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DENIS WARREN. Entrevista

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Academic year: 2021

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Entrevista

DENIS

WARREN

Entrevistamos o guitarrista

brasileiro radicado em

Londres, para saber sobre

sua carreira, seus projetos e

também as diferenças entre

ser músico no Brasil e na

Europa.

(2)

1- Quando começou a se interessar por música?

2-Qual a sua formação?

instrumentistas, o que me fez encarar o processo musical de forma ampla e que me motivou a buscar o domínio de outras linguagens além do rock e metal, entre elas o M e u i n t e r e s s e p o r m ú s i c a v e i o jazz, blues e a música brasileira.

naturalmente pois, cresci imerso nesse mundo, Fiz vestibular de música e frequentei a meu pai é pianista e costumava estudar em casa. universidade por alguns anos assistindo Ele é inglês e teve uma formação clássica no principalmente as aulas que podiam contribuir Reino Unido, mas mudou-se para o Brasil – Rio de forma efetiva no meu desenvolvimento de Janeiro, logo depois de casar. Desde cedo a musical. Não tive interesse em conquistar o música estava presente de forma rotineira, seja diploma, por isso deixei de lado algumas das através da apreciação ao vivo do repertório matérias pedagógicas, redundantes ou não clássico de compositores como Bach, Mozart e relacionadas com música.

Chopin, das gravações de bandas como os Outra coisa que me fez consolidar o aprendizado Beatles ou no choro e samba da vida carioca. de música foram os anos de aulas que tive que ministrar para alunos de perfis variados. Cada um tem uma forma de aprender e sempre foi o meu objetivo conseguir transmitir a informação d e f o r m a

Aprendi a tocar guitarra sozinho logo

e f i c i e n t e , depois que me mudei para Florianópolis na

b u s c a n d o década de 80. O acesso a informação era

m u i t a s bastante limitado então o melhor recurso era o

v e z e s ouvido. Lembro de colocar fitas K7 no aparelho

abordar um de som e reproduzir uma música por partes até

a s s u n t o aprender a tocar os riffs e os solos. Muitas vezes

por outros era difícil ter certeza se o que eu estava tocando

ângulos. era o mesmo da gravação, então a última

avaliação era a das outras pessoas, se achavam que soava parecido meu trabalho estava feito. Algumas vezes eu conseguia comprar uma revista de guitarra importada como a Guitar World, ou pegava emprestado alguma videoaula ou livro de outro guitarrista. Era um verdadeiro garimpo de informação e tudo que vinha de novo era precioso.

Toda a parte de teoria musical pude aprender com o meu pai já que a linguagem era universal, só tive que fazer pequenas adaptações ao meu instrumento. Frequentei também diversos workshops e cursos ministrados por diferentes

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4- Quais são suas influências?

3- Qual é o seu set-up, ele é o mesmo em estúdio e no palco?

Ao vivo a concepção é bem diferente, costumo simplificar o caminho do sinal e ter o controle inteiro na mão. Se o projeto for o meu trabalho solo uso 3 guitarras, uma Castelli com afinação normal e outra em Db e uma Fender Stratocaster também com afinação normal. Geralmente uso apenas um amplificador que pode ser desde um Marshall DSL até um Orange TH30. De pedais apenas um delay e um booster.

Tenho um outro projeto que é uma banda de rock progressivo inglesa, onde preciso explorar de forma mais ampla a tessitura timbrística do instrumento. Costumo usar apenas duas guitarras com afinação padrão, mas amplio o set de pedais usando além do delay e booster um Digitech Whammy 4, um Harmonizer e um Loop Station.

Além disso, toco com frequência em pubs de Londres com um trio chamado Bossarockers que mistura bossa e choro com uma pegada roqueira. Trabalhamos com um vocal feminino, um violão de 7 cordas e uma guitarra. Costumo simplificar bastante o set usando apenas uma Fender Stratocaster e um Vox Lil' Night Train com um pedal de delay.

Coloco como influência tudo que contribuiu para o meu engajamento musical e para a consolidação do meu ouvido e estética. No começo foi a música clássica e as bandas de rock britânicas. Logo depois o rock progressivo, o metal e os trabalhos instrumentais de Não, é bem diferente e tudo depende de guitarristas como o Steve Vai, Joe Satriani, qual projeto estou participando. No meu Yngwie Malmsteen e Greg Howe. Com o meu primeiro album DEEP usei um set simples com estudo musical passei a conhecer estilos duas guitarras Castelli, um cabeçote Orange diversos que passaram a moldar a minha forma Tiny Terror e outro cabeçote Peavey Triple X, os de pensar e fazer música como o choro, a bossa, dois plugados numa caixa 4 x 12 com falantes tango, jazz, blues e música contemporânea. Jensen. No meu álbum novo, o HIGH, o produtor Sempre tive muita curiosidade musical, seja Alexei Leão sugeriu que cada parte fosse d e s c o b r i n d o t é c n i c a s o u s o n o r i d a d e s gravada com um timbre novo, dessa forma diferentes, e foi trilhando esse caminho que salientando a característica natural do trecho. conheci músicos que tomo como referência até Um riff blues receberia uma timbragem hoje como Scott Henderson, Allan Holdsworth, específica, uma música pesada seria gravada Chick Corea, Frank Gambale, Egberto Gismonti, com um Hi-Gain, um solo limpo de jazz com uma Villa Lobos, Tom Jobim, John Coltrane, Miles guitarra semi-acústica e assim por diante. Davis e Joe Pass.

Acabamos afinal usando 9 guitarras, 6

amplificadores, 2 caixas, 2 pré-amplificadores e

.

1 pedal de distorção.

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5- O que te motivou a sair do país, mesmo tendo uma carreira consolidada como guitarrista e professor?

7- Seu site é um dos mais elaborados que já vi, com muita informação sobre sua carreira e também dicas de lições e exercícios. Qual a importância da internet na divulgação de um artista hoje e também que dicas você daria para quem quer divulgar um trabalho?

6- Você é um músico experiente, com muita bagagem, por isso te pergunto quais as diferenças de se tocar música instrumental no Brasil e na Europa?

justifica as condições. Em Londres as oportunidades são muitas, existem inúmeras casas de shows, pubs e arenas, mas existe muita banda. Então é mais fácil levar 300 pessoas para A busca pelo novo, a vontade de me um show instrumental no Brasil do que aqui. desprender da vida que estava levando e

descobrir uma lógica musical nova, um mercado e uma sistemática profissional diferente daquela em que estava acostumado. Foi uma forma de ter um tempo apenas pra mim e para as

minhas vontades musicais. Em primeiro lugar uma oportunidade p a r a r e i n i c i a r a c a r r e i r a e experimentar caminhos que nunca tinha tomado. Depois como uma

forma de repensar a minha relação A internet é um veículo para

com a música e entender como eu a propagação da informação

poderia ampliar o meu universo imprescindível para o artista em

profissional. a s c e n s ã o . E l a t e m u m a

característica democrática forte onde cada publicação, página ou idéia tem o potencial de percorrer as diversas camadas s o c i a i s e c u l t u r a i s . É o mecanismo para quem não tem dinheiro transbordando, onde o

A música instrumental requer sucesso de uma empreitada é

um público adepto, que esteja medida através da aceitação do

acostumado e que aprecie música público.

sem vocal, sem letra. Que muitas É muito difícil se promover

vezes é densa e dissonante, com uma s o z i n h o , r e q u e r t e m p o e característica abstrata forte. E esse tipo de direcionamento. Por isso sempre recomendo platéia é escasso, tanto no Brasil quanto na criar material, seja vídeos, aulas ou textos, com Europa. Você nunca irá fazer um show em um que o público se identifique, que possa tirar estádio tocando música instrumental, tem que proveito. Assim a divulgação será conquistada aceitar que o número de pessoas será pequeno. através do compartilhamento e a propagação Mas a paixão pelo estilo alimenta o ânimo e a será exponencial.

busca pela superação a cada apresentação

https://www.youtube.com/watch?v=QanqgtpUylw

Veja o clipe da música Cold Fusion

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8- O que você pensa de instrumentos virtuais e se você já utilizou algum?

10- Denis, obrigado pela entrevista e, por favor, deixe uma mensagem para nossos leitores e também seus contatos para quem quiser saber mais sobre seu trabalho.

9- Quais são seus próximos projetos?

tocaremos no maior festival de progressivo de Londres – o Resonance Rock Festival.

Sou um defensor do verdadeiro, do equipamento palpável, que pode ser manipulado de forma mecânica. Mas entendo a função e finalidade do virtual e respeito a sua posição no mercado. De qualquer maneira tenho um Line 6 Pod HD que simula amplificadores, microfones e

pedais que uso conectado via USB no Obrigado demais pela oportunidade! E computador para fazer pré-produções de forma para os leitores, se você está lendo esta prática. Mas na hora do trabalho sério, de entrevista fico feliz em saber que você não faz registrar um produto final, nunca abro mão do parte da tendência ao imediatismo. Um aspecto equipamento de verdade, acho que soa muito fundamental para o aprendizado musical é a melhor, tem um som mais orgânico, limpo e determinação em aprender, e isso transcende o responde melhor a execução musical. meio. Informação de qualidade não é fácil de Tenho instalado o Guitar Rig e já explorei o encontrar, por isso aprenda com livros, software como curiosidade. Acho interessante professores, observando, conversando, para aqueles que estão começando, pois escutando, ache o conhecimento nas fontes permite experimentar as diversas concepções remotas. Pense e reavalie o seu processo de da geração timbrística, mas não pode ser a única estudo, faça lógica, mude o seu ponto de vista. fonte de referência sonora, pois ainda está Aprender não é fácil, mas a recompensa é única. aquém do hardware tradicional. Para conhecer o meu trabalho instrumental e ter

acesso as minhas aulas online acesse o meu site:

Logo vou colocar no ar um site exclusivo para o ensino de guitarra e música, que irá contar com diversos outros profissionais do ramo. Estou escrevendo um album de rock instrumental para trio, sem dobras de guitarra. Tudo muito simples com uma linha de bateria, uma de baixo e uma de guitarra. Também estou terminando de escrever meu primeiro album de fusion onde exploro harmonias mais complexas e caminhos melódicos novos.

Esse ano vou gravar um álbum novo com a minha banda de rock progressivo e estamos terminando de agendar uma pequena tour, com a primeira data marcada para agosto quando

discografia:

www.deniswarren.com

Links para conhecerem os trabalhos de Denis Warren:

https://www.facebook.com/pages/Denis-Warren/138676159544321?ref=hl

https://www.youtube.com/user/DenisSchererWarren?feature=mhum

https://twitter.com/Denis_Warren

https://soundcloud.com/denis-warren

https://www.facebook.com/pages/Licks-Riffs/1418518861734703

https://www.facebook.com/groups/deniswarren/

Referências

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