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Boletim Gaúcho de Geografia

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Boletim Gaúcho de Geografia

http://seer.ufrgs.br/bgg

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Associação dos Geógrafos Brasileiros

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Data de publicação - jun, 1999

Associação Brasileira de Geógrafos, Seção Porto Alegre, Porto Alegre, RS, Brasil

A ABORDAGEM DA CIRCULAÇÃO GERAL DA ATMOSFERA NOS LIVROS DIDÁTICOS DE GEOGRAFIA

- ESTUDOS DE CASOS

Cláudio M. Schmitz

Boletim Gaúcho de Geografia, 25: 185-189, jun., 1999.

Versão online disponível em:

http://seer.ufrgs.br/bgg/article/view/39761/26294

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DAATMOSFERA NOS LIVROS DIDATICOS

DE GEOGRAFIA- ESTUDO DE CASOS

Claudio M. Schmitz

*

INTRODU~AO

Este trabalho e o ponto de partida de urn projeto que esta sendo estruturado desde o infcio do ano de 1998, visando analisar como a climatologia esta sendo abordada nos livros de geografia dedicados ao ensino medio. Justamente por estar em estruturac;ao, o estudo ficara circunscrito a urn t6pico especifico, a Circulac;ao da Atmosfera, em duas obras: "0 Espac;o Geografico, Geografia Geral e do Brasil" (1998), de Igor Moreira, e "Geografia Geral, o Espa~o Natural e S6cio-Economi-co" (1992), de Marcos A. Coelho. 0 estudo dos livros e necessaria pais ainda ob-servamos professores que se baseiam estritamente neles e os estudantes dificil-mente buscam informac;oes adicionais. Assim, a informac;ao equivocada e reproduzida, sem a devida (as vezes nenhuma) reflexao e incorporada como "ver-dade". Este ass unto sera retomado com mais detalhe a seguir.

A escolha do t6pico justifica-se par ser possfvel explicar os grandes quadros climaticos (i.e. macroclimas) do planeta, para OS quais e Msica a compreensao dos macroclimas e dos grandes domfnios fitogeograficos, morfoclimaticos e pedol6gi-cos mundiais (para citar alguns exemplos).

Ap6s observar como o assunto foi tratado nas obras, serao feitos comentarios baseados em bibliografia especializada objetivando, ap6s, trac;ar alternativas de explanac;oes. Sera, pais, urn estudo comparativo onde serao apontados, quando pertinente, os possfveis equfvocos e as falhas que sejam fundamentais para o escla-recimento deste assunto tradicionalmente complexo dentro da geografia.

Por fim, a bibliografia pretende oferecer algumas alternativas na busca de explicac;oes mais detalhadas sobre t6picos que, freqiientemente, sao tratados su-perficialmente nos livros didaticos.

A ABORDAGEM NAS OBRAS SELECIONADAS

As duas obras selecionadas tratam de forma deveras sucinta este tema que para muitos e urn dos mais complexos da geografia. Nestas poucas palavras, pais as

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186 I Construindo Reflexoes em Geografia

paginas sao ricas em ilustra~6es, dao-se as diretrizes basicas do assunto. Entretan-to, quando alguns conceitos sao explicitados, ocorrem equfvocos, se comparados as propostas dos livros especializados.

Os comentarios podem iniciar destacando a importfmcia do dominio de cer-tos conteudos basicos, como esta<;6es do ano, rela<;6es Terra-Sol e fisica elementar

(e.g. pressao e gases, densidade, calorimetria e mecanica). Pressupondo-se conhe-cidos os temas supracitados, pode-se introduzir o assunto, comentando, por exem-plo, a origem da circula~iio atmosferica. Neste ponto, nenhuma das obras fala uma linha sequer, contrariamente ao que fazem Tubelis e Nascimento (1980) na entra-da do capitulo dedicado ao assunto, explicando que a origem entra-da Circula<;ao esta na diferen<;a do balan<;o de radia<;ao, associado a heterogeneidade da superficie ter-restre gerando diferen<;as de pressao atmosferica.

E

notavel que nao trata-se de simplifica<;ao por parte dos autores dos livros didaticos a omissao deste esclareci-mento, pois nao ha qualquer conceito inatingivel por estudantes de ensino medio na explica~ao supramencionada.

Uma vez que nao foi explicada a genese da Circula<;ao Primaria, restringem-se os autores a uma descri<;ao das figuras que contem os modelos da circula<;ao da atmosfera.

E

importante inseri-las no texto, pois somente a descri<;ao verbal nao e suficiente, sendo muito mais pratico a observa<;ao conjunta a leitura.

c-Rota\ilo da Terra

- Ventos

FIGURA 1

MODELO DE CIRCULA<;:AO PROPOSTO POR MOREIRA (1998). A CIRCULA<;:AO DE ALTITUDE NAO ESTA CLARA. POR

OUTRO LADO, A ROTA<;:AO E CONSIDERADA, MAS A INFLUENCIA CONTINENTAL NAO (APESAR DE ESTAR DESENHA-DA PARTE DESENHA-DA AMERICA). MODIFICADO DE MOREIRA, 1998.

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Em ambas figuras destaca-se o direcionamento proposto dos ventos. Nos dois casos eles nao sao perpendiculares aos Paralelos, fato que indica a incorpora<;ao no modelo da rota~,;ao planetaria e, conseqiientemente, do efeito de Coriolis. Entre-tanto, no texto de Coelho nao ha men~,;ao sobre o assunto; logo, se urn estudante questiona, quando na leitura (em casa, por exemplo) a explica~,;ao para o direcio-namento, nao tera a resposta no livro. Esta lacuna pode ser preenchida, facilmente, em uma aula conjunta com o professor de ffsica da propria escola.

Outro aspecto que merece revisao cautelosa eo das celulas de circulac;ao em perfil meridional. A maioria dos modelos, incluindo-se os aqui analisados, incorpo-ra a celula de Ferrel na circula~,;ao superior das latitudes medias. Porem, ao estu-dar-se a proposi<;ao de Strahler ( 1960) serao suscitadas interessantes indaga~,;oes

quanto a existencia de tal celula.

FIGURA 2 90° Alta pressiio A Ita pressiio 90° lisios de nordeste lisios de sudeste Ventos polares

MODELO EXTRAiDO DE COELHO (1993). NAO E CONSIDERADA A !NFLUENC!A DOS CONT!NENTES, POREM ADA ROTA<;AO SlM, EM BORA !STO NAO SEJA C!TADO NO TEXTO. A CELULA DE FERREL (ENTRE 30° E 60° DE LATITUDE N E S) ESTA PRESENTE. MODIFICADO DE COELHO, 1993.

Pelo menos no que concerne aos nomes dos "ventos globais" os livros mostra-ram-se coerentes com as propostas mais aceitas. 0 mesmo observa-se nos princi-pais centros de a<;ao ou areas de convergencia/divergencia de ar. A explana~,;ao

acerca dos ciclones e anticiclones tambem e descritiva, sucinta e satisfat6ria, uma vez que cabe ao professor detalha-la.

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188 I Construindo Reflexoes em Geografia

Todavia na obra de Coelho (op.cit.) faz-se urn comentario sobre anticiclones usando como exemplo os furac6es que sao justamente o inverso destes.

Assim, ap6s falar sobre o "geral", os autores vao ampliando a escala1

analfti-ca. Ao comentar a Circula~ao Secundaria, invariavelmente surgem as mon~6es

asiaticas. Af esta outra explica~ao que merece ser revista atenciosamente, uma vez

que a classica proposta de Halley tern alternativas mais concisas, baseadas nos conhecimentos sobre as Correntes de Jato.

FIGURA 3 t' I

.,

'f• I :I

MODELO DE CIRCULA<;:AO ATMOSFERICA PROPOSTO POR STRAHLER (1960). NoTE-SEQUEAS TROCAS DE ENERGIANAS LATITUDES MEDIAS DAD-SE NO PLANO HORIZONTAL E NAO NO VERTICAL COMO NOS TROPICOS. AST =ALTA PRESSAO EXTRATROPICAL; L=C!CLONEEXTRATROPICALE HN =HEMISFERIONORTE. MODIFICADODE STRAHLER (1960).

Feito o comentario sobre as Mon~6es, as obras terminam seu "zoom" ou

re-corte espacial na Circula~ao Terciaria falando do tradicional modelo de brisa

mari-nha/continental.

A GUISA DE CONCLUSAO

Buscou-se neste trabalho de carater inicial apontar possibilidades de debates e revis6es crfticas de assuntos dados muitas vezes por dominados.

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No momenta em que aceita-se explicac;6es, sobretudo aquelas referentes a diniimica da natureza (foco deste trabalho) deve-se ter em mente que elas nao sao leis imutaveis. 0 que pode-se admitir e que a verdade (busca eterna dos homens e das ciencias) e dependente do tempo e do espac;o no qual insere-se. Desta forma, o que e "verdade" hoje e aqui, nao 0 e mais amanhii e em outro local; mas nem por

isso deve-se deixar de executar urn trabalho, dar uma contribuic;ao a esta busca eterna, par ter consciencia de que ela sera superada em questao de tempo. Assim e apresentada abaixo, sucintamente, uma proposic;ao a abordagem da Circulac;ao Geral da Atmosfera.

Pode o professor, ap6s construir com os estudantes os conceitos fundamen-tais ja mencionados, sugerir aproximac;6es de modelos de Circulac;ao Atmosferica. Iniciaria-se entiio com a hip6tese do Planeta possuindo superficie homogenea, sem rotac;ao e sem estac;6es. A partir desta aproximac;ao, pode-se incluir, progressiva-mente, "complicadores" no modelo (lembrando-se que o modelo e uma aproxima-c;ao par definiaproxima-c;ao), inserindo a rotaaproxima-c;ao, e por conseqiiencia Coriolis, as estac;6es ( e a migrac;iio dos centros de ac;iio) e, par fim, os oceanos e os continentes com suas diferentes propriedades fisicas (e.g. calor especffico) e respostas sazonais.

0 que foi apresentado acima niio pretende ser urn "metoda" para explanac;iio da Circulac;iio Geral da Atmosfera. Nas ciencias, o metoda e muito mais que uma sequencia de procedimentos tecnicos e operacionais: ele tern a influencia do pes-quisador, sua visiio de Mundo e seus paradigmas embutidos. Portanto, o objetivo geral foi apresentar uma alternativa, totalmente aberta ao debate e a discussiio e, principalmente, a criatividade dos professores que, nestes tempos de desvaloriza-c;iio profissional, dificilmente encontra espac;o.

REFER~NCIAS BIBLIOGRAFICAS

BARRY, R. G. e CHORLEY, R.

J.

Atmosphere, weather and climate. New York: Ed. Routled-ge, 1992.

COELHO, M.A. Geografia Geral, o espar;o naturale s6cio-econ6mico. Sao Paulo: Moderna, 1993.

MOREIRA, I. 0 espar;o geografico, Geografia Geral e do Brasil. Sao Paulo: Atica, 1998. STRAHLER, A. N. Physical Geography. New York: Ed. Wiley, 1960.

TUBELIS, A. e NASCIMENTO, F.

J.

L. Meteorologia Descritiva, fundamentos e aplicar,;6es brasileiras. Sao Paulo: Nobel, 1992.

Referências

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