DIREITO PREVIDENCIÁRIO
BENEFÍCIOS POR
INCAPACIDADE
GIOLIANO ANTUNES DAMASCENO
Defensor Público Federal-Chefe
Titular do 2º Ofício de Direito Previdenciário
Escola Superior da Defensoria Pública do
Estado do Maranhão
ESTRUTURA DO CURSO
BENEFÍCIOS POR INCAPACIDADE
1 - BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
POR INCAPACIDADE
2 - BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DE
PRESTAÇÃO CONTINUADA À PESSOA
PORTADORA DE DEFICIÊNCIA E À
PESSOA IDOSA
BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS
POR INCAPACIDADE
• auxílio doença
• aposentadoria por invalidez
• auxílio acidente
1.1 REQUISITOS LEGAIS
a) GENÉRICOS
• Qualidade de Segurado
• Carência
QUALIDADE DE SEGURADO
• É o vínculo do segurado com a Previdência Social
• É adquirida através do exercício de atividade remunerada pelos segurados obrigatórios (art. 9º,
parágrafo 12, do Dec. 3048/99).
• A filiação na qualidade de segurado facultativo representa ato volitivo, gerando efeito somente a
partir da inscrição e do primeiro recolhimento, não podendo retroagir e não permitindo o
pagamento de contribuições relativas a
competências anteriores à data da inscrição (art. 11, parágrafo 3º, Dec. 3048/99)
Hipóteses extraordinárias de manutenção
da qualidade de segurado: Período de
Graça (art. 15, da lei 8213/91)
Em regra, é mantida a qualidade de segurado
somente enquanto houver contribuição.
Entretanto, independente de contribuição,
mantém-se a qualidade de segurado nas
seguintes hipóteses:
- sem limite de prazo, quem está em gozo de
benefício;
Exemplo: sujeito em gozo de auxílio doença
Obs. 1: Mesmo que o benefício não tenha sido implantado, se ficar comprovada a aquisição do direito, a qualidade de segurado é mantida.
Exemplo: falecido que tinha direito ao auxílio doença quando do óbito pode gerar direito a pensão por morte ao dependente.
EMEN: PREVIDENCIÁRIO - REVISÃO DE BENEFÍCIO - QUALIDADE DE SEGURADO - PERDA - CORREÇÃO MONETÁRIA - TERMO INICIAL. 1. Não perde a
qualidade de segurado o trabalhador que deixa de recolher as contribuições aos cofres da Previdência mesmo que por período superior a 12 meses em razão de enfermidade que o acomete. 2. Correta a decisão que manda
aplicar a correção monetária a partir de quando devidas as prestações em atraso. Compatibilidade das Súmulas nº 43 e 148/STJ. 3. Recurso não conhecido. ..EMEN: (RESP 199800302948, ANSELMO SANTIAGO - SEXTA TURMA, DJ DATA:16/11/1998 PG:00129 ..DTPB:.)
- até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração.
OBS.: É garantida a manutenção da qualidade de segurado até 12 meses após o término do auxílio doença (Dec. 3048/99, art. 13, inciso II);
-até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória
- até 12 (doze) meses após o livramento, o
segurado retido ou recluso;
- até 3 (três) meses após o licenciamento, o
segurado incorporado às Forças Armadas para
prestar serviço militar;
- até 6 (seis) meses após a cessação das
contribuições, o segurado facultativo.
Art. 15, § 1º, da Lei 8213/99: O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado.
§ 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social.
.EMEN: PREVIDENCIÁRIO. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO. MANUTENÇÃO DA QUALIDADE DE SEGURADO. ART. 15 DA LEI 8.213/91. CONDIÇÃO DE DESEMPREGADO. DISPENSA DO REGISTRO PERANTE O MINISTÉRIO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. COMPROVAÇÃO DA SITUAÇÃO DE DESEMPREGO POR OUTROS MEIOS DE PROVA. 2. Segundo entendimento da Terceira Seção desta Corte, a ausência de registro perante o Ministério do Trabalho e da Previdência Social poderá ser suprida quando for comprovada a situação de desemprego por outras provas constantes dos autos, inclusive a testemunhal.
MINISTÉRIO COMPETENTE QUANDO A SITUAÇÃO DE DESEMPREGO FOR AFERIDA POR OUTRAS PROVAS. PEDIDO NÃO VEICULADO NAS RAZÕES DO RECURSO ESPECIAL. INOVAÇÃO DE TESE. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO."A ausência de anotação laboral na CTPS do requerido não é
suficiente para comprovar a sua situação de desemprego, já que não afasta a possibilidade do exercício de atividade remunerada na informalidade." (Pet 7115/PR,
Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, TERCEIRA SEÇÃO, DJ 06/04/2010) (AgRg no AREsp 13.701/SC, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 03/05/2012, DJe 10/05/2012)
PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. QUALIDADE DE SEGURADO. DEPOIMENTO PESSOAL INSUFICIENTE. DESEMPREGO. PERÍODO DE GRAÇA ESTENDIDO. UNIÃO ESTÁVEL. PROVA MATERIAL E TESTEMUNHAL SUFICIENTE. PEDIDO PROCEDENTE. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS E HONORÁRIOS. 2. "A inexistência de anotação na CTPS do segurado após a cessação
do vínculo laboral anterior é suficiente para demonstração da situação de desempregado (...) (AMS 2000.38.02.004414-0/MG, Rel. Desembargador Federal José
Amilcar Machado, Primeira Turma, e-DJF1 p.179 de 20/10/2009)". (AC 200233000225372, JUIZ FEDERAL FRANCISCO HÉLIO CAMELO FERREIRA, TRF1 - 1ª TURMA SUPLEMENTAR, e-DJF1 DATA:03/02/2012 PAGINA:1169.)
§ 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do
prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e seus parágrafos.
Fim do último vínculo Início perído de graça Fim período de graça Mês posterior ao fim do período de graça Prazo para pagamen to da contribui ção previden ciária Dia seguinte ao fim do prazo para pagamen to da contribui ção 12 de março de 2010 13 de março de 2010 13 de março de 2012 Abril de 2012 15 de maio de 2012 16 de maio de 2012
CARÊNCIA
Período de carência é o número mínimo
de contribuições mensais indispensáveis
para que o beneficiário faça jus ao
benefício, consideradas a partir do
transcurso do primeiro dia dos meses
de suas competências.
OBS.: ainda que o sujeito trabalhe 1 dia
no mês e recolha proporcionalmente
sobre esse valor, para efeito de carência,
é considerado o mês cheio.
O período de carência é contado (Art. 28, Dec. 3048/99):
I - para o segurado empregado e trabalhador avulso, da data de filiação ao Regime Geral de Previdência Social; e
II - para o segurado empregado doméstico, contribuinte
individual, observado inclusive o segurado especial que contribui na forma do § 2o do art. 200, da data do efetivo recolhimento da primeira contribuição “sem atraso”, não sendo consideradas para esse fim as contribuições recolhidas com atraso referentes a competências anteriores o disposto no § 4o do art. 26, e facultativo, observado, quanto ao segurado facultativo, o disposto nos §§ 3o e 4o do art. 11.
PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. RECOLHIMENTO DE PRESTAÇÕES EM ATRASO. CÔMPUTO PARA EFEITO DE CARÊNCIA. ART. 27 DA LEI Nº 8.213/91. IMPOSSIBILIDADE. 2. O artigo 27 e seu inciso II da Lei 8.213/91 dispõem que para cômputo do período de carência serão consideradas as contribuições realizadas a contar da data do efetivo pagamento da primeira contribuição sem atraso, não sendo consideradas para este fim as contribuições recolhidas com atraso referentes a competências anteriores, no caso dos segurados empregado doméstico, contribuinte individual, especial e facultativo, referidos, respectivamente, nos incisos II, V e VII do art. 11 e no art. 13. 3. Para o deslinde da questão é fundamental observar se quando do recolhimento das contribuições em atraso o requerente ainda mantinha a qualidade de segurado. Isto porque, segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, o qual é acolhido inclusive pela autarquia previdenciária, consoante orientação contida no artigo 52 da Instrução Normativa do INSS 084/2002 [atual art. 156, da IN 45/2010], será computado para efeito de carência os recolhimentos de contribuinte individual, ainda que efetuados em atraso, desde que não tenha havido a perda da qualidade de segurado. (AC 200438020006949, JUÍZA FEDERAL CLÁUDIA OLIVEIRA DA COSTA TOURINHO SCARPA (CONV.), TRF1 - SEGUNDA TURMA, e-DJF1 DATA:05/07/2012 PAGINA:421.)
Art. 26, § 4º, Decreto 3048/99: Para efeito de carência, considera-se presumido o recolhimento das contribuições do segurado empregado, do trabalhador avulso e, relativamente ao contribuinte individual, a partir da competência abril de 2003, as contribuições dele descontadas pela empresa na forma do art. 216.
Art. 36. Para o segurado empregado doméstico que, tendo satisfeitas as condições exigidas para a concessão do benefício requerido, não comprovar o efetivo recolhimento das contribuições devidas, será concedido o benefício de valor mínimo, devendo sua renda ser recalculada quando da apresentação da prova do recolhimento das contribuições.
:
Elementos de prova da carência (trabalhador urbano): CNIS, CTPS, extratos de conta de FGTS, dados do CAGED, contracheques, recibos de salário
.EMEN: PREVIDENCIÁRIO. TEMPO DE SERVIÇO. RECLAMATÓRIA TRABALHISTA. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. SENTENÇA NÃO FUNDAMENTADA EM PROVAS DOCUMENTAIS E TESTEMUNHAIS.
INÍCIO DE PROVA MATERIAL NÃO-CARACTERIZADO. 1. Segundo
entendimento pacífico desta Terceira Seção, a sentença trabalhista será admitida como início de prova material, apta a comprovar o tempo de serviço,
caso ela tenha sido fundada em elementos que evidenciem o labor exercido na função e o período alegado pelo trabalhador na ação previdenciária. Súmula n.
168/STJ. 3. Agravo regimental improvido. ..EMEN:
(AERESP 201103029998, JORGE MUSSI, STJ - TERCEIRA SEÇÃO, DJE DATA:05/12/2012 ..DTPB:.)
A Súmula 31 da TNU dispõe que “A anotação na CTPS decorrente de sentença trabalhista homologatória constitui início de prova material para fins
PREVIDENCIÁRIO - PROCESSUAL CIVIL - APELAÇÃO -
INTEMPESTIVIDADE - PENSÃO POR MORTE - CÔNJUGE - CARÊNCIA - CTPS - ACORDO HOMOLOGADO PELA JUSTIÇA DO TRABALHO -
RECONHECIMENTO "POST MORTEM" - QUALIDADE DE SEGURADO - TERMO INICIAL DO BENEFÍCIO - CORREÇÃO MONETÁRIA - JUROS - HONORÁRIOS. 3. Consoante entendimento jurisprudencial, a anotação na
CTPS mediante determinação da Justiça do Trabalho, antes de alcançado o prazo prescricional de 02 (dois) anos, constitui prova material plena, para fins previdenciários (AC 93.01.27111-7/MG, Rel. Juiz Carlos Fernando Mathias; AC 96.01.40848-7/MG, Rel. Conv. Juiz Lourival Gonçalves de Oliveira). 4. Não fora isso, a jurisprudência também tem proclamado que "as anotações feitas na Carteira de Trabalho e Previdência Social gozam de presunção juris tantum, consoante preconiza o Enunciado nº 12 do Tribunal Superior do
Trabalho e da Súmula nº 225 do Supremo Tribunal Federal.
(AC 200501990642775, JUIZ FEDERAL ITELMAR RAYDAN EVANGELISTA (CONV.), TRF1 - PRIMEIRA TURMA, e-DJF1 DATA:26/08/2008 PAGINA:159.)
PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REMESSA
OFICIAL. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADORA RURAL. INÍCIO RAZOÁVEL DE PROVA MATERIAL.
COMPLEMENTAÇÃO POR PROVA TESTEMUNHAL. IDADE MÍNIMA. RECONHECIMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS. 1. Requisito etário: 14.09.2003 (autora nascida em
14.09.1948). Carência: 11 anos. 2. Início de prova material: a
CTPS da parte autora com anotações de trabalho rural, no período de 18.05.2000 a 16.08.2000, é considerada prova plena do período nela registrado e início de prova material para o restante do período de carência. 8. Apelação e Remessa oficial,
parcialmente providas, nos termos dos itens 5 e 6.
(AC 200901990209296, JUIZ FEDERAL CLEBERSON JOSÉ ROCHA (CONV.), TRF1 - SEGUNDA TURMA, e-DJF1
Período de carência
• Auxílio doença e aposentadoria por invalidez:
12 meses (art. 25, inciso I, da Lei 8213/91)
• Auxílio acidente: independe de carência (art.
26, inciso I, da Lei 8213/91)
Art. 26, da Lei 8213/91: Independe de carência a
concessão de auxílio-doença e aposentadoria por
invalidez nos casos de:
I - Acidente de qualquer natureza ou causa;
II - Doença profissional: aquela produzida ou
desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a
determinada atividade e constante da respectiva
relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da
Previdência Social (art. 20, inciso I, da Lei 8213/91);
Exemplo: telefonista que adquire distúrbio auditivo ou
um digitador que adquire LER
III - Doença do trabalho: a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente (art. 20, inciso II, da Lei 8213/91);
Exemplo: bancário que, vítima de assédio moral, adquire depressão OBS.: A mencionada lista consta do Anexo II, do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048/99 e é apenas exemplificativo.
Art. 20, § 2º, da Lei 8213/91: Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.
IV - Doenças ou afecções especificadas em lista
elaborada pelos Ministérios da Saúde, do Trabalho
e da Previdência Social, com especificidades e
gravidades que as façam merecer tratamento
particularizado.
Exemplo: HIV, cardiopatia grave, hanseníase,
dentre outras (ver IN INSS/PRES N. 45/2010, art.
152, inciso III).
Art. 24, parágrafo único, da Lei 8213/91. Havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições anteriores a essa data só serão computadas para efeito de carência depois que o segurado contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com, no mínimo, 1/3 (um terço) do número de contribuições exigidas para o cumprimento da carência definida para o benefício a ser requerido.
Exemplo: pessoa recolhe 8 meses e é demitida. Passa 30 meses sem recolher e volta a trabalhar. Nesse caso, ela precisa pagar mais 4 contribuições, para contar, como carência do auxílio doença, o período recolhido anteriormente.
Segurado especial não precisa de
carência
Art. 39, da Lei 8213/91. Para os segurados especiais,
referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, fica
garantida a concessão:
I - de aposentadoria por idade ou por
invalidez, de auxílio-doença, de auxílio-reclusão ou
de pensão, no valor de 1 (um) salário mínimo, desde
que comprove o exercício de atividade rural, ainda
que de forma descontínua, no período,
imediatamente anterior ao requerimento do
benefício, igual ao número de meses
correspondentes à carência do benefício
requerido;
Prova da atividade rural
Art. 55, § 3º, da Lei 8213/91: A comprovação do
tempo de serviço para os efeitos desta Lei,
inclusive mediante justificação administrativa ou
judicial, conforme o disposto no art. 108, só
produzirá efeito quando baseada em início de
prova material, não sendo admitida prova
exclusivamente testemunhal, salvo na ocorrência
de motivo de força maior ou caso fortuito,
conforme disposto no Regulamento.
SÚMULAS IMPORTANTES
Súmula 149, STJ: A prova exclusivamente testemunhal não
basta à comprovação da atividade rurícola, para efeito da
obtenção de benefício previdenciário.
Súmula 34, TNU: Para fins de comprovação do tempo de
labor rural, o início de prova material deve ser
contemporâneo à época dos fatos a provar.
Súmula 41 da TNU: A circunstância de um dos integrantes
do núcleo familiar desempenhar atividade urbana não
implica, por si só, a descaracterização do trabalhador rural
como segurado especial, condição que deve ser analisada
no caso concreto.
Documentos que comprovam a condição de
segurado especial
Ficha de cadastro no INSS com segurado especial, certidão
eleitoral e o espelho respectivo; título de eleitor; cadastro
escolar e ficha de matrícula dos filhos (em que conste a
ocupação de lavrador); ficha de cadastro em postos de saúde
(em que conste a ocupação de lavrador); certidão de
casamento; certidão de casamento religioso; certidão de
batismo de filhos; certidão de nascimento dos filho; certidão
de cadastro no SIPRA; documentos da terra onde trabalha
(se for propriedade de outra pessoa, importante que ela
preste depoimento); carteira do sindicato; guias de
recolhimento sindical; declaração do Estado referente a
trabalho em terras devolutas; documentos de benefícios
REQUISITO ESPECÍFICO:
INCAPACIDADE LABORATIVA
• CONCEITO: aptidão reduzida ou impossibilidade de
atingir exigências ocupacionais, como resultado de
uma
debilidade
e
outros
fatores
associados
(Classificação Internacional de Funcionalidades,
Incapacidade e Saúde – CIF).
• DEBILIDADE: perda de função fisiológica,
psicológica ou de estrutura anatômica
OBS.: A mensuração da incapacidade laborativa requer
uma avaliação das alterações mórbidas em correlação com
as
exigências
profissionais
da
função
exercida
(profissiografia – tarefas essenciais e complementares
envolvidas).
Importante anexar a CTPS, declarações de outros
funcionários da empresa esclarecendo as atividades
executadas pelo trabalhador, contracheques que façam
menção ao cargo.
Incapacidade social
Importante considerar também os fatores extradoença:
idade do trabalhador, condições sociais e econômicas,
local de moradia, circunstâncias do mercado de trabalho,
práticas de preconceito, políticas públicas , escolaridade,
sexo.
Convenção Internacional sobre os Direitos da Pessoa com
Deficiência, promulgada pelo Decreto 6949/2009: art. 1º:
Pessoas com deficiência são aquelas que têm
impedimentos de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, os quais, em interação com
diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e
efetiva na sociedade em igualdades de condições com as
DIREITO PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO. CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ DESDE CESSAÇÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA. ARTIGO 43 DA LEI 8213/91. PRECEDENTE. 2 - Tratando-se de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez, o Julgador firma sua convicção, via de regra, por meio de prova pericial. Tendo a Autora se
submetido a exame médico-pericial judicial, este, apesar de aferir ser a mesma portadora de Hipertensão Arterial Severa, não foi concludente pela incapacidade definitiva para toda e qualquer atividade laborativa. Todavia, a orientação jurisprudencial é de que há que se perquirir, também, as condições pessoais do segurado para se analisar a possibilidade, ou seja, sua viabilidade de retorno às atividades de trabalho. 3 - A decisão agravada
destacou a existência de alguns fatores impeditivos, tais como a idade avançada da Autora (62 anos – fl. 81), competitividade do mercado de trabalho, escassez de emprego, bem como o seu grau de escolaridade, não sendo razoável imaginar que a mesmo pudesse desempenhar qualquer atividade laborativa diversa da exercida anteriormente (lavadeira), que lhe garantisse a subsistência. (REO 200502010109139, Desembargadora Federal MARCIA HELENA NUNES/no afast. Relator, TRF2 - PRIMEIRA TURMA ESPECIALIZADA, DJU - Data::19/12/2008 - Página::29.)
OBS. : O risco de agravamento da doença/lesão
decorrente do exercício profissional deve ser
avaliado de forma adequada, pois ele, por si só,
pode caracterizar a incapacidade.
Súmula 72 da TNU: É possível o recebimento de
benefício por incapacidade durante período em
que houve exercício de atividade remunerada
quando comprovado que o segurado estava
incapaz para as atividades habituais na época em
que trabalhou.
Classificação da incapacidade
Total
• Redução da capacidade em grau tal que o sujeito fica impossibilitado de exercer sua função habitual de
acordo com a média de rendimento da categoria Parcial • Perda da capacidade, impossibilitando atingir a média de rendimento da categoria, porém a capacidade residual ainda permite realizar a mesma função, sem risco ou agravamento. Há um ganho salarial somente aproximado ao anterior (auxílio acidente)
Classificação da incapacidade
Temporária
• Quando se pode esperar recuperação à condição anterior
permanente
• Quando não houver expectativa de
reversibilidade à situação anterior
Classificação da incapacidade
•Uniprofissional: relacionada a uma função/profissão
•Multiprofissional: relacionada a várias
funções/profissões
•Omniprofissional: for de abrangência geral, para todas
as funções
Importância da data do início da incapacidade
a) Verifica-se o cumprimento dos requisitos qualidade de
segurado e carência;
b) Verificar se a incapacidade é pré-existente à filiação
c) Fixação da DIB, com reflexos no pagamento das
parcelas atrasadas.
Obs. 1: importante reunir toda a documentação médica que estiver em poder do assistido (receitas, atestados, prontuários, pareceres, guias de internação, requisição de cirurgias, exames etc).
Obs. 2: Conforme o Código de Ética Médica, do CFM (Resolução 1931/2009), é
vedado ao médico:
Art. 87. Deixar de elaborar prontuário legível para cada paciente.
§ 1º O prontuário deve conter os dados clínicos necessários para a boa condução do caso, sendo preenchido, em cada avaliação, em ordem cronológica com data, hora, assinatura e número de registro do médico no Conselho Regional de Medicina.
§ 2º O prontuário estará sob a guarda do médico ou da instituição que assiste o paciente.
Art. 88. Negar, ao paciente, acesso a seu prontuário, deixar de lhe fornecer cópia
quando solicitada, bem como deixar de lhe dar explicações necessárias à sua compreensão, salvo quando ocasionarem riscos ao próprio paciente ou a
ESTRUTURA DA PERÍCIA
MÉDICA
1. ANAMNESE: paciente relata todos os dados que envolvem o surgimento, o
desenvolvimento, os sintomas e o tratamento da doença (histórico);
2. EXAME FÍSICO: palpação, observação da marcha, postura, realização de testes
específicos;
3. ANÁLISE DE EXAMES COMPLEMENTARES: exames
radiológicos, tomografias, ressonâncias, prontuário médico etc.
AUXÍLIO DOENÇA
Lei 8213/91, art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua
atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.
Parágrafo único. Não será devido auxílio-doença ao segurado que se
filiar ao Regime Geral de Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo quando a
incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão (vale também para a aposentadoria por invalidez).
SÚMULA 53 DA TNU: Não há direito a auxílio-doença ou a aposentadoria por invalidez quando a incapacidade para o trabalho é
preexistente ao reingresso do segurado no Regime Geral de Previdência Social.
Lei 8213/91, art. 60. O auxílio-doença será devido
ao segurado empregado a contar do d
écimo sexto dia
do afastamento da atividade, e, no caso dos demais
segurados, a contar da data do início da incapacidade e
enquanto ele permanecer incapaz.
§ 1º Quando requerido por segurado afastado da
atividade por mais de 30 (trinta) dias, o aux
ílio-doença
será devido a contar da data da entrada do
requerimento (vale para a apos. invalidez).
Obs.: o menor aprendiz absolutamente incapaz,
como suas verbas são imprescritíveis, ele sempre vai ter
direito a contar DII.
Valor do benefício
Decreto 3048/99, Art. 32. O salário de benefício consiste:
II - para as aposentadorias por invalidez e especial,
auxílio-doença e auxílio-acidente na média aritmética
simples dos maiores salários-de-contribuição
correspondentes a oitenta por cento de todo o período
contributivo;
Lei 8213/91, Art. 61. O auxílio-doença, inclusive o
decorrente de acidente do trabalho, consistirá numa renda
mensal correspondente a 91% (noventa e um por cento)
do salário-de-benefício, observado o disposto na Seção III,
Alta programada
DEC. 3048/99, ART Art. 78. O auxílio-doença cessa pela
recuperação da capacidade para o trabalho, pela transformação em aposentadoria por invalidez ou auxílio-acidente de qualquer natureza, neste caso se resultar seqüela que implique redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.
§ 1o O INSS poderá estabelecer, mediante avaliação médico-pericial, o prazo que entender suficiente para a recuperação da capacidade
para o trabalho do segurado, dispensada nessa hipótese a realização de nova perícia
§ 2o Caso o prazo concedido para a recuperação se revele
insuficiente, o segurado poderá solicitar a realização de nova perícia médica, na forma estabelecida pelo Ministério da Previdência Social.
Alta programada
Dec. 3048/99, art. 78, § 3
oO documento de
concessão do auxílio-doença conterá as informações
necessárias para o requerimento da nova avaliação
médico-pericial.
IN INSS/PRES 45/2010, ART. 277, § 2º. Caso o prazo
fixado para a recuperação da capacidade para o
trabalho seja insuficiente, o segurado poderá solicitar
a realização de nova perícia médica por meio de
pedido de prorrogação - PP nos quinze dias que
anteceder a cessação do benefício, cuja perícia poderá
ser realizada pelo mesmo profissional responsável
PREVIDENCIÁRIO E CONSTITUCIONAL. APELAÇÃO E REMESSA OFICIAL. AUXÍLIO DOENÇA. CESSAÇÃO. "ALTA PROGRAMADA". OFENSA AO ARTIGO 62 DA LEI 8.213/91. RESTABELECIMENTO DO BENEFÍCIO. TERMO INICIAL. 1. Para que
ocorra a cessação do benefício de auxílio-doença, o segurado deverá submeter-se a nova perícia médica para que seja comprovada a cessação da incapacidade, em respeito ao artigo 62 da Lei 8.213/91, que prescreve que não cessará o benefício até que o segurado seja dado como habilitado para o desempenho de nova atividade que lhe garanta a subsistência.
(AMS 200836000056939, JUIZ FEDERAL CLEBERSON JOSÉ ROCHA (CONV.), TRF1 - SEGUNDA TURMA, e-DJF1 DATA:22/01/2013 PAGINA:8.)
PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. BENEFÍCIO SUSPENSO POR “ALTA PROGRAMADA”. PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO. INOCORRÊNCIA. JUROS DE MORA. TAXA APLICÁVEL. 1% (UM POR CENTO) AO MÊS. DECRETO-LEI Nº 2.322/87. AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRECEDENTES DO STJ. INAPLICABILIDADE DA LEI 11.960/2009 AOS PROCESSOS EM ANDAMENTO. RECURSO DO INSS DESPROVIDO. I - O benefício em tela foi cessado pelo
procedimento conhecido como “alta programada”, em que a autarquia previdenciária faz uma estimativa do tempo em que o segurado estará curado da lesão ou enfermidade que o acomete. Este procedimento é alvo de muitas críticas por suspender os benefícios com base em meras presunções e pode até mesmo agravar a situação da saúde do segurado. A jurisprudência vem firmando o entendimento de que o procedimento da “alta programada” é irregular, e, desta forma, não há que se falar em perda da qualidade de segurado do autor. (AC 200551015227426, Desembargador
Federal ALUISIO GONCALVES DE CASTRO MENDES, TRF2 - PRIMEIRA TURMA ESPECIALIZADA, E-DJF2R - Data::03/03/2011 - Página::128/129.)
Dec. 3048/99, art. 73. O auxílio-doença do segurado que exercer mais de uma atividade abrangida pela previdência social será devido mesmo no caso de incapacidade apenas para o exercício de uma delas, devendo a perícia médica ser conhecedora de todas as atividades que o mesmo estiver exercendo.
§ 1º Na hipótese deste artigo, o auxílio-doença será concedido em relação à atividade para a qual o segurado estiver incapacitado, considerando-se para efeito de carência somente as contribuições relativas a essa atividade.
§ 2º Se nas várias atividades o segurado exercer a mesma profissão, será exigido de imediato o afastamento de todas.
§ 3º Constatada, durante o recebimento do auxílio-doença concedido nos termos deste artigo, a incapacidade do segurado para cada uma das demais atividades, o valor do benefício deverá ser revisto com base nos respectivos salários-de-contribuição, observado o disposto nos incisos I a III do art. 72.
Reabilitação profissional
Lei 8213/91, art. 62. O segurado em gozo de
auxílio-doença, insusceptível de recuperação
para sua atividade habitual, deverá submeter-se a
processo de reabilitação profissional para o
exercício de outra atividade. Não cessará o
benefício até que seja dado como habilitado para
o desempenho de nova atividade que lhe garanta
a subsistência ou, quando considerado
não-recuperável, for aposentado por invalidez.
(incapacidade uniprofissional)
DECRETO 3048, art. 75,
§ 3º: Se concedido
novo benef
ício decorrente da mesma doença
dentro de sessenta dias contados da cessa
ção do
benef
ício anterior, a empresa fica desobrigada do
pagamento relativo aos quinze primeiros dias de
afastamento, prorrogando-se o benef
ício anterior e
descontando-se os dias trabalhados, se for o caso.
(ART. 281, DA IN 45 TAMBÉM)
IN INSS/PRES 45/2010, art. 276, § 3
º: Se o segurado
empregado, por motivo de doença, afastar-se do
trabalho durante quinze dias, retornando à atividade no
décimo sexto dia, e se dela voltar a se afastar dentro de
sessenta dias desse retorno, em decorrência da mesma
doença, fará jus ao auxílio doença a partir da data do
novo afastamento.
IN INSS/PRES 45/2010, art. 276, § 4º: Na hipótese do §
3º deste artigo, se o retorno à atividade tiver ocorrido
antes de quinze dias do afastamento, o segurado fará jus
ao auxílio-doença a partir do dia seguinte ao que
completar os quinze dias de afastamento, somados os
períodos de afastamento intercalados.
Cômputo do período de auxílio doença como
tempo de serviço
Se for decorrente de acidente de trabalho, o período é
considerado, independente de ser intercalado com
vínculos laborais (art. 60, inciso IX, do Decreto
3048/99)
Se não for decorrente de acidente de trabalho,
exige-se que o período de auxílio doença exige-seja intercalado
Cômputo do período de auxílio doença como carência
• .EMEN: AGRAVO REGIMENTAL. PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR URBANO. CÔMPUTO DO PERÍODO EM GOZO DE AUXÍLIO-DOENÇA PARA FINS DE CARÊNCIA, DESDE QUE INTERCALADO COM PERÍODO CONTRIBUTIVO. AUXÍLIO-DOENÇA. MATÉRIA DEFINITIVAMENTE DECIDIDA, CONFORME APURADO PELA CORTE LOCAL. AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO. PRECLUSÃO. INOVAÇÃO RECURSAL. FALTA DE PREQUESTIONAMENTO. ANÁLISE DE PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. IMPOSSIBILIDADE.
1. Nos termos do art. 55, II, da Lei nº 8.213/1991, o período em que o autor esteve em gozo de auxílio-doença só será computado para fins de carência, se intercalado com período de atividade e, portanto, contributivo, o que não se verificou na hipótese dos autos. 5. Agravo regimental a que se nega provimento. ..EMEN:
(ADRESP 201100167395, MARCO AURÉLIO BELLIZZE, STJ - QUINTA TURMA, DJE DATA:02/10/2012 ..DTPB:.)
Aposentadoria por invalidez
Lei 8213/91, art. 42. A aposentadoria
por invalidez, uma vez cumprida,
quando for o caso, a carência exigida,
será devida ao segurado que, estando
ou não em gozo de auxílio-doença, for
considerado incapaz e insusceptível de
reabilitação para o exercício de
atividade que lhe garanta a subsistência,
e ser-lhe-á paga enquanto permanecer
Lei 8213/91, art. 43. A aposentadoria por invalidez será devida a partir do dia imediato ao da cessação do auxílio-doença,
ressalvado o disposto nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo.
§ 1º Concluindo a perícia médica inicial pela existência de
incapacidade total e definitiva para o trabalho, a aposentadoria por invalidez será devida:
SÚMULA 47 DA TNU: Uma vez reconhecida a incapacidade parcial para o trabalho, o juiz deve analisar as condições pessoais e sociais do segurado para a concessão de aposentadoria por invalidez.
Art. 44. A aposentadoria por invalidez, inclusive a decorrente de acidente do trabalho, consistirá numa renda mensal correspondente a 100% (cem por cento) do salário-de-benefício, observado o disposto na Seção III,
especialmente no art. 33 desta Lei.
Decreto 3048, art. 36 § 7º A renda mensal inicial da aposentadoria por
invalidez concedida por transformação de auxílio-doença será de cem por cento do salário-de-benefício que serviu de base para o cálculo da renda mensal inicial do auxílio doença, reajustado pelos mesmos índices de
correção dos benefícios em geral.
Art. 29 da lei 8213/91 § 5º. Se, no período básico de cálculo, o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade, sua duração será contada,
considerando-se como contribuição, no período, o salário-de-benefício que serviu de base para o cálculo da renda mensal, reajustado nas
mesmas épocas e bases dos benefícios em geral, não podendo ser inferior ao valor de 1 (um) salário mínimo.
EMEN: PREVIDENCIÁRIO. PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ PRECEDIDA DE AUXÍLIO-DOENÇA. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que "nos casos de aposentadoria por invalidez precedida de auxílio-doença, a renda mensal daquele benefício será calculada a teor do art. 36, § 7º, do Decreto nº 3.048/99, ou seja, o salário-de-benefício da aposentadoria por invalidez será de 100% (cem por cento) do valor do salário-de-benefício do auxílio-doença anteriormente recebido, reajustado pelos índices de correção dos benefícios previdenciários". Agravo regimental não
provido. ..EMEN:
(AGARESP 201201444321, ARI PARGENDLER, STJ - PRIMEIRA TURMA, DJE DATA:04/02/2013 ..DTPB:.)
EMEN: PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. CÁLCULO DO SALÁRIO DE BENEFÍCIO. AUXÍLIO-DOENÇA ANTERIOR. CÔMPUTO DOS SALÁRIOS DE BENEFÍCIO DO AUXÍLIO-DOENÇA COMO SALÁRIOS DE CONTRIBUIÇÃO. POSSIBILIDADE SOMENTE EM CASO DE PERÍODO INTERCALADO DE ATIVIDADE LABORATIVA. ARTS. 29, § 5º, DA LEI 8.213/1991 E 36, § 7º, DO DECRETO 3.048/1999. 1. A jurisprudência do STF e do STJ está pacificada no sentido de que o cômputo dos salários de benefício do auxílio-doença como salários de contribuição para o cômputo de aposentadoria por invalidez, conforme o § 5º do art. 29 da Lei nº 8.213/1991, somente é aplicável às situações em que o recebimento de auxílio-doença seja intercalado com atividade laborativa. 3. Recurso Especial provido. ..EMEN: (RESP 201200754787, HERMAN BENJAMIN, STJ - SEGUNDA TURMA, DJE DATA:19/12/2012 ..DTPB:.)
Art. 45. O valor da aposentadoria por invalidez do segurado que necessitar da assistência permanente de outra pessoa será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento).
Parágrafo único. O acréscimo de que trata este artigo:
a) será devido ainda que o valor da aposentadoria atinja o limite máximo legal;
b) será recalculado quando o benefício que lhe deu origem for reajustado;
c) cessará com a morte do aposentado, não sendo incorporável ao valor da pensão.
REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL A N E X O I, DECRETO 3048/99
RELAÇÃO DAS SITUAÇÕES EM QUE O APOSENTADO POR INVALIDEZ TERÁ DIREITO À MAJORAÇÃO DE VINTE E CINCO POR CENTO
PREVISTA NO ART. 45 DESTE REGULAMENTO.
1 - Cegueira total.
2 - Perda de nove dedos das mãos ou superior a esta. 3 - Paralisia dos dois membros superiores ou inferiores.
4 - Perda dos membros inferiores, acima dos pés, quando a prótese for impossível.
5 - Perda de uma das mãos e de dois pés, ainda que a prótese seja possível.
6 - Perda de um membro superior e outro inferior, quando a prótese for impossível.
7 - Alteração das faculdades mentais com grave perturbação da vida orgânica e social.
8 - Doença que exija permanência contínua no leito.
Hipóteses de cessação da aposentadoria por
invalidez
CLT, art. 475 - O empregado que for aposentado por invalidez
terá suspenso o seu contrato de trabalho durante o prazo fixado
pelas leis de previdência social para a efetivação do benefício.
§ 1º - Recuperando o empregado a capacidade de trabalho e
sendo a aposentadoria cancelada, ser-lhe-á assegurado o direito à função que ocupava ao tempo da aposentadoria, facultado,
porém, ao empregador, o direito de indenizá-lo por rescisão do contrato de trabalho, nos termos dos arts. 477 e 478, salvo na hipótese de ser ele portador de estabilidade, quando a indenização deverá ser paga na forma do art. 497.
Lei 8213/91, art. 46. O aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à atividade terá sua aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da data do retorno.
Obs.: se não for comunicado o retorno à Previdência, há a possibilidade de cobrança dos valores recebidos de forma indevida
Se, após prévia avaliação médica, for constatada a
recuperação da capacidade laboral (art. 47, da Lei
8213/91
• TOTAL (retorno à
mesma função, sem
qualquer limitação) da
capacidade laboral “E”
DENTRO DE 5
(CINCO) ANOS,
contados da data do início
da aposentadoria por
invalidez ou do
auxílio-doença que a antecedeu
sem interrupção
• Segurado empregado:
cessa imediatamente
• Demais segurados: cessa
após tantos meses quantos
forem os anos de duração
do auxílio-doença ou da
aposentadoria por
Se, após prévia avaliação médica, for constatada a
recuperação da capacidade laboral (art. 47, da Lei
8213/91
• Recuperação parcial,persistindo limitações residuais (independe do prazo); ou
• Apto para o exercício de trabalho diverso do qual habitualmente exercia (independe do prazo); ou • Se ocorrer após os 5 anos
(independe do grau de recuperação)
Qualquer que seja o segurado, receberá a mensalidade de recuperação:
• no seu valor integral, durante 6 (seis) meses contados da data em que for
verificada a recuperação da capacidade;
• com redução de 50% (cinqüenta por cento), no período seguinte de 6 (seis) meses;
• com redução de 75% (setenta e cinco por cento), também por igual período de 6 (seis) meses, ao término do qual cessará definitivamente.
Auxílio acidente
Lei 8213/91, art. 86. O auxílio-acidente será
concedido, como indenização, ao segurado quando,
após consolidação das lesões decorrentes de
acidente de qualquer natureza, resultarem
seqüelas que impliquem redução da capacidade
para o trabalho que habitualmente exercia.
Obs.: Não é um benefício por incapacidade
propriamente dito, pois o segurado o recebe ainda
que apto;
Requisitos específicos
1. Acidente de qualquer natureza ou causa;
2. Consolidação da lesão;
3. Existência de sequela definitiva (art. 104, cabeça,
Dec. 3048/99)
4. Redução da capacidade laborativa; ou
Redução da capacidade para o trabalho que
habitualmente exerciam e exija maior esforço para o
desempenho da mesma atividade que exerciam à
época do acidente (art. 104, incisos I e II, Dec.
3048/99)
REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL ANEXO III
RELAÇÃO DAS SITUAÇÕES QUE DÃO DIREITO AO AUXÍLIO-ACIDENTE
• Acuidade visual, após correção, igual ou inferior a 0,2 no olho acidentado;
• Redução da audição em grau médio ou superior em ambos os ouvidos, quando os dois tiverem sido acidentados;
• Prejuízo estético, em grau médio ou máximo, quando atingidos crânios, e/ou face, e/ou pescoço ou perda de dentes quando há
• OBS. 1: a lista não é taxativa.
• OBS. 2: Nos casos de perda da audição, a
incapacidade necessariamente tem que ser decorrente de
acidente de trabalho (art. 86, parágrafo 4º da Lei
8213/91)
• OBS. 3: considerar-se-á a atividade exercida na data
do acidente (art. 104, parágrafo 8º, do Dec. 3048/99).
Segurados que tem direito ao
auxílio acidente (art. 18,
parágrafo 1º, da Lei 8213/91)
1. Empregado (exceto o doméstico);
2. Avulso; e o
Valor do benefício (art. 86, parágrafo 1º da
Lei 8213/91)
Cinquenta por cento do
salário-de-benefício
Obs.: art. 86, parágrafo 3º, da Lei 8213/91
O recebimento de salário ou concessão de
outro benefício, exceto de aposentadoria,
não prejudicará a continuidade do
recebimento do auxílio-acidente.
Início do benefício (Art. 86 § 2º,
da Lei 8213/91)
A partir do dia seguinte ao da
cessação do auxílio doença,
independentemente de qualquer
remuneração ou rendimento
auferido pelo acidentado
Cessação do auxílio doença (art.
86, parágrafo 1º, da Lei 8213/91)
Com óbito ou com o início de
qualquer aposentadoria
HIPÓTESES DE VEDAÇÃO DE CUMULAÇÃO
DE BENEFÍCIOS (art. 124, da Lei 8213/91 c/c
art. 421, da IN INSS/PRES 45/2010)
1. Aposentadoria com auxílio doença; 2. Mais de uma aposentadoria;
3. auxílio-acidente com auxílio-doença do mesmo acidente ou da mesma doença que o gerou;
..EMEN: PREVIDENCIÁRIO. ACIDENTE E AUXÍLIO-DOENÇA. IDÊNTICO FATO GERADOR. IMPOSSIBILIDADE DE ACUMULAÇÃO. PRECEDENTES. 1. Conforme firme jurisprudência desta Corte a respeito da matéria, resta impossibilitada a acumulação de acidente e auxílio-doença, quando decorrentes do mesmo fato gerador. 2. Agravo regimental desprovido. (ADRESP 200901156431, LAURITA VAZ,
STJ - QUINTA TURMA, DJE DATA:27/04/2012 ..DTPB:.)
Obs.: art. 104, parágrafo § 6º, Dec. 3048/99. No caso de reabertura de auxílio-doença por acidente de qualquer natureza que tenha dado origem a auxílio-acidente, este será suspenso até a cessação do auxílio-doença reaberto, quando será reativado.
HIPÓTESES DE VEDAÇÃO DE
CUMULAÇÃO DE BENEFÍCIOS (art.
124, da Lei 8213/91 c/c art. 421, da IN
INSS/PRES 45/2010)
4. salário-maternidade com auxílio-doença;
Obs.: se a incapacidade estiver associada à
gravidez, cancela-se o auxílio doença a partir do
início do salário maternidade; caso contrário, o
benefício é somente suspensão e restabelecido ao
término da licença gestante (art. 283, IN
INSS/PRES 45/2010)
HIPÓTESES DE VEDAÇÃO DE CUMULAÇÃO
DE BENEFÍCIOS (art. 124, da Lei 8213/91 c/c
art. 421, da IN INSS/PRES 45/2010)
5. Mais de um auxílio-doença, inclusive
acidentário;
OBS.: caso o sujeito exerça duas atividades
albergadas pelo RGPS e esteja incapacitado
para ambas, soma-se os dois salários de
contribuição e concede-se um benefício com
HIPÓTESES DE VEDAÇÃO DE CUMULAÇÃO
DE BENEFÍCIOS (art. 124, da Lei 8213/91 c/c
art. 421, da IN INSS/PRES 45/2010)
6. mais de um auxílio-acidente;
Obs.: IN INSS/PRES 45, Art. 314. Quando o
segurado em gozo de auxílio-acidente fizer
jus a um novo auxílio-acidente, em
decorrência de outro acidente ou de doença,
serão comparadas as rendas mensais dos dois
benefícios e mantido o benefício mais
vantajoso.
HIPÓTESES DE VEDAÇÃO DE CUMULAÇÃO
DE BENEFÍCIOS (art. 124, da Lei 8213/91 c/c
art. 421, da IN INSS/PRES 45/2010)
7. art. 124, parágrafo único, da Lei 8213/91: É vedado o recebimento conjunto do seguro desemprego com qualquer
benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto pensão por morte ou auxílio-acidente.
BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DE
PRESTAÇÃO CONTINUADA
ASSISTÊNCIA SOCIAL
Lei 8742/93, art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os
mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às
necessidades básicas.
Rol de medidas que visam retirar o cidadão da extrema pobreza e das situações de risco e vulnerabilidade social, promovendo sua integração à vida comunitária, fortalecendo seus laços familiares e reinserindo-o no
Assistência social
Art. 203, CF/1988. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade
social, e tem por objetivos:
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de
AÇÕES DA ASSISTÊNCIA
SOCIAL
1. benefícios eventuais
2. serviços socioassistenciais
3. programas e projetos de
assistência social
4. benefício de prestação continuada
à pessoa com deficiência e ao
REQUISITOS DO BPC/LOAS
1. Situação de deficiência ou Idade mínima de 65
anos
2. Situação de miserabilidade
3. Não está filiado a nenhum regime de
previdência;
4. Não receber benefícios qualquer outro benefício
no âmbito da seguridade social, salvo os de
assistência médica e a pensão especial de
natureza indenizatória
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO
LEGAL DE INCAPACIDADE PARA
EFEITO DE CONCESSÃO DO BPC/LOAS
ASPECTOS FINALÍSTICO: incapacidade para que? ASPECTOS CAUSAIS: que fatores levam à situação de
incapacidade?
EVOLUÇÃO HISTÓRICA QUANTO AO
ASPECTO FINALÍSTICO
Lei 8742/93 – pessoa com deficiência seria aquela incapacitada para a vida independente (atividade da vida diária) “e” para o trabalho;
Decreto 3298/99 (Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência): fala de redução efetiva e acentuada da
capacidade de integração social;
Decreto 6214/2007 – incapacidade fenômeno multidimensional, que implique redução efetiva e acentuada de inclusão social
ENUNCIADO 30, da AGU
A incapacidade para prover a própria subsistência por meio do trabalho é suficiente para a caracterização da incapacidade para a vida
independente, conforme estabelecido no art. 203, V, da Constituição Federal, e art. 20,II, da Lei nº. 8.742, de 7 de dezembro de 1993.
Evolução quanto ao aspecto
finalístico
Decreto 6949/2009, que promulga a Convenção
Internacional sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência;
art. 1º: Pessoas com deficiência são aquelas que
têm impedimentos de longo prazo de natureza
física, mental, intelectual ou sensorial, os quais,
em interação com diversas barreiras, podem
obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade em igualdades de condições com as
demais pessoas.
Evolução quanto ao aspecto
finalístico
Lei nº 12.435, de 2011
Art. 20, § 2
º.Para efeito de concessão deste
benefício, considera-se pessoa com deficiência
aquela que tem impedimentos de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial,
os quais, em interação com diversas barreiras,
podem obstruir sua participação plena e
efetiva na sociedade em igualdade de condições
com as demais pessoas.
Relevância dessa ampliação no
aspecto finalístico
Criança e adolescentes: deve ser avaliada a
existência de deficiência e seu impacto na
limitação do desempenho da atividade e
restrição da participação social, compatível
com a idade (art. 4º, parágrafo 1º, do Decreto
Evolução histórica quanto o
aspecto causal
1. Antes do Decreto 6214/2007: conceito
normativo era puramente médico;
2. A partir do Decreto 6214/2007, os fatores
extradoença passam a ser relevantes;
Decreto 6214/2007
art. 16. A concessão do benefício à pessoa com deficiência ficará sujeita à avaliação da deficiência e do grau de impedimento, com base nos princípios da Classificação Internacional de Funcionalidades,
Incapacidade e Saúde - CIF, estabelecida pela Resolução da
Organização Mundial da Saúde no 54.21, aprovada pela 54a Assembleia
Mundial da Saúde, em 22 de maio de 2001.
§ 1o A avaliação da deficiência e do grau de impedimento será
realizada por meio de avaliação social e avaliação médica.
§ 2o A avaliação social considerará os fatores ambientais, sociais e
pessoais, a avaliação médica considerará as deficiências nas funções e nas estruturas do corpo, e ambas considerarão a limitação do desempenho de atividades e a restrição da participação social, segundo suas especificidades.
Evolução histórica quanto o
aspecto causal
Decreto 6949/2009
Portaria Conjunta MDS/INSS 01/2009 institui
instrumentos para avaliação médica e social da
deficiência e grau de incapacidade para acesso ao
BPC (também inspirada na Classificação
Internacional de Funcionalidades, Incapacidade e
Saúde – CIF)
Portaria Conjunta MDS/INSS
01/2009
Fatores ambientais: disponibilidade de órtose, próteses, insalubridade e
acessibilidade da moradia, acessibilidade, preconceitos, discriminações, acesso a serviços públicos essenciais (distância, inexistência ou
insuficiência de postos de saúde, por exemplo)
Funções do corpo: funções mentais (consicência, orientação, aspectos
psicomotores, disfunções emocionais), funções sensoriais da visão, funções auditivas, sistema imunológico etc
Atividades e participação: capacidade de aprendizagem, de resolver
problemas, de aplicar conhecimentos, organização de rotinas, superação de estresses, capacidade de comunicação, de se locomover, de carregar
Lei 12.435/2011, que deu nova
redação à Lei 8742/03
Art. 20, § 2
oPara efeito de concessão deste benefício,
considera-se pessoa com deficiência aquela que tem
impedimentos de longo prazo de natureza física, mental,
intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na
sociedade em igualdade de condições com as demais
pessoas.
§ 6º A concessão do benefício ficará sujeita à avaliação da
deficiência e do grau de impedimento de que trata o § 2
o,
composta por avaliação médica e avaliação social realizadas
por médicos peritos e por assistentes sociais do Instituto
Nacional de Seguro Social - INSS.
Incapacidade irreversível
Era exigida pelo Decreto 1744/95, que regulava a Lei
8742/93 (art. 1º, inciso II). Porém, desde o Decreto
6214/2007, não há mais qualquer previsão legal ou
administrativa estabelecendo a necessidade de
incapacidade permanente.
Lei 8742/93, art. 21. O benefício de prestação continuada
deve ser revisto a cada 2 (dois) anos para avaliação da
Situação de miserabilidade
Art. 20, § 3
º.Considera-se incapaz de
prover a manutenção da pessoa com
deficiência ou idosa a família cuja renda
mensal per capita seja inferior a 1/4 (um
quarto) do salário-mínimo.
Conceito legal de família para efeito de
concessão do BPC/LOAS (art. 20,
parágrafo 1º, LOAS)
1. Requerente,
2. Cônjuge ou companheiro,
3. Pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto,
4. Irmãos solteiros
5. Filhos e enteados solteiros
6. Menores tutelados
EMENTA: CONSTITUCIONAL. IMPUGNA DISPOSITIVO DE LEI FEDERAL QUE ESTABELECE O CRITÉRIO PARA RECEBER O BENEFÍCIO DO INCISO V DO ART. 203, DA CF. INEXISTE A
RESTRIÇÃO ALEGADA EM FACE AO PRÓPRIO DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL QUE REPORTA À LEI PARA FIXAR OS
CRITÉRIOS DE GARANTIA DO BENEFÍCIO DE SALÁRIO MÍNIMO À PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA FÍSICA E AO IDOSO.
ESTA LEI TRAZ HIPÓTESE OBJETIVA DE PRESTAÇÃO
ASSISTENCIAL DO ESTADO. AÇÃO JULGADA IMPROCEDENTE. (ADI 1232, Relator(a): Min. ILMAR GALVÃO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. NELSON JOBIM, Tribunal Pleno, julgado em 27/08/1998, DJ 01-06-2001 PP-00075 EMENT VOL-02033-01 PP-00095)
EMEN: PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. ART. 203, V, DA CF/88. LEI 8.742/93, ART. 20, § 3º. PESSOA PORTADORA DE DEFICIÊNCIA FÍSICA E MENTAL. ART. 34, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI 10.741/03 (ESTATUTO DO IDOSO). INAPLICABILIDADE AO CASO CONCRETO. EXISTÊNCIA DE LEI ESPECÍFICA. MISERABILIDADE AFERIDA POR OUTROS CRITÉRIOS QUE NÃO A LIMITAÇÃO DA RENDA PER CAPITA FAMILIAR. REEXAME DE PROVAS. ENUNCIADO SUMULAR 7/STJ. PRECEDENTES. AGRAVO IMPROVIDO. "A limitação do valor da renda per
capita familiar não deve ser considerada a única forma de se comprovar que a pessoa não possui outros meios para prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, pois é apenas um elemento objetivo para se aferir a necessidade, ou seja, presume-se absolutamente a miserabilidade quando comprovada a renda per capita inferior a 1/4 do salário mínimo" (REsp
1.112.557/MG, Terceira Seção, Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, DJe 20/11/09). (AGARESP 201201364760, ARNALDO ESTEVES LIMA, STJ - PRIMEIRA TURMA, DJE DATA:04/02/2013 ..DTPB:.)
PREVIDENCIÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. REMESSA OFICIAL. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. LEI Nº 8.742, DE 1993 (LOAS). REQUISITOS LEGAIS. HIPOSSUFICIÊNCIA. TERMO INICIAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CUSTAS. SENTENÇA REFORMADA. 4. Condição de
miserabilidade da parte autora atestada pelo laudo socioeconômico, no qual foi informado que a família é formada pelo autor e sua genitora, e a renda familiar é composta do salário dela (R$ 900,00) e da pensão alimentícia paga pelo pai no valor de R$ 100,00 (fls. 105/107). No entanto, os valores gastos com o aluguel (R$ 250,00), fraldas (R$ 180,00) e medicamentos (R$ 100,00) devem ser considerados. Também deve ser computado o valor a ser pago para uma terceira pessoa, tendo em vista que a criança exige cuidados especiais. 5. (AC , JUIZ
FEDERAL CLEBERSON JOSÉ ROCHA (CONV.), TRF1 - SEGUNDA TURMA, e-DJF1 DATA:15/02/2013 PAGINA:159.)
Estatuto do idoso
art. 34. Aos idosos, a partir de 65 anos, que não
possuam meios para prover sua subsistência, nem
de tê-la provida por sua família, é assegurado o
benefício mensal de 1 salário mínimo, nos termos
da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS.
Parágrafo único. O benefício já concedido a
qualquer membro da família nos termos do
caput não será computado para fins do
cálculo da renda mensal per capita a que se
refere a Loas.
BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. RENDA FAMILIAR PER CAPITA. CASAL DE IDOSOS. FILHO DEFICIENTE. APOSENTADORIA NO VALOR DE UM SALÁRIO MÍNIMO E BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. EXCLUSÃO DO CÁLCULO. É devido o benefício assistencial a pessoa idosa, que
mora com seu marido, também idoso, beneficiário de aposentadoria de um salário mínimo, e filho deficiente, beneficiário de amparo assistencial, já que estas rendas devem ser excluídas do cálculo da renda familiar per capita por aplicação analógica do parágrafo único do art. 34 da Lei nº 10.741, de 2003.
(AC 200872990017170, RÔMULO PIZZOLATTI, TRF4 - QUINTA TURMA, D.E. 31/05/2010.)