XX Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XVI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação e VI Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba. 1
EFEITO DE INSETICIDAS NÃO-NEUROTÓXICOS SOBRE OVOS, NINFAS
E ADULTOS DE Euschistus heros (Fabricius, 1798)
Ronaldo Zantedeschi
1,Ciro P. G. Pinto
1, Aline C. Padilha
1, Bruna Piovesan
1,
Gustavo S. Fialho
11Universidade Federal de Pelotas- UFPel/Departamento de Fitossanidade, Campus Universitário s/n,
CEP: 96010610, Capão do Leão, RS, Brasil. E-mail: gsfialho@hotmail.com
Resumo – A cultura da soja é atacada por diversos insetos-praga, divididos principalmente em
mastigadores e sugadores. O percevejo-marrom-da-soja (Euschistus heros) tem se destacado como uma das principais pragas sugadoras por causar danos, principalmente, no estágio reprodutivo da cultura. Neste trabalho objetivou-se avaliar o efeito de inseticidas utilizados para pragas mastigadoras da soja sobre ovos, ninfas e adultos de Euschistus heros. Foi avaliada a mortalidade de ovos, ninfas e adultos, além do efeito sub-letal sobre a fecundidade dos adultos. Foram realizados ao total 5 tratamentos, na máxima dosagem registrada para soja: tiametoxam+lambda-cialotrina, flubendiamida, diflubenzurom e lufenurom. Os resultados indicam que flubendiamida e lufenurom apresentaram efeito sobre ninfas de E. heros, apesar de serem utilizados apenas para o controle de lepidópteros. Além disso, os inseticidas testados não apresentaram efeitos negativos sobre ovos e na fecundidade das fêmeas.
Palavras-chave:percevejo-marrom-da-soja, regulador de crescimento, rianodina.
Área do Conhecimento: Fitossanidade. Introdução
A produção de soja no Brasil tem aumentado significativamente ao longo dos anos, destacando-se no cenário econômico, no qual corresponde a 49% da área cultivada com grãos no país (CONAB, 2016). O aumento da produtividade está associado aos avanços tecnológicos e ao manejo adotado pelos produtores. Um dos fatores de maior limitação para a condução da lavoura é o ataque de insetos, o que ocorre durante todo o ciclo da cultura.
Os insetos mastigadores, principalmente larvas de lepidópteros, são importantes pragas desfolhadoras, que podem levar a perda total da lavoura se esta não for tratada com inseticidas adequados. Além dos neurotóxicos, existem produtos formulados a base de moléculas que agem como reguladores de crescimento, como as Benzoilureias, ou que agem na musculatura dos insetos, que é o caso das Diamidas, sendo que estes produtos são considerados específicos para lepidópteros. O ataque de percevejos ocorre, principalmente, a partir do início da fase reprodutiva da cultura, causando danos desde a formação de vagens até o final do desenvolvimento das sementes. Em particular, o percevejo Euschistus heros (Fabr., 1794) apresenta maior importância nas regiões de clima tropical a sub-tropical.
Como a principal estratégia de supressão populacional destas pragas é baseada no controle químico (ALTOÉ et al., 2012), a avaliação da eficiência de controle deve considerar comportamentos como o ciclo de vida, fecundidade e fertilidade de pragas, sendo que efeito de inseticidas sobre populações de pragas não alvo ainda é pouco estudado (STORCH, 2003).Um importante efeito a ser considerado no controle de pragas é o efeito ovicida de inseticidas, o qual tem sido mencionado como promissor em algumas investigações, podendo ser mais um aliado em programas de manejo integrado de pragas (SMITH & SALKELD, 1966). O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de inseticidas utilizados para pragas mastigadoras da soja, sobre ovos, ninfas e adultos de Euschistus
heros.
Metodologia
O estudo foi conduzido no Laboratório de Manejo Integrado de Pragas (LabMIP) do Departamento de Fitossanidade, da Faculdade de Agronomia “Eliseu Maciel”, UFPel, localizada no
XX Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XVI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação e VI Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba. 2 município de Capão do Leão-RS, à temperatura de 25 ± 1ºC, UR do ar de 70 ± 10% e fotofase de 14 horas. Os insetos utilizados foram obtidos de uma criação estabelecida no LabMIP.
Agrotóxicos - Avaliaram-se, nas fases de ovo, ninfa e adulto de E. heros, quatro inseticidas
por meio de bioensaios em condições de laboratório: lambda-cialotrina+tiametoxam (Engeo Pleno®-
141/ 106 g/gL 250 mL/ha); flubendiamida (Belt®- 480 g/L; 70 mL/ha); diflubenzurom (Dimilin®- 250
g/Kg; 60 g/ha) e lufenurom (Match CE®- 50 g/L; 150 mL/ha), todos registrados para a cultura da soja.
Para cada bioensaio foi utilizado um tratamento testemunha (água destilada). As doses empregadas correspondem às máximas de registro para soja (Agrofit 2016), ajustadas num volume de 200 L ha-1.
Teste de eficiência em ninfas e adultos de E. heros – Adultos de 1-2 dias de E. heros (antes
do acasalamento) foram sexados e separados em casais. A exposição foi feita mediante aplicação de 0,5μL da solução com auxilio de uma micropipeta na porção ventral de cada inseto. Após a aplicação, separaram-se grupos de dois casais (quatro insetos), os quais foram acondicionados em potes plásticos de 15 cm de diâmetro superior e 10 cm de diâmetro inferior. No interior de cada pote foram fornecidas uma porção de vagem, amendoim e um Ependorff de 1,5 mL contendo água destilada coberto com algodão hidrofílico, no fundo do pote foi colocado um papel filtro. Ninfas entre o segundo e terceiro instar foram separadas e a aplicação seguiu o mesmo procedimento utilizado em adultos, com a diferença que nessas a aplicação foi realizada no pronoto de cada inseto. Após a aplicação, as ninfas foram separadas em grupos de quatro insetos e acondicionadas em potes plásticos iguais aos utilizados para os insetos adultos. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, no esquema fatorial (5x2) sendo, quatro inseticidas e a testemunha e duas fases do desenvolvimento do inseto: ninfa e adulto, totalizando 10 tratamentos com 15 repetições. As repetições foram formadas pelos potes plásticos que continham quatro insetos cada, ou seja, 150 parcelas. Avaliou-se a mortalidade dos insetos durante o período de 144 horas após aplicação, em intervalos de 24 horas.
Teste de eficiência em ovos - Posturas de ovos de E. heros de aproximadamente 3 dias após
a oviposição foram coletadas da criação. Cem ovos foram acondicionados sobre placas de vidro de 13 x 13 cm. Os agrotóxicos e a testemunha foram aplicados sobre as placas de vidro que continham os ovos. A aplicação foi realizada com aplicadores manuais sobre placas de vidro As diluições dos produtos se basearam na máxima dosagem do produto comercial registrado para a cultura da soja e a cobertura da calda aferida com balança de precisão de modo a atingir uma deposição de 2±0,2 mg.cm-2. Após a aplicação, as placas contendo os ovos tratados foram deixadas em repouso por um
período de aproximadamente duas horas para a secagem da calda. Após a secagem, os ovos provenientes dos cinco tratamentos foram acondicionados em Placas de Petry com fundo revestido de papel filtro e contendo um tubo Ependorff de 0,25 ml contendo água destilada. Cada placa de Petry continha 25 ovos. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com quatro repetições de 25 ovos, sendo considerada uma placa de Petry a parcela experimental. As placas de Petry contendo os ovos foram mantidas em sala climatizada (25 ± 1ºC, UR do ar de 70 ± 10% e fotofase de 14 horas). Avaliou-se a viabilidade dos ovos pela contagem do número de ninfas eclodidas provenientes destes ovos.
Efeito de agrotóxicos na fecundidade e fertilidade de fêmeas de E. heros – Para este
bioensaio foram utilizados os insetos utilizados no primeiro bioensaio. Após a avaliação de mortalidade dos adultos, avaliação de mortalidade e última ecdise das ninfas tratadas, separaram-se dez casais, cada casal foi acondicionado em pote plástico de 15 cm de diâmetro superior e 10 cm de diâmetro inferior. Foram realizadas 6 coletas de ovos durante o período de 12 dias. Os ovos coletados foram colocados em placas de Petry descartáveis com um tubo Ependorff de 0,25 mL o qual foi abastecido com água destilada e tampado com algodão. As placas de Petry foram transferidas para a sala climatizada (25 ± 1ºC, UR do ar de 70 ± 10% e fotofase de 14 horas). O delineamento foi o inteiramente casualizado com dez repetições, sendo que cada repetição foi formada por um pote plástico que continha um casal de adultos de E. heros. Avaliaram-se o número de ovos por fêmea e a porcentagem de ninfas eclodidas.
Análise estatística – Os dados foram testados quanto à normalidade, utilizando o teste de
Shapiro- Wilk e de homocedasticidade por Hartley e Bartlett. Os dados que não apresentaram distribuição normal ou homogeneidade da variância foram transformados em raiz de x+0,5. As médias dos tratamentos foram comparadas pelo teste de Tukey (p<0,05). Utilizou-se o software R 3.2.0 (R Development Core Team, 2015) na execução das análises. A porcentagem de mortalidade dos inseticidas foi calculada pela fórmula de Schneider-Orelli (1947).
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Resultados
O tratamento tiametoxam+lambda-cialotrinha ocasionou 100% de mortalidade, isto se justifica em função de este ser um inseticida sistêmico de contato e ingestão reconhecidamente nocivo para a espécie que age no sistema nervoso do inseto, com registro no Ministério da Agricultura para a cultura da soja (AGROFRIT, 2016). Todos os demais produtos testados não apresentaram efeitos sobre adultos, não diferindo estatisticamente da testemunha (água destilada) (Tabela 1). Quando se avaliaram as ninfas, o maior número médio de insetos mortos foi observado no tratamento com flubendiamida, que não diferiu estatisticamente de tiametoxam+lambda-cialotrinha, seguido do tratamento lufenurom. Por outro lado, diflubenzurom não apresentou efeitos sobre ninfas, não diferindo estatisticamente da testemunha (Tabela 1). A fase de ninfa apresentou maior número médio de insetos mortos com a aplicação de flubendiamida e lufenurom, quando comparada com a fase adulta.
Observou-se que não houve diferença estatística significativa no número médio de ninfas eclodidas em relação aos inseticidas utilizados (Tabela 2), demonstrando não haver efeito ovicida destes sobre a espécie E. heros. Apesar das viabilidades da fase de ninfa se apresentaram altas para a maioria dos tratamentos, houve menor viabilidade naquelas expostas ao inseticida lufenurom.
Não ocorreu diferença significativa entre as médias de ovos/fêmea de E. heros provenientes de ninfas e adultos que receberam aplicação tópica com os inseticidas. Entretanto, a viabilidade destes foi inferior ao do tratamento testemunha (Tabela 3).
Tabela 1 – Número médio ± erro padrão da média de ninfas (N±EP) e adultos (A±EP) mortos de E.
heros e porcentagem de mortalidade (%C) 144 horas após a aplicação tópica dos tratamentos sobre
o dorso dos insetos em laboratório (T: 25±1ºC; UR:70±10%; fotofase de 16 horas).
(1)Médias (±EP) seguidas da mesma letra, maiúscula na coluna (inseticidas) e minúscula na linha (ninfas e adultos), não diferem entre si, pelo testes de Tukey (p<0,05); (2)%M – Mortalidade corrigida por Schneider-Orelli (1947).
Tabela 2 – Número médio de ninfas emergidas (M±EP) e viabilidade da fase de ninfa (%V) de
Euschistus heros provenientes de ovos tratados com inseticidas em laboratório. (T:25±1ºC;
UR:70±10%; fotofase de 16 horas).
Tratamento Ninfas
M±EP %V
Testemunha 5,14±0,06 a1 86
Tiametoxam+lambda-cialotrina (Engeo Pleno) 4,99±0,05 a 81
Diflubenzurom (Dimilin) 4,91±0,14 a 78
Flubendiamida (Belt) 4,76±0,15 a 73
Lufenurom (Match 50 EC) 4,49±0,31 a 65
(1)Médias (±EP) seguidas da mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Tukey (p<0,05).
Tratamento Ninfas Adultos
M±EP %M2 M±EP %M Tiametoxam+lambda-cialotrina (Engeo Pleno) 2,5±0,00 aA 1 100 2,5±0,00 aA 100 Flubendiamida (Belt) 2,44±0,03 aA 94,34 1,02±0,15 bB 10,53 Lufenurom (Match 50 EC) 2,04±0,04 aB 54,72 0,9±0,13 bB 5,26 Diflubenzurom (Dimilin) 0,98±0,07 aC 1,88 0,9±0,13 aB 5,26 Testemunha 0,97±0,13 aC - 0,7±0,11 aB -
XX Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XVI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação e VI Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba. 4 Tabela 3 – Número médio ± erro padrão da média de ovos/fêmea de E. heros (N±EP) provenientes de insetos que receberam a aplicação de inseticida via tópica quando adultos e quando ninfas em laboratório (T: 25±1ºC; UR:70±10%; fotofase de 16 horas).e porcentagem de viabilidade da fase de ninfa (%V).
Tratamento Aplicação em adultos Aplicação em ninfas
M±EP %V M±EP %V
Testemunha 7,39±0,19 a1 92,4 5,58±0,15 a 88,8
Diflubenzurom (Dimilin) 6,11±0,42 a 31,1 4,26±0,23 a 34,9
Flubendiamida (Belt) 5,71±0,33 a 6,7 4,48±0,16 a 11,8
Lufenurom (Match 50 EC) 5,53±0,40 a 20,1 4,25±0,24 a 22,6
(1)Médias (±EP) seguidas da mesma letra não diferem entre si, pelo teste de Tukey (p<0,05).
Discussão
A molécula da flubendiamida foi projetada para agir apenas em insetos da ordem Lepidoptera, pode-se então, inferir duas hipóteses para explicar a alta mortalidade observada em ninfas: os componentes da formulação do produto podem ser tóxicos ou a molécula não é específica apenas para lepidópteros. As diamidas (chlorantraniliprole, cyantraniprole e flubendiamida) de maneira contrária a outros inseticidas que atuam no sistema nervoso dos insetos, funcionam como moduladores dos receptores de rianodina (canais intracelulares de Ca2+) da musculatura dos insetos.
Este inseticida causa uma liberação descontrolada de cálcio do retículo sarcoplasmático para as fibras musculares, causando uma contração irreversível, levando à rápida paralisação da alimentação, letargia e falha do músculo cardíaco (MASAKI et al., 2006).
Tal resultado é controverso a estudos anteriores que indicam que a flubendiamida foi inócua a insetos de outras ordens que não Lepidoptera (TOHNISHI et al., 2005) e mamíferos (RANJAN et al., 2014), o que leva a crer que os componentes da formulação deste inseticida podem ser os responsáveis pela alta mortalidade de ninfas. Em adultos, não se observou efeitos prejudiciais, o que demonstra uma possível capacidade destes em detoxificar tais substâncias quando comparado à fase imatura.
O inseticida diflubenzuron não provocou mortalidade significativa em relação ao tratamento testemunha nas duas fases avaliadas. Da mesma forma, trabalho realizado por Castro et al. (2012) não demonstrou interferência deste mesmo inseticida na longevidade de adultos da família Pentatomidae, embora outros parâmetros da população do inseto tenham sido afetados.
Em relação ao lufenurom, alguns trabalhos evidenciam efeitos mais deletérios sobre ninfas de E.
heros do que em adultos, alterando a sobrevivência, longevidade, fecundidade, viabilidade de ovos e
atividade alimentar (ROGGIA et al., 2011), o que corrobora com o observado no presente estudo (Tabela 1), onde houve mortalidade de aproximadamente 50% da população de ninfas.
De acordo com Roggia et al. (2011) a incompleta formação fisiológica e morfológica das ninfas pode ter prejudicado e limitado a atividade alimentar, uma vez que não estariam com aparelho bucal e demais estruturas completamente formadas. Em Nezara viridula, Furiatti, Junior e Wagner (2009) observaram efeitos fisiológicos letais deste mesmo inseticida sobre ninfas, aumentando a eficácia relativa com o transcorrer do tempo (após 72 horas).
As benzoilfenilureias (lufernurom, diflubenzurom, novalurom, teflubenzurom, flufenoxurom e triflumurom) são inibidores da síntese de quitina. Estas atuam principalmente como ovicidas e larvicidas (ÁVILA; NAKANO, 1999). Segundo Sazaki (2006) inseticidas reguladores de crescimento são usados geralmente na fase larval dos insetos porque interferem com o processo de ecdise que ocorre na passagem entre estádios e entre o último estádio larval e a fase de pupa em insetos da ordem Lepidoptera, Hemiptera (Auchenorrhyncha) e Diptera. Ao serem ingeridos pelas larvas, estes produtos alteram o sistema hormonal, que inibe a formação e a deposição da quitina antes ou durante o período de muda (BORROR; DELONG, 1969). Estes podem também exercer controle através de efeitos subletais.
Inseticidas reguladores de crescimento (lufenurom e diflubenzurom) apresentam efeito sobre ovos de Lepidoptera (DE BORTOLI, 2006). No presente trabalho, o número médio de ninfas
XX Encontro Latino Americano de Iniciação Científica, XVI Encontro Latino Americano de Pós-Graduação e VI Encontro de Iniciação à Docência – Universidade do Vale do Paraíba. 5 eclodidas provenientes de ovos tratados com lufenurom não foi alterado com a aplicação desses inseticidas. Entretanto, a viabilidade da fase de ninfa (%V) foi menor em ovos tratados com lufenurom, o que pode ser devido ao fato deste grupo de inseticidas afetar a oogênese, eclosão e sobrevivência larval, acarretando aos ovos um aspecto frágil e desidratado (MOREIRA et al., 2007).
Apesar de não haver efeito no número de ovos por fêmea, em outro pentatomídeo da espécie
Nezara viridula, foi comprovado que diflubenzurom prejudica a formação, crescimento e
desenvolvimento do aparelho reprodutor feminino e masculino (AGUERO et al. 2014). Além disso, existem trabalhos que indicam efeitos sub letais de inseticidas reguladores de crescimento sobre a fecundidade de insetos não alvo (parasitoides) (CONSOLI et al. 1998; HESEB; AMANO, 2002; DESNEUX et al., 2013). Os parâmetros da tabela de vida (o que inclui fertilidade) do crisopídeo predador Micromus tasmaniae, após a exposição a vários reguladores de crescimento e pesticidas neurotóxicos, foi mais prejudicada pelo efeito dos reguladores do que dos neurotóxicos (RUMPF et al., 1998). Os dados obtidos neste trabalho indicam que o percevejo da espécie E. heros pode possuir maior capacidade de detoxificação de moléculas exógenas do que outras espécies, inclusive da mesma família, capacidade que contribui para que seja uma praga importante e apresentar resistência aos mais diversos inseticidas disponíveis no mercado.
Conclusão
Os inseticidas flubendiamida e lufenurom utilizados para o controle de lepidopteros-praga na cultura da soja apresentam efeitos sobre ninfas de E. heros.
Tiametoxam+lambda-cialotrina, diflubenzurom, lufenurom e flubendiamida não apresentaram efeito na viabilidade de ovos de E heros.
A aplicação tópica dos inseticidas diflubenzurom, lufenurom e flubendiamida não afetou a fecundidade de fêmeas de E. heros.
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