MA111 - C´
alculo I
Primeiro semestre de 2021
Ricardo M. Martins rmiranda@unicamp.br
http://www.ime.unicamp.br/~rmiranda
Exerc´ıcio da aula 04
Exemplo 6 Considere a fun¸c˜ao g (x ) = x2− 9 x − 3 , x 6= 3, b , x = 3.Este fun¸c˜ao tem limite em x = 3? Qual deve ser o valor de b para
que a fun¸c˜ao seja cont´ınua?
Defini¸c˜
ao formal de limite
Sejam A, B ⊆ R e f : A → B uma fun¸c˜ao. Seja p ∈ A ou ent˜ao
suponha que p ´e extremidade de um intervalo que esteja no
dom´ınio de f . Dizemos que o limite de f (x ) quando x tende a p ´e
igual a L se para todo ε > 0, existir δ > 0 tal que, para todo x ∈ A temos
0 < |x − p| < δ ⇒ |f (x ) − L| < ε.
Quando tal n´umero L existe, denotaremos
lim
x →pf (x ) = L.
A no¸c˜ao formal de continuidade ´e obtida supondo que p ∈ A e que L = f (p) na defini¸c˜ao anterior.
Defini¸c˜
ao formal de limite
-1.0 -0.5 0.5 1.0 1.5 2.0 -2 2 4 6 8 10 f(x) = x2+ 3x p= 1Defini¸c˜
ao formal de limite
-1.0 -0.5 0.5 1.0 1.5 2.0 -2 2 4 6 8 10 f(x) = x2+ 3x p= 1Defini¸c˜
ao formal de limite
-1.0 -0.5 0.5 1.0 1.5 2.0 -2 2 4 6 8 10 f(x) = x2+ 3x x f(x) p= 1 lim x→1f(x) = 4Defini¸c˜
ao formal de limite
-1.0 -0.5 0.5 1.0 1.5 2.0 -2 2 4 6 8 10 f(x) = x2+ 3x p= 1 lim x→1f(x) = 4Defini¸c˜
ao formal de limite
-1.0 -0.5 0.5 1.0 1.5 2.0 -2 2 4 6 8 10 f(x) = x2+ 3x ε p= 1 Dadoε> 0 p= 1 L= 4 lim x→1f(x) = 4Defini¸c˜
ao formal de limite
-1.0 -0.5 0.5 1.0 1.5 2.0 -2 2 4 6 8 10 f(x) = x2+ 3x ε δ Dadoε> 0 Existeδ> 0tal quep= 1
L= 4
lim x→1f(x) = 4
Defini¸c˜
ao formal de limite
-1.0 -0.5 0.5 1.0 1.5 2.0 -2 2 4 6 8 10 f(x) = x2+ 3x ε δ Dadoε> 0 Existeδ> 0tal que0 < |x − p| < δ p= 1 se então| f(x) − L| < ε L= 4 lim x→1f(x) = 4
Defini¸c˜
ao formal de limite
-1.0 -0.5 0.5 1.0 1.5 2.0 -2 2 4 6 8 10 f(x) = x2+ 3x ε δ -1.0 -0.5 0.5 1.0 1.5 2.0 -2 2 4 6 8 10 Dadoε> 0 Existeδ> 0tal que0 < |x − p| < δ p= 1 se então| f(x) − L| < ε L= 4 lim x→1f(x) = 4
Defini¸c˜
ao formal de limite
-1.0 -0.5 0.5 1.0 1.5 2.0 -2 2 4 6 8 10 f(x) = x2+ 3x ε δ -1.0 -0.5 0.5 1.0 1.5 2.0 -2 2 4 6 8 10 Dadoε> 0 Existeδ> 0tal que0 < |x − p| < δ p= 1 se então| f(x) − L| < ε L= 4 lim x→1f(x) = 4
É preciso encontrar , que sempre vai depender de , que faça esta condição funcionar.δ> 0 ε> 0
Exemplo
Exemplo
Se f (x ) = mx + n ent˜ao lim
x →pf (x ) = mp + n. Al´em disto, f ´e
cont´ınua.
Note queseprovarmos que lim
x →pf (x ) = mp + n, como
f (p) = mp + n, obteremos gratuitamente que f ´e cont´ınua em p.
Exemplo
lim x →p(mx + n) | {z } f (x ) = mp + n | {z } L Seja ε > 0.Queremos obterδ > 0 tal quese0 < |x − p| < δ ent˜ao |f (x) − L| = |(mx − n) − (mp + n)| < ε.
Vamos fazer a conta “ao contr´ario”:
Exemplo
lim x →p(mx + n) | {z } f (x ) = mp + n | {z } LExemplo
|f (x) − L| = |(mx − n) − (mp + n)| = |m(x − p)| = |m||x − p| Se m > 0, tomando δ = ε/m, podemos garantir que:
0 < |x − p| < δ ⇒ |f (x ) − L| = (m)|x − p|< (m)δ = m ε m
= ε
Se m < 0, podemos tomar δ = ε/(−m) e a mesma condi¸c˜ao se
verifica. Se m = 0, podemos tomar δ = 1 (ou qualquer outro valor).
Com isto, provamos que lim
Exemplo
Exemplo
Se f (x ) = 3x + 2 ent˜ao lim
x →1f (x ) = 5. De fato, dado ε > 0, tome δ = ε/3. Assim, se 0 < |x − 1| < ε/3 temos
Exemplo
Exemplo
A fun¸c˜ao g (x ) = x2 ´e cont´ınua.
Repeteco do que fizemos antes, agora mais r´apido. Seja p > 0. O
caso p ≤ 0 fica de exerc´ıcio para casa.
Vamos mostrar que g (x ) ´e cont´ınua em x = p, ou seja, que
lim
x →pf (x ) = p 2.
Seja ε > 0. Devemos encontrar δ > 0 tal que 0 < |x − p| < δ ⇒ |f (x ) − p2| < ε.
Exemplo
Exemplo A fun¸c˜ao g (x ) = x2 ´e cont´ınua. Como |f (x) − p2| = |x2− p2| = (x − p)(x + p)|, caso |x − p| < δ teremos −δ < x − p < δ, o que ´e equivalente a −δ + p < x < δ + p.Exemplo
Somando p na desigualdade anterior, temos −δ + 2p < x + p < δ + 2p.
Agora supondo que δ < p, temos
−p + 2p < x + p < p + 2p, ou ainda
−3p < x + p < 3p, o que implica |x + p| < 3p.
Exemplo
O que temos at´e agora:
# |x − p| < δ (ainda temos que escolher δ)
# |x + p| < 3p Escolhendo δ = min ε 3p, p obtemos que se 0 < |x − p| < δ ent˜ao |f (x) − p2| = |x − p||x + p| < δ · 3p < ε,
como quer´ıamos demonstrar. Logo limx →pf (x ) = f (p) = p2 e a
Propriedades
Se lim
x →af (x ) = L e limx →ag (x ) = M ent˜ao:
# lim
x →a(f (x ) + g (x )) = L + M = limx →af (x ) + limx →ag (x )
# lim
x →ak · f (x ) = k · L = k limx →af (x )
# lim x →a(f (x ) · g (x )) = L · M = lim x →af (x ) · lim x →ag (x ) # lim x →a f (x ) g (x ) = L M = lim x →af (x ) lim x →ag (x ) se M 6= 0
Propriedades
Teorema
As fun¸c˜oes dos tipos abaixo s˜ao cont´ınuas (em todos os pontos
do dom´ınio):
# fun¸c˜oes polinomiais
# fun¸c˜oes racionais
# fun¸c˜oes trigonom´etricas (e suas inversas)
# fun¸c˜oes exponenciais (e sua inversa a fun¸c˜ao logaritmica)
# fun¸c˜oes “ra´ızes”
Exerc´ıcios
Exerc´ıcio Calcule lim x →3 √ x −√3 x − 3 . Exerc´ıcio Calcule lim x →1 x4− 2x + 1 x3+ 3x2+ 1. Exerc´ıcio Calcule lim x →−1 x3+ 1 x2+ 4x + 3.Continuidade da composi¸c˜
ao
Teorema
Se f ´e cont´ınua em x = b e limx →ag (x ) = b, ent˜ao
lim
x →af (g (x )) = f (g (a)) = f (b),
ou “o limite entra no argumento da fun¸c˜ao”.
Com base no teorema acima, obtemos
Exerc´ıcios
Exerc´ıcio Calcule lim x →1 s x2− 1 x − 1. Exerc´ıcio Calcule lim t→0 2 −√4 − t t .Exerc´ıcios
# Mostre que f (x ) = x + 1/x ´e cont´ınua para todo x > 0.
# Mostre que a fun¸c˜ao
q(x ) = ( x , x ∈ Q, −x , x /∈ Q ´ e cont´ınua na origem.
# Estude a continuidade da fun¸c˜ao f (x ) = x
2− 7x + 1
x2− 9 . O que
Fun¸c˜
oes e limites de f (n) com n ∈ N
A fun¸c˜
ao exponencial
Seja k(n) = 1 +1 n n , com n ∈ N. Note que# k(1) = 1 +1 1 1 = 2 # k(2) = 1 +1 2 2 = 9/4 ≈ 2, 25 # k(10) = 1 + 1 10 10 = 64/27 ≈ 2, 59 # k(1000) = 1 + 1 1000 1000 ≈ 2, 71692 # k(1000000) = 1 + 1 1000000 1000000 ≈ 2, 71828
A fun¸c˜
ao exponencial
Se f : N → R, diremos queo limite de f (n) quando n tende a
infinito ´e igual a αse para todo ε > 0, existe n0 ∈ N tal que se
n ≥ n0 temos |f (n) − α| < ε. Neste caso diremos que f (n)
converge para α.
A nota¸c˜ao para isto ser´a lim
n→∞f (n) = α
ou ent˜ao
f (n) → α,
poisno caso da vari´avel ser natural, a ´unica possibilidade ´e que n → ∞.
A fun¸c˜
ao exponencial
Exemplos # 1n → 0 # 2n + 2n + 1 → 1 2 # (−1)n n˜ao converge # 1 + 1 n nconverge para um n´umero real denotado por e.
Isto define o n´umero neperiano:
e = lim n→∞ 1 +1 n n
A fun¸c˜
ao exponencial
O n´umero definido no slide anterior ser´a usado para definir a
fun¸c˜ao exponencial f (x ) = ex (ou f (x ) = exp(x )). Outra forma de definir esta fun¸c˜ao ´e
f (x ) = ex = lim n→∞ 1 +x n n .
Assim f (1) = e e f (0) = 1. Note que f (x ) > 0 para todo valor de x ∈ R.
Esta fun¸c˜ao ´e invert´ıvel, e sua inversa ser´a denotada por ln(x ) = loge(x ).
Exerc´ıcios
Exerc´ıcio Considere a fun¸c˜ao f (x ) = ex +1 , x ≤ −1, 2ax2 , −1 < x < 1, b + ln(x ) , x > 1.Determine, se existirem, valores de a, b para os quais a fun¸c˜ao ´e
Pr´oxima aula:
# Teorema do Valor Intermedi´ario.