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MARTIFER SGPS, S.A. RELATÓRIO E CONTAS CONSOLIDADAS

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MARTIFER SGPS, S.A.

RELATÓRIO E CONTAS

CONSOLIDADAS 2008

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MENSAGEM DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO RELATÓRIO DE GESTÃO CONSOLIDADO

RELATÓRIO DE GOVERNO SOCIETÁRIO RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE INFORMAÇÃO OBRIGATÓRIA

INFORMAÇÃO FINANCEIRA CONSOLIDADA RELATÓRIOS DE FISCALIZAÇÃO

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MENSAGEM DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Caro Accionista,

O ano de 2008 ficará na memória de muitos pelas piores razões. A maioria das economias desenvolvidas entrou em situação de recessão económica, verificando-se uma forte inversão da tendência de crescimento registada até 2007 e uma forte turbulência nos mercados financeiros.

Como organização global, presente em 20 países, a Martifer não podia ficar alheia a esta situação. No entanto, estamos confiantes que a diversificação das nossas operações, quer em termos de áreas de negócio quer em termos geográficos, os nossos recursos humanos e a estrutura de governo corporativo do Grupo permitirão gerir da melhor forma o impacto destes factores externos na rentabilidade da nossa actividade.

A Martifer atingiu alguns marcos importantes em 2008. Foram alcançados proveitos e resultados operacionais recorde, em resultado do crescimento de todas as áreas de negócio do Grupo, e o contributo das operações fora de Portugal foi muito significativo.

O Grupo alcançou os maiores proveitos operacionais da sua história, ultrapassando os 900 milhões de euros. Este valor é mais significativo se recordarmos que a taxa de crescimento média anual dos proveitos operacionais consolidados nos últimos três anos foi de 82%. Globalmente, os proveitos operacionais das diferentes áreas de negócio corresponderam às expectativas. As novas áreas de negócio do Grupo, ligadas às energias renováveis, foram as grandes responsáveis pelo crescimento dos proveitos no último ano. Apenas o desempenho da área de Agricultura e Biocombustíveis ficou abaixo das expectativas, devido principalmente a factores externos. Mesmo assim, esta área de negócio cresceu 120% em termos de proveitos.

Devido aos fortes crescimentos das novas áreas de negócio, a actividade de Construção Metálica que, apesar da sua maturidade, continua a crescer a um ritmo de cerca de 10% ao ano, contribuiu com menos de metade dos proveitos consolidados.

As actividades internacionais cresceram significativamente, tendo representado cerca de metade dos proveitos consolidados de 2008. Salientamos a forte contribuição da Europa Central, que contribuiram com 26% dos proveitos operacionais, nomeadamente nos segmentos da Construção Metálica e Equipamentos para Energia. A actividade no segmento solar foi também quase exclusivamente realizada fora de Portugal.

Os resultados operacionais consolidados antes de amortizações e provisões e perdas de imparidade (EBITDA) aumentaram 81% para 67,1 milhões de euros. Nas áreas de Construção Metálica e de Equipamentos para Energia os resultados operacionais atingidos foram em linha com as expectativas. Contudo, na área Agricultura e Biocombustíveis, os resultados foram afectados pela indefinição do ambiente regulatório em Portugal para o biodiesel e pela forte volatilidade do preço das commodities (combustíveis e bens agrícolas). Na área de negócios da Geração Eléctrica, os resultados são ainda pouco significativos atendendo à fase de forte investimento em que se encontra e ao crescimento do portfolio de projectos de fontes de energia renovável.

O crescimento do EBITDA foi acompanhado por uma queda dos resultados líquidos por via, principalmente, do acréscimo de amortizações e de custos financeiros decorrentes da implementação do forte plano de investimento, sobretudo na construção das novas unidades industriais e no desenvolvimento de parques eólicos e solares.

Assim, na Construção Metálica, na segunda metade do ano concluiu-se a instalação da fábrica na Roménia e iniciou-se a construção da unidade industrial em Angola.

Nos Equipamentos para Energia, concluíram-se os investimentos assumidos pela Martifer no âmbito dos compromissos da instalação do cluster eólico em Portugal, com destaque para o aumento de capacidade instalada na fábrica de torres eólicas e a construção das fábricas de assemblagem de aerogeradores e de componentes para aerogeradores. No segmento solar, concluiu-se no final do ano a montagem da linha de módulos fotovoltaicos, com uma capacidade instalada inicial de 50 MW por ano.

Na Agricultura e Biocombustíveis, iniciou-se a construção na Roménia da unidade industrial de extracção de óleos vegetais. No segmento de Geração Eléctrica, o Grupo investiu na ampliação do seu portfolio, tendo entrado nos mercados brasileiro e australiano através da aquisição de participações em projectos em desenvolvimento. No Brasil, entrou em operação no final do ano o primeiro parque eólico de 14 MW. Na Europa Central, foi iniciada a construção de parques eólicos na Polónia (26 MW) e na Roménia (42 MW). Em projectos solares fotovoltaicos, foi concluída a construção e iniciada a operação de 7 MW em Espanha.

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Em Agosto de 2008, a Martifer acordou com a Suzlon a antecipação da venda da participação da Martifer na Repower Systems, AG, para Dezembro desse ano. No entanto, circunstâncias alheias à Martifer não permitiram a sua concretização, pelo que as partes acordaram um novo calendário de pagamentos. Em Dezembro de 2008, a Martifer recebeu a primeira tranche no valor de 65 milhões de euros, estando previsto receber o montante remanescente, 205 milhões de euros, no segundo trimestre de 2009.

Durante o ano de 2008 foi implementado um novo modelo de governo corporativo, assente na criação de órgãos de gestão independentes nas diferentes áreas de negócio e no reforço das funções corporativas de apoio à decisão, supervisão e controlo da holding.

No âmbito deste processo, destacamos o alargamento do órgão de administração da Martifer SGPS de 5 para 9 membros, entre eles 5 executivos e 4 não executivos, dos quais 2 são independentes.

Foi decidida ainda a implementação de um sistema de ERP SAP comum a toda a organização e foram reforçados os recursos e as responsabilidades do centro de serviços partilhados do Grupo.

Em matéria de sustentabilidade, a Martifer procurou, ao longo de 2008, contribuir não só para aumentar a competitividade da empresa mas também para a melhoria do bem-estar da sociedade e comunidades onde desenvolve as suas actividades. Em particular, as empresas de energias renováveis são, pela actividade que desenvolvem, agentes activos de promoção do desenvolvimento sustentável. Além desse contributo, que decorre das áreas de negócio em que o Grupo actua, destacam-se em 2008 o investimento feito na formação de recursos humanos, o aumento dos apoios a instituições de solidariedade social e na área da educação e cultura, o reforço dos aspectos relacionados com a comunicação interna e externa, a continuidade no caminho da certificação e a constante aposta na inovação.

Apesar da actual conjuntura, acreditamos que a solidez do nosso modelo de desenvolvimento e que a capacidade de criação de valor a longo prazo se mantêm válidos.

Acreditamos que o investimento em infra-estruturas, o reforço da capacidade de geração eléctrica, particularmente de fonte renovável, e a utilização de biocombustíveis como alternativa a combustíveis fósseis são algumas das medidas que irão ser fomentadas pelas Autoridades Governamentais de vários países para combater a actual crise económica. Estamos preparados para aproveitar essas oportunidades.

Estamos igualmente conscientes dos enormes desafios que o Grupo e os seus clientes e fornecedores enfrentam actualmente. Procuraremos gerir com rigor e sentido de responsabilidade os interesses do Grupo Martifer, criando valor para os seus accionistas. Acreditamos que o Grupo continuará a crescer de forma sustentada, pelo que teremos oportunidade para recrutar e formar melhores recursos humanos, que são o nosso recurso mais valioso.

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RELATÓRIO DE GESTÃO

CONSOLIDADO

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RELATÓRIO DE GESTÃO CONSOLIDADO

Dando cumprimento às exigências impostas por lei às sociedades, o Conselho de Administração da Martifer SGPS, SA vem apresentar o seu Relatório de Gestão Consolidado relativo ao exercício de 2008. Ao fazê-lo, teve a natural preocupação que o mesmo contenha elementos e informação suficientes para que os Accionistas e o público em geral possam avaliar, com clareza e objectividade, a actividade do Grupo Martifer no respectivo horizonte de intervenção.

As Demonstrações Financeiras relativas aos exercícios de 2008 e 2007, referidas neste Relatório de Gestão, foram elaboradas de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (“IFRS”), sendo que todos os valores aqui expressos dizem respeito à aplicação dessas normas.

DESTAQUES

ƒ Crescimento dos Proveitos Operacionais consolidados de 74% para 902 milhões de euros ƒ Contribuição para o crescimento dos proveitos de todas as áreas de negócio

ƒ Crescimento dos resultados operacionais antes de amortizações e provisões e perdas de imparidade (EBITDA) de 81% para 67,1 milhões de euros

ƒ Margem EBITDA consolidada de 7,4% em 2008, face a 7,1% em 2007 ƒ Resultados líquidos consolidados de 7,7 milhões de euros

ƒ Resultados líquidos corrigidos por eventos não recorrentes de 5,3 milhões de euros

VALORES REPORTADOS

Em milhões de Euro – IFRS 2008 Margem 2007 Margem Variação

Proveitos Operacionais 901,9 518,5 74%

Resultados operacionais antes de amortizações e

provisões e perdas de imparidade (EBITDA) 67,1 7,4% 37,0 7,1% 81%

Resultados antes de impostos e encargos

financeiros (EBIT) 38,7 4,3% 21,8 4,2% 78%

Resultados financeiros -31,1 -3,4% 9,2 -1,8% s.s.

Resultado antes de impostos 7,6 0,8% 31,0 6,0% -76%

Resultado líquido do período 7,7 0,9% 26,2 5,1% -71%

Nº médio de pessoas ao serviço 2.853 - 1.800 - -

VALORES AJUSTADOS

Em milhões de Euro – IFRS 2008 Margem 2007 Margem Variação

Proveitos Operacionais 901,9 518,5 74%

Resultados operacionais antes de amortizações e

provisões e perdas de imparidade (EBITDA) 67,1 7,4% 37,0 7,1% 81%

Resultados antes de impostos e encargos

financeiros (EBIT) 38,7 4,3% 21,8 4,2% 78%

Resultados financeiros -33,5 -3,7% -4,4 -0,9% -661%

Resultado antes de impostos 5,2 0,6% 17,4 3,4% -70%

Resultado líquido do período 5,3 0,6% 12,6 2,4% -58%

Nº médio de pessoas ao serviço 2.853 - 1.800 - -

Os resultados estão apresentados conforme as contas consolidadas (valores reportados) e, para permitir melhor avaliação da performance operacional do Grupo, com valores ajustados por eventos não recorrentes, devidamente explicados de seguida. Em 2008, os ajustamentos foram de 2,7 milhões de euros relativos a perdas de imparidade de Goodwill, 35,5 milhões de euros de menos-valia relativa à participação detida na EDP e 40,6 milhões de euros de mais-valia com a venda de acções da REpower Systems AG. Os valores referentes a 2007 foram ajustados em 21,1 milhões de euros de proveitos financeiros referentes à mais-valia com a posição na REpower Systems AG resultante do aumento de capital não subscrito pela Martifer e em 7,5 milhões de euros de custos financeiros relativos a

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PRINCIPAIS INDICADORES ECONÓMICOS DO GRUPO MARTIFER

279 519 902 2006 2007 2008 Proveitos Operacionais Em milhões de Euro 28,6 24,9 37,0 67,1

2006 Reportado 2006 Ajustado 2007 Reportado 2008 Reportado EBITDA

Em milhões de Euro

EBITDA – Resultados operacionais após amortizações e provisões e perdas de imparidade

13,9 10,3 26,2 12,6 7,7 5,3 2006

Reportado Ajustado2006 Reportado2007 Ajustado2007 Reportado2008 Ajustado2008 Resultado Líquido

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AS ACTIVIDADES DO GRUPO MARTIFER

A Martifer iniciou a sua actividade em 1990, actuando no sector das estruturas metálicas. Presentemente, a Martifer SGPS, SA é a holding de um grupo de empresas centradas em quatro áreas de negócio distintas, geridas de forma independente por equipas de gestão dedicadas.

As áreas de negócio desenvolvem as suas actividades de forma autónoma, mas tirando partido de sinergias e know-how acumulado, sempre numa lógica de complementaridade de negócios. Assim, para além da área de negócio génese do grupo, a Martifer desenvolve actualmente a sua actividade num grupo de segmentos ligados às energias renováveis, alavancando nas competências chave do Grupo, nomeadamente engenharia, gestão industrial e gestão de projectos.

As quatro áreas de negócio em que o Grupo actua são Construção Metálica, Equipamentos para Energia, Geração Eléctrica e Agricultura e Biocombustíveis.

O GRUPO MARTIFER

HOLDING

A Martifer SGPS, SA é a empresa holding do Grupo que agrega os órgãos de gestão e o centro corporativo da holding. Através da Martifer Inovação e Gestão, o centro de serviços partilhados, para além servir de centro de serviços partilhados do Grupo, presta ainda outros serviços em condições de mercado, trabalhando principalmente para empresas do Grupo. O centro de serviços partilhados está em fase de expansão para todas as geografias onde se encontra presente o Grupo Martifer. O número médio de colaboradores da holding e da Martifer Inovação e Gestão em 2008 foi de 139 colaboradores.

CONSTRUÇÃO METÁLICA

Esta actividade é desenvolvida pela Martifer Metallic Constructions, líder na Península Ibérica e um dos players de referência do sector na Europa. Com presença industrial em Portugal, Polónia, Roménia e, proximamente, em Angola, tem competências na execução de projectos complexos, com capacidade própria de desenho e engenharia, completada por uma vasta equipa de gestão de obra. Executa obras de elevada incorporação de estrutura metálica em aço, fachadas de alumínio e vidro e soluções em aço inox.

A empresa tem centrado a sua estratégia de crescimento em países de maior crescimento na Europa Central e em Angola. Em Portugal, Espanha e outros países, procura diferenciar-se pela qualidade da engenharia e a capacidade de liderar projectos de grande complexidade.

Esta actividade registou proveitos operacionais em 2008 de 324 milhões de euros, com um número médio de 1.671 colaboradores. Está presente em 10 países.

EQUIPAMENTOS PARA ENERGIA

Esta área de negócio é desenvolvida pela Martifer Energy Systems. Esta actividade iniciou-se em 2004, com o arranque da fábrica de torres eólicas e da actividade de construção de parques eólicos chave na mão, alavancada nas competências industriais, de gestão de projectos e de construção vertical existentes no Grupo.

Construção Metálica Equipamentos

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Actualmente, desenvolve a sua actividade no segmento eólico, no segmento solar, na engenharia e no desenvolvimento de novas tecnologias no segmento de produção de energia de fontes renováveis. No segmento eólico, está presente desde a produção de componentes para aerogeradores, assemblagem de aerogeradores, fabrico de torres metálicas e construção de parques chave na mão. No segmento solar, dedica-se à produção de módulos fotovoltaicos, comercialização de soluções de aproveitamento de energia solar e construção de parques solares chave na mão. No segmento de engenharia, a actividade diz respeito à construção de projectos industriais relacionados com energias renováveis. Na inovação e desenvolvimento de novas soluções de aproveitamento de recursos naturais para geração de energia, a principal actividade está relacionada com o desenvolvimento de um protótipo para aproveitamento da energia das ondas.

Esta área registou proveitos operacionais de 314 milhões de euros em 2008, com um número médio de 647 colaboradores. Está presente em 10 países.

GERAÇÃO ELÉCTRICA

Através da Martifer Renewables, o Grupo promove, desenvolve e gere projectos de geração eléctrica a partir de fontes de energia renovável, numa abordagem multi-tecnologia e multi-geografia. A empresa pretende desenvolver, por vezes através de parcerias, projectos eólicos, solares e hídricos em diversos países, alavancando as suas competências e vantagens competitivas nomeadamente a relação privilegiada com a Martifer Energy Systems. Esta área de negócio encontra-se a desenvolver projectos em Portugal, Espanha e em outros países com grande potencial de crescimento no âmbito das energias renováveis, nomeadamente na Europa de Leste (sobretudo Polónia e Roménia), nos EUA, no Brasil e na Austrália. Esta área de negócio registou proveitos operacionais de 12 milhões de euros em 2008, com um número médio de 108 colaboradores. Está presente em 11 países.

AGRICULTURA E BIOCOMBUSTÍVEIS

Através da sua participada Prio, detida pela Martifer em 60%, o Grupo actua de forma integrada em toda a cadeia de valor do negócio do biodiesel. Contando com presença em distintas geografias no segmento agrícola, produzindo cereais e sementes oleaginosas, e com a extracção e comercialização de óleos alimentares, esta área de negócio apresenta uma presença crescente no negócio alimentar. Através da produção, incorporação e comercialização de biocombustíveis e combustíveis, está a impor uma marca reconhecida pela comercialização de combustíveis amigos do ambiente, através de uma rede de distribuição crescente.

Esta área registou proveitos operacionais de 268 milhões de euros em 2008, com um número médio de 288 colaboradores. Está presente em 5 países.

PRESENÇA INTERNACIONAL

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ENQUADRAMENTO MACRO-ECONÓMICO

Projecções do World Economic Outlook do FMI (variação percentual) 5,2 3,4 0,5 2,7 1,0 -2,0 2,6 1,0 -2,0 2007 2008 2009 Produção Mundial Economias Avançadas Zona Euro Projecções do World Economic Outlook

do FMI (variação percentual) 5,2 3,4 0,5 2,7 1,0 -2,0 2,6 1,0 -2,0 2007 2008 2009 Produção Mundial Economias Avançadas Zona Euro Crescimento na Produção e no Comércio Internacional de Bens

(média de 3 meses anualizada)

-15,0 -10,0 -5,0 0,0 5,0 10,0 15,0 2006 2007 2008 -50,0 -25,0 0,0 25,0 50,0 Produção industrial (eld)

Valor das exportações de bens (ele) Crescimento na Produção e no Comércio Internacional de Bens

(média de 3 meses anualizada)

-15,0 -10,0 -5,0 0,0 5,0 10,0 15,0 2006 2007 2008 -50,0 -25,0 0,0 25,0 50,0 Produção industrial (eld)

Valor das exportações de bens (ele) O ano de 2008 foi marcado pela inversão de tendência de crescimento das economias

mundiais, inversão essa muito forte e praticamente sincronizada. Neste momento, a maioria das economias desenvolvidas vivem já um período de recessão.

As economias mundiais já vinham sentindo um abrandamento da actividade económica desde meados do ano passado. A contracção da actividade, medida pela evolução do Produto Interno Bruto (PIB), iniciou-se nas principais economias mundiais no 3º trimestre de 2008 e, no último trimestre, o PIB agregado da zona OCDE contraiu-se 1,5%, o pior registo desde 1960. Em Portugal, a contracção do PIB no 4º trimestre de 2008, em termos homólogos, foi de -1,8%, enquanto que, no conjunto do ano, o PIB registou uma variação nula.

A origem desta recessão está na crise financeira que se fez sentir por todo o mundo e que provocou uma quebra de confiança no sistema financeiro mundial, resultando no congelamento do mercado interbancário, sendo necessária a intervenção dos governos e dos bancos centrais no sentido de injectar liquidez no sistema. A crise financeira também teve um impacto significativo no financiamento do comércio internacional.

Neste cenário de elevada incerteza, as famílias cortaram despesas e as empresas adiaram investimentos. Esta situação provocou um agravamento das condições no mercado imobiliário, uma redução do investimento privado, por parte dos particulares e das empresas, e uma redução do comércio. As encomendas na construção e obras públicas, em Portugal, sofreram uma queda de quase 40% no quarto trimestre de 2008. Na indústria, as encomendas recebidas tiveram uma queda homóloga de 9,8% em Dezembro de 2008. A queda da procura de bens e serviços foi a que mais contribuiu para a redução da actividade económica, quer pelo impacto ao nível da produção interna, quer pelo impacto nas transacções. Segundo o FMI, o comércio internacional caiu a um ritmo anual de 42% em Novembro de 2008 afectado também pela redução do crédito ao comércio internacional. Em Portugal e no 4º trimestre de 2008, as importações reduziram-se 11% e as exportações 6,4%.

Esta queda de procura resultou numa queda abrupta do preço dos bens (commodities). O preço do petróleo caiu 55% entre Dezembro de 2007 e Dezembro de 2008 e caiu 66% desde o máximo de Julho de 2008. O preço dos metais e dos produtos agrícolas também sofreu quedas significativas. Segundo o FMI, o preço dos bens agrícolas caiu 21% e dos metais 47% no ano.

A queda de preços dos principais produtos teve impacto negativo principalmente sobre as economias em desenvolvimento. Da mesma forma, as moedas destes países foram particularmente atingidas. Por exemplo, o real brasileiro desvalorizou 32% face ao dólar americano e 25% face ao euro, enquanto que o zloty polaco desvalorizou 15% face ao euro.

Taxas de Câmbio Seleccionadas

(31 Dec 2007 = 100) 80 90 100 110 120 130

Dez-07 Mar-08 Jun-08 Set-08 Dez-08 Euro / Real

Euro / Zloti Euro / Novo Leu Euro / US Dólar

Taxas de Câmbio Seleccionadas

(31 Dec 2007 = 100) 80 90 100 110 120 130

Dez-07 Mar-08 Jun-08 Set-08 Dez-08 Euro / Real

Euro / Zloti Euro / Novo Leu Euro / US Dólar

Assistiu-se também a um agravamento muito acentuado da aversão ao risco. Os credit default swaps de empresas industriais europeias (Industrial BBB) aumentaram cerca de 250bp entre o final de 2007 e o final de 2008.

Pela positiva, assistiu-se a uma forte descida das taxas de juro, à medida que os bancos centrais coordenavam esforços no sentido de injectar liquidez no sistema financeiro. Enquanto que a Euribor 3M média de 2007 foi de 4,3%, no final de 2008 já se encontrava em 2,9%. As taxas de juro de referência dos bancos centrais encontram-se em níveis historicamente baixos (entre 0,25% e 2%). A inflação também iniciou uma tendência de descida, sendo esta desaceleração dos preços explicada, em parte, pela queda dos preços das matérias-primas e pela pressão sobre os preços dos produtos manufacturados resultante da capacidade produtiva excedentária. A taxa de variação homóloga do índice de preços no consumidor em Dezembro de 2008 foi de 0,8% em Portugal, o que compara com um valor médio anual de 2,6% durante o ano de 2008.

O ano terminou com a apresentação de planos de relançamento económico em vários países, com reforço do investimento público e de incentivos ao financiamento da actividade económica.

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INDICADORES ECONÓMICOS 2008 DE ALGUNS PAÍSES SELECCIONADOS

PORTUGAL ESPANHA POLÓNIA ROMÉNIA ANGOLA BRASIL

i câmbio versus Euro; ii Taxa SELIC. Fontes: INE, Reuters, Economist.com

RESUMO HISTÓRICO

ANO DE 1990

Em Fevereiro de 1990, a Martifer é constituída como sociedade por quotas com um capital social de 4.500 contos e sede na Zona Industrial de Oliveira de Frades, sede essa que se mantém até aos dias de hoje.

ANO DE 1995

É iniciado o processo de certificação da Martifer pela norma NP EN ISO 9002, que culminou em Novembro de 1997 com a atribuição do Certificado APCER N.º 97/CEP.579.

ANO DE 1998

Em 26 de Maio, a empresa é transformada em sociedade anónima, alterando a sua estrutura accionista. O capital social da empresa passou assim a ser detido pela MTO SGPS e pela ENGIL SGPS, posições que, a partir de 2001, passaram a ser igualitárias.

ANO DE 1999

Em Novembro, a Martifer dá início ao processo de internacionalização e cria uma sociedade comercial em Espanha com o objectivo de se afirmar como uma das empresas de referência na construção metálica no país vizinho.

ANO DE 2002

A Martifer Alumínios obtém a certificação pela APCER de acordo com a norma NP EN ISO 9001:2000. Actualmente, a empresa é certificada pelo sistema de gestão integrado de qualidade, segurança e ambiente de acordo com as normas NP EN ISO 9001:2000, NP EN ISO 14001:1999 e OHSAS 18001:1999.

A Martifer Construções Metalomecânicas implementa o Sistema de Gestão de Qualidade pela norma ISO 9001:2000, e em 2003 obtém a certificação pelo sistema de gestão integrado de qualidade, segurança e ambiente, de acordo com as normas NP EN ISO 9001:2000 e OHSAS 18001:1999.

ANO DE 2003

Em Fevereiro de 2003 a Martifer continua com o processo de internacionalização através da criação de uma unidade industrial em Gliwice na Polónia. Esta entra em laboração no 2º semestre de 2004.

ANO DE 2004

Em Fevereiro de 2004, a Martifer inicia a actividade no sector dos equipamentos para energia renovável através da Martifer Energia. Esta empresa dedica-se ao fabrico de torres metálicas para aerogeradores eólicos e está instalada na Zona Industrial de Oliveira de Frades.

Em Agosto de 2004, inicia-se a actividade de promoção de projectos na área do Retail & Warehousing, através da Martifer Gestão de Investimentos.

Em Novembro de 2004, é criada a Martifer SGPS, S.A., que tem como objectivo gerir as participações sociais das empresas do grupo Martifer.

A Martifer Energia dá início, em 2004, ao processo de implementação de um sistema de gestão integrado de qualidade, segurança e ambiente, de acordo com as normas NP EN ISO 9001:2000, NP EN ISO 14001:1999 e OHSAS 18001:1999.

Crescimento do PIB (real) (%) 0,3 1,2 4,8 7,8 13,2 5,3

Inflação (consumo) (%, média anual) 2,6 4,0 4,2 7,9 12,5 5,7

Taxa de juro a 3 meses (%, média anual) 4,7 4,7 7,0 13,0 n.d. 12,4ii

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ANO DE 2005

A actividade de estruturas metálicas alarga o seu mercado de actuação na Europa Central, abrindo delegações na Roménia, República Checa, Eslováquia e Alemanha.

Iniciam-se na Roménia investimentos na área da Agricultura e Biocombustíveis, com o início de produção agrícola de sementes oleaginosas e o início de construção de uma unidade de produção de biodiesel com capacidade de 100 mil toneladas por ano.

A Martifer passa a ser um dos accionistas de referência da alemã REpower Systems AG, um dos maiores produtores mundiais de equipamentos para a energia eólica, terminando o exercício com uma participação financeira de 25,4%.

Em Junho é constituída a REpower Portugal, com vista ao mercado de construção de parques eólicos, assistência e assemblagem de aerogeradores.

Em Agosto, o Grupo Martifer cria mais uma sociedade denominada por M Energy (hoje chamada Martifer Renewables) com o principal propósito de centralizar a gestão de todas as actividades na área da promoção de energias renováveis.

ANO DE 2006

Através da Martifer Energia, o Grupo constitui a sociedade Power Blades com o objecto social de produção de equipamentos em fibra para energia eólica.

Em Março, através do Consórcio Ventinveste, a Martifer entrega a candidatura ao concurso para atribuição de 1.500 MW de licenças para a produção de energia eólica em Portugal.

Em Abril, a Martifer é classificada como a 9ª melhor empresa para trabalhar em Portugal pelo Great Places to Work Institute.

Em Maio, dá-se a constituição da Martifer Solar no âmbito da área de negócios de Equipamentos para Energia, com objecto social de projecto, concepção, fabrico e instalação de painéis solares. A Martinox obtém a certificação no Sistema de Gestão da Qualidade segundo a norma NP EN ISSO 9001:2000 pela entidade APCER. Inicia-se a produção na unidade industrial de produção de Monoblocos.

Em Julho, dá-se início à construção da unidade de produção de biodiesel em Aveiro. Em Agosto, a actividade de construção de fachadas em alumínio é expandida para a Polónia.

Em Setembro a actividade de desenvolvimento de projectos de energias renováveis estende-se a países da Europa Central (Polónia, Roménia e Eslováquia).

A Martifer, a Universidade de Aveiro e o Ministério da Economia e Inovação assinam um protocolo de cooperação para a criação de um centro de investigação e desenvolvimento em energias renováveis a instalar no campus universitário. Em Novembro é inaugurado o Ferrara Plaza, o 1º centro comercial temático construído na cidade de Paços de Ferreira e o primeiro activo deste género desenvolvido pela Martifer. Dá-se ainda o início das actividades agrícolas no Brasil, em São Luis do Maranhão.

No final do ano, a Martifer recebe o 1º prémio de excelência pela promoção de novas áreas de investimento e negócio, atribuído pela Câmara de Comércio e Indústria da Roménia.

ANO DE 2007

Em Janeiro, a Areva, maior accionista individual da REpower Systems AG (REpower), lançou uma oferta pública de aquisição (OPA) tendente à aquisição do total do capital da empresa. Em Fevereiro, a Martifer, aliada ao grupo indiano Suzlon, lança uma OPA sobre a REpower.

A OPA lançada pela Martifer e Suzlon acaba por ter sucesso. O consórcio passa a controlar 56,93% da REpower e, fruto do acordo realizado entre a Areva e a Suzlon, esta passou a controlar 87,1% dos direitos de voto da REpower. A Martifer acorda vender a sua participação na REpower à Suzlon em 2009 por 270 milhões de euros.

O consórcio Ventinveste - constituído pela Martifer, com uma participação de 33%, pela Galp Energia com 34%, a Enersis com 30%, a Efacec com 2%, e a REpower Systems AG com 1% - obteve o primeiro lugar da “Fase B” do concurso público lançado pelo Governo Português para a atribuição de 400 MW de capacidade de injecção e dos respectivos pontos de recepção associados à produção de energia eléctrica em centrais eólicas.

(15)

Em Junho, concluiu-se a oferta pública inicial da Empresa (IPO). A Empresa recolheu 199 milhões de fundos através de uma oferta de 25 milhões de acções, que foram colocadas no ponto máximo do intervalo de preços, €8,00 por acção. Aos colaboradores do Grupo foram oferecidas 1,25 milhões de acções com 10% de desconto. Após o IPO, a Empresa contava com 65 mil novos accionistas.

Em Setembro, a Ventinveste, S.A. e a Direcção Geral de Energia e Geologia assinaram o contrato relativo à “Fase B” do concurso público.

A Martifer Renewables celebrou um acordo de princípios com a EDP – Energias de Portugal para desenvolvimento de projectos de produção hidroeléctrica nas bacias hidrográficas dos rios Vouga e Paiva.

Foi adjudicada ao consórcio formado pela Martifer, Mota-Engil e Coffey uma obra no novo Terminal 2 no aeroporto de Dublin, na Irlanda. À Martifer Construções correspondem obras no valor de 43,2 milhões de euros.

A Martifer Solar formalizou o contrato com a Spire Corporation para o fornecimento chave-na-mão da linha automatizada de produção de módulos fotovoltaicos com capacidade anual de 50 MW.

A Martifer Solar celebrou um contrato de instalação de 8 MW de centrais fotovoltaicas em Espanha no valor de 52 milhões de euros.

A Martifer foi distinguida com o prémio “Organic Grower of the Year 2007” pela A.T. Kearney “Global Growth Assessement”.

A Martifer Renewables adquiriu dois parques eólicos em produção na Alemanha, com 53,1 MW, pelo valor de 91 milhões de euros (enterprise value).

A Martifer Renewables, em consórcio com a EDP, ganha a concessão de Ribeiradio/Ermida, um aproveitamento hídrico de 78 MW. O Grupo assina um acordo de princípios com a EDP relativo ao eventual desenvolvimento de parcerias para as novas energias.

A Martifer Renewables anuncia a entrada num projecto de desenvolvimento de 800 MW de energia eólica no Texas.

PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS DE 2008

JANEIRO

A Martifer Energy Systems adquire a Navalria para desenvolvimento de equipamentos para energia das ondas. O valor da aquisição ascendeu a 4,7 milhões de euros.

A Martifer Solar, parte da Martifer Energy Systems, formalizou um contrato de fornecimento chave-na-mão de parques solares fotovoltaicos em Espanha para o promotor Enerland, no valor de 58,7 milhões de euros, que corresponde a centrais fotovoltaicas com uma capacidade instalada de 8,7 MW.

O Presidente e Vice-Presidente da Martifer, Carlos Martins e Jorge Martins, respectivamente, foram os vencedores da segunda edição nacional do prémio atribuído pela Ernst & Young, Entrepreneur of the Year 2007.

FEVEREIRO

A Martifer Solar assinou um contrato programa com a Enfinity para o fornecimento de instalações de aproveitamento solar fotovoltaico até 30 MW, na Bélgica.

Foi inaugurado o primeiro protótipo de seguidor solar, na zona industrial de Oliveira de Frades, desenvolvido pela Martifer Energy Systems.

MARÇO

A Martifer Metallic Constructions adquiriu na Austrália a actividade da Sassall, empresa que se dedica à construção de fachadas em alumínio. O valor da aquisição ascendeu a cerca de 4,2 milhões de Euros. A Martifer Alumínios adquiriu uma posição de 80% desta empresa, pertencendo os restantes 20% ao Grupo Wideform.

A Martifer adquiriu uma participação de 6,5% do capital da Prio pelo valor de 11,1 milhões de euros, passando a controlar 60% do seu capital.

(16)

Realização da Assembleia Geral anual de accionistas, a primeira após a oferta pública. São eleitos os novos órgão sociais e o Conselho de Administração é alargado de 5 para 9 membros.

No dia 29 de Março, o Primeiro-Ministro, Eng.º José Sócrates, visitou a Martifer, em Oliveira de Frades, onde assinalou a ampliação da Fábrica de Torres e presidiu à cerimónia de lançamento da primeira pedra das duas fábricas do cluster eólico: a unidade de assemblagem de aerogeradores e a fábrica de componentes para aerogeradores.

ABRIL

Por questões estratégicas e no sentido de reforçar a complementaridade e as sinergias do Grupo na área de negócios da geração eléctrica, a Martifer SGPS, S.A. anunciou a mudança de designação da Eviva para Martifer Renewables.

JUNHO

A Martifer Renewables anunciou o desenvolvimento, construção e operação de uma central híbrida na Califórnia, uma parceria onde detém 80%. Os restantes 20% pertencem aos parceiros locais Clean Energy Ventures.

O Grupo promoveu, em Aveiro, no dia 20 de Junho o primeiro Dia do Investidor. Nesta sessão foi apresentada a revisão do plano de investimentos até 2010 e os investidores tiveram oportunidade de fazer uma visita guiada a algumas fábricas do Grupo localizadas em Aveiro e Oliveira de Frades.

A Martifer Solar assinou um contrato, em França, para comercializar o SunPark, uma nova solução “plug and play” de integração arquitectónica no mercado solar fotovoltaico.

A Martifer assinou o Protocolo de Cooperação com Agência Nacional para a Qualificação e com o Instituto de Emprego e Formação Profissional para abertura de Centro Novas Oportunidades Martifer.

JULHO

A Martifer e a CGD celebraram um acordo de entendimento onde estabelecem os princípios de colaboração entre as duas sociedades ao nível da promoção e concretização de investimentos na área das energias renováveis, em Portugal e no estrangeiro.

A Martifer Solar conclui a implementação da instalação solar fotovoltaica mais alta do mundo na Torre de Cristal, em Madrid. Esta instalação é, até hoje, o projecto solar fotovoltaico mais alto do mundo.

AGOSTO

A Martifer Solar assegurou o fornecimento a longo prazo de células para a produção de módulos com um contrato de 100 MW assinado com a Gintech e para o fornecimento de 30 MW de módulos com a Solarfun em 2009.

A Martifer Renewables adquiriu 55% da Ventania, empresa brasileira dedicada à promoção de projectos de geração eléctrica a partir de fontes de energia renovável, por 6,9 milhões de euros, formalizando a entrada no Brasil.

A Martifer Renewables aumentou o portfolio de projectos na Polónia com a aquisição de dois parques eólicos em fase de desenvolvimento. O portfolio de projectos eólicos em desenvolvimento na Polónia passou para 541 MW.

Foi acordado com a Suzlon a antecipação, para Dezembro de 2008, da venda da participação de 22,48% do capital social da REpower detida pela Martifer, por 270 milhões de euros. Em Novembro, este prazo viria a ser revisto.

OUTUBRO

A Martifer Energy Systems apresentou a Home Energy, onde detém actualmente uma participação de 41,25%. Esta empresa actua na área da certificação energética para edifícios existentes (obrigatória nas transacções de imóveis a partir de Janeiro de 2009) e também no segmento da micro-geração de energia através da instalação de painéis solares.

A Martifer Renewables anunciou a aquisição de uma participação de 25% no parque eólico de Silverton, na Austrália, ao Macquarie Capital Group. Esta aquisição ascendeu a 10,65 milhões de euros e está incluída no acordo de cooperação e desenvolvimento, celebrado entre as duas empresas para promover projectos de energias renováveis na Austrália e na Ásia. O parque de Silverton é um dos maiores parques on shore do mundo com uma capacidade potencial de 1.000 MW. NOVEMBRO

A Martifer e a Suzlon acordaram um novo calendário de pagamentos relativos à participação na REpower. O pagamento foi acordado em 3 tranches: 65 milhões de euros em Dezembro de 2008, 30 milhões de euros em Abril 2009 e uma tranche final de 175 milhões de euros em Maio de 2009. Após conclusão destas transacções, a Martifer deixará de ter uma posição accionista na REpower.

(17)

A Martifer Solar concluiu a instalação dos primeiros parques fotovoltaicos em Itália. A instalação contempla 21 parques de seguidores solares bi-axiais, que com uma capacidade instalada de 1,016 MW.

A Rosa dos Ventos, controlada pela Martifer Renewables, inaugurou dois parques eólicos no Estado do Ceará, no nordeste brasileiro, com uma potência total de 14 MW e uma produção anual combinada de 61.000 MWh.

DEZEMBRO

Teve início a produção nas unidades industriais de assemblagem de aerogeradores, de componentes para parques eólicos e de módulos fotovoltaicos.

ANÁLISE ECONÓMICO-FINANCEIRA AOS RESULTADOS CONSOLIDADOS

ANÁLISE ECONÓMICA

Em milhões de Euro Ajustado 2008 Ajustado 2007 Variação 2008 Reportado Reportado 2007 Variação

Proveitos operacionais 901,9 518,5 74% 901,9 518,5 74%

Resultado bruto 154,9 139,7 11% 154,9 139,7 11%

Resultados operacionais antes de amortizações e

provisões e perdas de imparidade (EBITDA) 67,1 37,0 81% 67,1 37,0 81%

Margem EBITDA 7,44% 7,14% 0,3p.p. 7,44% 7,14% 0,3p.p.

Amortizações 22,9 10,0 128% 22,9 10,0 128%

Provisões e perdas de imparidade 5,6 5,3 6% 5,6 5,3 6%

Resultados antes de impostos e encargos

financeiros (EBIT) 38,7 21,8 78% 38,7 21,8 78%

Margem EBIT 4,29% 4,20% 0,09p.p. 4,29% 4,20% 0,09p.p.

Resultados financeiros -33,5 -4,4 -668% -31,1 9,2 s.s.

Resultados antes de impostos 5,2 17,4 -70% 7,6 31,0 -76%

Impostos -0,1 4,8 s.s. -0,1 4,8 s.s.

Resultado líquido do exercício 5,3 12,6 -58% 7,7 26,2 -71%

Atribuível a minoritários 0,9 -0,2 s.s. 0,3 -0,2 s.s.

Atribuível ao Grupo 4,4 12,8 -66% 7,4 26,4 -72%

por acção 0,044 0,146 -70% 0,074 0,301 -75%

Os resultados estão apresentados conforme as contas consolidadas (valores reportados) e, para permitir melhor avaliação da performance operacional do Grupo, com valores ajustados por eventos não recorrentes, devidamente explicados de seguida. Em 2008, os ajustamentos foram de 2,7 milhões de euros relativos a perdas de imparidade de Goodwill, 35,5 milhões de euros de menos-valia relativa à participação detida na EDP e 40,6 milhões de euros de mais-valia com a venda de acções da REpower Systems AG. Os valores referentes a 2007 foram ajustados em 21,1 milhões de euros de proveitos financeiros referentes à mais-valia com a posição na REpower Systems AG resultante do aumento de capital não subscrito pela Martifer e em 7,5 milhões de euros de custos financeiros relativos a custos com a OPA sobre a REpower Systems AG.

PROVEITOS OPERACIONAIS

Em 2008, o Grupo Martifer gerou proveitos operacionais de 901,9 milhões de euros, o que representou um crescimento de 74% face a 2007, que se explica pelo bom desempenho das áreas de negócio de Equipamentos para Energia e Agricultura e Biocombustíveis (que cresceram 176% e 120%, respectivamente).

Todas as áreas de negócio contribuíram para o crescimento dos proveitos operacionais. Os proveitos da área de negócio de Construção Metálica cresceram 9% e da área de negócio de Geração Eléctrica cresceram 169% (no entanto, os últimos representam um peso reduzido nos proveitos consolidados).

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Proveitos Operacionais 2008 2007

Em milhões de Euro Valor Peso Valor Peso Variação

Martifer Consolidado 901,9 518,5 74%

Construção Metálica 323,6 36% 295,6 57% 9%

Equipamentos para Energia 313,5 35% 113,7 22% 176%

Geração Eléctrica 11,8 1% 4,4 1% 169%

Agricultura e Biocombustíveis 268,3 30% 121,9 24% 120%

Holding, ajustamentos e eliminações -15,3 -2% -17,1 -3% -11%

Apesar do seu crescimento, a área de negócio das Construção Metálica contribuiu, pela primeira vez na história do Grupo, com menos de 50% para os proveitos consolidados. As novas áreas de negócio do Grupo, ligadas às energias renováveis, contribuíram com cerca de 2/3 dos proveitos consolidados.

Repartição dos Proveitos Operacionais de 2008

Construção Metálica 35% Equipamentos para Energia 34% Geração Eléctrica 1% Agricultura e Biocombustíveis 30%

Por Área de Negócio

Portugal 51% Espanha 16% Europa Central 26% Resto Mundo 7% Por Geografia RESULTADOS

Os resultados operacionais antes de amortizações e provisões e perdas de imparidade (EBITDA) ascenderam a 67,1 milhões de euros, representando um crescimento de 81% face a 2007. Saliente-se o acréscimo da margem EBITDA, que ascendeu a 7,4% em 2008 face a 7,1% em 2007. Todas as áreas de negócio contribuíram positivamente para o crescimento do EBITDA consolidado.

EBITDA 2008 2007

Em milhões de Euro Valor Margem Valor Margem Variação

Martifer Consolidado 67,1 7,4% 37,0 7,1% 81%

Construção Metálica 34,7 10,7% 28,0 9,5% 24%

Equipamentos para Energia 26,4 8,4% 9,9 8,7% 168%

Geração Eléctrica 2,6 22,3% -0,5

Agricultura & Biocombustíveis 5,4 2,0% 0,2 0,2% 2188%

Holding, ajustamentos e eliminações -2,0 -0,5

Os resultados antes de encargos financeiros e impostos (EBIT) ascenderam a 38,7 milhões de euros numa base reportada, representando um crescimento de 78% face a 2007. A margem EBIT subiu para 4,3%.

Os encargos financeiros líquidos ascenderam a 31,1 milhões de euros numa base reportada. Este valor inclui proveitos e custos não recorrentes no montante líquido de 2,4 milhões de euros, nomeadamente 2,7 milhões de euros de imparidades de Goodwill decorrentes da descontinuação de actividade da participada Solarparks, cuja actividade no futuro será desenvolvida pela Martifer Solar Espanha, 35,5 milhões de euros de menos-valia em acções da EDP e 40,6 milhões de euros de mais-valia resultantes da venda de acções da REpower Systems AG à Suzlon em Dezembro de 2008.

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Numa base ajustada, os encargos financeiros registaram um valor de 33,5 milhões de euros em 2008. Os encargos líquidos com juros foram de 25,5 milhões de euros, um acréscimo de 17,3 milhões de euros face a 2007, devido ao maior endividamento registado em 2008, em resultado dos fortes investimentos e do acréscimo de actividade. As diferenças de câmbio líquidas foram desfavoráveis, atingindo 7,8 milhões de euros, principalmente devido à forte queda do Zloti e do Novo Leu face ao Euro, em especial no final de 2008. Em comparação com o exercício de 2007, verificou-se um acréscimo nas diferenças cambiais desfavoráveis de 6,9 milhões. Os dividendos recebidos da participação financeira na EDP – Energias de Portugal ascenderam a 2,2 milhões de euros.

Devido ao impacto dos resultados financeiros, o resultado líquido ascendeu a 7,7 milhões de euros, um decréscimo de 18,5 milhões de euros face a 2007. Numa base ajustada, o resultado líquido ascendeu 5,3 milhões de euros, dos quais 0,9 milhões de euros atribuíveis a interesses minoritários.

INVESTIMENTO

O plano de investimentos em activos corpóreos de 2008 foi em grande parte cumprido, tendo sido investidos 266 milhões de euros. O investimento foi canalizado principalmente para unidades industriais e para activos de geração eléctrica. Assim, na construção metálica concluiu-se a instalação da fábrica na Roménia e iniciou-se a construção da unidade industrial em Angola. Nos equipamentos para energia, concluíram-se os investimentos assumidos pela Martifer no âmbito dos compromissos da instalação do cluster eólico, com destaque para o aumento de capacidade instalada na fábrica de torres e a construção das fábricas de assemblagem de aerogeradores e de componentes para aerogeradores. No segmento solar, instalou-se a linha de módulos fotovoltaicos. Na agricultura e biocombustíveis, iniciou-se a construção na Roménia da unidade industrial de extracção de óleos vegetais.

Os principais investimentos financeiros realizados foram a aquisição de uma participação de 17,7 milhões de acções da EDP – Energias de Portugal e o aumento de participação da Martifer SGPS, SA na Prio SGPS, SA de 53,5% para 60%. São ainda de salientar os investimentos na aquisição de uma posição de 55% numa sociedade de desenvolvimento de projectos de energia renovável no Brasil, na aquisição de uma posição de 50% em dois parques eólicos em construção em Portugal e na aquisição de um interesse económico de 25% no projecto do parque eólico de Silverton, na Austrália. As principais aquisições financeiras em 2008 ascenderam a 119 milhões de euros.

SITUAÇÃO FINANCEIRA Balanço Consolidado

Em milhões de Euro Dezembro 2008 Dezembro 2007 Variação

Imobilizado (incluíndo Goodwill) 686,2 358,0 92%

Outros activos não correntes 15,6 5,2 199%

Activos não correntes classificados como disponíveis para venda 43,3 67,5 -36%

Existências e devedores correntes 523,3 333,5 57%

Disponibilidades e equivalentes 80,1 34,9 130%

Activo Total 1.348,5 799,1 69%

Capital Próprio 273,3 281,8 -3%

Interesses minoritários 60,4 3,7 1536%

Total do Capital Próprio 333,7 285,5 17%

Outros passivos não correntes 16,1 46,8 -66%

Dívida e leasings não correntes 237,6 159,6 49%

Outros passivos correntes 309,2 222,5 39%

Dívida e leasings correntes 451,9 84,8 433%

Passivo Total 1.014,8 513,6 98%

O activo total a 31 de Dezembro de 2008 ascendeu a 1.348,5 milhões de euros, enquanto que o activo não corrente ascendeu a 745 milhões de euros, face a, respectivamente, 799 milhões de euros e 431 milhões de euros em Dezembro de 2007. Estas variações são explicadas pelo aumento da actividade operacional e pelos investimentos em activos fixos e financeiros no ano. A redução do valor dos activos disponíveis para venda deveu-se à venda de acções da REpower Systems AG à Suzlon em Dezembro de 2008 por um valor de cerca de 65 milhões de euros. O fundo de maneio aumentou cerca de 103 milhões de euros, reflectindo o aumento de actividade.

(20)

A dívida líquida (dívida financeira e leasings deduzida de disponibilidades e equivalentes) ascendeu a 609 milhões de euros no final do ano, um crescimento de 400 milhões de euros face ao final de 2007, utilizado essencialmente para financiar investimentos em imobilizado corpóreo e fundo de maneio, bem como investimentos em activos financeiros no período. Cerca de 34% da dívida financeira bruta é não corrente. Cerca de 21% da dívida financeira bruta do Grupo é de taxa fixa, pelo que o Grupo tem beneficiado da recente queda das taxas de juro de mercado.

A dívida líquida ajustada pelo valor da posição na REpower Systems AG a preço de venda (205 milhões de euros) e pelo valor da participação na EDP a preço de mercado (48 milhões de euros) foi de 356 milhões de euros.

Os Capitais Próprios aumentaram de 285,5 milhões de euros para 333,7 milhões de euros no final de 2008. A redução dos capitais próprios atribuíveis ao Grupo deveu-se sobretudo ao impacto cambial em empréstimos de médio e longo prazo a subsidiárias estrangeiras (principalmente na Polónia e na Roménia) e ao registo do justo valor de derivados. O acréscimo dos interesses minoritários de 3,7 milhões de euros em Dezembro de 2007 para 60,4 milhões em Dezembro de 2008 resultou de prestações suplementares investidas por accionistas minoritários em empresas do Grupo (das quais 24,9 milhões de euros na Prio) e da reclassificação de prestações suplementares anteriormente registadas como passivo não corrente.

O auto financiamento (rácio entre capitais próprios e activo) situou-se, no final de 2008, nos 25%.

ACTIVIDADE DESENVOLVIDA EM 2008 POR ÁREA DE NEGÓCIO

CONSTRUÇÃO METÁLICA

ENQUADRAMENTO

O Grupo Martifer é líder ibérico no segmento de construções metálicas e um dos maiores operadores do sector na Europa. A sua estratégia passa por reforçar a sua posição de liderança no sector na Península Ibérica, com enfoque em obras de especial complexidade, e consolidar a sua presença nos mercados da Europa Central e Angola, com base nas suas vantagens competitivas, nomeadamente:

ƒ a capacidade produtiva das suas fábricas;

ƒ o constante investimento na melhoria de processos produtivos e na aplicação das melhores práticas; ƒ a utilização de tecnologia de ponta no processo produtivo;

ƒ a elevada qualificação da sua força de trabalho;

ƒ a comunicação e relação de confiança com os clientes e restantes agentes económicos; ƒ a capacidade de realização de projectos complexos em prazos reduzidos.

Para além do segmento de construções metálicas, esta área de negócio agrega ainda as actividades de produção e montagem de fachadas de alumínio e vidro e de soluções arquitectónicas de aço inoxidável.

O sector da construção, tal como a generalidade dos sectores de actividade, foi impactado pela crise económica e financeira mundial que teve início no ano de 2008. Enquanto que, em 2007, o segmento de mercado da construção metálica cresceu significativamente (nomeadamente ao nível das grandes construções de infra-estruturas, edifícios industriais, comerciais e desportivos), no ano de 2008 esse crescimento sofreu um forte abrandamento. A estratégia de diversificação geográfica seguida nesta área de negócio (nomeadamente para mercados com maiores taxas de crescimento como Europa Central e Angola) permitiu manter uma evolução positiva no volume negócios em 2008 e minimizar a desaceleração sentida dos mercados mais maduros. Os mercados fora da Península Ibérica representaram, em 2008, 34% dos proveitos operacionais, face a 14% em 2007.

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Repartição dos Proveitos Operacionais por Geografia 2007 2008 Península Ibérica 86% Europa Central 13% Outros 1% Península Ibérica 66% Europa Central 23% Outros 11%

Durante o ano de 2008, a área de negócio da Construção Metálica, prosseguindo a sua estratégia de internacionalização, concluiu a unidade industrial em Calarasi, Roménia, arrancou com a construção das fábricas de estruturas metálicas, alumínios e inox em Angola e iniciou a expansão para a Austrália através da aquisição da Sassal.

Durante o ano de 2008, foram executadas algumas obras relevantes:

ƒ Aeroporto de Dublin, Terminal 2 – Dublin, Irlanda – Valor do Contrato: Euro 48,2 milhões – Conclusão: 2009; ƒ Edifício de Escritórios “Cascade” – Bucareste, Roménia – Valor do Contrato: Euro 8,5 milhões – Conclusão: 2009; ƒ Dolce Vita Tejo Shopping Centre – Lisboa, Portugal – Valor do Contrato: Euro 17,8 milhões – Conclusão: 2009; ƒ Fábrica da Artenius PTA – Sines, Portugal – Valor do Contrato: Euro 22,4 milhões – Conclusão: 2009;

ƒ Aeroporto de Málaga – Málaga, Espanha – Euro 16,2 milhões – Conclusão: 2009; ƒ Portucel – Setúbal, Portugal – Euro 4,7 milhões – Conclusão: 2009;

ƒ Centro Logístico Huambo – Angola – Euro 8 milhões – Conclusão: 2009. Com início em 2009, destacam-se as seguintes obras:

ƒ Complexo UNITEL – Luanda, Angola – Euro 8 milhões – Conclusão: 2009. ƒ Central do Pego – Abrantes, Portugal – Euro 7 milhões – Conclusão: 2010; ƒ Torre Zerozero – Barcelona, Espanha – Euro 4,7 Milhões – Conclusão: 2009; ƒ Ponte suspensa Basarab – Bucareste, Roménia – Euro 5,4 milhões – Conclusão: 2009.

A carteira de encomendas da Construção Metálica ascendia a 264 milhões de euros no final de 2008. O decréscimo de 9%, em valor, face ao final de 2007 é principalmente devido à queda de preços de matérias-primas, nomeadamente o aço.

RESULTADOS

Os Proveitos Operacionais da área de negócio de Construção Metálica ascenderam a 323,6 milhões de euros, o que corresponde a uma taxa de crescimento de 9% face a 2007. Para este crescimento, em muito contribuíram as novas geografias (essencialmente Europa Central, Irlanda e Angola), que viram o seu contributo para os Proveitos Operacionais aumentar em detrimento da Península Ibérica.

O crescimento dos Proveitos Operacionais foi acompanhado por uma evolução positiva do EBITDA (+24%) e da Margem EBITDA (+1,3p.p), explicada essencialmente pela melhoria da margem na Europa Central e pelo maior contributo da actividade de obras de fachada em alumínio.

Apesar do crescimento do EBITDA e EBIT, verificou-se uma redução do Resultado Líquido face a 2007 em resultado do forte incremento dos Encargos Financeiros Líquidos (+100% face a 2007). A deterioração dos resultados financeiros resulta do crescimento dos juros (relacionado com aumento da Dívida Financeira Bruta) e das diferenças cambiais (explicadas pela forte desvalorização do Zloti na Polónia e do Novo Leu na Roménia). O Resultado Líquido ascendeu a 13,3 milhões de euros, dos quais 2,5 milhões de euros atribuível a minoritários, essencialmente na Martifer Alumínios (detida pelo Grupo a 55%).

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A Dívida Financeira Líquida atingiu 156,2 milhões de euros em 2008. O aumento da dívida de 99 milhões de euros face a 2007 destinou-se essencialmente a financiar o reembolso de dívida à holding (38,5 milhões de euros), o investimento no desenvolvimento de activos imobiliários (20 milhões de euros), o investimento em activos corpóreos (14,6 milhões de euros) e em fundo de maneio.

No final de 2008, o investimento acumulado em centros comerciais e parques logísticos em desenvolvimento ascendia a 40,7 milhões de euros, principalmente financiado por leasings. O principal centro comercial em desenvolvimento é o Tavira Plaza, que estará concluído em Junho de 2009. O investimento acumulado no final de 2008 ascendia a 27,4 milhões de euros e a sua área bruta locável de 26.507 m2 está comercializada em 80%. Outros projectos em desenvolvimento são o Amarante Plaza (licenciado recentemente) e o Azeméis Grand Plaza (que se espera que venha a ser licenciado durante 2009).

Em milhões de Euro 2008 2007 Variação

Proveitos operacionais 323,6 295,6 9%

Resultados operacionais antes de amortizações e provisões e perdas de imparidade (EBITDA) 34,7 28,0 24%

Margem EBITDA 10,7% 9,5% 1,3 p.p.

Resultados antes de impostos e encargos financeiros (EBIT) 25,5 20,8 23%

Margem EBIT 7,9% 7,0% 0,8 p.p.

Encargos financeiros líquidos 8,6 4,3 100%

Impostos 3,6 5,0 -27%

Resultado líquido do exercício 13,3 11,5 16%

Atribuível a interesses minoritários 2,5 1,5 61%

Atribuível ao Grupo 10,8 9,9 9%

EQUIPAMENTOS PARA ENERGIA

ENQUADRAMENTO

Existe uma crescente preocupação das sociedades com questões de sustentabilidade ambiental. Nesse sentido, as energias renováveis terão um papel importante a desempenhar na economia na medida em que contribuem para o desenvolvimento económico numa perspectiva de crescente sustentabilidade.

Com a experiência adquirida no negócio de estruturas metálicas, o Grupo soube aproveitar as sinergias de negócio e assumiu esse desafio, com a criação da área de negócios de Equipamentos para Energia no ano de 2004.

Com o objectivo de criar valor através do desenvolvimento de negócio, a área de negócios de Equipamentos para Energia definiu a sua estratégia assente num modelo que aproveita as diversas fontes de energia renovável:

ƒ No segmento da Energia Eólica, criação de capacidade de fornecimento de parques eólicos em regime chave-na-mão com uma elevada integração vertical, explorando a vertente industrial na produção dos mais diversos componentes, como resposta às características do mercado (torres, caixas multiplicadoras, etc.);

ƒ No segmento da Energia Solar, produção de módulos fotovoltaicos e instalação de parques solares chave-na-mão para produção de energia;

ƒ Na Inovação, desenvolvimento de tecnologia própria para o aproveitamento da energia das ondas do mar.

ENERGIA EÓLICA

Desde 2004 que o Grupo identificou oportunidades de mercado na produção de equipamentos para a energia eólica, através da instalação de uma fábrica de torres metálicas para parques eólicos em Oliveira de Frades. Seguidamente, a empresa decidiu iniciar a actividade de construção de parques eólicos e adquirir uma posição no capital na sociedade alemã REpower Systems AG, 7ª maior empresa a nível mundial na produção e assemblagem de aerogeradores para a produção de energia eólica, tendo-se tornado num dos accionistas de referência. Foi então acordada uma Joint Venture através de um acordo definindo as bases para a transferência de know-how na produção de aerogeradores eólicos em Portugal. Desta forma foi constituída a Repower Portugal, detida em partes iguais pela Martifer e pela REpower Systems AG. É através da Repower Portugal que tem sido desenvolvido o negócio de construção e instalação de parques eólicos em regime chave-na-mão com a tecnologia REpower, incluindo a operação e a manutenção.

(23)

Ao longo de 2008 esta divisão registou cerca de 167 milhões de euros de Proveitos Operacionais, dos quais 124 milhões foram obtidos na construção e instalação de parques eólicos em Portugal, Espanha, Polónia e Roménia, com os remanescentes proveitos resultantes da produção de componentes, nomeadamente torres metálicas e caixas multiplicadoras.

O quadro seguinte apresenta as principais obras de parques eólicos desenvolvidos em 2008, dos quais alguns ainda se encontram em curso:

Parques Turn Key Cliente Mercado MW Modelo

PE Espinhaço de Cão E2 / EON Portugal 10 REpower MM 92

PE Barão de S. João E2 / EON Portugal 50 REpower MM 92

PE Alto da Folgorosa E2 / EON Portugal 18 REpower MM 92

PE Marvila ENEólica Portugal 12 REpower MM 92

PE Serra Alta Airtricity Portugal 2 REpower MM 92

PE de Sobrado Energiekontor Portugal 8 REpower MM 82

PE de Mingorrubio E2 / EON Espanha 26 REpower MM 82

PE de Baião MT Renewables Portugal 6,3 Suzlon S 88

PE de Vila Franca MT Renewables Portugal 12,6 Suzlon S 88

Leki Dukielskie MT Renewables Polónia 12 REpower MM 92

Babadag II MT Renewables Roménia 8,4 Suzlon S 88

Babadag I MT Renewables Roménia 33,6 Suzlon S 88

Na componente industrial, com o investimento de aumento de capacidade de produção de torres eólicas, a produção de torres atingiu em 2008 as 220 unidades.

A entrada no agrupamento Ventinveste, que saiu vencedor da fase B do concurso português de atribuição de 400 MW de potência eólica, no decorrer de 2007, permitiu ao Grupo dar continuidade à estratégia de desenvolver um cluster industrial de equipamentos para energia eólica.

O ano 2008 ficou marcado pela realização da maioria dos investimentos necessários e contingentes à fase B do concurso, dos quais se destacam os seguintes:

ƒ Duplicação da fábrica de torres eólicas em Oliveira de Frades. Este investimento ficou concluído em Maio e a capacidade produtiva passou a ser de 400 unidades / ano;

ƒ Instalação de uma nova unidade em Oliveira de Frades para o fabrico de turbinas eólicas, sob licença da REpower, e com capacidade de 130 unidades / ano, tendo ficado concluída em Dezembro de 2008;

ƒ Incremento da capacidade instalada na unidade de produção de caixas multiplicadoras em Vagos, desenvolvida pela participada Gebox;

ƒ Construção de uma nova unidade em Oliveira de Frades para a produção de componentes metálicos, nomeadamente chassis e anéis de fundação para aerogeradores eólicos;

ƒ Outros investimentos relacionados com a criação de condições de apoio ao desenvolvimento profissional dos recursos humanos com a criação de um centro de formação dedicado à indústria eólica.

Estes investimentos industriais ficaram praticamente concluídos em 2008, representando um investimento de cerca de 35 milhões de euros.

Com o conhecimento e experiência adquiridos ao longo dos últimos anos, a área de negócio de Equipamentos para Energia avançou para o estudo de novos mercados internacionais, nomeadamente os EUA. Sendo este um dos principais mercados mundiais e dado o seu protagonismo nos últimos anos, o Grupo desenvolveu um projecto para a instalação de uma unidade de produção de torres eólicas em solo americano. Após vários estudos, a escolha da localização final foi a cidade de San Angelo, Texas. Esta nova unidade industrial, numa primeira fase, terá uma capacidade instalada de 220 unidades / ano e vai criar mais de 140 postos de trabalho. O projecto foi acolhido pelas entidades locais que aprovaram um pacote de incentivos para o projecto, incluindo subsídios, apoios à formação profissional e incentivos fiscais. O início de construção desta nova unidade está previsto para 2009.

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ENERGIA SOLAR

No âmbito da área de negócio de Equipamentos para Energia, a actividade relacionada com energia solar é desenvolvida pela Martifer Solar. O mercado fotovoltaico acabou no ano de 2008 por confirmar a tendência de crescimento da última década, motivada em grande parte pelo mercado espanhol, que acabou por instalar mais de 3GW nos primeiros 9 meses. Grande parte da actividade operacional desta divisão acabou por ser desenvolvida neste mesmo país, tendo sido construídos seis parques em regime de chave-na-mão e montados seguidores num total de mais de 30 MW.

O ano de 2008 caracteriza-se ainda por ser um ano de crescente internacionalização da actividade da Martifer Solar e pela crescente diversificação da sua actividade. Iniciou-se a actividade nos mercados mais dinâmicos, nomeadamente na Itália, na Grécia e na Bélgica e nos Estados Unidos da América (mais precisamente na Califórnia). Na Itália, construiu-se em regime de Turn Key 1 MW e na Bélgica diversos sistemas foram instalados em telhados de edifícios.

A nível nacional, a Martifer Solar actua também no segmento de instalações em edifícios/residências familiares, produzindo e montando equipamentos fotovoltaicos para a micro-geração e equipamentos para águas quentes sanitárias produzidos neste caso, pela participada Martifer Enerq. Para além disso, e na área do B2C, a Martifer, através da sua participada HomeEnergy, participa na certificação energética de edifícios, neste momento obrigatória em qualquer transacção de imóveis.

Esta divisão gerou Proveitos Operacionais de 122 milhões de euros em 2008. A carteira de encomendas (contratos de construção chave-na-mão assinados e projectos financiados) ascendia a 50 milhões de euros em Dezembro de 2008. No final do ano teve início a produção de painéis fotovoltaicos, cuja fábrica representou um investimento total de cerca de 15 milhões de euros e que permitirá aos clientes da Martifer Solar beneficiar de equipamentos de qualidade superior instalados nos parques solares.

ENGENHARIA

A área de negócio de Equipamentos para Energia tem em actividade uma equipa especializada e com know how na gestão e construção de projectos em regime de chave-na-mão de unidades industriais com elevada incorporação tecnológica. Este segmento já concluiu algumas obras emblemáticas feitas para o próprio Grupo, nomeadamente as duas fábricas de biodiesel em Portugal e na Roménia, o parque de armazenamento e tancagem de combustíveis e dois oleodutos feitos no porto mar de Aveiro. Está em curso a construção da fábrica de extracção de óleos vegetais na Roménia para a Prio.

Em 2008 esta divisão foi responsável pela geração de 30 milhões de euros de Proveitos Operacionais.

INOVAÇÃO / ENERGIA DAS ONDAS

A aposta na energia das ondas veio complementar a estratégia de crescimento nas energias renováveis pois, apesar do potencial que o recurso energético marítimo apresenta, ainda não existem soluções tecnológicas a nível mundial que possibilitem o seu eficiente aproveitamento.

Desta forma, a área de negócio de Equipamentos para Energia criou o grupo de Investigação e Desenvolvimento (I&D) com o objectivo de promover e desenvolver este tipo de tecnologia. Constituído por uma equipa multidisciplinar, o objectivo principal consiste na concepção de um equipamento capaz de fazer face às dificuldades que se colocam do ponto de vista da engenharia de produto e simultaneamente uma oferta competitiva no mercado das energias renováveis.

Foi no seguimento desta estratégia que a Martifer Energy Systems adquiriu em 2008 a totalidade do capital da empresa Navalria, um estaleiro naval em Aveiro, que pretende ser o centro nevrálgico desta área de negócio para a nova divisão da energia das ondas, demonstrando a importância que este projecto assume para o Grupo.

RESULTADOS

Em 2008, a área de negócio de Equipamentos para Energia obteve Proveitos Operacionais de 313,5 milhões de euros, registando um crescimento de 176% face ao exercício anterior. Esta área de actividade contribuiu com a geração de 26,4 milhões de euros de EBITDA face aos 9,9 milhões de euros obtidos em 2007, representando uma margem de 8,4%. O ligeiro decréscimo de Margem EBITDA resultou de custos operacionais mais elevados no 4º trimestre, principalmente custos com pessoal, incorridos devido ao arranque das novas unidades industriais.

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O investimento total ascendeu a 51 milhões de euros, com destaque para a ampliação da fábrica de torres, as novas unidades industriais de componentes para geradores eólicos, a fábrica de assemblagem de aerogeradores e a unidade de produção de módulos fotovoltaicos.

A Dívida Financeira Líquida registou um valor de 59 milhões de euros no final de 2008, um aumento de 40 milhões de euros face ao ano anterior, destinado essencialmente a financiar o referido plano de investimentos.

Os Encargos Financeiros Líquidos registaram um valor de 5,8 milhões de euros, influenciados pelo aumento da dívida e também pelo registo de perdas cambiais, essencialmente na actividade de Engenharia e Construção de Parques na Roménia, que são explicadas pela forte desvalorização do Novo Leu, principalmente no último trimestre do ano. Estas perdas cambiais resultaram essencialmente de saldos de fornecedores referentes à compra de equipamentos em euros que foram alvo de actualização cambial. Parte das perdas cambiais poderá ser recuperável no futuro em virtude de as receitas dos contratos chave-na-mão serem em euros.

O Resultado Líquido desta área de negócio foi de 11,3 milhões de euros, dos quais 2,8 milhões de euros atribuível a interesses minoritários, nomeadamente na REpower Portugal (detida pelo Grupo a 50%) e na Martifer Solar (detida pelo Grupo a 75%).

Em milhões de Euro

2008

Ajustado Ajustado 2007 Variação

Proveitos operacionais 313,5 113,7 176%

Resultados operacionais antes de amortizações e provisões e perdas de imparidade (EBITDA) 26,4 9,9 168%

Margem EBITDA 8,4% 8,7% -0,3 p.p.

Resultados antes de impostos e encargos financeiros (EBIT) 21,6 4,9 341%

Margem EBIT 6,9% 4,3% 2,6 p.p.

Encargos financeiros líquidos 5,8 -0,1 s.s.

Impostos 4,5 0,6 620%

Resultado líquido do exercício 11,3 4,4 157%

Atribuível a interesses minoritários 2,8 0,9 214%

Atribuível ao Grupo 8,5 3,5 142%

Nota: Valores ajustados excluindo a mais-valia resultante do aumento de capital da REpower Systems AG em 2007 e pela imparidade de Goodwill de €2,7 Mn relativa à Solarparks em 2008.

GERAÇÃO ELÉCTRICA

ENQUADRAMENTO

Na linha do sucedido em anos anteriores, verificou-se, em 2008, um aumento considerável do investimento global em projectos de energias renováveis. Estima-se que em 2008 tenham sido investidos cerca de 100 mil milhões de dólares em projectos de energias renováveis, um crescimento de 30% face ao ano anterior1. Dentro destes referenciais, a energia eólica tem contribuído de forma muito relevante, ultrapassando os 120 GW de capacidade instalada2.

Este enfoque nas energias renováveis tem sido potenciado pelo desafio global de satisfazer a crescente procura de energia e, simultaneamente, de reduzir a dependência nos combustíveis fósseis e diminuir a intensidade energética da economia. Neste contexto, tem-se assistido ao aumento do número de países a anunciar, e em alguns casos a implementar, medidas que fomentam a integração de energia renovável:

I. O Parlamento Europeu aprovou, no final do ano transacto, um “Pacote Clima-Energia” que tem como objectivos para 2020:

ƒ redução em 20% das emissões de gases efeito estufa relativamente aos níveis de 1990; ƒ aumento em 20% da eficiência energética;

ƒ contribuição de 20% de energias renováveis no consumo final de energia; ƒ quota de 10% de teor de biocombustíveis nos combustíveis para transportes.

1 Fonte: New Energy Finance.

Referências

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