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Assunto: Lei da Transparência das Tarifas

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Academic year: 2021

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CIRCULAR Nº 044/2007 (SF) – RF / RC/ MS Lisboa, 08 de Junho de 2007

Assunto: Lei da Transparência das Tarifas Caro Associado,

Como foi anteriormente comunicado, após análise exaustiva do clausulado constante do Decreto-Lei 173/2007 de 8 de Maio , a Direcção da APAVT entendeu que tal clausulado, demonstrando desconhecimento da mecânica da actividade dos Agentes de Viagens, por parte do legislador, pode ser objecto de interpretações contraditórias, , .

Consequentemente, a APAVT solicitou os devidos esclarecimentos à Secretaria de Estado do Turismo, através do envio dos comentários julgados pertinentes.

Infelizmente, tal solicitação não mereceu, até hoje, qualquer resposta daquele organismo, pelo que a APAVT entende como válidas as situações que passa a referir:

1 – O diploma acima referido aplica-se, apenas, aos termos em que a obrigação de indicação das tarifas de transporte aéreo deve ser cumprida.

2 – O Agente de Viagens ao vender apenas títulos de transporte aéreo , limita-se a ser intermediário entre as Companhias Aéreas e o consumidor final. Como tal, não tem qualquer influência ou intervenção na construção da tarifa ou na disponibilidade de lugares para a mesma, que é da exclusiva responsabilidade de cada uma das companhias aéreas.. Quanto às suas taxas de serviço, as mesmas desde há muito tempo que são claramente publicitadas nos seus escritórios.

3 – Pelo exposto no ponto anterior, não podem os Agentes de Viagens garantir, no momento da reserva, qual o preço final na data da concretização da venda de um bilhete de avião solicitado 4 – Outro caso será, quando o Agente de Viagens compra NET, e aplica o seu legítimo mark-up para construir o preço final do bilhete. Nesse caso, entendemos ter aplicação o clausulado respeitante.

5 – No que concerne às Companhias Aéreas e seus Agentes (entenda-se GSA´s ), pretende o legislador que o preço publicitado indique separadamente todas as taxas, incluindo obviamente as de combustível, e o custo da distribuição. A APAVT entende que o que o legislador pretende é que o preço do título de transporte inclua todos os custos incorridos pela companhia para a prestação do serviço, incluindo o custo da distribuição. Não tem qualquer cabimento a obrigatoriedade de indicação do custo de distribuição, por ferir as relações comerciais e concorrenciais existentes entre as Companhias e os principais distribuidores do seu produto.

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6 – O Decreto-Lei em causa não se aplica aos operadores turísticos, que, como todos sabemos, constroem os seus pacotes juntando diversos produtos, entre os quais, e nalguns casos nem é o de maior peso no preço final, o transporte aéreo, no entanto a APAVT não pode deixar de exortar os seus membros para a máxima transparência na publicitação das condições de venda dos pacotes turísticos, nomeadamente o preço, de forma a evitar que a sua divulgação viole as regras da mensagem publicitária.

7 – Quanto às brochuras existentes no mercado, seja nas mãos dos consumidores seja nas mãos das agências de viagens retalhistas, cumprem, de um modo geral, as normas da mensagem publicitária, estando a APAVT a trabalhar com os operadores seus associados no sentido de melhorar o conteúdo da informação e, de motu próprio, aplicar às mesmas os princípios constantes deste diploma.

8 – Por último, não pode a APAVT deixar de acolher como bons os princípios constantes deste Decreto-Lei.

Como documento de apoio, incluímos a análise crítica, que fundamenta de uma forma inequívoca e clara, a posição da APAVT.

Está a APAVT, como sempre, à disposição dos seus Associados para qualquer esclarecimento ou informação suplementar.

Melhores Cumprimentos,

A Direcção

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ANÁLISE CRÍTICA AO DECRETO-LEI 173/2007

A APAVT é absolutamente a favor da transparência na indicação dos preços das tarifas aéreas, porque só assim se obtêm maiores vantagens para os consumidores e mais eficiência para as empresas suas associadas.

Não pode, por isso, deixar de saudar a publicação de um diploma que regule esta matéria.

No entanto, o diploma em apreço, enferma, do ponto de vista legal, de algumas imprecisões, de falta de conhecimento por parte do legislador das práticas do mercado, de falta de conhecimento por parte do legislador do processo de emissão de bilhetes e de falta de certeza, propositada ou por inabilidade, quanto ao objecto da sua aplicação.

É evidente que se tivessem sido ouvidos os operadores no mercado – Agências de Viagens e Companhias Aéreas – outra teria sido a solução legal, mais transparente, mais eficaz e mais protectora dos interesses dos consumidores.

Vejamos cada um destes aspectos: 1 – IMPRECISÕES LEGAIS

A Lei Portuguesa não distingue entre agentes de viagens e operadores turísticos, pelo que o disposto no Artigo 2º é senão um erro, diria de palmatória, pelo menos um forçar de situações tentando, atabalhoadamente, trazer à colação entidades que nada têm a ver com o objecto do diploma.

Por outro lado, tendo sido ouvido o INAC, deveria o legislador saber que em Portugal apenas duas entidades podem legalmente emitir títulos de transporte aéreo, a saber: Companhias Aéreas e seus GSA ( General Sales Agent ) e Agências de Viagens, pelo que a referência a outros operadores turísticos é persistir, por razões obscuras, no mesmo erro.

2 – FALTA DE CONHECIMENTO DAS PRÁTICAS DO MERCADO

A alegada falta de transparência tem como causa imediata a enorme volatilidade dos preços do petróleo e do valor das diversas taxas que afectam as tarifas aéreas. Veja-se, a título de exemplo, que o Governo Português aumentou, inopinadamente e sem aviso, dois dias depois da publicação do diploma em análise, as taxas aeroportuárias, o que, só por si, se o diploma já estivesse em vigor iria tornar ilegal qualquer apresentação das tarifas ou a publicidade às mesmas, feita naquele dia. Mutatis mutandis para as alterações ( normalmente aumentos ) do preço dos combustíveis, que, como é sabido, acontecem a uma velocidade meteórica.

Consequentemente, este diploma vem lançar a confusão no mercado, porque transmite para a opinião pública uma ideia que a prática se encarregará de demonstrar que não é exequível, ou seja a informação ao cliente, em cada momento, do preço total do transporte.

É óbvio, que tal não acontecerá se a intenção por via legislativa for a de que as empresas tenham prejuízo ou não possam fazer publicidade ao seu produto.

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Note-se que a mensagem publicitária de informação das tarifas não pode dar o preço total, por este poder ser alterado de um dia para o outro.

Logo, é impraticável, sob pena de enorme prejuízo económico, alterar as diversas mensagens publicitárias que estão no ar, afixadas em mupis, nos autocarros e nos demais veículos publicitários.

Consequentemente, a publicitação do preço final é uma quimera que não pode ser transformada em realidade.

Não pode o Governo, reitera-se, permitir-se regulamentar deste modo o mercado porque ao fazê-lo ou obriga as empresas a sujeitarem-se a não publicitarem o seu produto com todas as nefastas consequências daí decorrentes ou as força a não cumprirem com a Lei.

3 – ÂMBITO DE APLICAÇÃO

FALTA DE CONHECIMENTO DOS PROCEDIMENTOS DE EMISSÃO DE BILHETES

A esmagadora maioria das vendas de títulos de transporte aéreo em Portugal são processadas por agentes de viagens que têm acesso às tarifas disponíveis nos CRS ou nos WEB SITES das Companhias Aéreas.

Os Agentes de Viagens são completamente alheios ao processo de formação e divulgação das tarifas, já que não vendem produto próprio, são meros intermediários na comercialização do produto.

Daqui decorre que os comandos ínsitos nos números 2 a 5 do Artº 3º do diploma em análise não se aplicam às Agências de Viagens mas apenas às C.A. e seus Agentes (GSA’s).

Aliás, não faz sentido que no artigo 2º sob a epígrafe “ÂMBITO” se fale em “..Transportadoras aéreas e seus agentes, agentes de viagens…” distinguindo claramente as duas situações e depois se entenda de maneira diferente, quando no artigo seguinte ( 3º) se fala somente em “…..transportadoras aéreas e seu agentes…”

Não obstante, entende a APAVT que quando a Agência de Viagens está a agir em seu nome próprio, ou seja quando compra produto ( títulos de transporte) a preços NET, e vende com mark up, determinando o preço ou tarifa, estes comandos têm aplicação directa.

Por outro lado, o nº2 do Artigo 3º refere que as tarifas devem exprimir além de outras “...todas as condições de aplicação desses preços, incluindo o pagamento e as condições oferecidas às agências….”

Entende a APAVT que este preceito é um comando cujos destinatários exclusivos são as companhias aéreas uma vez que as agências de viagens não têm capacidade de actuar nesta matéria.

Na verdade, o que se pretende é que o preço publicitado pelas companhias aéreas inclua todos os custos inerentes à formação dos mesmos, pelo que deve também incluir o custo de distribuição, mas não tem de o descriminar. Essa descriminação,

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além de ferir os normais princípios de funcionamento do mercado concorrencial, não aportaria qualquer vantagem para o consumidor.

4 - FALTA DE CERTEZA, PROPOSITADA OU POR INABILIDADE, QUANTO AO OBJECTO DA SUA APLICAÇÃO.

Vários comentários têm sido feitos quanto ao objecto de aplicação deste diploma. Nos termos do Artigo 1º, o objecto está claramente definido como o estabelecer a obrigação de indicação das tarifas do transporte aéreo e os requisitos da mensagem publicitária das tarifas.

Nestes termos, no âmbito do diploma mais não cabe do que regular a publicação e publicitação das tarifas do transporte aéreo.

Quer isto dizer que não se aplica às viagens organizadas, vulgo pacotes turísticos, por duas ordens de razões: uma pela simples interpretação literal e outra porque mesmo que os pacotes de viagens incluam transporte aéreo não estamos a fixar um preço para o transporte. O preço anunciado inclui várias outras componentes que não se podem descriminar, por definição ( Vide nº 2 do Artº 17º da Lei das Agências de Viagens).

Resta-nos a mensagem publicitária. Neste capítulo, mais uma vez o novel diploma andou mal.

Em primeiro lugar porque refere que aos serviços de transporte aéreo se aplica o Código da Publicidade. É tautológico, já que este diploma é claro quanto ao seu âmbito de aplicação.

Em segundo lugar porque estabelece um novo conceito – serviços conexos do transporte aéreo – sem o definir.

Entende a APAVT que serviços conexos do transporte aéreo são: preço por excesso de bagagem e peso a partir do qual é devido o preço por excesso, custo do serviço de refeições e bebidas a bordo se não estiverem incluídos na tarifa e outras situações similares.

Por isso, não se pode inferir do texto legal que os pacotes turísticos estão sujeitos a medidas outras que aquelas constantes do Código da Publicidade.

Não obstante, a APAVT entende que os seus associados sairão fortemente valorizados não só em termos de imagem mas também em termos de credibilidade se adoptarem na publicitação dos seus produtos as normas que o diploma impõe para as tarifas aéreas.

Referências

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