• Nenhum resultado encontrado

Os textos podem ser agrupados segundo algumas características comuns.

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Os textos podem ser agrupados segundo algumas características comuns."

Copied!
28
0
0

Texto

(1)
(2)

Os textos podem ser agrupados segundo algumas

características comuns.

Diante de um texto desconhecido, a pergunta o que é?

leva-nos a uma primeira resposta que se fundamenta,

muitas vezes, em uma indicação que diz respeito ao

gênero: um romance, um poema, uma crônica etc.

(3)

Gêneros

Literários

A classificação dos gêneros

literários foi proposta, na

Antiguidade Clássica, pelo

filósofo grego Aristóteles (384

a.C.-322 a.C.) dividida em:

Lírico, Épico e Dramático. Para

ele, o gênero lírico representa a

“palavra cantada”, o gênero

épico, a “palavra narrada” e o

gênero dramático, a “palavra

representada”.

(4)

Classificação dos Gêneros Literários

LÍRICO: Caracteriza-se basicamente por se tratar de

uma manifestação do eu do artista, sendo, por isso,

uma expressão de seus sentimentos e de suas

emoções: o seu mundo interior. A palavra lírico deriva

de lira.

(5)

ÉPICO: O gênero épico representa a mais antiga das manifestações

literárias e abarca as narrativas históricas literárias de grandes

acontecimentos, com presença de temas terrenos, mitológicos e

lendários. Note que o termo “épico” vem da palavra “epopeia”, que

do grego (“épos”) simboliza a narrativa em versos de fatos

grandiosos centrados na figura de um herói ou de um povo. Os

elementos essenciais das narrativas épicas são: narrador (quem

narra a história), enredo (sucessão dos acontecimentos),

personagens (principais e secundárias), tempo (época dos fatos) e

espaço (local dos episódios). Atualmente, os estudiosos referem-se a

esse gênero como “narrativo”.

Principais formas: diferentes tipos de romance, epopeias (narram

histórias de um povo ou de uma nação, envolvendo aventuras,

guerras, viagens, gestos heroicos etc).

(6)

DRAMÁTICO: O gênero dramático envolve a literatura

teatral para ser apresentada, encenada (do grego, a

palavra “drama” significa ação). Por esse motivo, o

diálogo é um recurso muito utilizado, de forma que a

tríade essencial dos textos literários dramáticos são o

autor, o texto e o público. Assim, algumas modalidades

dos textos dramáticos:

Principais formas: Peças de teatro, monólogos

(7)

O Conto

Não sendo por acaso seu nome, o conto teve início junto com a civilização

humana. As pessoas sempre contaram histórias, reais ou fabulosas, oralmente

ou por meio da escrita. O conceito de conto, hoje em dia, foi ampliado, porque

escritores passaram a adotar esse tipo de texto como uma forma de escrever, e

essa tentativa tem sido promissora. Além de utilizar uma linguagem simples,

direta e dinâmica o conto é a narração de um fato inusitado, mas possível, que

pode ocorrer na vida das pessoas embora não seja tão comum.

Toda história é um encadeamento de fatos que, ao serem narrados, vão

conferindo sentido ao enredo e envolvendo o leitor mediante os

acontecimentos.

(8)

Características do conto

Há algumas características que podem nos ajudar a identificar um conto:

✤ É uma narrativa linear e curta, tanto em extensão quanto no tempo em que se passa. ✤ A linguagem é simples e direta, não se utiliza de muitas figuras de linguagem ou de

expressões com diversos sentidos.

✤ Todas as ações se encaminham rumo ao desfecho. ✤ Em geral há um só conflito.

✤ Envolve poucas personagens, e as que existem se movimentam em torno de uma única

ação.

✤ As ações se passam em um só espaço, constituem um só eixo temático e um só conflito. ✤ A habilidade com as palavras é muito importante, principalmente para se utilizar de

(9)

O enredo do conto deve

apresentar em linhas

gerais, as seguintes fases:

1. Apresentação;

2. Complicação ou evolução; 3. Clímax;

(10)

Um Apólogo

Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:

— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo?

— Deixe-me, senhora.

— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.

— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.

— Mas você é orgulhosa.

(11)

— Mas por quê?

— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?

— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?

— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...

— Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando…

— Também os batedores vão adiante do imperador. — Você é imperador?

(12)

— Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajunto...

Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha,

enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:

— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima…

A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.

(13)

Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe: — Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas,

enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá.

Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiência, murmurou à pobre agulha:

— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico.

Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça: — Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!

Machado de Assis Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59.

(14)

O que é um apólogo?

Apólogo é uma narrativa que busca ilustrar lições de

sabedoria ou ética, por meio de personalidades de

índole diversa, imaginárias ou reais, com personagens

na maioria das vezes inanimados ou animais.

(15)

Contexto de Um Apólogo

O conto Um Apólogo foi publicado em 1896, no livro

Várias Histórias, uma coletânea de contos de Machado

de Assis.

Quando publicado, o Brasil estava numa nova fase: fim

da escravidão, proclamação da república, início da

economia cafeeira e a chegada de imigrantes europeus.

Machado é conhecido por analisar e criticar os valores

(16)
(17)

Vamos analisar:

Foco narrativo: no conto lido, o foco narrativo é em terceira pessoa;

ou seja, o narrador não participa da história, ele limita-se a contá-la.

Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha…

Depois, mais adiante, o narrador volta a dar o ar da graça:

Não sei se disse que isso se passava em casa de uma baronesa.

E por fim volta a marcar presença:

(18)

Tipos de discurso

Discurso Direto: as personagens ganham voz. É o que ocorre normalmente em diálogos. Isso permite

que traços da fala e da personalidade das personagens sejam destacados e expostos no texto. O discurso direto reproduz fielmente as falas das personagens. Verbos como dizer, falar, perguntar, entre outros, servem para que as falas das personagens sejam expressas:

— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e

acima…

Discurso Indireto: O narrador conta a história, reproduz fala e narra as atitudes e reações das

personagens. Em geral é em em terceira pessoa. Nesse caso, o narrador se utiliza de palavras DELE para reproduzir o que foi dito pela personagem. A fala do personagem é expressa pelo narrador. “Elisiário confessou que estava com sono.” (Machado de Assis)

Mariana perguntou o que podia fazer para ajudar. Descartes afirmou que pensava, logo existia.

(19)

Personagens

Temos dois personagens

principais nesse conto: a

agulha e a linha. O conto é

sobre elas, que são

mencionadas logo no primeiro

parágrafo.

Os outros personagens são

secundários: alfinete, professor,

costureira, baronesa, modista.

(20)

Espaço

Na narrativa, o espaço físico é o lugar em que as personagens

circulam, onde as ações são realizadas e a história é ambientada.

Em Um Apólogo não há uma ambientação detalhada, mas o

narrador nos informa que as cenas de discussão entre a agulha e

a linha ocorrem na casa da baronesa.

O que podemos concluir é que se passa numa casa de um

aristocrata, por ali residir uma baronesa — a modista e a

costureira iam até a casa dela para preparar o vestido que a

baronesa usaria no baile.

(21)

Considerações

O que podemos concluir sobre a agulha e a linha é que

elas agem como humanos agiriam movidos pelo

orgulho, vaidade e arrogância, a fim de provarem que

uma é mais importante que a outra.

Costureira x Baronesa

E o alfinete?

(22)
(23)
(24)

O professor é o profissional que alavanca todas as demais profissões e

não é reconhecido por isso. Ao ler o conto sobre a Agulha e o Alfinete,

ele reconhece a si mesmo no texto como sendo uma Agulha que por

meio da qual os outros são reconhecidos.

(25)

Temas

Existem pessoas que facilitam a

vida de outras, ajudando,

abrindo caminhos, e, na hora

da conquista, quem recebe os

benefícios é aquela que foi

ajudada.

Valores como superioridade,

inferioridade, vaidade.

É possível viver sem a ajuda de

(26)
(27)

Leia os contos…

Feliz Aniversário, de Clarice Lispector, e Moça Tecelã, de

Marina Colasanti — ambos integram o livro Contos

Brasileiros Contemporâneos.

(28)

Em seguida, responda às seguintes perguntas com

base nos textos lidos:

1. Quais são os personagens principais?

2. O que acontece na história?

3. Em que tempo e em que lugar se passa a história

narrada?

4. Quem narra? De que jeito? O narrador conta como se

estivesse fora da história ou ele também é um dos

Referências

Documentos relacionados

O teste de patogenicidade cruzada possibilitou observar que os isolados oriundos de Presidente Figueiredo, Itacoatiara, Manaquiri e Iranduba apresentaram alta variabilidade

Detectadas as baixas condições socioeconômicas e sanitárias do Município de Cuité, bem como a carência de informação por parte da população de como prevenir

Convênio de colaboração entre o Conselho Geral do Poder Judiciário, a Vice- Presidência e o Conselho da Presidência, as Administrações Públicas e Justiça, O Ministério Público

•   O  material  a  seguir  consiste  de  adaptações  e  extensões  dos  originais  gentilmente  cedidos  pelo 

Os dados experimentais de temperatura na secagem da pêra em estufa a 40 o C estão apresentados na Figura 6, assim como os valores calculados pelo modelo

O Convênio, que certamente trará benefícios mútuos na condução das atividades de supervisão em ambos os países, propiciará, sem dúvida, um incremento na troca

Neste presente estudo foi aplicado um questionário sobre a aceitação de um dos seus detergentes comparado a dois concorrentes utilizando a escala ideal , além

- Remover as pastilhas usadas e retornar todo o parafuso de regulagem em seguida montar uma pastilha nova do lado da roda, empurrando com a mão a pinça no sentido do cilindro de