com o objetivo avaliar o efeito do ácido giberélico na quebra de dormência, emergência e altura de plantas de alho dos cultivares branco mineiro e cateto roxo, o presente trabalho foi realizado de outubro de 2011 a janeiro de 2012 utilizando-se dois cultivares de alhos precoces, sendo uma de alho roxo (cateto roxo) e outra de alho branco (branco mineiro). Os bubilhos foram analisados quanto ao IVD antes e após o tratamento com ácido giberélico (produto comercial ProGibb®), nas concentrações de 0,5; 1,0 e 1,5 g/L e comparados com a testemunha, sem uso do produto. Os bulbilhos foram plantados em canteiros de 3m2 confeccionados com enxada rotativa após prévia aração e gradagem, sendo o solo do local, classificado como latossolo vermelho eutoférrico típico. O número de plantas emersas foi contado semanalmente e noventa dias após o plantio foi conferido o comprimento da parte aérea (cm) de todas as plantas de cada parcela. O delineamento estatístico foi o de blocos casualizados com quatro repetições para cada tratamento e cultivar. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5%. O emprego do ácido giberélico potencializou a velocidade de brotação dos bulbilhos de ambas as cultivares. A concentração de 1,5 g/L apesar de acelerar o processo de brotação se mostrou inadequada quanto ao percentual de emergência e crescimento da parte aérea, apresentando provável efeito inibidor. O tratamento com ácido giberélico foi eficiente para a cultivar branco mineiro, todavia para a cultivar cateto roxo verificou-se percentual máximo de 54,5 % de emergência e menor crescimento da parte aérea.

PALAVRAS-CHAVE: Allium sativum L., fitorreguladores, dormência de bulbilhos, índice visual

de dormência

ABSTRACT

Plant height and sprouting cloves of garlic treated with gibberellic acid

In order to evaluate the effect of gibberellic acid in breaking dormancy, emergence and plant height of cultivars of garlic white miner and leg purple, the present study was conducted from October 2011 to January 2012 using two cultivars of garlic early , purple with a garlic (purple leg) and a white garlic (white mining. the bubilhos IVD were analyzed before and after the treatment with gibberellic acid (commercial product ProGibb ®) at concentrations of 0.5, 1, 0 and 1.5 g / L and compared with the control without using the product. the bulbs were planted in plots of 3m2 made with rotary hoe after previous plowing and harrowing, and the local soil, classified as oxisol typical. the number of emerged plants was counted every week and ninety days after planting was given the shoot length (cm) of all plants in each plot. the statistical design was a randomized complete block with four replications for each treatment and cultivar. the data were submitted to ANOVA and means compared by Tukey test at 5%. the use of gibberellic acid increased the rate of sprouting bulblets for both cultivars. concentration of 1.5 g / L while the speed process of budding proved inadequate in the percentage of emergence and growth of the shoot, with probable inhibitory effect. treatment with gibberellic acid was effective for growing white miner, however, to cultivate purple leg there was a maximum percentage of 54.5 % emergency and lower shoot growth.

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A capacidade terapêutica do alho é reconhecida pelo Ministério da Saúde bem como pelo FDA, porém, desde a Antiguidade é usado como medicamento para as mais variadas moléstias. Os estudos científicos identificaram a presença de vários compostos que agem terapeuticamente no tratamento de parasitoses, com atividade antiinflamatória, antimicrobiana e antiasmática. O Brasil produz 85 mil toneladas de alho em 10 mil hectares, com rendimento médio de 8,5 t ha-1. Essa produção é insuficiente para atender a demanda nacional, sendo considerado o segundo maior país importador (Camargo Filho e Alves, 2005). A planta de alho passa por sucessivas etapas fisiológicas e culturais durante a bulbificação, senescência e armazenamento, altamente influenciadas pelas condições climáticas. A dormência é o estado no qual não há crescimento da folha de brotação do bulbilho, mesmo se esse for colocado em condições ambientais favoráveis. Com isso, não ocorre a brotação do bulbilho, sendo esse fenômeno um parâmetro importante na cultura, pois condiciona a determinação das épocas de plantio, conservação pós-colheita e escalonamento de safras. Alguns pesquisadores afirmam que a dormência seria a consequência de um equilíbrio entre substâncias promotoras e inibidoras da brotação. Os bulbilhos de alho devem ser plantados quando o índice visual de superação de dormência (IVD) for superior a 70%.

As giberelinas atuam na quebra da dormência e na transição do estado juvenil para o maduro, sendo que a alta atividade da giberelina influencia na indução do superbrotamento (Moon & Lee, 1980), sugerindo que substâncias antigiberelínicas apresentam controle sobre essa anormalidade fisiológica. Entretanto, diversas pesquisas, a maioria delas em condições de campo, foram conduzidas utilizando produtos com propriedades antigiberelínicas e não apresentaram resultados satisfatórios. Segundo Arguello et al. (1983), o aumento na atividade das giberelinas poderá não ser a consequência, mas a causa da superação da dormência. Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho foi avaliar o efeito do ácido giberélico na quebra de dormência, emergência e altura de plantas de alho dos cultivares branco mineiro e cateto roxo.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado na Universidade Estadual do Norte do Paraná, Campus Luiz Meneghel-Bandeirantes, de outubro de 2011 a janeiro de 2012 utilizando-se dois cultivares de alhos, sendo uma de alho roxo (cateto roxo) e outra de alho branco (branco mineiro), adquiridos de produtores do estado de Goiás. Os bubilhos foram analisados quanto ao IVD antes e após o tratamento com ácido giberélico (1% de ingrediente ativo), nas concentrações de 0,5; 1,0 e 1,5 g/L, comparados com a testemunha, sem uso do produto. Os bulbilhos foram imersos nas soluções por um período de 15 minutos, na sequência a solução foi drenada e os bulbilhos deixados sobre jornal na bancada do laboratório, durante 24 horas para retirar excesso de umidade. Após esse período efetuou-se a

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leitura do IVD (medido pela relação entre o comprimento da folha de brotação e o comprimento total do bulbilho), utilizando-se quatro repetições de 25 bulbilhos. Dez dias após os tratamentos efetuou-se uma nova leitura do IVD, sendo separados para plantio a campo os bubilhos com IVD superior a 70%. Os bulbilhos foram plantados em canteiros de 3m2 confeccionados com enxada rotativa, após prévia aração e gradagem. O solo do local é classificado como latossolo vermelho eutoférrico típico (Embrapa, 1999). A caracterização química do solo na área experimental apresentou como resultado:

Profundidade pH M.O. P K Ca Mg H+Al SB CTC Sat. bases (cm) (CaCl2) (g/dm3) (mg/dm3) ---cmolc/dm3--- V(%) 0-20 5,1 37,6 139,1 0,42 11,7 2,3 3,17 14,4 17,6 82,0

A adubação de plantio por parcela foi efetuada com 18 g de N (uréia); 30 g de P205 (superfosfato simples) e 18 g de k2O (cloreto de potássio), complementando adicionou-se 20 kg de esterco de aves curtido na semana anterior ao plantio, evitando contato direto com os bulbilhos. O espaçamento adotado foi de 25 cm entre linhas e 10 cm entre plantas totalizando quatro linhas de quarenta plantas por canteiro. A adubação em cobertura foi realizada aos 15 e 30 dias após a emergência, com cloreto de potássio (45 g) e superfosfato simples (45 g). O número de plantas emersas foi contado semanalmente e, noventa dias após o plantio foi realizada a avaliação do comprimento da parte aérea (cm) de todas as plantas de cada parcela.

As aferições de precipitação pluvial (mm) durante o período de experimento, bem como a comparação desses registros com os anos anteriores, foram feitas a partir dos dados fornecidos pela estação agrometeorológica de Bandeirantes. O delineamento estatístico foi o de blocos casualizados com quatro repetições para cada tratamento e cultivar. Os dados obtidos para o IVD foram submetidos à análise de regressão pelo software sisvar® (Ferreira, 2008).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O emprego do ácido giberélico potencializou a velocidade de brotação dos bulbilhos de ambas as cultivares, fazendo com que eles apresentassem IVD adequado para plantio, antes daqueles não tratados (Figura1). A concentração de 1,5 g/L apesar de acelerar o processo de brotação se mostrou inadequada, quanto ao percentual de emergência e crescimento da parte aérea, apresentando provável efeito inibidor. O tratamento com ácido giberélico foi eficiente para a cultivar branco mineiro, cujas plantas demonstraram 100% de emergência e altura da parte aérea adequada, todavia para a cultivar cateto roxo verificou-se percentual máximo de 54,5 % de emergência e menor crescimento da parte aérea (Figura2). O conteúdo de giberelinas livres aumenta com as condições favoráveis à brotação (Rakhimbaev & Olshanskaya, 1976). Nesse sentido, as condições de ambiente

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meses de condução da cultura a precipitação pluvial foi atípica para a região, com quantidade de chuva inferior ao constatado nos dois anos anteriores (Figura 3). Segundo Ferreira et al. (1986) os resultados dos tratamentos dos bulbilhos com fitorreguladores variam e não são suficientemente eficientes na superação da dormência, possivelmente em função do estágio de dormência de bulbos de cada cultivar, no início do tratamento.

AGRADECIMENTOS

À empresa Feragro/Sumitomo-Chemical pela disponibilização do ácido giberélico;

À Fundação Araucária e ao CNPq pela concessão da bolsa de iniciação científica aos graduandos, durante a condução do experimento.

REFERÊNCIAS

ARGUELLO JA; BOTTINI R; LUNA R; BOTTINI GA de; RACCA RW. 1983. Dormancy in garlic (Allium sativum L.) cv. Rosaro Paraguaio. In: Levels of substances in “seed cloves” under storage. Plant Cell Physiol 24.

CAMARGO FILHO, W. P., ALVES, H. S. Mercado de alho no Mercosul: produção, estacionalidade e consolidação do mercado. Informações Econômicas, São Paulo, v. 35, n. 7, p. 18-27, Jul. 2005.

EMBRAPA. 1999. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília: EMBRAPA-CNPS, 412 p. FERREIRA AF; CASALI VWD; SOARES JG. 1986. Dormência dos bulbos de alho. Informe

Agropecuário 142: 5-6.

FERREIRA DF. 2008. SISVAR: um programa para análises e ensino de estatística. Revista Symposium 6:36-41.

MOON W; LEE BY. 1980. Influence of short Day treatment on the growth and levels of endogenous growth substances in garlic plants (Allium sativum L.). Journal of the Korean Society for Horticultural Science 21: 109-118.

RAKHIMBAEV, IR; OLSHANSKAYA R. 1976. Dynamics of endogenous gibberellins during transition of garlic bulb from dormancy to active growth. Soviet Plant Physiol 23.

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Figura 1. Índice visual de dormência (IVD) obtido pré e pós-tratamento com ácido giberélico de

dois cultivares precoces de alho (Dormancy visual index (IVD) obtained before and after treatment with gibberellic acid of two early cultivars of garlic). UENP-CLM, Bandeirantes 2012.

Figura 2. Emergência de plântulas (%) e altura de plantas (cm) de dois cultivares de alho, cujos

bulbilhos foram tratados com ácido giberélico (Seedling emergence (%) and plant height (cm) of two cultivars of garlic whose cloves were treated with gibberellic acid). UENP-CLM, Bandeirantes 2012.

Figura 3. Comparação entre a precipitação pluvial (mm) e a temperatura média (ºC) ocorridos no

município de Bandeirantes-PR, para os meses de outubro, novembro, dezembro (2009, 2010 e 2011) e janeiro (2010, 2011 e 2012) (Comparison of rainfall (mm) and average temperature (°C) occurred in the city of Bandeirantes-PR, for the months of October, November, December (2009, 2010 and 2011) and January (2010, 2011 and 2012).

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