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Professor Domingos R. Pandeló Jr. IBMEC São Paulo 1. Introdução

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Serão as Rentabilidades do Setor Bancário Incompatíveis

com as dos Demais Setores da Economia? Um Estudo

Empírico para os Dados no Brasil – 2001 até 2006.

Professor Domingos R. Pandeló Jr. IBMEC São Paulo

domingosp@isp.edu.br

1. Introdução

O presente estudo é uma versão ampliada de um artigo publicado no jornal “Valor Econômico” em que mostrei que as taxas de retornos das instituições financeiras são compatíveis com as dos demais setores da economia. Outro ponto que ficou evidente, no citado artigo, foi que a volatilidade do retorno das instituições financeiras é menor do que a dos demais setores da economia, o que pode ser explicado, com base na teoria financeira e econômica, em função dos bancos operarem com as suas carteiras diversificadas, de modo que todos os setores estarão presentes no seu portfólio de operações, o que acaba se consistindo num hedge natural para eventual volatilidade no desempenho de um ou outro setor.

2. Justificativas Teóricas para o Desempenho

O conceito trabalhado no presente estudo foi o de rentabilidade sobre o patrimônio líquido, também conhecido como ROE (return on equity). O ROE é um indicador bastante utilizado para a avaliação do desempenho econômico-financeiro de uma empresa. De certa forma ele mostra o período necessário para a recuperação do capital investido na operação, por parte do acionista.

Faz parte do senso comum atribuir para o desempenho do setor bancário (leia-se lucratividade do mesmo), um patamar bastante acima do que é obtido pelos demais setores da economia (ditos setores produtivos). Tal afirmação não se confirma pela análise dos dados empíricos utilizados no presente

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estudo. Os dados aqui utilizados foram obtidos na edição da revista Exame - Melhores e Maiores, para o setor não bancário, e no site do Banco Central do Brasil (www.bcb.gov.br), para o setor bancário. Trabalhou-se com o setor de mediana, e não com a média aritmética, pois tal medida é mais adequada para evitar distorções provocadas por outliers. Para cada setor da economia foram selecionadas as dez (10) maiores empresas, no quesito que se buscava mensurar. No caso do setor bancário, trabalhou-se com os maiores varejistas, que são os nove (9) maiores bancos do Brasil, com uma grande representatividade no total das operações bancárias. Os dados dos bancos foram anualizados (em termos de mediana) para que a comparação fosse possível, uma vez que as suas informações eram semestrais.

Uma possível explicação para o desempenho mais consistente do setor bancário, ao longo dos anos, encontra fundamento, como já mencionado, na teoria econômica e financeira, pois os bancos operam com portfólio de ativos diversificados, de modo que não correm os riscos específicos de cada setor empresarial, mas apenas o risco de mercado, o qual é por definição, não diversificável.

Chama a atenção, no presente estudo, o fato de que a premissa existente, no sendo comum, de que o retorno do setor bancário é significativamente superior aos demais setores da economia, não resiste à análise de alguns dados, os quais mostram que os retornos obtidos pelo setor, são compatíveis com os demais setores da economia, situando-se, em termos gerais, na média dos demais setores, com eventuais oscilações para mais, ou para menos, dependendo de fatores específicos.

Para a verificação empírica da questão será analisado um período de cinco anos, compreendendo o período de 2001 até 2006, de modo a se ter um intervalo de tempo suficientemente longo pra que algumas conclusões possam ser tomadas a respeito da questão.

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3. Análise Setorial – 2001/2006

A análise do desempenho do setor bancário no período de 2001 a 2006 mostra que o desempenho médio do setor bancário, em termos de rentabilidade do patrimônio é compatível com os do setor não bancário, ao longo dos anos. Como qualquer tipo de atividade, em alguns anos os resultados do setor são melhores do que em outros. No caso dos bancos, há que se destacar que os resultados não recorrentes, tais como a venda da participação na Serasa, por exemplo, ajudaram a engordar os resultados, porém esse tipo de operação é nitidamente não recorrente. Os dados, anuais, no período analisado podem ser visualizados nas tabelas 1 e 2, apresentadas a seguir. O posicionamento do setor bancário, no decorrer dos seis anos da pesquisa podem ser verificados no gráfico 1.

Gráfico 1 – Variação do ROE Bancos 2001/2006

Posicionamento ROE Bancos

0 5 10 15 20 1 2 3 4 5 6

Nele é possível verificar que o desempenho do setor bancário, medido pela rentabilidade do patrimônio líquido (ROE), que nada mais é do que a expressão, em porcentagem, da divisão do lucro líquido pelo patrimônio líquido, variou da décima quarta posição em 2001 para a sexta posição em 2002. Já em 2003, o desempenho do setor bancário o colocou na décima sexta posição entre os setores mais lucrativos da economia, posição essa que foi

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para décima terceira em 2004. Para finalizar o período considerado, o setor ocupou a sexta posição do ranking em 2005, ficando com o décimo primeiro lugar em 2006.

Como foi utilizada a edição anual da revista Exame – Melhores e Maiores, as mudanças de metodologia da revista estão refletidas no estudo e podem ser verificadas quanto ao aumento, ou redução do número de setores na economia ao longo dos anos. Tal fato não deve ser visto como uma limitação do estudo, pois independentemente dos rearranjos efetuados pela revista, que não é exatamente o mesmo tratamento dado por outras publicações, o que se observa é que a rentabilidade do setor bancário, comparativamente aos demais setores da economia não é nada absurda, ficando em patamares normais com relação ao mercado.

Para se evitar problemas de comparação, por questões metodológicas, optou-se por trabalhar com as maiores empresas de cada segmento. Tal aspecto é fundamental, pois não há como se comparar o desempenho de uma instituição financeira de primeira linha com uma micro-empresa. O mesmo se aplica para uma empresa, de qualquer setor. Dessa forma, as empresas aqui listadas estão todas entre as maiores e melhores do Brasil, o mesmo acontecendo com as instituições financeiras que são as maiores do País.

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Tabela 1: ROE dos Diversos Setores – 2001/2003

2001 2002 2003

Return on Equity Return on Equity Return on Equity

1 Serviços Diversos 37,30 1 Serviços Públicos 27,30 1 Serviços Públicos 42,40

2 Tecnologia e Computação 36,10 2 Atacado e Comércio Exterior 26,25 2 Química e Petroquímica 40,90 3 Atacado e Comércio Exterior 32,15 3 Serviços Diversos 26,05 3 Serviços Diversos 37,05

4 Química e Petroquímica 25,55 4 Mineração 22,65 4 Mineração 34,25

5 Mineração 23,60 5 Serviço de Transporte 21,20 5 Siderurgia e Metalurgia 34,10

6 Farmacêutico 23,20 6 Bancos 20,36 6 Mecânica 33,75

7 Comércio Varejista 21,60 7 Tecnologia e Computação 19,80 7 Papel e Celulose 31,30 8 Siderurgia e Metalurgia 21,25 8 Química e Petroquímica 19,70 8 Serviço de Transporte 29,30 9 Alimentos 20,35 9 Siderurgia e Metalurgia 18,50 9 Atacado e Comércio Exterior 28,25

10 Material de Construção 19,75 10 Alimentos, Bebidas e Fumo 17,30 10

Farmacêutico, Higiene e

Cosméticos 27,60

11 Mecânica 19,00 11 Mecânica 16,95 11 Automotivo 26,20

12 Serviços Públicos 18,00 12 Automotivo 15,20 12 Alimentos, Bebidas e Fumo 24,80

13 Automotivo 16,70 13 Papel e Celulose 14,10 13 Material de Construção 23,70

14 Bancos 16,34 14

Farmacêutico, Higiene e

Cosméticos 12,80 14 Tecnologia e Computação 21,50

15 Papel e Celulose 13,60 15 Comércio Varejista 12,45 15 Comércio Varejista 21,10

16 Construção 13,40 16 Construção 9,85 16 Bancos 18,42

17 Bebidas 12,20 17 Telecomunicações 8,25 17 Construção 15,55

18 Telecomunicações 10,30 18 Plásticos e Borrachas 7,75 18 Plásticos e Borrachas 15,15 19 Plásticos e Borrachas 7,70 19 Material de Construção 6,55 19 Confecções e Têxtil 14,85

20 Eletroeletrônico 2,30 20 Eletroeletrônico -6,35 20 Telecomunicações 10,95

21 Higiene, Limpeza e Cosméticos 1,90 21 Eletroeletrônico 5,30

22 Serviço de Transporte 0,20

Tabela 2: ROE dos Diversos Setores – 2004/2006

2004 2005 2006

Return on Equity Return on Equity Return on Equity

1 Siderurgia e Metalurgia 46,00 1 Serviços Diversos 36,00 1 Mineração 39,30

2 Química e Petroquímica 41,80 2 Siderurgia e Metalurgia 33,80 2 Transporte 36,25

3 Serviços Diversos 41,15 3 Serviços Públicos 32,85 3 Serviços 35,35

4 Serviço de Transporte 35,95 4 Serviço de Transporte 29,50 4

Siderurgia e

Metalurgia 32,05

5 Serviços Públicos 33,35 5 Mineração 27,60 5 Energia 30,90

6 Mineração 31,45 6 Bancos 27,14 6 Farmacêutico 28,95

7 Automotivo 30,05 7

Farmacêutico, Higiene e

Cosméticos 27,10 7 Auto Indústria 27,60

8

Farmacêutico, Higiene e

Cosméticos 29,15 8 Automotivo 25,65 8 Atacado 25,00

9 Mecânica 22,30 9 Atacado e Comércio Exterior 24,45 9 Bens de Consumo 24,25

10 Material de Construção 22,25 10 Química e Petroquímica 22,65 10

Indústria da

Construção 23,20

11 Alimentos, Bebidas e Fumo 21,85 11 Alimentos, Bebidas e Fumo 21,05 11 Bancos 22,31 12 Papel e Celulose 21,05 12 Comércio Varejista 19,25 12 Indústria Digital 22,25

13 Bancos 20,65 13 Eletroeletrônico 18,45 13

Química e

Petroquímica 21,25

14 Atacado e Comércio Exterior 19,15 14 Mecânica 18,35 14 Varejo 20,25

15 Plásticos e Borrachas 18,90 15 Plásticos e Borrachas 17,45 15 Bens de Capital 19,60 16 Tecnologia e Computação 16,40 16 Construção 16,20 16 Eletroeletrônico 19,15

17 Comércio Varejista 15,85 17 Telecomunicações 14,10 17 Têxtil 18,05

18 Telecomunicações 11,95 18 Confecções e Têxtil 13,80 18 Papel e Celulose 12,50 19 Eletroeletrônico 9,15 19 Tecnologia e Computação 12,40 19 Telecomunicações 6,85

20 Construção 6,85 20 Papel e Celulose 11,15

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Análise do Desempenho 2001

A análise do desempenho comparativo das taxas de retorno sobre o patrimônio líquido dos setores, ao longo de 2001, mostra que o setor bancário ficou em décimo quarto lugar, num total de vinte e dois

considerados. O setor foi suplantado em rentabilidade pelos setores de serviços diversos, tecnologia e computação, atacado e comércio exterior, química e petroquímica, mineração, dentre outros. Tal fato serve para ilustrar. Assim como pode ser observado nos demais anos, que o

desempenho do setor pode ser considerado compatível com a média do mercado. As variações observadas ao longo dos anos da pesquisa podem ser consideradas normais e inerentes aos riscos associados às operações dos diversos setores.

Gráfico 2: Desempenho Comparativo 2001

Rentabilidade do patrimônio - 2001 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 Ser viço s D iver sos Tecn olog ia e Com puta ção Ata cado e C om érci o Ex terio r Quí mic a e Pet roqu ímic a Min eraç ão Farm acêu tico Com érci o V arej ista Sid erur gia e M etal urgi a Alim ento s Mat eria l de Con stru ção Mec ânic a Ser viço s Pú blic os Aut om otiv o Ban cos Pap el e Cel ulos e Con stru ção Beb idas Tele com unic açõe s Plá stic os e Bor rach as Ele troel etrô nico Hig iene , Lim peza e C osm étic os Ser viço de Tran spor te

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Análise do Desempenho 2002

No ano de 2002 o setor bancário ficou na sexta posição no ranking geral, de um total de vinte setores. Ainda assim, a rentabilidade média do setor foi superada pelos setores de serviços públicos, atacado e comércio exterior, serviços diversos, mineração e serviço de transporte.

Gráfico 3: Desempenho Comparativo 2002

Rentabilidade do Patrimônio - 2002 -10,00 -5,00 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 Ser viço s Pú blic os Ata cado e C om érci o Ex terio r Ser viço s D iver sos Min eraç ão Ser viço de Tran spor te Ban cos Tecn olog ia e Com puta ção Quí mic a e Pet roqu ímic a Sid erur gia e M etal urgi a Alim ento s, B ebid as e Fu mo Mec ânic a Aut om otiv o Pap el e Cel ulos e Farm acêu tico, Hig iene e C osm étic os Com érci o V arej ista Con stru ção Tele com unic açõe s Plá stic os e Bor rach as Mat eria l de Con stru ção Ele troel etrô nico

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Análise do Desempenho 2003

No ano de 2003 o desempenho do setor bancário, comparativamente aos demais, apresentou uma piora, com os bancos ocupando a décima sexta

posição, num total de vinte e uma possíveis. Vale ressaltar que em todas as comparações estão computados apenas os resultados das maiores empresas de cada setor (10 maiores nos diversos setores, e 9 no caso do setor

bancário). Tal desempenho não pode ser considerado típico de um setor que trabalha com lucratividade acima do normal.

Gráfico 4: Desempenho Comparativo 2003

Rentabilidade do Patrimônio - 2003 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 Ser viço s Pú blic os Quí mic a e Pet roqu ímic a Ser viço s D iver sos Min eraç ão Sider urgi a e Met alur gia Mec ânic a Pap el e Cel ulos e Ser viço de Tran spor te Ata cado e C om érci o Ex terio r Farm acêu tico, Hig iene e C osm étic os Aut omot ivo Alim ento s, B ebid as e Fu mo Mat eria l de Con stru ção Tecn olog ia e Com puta ção Com érci o V arej ista Ban cos Con stru ção Plá stic os e Bor rach as Con fecç ões e Tê xtil Tele com unic açõe s Ele troel etrô nico

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Análise do Desempenho 2004

No ano de 2004, o setor bancário ficou em décimo terceiro lugar, num total de vinte possíveis, o que também não pode ser considerado excepcional. O setor de siderurgia e metalurgia ficou com o primeiro lugar, seguido do de química e petroquímica e de serviços diversos.

Gráfico 5: Desempenho Comparativo 2004

Rentabilidade do Patrimônio - 2004 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 50,00 Sid erur gia e M etal urgi a Quí mic a e Pet roqu ímic a Ser viço s D iver sos Ser viço de Tran spor te Ser viço s Pú blic os Min eraç ão Aut om otiv o Farm acêu tico, Hig iene e C osm étic os Mec ânic a Mat eria l de Con stru ção Alim ento s, B ebid as e Fu mo Pap el e Cel ulos e Ban cos Ata cado e C om érci o Ex terio r Plá stic os e Bor rach as Tecn olog ia e Com puta ção Com érci o V arej ista Tele com unic açõe s Ele troel etrô nico Con stru ção

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Análise do Desempenho 2005

No ano de 2005 o resultado do setor bancário, em termos de

rentabilidade do patrimônio, ficou na sexta colocação. Apesar da melhora, em relação aos anos anteriores, o setor ainda foi superado pela indústria de

serviços diversos, siderurgia e metalurgia, serviços públicos, serviços de transporte e mineração.

Gráfico 6: Desempenho Comparativo 2005

Rentabilidade do Patrimônio - 2005 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 Ser viço s D iver sos Sid erur gia e M etal urgi a Ser viço s Pú blic os Ser viço de Tran spor te Min eraç ão Ban cos Farm acêu tico, Hig iene e C osm étic os Aut om otiv o Ata cado e C om érci o Ex terio r Quí mic a e Pet roqu ímic a Alim ento s, B ebid as e Fu mo Com érci o V arej ista Ele troel etrô nico Mec ânic a Plá stic os e Bor rach as Con stru ção Tele com unic açõe s Con fecç ões e Tê xtil Tecn olog ia e Com puta ção Pap el e Cel ulos e Mat eria l de Con stru ção

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Análise do Desempenho 2006

Em 2006, o setor bancário ficou na décima primeira posição, de um total de vinte possíveis, sendo superado por diversos setores, como por exemplo, o de mineração, transporte, serviços, siderurgia e metalurgia e o de energia, dentre outros.

Gráfico 6: Desempenho Comparativo 2006

Rentabilidade do Patrimônio 2006 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 Min eraç ão Tran spor te Ser viço s Sid erur gia e M etal urgi a Ene rgia Farm acêu tico Aut o In dúst ria Ata cado Ben s de Con sum o Indú stria da Con stru ção Ban cos Indú stria Dig ital Quí mic a e Pet roqu ímic a Var ejo Ben s de Cap ital Ele troel etrô nico xt il Pap el e Cel ulos e Tele com unic açõe s

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4. Conclusões

Pelo apresentado até aqui fica difícil afirmar que o retorno do setor bancário é incompatível com os demais setores da economia. O que se viu foi o contrário. O setor apresenta rentabilidade modesta, comparável à média dos demais setores da economia. Não podemos esquecer que o setor bancário vive um período que pode ser considerado muito bom, em função da grande expansão do crédito. Ainda assim, os seus resultados podem ser considerados modestos quando comparado a alguns outros setores da economia.

A análise da tabela 3 nos apresenta alguns elementos interessantes para reflexão. Em primeiro lugar, fica difícil sustentar que os lucros dos bancos são elevados demais quando se observa que dentre os cinqüenta maiores índices de rentabilidade do patrimônio (ROE) no ano de 2004 não há um banco sequer. O banco melhor colocado, em termos de rentabilidade, no ano considerado foi o Itaú, com a posição de número sessenta.

Quando analisamos o ano de 2005, encontramos os bancos Itaú, na posição quarenta e quatro e o Bradesco na posição 50, o que também não é um indicativo de taxas absurdas de rentabilidade, em termos comparativos.

A análise do ano de 2006 vai na mesma direção, com nenhum banco entre as cinqüenta maiores rentabilidade. O primeiro banco privado, de grande porte no ranking é o Itaú, com a posição de numero sessenta e seis.

Para concluir pode-se dizer que as taxas de rentabilidade sobre o patrimônio obtido pelas instituições financeiras são compatíveis com a média de mercado e refletem, em muito, os ajustes pela busca de eficiência adotado pelo setor bancário desde o plano de estabilização, bem como o investimento massivo em novas tecnologias e em modelos de gestão de

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riscos, de forma a buscar uma maior rentabilidade sobre o patrimônio líquido a ser alocado em suas operações.

Há que se considerar que a rentabilidade do patrimônio líquido (ROE) não é uma medida adequada de valor agregado para os acionistas, pois não considera o custo de oportunidade do capital próprio (patrimônio líquido). Assim, índices de rentabilidade abaixo do custo de oportunidade do capital próprio da empresa podem indicar que mesmo sendo lucrativa a empresa não está agregando valor aos seus acionistas.

O objetivo do presente estudo foi trazer à discussão a rentabilidade do setor bancário em relação aos demais setores da economia. A motivação para tanto foi decorrente do preconceito que existe em relação aos resultados obtidos pelas instituições financeiras. O mostrou que os mesmos não são abusivos, pelo contrário, são compatíveis com os risco inerentes às operações, e só não são menores em função dos investimentos feitos na busca de maior eficiência operacional, bem como em modelos de gestão de riscos mais sofisticados.

Tabela 3: 50 Maiores Rentabilidades do Patrimônio – 2004/2006

Rentabilidade Ano: 2004 Rentabilidade Ano: 2005 Rentabilidade Ano: 2006

1 Dow Agro 238,30 1 Voith Paper 94,40 1 Redecard 86,60

2 Semp Toshiba Inf. 200,90 2 Tenneco 89,90 2 Novelis 64,80

3 Ericsson Eletr. 181,04 3 Redecard 83,20 3 TBG 64,80

4 Redecard 80,70 4 Kobrasco 74,70 4 Visanet 64,60

5 Dixie Toga Nord 60,90 5 Visanet 73,50 5 Tam 63,40

6 Solvay Indupa 57,60 6 Amsted Maxion 65,80 6 AES Tietê 59,10

7 Guerra 57,20 7 Semp Toshiba Inf. 60,80 7 Miner. Serra Grande 57,90

8 Norsul 56,90 8 Nibrasco 58,20 8 Semp Toshiba Inf. 57,80

9 Gol linhas aéreas 55,10 9 MBR 57,80 9 Santa Elisa 52,70

10 Metso Minerals 54,00 10 Telemont 56,60 10 Mantecorp 52,40

11 Canguru Embalag 53,60 11 AES Tietê 55,90 11 Wirex 52,30

12 Agripec 52,70 12 Medial Saúde 54,20 12 Bretas Supermercado 51,20

13 Belgo Siderurgia 52,50 13 Sab Trading 54,00 13 Kobrasco 50,90

14 Voith Paper 52,30 14 PCEL 53,90 14 Protege 50,90

15 MRS 52,10 15 Orbitall 53,10 15 MRS 48,80

16 Aços Villares 49,50 16 Tam 52,50 16 CPFL - Piratininga 47,10

17 Intermédica 49,00 17 Autoban 51,90 17 Dataprev 46,90

18 Politec 48,50 18 MRS 51,70 18 Telemont 46,50

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20 Cosipa 47,90 20 Carbocloro 49,30 20 MBR 44,90

21 Amsted Maxion 47,60 21 Schering-Plough 49,00 21 CBC 44,60

22 Eurofarma 47,50 22 Eurofarma 48,80 22 Engevix 43,80

23 Min. Serra Grande 46,90 23 Astrazeneca 47,00 23 Romagnole 43,30

24 Ericsson 46,70 24 Samarco 46,20 24 Novartis 43,00

25 Rio Negro 46,60 25 Natura 42,20 25 V&M do Brasil 42,60

26 Usiparts 46,20 26 V&M 42,20 26 Newland 42,40

27 Ceg Rio 46,00 27 Dixie Toga Nord 41,60 27 Grupo Delga 42,30

28 CGTF 45,60 28 Aços Villares 40,80 28 Hispanobras 41,00

29 Armco 45,40 29 Romagnole 40,50 29 Stefanini 40,50

30 Schering-Plough 44,40 30 CPFL - Piratininga 38,40 30 Tenneco 40,40 31 Refinaria Ipiranga 43,70 31 Tenarisconfab 38,40 31 Aços Villares 39,80 32 Aes Tietê 43,60 32 Intermédica 37,90 32 Univer Estácio de Sá 39,60

33 MBR 42,40 33 Gol linhas aéreas 37,70 33 AstraZeneca 39,40

34 Orbitall 42,20 34 Unicafé 36,50 34 Natura 38,50

35 Mosaic 42,10 35 Gerdau Açominas 35,90 35 Gol linhas aéreas 38,00

36 Belfam 41,90 36 CBC 34,70 36 Itabrasco 37,60

37 Cia. Petrol. Marlim 41,50 37 Drogaria São Paulo 34,60 37 Nibrasco 37,50

38 Autoban 41,00 38 Unimed BH 34,10 38 Arosuco 37,20

39 Metrô Rio 41,00 39 Sundown 34,00 39 Carbocloro 36,70

40 Visanet 40,10 40 CGTF 33,40 40 Votorantim Met. Zinco 36,30

41 CNT 39,80 41 Lojas Americanas 33,10 41 Clep 36,20

42 Gerdau Açominas 39,80 42 ALL 32,60 42 Unimed BH 35,90

43 Atlas Transportes 39,50 43 CEG Rio 32,30 43 IPQ 35,30

44 Sifco 39,30 44 Itau 31,80 44 Drastosa 35,20

45 Bayer Cropscience 39,20 45 Usiminas 31,70 45 Autoban 34,80

46 Carbocloro 39,20 46 Norsa 31,50 46 Comgás 34,70

47 Marfrig 38,50 47 Norsul 31,50 47 Tegma 34,50

48 Novamarlim Petr. 38,00 48 Cosipa 31,20 48 Tradener 34,30

49 Natura 37,80 49 Contax 30,30 49 Politec 34,00

50 Santher 37,30 50 Bradesco 29,92 50 Fiat 33,80

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