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OS REFLEXOS CULTURAIS NO NOME CIVIL DO POVO BRASILEIRO: UMA ABORDAGEM SOB A ÓTICA DO ARTIGO º, DO CÓDIGO CIVIL 2002.

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OS REFLEXOS CULTURAIS NO NOME CIVIL DO POVO BRASILEIRO: UMA ABORDAGEM SOB A ÓTICA DO ARTIGO 1.565. § 1º, DO CÓDIGO CIVIL 2002.

Alfredo Martins Rodrigues Junior- Autor1 Vilcemar Chaves da Rosa – Co-autor 2 Taiani Silva– Co-autora 3

1 INTRODUÇÃO

A sociedade passa por rápidas mudanças nos seus costumes. Com isso trazendo transformações que afetam diretamente no modo de vida do ser humano. Um dos fatores que favorece essa mutação na sociedade é indubitavelmente o processo legislativo, o qual impõem normas e as dita como devem guiar o nosso modo de vida.

Um dos fatores culturais que chama atenção na sociedade é o nome civil, pela vasta informação que carrega sobre o individuo, traduzindo suas descendências e tradições que cultuam, assim merecendo proteção especial do Estado, pois “a sociedades esta constantemente sendo descentrada ou deslocada por forças fora de si mesma”. (HALL, 2006, 17 p.)

Diante da importância que o nome apresenta, salienta-se que “toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome” (artigo 16, lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002).

Desse modo “o nome civil integra a personalidade do ser humano, exercendo as funções precípuas de individualização e identificação das pessoas nas relações de direitos e obrigações desenvolvidas em sociedade”. (CARVALHO, 2013 p.1)

O nome civil carrega a vasta origem da família brasileira, devido o grande processo de imigração que o Brasil foi alvo desde sua colonização até os tempos atuais, traduzindo no nome civil a cultura de seu povo, e denunciando a que tipo de grupo pertencem.

O Código Civil de 1916, na sua redação original trouxe a cultura de que com o advento do casamento a mulher deveria agregar ao seu nome o do sobrenome dos patrocínios

1 Bacharel em Direito – Faculdade Metodista de Santa Maria. E-mail: alfredomrjr@yahoo.com.br 2

Bacharel em Direito – Faculdade Metodista de Santa Maria. E-mail: vilcemar_cr@hotmail.com

3 Acadêmica do 3º Semestre do Curso de Direito – Faculdade Metodista de Santa Maria. E-mail:

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do marido, aduzindo que “a mulher assume, pelo casamento, com os apelidos do marido”. (artigo 240, Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916).

Conforme Paiva (2013, p.1), a previsão contida no Código Civil de 1916, vinha ao encontro de uma visão que segregava direitos individuais em prol de uma visão patrimonialista da família.

Porém este artigo do Código Civil de 1916 passou por transformações, até alcançar sua ultima redação antes de sua revogação, incluída pela lei do divórcio (Lei n. 6.515/77), trazendo “a possibilidade de a mulher acrescer aos seus os apelidos do marido”. (artigo 240, parágrafo único da Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916)

Destarte essa previsão legal, a mesma inclinou pouco impacto na cultura da formação de nomes civis no Brasil. Talvez esse pequeno impacto tenha decorrido porque “nossa herança cultural, desenvolvida através de inúmeras gerações, sempre nos condicionou a reagir depreciativamente em relação ao comportamento daqueles agem fora dos padrões aceitos pela maioria da comunidade”. (LARAIA, 2009, 67 p.)

Então somente com o Código Civil de 2002, esta possibilidade se tornou popular, porém com novo teor: “Qualquer dos nubentes, querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro” (art. 1.565, § 1º, lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002).

Fazendo comparações, repara-se que o novo diploma legal, não traz apenas possibilidade de alteração no nome quando do advento do casamento para a mulher, mas sim se faz perceber a qualquer dos atores dessa relação.

Ou seja, “marido poderá adotar o sobrenome da mulher o que era possível somente com autorização judicial. Antes, apenas a mulher podia adotar o sobrenome do homem (ou manter o seu de solteira).” (LOPES, 2013, p.03)

Nesse ínterim, diante das transformações legislativas que foi alvo o nome civil do povo brasileiro nas últimas décadas, nota-se as múltiplas concepções culturais que se chocaram em tão miúdo lapso temporal, no entanto ocorrendo transformações significativas na formação da sociedade brasileira.

O presente estudo justifica-se por aumentar o conhecimento cientifico sobre o tema proposto, vindo a demonstrar reflexões úteis ao cenário social e da cultura das famílias brasileiras. Observou-se que a pesquisa revela-se uma investigação de suma importância, já que são escassas às pesquisas relacionadas a esta problemática na doutrina de Direito e

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relacionadas à cultura. Caracteriza-se pela enorme utilidade de desmistificar assuntos polêmicos, que causam dúvidas sobre a formação do nome civil após o casamento diante da legislação vigente no Brasil.

2 OBJETIVOS

5.1 Objetivo Geral:

Ampliar o conhecimento sobre a mudança na cultura brasileira, devido à previsão contida no código civil de 2002, divulgando as novas possibilidades na formação dos nomes civis do povo brasileiro quando do advento do casamento.

5.2 Objetivos Específicos:

- Desenvolver o conhecimento científico sobre formação do nome civil do povo brasileiro antes do código civil brasileiro de 2002, quando do advento do casamento.

- Desenvolver o conhecimento científico sobre formação do nome civil do povo brasileiro após o código civil brasileiro de 2002, quando do advento do casamento.

- Demonstrar as novas formas de formação do nome civil do povo brasileiro previstas no código civil brasileiro de 2002, quando do advento do casamento, e com isso visualizando a mudança na cultura das famílias brasileiras.

3 METODOLOGIA

Para a realização do trabalho considera-se adequada a pesquisa analítica e a descritiva, uma vez a analítica observa, registra e correlaciona fatos e fenômenos da realidade, e a descritiva trata das características de determinada população ou fenômeno estabelecendo relações entre as variáveis do estudo, necessárias à importância e aclaramento do tema.

Para complementar os estudos, os procedimentos adotados foram: a pesquisa bibliográfica, o levantamento. A pesquisa bibliográfica servindo como familiarização com o fator legal do problema, enquanto o levantamento de dados foi utilizado para uma interlocução com os indivíduos os quais o comportamento se deseja conhecer, elucidando fatos, sendo que a metodologia de estudo, a abordagem do problema foi qualitativa, assim identificando e entendendo questões.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A legislação brasileira é fortemente influenciadora dos rumos culturais, pois age em dois sentidos, como aplicadora de novas normas a serem seguidas ou mesmo como ratificadoras dos costumes que estão em uso na sociedade, porém necessitando de uma legalização para seu fortalecimento e aceitação dentro dos vários eixos que compõem a sociedade.

Nesse sentido, diante do progresso da sociedade, culturas que pareciam tipicamente tradicionais começam a serem revistas a fim de um convívio harmonioso entre os grupos sociais que as compõem.

Neste interim a legislação brasileira, diante da previsão do artigo 1.565. § 1º do código civil de 2002, trouxe profundas mudanças na identidade do povo brasileiro, trazendo uma nova cultura e dando opções de escolha para composição do nome civil quando do advento do casamento, não mais a obrigando a seguir um caminho só como forma de identidade.

Assim sendo, houve profundas alterações na cultura brasileira, e na formação da família brasileira, pois aquele diploma legal de 1916 que regia a família com submissão da esposa ao marido no que tange ao casamento, trazia imposições que não se faziam mais de acordo com o diploma legal maior vigente no país, principalmente se tratando do nome civil da após o casamento.

5 CONCLUSÕES

A legislação brasileira tem se mostrado um dos elementos essências na cultura da sociedade, principalmente no que tange as relações que se referem à formação das famílias brasileiras.

O casamento já com previsão no código civil brasileiro de 1916, o qual referenciava a família patrimonialista, diante do advento da constituição de 1988, que trazia um ritual diferenciando no que tange a formação das famílias que hoje constituem o Brasil, não se traduz adequado, pois enquanto trazia o homem como chefe de família, a nova ordem constitucional referenciava a família com isonomia entre o home e a mulher.

Nesse sentido surgiram alterações na legislação que trata do tema, fruto da evolução da sociedade que refletiu no nome civil do povo brasileiro, e consequentemente na formação dos nomes das famílias brasileiras, e assim refletindo da cultura do país.

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Com isso, verificou-se que o nome civil transporta informações sobre a pessoa humana, identificando-a perante o grupo social, sendo merecedor de atenção especial como forma de disseminação do conhecimento cultural do povo brasileiro.

REFERÊNCIAS

BARSTED, Leila Linhares: O PROGRESSO DAS MULHERES NO

ENFRENTAMENTO DA VIOLÊNCIA. O PROGRESSO DAS MULHERES NO BRASIL 2003-2010: Cepia. Disponível em:<

http://www.unifem.org.br/sites/700/710/progresso.pdf>. Acesso em: 24 abr. 2013.

BRASIL. Constituição Federal da Republica Federativa do Brasil de 1988.Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7 ao.htm>. Acesso em: 30 mai 2011.

BRASIL. LEI Nº 3.071, DE 1º DE JANEIRO DE 1916. Dispõe sobre o Código Civil dos

Estados Unidos do Brasil. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L3

071.htm > Acesso em: 25 out. 2015.

BRASIL. LEI No 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002. Institui o Código Civil da

Republica Federativa do Brasil. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis

/2002/L10406.htm > Acesso em: 25 out. 2015.

CARVALHO, André Ricardo Fonseca: POSSIBILIDADES DE ALTERAÇÃO DO

NOME CIVIL. 2013. Disponível em: <http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=m

udan%C3% A7 as%20no%20nome%20da%20mulher%20codigo%20civil%202002&sourc e=web&cd=3&ved=0CD0QFjAC&url=http%3A%2F%2Fwww.mp.to.gov.br%2Fcint%2Fces af%2Fopinioes_juridicas%2F061108040941.doc&ei=NdJ3UbnpGOff0gGy8YHoAQ&usg=A FQjCNGEl5aFR9YZD1D_dvJkTPKQo4At1A>. Acesso em: 24 abr. 2013.

HALL, Stuart. A IDENTIDADE CULTURAL NA PÓS MODERNIDADE. 11 ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2006, 102 p.

LARAIA, Roque de Barros: CULTURA UM CONCEITO ANTROPÓLOGICO. 23 ed. Rio de Janeiro: ZAHAR, 2009, 117 p.

PAIVA, João Pedro Lamana: APLICAÇÃO DO NOME DE FAMILIA NO SÉCULO

XXI: DO NASCIMENTO AO CASAMENTO. Disponível emhttp://www.arpensp.or

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