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I e I raDoutora em Direito Internacional e Mestre em Direito Internacional Privado pela Universidad de Buenos Aires (UBA). Mestre em Direito da Integração Econômica pela Universidad del Salvador e Université Paris I – Panthéon/Sorbonne. Professora da Graduação e do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Diretora para o MERCOSUL do Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor (BRASILCON). Ex-consultora internacional da Secretaria Nacional do Consumidor (SENACON), contratada pela UNESCO e pelo PNUD. lucianekleinvieira@yahoo.com.br; lucianevieira@unisinos.br
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q u e f fDoutora em Direito Internacional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Mestre em Direito Público pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS, com bolsa CAPES. Professora da Graduação e do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Uberlândia – UFU. Pesquisadora visitante da Universidade de Toronto (2011) e de Ottawa (2018). Expert nomeada pelo Ministério da Justiça/Secretaria Nacional do Consumidor
para o Projeto Turista da Conferência de Direito Internacional Privado da Haia – HCCH (2019). tatiana.squeff@ufu.br; tatiafrcardoso@gmail.com
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ra I n e rGraduada em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos − UNISINOS. Foi bolsista de pesquisa na modalidade PRATIC, tendo atuado junto à Linha 2 (Sociedade, Novos Direitos e Transnacionalização) do PPG – Direito, da mesma Universidade, sob a orientação da Profa. Dra. Luciane Klein Vieira. victoria_frainer@hotmail.com
Recebido: 01.11.2019 Pareceres: 17.12.2019 e 16.12.2019
á re a s d o d I re I to : Consumidor; Internacional
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re s u mo : O processo de globalização ressignificou asfronteiras dos Estados e, hoje, os consumidores, an-tes comumente atrelados a realizar suas transações no Estado de sua residência habitual, deslocam-se cada vez mais para fora do limite fronteiriço, reve-lando uma contínua inserção no mercado de con-sumo internacional. Sob esse enfoque, o presente artigo almeja responder ao seguinte problema de pesquisa: quais os avanços e retrocessos nos tra-balhos desenvolvidos pela Conferência de Haia de Direito Internacional Privado (HCCH) e pelo Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) para efetivar a tutela do consumidor turista no âmbito internacional? Apre-senta-se como hipótese de trabalho a existência de mais avanços no tratamento sobre o tema do que retrocessos, vez que ambas as organizações estão tratando sobre o tema, embora preocupe a demora na efetivação das normas elaboradas pelo MERCO-SUL, bem como a aprovação da proposta brasileira de Convenção para proteção ao turista na HCCH. Para tanto, a pesquisa empregará o método de análise normativo-descritivo, sob a ótica histórica, crítica e interdisciplinar que leve em conta o Direito Internacional Privado e o Direito do Consumidor em relação à tutela do consumidor – sobretudo do tu-rista – transfronteiriço. Nesse contexto, a pesquisa bibliográfica descritiva, de cunho documental, terá foco na análise da categoria de consumidor turista, suas características e vulnerabilidades, exploran-do-se a sua proteção legal na esfera internacional, notadamente na HCCH e no MERCOSUL.
pa l a v ra s- c ha v e : Consumidor turista – Confe-rência de Haia de Direito Internacional Privado – MERCOSUL – Proteção internacional.
a bs tra c t: The process of globalization has re-de-fined the frontiers of the states, and today, con-sumers, who are usually linked to their transactions in the State of their habitual residence, are mov-ing more and more beyond the frontier boundary, with the continuous insertion in the international consumer market. Under this approach, the pres-ent study aims to answer: What are the advances and setbacks in the work developed by the Hague Conference on Private International Law (HCCH) and the Southern Common Market (Mercosur) to carry out international consumer protection? As a research hypothesis, there are more advances in the treatment of the issue than setbacks, since both organizations are addressing the issue, although there are concerns about the delay in the imple-mentation of the standards developed by Mercosur, as well as the approval of the Brazilian proposal for a Convention for the Protection of the Tourist in HCCH. Thus, the research method used is norma-tive-descriptive analysis, from a historical, critical and interdisciplinary perspective that considers Private International Law and Consumer Law in relation to consumer protection – especially the tourist – cross-border tourist. The descriptive bib-liographic research will focus on the analysis of the tourist consumer category, its characteristics and vulnerabilities, exploring its legal protection in the international scope, notably in HCCH and Mercosur, based on legislation and doctrine on the subject, in addition to treaties, draft standards.
K e y w o rd s : Tourist consumer – Hague Conference on Private International Law – Mercosur – Interna-tional protection.
sumário: 1. Introdução. 2. O consumidor e o Direito Internacional Privado. 2.1. O conceito de
consumidor turista. 2.2. Os requisitos necessários para identificar o consumidor turista. 2.3. A hipervulnerabilidade do consumidor turista. 3. A tutela universal do consumidor turista na Con-ferência de Haia de Direito Internacional Privado. 4. A tutela regional do consumidor turista no MERCOSUL. 5. Considerações finais. 6. Referências.
1. i
ntRoduçãoO presente artigo tratará acerca das iniciativas relacionados à proteção do consumidor turista na esfera da Conferência de Haia de Direito Internacional Privado (HCCH) e do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL).
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Ainda, cabe salientar o vazio normativo quanto à definição do consumidor turis-ta, o que gera insegurança jurídica aos cidadãos mercosurenhos que poderiam ser beneficiados pela legislação protetiva, caracterizando-se como ponto negativo no trabalho produzido até agora pelo bloco. Por fim, considerando a postura adotada nas recentes reuniões do CT 7, a tutela do consumidor turista aparenta ter sido posta em segundo plano, embora a relevância da matéria e o importante trabalho realiza-do até o momento.
Para sanar a omissão referida, servem como parâmetro para o estabelecimento de um conceito de consumidor turista para o MERCOSUL os conceitos já elaborados no campo internacional, devendo se observar, no entanto, os objetivos do bloco de integração, como o incentivo do intercâmbio acadêmico nos Estados Partes, a fim de se incluir a figura do estudante intercambista na qualificação referida, já que es-tamos tratando da circulação de pessoas, uma das metas do mercado comum. Além disso, o conceito de consumidor turista deverá atentar-se à separação conceitual do visitante e turista, em respeito ao tempo de permanência de cada um no Estado-re-cebedor ou Estado de destino, vez que o trânsito entre as fronteiras dos Estados Par-tes é facilitado.
Retomando a hipótese de trabalho apresentada, no início desta pesquisa, perce-be-se que a mesma está correta, isso porque, de fato, há mais avanços – representados pelos projetos de normas existentes em ambos âmbitos analisados – do que retroces-sos nos trabalhos de ambas as organizações internacionais analisadas, em que pese ainda existirem reservas em torno da consolidação de uma convenção internacional na HCCH e o suposto abandono da temática, recentemente, no MERCOSUL.
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• Apelo para um mecanismo de coordenação internacional para as reclamações de turistas internacionais, de Wei Dan e Ning Hongling – RDC 126/279-295 (DTR\2019\42441);
• Esforços para incluir o tema da proteção do turista na agenda de trabalho da conferência de Haia e a proposta brasileira de “convenção de cooperação em matéria de proteção dos visitan-tes e turistas estrangeiros”, de Claudia Lima Marques – RDC 90/39-64 (DTR\2013\11637); e
• O consumidor turista estrangeiro no mundo: a necessária instituição de um sistema de proteção e cooperação internacional, de Joseane Suzart Lopes da Silva – RDC 107/243-290
(DTR\2016\24087).