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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO PÓS-GRADUAÇÃO EM EXTENSÃO RURAL E DESENVOLVIMENTO LOCAL POSMEX RECIFE - PE

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO

PÓS-GRADUAÇÃO EM EXTENSÃO RURAL E DESENVOLVIMENTO LOCAL – POSMEX – RECIFE - PE

O Impacto do Movimento Canavial no cotidiano dos (as) trabalhadores (as) de Nazaré da Mata, Pernambuco, como desenvolvimento local1

Ernandes Luiz Tavare da SILVA2

Maria das Graças Andrade Ataíde de ALMEIDA3

Resumo: O presente artigo será um projeto de mestrado, propondo-se analisar os impactos

causados socialmente, economicamente, culturalmente e de desenvolvimento local na realidade de trabalhadores (as) rurais e do corte da cana de açúcar do município de Nazaré da Mata, Zona da Mata de Pernambuco, integrantes de maracatus rurais e inseridos no Movimento Canavial, que tem sua origem na mesma cidade. O Movimento Canavial surgiu na região como iniciativa de propagar e valorizar a cultura local, assim como despertar as potencialidades artísticas destes atores sociais. Para tanto, serão usados alguns conceitos de culturas populares e de desenvolvimento local, abordando também o conceito e as características do Movimento Canavial.

PALAVRAS CHAVE: movimento canavial; desenvolvimento local; maracatu rural;

nazaré da mata

1 Introdução

Com o surgimento dos Pontos de Cultura, que é uma ação do programa Cultura Viva4 no país em 2004, a partir do incentivo cultural do Governo Federal, muitas regiões e localidades antes carentes e sem nenhuma atividade voltada as manifestações culturais, começaram a ganhar força e resistência para produzirem cultura. O Ponto de Cultura Canavial – Agência de Projetos Culturais, localizado no Engenho Santa Fé, em Nazaré da

1

Trabalho apresentado no GPS Comunicação e Desenvolvimento Regional e Local, XVI Encontro dos Grupos de Pesquisas em Comunicação, evento componente do XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação.

2 Mestrando no Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural e Desenvolvimento Local, Universidade Federal Rural de

Pernambuco (UFRPE). Bolsista Capes. E-mail: tavares79ernandes@gmail.com

3 Orientadora e professora do Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural e Desenvolvimento Local –

POSMEX – UFRPE, e-mail: ataide@hotlink.com.br

4 Inaugurado pelo Ministério da Cultura em 2004 na gestão do então Ministro Gilberto Gil. A principal ação do programa

Cultura Viva são os Pontos de Cultura, compostos por artistas, grupos e coletivos culturais contemplados pelo programa via editais públicos.

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Mata, Pernambuco, é uma prova viva dessa revolução na cena artística dos maracatus rurais5 existentes no município e de cidades circunvizinhas, como Aliança.

O Movimento Canavial surge no ano de 2004 e antes de tornar-se Ponto de Cultura (funcionava como projeto piloto), a organização cuidava das apresentações sazonais dos grupos: Maracatu Estrela de Ouro, o Coco Popular de Aliança, a Ciranda Rosa de Ouro e o Cavalo Marinho Mestre Batista. A partir da inauguração do referido Ponto, os envolvidos neste projeto passaram a trabalhar os diversos aspectos de sua cultura, como também educação, saúde, políticas culturais, trabalho, habitação e sustentabilidade (Oliveira, 2010).

Assim, ao se apresentar o Movimento Canavial é possível em sua estrutura organizacional enxergar um princípio de empoderamento cultural, onde as pessoas desfavorecidas socialmente, haja vista não terem as condições nem os meios necessários de acesso ao público, ter a chance de produzir e divulgar suas manifestações culturais através de uma rede de solidariedade e colaboração, ficando assim potencializada a capacidade de acessibilidade de seu trabalho e demais conquistas.

Dentre as muitas atividades culturais desenvolvidas pelo Movimento Canavial, temos (Usina Cultural Estrela de Ouro, Festival Canavial, Pontão de Cultura Canavial, Curso de Formação para a produção de culturas populares, Leitura no Ponto e Ponto de Leitura, Associação Reviva, Festival Tipoia, dentre outros). Fazendo com que elementos da cultura popular, manifestações artísticas e sociais de moradores (as) das áreas rurais e rurbanas de Nazaré da Mata, que trabalham com o manejo da produção agrícola e o corte da cana de açúcar, tenham perspectiva de vida e alcance de outras esferas sociais.

O Movimento Canavial proporciona, a partir desses elementos, potencial para ser compreendido como uma manifestação de impacto cotidiano, através de agentes ligados e atuantes de maneira direta nas culturas populares locais, trabalhando os elementos dessas culturas em sintonia com formatos de inclusão destas pessoas. Nesse contexto, é a iniciativa da instituição que dá lugar a um método central na transição de uma vida simples até o empoderamento por meio do popular.

Desta forma, apresentamos os conceitos teóricos das culturas populares, visto pela ótica de Néstor Garcia Canclini e outros autores do desenvolvimento local, definido por Paulo de Jesus e demais definições.

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O território onde atualmente está localizada a cidade de Nazaré da Mata era chamado de Lagoa D'Antas, uma sesmaria doada a Manoel Bezerra Cunha, em 18 de junho de 1581. O povoamento de Nazaré teve início no século XVIII, numa propriedade onde foi edificada a capela de Nossa Senhora da Conceição. Em homenagem à santa, a localidade passou a chamar-se de Nossa Senhora da Conceição de Nazaré. A atividade que movimenta a economia de Nazaré da Mata é a agricultura, com destaque para a monocultura da cana-de-açúcar que emprega grande parte da mão-de-obra local. Além disso, sobressaem a avicultura, com um dos maiores abatedouros do Estado; a indústria alimentícia, com as massas e biscoitos; e as indústrias de cerâmicas e panificadoras. A cidade tem também no turismo cultural/rural uma das principais atividades econômicas, setor em plena ascensão. Os visitantes vão a Nazaré da Mata em busca das atrações da cultura popular, como os famosos maracatus que existem no local. A Região de Desenvolvimento da Mata Norte, na mesorregião da Mata Pernambucana, abrange cerca de 3,29% do território estadual, com 3.256,5 km² de área constituída por mais 18 municípios.

2. A Cultura popular no contexto canavieiro

Garcia Canclini (1983) fala das culturas populares no capitalismo:

“Culturas populares se constituem por um processo de apropriação desigual dos bens econômicos e culturais de uma nação ou etnia, por parte dos seus setores subalternos, e pela compreensão, reprodução e transformação real e simbólica das condições gerais e específicas do trabalho e da vida”.

Seguindo o raciocínio do autor, voltamos a realidade dos moradores (as) das áreas onde a renda vinda do trabalho tem origem no plantio e corte da cana, assim como a agricultura familiar é alternativa de subsistência e obtenção de lucro mensal. Sem falar nas atividades domésticas exercidas pelas mulheres, que em geral também trabalham fora de casa, fazendo com que exista dupla jornada de serviço em suas vidas. O dia a dia é tão árduo e ao mesmo tempo monótono que não há oportunidade nem hora vaga para o lazer e divertimento, muito menos fazer parte de algum grupo cultural da cidade. A única chance existente de diversão e entretenimento é quando ocorre as festas promovidas pela gestão municipal da cidade ou associações de bairro, como por exemplo de algum santo padroeiro, carnaval, São João e outros.

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Mediante tudo isso, fica nítido que só resta apenas uma opção, o qual refere-se ao trabalho e onde há entrega exclusiva diariamente, tomando grande parte de horas do dia. [...] Classes populares, onde as canções, as crenças e as festas estão ligadas de modo mais estreito e cotidiano ao trabalho material ao qual se entregam quase todo o tempo. (GARCIA CANCLINI, 1983). Foi a partir dessas e outras deficiências que surge então o Movimento Canavial na Cidade de Nazaré da Mata, objetivando aplicar no município o Método Canavial: Programa de Ensino de Produção Cultural e Sustentabilidade para a Cultura da Zona da Mata de Pernambuco. Seu objetivo, conforme disponibilizado em um relatório de boas práticas da Funarte, foi organizar o setor cultural de maneira sustentável e para isso, houve um diálogo envolvendo dezenas de artistas, empresas, associações, pontos de cultura e rádios comunitárias. Pois segundo Pereira (2008, p. 23):

“[...] podemos incluir no conjunto de intervenções realizadas pelo Estado, nas instituições civis e nos grupos comunitários organizados, com a finalidade precípua de orientar o desenvolvimento simbólico, satisfazer as necessidades culturais da população e obter consenso para transformação social. Pois, esta maneira de caracterizar o âmbito das políticas públicas culturais necessita ser ampliada, levando em consideração o caráter transnacional dos processos simbólicos e materiais da atualidade”.

Mediante a tudo isso, tem-se a preocupação de unificar o folclore ou cultura popular numa espera onde os direitos políticos hegemônicos façam parte da teoria e prática das categorias subordinadas:

“O folclore não deve ser concebido como algo bizarro, mas como algo muito sério e que deve ser levado a sério. Somente assim, o ensino será mais eficiente e determinará realmente o nascimento de uma nova cultura entre as grandes massas populares, isto é, desaparecerá a separação entre cultura moderna e cultura popular ou folclore” (GRAMSCI, 1968, p. 186).

2.1. Políticas Públicas aplicadas no Movimento Canavial

Afonso Oliveira, idealizador e produtor do Movimento Canavial, já realizava um trabalho com os maracatus rurais de Nazaré da Mata, quando começou a realizar desde 1998, o Encontro dos Maracatus, sempre na segunda-feira de carnaval. No mesmo período

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momo. Foi a partir deste dois importantes eventos culturais carnavalesco nas regiões, que Nazaré da Mata se tornou conhecida a Terra dos Maracatus e Goiana a Terra dos Caboclinhos. Alguns anos depois, com a existência do Ponto de Cultura Estrela de Ouro, os integrantes do Movimento e dessa cena artística na região, sentiram a necessidade de integrar a produção da Zona da Mata, para que então o projeto ganhasse corpo e vida. O primeiro desafio foi pensar numa palavra que unisse todos os envolvidos nas diversas ações desenvolvidas, assim como: jovens, moradores (as), trabalhadores (as) e demais atores sociais excluídos da atenção pública e que ao mesmo tempo fosse a cara de Nazaré da Mata. Foi daí que surgiu, como define o produtor, nada mais imenso e cruel que o Canavial (OLIVEIRA, 2010, p. 75). Munidos de um termo que logo lhes deu uma identidade, teoricamente tudo ficou mais fácil, porque o objetivo coletivo dos participantes da produção cultural no município era transformar e tornar conhecida a Zona da Mata num canavial de cultura e arte. Para isso, era necessário aperfeiçoar o que já existia e se apropriar dos manifestações culturais e artísticas de Nazaré da Mata. Tornando os próprios nazarenos protagonistas e expectadores de sua própria criação artística.

As políticas públicas no Brasil ganhou cunho e caráter, onde são consideradas o conjunto de práticas ordenadas, objetivando o uso público destas ações desenvolvidas pelo Estado. O conceito deste autor, muito citado quando o assunto é políticas públicas resume bem na sua definição:

Políticas públicas são formas de políticas implementadas pelo Estado, cujo objetivo é garantir o consenso social mediante iniciativas que contribuam para a redução das desigualdades e controle das esferas da vida pública para garantir os direitos dos cidadãos (MORAES, 2006, p.3). Outros autores como (CANCLINI, 2001; COELHO, 1997) tratam do conjunto de intervenções onde o Estado pode realizar nas instituições civis e nos grupos de comunidades organizadas, a finalidade de promover o desenvolvimento simbólico. A soma dessas e outras ações conjuntas da aplicação das políticas públicas, fortalece as satisfação das necessidades culturais das camadas populacionais e dessa forma todos ganham e obtém transformação social.

2.2. Desenvolvimento local no Movimento Canavial

Com a definição de uma identidade que deu origem ao nome Movimento Canavial, todos os envolvidos se viram munidos de forças, ideias e criatividades que os fizessem

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pensar a cultura popular como opção de existência e sobrevivência para parte da população envolvida neste cenário. Como o idealizador mesmo defini, destacam-se importantes projetos desenvolvidos pelo Ponto de Cultura Estrela de Ouro e que foram fundamentais para o Movimento Canavial enquanto recente fundação: Usina Cultural Estrela de Ouro, Festival Canavial, Programa Canavial, Ponto de Cultura Canavial e o Curso de Formação de Produtores Culturais.

Outros dois grandes e importantes projetos foram integrados ao Movimento Canavial, a exemplo dos Encontros de Maracatus e Caboclinhos que já existiam e aconteciam antes que o Ponto de Cultura Estrela de Ouro fosse inaugurado, o Festival Alafiá e o Festival Tipoia. Dentre os muitos projetos desenvolvidos na instituição, surgiu um personagem, intitulado Exu do Canavial, que é interpretado pela figura do Serginho da Burra. O personagem tem a função de abrir os caminhos, ou melhor dizendo, dar as boas-vindas, para que as pessoas, grupos e instituições participem do Movimento Canavial. Para tanto, caracteriza-se o desenvolvimento local, por meio de sua atuação social, política, cultural e outras, sendo o Movimento Canavial uma instituição que se articula estatualmente e nacionalmente em diversas esferas de construção e ações de uma política cultural para Nazaré da Mata, Pernambuco e o país como um todo. Entre algumas ações, destacam-se:

1) Fortalecimento do Programa Cultura Viva como processo revolucionário de democratização da produção cultural brasileira, através do fomento aos pontos de cultura, que se tornou um grande movimento da produção cultural brasileira, especialmente a cultura popular e a cultura digital, quando chegou a mais de 2000 projetos aprovados;

2) Contribuição para a construção do Sistema Nacional de Cultura, como marco legal da cultura brasileira e luta constante para aprovação dos seus diversos projetos de lei;

3) Reformulação constante da Lei Rouanet como forma de democratização do acesso aos recursos vindos de renúncia fiscal ou do Fundo Nacional de Cultura;

4) Participação em diversos editais de fomento e apoio à cultura como forma de acessar os mecanismos de financiamento para os projetos do Movimento Canavial e como forma de fortalecer essa prática democrática nos governos;

5) Articulação com parlamentares para apresentar emendas ao orçamento da União para os projetos do Movimento Canavial e de programas do Ministério da Cultura

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Já no âmbito municipal, nos municípios que integram a Zona da Mata de Pernambuco, e em especial a Cidade de Nazaré da Mata, local de elaboração e atuação do Movimento Canavial, as batalhas políticas se dão através de quatro importantes eixos de articulações:

1) Realização de seminários e palestras para capacitar politicamente o Movimento e a governança municipal no sentido de formar os conselhos municipais de políticas culturais e Fundo Municipal de Cultura;

2) Articulação e busca de apoio para os diversos projetos realizados pelos integrantes do Movimento Canavial;

3) Estruturação de espaços públicos e privados para as atividades culturais da região; 4) Inclusão do maior número de grupos e entidades no Programa Cultura Viva, do

Ministério da Cultura, através da implantação de Pontos de Cultura.

Dessa forma, o Movimento Canavial acredita, que por meio de sua elaboração, estruturação e aprovação, muitas ações e projetos vieram a ganhar corpo, dentro do que se objetiva-se no princípio, fazendo com que haja de fato as transformações esperadas e o desenvolvimento local e social na vida destas pessoas, trabalhadores (as) rurais e também do corte e da produção de cana de açúcar, de Nazaré da Mata. O que segundo Jesus (2006, p. 72):

“Desenvolvimento local é entendido como um processo que mobiliza pessoas e instituições buscando a transformação da economia e da sociedade locais, criando oportunidade de trabalho e de renda, superando dificuldades para favorecer a melhoria das condições de vida da população local”.

Tendo à frente lideranças, instituições e residentes de uma determinada localidade, todos na busca de articulação com vistas a promoção do favorecimento de atividades dos bens e serviços das condições de vida dos cidadãos e cidadãs. Quando o Movimento Canavial foi criado e então passou a conectar-se com outros Pontos de Cultura existentes em outros municípios, ficou evidente que o trabalho coletivo pode ser dar também na sua coletividade fechada, neste caso em Nazaré da Mata e seus atores sociais envolvidos nas dinâmicas e ações culturais da cidade, como numa coletividade mais ampla, onde possa existir intercâmbios entre cidades e outros estados do Nordeste e do Brasil. Na visão de Santos e Rodrigues (2002, p. 53), conceitua-se como:

Fenômeno humano e fenômeno comunitário que sugerem a necessidade de “passar da imagem da

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comunidade como uma coletividade fechada e estática (comunidade fortaleza) para uma imagem de comunidade como uma entidade viva e dinâmica, aberta simultaneamente ao contato e à solidariedade com outras comunidades, em diferentes escalas [...]”.

Contudo, o Movimento Canavial trabalha arduamente para que seu legado atinja as distantes camadas populacionais de Nazaré da Mata, como de outras cidades circunvizinhas da Zona da Mata. Incluir os trabalhadores (as) de áreas rurais e cortadores (as) da cana de açúcar da região aos bens de serviços, educação, cultura, uso de tecnologias, aquisição de produtos e demais utensílios de impactos cotidianos que possam tornar uma sociedade mais justa e igualitária para os menos favorecidos da localidade.

Considerações Finais

O universo que rege as populações de áreas de produção rural e agrícola, assim como os trabalhadores (as) da zona canavieira de Nazaré da Mata, está repleto de plataformas impactantes e motivacionais, estes por meio da riqueza cultural que carregam em sua gênese e na história da cidade, que por séculos anteriores, construiu sua identidade fortalecida no DNA do maracatu rural, carro chefe da cultura popular desta região. Porém, outras formas de manifestações culturais também se uniram ao clã da cena artística da cidade e aos projetos desenvolvidos no Movimento Canavial, hoje importante centro de atividades ligadas a cultura, cursos, palestras, oficinas e pesquisas voltadas a temática cultural nas culturas populares e regionais.

Fazer com que as políticas públicas direcionadas ao setor cultural sejam de fato aplicadas socialmente nas práticas do cotidiano deste atores/protagonistas sociais é mais que um desafio, é uma luta constante para não deixar as luzes da ribalta se apagarem no meio do espetáculo. A falta de incentivo do poder público é algo muito preocupante no nosso país, pois se compararmos com outras nações, veremos um grande abismo de diferença no quesito cultura. O que não tido como prioridade no Brasil, e neste caso específico me refiro a cultura em geral, é visto em outras partes do mundo como extensão da educação, conhecimento, produção econômica e outras formas de aguçar o intelecto e social humano.

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de todos os envolvidos neste projeto, suas principais características que o tornaram vencedores de seu próprio legado. As ações e ideias que foram postas em prática, a partir de iniciativas do Ministério da Cultura com a abertura dos Pontos de Cultura, foram decisivos para o resgate e valorização destes povos e suas raízes culturais. Através de editais e projetos fomentados no Pontão de Cultura, várias das pessoas residentes nas cidades de Nazaré da Mata, tornaram-se vitrines de uma rica e expressiva tradição popular. Os visionários com Benjamin (2006), Trigueiro (2007), Eco apud Melo (2006), Beltrão (1980), dentre outros, já apontavam lá no passado as causas, consequências e efeitos dessa avalanche cultural posta em prática na realidade desses atores e protagonistas sociais.

Referências:

BENJAMIN, Roberto. A Folkcomunicação no contexto da sociedade midiatizada: a

Folkcomunicação e as novas tecnologias. In: TRIGUEIRO, Oswaldo Meira.; MELO, José Marques de. Luiz Beltrão: Pioneiro das ciências da comunicação no Brasil. João Pessoa: Editora Universitária UFPB, 2006.

CANCLINI, Néstor Garcia. Culturas híbridas: como entrar e sair da modernidade. São Paulo: EDUSP, 2001.

_________, As culturas populares no capitalismo. São Paulo: Brasiliense, 1983.

COELHO, Teixeira. Dicionário Crítico de Política Cultural. São Paulo: Iluminuras/Fapesp, 1997.

DE JESUS, Paulo. Desenvolvimento local. In CATTANI, Antonio David. A outra economia. São Paulo. Veraz. 2003.

GRAMSCI, Antonio. Literatura e vida nacional. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 1968.

MEDEIROS, Roseana Borges de. Maracatu Rural: luta de classe ou espetáculo? Recife: Fundação de Cultura da Cidade do Recife, 2005.

MORAES, Alexandre de: Direito Constitucional Administrativo; 3ª edição; Atlas; São Paulo, 2006.

NUNES, Ariel. Programa Cultura Viva: Primeiras aproximações de um campo político. VI Seminário Internacional de Políticas Culturais. Fundação Casa de Rui Barbosa – Rio de Janeiro – Brasil.2015

OLIVEIRA, Afonso Fernando Alves de. Método Canavial: Introdução à produção cultural. Olinda: Associação Reviva, 2010.

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PEREIRA, Cesar de Mendonça. Dissertação de Mestrado em Extensão Rural e Desenvolvimento Local. Política Pública Cultural e Desenvolvimento Local: análise do Ponto de Cultura Estrela de Ouro de Aliança – Pernambuco, Recife: UFRPE, 2000.

SANTOS, B. S. (Org.). Produzir para viver: os caminhos da produção não capitalista. v.3. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.

Referências

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