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INFORME SOBRE POLÍTICAS E MOVIMENTOS NEGROS SERGIPE

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INFORME SOBRE POLÍTICAS E MOVIMENTOS NEGROS

SERGIPE

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INTRODUÇÃO

Segundo o IBGE, em Sergipe há 63% de pardos e 5% de pretos, totalizando 68% de negros/as. Com relação aos municípios, além de Aracaju, Laranjeiras e São Cristóvão possuem uma importância histórica muito grande. São Cristóvão foi capital da capitania de Sergipe no período colonial, possui uma marcante população negra, um rico acervo histórico e é considerada a quarta cidade mais antiga do Brasil. Laranjeiras, por outro lado, é conhecida como a “África Sergipana”, devido ao contingente de afrodescendentes na sua população. Laranjeiras foi palco de tensões raciais no século XIX, principalmente nos anos de 1835 e 1837. Abriga o Museu Afro-brasileiro de Sergipe, que possui uma exposição permanente de peças ligadas à cultura afro-brasileira. Apesar da importância do Museu, ativistas criticam o fato de a maioria das peças remeterem apenas ao período da escravidão, pontuando a necessidade de intercâmbio com outros museus para a vinda de peças que valorizem o legado civilizatório africano no Brasil.

São notáveis também as festas populares, como Corte do Inhame Nagô, Combate do Lambe Sujo e Caboclinho; essa última revive a memória das lutas entre os negros e índios. No campo religioso, destaca-se o Terreiro Filhos de Obá, tombado pelo Governo do Estado e um dos mais conhecidos de Sergipe.

A visita a esse estado foi articulada pela professora Maria Batista, coordenadora do NEAB/UFSE. No dia 09 de julho, realizamos a primeira reunião, quando entramos em contato com outros professores/as vinculados ao Núcleo, ativistas, gestores/as públicos, além de uma vereadora do município de Aracaju. Registramos a conversa, em áudio e os/as participantes falaram sobre a dinâmica dos movimentos negros no estado, as conquistas e dificuldades. Em seguida, aplicamos o questionário. No segundo dia, realizamos um encontro na Secretaria de Inclusão do Estado de Sergipe, dessa vez contando com mais representantes governamentais e da sociedade civil, muitos dos quais não haviam participado do primeiro encontro.

Ao todo, foram contactadas as seguintes organizações: Sociedade Omoláiyé, Associação Abaô, Terreiro Filhos de Obá, Sociedade Omolaixé, Ilê Axé Odê Mobire, CONEN, Associação Criliber - Criança e Liberdade, Banda Guerreiros Revolucionários, NEAB-UFS, Associação de Capoeira Merleau Ponty, Secretaria da Igualdade Racial de São Cristóvão, Secretaria da Inclusão Racial de Laranjeiras, Secretaria da Igualdade Racial de Nossa Senhora do Socorro, MNU, Grupo de Mulheres Produtoras Quilombolas (GRUMAQ), Associação Luz do Oriente, Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira (INTECAB), Núcleo da Educação da Diversidade e Cidadania (NEDIC) e Coordenação de Políticas de Promoção da Igualdade Racial de Sergipe (COPPIR).

Combinando informações resultantes da aplicação do questionário e registro em áudio dos dois encontros, serão analisadas informações relativas a: movimentos sociais e ONGs, Governo e Universidade.

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I. INFORMAÇÕES GERADAS ATRAVÉS QUESTIONÁRIO

Tipo de Organização e Situação Jurídica: Em Sergipe, 12 instituições atuantes na

questão racial responderam ao questionário. A capital do estado participou com 42% das instituições, seguida dos municípios de Laranjeiras (25%); São Cristóvão (17%), Nossa Senhora do Socorro (8%) e Poço Redondo (8%) (Tabela 1, em anexo). O setor público corresponde a 42% das organizações, sendo as demais constituídas por associações ou movimento, ONG’s e OSCIP’s, instituições religiosas e outras (Tabela 2, em anexo).

As 12 organizações informaram sobre a sua situação legal. Dentre elas, 3 afirmaram estar formalizadas e 5 são do setor público e, nessa condição, consideradas formalizadas por definição. Três afirmaram não estar formalizadas e uma está em processo de formalização (Tabela 3, em anexo).

Tempo de existência: A média de tempo de existência é de 8 anos1. O Ile Axé Abassá Olé Bamiré, de São Cristóvão, é a organização mais antiga, com 57 anos, e 2 não completaram ainda um ano de existência (Tabela 4, em anexo).

Quem atua nas organizações: A média de pessoas atuando nas organizações foi

calculada em 18 indivíduos (Tabela 5, em anexo). Em relação ao sexo, as mulheres são maioria, com 78% das posições de trabalho; em relação à distribuição racial, quase a totalidade das pessoas ocupadas são negras (97%).

Áreas de atuação e público atendido: Em relação às áreas principais de atuação,

registrou-se, de um lado, a elevada importância da educação (83%) e dos direitos humanos e ações afirmativas (83%) e, de outro lado, o pequeno interesse pelas áreas de meio-ambiente (8%), saúde (8%) e informação (8%) (Tabela 6, em anexo). As instituições do Setor Público atuam intensamente nas áreas de direitos humanos e ações afirmativas e educação (80% listaram essas áreas como uma das mais importantes).

A população negra é grupo populacional atendido por 88% das organizações. Em seguida, tem-se a Infância e juventude (75%) e as Comunidades Quilombolas (63%). Entre os grupos populacionais com as menores atenções, temos Lésbicas, gays, bi-sexuais e transgêneros (13%), Outros (13%) e Indígenas (13%) (Tabela 7, em anexo). Em termos médios, as organizações sergipanas atendem anualmente a 980 pessoas. A média mais elevada pertence ao Setor Público, onde uma única organização declarou atender a 2.000 pessoas anualmente2 (Tabela 8, em anexo).

Políticas Públicas e Disseminação de Conhecimento: Foram pesquisadas 5 organizações que se declararam do setor público sergipano: CRAS Quilombola Serra da Guia, de Poço Redondo; a Coordenadoria da Promoção da Igualdade Racial, de São Cristóvão; a Secretaria Municipal da Inclusão Racial, de Laranjeiras, Prefeitura Municipal de Nossa Senhora do Socorro e o Núcleo de Educação da Diversidade e Cidadania, da Secretaria de Educação do Estado, em Aracaju.

1 Três organizações não declararam o tempo de existência.

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A CRAS Quilombola Serra da Guia declarou desenvolver políticas de Educação das relações etnicorraciais, políticas para a comunidade dos terreiros, de fomento à cultura, políticas dirigidas às comunidades quilombolas, políticas de saúde para a população negra e de combate ao racismo institucional. Essas ações são financiadas com recursos orçamentários e são integradas em nível ministerial.

A Secretaria Municipal da Inclusão Racial, de Laranjeiras, desenvolve políticas nas seguintes áreas: Educação das relações etnicorraciais, políticas para a comunidade dos terreiros, políticas dirigidas às comunidades quilombolas e na área de saúde, com recursos orçamentários e integradas em nível estadual e municipal.

Já o Núcleo de Educação da Diversidade e Cidadania da Secretaria de Educação do Estado atua com Educação das Relações Etnicorraciais e com Políticas para as Comunidades Quilombolas. Dispõe apenas de recursos orçamentários e revelou que suas ações são integradas com as demais instâncias de poder. Lamentavelmente, a Coordenadoria da Promoção da Igualdade Racial não respondeu a essas questões.

Três organizações declararam desenvolver atividades de pesquisa em Sergipe: o Instituto de Capoeira Maurice Merleau Ponty, o Fórum Estadual de Juventude Negra de Sergipe e os Amigos da Cultura Mussuguense (Tabela 9, em anexo).

O Instituto de Capoeira Maurice Merleau Ponty foi criado em 2009, com interesse em pesquisas nas áreas de Relações Raciais, História da África, Educação Anti-Racismo, Gênero e Raça, Cultura e Direitos Humanos, não dispondo ainda de produção. O Fórum Estadual de Juventude Negra de Sergipe foi criado em 2007 e o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UEPB, também criado em 2007, possui interesse em pesquisas nas áreas de Relações Raciais, História da África, Educação Anti-Racismo, Gênero e Raça, Cultura, Direitos Humanos e Quilombos. Essa instituição também não declarou produção. Finalmente, Amigos da Cultura Mussuguense, de Laranjeiras, revela interesses em Estudos Culturais e em Quilombos.

II. INFORMAÇÕES GERADAS ATRAVÉS ENTREVISTA E RODA DE CONVERSA MOVIMENTO SOCIAL E ONG’s

O moderno movimento negro em Sergipe começou com a fundação da União de Negros de Aracaju (UNA), na década de 70. Naquele momento, ainda durante a ditadura militar, os movimentos negros começavam a se rearticular depois de mais de 40 anos do fim da Frente Negra Brasileira, a principal organização de afro-brasileiros antes da era Vargas. Em 1986, a UNA avaliou que era necessário estruturar-se em torno do formato legal de ONG, para melhorar sua sustentabilidade. Sendo assim, foi criada, neste mesmo ano, a Sociedade Afro-Sergipana de Estudos e Cidadania (SACI). A SACI tornou-se, a partir daí, a principal organização negra do estado, em termos de volume de ações e de articulação política.

Depois de optar pela institucionalização, aproveitando o boom do terceiro setor no Brasil, a SACI tornou-se conhecida nacionalmente. Porém, devido a uma conjuntura que reduziu sistematicamente os apoios aos movimentos sociais e por divergências ideológicas, a ONG acabou se dissolvendo. Segundo José Pedro, responsável pela

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Coordenação de Igualdade Racial do Estado de Sergipe (COPPIR) e um dos dirigentes da SACI, na época, “a organização ficou dependente de verbas internacionais e não resistiu”. Essa fragilidade foi confirmada por outros participantes do encontro, ao tempo em que confirmaram a importância política daquela organização para o movimento negro sergipano, devido a sua capacidade de intervenção nas políticas públicas e de aglutinação.

Após o fim da SACI, os/as ativistas começaram a realizar projetos dentro de organizações ligadas a outros movimentos, que incorporaram os projetos que estavam sendo desenvolvidos pela organização. O movimento começa, então, a se fragmentar, tornando-se mais debilitado, tanto em termos de recursos como de articulação política.

Em nossa visita, não foram identificadas iniciativas do movimento social tão importantes como a SACI, no estado. Atualmente, a ênfase dirige-se para quilombos e movimento contra a intolerância religiosa.

Segundo a Fundação Cultural Palmares, Sergipe possui 36 comunidades quilombolas. O programa Sergipe Quilombola, do governo estadual, está realizando um diagnóstico da situação desses territórios e, só em 2008, a primeira comunidade foi reconhecida pelo INCRA, a Lagoa dos Campinhos, que possui 101 famílias. Em se tratando de quilombo urbano, a Fundação reconheceu, em 2007, a comunidade Maloca, formada por 70 famílias.

Ficou uma impressão de que os religiosos vêm assumindo a pauta dos movimentos negros e que há insatisfação em relação ao movimento negro tradicional, no que diz respeito à cooptação política. Acreditam que os terreiros ainda não incorporam o discurso do movimento negro e, segundo uma entrevistada, “A prática da questão racial nos terreiros é praticamente inexistente”. “Chega o povo de santo ser massa de manobra na mão das pessoas, por falta de conhecimento”, afirmou uma Ialorixá. Formada em comunicação, ela tem um espaço semanal na Rádio Educadora sobre as questões relacionadas às religiões de matriz africana.

Os terreiros de Sergipe são organizados nas seguintes articulações: Sociedade Organizada das Religiões de Matriz Africana (SORMARESE); INTERCAB; Coordenação Nacional dos Afro-Religiosos (CENARAB), que tem assento na CONEN e no Conselho das Ialorixás.

Segundo entrevistados, a liderança mais antiga dentro do movimento social em Sergipe é o militante Severo D’Acelino3

, diretor da Casa de Cultura Afro Sergipana, fundador do Movimento Negro contemporâneo de Sergipe. D’Acelino é também poeta, dramaturgo, ator, compositor, contista, pesquisador, conferencista e coreógrafo.

A Associação Abaô de Arte Educação e Cultura Negra existe há 15 anos, tem parceiros como o Grupo Omolaê, IPAESE (Escola de Surdos), Centro de Criatividade e trabalha com capoeira, discussões sobre religiosidade, apresentação

3 Infelizmente não foi possível encontrar Severo D´Acelino, nos dois dias em que estivemos em Sergipe. Mais

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de filmes, discussões sobre a temática racial em escolas, além de ser um Ponto de Cultura.

O Grupo de Mulheres Produtoras Quilombolas (GRUMAQ) trabalha com produção, em estilo cooperativa, de artesanatos, crochê, tapeçaria, na comunidade quilombola Mussuca, em Laranjeiras. A organização foi impulsionada pela antiga SACI, que fomentou a criação do grupo. São as próprias mulheres quilombolas que produzem e distribuem os artesanatos.

GOVERNO

Participaram dos encontros 3 três órgãos governamentais de promoção da igualdade racial. No âmbito estadual, a COPPIR, vinculada à Secretaria Estadual do Trabalho. O coordenador da COPPIR é um ex-dirigente da Saci, José Pedro Neto. A COPPIR foi criada em julho de 2007 com o objetivo de elaborar políticas públicas de igualdade racial. Uma das metas é criar o Conselho de Promoção da Igualdade Racial (CEPIR), como anunciado na última conferência pelo Secretário do Trabalho, José Macedo Sobral. Uma das principais ações realizadas foi a Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial, este ano, que reuniu 250 pessoas que discutiram os temas Terra, Educação, Cultura, Trabalho e Renda, Saúde e Prevenção à Violência. Na avaliação de Pedro Neto, a estrutura deficiente dificulta as ações. “Fico apenas eu em uma sala, com um computador e internet”, revelou. Os dois outros órgãos foram o Comitê Estadual de Comunidades Quilombolas, que dialoga com o INCRA no sentido de outorgar titulação de terras para as comunidades quilombolas, e o Fórum Permanente de Diversidade Étnico-Racial na Educação. A coordenadora do Fórum, Sônia Oliveira, é oriunda do movimento negro e trabalha na Secretaria de Inclusão e Assistência Social, sendo responsável pela política para os Terreiros. Sônia também é coordenadora do OMOLÁIYÉ, que desenvolve projetos de igualdade racial e combate à intolerância religiosa.

O Núcleo de Educação e Cidadania (NEDIC), coordenado pela Sra. Maria da Conceição, vem implementando, com dificuldades, a Lei 10.639 no estado. Um dos pontos críticos é que as técnicas do Núcleo admitem não ter conhecimento acerca da temática com que trabalham.

Os gestores/as das secretarias presentes avaliaram a possibilidade de criar, em nível estadual, o Fórum de Políticas de Promoção Racial (FPIR), que seria um espaço de formação e articulação dos gestores/as para uma melhor eficácia nos diálogos com os demais órgãos.

Givalda Maria Santos, secretária Municipal de Inclusão Racial de Laranjeiras e liderança comunitária do Quilombo de Mussuca, é a presidente do Partido dos Trabalhadores na cidade, ex-secretária da Cultura e, a pedido da prefeita, solicitou a criação da Secretaria de Inclusão para desenvolver políticas para as comunidades negras da cidade. Givalda ressalta as dificuldades que enfrenta para desenvolver a política de igualdade racial, devido à falta de infra-estrutura: “Tenho uma sala com um computador e só agora colocaram um telefone”. A secretária é também ativista

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do MNU, apesar de a organização “não permitir que seus membros ocupem cargos públicos”.

João Bosco, militante do Partido Comunista, é o gestor da pasta de promoção da igualdade racial da cidade de Socorro. Falou de sua intenção de realizar ações necessárias com este enfoque, mas também da condição de classe social, considerada por ele como até mais importante que o pertencimento racial.

Rosângela Santana é uma das defensoras da igualdade racial dentro da Câmara de Vereadores de Aracaju e realizou, recentemente, um seminário com lideranças negras e indígenas.

UNIVERSIDADE

O NEAB/UFS é coordenado, como mencionado, por Maria Batista Lima, doutora em educação pela PUC-RJ e que parece ter uma relação próxima com os movimentos negros da região. Em 2005, segundo pesquisa do próprio NEAB, 80% dos estudantes da Universidade Federal de Sergipe eram contra as cotas mas, apesar da resistência de muitos setores da Universidade, em 2008 foi aprovado o sistema. A iniciativa contou com o protagonismo do NEAB, que participou do Programa de Ações Afirmativas (PAFFF), instância criada para elaborar os critérios de admissão dos estudantes.

São professores atuantes no Núcleo: Maria Batista (Educação), Paulo Neves (Sociologia), Frank Nilton Marcon (Sociologia), Hippolyte Brice Sogbossi, beninense e ex-coordenador do NEAB, Wellington Bomfim, que também participa do Grupo ABAÔ de Capoeira Angola, que é um Ponto de Cultura. Identificamos um Curso de Pós-Graduação em Africanidades na Faculdade Pio X, em Aracaju, no qual a Ialorixá Maria Angélica Oliveira leciona.

III. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Em nossa visita ficou evidenciado que o Movimento Negro em Sergipe vivencia um momento de rearticulação, com inserção de novos agentes políticos dentro da agenda de promoção da igualdade racial. Se, por um lado, essa entrada de novos/as agentes tem ampliado o raio de ação do movimento tradicional, hoje fragilizado, após a extinção da SACI, por outro provoca mais divergência na condução das políticas.

O estado possui sítios históricos e culturais muito importantes para a cultura afro-brasileira, mas são pouco conhecidos e aproveitados, como o caso do Museu Afro mais antigo do Brasil e das cidades históricas de Laranjeiras e São Cristóvão.

Alguns/mas quilombolas de Mussuca estão cursando a universidade, sendo que Givalda, liderança política e secretária do órgão de promoção da igualdade racial de Laranjeiras, já concluiu a graduação e tenta a pós-graduação strito sensu, e já cumpriu todos os créditos como aluna especial no mestrado em educação da UFS.

Há organismos de promoção da igualdade racial na administração pública, mas esses não possuem pessoal ou infra-estrutura para realizar as ações ou articular

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com outros órgãos para que o façam. O uso das mídias é outra fragilidade identificada. Não foram identificados portais ou jornais impressos regulares voltados para a questão racial, evidenciando a necessidade de criação de mecanismos de comunicação do Movimento Negro, pois a ausência de veículos dessa natureza inviabiliza a troca de informações entre as iniciativas, além de prejudicar a visibilidade das ações em curso.

É evidente o descontentamento dos/as militantes mais antigos em relação à prática política de novos/as ativistas, que alguns afirmam não possuir uma formação política adequada, sobretudo os que atuam nessas duas áreas: religião e quilombos. Por outro lado, novos/as ativistas acusam o movimento tradicional de não dialogar com as bases nos segmentos comunitários.

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TABELAS SERGIPE

Tabela 1

Localização das organizações. Sergipe, 2009

Aracaju 5 41,7

Laranjeiras 3 25,0

Nossa Senhora do Socorro 1 8,3

Poço Redondo 1 8,3

São Cristovão 2 16,7

Total 12 100

Fonte: CEAFRO, Pesquisa direta

Número de organizações Distribuição (%) Município Tabela 2

Tipo de organização. Sergipe, 2009

Número Distribuição % Associação ou movimento 3 25,0 ONG ou OSCIP 3 25,0 Instituição religiosa 0 0,0 Setor Público 5 41,7 Outros 1 8,3 Total 12 100

Fonte: CEAFRO, Pesquisa direta

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Tabela 3

Situação legal das organizações segundo o tipo. Sergipe, 2009.

Tipo de organização Associação ou movimento 1 2 3 ONG ou OSCIP 2 1 3 Instituição religiosa 0 Setor Público 5 5 Outros 1 0 1 Total (1) 3 1 3 5 12

Fonte: CEAFRO, Pesquisa direta

Notas: (1) Algumas organizações não declararam sua condição legal ou seu tipo. Situação legal Em processo de formalização Não formalizada Organização do Setor Público Total (1) Formalizada Tabela 4

Tempo médio de existência das organizações segundo o tipo. Sergipe, 2009

(Em anos) Associação ou movimento 4 2 2,83 ONG ou OSCIP 2 3 1,52 Instituição religiosa - - -Setor público 1 3 1,73 Outros 57 1 . Total 8 9 18,43

Fonte: CEAFRO, Pesquisa direta

Tempo médio de existência

Número de

organizações Desvio padrão Tipo

Tabela 5

Média de pessoas ocupadas por tipo de organização. Sergipe, 2009

Associação ou movimento 46 2 20,51 ONG ou OSCIP 18 3 9,00 Instituição religiosa Setor Público 4 4 3,59 Outros Total 18 9 19,01

Fonte: CEAFRO, Pesquisa direta

Tipo Média de pessoas

Número de

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Tabela 6

Principais áreas de atuação das organizações por tipo. Sergipe, 2009

Total de Organizações 12 3 3 5 1

Arte e Cultura 8 2 3 2 1

Educação 10 2 3 4 1

Meio-Ambiente 1 2

Emprego, Trabalho e Renda 6 2 1 2

Saúde 1 1 1

Dir. humanos /Ações Afirmativas 10 3 3 4

Informação 1 1

Outra

Fonte: CEAFRO, Pesquisa direta

NOTA (1) Algumas organizações indicaram um número divergentes de áreas de atuação. Áreas de Atuação Associação ou Movimento Outros Número de Organizações ONG ou OSCIP Instituição Religiosa Setor Público Tabela 7

Publicos preferencias das organizações por tipo. Sergipe, 2009

Total de Organizações 8 3 3 5

Lésbicas, gays, bi-sexuias e trangêneros 1 1

Quilombolas 5 2 1 2 Mulheres negras 4 1 2 1 População negra 7 2 2 2 Índígenas 1 1 Infancia e juventude 6 3 3 Outro 1 1

Fonte: CEAFRO, Pesquisa direta

NOTA (1) Algumas organizações indicaram um número divergente de áreas de atuação. Instituição Religiosa Setor Público Outros Áreas de Atuação Número de Organizações Associação ou Movimento ONG ou OSCIP

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Tabela 8

Número médio de pessoas atendidas no ano por tipo de organização. Sergipe, 2009

Associação ou movimento 1150 2 1202,08 ONG ou OSCIP 300 2 282,84 Instituição religiosa - - -Setor Público 2000 1 0,00 Outros - - . Total 980 5 941,81

Fonte: CEAFRO, Pesquisa direta

Tipo Média de pessoas

Número de

organizações Desvio padrão

Tabela 9

Número de organizações que desenvolvem pesquisa. Alagoas, 2009

Número Distribuição % Associação ou movimento 2 66,7 ONG ou OSCIP 1 33,3 Instituição religiosa Setor Público Total 3

Fonte: CEAFRO, Pesquisa direta

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