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ALINHAMENTO ANATÔMICO DOS MEMBROS INFERIORES E LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS EM CORREDORES: DESCRIÇÕES, ASSOCIAÇÕES E TAXAS DE LESÃO

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ALINHAMENTO ANATÔMICO DOS MEMBROS INFERIORES

E LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS EM CORREDORES:

DESCRIÇÕES, ASSOCIAÇÕES E TAXAS DE LESÃO

UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

UNICID

SÃO PAULO

2011

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ALINHAMENTO ANATÔMICO DOS MEMBROS INFERIORES

E LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS EM CORREDORES:

DESCRIÇÕES, ASSOCIAÇÕES E TAXAS DE LESÃO

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo como requisito exigido para a obtenção do título de Mestre sob orientação do Prof. Dr. Alexandre Dias Lopes.

UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO

UNICID

SÃO PAULO

2011

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Ficha Elaborada pela Biblioteca Prof. Lúcio de Souza. UNICID 

C331 a

Carvalho, Aline Carla Araújo.

Alinhamento anatômico dos membros inferiores e lesões musculoesqueléticas em corredores: descrição, associações e taxas de lesão. / Aline Carla Araújo Carvalho. --- São Paulo, 2011. 95 p.; anexos.

Bibliografia

Dissertação (Mestrado) – Universidade Cidade de São Paulo - Orientador: Prof. Dr. Alexandre Dias Lopes.

1. Traumatismo em atletas. 2. Lesões. 3. Medicina esportiva. 4. Exercícios. 5. Corrida. I. Lopes, Alexandre Dias, orient. II. Título.

CDD 615.823

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ALINHAMENTO ANATÔMICO DOS MEMBROS INFERIORES E

LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS EM CORREDORES:

DESCRIÇÕES, ASSOCIAÇÕES E TAXAS DE LESÃO

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo como requisito exigido para a obtenção do título de Mestre sob orientação do Prof. Dr. Alexandre Dias Lopes.

Área de concentração: Avaliação, Intervenção e Prevenção em Fisioterapia.

COMISSÃO EXAMINADORA:

Prof.º Dr. Alexandre Dias Lopes ____________________ Universidade Cidade de São Paulo

Prof. Dr. Carlos Marcelo Pastre ____________________ Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho

Prof. Dr. Leonardo de Oliveira Pena Costa ____________________ Universidade Cidade de São Paulo

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Quero agradecer a Deus pelo amparo e força nos momentos de dificuldades e dúvidas. A Ti devo a perseverança para superar todas as dificuldades.

A minha família e amigos que me deram o suporte e sustento para que eu não desanimasse nos momentos de desolação e dúvidas. Amo todos vocês!

Ao professor e amigo Alexandre Lopes pelo incentivo, insistência, generosidade e amizade. Não sei se conseguiria concluir minha missão sem o seu apoio e dedicação. A você minha gratidão, carinho e amizade! Sou uma fã sua!

Ao amigo Luiz por toda força e apoio. Você foi um sustento, suporte e alento nas horas difíceis. Nossa amizade foi construída em meio às adversidades! Adoro você!

Ao Centro Universitário Cesmac, a empresa da qual faço parte e que me proporcionou a oportunidade de cursar o meu mestrado em Fisioterapia. Muito obrigada!

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INTRODUÇÃO: Muito se especula sobre a influência de fatores como o alinhamento dos membros inferiores e o desenvolvimento de lesões musculoesqueléticas em praticantes de corrida, porém poucas evidências sustentam esta hipótese. Objetivo: Descrever as características de alinhamento anatômico dos membros inferiores, verificar a prevalência e incidência das lesões musculoesqueléticas relacionadas à corrida, analisar as associações entre as características de alinhamento anatômico e estas lesões, assim como descrever as principais lesões entre os corredores e as regiões anatômicas mais acometidas. Método: Estudos transversal e de coorte prospectivo composto por 89 corredores recreacionais que foram submetidos à avaliação bilateral do ângulo Q, ângulo subtalar, índice do arco plantar e discrepância de comprimento dos membros inferiores e foram acompanhados por um período de 12 semanas. Foram realizadas análises descritivas e verificação da associação entre as características de alinhamento anatômico dos corredores e as lesões apresentadas. A incidência de lesões foi calculada através de análise de sobrevivência e a associação entre possíveis fatores de risco e tempo de lesão foi determinada através do modelo de regressão de Cox. Resultados: Participaram do estudo corredores com idade média de 44 (DP=10) anos, sem grandes alterações no alinhamento dos membros inferiores e que apresentaram associação entre a discrepância de ângulos Q e o histórico de lesões musculoesqueléticas relacionadas à corrida nos últimos 12 meses. Não houve associação entre as novas lesões apresentadas pelos corredores e as características de alinhamento anatômico dos membros inferiores. A prevalência de lesões musculoesqueléticas relacionadas à corrida foi de 61,8%, a incidência das mesmas foi de 27%, sendo as tendinopatias e as lesões musculares as lesões mais comuns e o joelho e a perna as regiões mais acometidas. Conclusões: Foi possível identificar a associação entre a discrepância de ângulos Q com as lesões em corredores, que apresentaram a tendinopatia e as lesões musculares com as principais lesões e o joelho e a perna como as regiões anatômicas mais acometidas.

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INTRODUCTION: There has been much speculation about the influence of factors such as upper limb alignment and the development of musculoskeletal injuries in runners; however, there is little evidence to support this hypothesis. Objectives: To describe the characteristics of lower limb alignment, to verify the prevalence and incidence of running-related musculoskeletal injuries, to analyze the associations between anatomical alignment and these injuries and to describe the main injuries among the runners and the most affected anatomical regions. Methods: This was a cross-sectional prospective cohort study with a twelve-week follow-up period including 89 recreational runners who were submitted to a bilateral evaluation of the Q angle, subtalar angle, plantar arch index and lower limb length discrepancy. Descriptive analyses were carried out as well as investigation of the association between the runners’ anatomical alignment and the injuries presented. The incidence of injuries was calculated using survival analysis, and the association between possible risk factors and the time of injury was determined with the Cox regression model. Results: Runners with a mean age of 44 (SD=10), without severe alterations in lower limb alignment and presenting an association between the discrepancy of Q angle and history of running-related musculoskeletal injuries in the last 12 months participated in the study. There was no association between the runners’ new injuries and lower limb alignment characteristics. The prevalence of musculoskeletal injuries from running was 61.8%, and their incidence was of 27%; the most common injuries were tendinopathies and muscle injuries, with the legs being the most affected region. Conclusions: an association between Q angle discrepancy and the runners’ injuries was identified; tendinopathies and muscle injuries were the main injuries, and the knee and leg were the most affected anatomical regions.

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CAPÍTULO 1 5

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO 6

1.1.1 Apresentação dos estudos envolvidos na dissertação 9

1.2 REFERÊNCIAS 10

CAPÍTULO 2 12

2.1 RESUMO 14

2.2 INTRODUÇÃO 16

2.3 MATERIAL E MÉTODO 18

2.3.1 Desenho do estudo e participantes 18

2.3.2 Formulário 18

2.3.3 Procedimentos de Avaliação 19

2.3.3.1 Avaliação do Ângulo Q e da Discrepância entre os Ângulos Q 19

2.3.3.2 Avaliação do Ângulo Subtalar 20

2.3.3.3 Avaliação do Índice do Arco Plantar 20

2.3.3.4 Avaliação da Discrepância de Comprimento dos Membros Inferiores 21

2.3.4 Análise estatística 22 2.4 RESULTADOS 23 2.5 DISCUSSÃO 27 2.6 CONCLUSÃO 32 2.7 AGRADECIMENTOS 33 2.8 CONFLITO DE INTERESSEES 33

2.9 FONTE DE FINANCIAMENTO DA PESQUISA 33

2.10 REFERÊNCIAS ANEXO 34 37 CAPÍTULO 3 39 3.1 AGRADECIMENTOS 42 3.2 RESUMO 43 3.3 INTRODUÇÃO 45 3.4 MATERIAL E MÉTODO 46

(10)

3.4.3 Procedimentos de Avaliação 47 3.4.3.1 Avaliação do Ângulo Q e da Discrepância entre os Ângulos Q 47

3.4.3.2 Avaliação do Ângulo Subtalar 48

3.4.3.3 Avaliação do índice do Arco Plantar 49

3.4.3.4 Avaliação da Discrepância de Comprimento do Membros Inferiores 50

3.4.4 Análise Estatística 50 3.5 RESULTADOS 51 3.6 DISCUSSÃO 55 3.7 REFERÊNCIAS ANEXO 59 63 CAPÍTULO 4 64 4.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS 65 4.2 REFERÊNCIAS 68 MATERIAL SUPLEMENTAR 70

Suplemento 1 – Avaliação do ângulo Q 71

Suplemento 2 – Avaliação do ângulo subtalar 72

Suplemento 3 – Avaliação do índice do arco plantar 73

Suplemento 4 – Avaliação da discrepância de comprimento dos membros

Inferiores 74

Suplemento 5 - Instruction for authors for preparation of manuscripts for

Physical Therapy in Sports 75

Suplemento 6 - Instruction for authors for preparation of manuscripts for

Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy 87

(11)

CAPÍTULO 1

(12)

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

A corrida representa uma das modalidades de atividade física de maior popularidade no mundo1 e com número crescente de adeptos2. Porém, pode apresentar taxas de incidência de lesões musculoesqueléticas que pode atingir entre 19,4% e 92,4% dos seus praticantes3, 4 e taxas de prevalência destas lesões que oscilam entre 25% e 46% entre os corredores2, 5-7.

Alguns estudos têm se preocupado em pesquisar a influência de fatores extrínsecos, como as características de treinamento, e intrínsecos, como as características de alinhamento anatômico dos corredores8-10 no surgimento das lesões durante a prática da corrida, sendo que os principais fatores de risco apontados pela literatura para essas lesões são a quilometragem semanal superior a 64 km e o histórico de lesão musculoesquelética prévia em membros inferiores3, 11.

Entre as características de alinhamento anatômico, especula-se que a discrepância de comprimento dos membros inferiores (MMII), as alterações de ângulo Q e a discrepância entre ângulos Q dos joelhos possam ser fatores associados ao desenvolvimento de lesões musculoesqueléticas em corredores9, 12. A altura do arco longitudinal medial (ALM) e a medida do ângulo subtalar também são apontadas, em alguns estudos, como possíveis fatores que se associam com essas lesões, contudo poucas evidências sustentam tal hipótese10, 11, 13.

Atualmente, se estima para a população brasileira uma taxa de 5% de corredores, principalmente de rua14, o que representa aproximadamente 10 milhões de brasileiros praticando a corrida como esporte. No entanto, no Brasil, apenas um estudo prospectivo15 desenvolvido com 18 corredores e com período de acompanhamento de 12 meses foi realizado até o momento. Este estudo teve como o objetivo analisar a incidência de lesões osteomioarticulares em corredores amadores e detectar os principais fatores extrínsecos e intrínsecos associados às lesões encontradas. Para tanto, os pesquisadores avaliaram a amplitude articular do tornozelo, ângulo Q e encurtamento muscular dos isquiostibiais e quadríceps, mas não observaram como resultado nenhuma associação da ocorrência de lesões musculoesqueléticas relacionadas à corrida.

Apesar da existência de dez estudos de coorte prospectivo9-13, 15-19 que

verificaram a associação entre as características de alinhamento anatômico com o desenvolvimento de lesões musculoesqueléticas, existem poucas evidências sobre a

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associação de cada tipo de alteração do alinhamento anatômico e o surgimento de lesões. Dentre estes estudos, um16 foi desenvolvido com uma população de 532 corredores recreacionais, acompanhados por 8 semanas e encontrou associação entre o movimento excessivo do osso navicular, avaliado em posição ortostática, com o desenvolvimento de lesões musculoesqueléticas em corredores. Outro estudo13, envolvendo 66 corredores recreacionais durante um período de 4 meses, avaliou a mobilidade do osso navicular e o alinhamento do ângulo Q, avaliados a partir da posição ortostática, e do retropé, avaliado na posição pronada, entre outras medidas e encontrou associação, apenas, entre a mobilidade do osso navicular e o desenvolvimento de síndrome do estresse tibial medial em corredores. Um terceiro estudo15 foi realizado com 18 corredores recreacionais por um período de 12 meses

e avaliou entre outras medidas, o ângulo Q, a partir da posição ortostática, e a mobilidade para dorsiflexão e flexão plantar, em posição pronada e supinada, e não encontrou associação essas características estudadas e o surgimento de lesões musculoesqueléticas entre os corredores.

Já dois outros estudos9,12, realizados com 23 corredores de cross-country, durante a temporada de 1996 e que tiveram como objetivos analisar a associação entre o ângulo Q9,12, avaliado em posição ortostática, e a discrepância de comprimento dos MMII9, avaliada a partir da posição supinada, com as lesões em corredores, encontraram associação apenas entre as alterações de ângulo Q e a discrepância de ângulo Q maior que 3º com estas lesões na corrida. Um outro estudo17 envolvendo 8 clubes de corredores de cross-country, acompanhados por um período de 13 semanas, avaliou a associação entre a altura do osso navicular, avaliado a partir da posição ortostática, com as lesões na corrida, e não encontrou associação entre estas duas variáveis.

Um dos estudos10 foi realizado com 153 corredores recreacionais durante 6 meses e avaliou, entre outras características de alinhamento anatômico dos MMII, o ângulo Q e a discrepância de comprimento dos MMII, avaliados em posição supinada, arco longitudinal medial, avaliado em posição ortostática, e ângulo subtalar, avaliado com o corredor posicionado em prono, contudo estabeleceu associação apenas entre as alterações de angulação subtalar e as lesões musculoesqueléticas relacionada à corrida.

Um estudo desenvolvido com maratonistas11 acompanhados por 32 semanas

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comprimento dos MMII, encontrou associação entre as alterações de ângulo Q e a discrepância de comprimento dos MMII com as lesões musculoesqueléticas em corredores.

Dois estudos desenvolvidos com militares18, 19 em treinamento para a academia militar, apresentaram como objetivo analisar a associação entre a prescrição de tênis especial de corrida baseado na avaliação da altura do arco longitudinal medial, realizada em ortostatismo, e as lesões musculoesqueléticas relacionadas à corrida, e concluíram que a prescrição destes tênis especiais de corrida, a partir da avaliação da altura do arco longitudinal medial, não reduz a incidência de lesões nos recrutas.

Sendo assim e tomando como referência as evidências conflitantes presentes nos estudos que se propõem a identificar as possíveis associações entre as principais características de alinhamento anatômico com o aumento da incidência de lesões musculoesqueléticas em corredores recreacionais, os objetivos desta dissertação são: 1) descrever as características pessoais e de alinhamento anatômico de corredores recreacionais; 2) determinar qual a prevalência de lesões musculoesqueléticas presentes nos últimos 12 meses entre os corredores participantes do estudo; 3) verificar se existe associação entre as características de alinhamento anatômico com a história prévia de lesões musculoesqueléticas; e 4) determinar a incidência de lesões musculoesqueléticas ocorridas durante os 3 meses de acompanhamento do estudo; 5) observar se há influência das características de alinhamento anatômico dos membros inferiores sobre a incidência de lesões musculoesqueléticas entre os corredores participantes.

A partir destes objetivos, pretendemos contribuir para um melhor entendimento dos fatores envolvidos com as lesões musculoesqueléticas em corredores, auxiliando não somente a população de praticantes de corrida na identificação de fatores predisponentes destas lesões, mas também aos treinadores na elaboração de programas de treinamento diferenciados e beneficiará os fisioterapeutas que compõem as equipes multidisciplinares do esporte a prestarem melhor atenção primária à saúde, uma vez que é o profissional melhor qualificado para desenvolver programas de prevenção de lesões, especialmente esportivas.

(15)

1.1.1Apresentação dos Estudos Envolvidos na Dissertação

O capítulo 2 desta dissertação apresenta um estudo do tipo transversal que teve os seguintes objetivos: descrever as características pessoais e de alinhamento anatômico de uma amostra de 89 corredores recreacionais; determinar qual a prevalência de lesões musculoesqueléticas dos últimos 12 meses entre esses corredores; verificar se existe associação entre as características de alinhamento anatômico com a história prévia de lesões musculoesqueléticas; e descrever as principais lesões ocorridas e suas localizações anatômicas nesse grupo de corredores. Este capítulo foi formatado segundo as normas da Revista Physical Therapy in Sports e submetido a este periódico (suplemento 5). Os resultados deste capítulo apontam para a associação entre a discrepância de ângulos Q com o histórico de lesões musculoesqueléticas relacionadas à corrida, uma prevalência nos últimos 12 meses de 61,8% de lesões entre os corredores, o joelho como a região anatômica mais acometida por estas lesões e as lesões musculares e as tendinopatias como aquelas mais comumente referidas pelos corredores.

O capítulo 3 trata de um estudo de coorte prospectivo cujos objetivos foram apresentar a incidência de lesões musculoesqueléticas relacionadas à corrida em uma população de corredores recreacionais, verificar as associações entre as características de alinhamento anatômicos dos membros inferiores e o surgimento de lesões em corredores e descrever as principais lesões ocorridas durante o período de acompanhamento do estudo, assim como as regiões anatômicas mais acometidas. O estudo foi conduzido com 89 corredores envolvidos nos resultados do capítulo 2, que foram acompanhados a cada duas semanas por um período de 12 semanas através do preenchimento de um formulário online e da realização de uma avaliação das medidas de ângulo Q, ângulo da articulação subtalar, de discrepância de comprimento dos membros inferiores e de altura do arco longitudinal medial. Os resultados do capítulo 3 apresentam a não associação entre as características de alinhamento anatômico dos MMII com o surgimento de lesões musculoesqueléticas relacionadas à corrida, uma incidência de 27% de lesões entre os corredores, ou 6 lesões por 1000 horas de exposição à corrida, a perna e o joelho como as regiões anatômicas mais acometidas por estas lesões e as lesões musculares e as tendinopatias como aquelas mais comumente referidas pelos corredores. Este capítulo foi formatado segundo as normas da revista Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy (JOSPT) e submetido a este periódico (suplemento 6).

(16)

1.2 REFERÊNCIAS  

1. Van Middelkoop M, Kolkman J, Van Ochten J, Bierma-Zeinstra SM, Koes BW. Course and predicting factors of lower-extremity injuries after running a marathon. Clin J Sport Med. 2007;17(1):25-30.

2. Pazin J, Duarte MFS, Poeta LS, Gomes MA. Corredores de rua: características demográficas, treinamento e prevalência de lesões. Rev bras cineantropom desempenho hum 2008;10(3):277-82.

3. Van Gent RN, Siem D, Van Middelkoop M, Van Os AG, Bierma-Zeinstra SM, Koes BW. Incidence and determinants of lower extremity running injuries in long distance runners: a systematic review. Br J Sports Med. 2007;41(8):469-80.

4. Van Middelkoop M, Kolkman J, Van Ochten J, Bierma-Zeinstra SM, Koes B. Prevalence and incidence of lower extremity injuries in male marathon runners. Scand J Med Sci Sports. 2008;18(2):140-4.

5. Lopes AD, Costa LO, Saragiotto BT, Yamato TP, Adami F, Verhagen E. Musculoskeletal pain is prevalent among recreational runners who are about to compete: an observational study of 1049 runners. J Physiother. 2011;57(3):179-82. 6. McKean KA, Manson NA, Stanish WD. Musculoskeletal injury in the masters runners. Clin J Sport Med. 2006;16(2):149-54.

7. Yamato TP, Saragiotto BT, Lopes AD. Prevalência de dor em corredores de rua no momento em que precede o inicio da prova. Cadernos de Formação RBCE. 2011;33(2): 475-482.

8. Willems TM, Witvrouw E, Delbaere K, Mahieu N, De Bourdeaudhuij I, De Clercq D. Intrinsic risk factors for inversion ankle sprains in male subjects: a prospective study. Am J Sports Med. 2005;33(3):415-23.

9. Rauh MJ, Koepsell TD, Rivara FP, Margherita AJ, Rice SG. Epidemiology of musculoskeletal injuries among high school cross-country runners. Am J Epidemiol. 2006;163(2):151-9.

10. Lun V, Meeuwisse WH, Stergiou P, Stefanyshyn D. Relation between running injury and static lower limb alignment in recreational runners. Br J Sports Med. 2004;38(5):576-80.

11. Wen DY, Puffer JC, Schmalzried TP. Injuries in runners: a prospective study of alignment. Clin J Sport Med. 1998;8(3):187-94.

(17)

12. Rauh MJ, Koepsell TD, Rivara FP, Rice SG, Margherita AJ. Quadriceps angle and risk of injury among high school cross-country runners. J Orthop Sports Phys Ther. 2007;37(12):725-33.

13. Raissi GR, Cherati AD, Mansoori KD, Razi MD. The relationship between lower extremity alignment and Medial Tibial Stress Syndrome among

non-professional athletes. Sports Med Arthrosc Rehabil Ther Technol. 2009;1(1):11. 14. Instituto Ipsos Marplan. Esporte na vida do brasileiro. In: Dossiê Esporte, Um estudo sobre o esporte na vida do brasileiro. 2ª Parte; 2006.

15. Pileggi P, Gualano B, Souza M, Caparbo VF, Pereira RMR, Pinto ALS, et al. Incidência e fatores de risco de lesões osteomioarticulares em corredores: um estudo de coorte prospectivo. Rev bras educ fís esporte. 2010;24 no.4(4):453-62. 16. Buist I, Bredeweg SW, Bessem B, van Mechelen W, Lemmink KA, Diercks RL. Incidence and risk factors of running-related injuries during preparation for a 4-mile recreational running event. Br J Sports Med. 2010;44(8):598-604.

17. Plisky MS, Rauh MJ, Heiderscheit B, Underwood FB, Tank RT. Medial tibial stress syndrome in high school cross-country runners: incidence and risk factors. J Orthop Sports Phys Ther. 2007;37(2):40-7.

18. Knapik JJ, Brosch LC, Venuto M, Swedler DI, Bullock SH, Gaines LS, et al. Effect on injuries of assigning shoes based on foot shape in air force basic training. Am J Prev Med. 2010;38(9):1759-67.

19. Knapik JJ, Trone DW, Swedler DI, Villasenor A, Bullock SH, Schmied E, et al. Injury reduction effectiveness of assigning running shoes based on plantar shape in Marine Corps basic training. Am J Sports Med. 2010;38(9):1759-67.

(18)

   

- CAPÍTULO 2 -

ASSOCIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DE ALINHAMENTO

DOS MEMBROS INFERIORES COM A HISTÓRIA PREGRESSA DE

LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS EM CORREDORES

RECREACIONAIS: UM ESTUDO TRANSVERSAL

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ASSOCIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DE ALINHAMENTO DOS MEMBROS INFERIORES COM A HISTÓRIA PREGRESSA DE LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS EM CORREDORES RECREACIONAIS: UM ESTUDO

TRANSVERSAL

ALINE CARLA ARAÚJO CARVALHO1-3*, LUIZ CARLOS HESPANHOL JUNIOR1,2,

LEONARDO OLIVEIRA PENA COSTA1,2,4, ALEXANDRE DIAS LOPES1,2

1- Programa de Mestrado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo – UNICID, São Paulo (SP), Brasil.

2- São Paulo Running Injury Group (SPRunIG), São Paulo (SP), Brasil. 3- Centro Universitário CESMAC, Maceió (AL), Brasil.

4- Musculoskeletal Division, The George Institute for Global Health, Sydney, Australia

Autor correspondente: ALINE CARLA ARAÚJO CARVALHO*, tel (11) 2178.1563

Rua Cesário Galeno, 448/475 – São Paulo, SP – CEP: 03071-000, alinecca@hotmail.com LUIZ CARLOS HESPANHOL JUNIOR

Rua Cesário Galeno, 448/475 – São Paulo, SP – CEP: 03071-000, luca_hespanhol@hotmail.com

LEONARDO OLIVEIRA PENA COSTA

Rua Cesário Galeno, 448/475 – São Paulo, SP – CEP: 03071-000, lcosta@edu.unicid.br ALEXANDRE DIAS LOPES

Rua Cesário Galeno, 448/475 – São Paulo, SP – CEP: 03071-000, aledlopes@yahoo.com.br

(20)

2.1 RESUMO

Objetivos: Descrever as características de alinhamento anatômico dos membros inferiores e o histórico de lesões de corredores recreacionais, a prevalência de lesões musculoesqueléticas relacionadas à corrida, além de verificar a associação entre as características de alinhamento e o histórico de lesões prévias relacionadas à corrida nos últimos 12 meses. Desenho: Estudo transversal composto por 89 corredores recreacionais que responderam questões sobre características de treinamento de corrida e histórico de lesões dos últimos 12 meses. Método: Os corredores foram avaliados para as seguintes características: ângulo Q bilateralmente, ângulo subtalar, arco longitudinal medial e discrepância de comprimento dos membros inferiores. Foram realizadas análises descritivas das características de alinhamento anatômico dos membros inferiores e verificação da associação do alinhamento com histórico de lesões através do teste de Qui-quadrado. A regressão logística univariada foi realizada para verificação da associação entre histórico de lesões e medidas lineares de ângulo Q. Resultados: Participaram do estudo corredores com idade média de 44,0 (DP=10,0) anos. Na avaliação do alinhamento anatômico apenas a discrepância entre ângulos Q foi associada com a história pregressa de lesões musculoesqueléticas (x2 = 4,95; p=0,03). A prevalência de lesões relacionadas à corrida foi de 61,8%, sendo as tendinopatias e as lesões musculares as principais lesões, e o joelho a região anatômica mais acometida. Conclusão: A prevalência de lesões musculoesqueléticas nos últimos doze meses relacionadas à corrida foi de 61,8% e se identificou associação entre a discrepância de ângulos Q com a história

(21)

pregressa de lesões musculoesqueléticas, sendo as tendinopatias e as lesões musculares as principais lesões e o joelho a região mais acometida.

(22)

2.2 INTRODUÇÃO

A corrida representa uma das modalidades de atividade física de maior popularidade no mundo (Van Middelkoop, Kolkman, Van Ochten, Bierma-Zeinstra, & Koes, 2007) sendo considerada uma atividade física eficaz para o incremento da capacidade cardiorrespiratória e melhora da composição corporal (Jakobsen, Kroner, Schmidt, & Kjeldsen, 1994). Contudo, apresenta taxa de incidência de lesões musculoesqueléticas que podem variar entre 19,4% e 92,4% (Van Gent et al., 2007; Van Middelkoop, Kolkman, Van Ochten, Bierma-Zeinstra, & Koes, 2008), assim como apresentar valores de prevalência de dor musculoesquelética prévia à participação em uma corrida de aproximadamente 25% (Lopes et al., 2011; Yamato, Saragiotto, & Lopes, 2011).

Alguns estudos têm se preocupado em pesquisar a influência de fatores extrínsecos e intrínsecos dos corredores (Lun, Meeuwisse, Stergiou, & Stefanyshyn, 2004; Rauh, Koepsell, Rivara, Margherita, & Rice, 2006) no desenvolvimento das lesões na corrida, sendo que os principais fatores de risco descritos são: quilometragem semanal superior a 64 km e histórico de lesão musculoesquelética prévia em membros inferiores (MMII) (Van Gent, et al., 2007; Wen, Puffer, & Schmalzried, 1998). Entre as características de alinhamento anatômico, especula-se que a discrepância de comprimento dos MMII e a diferença de ângulo Q entre os joelhos possam ser fatores associados com o desenvolvimento de lesões musculoesqueléticas em corredores (Lun, et al., 2004; Rauh, et al., 2006; Rauh, Koepsell, Rivara, Rice, & Margherita, 2007; Wen, et al., 1998). A altura do arco longitudinal medial (ALM) e a medida do ângulo subtalar também são apontadas como possíveis fatores de risco de lesões em corredores, apesar das evidências não

(23)

sustentarem tais hipóteses (Knapik, Brosch, et al., 2010; Knapik, Trone, et al., 2010; Lun, et al., 2004; Raissi, Cherati, Mansoori, & Razi, 2009; Wen, et al., 1998). Esses estudos realizaram avaliações em posicionamento sem aplicação de carga para medidas de ângulo subtalar (Lun, et al., 2004), ou foram realizados com militares (Knapik, Brosch, et al., 2010; Knapik, Trone, et al., 2010), que apresentam características muito distintas dos corredores recreacionais.

O conhecimento das características de alinhamento anatômico de corredores recreacionais por parte dos fisioterapeutas é de grande valia para os profissionais que atuam na área da fisioterapia esportiva. Desta forma, os objetivos deste estudo foram descrever as características de alinhamento anatômico dos membros inferiores, além de verificar as associações entre as características de alinhamento dos membros inferiores e o histórico de lesões prévias relacionadas à corrida nos últimos 12 meses. Também foram analisadas a prevalência das lesões nos últimos 12 meses e descrição das principais lesões musculoesqueléticas pregressas.

(24)

2.3 MATERIAIS E MÉTODOS

2.3.1 Desenho do estudo e participantes

Este estudo foi do tipo transversal, composto por 89 corredores sócios de uma entidade promotora e organizadora de eventos de corrida na cidade de São Paulo – SP, Brasil (CORPORE-Brasil), que responderam a um formulário online que continha questões sobre histórico de corrida, características de treinamento e histórico de lesões relacionadas à prática da corrida nos últimos 12 meses. Todos os participantes foram submetidos a uma avaliação do alinhamento dos membros inferiores, que consistiu da mensuração dos ângulos Q (Rauh, et al., 2007) e subtalar (Eng & Pierrynowski, 1994; McPoil & Cornwall, 1996), índice do arco plantar (Cavanagh & Rodgers, 1987; Nakhaee, Rahimi, Abaee, Rezasoltani, & Kalantari, 2008), além da mensuração da discrepância de comprimento dos membros inferiores (Rauh, et al., 2006; Santili, Waisberg, Akkari, Fávaro, & Prado, 1998). Participaram da pesquisa corredores com idade igual ou superior a 18 anos, que praticavam corrida há pelo menos seis meses. Esse estudo obteve a aprovação do Comitê de Ética da Universidade Cidade de São Paulo (Protocolo 13506583/2010 – suplemento 7).

2.3.2 Formulários

Um formulário online auto-aplicável foi preenchido pelos corredores participantes. O formulário apresentava três partes, sendo que a primeira parte continha informações sobre dados pessoais; a segunda parte era composta por perguntas sobre algumas características do treinamento, como quilometragem semanal percorrida; e a terceira parte questionava os participantes quanto ao seu

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histórico de lesões musculoesqueléticas relacionadas à corrida nos últimos 12 meses (informação das lesões coletada pelo corredor através de opções de sintomas ou diagnósticos derivado de um estudo anterior) (Alonso et al., 2009).

2.3.3 Procedimentos de avaliação

2.3.3.1 Avaliação do Ângulo Q e da Discrepância entre os Ângulos Q

O ângulo Q, ou ângulo de tração do quadríceps, foi mensurado com o corredor trajando roupa esportiva e descalço. O corredor foi posicionado ortostaticamente de frente para o examinador, se mantendo apoiado sobre os dois pés, permitindo a demarcação com uma caneta especial dos seguintes pontos anatômicos: espinhas ilíacas ântero-superiores (EIAS), centro de ambas as patelas e as tuberosidades tibiais para a mensuração o ângulo Q (Rauh, et al., 2007). Todas as marcações foram feitas pelo mesmo examinador. Foi traçada uma reta utilizando fita métrica da EIAS até o centro da patela e uma segunda reta do centro da patela até a tuberosidade tibial. O ângulo formado pela intersecção destas duas linhas constituiu o ângulo Q, que foi medido por um goniômetro universal posicionado com seu eixo no centro da patela (suplemento 1). Os valores entre 10° e 15° para esta angulação foram considerados normais para ambos os sexos (Rauh, et al., 2007). Após esta mensuração, foi verificada a diferença de angulação entre os valores obtidos para os ângulos Q, tendo sido considerado como discrepância normal uma variação de até 3º (Rauh, et al., 2007). A estimativa do coeficiente de correlação intra-classe para a medida do ângulo Q já foi analisada por outros autores e observado que apresenta boa correlação (Shultz et al., 2006).

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2.3.3.2 Avaliação do Ângulo Subtalar

Para avaliar o ângulo subtalar, os participantes foram posicionados sobre uma plataforma de 30 cm de altura e orientados a manter os pés paralelos e a realizar descarga de peso simétrica entre os membros inferiores. Foram demarcadas a tuberosidade posterior do calcâneo e um ponto sobre o tendão do calcâneo referente a linha média entre os maléolos utilizando etiquetas adesivas. Após as marcações foi capturada uma imagem do terço póstero-distal dos MMII utilizando uma câmera fotográfica digital. A câmera foi posicionada sobre um tripé, disposta posteriormente ao corredor avaliado, centralizada em relação ao participante e nivelada em relação à plataforma. Para mensurar o ângulo subtalar foi utilizado o software AutoCAD 2005®, que permitia ao avaliador traçar uma linha entre os dois pontos demarcados com as etiquetas adesivas e uma segunda linha orientada verticalmente, estando esta perpendicular (90º) em relação ao solo (suplemento 2). A intersecção dos prolongamentos de ambas as retas resultou em um ângulo (McPoil & Cornwall, 1996) que foi mensurado e classificado da seguinte maneira: ângulo subtalar normal (para valores entre 0-5º), varo (valores <0) e valgo (medidas >6º) (Eng & Pierrynowski, 1994). O ICC intra-classe para a medida do ângulo subtalar já foi verificado por outros autores e observado que apresenta boa correlação(McPoil & Cornwall, 1996).

2.3.3.3 Índice do Arco Plantar

Os participantes foram posicionados sobre um podoscópio com os pés descalços e separados por uma distância que equivaleu a uma fina placa com largura de 7,5 cm. A imagem da impressão plantar foi capturada com uma câmera digital que foi posicionada sobre um tripé em frente ao podoscópio 1. Para analisar

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as imagens utilizou-se o software AutoCAD 2005® para traçar três retas: uma que foi traçada do ponto equivalente a 2ª articulação metatarsofalangeana até o ponto equivalente na face posterior do calcâneo, sendo denominada de reta do eixo do pé; a segunda reta foi traçada perpendicularmente ao primeiro eixo tendo como base os pontos mais salientes do 1º e 5º metatarsos; e uma terceira reta foi traçada com base nos pontos mais salientes do calcâneo medial e lateral, em sua porção anterior. Após traçadas essas linhas foi possível dividir o pé em três partes (áreas): antepé, mediopé e retropé (suplemento 3). As três áreas foram medidas pelo software citado anteriormente. A área do médiopé foi dividida pela área total das três áreas mensuradas, tendo como resultado o índice do arco (Nakhaee, et al., 2008) para cada um dos pés avaliados 2, 3. O índice do arco plantar foi classificado de acordo com os seguintes parâmetros: arco longitudinal elevado (índice ≤ 0,21), arco longitudinal normal (índice entre 0,22 e 0,26) e arco longitudinal baixo (índice ≥ 0,26)

4. O coeficiente de correlação intra-classe para a medida da altura do arco

longitudinal medial já foi mensurada por outros autores e considerada como apresentando boa correlação(Queen, Mall, Hardaker, & Nunley, 2007).

2.3.3.4 Avaliação da Discrepância de Comprimento dos Membros Inferiores

A avaliação da discrepância de comprimento dos MMII foi realizada com os participantes em posição supina e orientados a manter os membros inferiores relaxados. Foram demarcadas as seguintes referências anatômicas utilizando uma caneta especial: EIAS e os centros dos maléolos mediais de cada membro inferior. Utilizando uma fita métrica foi mensurado o comprimento real dos MMII, medindo o comprimento entre a EIAS de uma hemipelve até o centro do maléolo medial ipsilateral de ambos os MMII (suplemento 4). A discrepância de comprimento dos

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MMII foi considerada normal quando apresentou medida inferior a 1,0 cm (Rauh, et al., 2006; Santili, et al., 1998). A estimativa do coeficiente de correlação intra-classe para a medida de discrepância de comprimento dos MMII já foi analisada por outros autores e observado que apresenta bom índice de correlação (Rondon, Gonzalez, Agreda, & Millan, 1992).

2.3.4 Análise Estatística

O tamanho da amostra foi estimado tendo como base 26% da frequência de lesões musculoesqueléticas relacionadas à corrida na população de corredores (Buist et al., 2010), com uma precisão da estimativa de 35% e um nível de significância de 5%, sendo sugerido que 89 corredores participassem do estudo.

Foram realizadas análises descritivas das características pessoais, do treinamento de corrida, da localização anatômica, do tipo de lesões prévias referidas pelos corredores e das características de alinhamento anatômico dos membros inferiores. Foi realizada a verificação da associação do alinhamento anatômico dos MMII com histórico de lesões através do teste de Qui-quadrado. A regressão logística univariada foi realizada para verificação da associação entre histórico de lesões e medidas contínuas de ângulo Q.A comparação de médias de idade entre os grupos com histórico de lesão e sem histórico de lesão foi realizado através do teste t de Student, após a verificação da normalidade da amostra, realizada através da análise de inspeção de histogramas. Todas as análises foram realizadas pelo software SPSS versão 17,0 adotando-se um α = 0,05.

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2.4 RESULTADOS

Dos 89 corredores participantes do estudo, a maioria era do sexo masculino (77,5%, n = 69), com idade média de 44,0 (DP=10,0) anos de idade. O índice de massa corporal (IMC) observado classificou a maioria dos corredores como saudável e com experiência de corrida de até 5 anos, assim como relataram correr uma quilometragem semanal entre 20 e 40 km. A descrição completa das características pessoais e do treinamento dos participantes pode ser observada na tabela 1.

Tabela 1. Descrição e verificação da associação das características pessoais e de treinamento

com o histórico de lesões prévias referidas pelos corredores.

Variável Todos % (n=89) Com Histórico de Lesão % (n=55) Sem Histórico de Lesão % (n=34) p Gênero Masculino 77,5 (69) 49,4 (44) 28,1 (25) Feminino 22,5 (20) 12,4 (11) 10,1 (9) 0,48 IMC Saudável 62,9 (56) 38,2 (34) 24,7 (22) Sobrepeso 34,8 (31) 22,5 (20) 12,4 (11) Obeso 2,2 (2) 1,1 (1) 1,1 (1) 0,88 Experiência de corrida Até 5 anos 65,2 (58) 36,0 (32) 29,2 (26) De 5 a 15 anos 20,2 (18) 13,5 (12) 6,7 (6) Mais de 15 anos 14,6 (13) 12,4 (11) 2,3 (2) 0,13 Km / sem Até 20km 24,7 (22) 15,7 (14) 9,0 (8) De 20 a 40km 41,6 (37) 24,7 (22) 16,9 (15) De 40 a 60km 19,1 (17) 11,2 (10) 7,9 (7) Mais de 60km 14,6 (13) 10,1 (9) 4,5 (4) 0,92

O valor de p se refere ao teste de Qui-quadrado.

A tabela 2 apresenta os resultados das avaliações das características de alinhamento anatômico, em que apenas a variável de discrepância entre ângulos Q apresentou alteração para a maioria dos participantes sendo possível observar a associação entre discrepância de ângulos Q categorizados (até 3º ou maior que 3º de discrepância) e história pregressa de lesões musculoesqueléticas (x2 = 4,95;

p=0,03). Os valores das medidas de ângulo Q podem ser observados na tabela 3. Não foi possível observar associação entre as medidas contínuas de discrepância

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dos ângulos Q com a história pregressa de lesão musculoesquelética nos corredores (Odds Ratio=1,14; IC 95%=0,98 a 1,32; p=0,09).

Tabela 2. Descrição e verificação da associação das características de alinhamento anatômico

com o histórico de lesões prévias referidas pelos corredores.

Variável Todos % (n=89) Com Histórico de Lesão % (n=55) Sem Histórico de Lesão % (n=34) p Arco Longitudinal Medial

Esquerdo Neutro 66,3 (59) 63,6 (35) 70,6 (24) Alto 13,5 (12) 16,4 (9) 8,8 (3) Baixo 20,2 (18) 20,0 (11) 20,6 (7) 0,59 Direito Neutro 67,4 (60) 67,3 (37) 67,6 (23) Alto 15,7 (14) 18,2 (10) 11,8 (4) Baixo 16,9 (15) 14,5 (8) 20,6 (7) 0,60 Ângulo Subtalar Esquerdo Neutro 77,5 (69) 74,5 (41) 82,4 (28) Varo 4,5 (4) 5,5 (3) 2,9 (1) Valgo 18,0 (16) 20,0 (11) 14,7 (5) 0,67 Direito Neutro 79,8 (71) 76,4 (42) 83,5 (29) Varo 0 0 0 Valgo 20,2 (18) 23,6 (13) 14,7 (5) 0,31 Discrepância de comprimento dos MMII Até 1cm 88,8 (79) 89,1 (49) 88,2 (30) Maior que 1cm 11,2 (10) 10,9 (6) 11,8 (4) 0,90

Discrepância entre Ângulos Q

Até 3º 47,2 (42) 38,2 (21) 61,8 (21)

Maior que 3º 52,8 (47) 61,8 (34) 38,2 (13) 0,03*

O valor de p se refere ao teste de Qui-quadrado. *valor estatisticamente significante.

Tabela 3. Descrição das medidas contínuas de ângulo Q com o histórico de lesões

prévias referidas pelos corredores.

Discrepância entre Ângulos Q Todos % (n=89) Com Histórico de Lesão % (n=55) Sem Histórico de Lesão % (n=34) 0 7,9 (7) 5,4 (3) 11,7 (4) 1° 16,8 (15) 16,3 (9) 17,6 (6) 2° 12,3 (11) 9,1 (5) 17,6 (6) 3° 10,1 (9) 7,3 (4) 14,7(5) 4° 15,7 (14) 21,8 (12) 5,9 (2) 5° 13,5 (12) 18,2 (10) 5,9 (2) 6° 2,2 (2) 1,8 (1) 2,9 (1) 7° 6,7 (6) 3,6 (2) 5,9 (2) 8° 1,1 (1) 1,8 (1) 0 (0) 9° 4,5 (4) 1,8 (1) 5,9 (2) 10° 2,2 (2) 1,8 (1) 2,9 (1) 11° 5,6 (5) 7,3 (4) 5,9 (2) 12° 1,1 (1) 0 (0) 2,9 (1)

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A prevalência de lesões musculoesqueléticas prévias dos últimos 12 meses relatadas pelos participantes do estudo foi de 61,8% (n = 55), sendo as tendinopatias e as lesões musculares (distensões, rupturas ou estiramentos musculares) as afecções mais comumente referidas. A região anatômica com maior ocorrência das lesões musculoesqueléticas relatadas foi o joelho, seguida pelo pé e pernas. A descrição e a distribuição de frequência dos tipos de lesões musculoesqueléticas, assim como das regiões anatômicas acometidas podem ser observadas na tabela 4.

Tabela 4. Descrição do tipo e localização anatômica das lesões referidas pelos corredores. Tipo de lesão % (n) Região da lesão % (n)

Tendinopatia 16,4 (9) Joelho 40,0 (22)

Distensões / Ruptura Muscular / Estiramento 16,4 (9) Pé 12,7 (7) Entorse (lesão da articulação e/ou 12,7 (7) Perna 10,9 (6)

ligamentos) Tornozelo 9,1 (5)

Fasciite Plantar 9,1 (5) Coluna Vertebral 5,4 (3)

Dor lombar / Lombalgia / Dor nas costas 1,8 (1) Coxa 9,1 (5) Lesão de Meniscos ou Cartilagem 10,9 (6) Quadril / Virilha 7,3 (3) Fratura por Estresse (sobrecarga) 3,6 (2) Tendão Aquiles

Hérnia de Disco 3,6 (2) (Calcâneo) 3,6 (2)

Outros 25,3 (13) Pélvis / Sacro / Nádega 1,8 (1)

Entre os participantes do estudo que apresentavam discrepância entre ângulos Q superior a 3º, a prevalência de lesões musculoesqueléticas prévias foi de 85,4% (n = 47), sendo as lesões musculares (distensões, rupturas ou estiramentos musculares) e as tendinopatias as afecções mais comumente referidas. A região anatômica com maior ocorrência das lesões musculoesqueléticas relatadas foi a do joelho, seguida pela perna, coxa e pé. A descrição e a distribuição de frequência dos tipos de lesões musculoesqueléticas, assim como das regiões anatômicas acometidas nos participantes que apresentavam discrepância entre ângulos Q superior a 3º podem ser observadas na tabela 5.

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Tabela 5. Descrição do tipo e localização anatômica das lesões referidas pelos corredores que

apresentaram discrepância de ângulo Q superior a 3º.

Tipo de lesão % (n = 47) Região da lesão % (n = 47)

Distensões / Ruptura Muscular / Estiramento 12,8 (6) Joelho 31,9 (15)

Tendinopatias 12,8 (6) Perna 8,5 (4)

Entorse (lesão da articulação e/ou Coxa 6,4 (3)

ligamentos) 6,4 (3) Pé 6,4 (3)

Fasciite plantar 6,4 (3) Coluna lombar 4,2 (2)

Lesão de Meniscos ou Cartilagem 6,4 (3) Quadril 4,2 (2) Contusão / hematoma / equimose 4,2 (2) Tendão de Aquiles 4,2 (2)

Ruptura ligamentar 2,1 (1) Tornozelo 4,2 (2)

Dor lombar / Lombalgia / Dor nas costas 2,1 (1) Pelve 2,1 (1)

Fratura por Estresse (sobrecarga) 2,1 (1)

Hérnia de disco 2,1 (1)

Artrite/sinovite/bursite 2,1 (1)

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2.5 DISCUSSÃO

Foi possível identificar a associação da discrepância entre os ângulos Q dos joelhos com a história pregressa de lesão musculoesquelética nos corredores recreacionais que participaram do estudo (p=0,03). Dentre as características de alinhamento anatômico dos MMII, a maioria dos corredores apresentou índice do arco plantar e ângulo subtalar classificados como neutros para ambos os pés e discrepâncias menores que 1 cm para a medida de comprimento real dos MMII. Porém, em mais da metade do total de corredores que participaram do estudo foi observado discrepância maior que 3º para as medidas dos ângulos Q entre os joelhos. A prevalência de lesão musculoesquelética nos últimos 12 meses foi de 61,8%, assim como a prevalência de lesão musculoesquelética prévia do estudo para os corredores com discrepância entre ângulos Q foi de 85,4%. As lesões musculoesqueléticas predominantes foram as tendinopatias e lesões musculares e a região do corpo mais acometida foi o joelho. As características dos corredores participantes desse estudo no que se refere à faixa etária, experiência de corrida e quilometragem semanal percorrida foram ligeiramente diferentes de outros estudos que tiveram um delineamento semelhante (Lun, et al., 2004; Pazin, Duarte, Poeta, & Gomes, 2008), e que também se preocuparam em verificar a associação de características de treino e/ou de alinhamento dos membros inferiores com as lesões na corrida.

As análises do índice do arco plantar e do ângulo subtalar apresentaram predominância de medidas dentro das faixas de normalidade adotadas nesse estudo, evidenciando distribuição muito semelhante entre o grupo com histórico de lesão e aquele sem história de lesão prévia, apesar de outros estudos terem

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encontrado predomínio de alterações do tipo de pé e do ângulo subtalar em corredores (Lee, Hertel, & Lee, 2010; Lun, et al., 2004). Não foi observada a

associação entre o histórico de lesão e as características de alinhamento da articulação subtalar e do índice do arco plantar entre os participantes desse estudo, o que corrobora os resultados de outros estudos (Lun, et al., 2004; Nakhaee, et al., 2008; Pileggi et al., 2010; Raissi, et al., 2009).

A não associação entre o histórico de lesão e as características de alinhamento da subtalar e do índice do arco plantar observada nesse estudo contradiz uma das premissas que a indústria de calçados esportivos constantemente emprega, afirmando que existe a necessidade de se controlar eventuais alterações de alinhamento e posicionamento do pé como forma de prevenção de lesões, estimulando grande parte dos corredores a adquirirem um “tênis com características especiais para a corrida”. A utilização de tênis de corrida já foi motivo de uma revisão sistemática (Richards, Magin, & Callister, 2009), que demonstrou que a prescrição de calçado especial para corredores não era baseada em evidência científica até o momento da publicação do estudo. Após a publicação desta revisão sistemática, alguns estudos (Knapik, Brosch, et al., 2010; Knapik, Trone, et al., 2010) foram realizados com o objetivo de verificar se a prescrição de calçado baseado na avaliação do arco longitudinal medial seria eficaz na prevenção das lesões musculoesqueléticas em militares. Esses estudos encontraram que a utilização desses calçados tem pouca influência no surgimento de lesões, não sendo indicado utilizá-los para prevenir lesões musculoesqueléticas. Assim, entende-se a necessidade urgente da realização de estudos que tenham como objetivo analisar a eficácia do “tênis especial de corrida” na prevenção de lesão em corredores recreacionais, apesar da indústria de calçado estar há mais de três décadas apenas

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preocupada em anunciar possíveis efeitos dos calçados especiais, sem se preocupar em divulgar para a comunidade científica estudos prospectivos que verificam a eficácia do calçado para prevenção de lesão musculoesquelética.

Quanto à discrepância entre osângulos Q, foi possível observar a associação entre diferenças de angulação maiores que 3º e o histórico de lesões prévias relacionadas à prática da corrida. Resultados semelhantes foram observados em um estudo de coorte prospectivo com corredores de cross-country, que verificou a associação da alteração do ângulo do quadríceps com o surgimento de lesões musculoesqueléticas (Rauh, et al., 2007). Acredita-se que a relação entre essa variável e a ocorrência de lesões musculoesqueléticas encontradas nesse estudo se deva ao fato de que a assimetria entre as angulações dos joelhos, assim como também o simples desalinhamento em valgo dos mesmos possa alterar o deslizamento patelar no sulco troclear e produzir níveis significativos de sobrecarga nas estruturas dos MMII durante a corrida, podendo provocar lesões (Rauh, et al., 2006; Rauh, et al., 2007). Além disso, tal associação encontrada por ter ocorrido devido ao fato de se ter realizado essa medição na posição ortostática, que segundo alguns autores (Livingston & Mandigo, 1999; Woodland & Francis, 1992) leva a um aumento do ângulo Q, quando comparado com a medição na posição supina. Contudo, entende-se que esse posicionamento em ortostase se mostra mais relevante para este tipo de amostra, que pratica sua atividade com carga axial. A respeito da discrepância de ângulos Q, quando analisada através de suas medidas contínuas, foi observado que praticamente metade dos corredores apresentou discrepância superior a três graus, não se identificando associação dessa variável com o histórico de lesão prévia.

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Dentre as principais lesões relatadas entre os participantes deste estudo, se destacaram as tendinopatias e as lesões musculares, fato que corrobora os dados encontrados em um estudo retrospectivo realizado com corredores (McKean, Manson, & Stanish, 2006). O joelho, pé e perna foram as regiões mais acometidas, assim como observado em outros estudos (Buist et al., 2008; Taunton et al., 2002). A corrida, assim como qualquer esporte ou atividade física quando praticada em demasia, pode favorecer ao desenvolvimento de lesões por sobrecarga, já que é comum os atletas manterem a intensidade e até mesmo o volume de treino, mesmo durante a ocorrência de dor, queixa ou lesão musculoesquelética (Lopes, et al., 2011). Essas mesmas características de lesões relatadas e região anatômica mais acometida pelas lesões musculoesqueléticas também foram encontradas entre os corredores com discrepância de ângulos Q superior a 3º, e entende-se que estas frequências possam ser decorrentes da sobrecarga local aplicada sobre os tecidos moles que compõem o complexo articular do joelho.

Sugere-se que sejam realizados estudos de acompanhamento prospectivo para verificar a influência do alinhamento anatômico com o surgimento de lesões musculoesqueléticas em corredores. Diante do aumento expressivo de praticantes de corrida, tem se observado cada vez mais fisioterapeutas compondo as equipes de treinamento de corrida, ou assessorias de corridas, como também são chamadas. Os resultados desse estudo auxiliarão fisioterapeutas e treinadores a elucidarem algumas dúvidas sobre a associação entre alterações do alinhamento anatômico com a história de lesões pregressas em corredores.

Este estudo apresentou algumas limitações, pois utilizou um delineamento transversal, cujos dados do formulário auto-aplicável relacionados à história de lesão pregressa na corrida se referia a informações retrospectivas, permitindo associações

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apenas de caráter exploratório. Outra limitação se deve ao fato que as avaliações do índice do arco e ângulo subtalar foram realizadas de maneira estática. Porém, os métodos de avaliação de alinhamento anatômico utilizados neste estudo representam a avaliação clínica que é realizada habitualmente por fisioterapeutas e outros profissionais da área da saúde, visto ser uma avaliação de baixo custo e de fácil execução. Ainda sobre essas medidas de alinhamento anatômico, o ângulo Q foi mensurado orientando-se o corredor a se posicionar de forma confortável, sem estabelecer seu posicionamento plantar, fato que pode ter influenciado os valores encontrados para esta variável do estudo.

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2.6 CONCLUSÃO

Foi possível identificar a associação da discrepância entre os ângulos Q com a história pregressa de lesões musculoesqueléticas nos últimos 12 meses em corredores recreacionais. A prevalência de lesões musculoesqueléticas nos últimos 12 meses relacionadas à corrida foi de 61,8% e de corredores com discrepância entre ângulos Q superior a 3º foi de 85,4%, sendo as tendinopatias e as lesões musculares as lesões mais comumente referidas, e o joelho a região anatômica mais acometida.

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2.7 AGRADECIMENTOS

Agradecemos a CORPORE, entidade organizadora de eventos de corrida, que nos auxiliou no recrutamento dos corredores participantes do estudo, assim como aos integrantes do São Paulo Running Injury Group (SPRunIG), em especial aos colegas Bruno Tirotti Saragiotto e Tiê Parma Yamato, pelo importante auxílio nesse estudo. Agradecemos, também ao Centro Universitário Cesmac pelo apoio durante a execução desta pesquisa.

2.8 CONFLITO DE INTERESSES

Declaramos que o presente manuscrito encontra-se isento de conflitos de interesses.

2.9 FONTE DE FINANCIAMENTO DA PESQUISA

Declaramos que o presente manuscrito não obteve financiamento para a execução de sua pesquisa.

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2.10 REFERÊNCIAS

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(43)

ANEXO 1

FORMULÁRIO DE REGISTRO DA ROTINA DE TREINAMENTO

Parte I - Dados Pessoais

1. Qual a sua idade? _____anos

2. Qual o seu peso aproximado? ____kg 3. Qual a sua estatura? _____m

4. Há quanto tempo você pratica corrida? _____ano(s)

Parte II - Histórico de Corrida

1. Qual é a metragem (km) semanal média: _________km/semana

Parte III – Histórico de Lesões

1. Já teve (NO PASSADO) alguma(s) lesão(ões) musculoesquelética(s) relacionada(s) à prática da corrida, localizada no membro inferior e/ou na coluna? ( ) sim, apenas uma lesão

( ) sim, duas lesões ( ) sim, três lesões ( ) não

Caso tenha tido mais de três lesões, favor descrever as três lesões mais graves

1.1 Descrição da lesão musculoesquelética

1 concussão (independente da perda de consciência) 11 contusão / hematoma / equimose 2 fratura (traumática) 12 tendinopatia

3 fratura por estresse (sobrecarga) 13 artrite / sinovite / bursite 4 outras lesões ósseas 14 fascite / lesão aponeurótica 5 luxação, subluxação 15 pinçamento/ impacto

6 ruptura tendinosa 16 laceração / abrasão / lesão pele 7 ruptura ligamentar 17 avulsão dental / fratura dental 8 entorse (lesão da articulação e/ou ligamentos) 18 lesão nervosa / lesão medular 9 lesão de meniscos ou cartilagem 19 câimbra ou espasmos

(44)

1.2 Região do corpo lesionada

Cabeça e Tronco Membro Superior Membro Inferior

1 face (incluindo olhos, orelha e nariz)

11 ombro / clavícula 21 quadril

2 cabeça 12 a/p braço (anterior/posterior) 22 região inguinal

3 pescoço / coluna cervical 13 a/p cotovelo (anterior/posterior) 23 a/p coxa (anterior/posterior) 4 coluna torácica 13 m/l cotovelo (medial/lateral) 24 a/p joelho (anterior/posterior) 5 esterno / costelas 14 a/p antebraço

(anterior/posterior) 24 m/l joelho (medial/lateral) 6 coluna lombar 15 a/p punho (anterior/posterior) 25 a/p perna (anterior/posterior) 7 abdômen 16 a/p mão (anterior/posterior) 26 tendão calcâneo

8 pelve / sacro / nádega 17 a/p dedos (anterior/posterior) 27 m/l tornozelo (medial/lateral) 18 a/p polegar (anterior/posterior) 28 a/p pé/dedos (anterior/posterior)

(45)

-CAPÍTULO 3-

INCIDÊNCIA E ASSOCIAÇÃO ENTRE ALINHAMENTO ANATÔMICO

DOS MEMBROS INFERIORES E LESÕES

MUSCULOESQUELÉTICAS EM CORREDORES RECREACIONAIS:

(46)

Associação entre Alinhamento Anatômico dos Membros Inferiores e a Incidência de Lesões Musculoesqueléticas em Corredores Recreacionais: Um Estudo de Coorte Prospectivo

Aline Carla Araújo Carvalho, PT, Ms1,2 Luiz Carlos Hespanhol Junior, PT, Ms1,2 Leonardo Oliveira Pena Costa, PT, PhD1,2,3 Alexandre Dias Lopes, PT, PhD1,2

1 Programa de Mestrado em Fisioterapia, Universidade Cidade de São Paulo -

UNICID, São Paulo, Brasil,

2 São Paulo Running Injury Group (SPRunIG), São Paulo, Brazil.

3 Senior Research Fellow, Musculoskeletal Division, The George Institute for Global

Health, Sydney, Australia.

Afirmamos que não possuímos bolsa de financiamento de pesquisa ou envolvimento com qualquer organização que tenha interesse financeiro direto sobre os resultados apresentados neste artigo e afirmamos que não apresentamos nenhum conflito de interesse quanto aos resultados aqui apresentados.

O projeto de pesquisa deste estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Cidade de São Paulo.

Endereço de correspondência para Aline Carla Araújo Carvalho, Universidade Cidade de São Paulo, Rua Cesário Galeno, 448, São Paulo/SP, CEP 03971-000, Brasil.

(47)

 

Associação entre Alinhamento Anatômico dos Membros Inferiores e a Incidência de Lesões Musculoesqueléticas em Corredores Recreacionais:

Estudo de Coorte Prospectivo

Afirmamos que não possuímos bolsa de financiamento de pesquisa ou envolvimento com qualquer organização que tenha interesse financeiro direto sobre os resultados apresentados neste artigo e afirmamos que não apresentamos nenhum conflito de interesse quanto aos resultados aqui apresentados.

(48)

 

3.1 AGRADECIMENTOS

Agradecemos a CORPORE, entidade organizadora de eventos de corrida, que nos auxiliou no recrutamento dos corredores participantes do estudo, assim como aos integrantes do São Paulo Running Injury Group (SPRunIG), em especial aos colegas Bruno Tirotti Saragiotto e Tiê Parma Yamato, pelo importante auxílio nesse estudo. Agradecemos também ao Centro Universitário Cesmac, pelo apoio durante a execução desta pesquisa.

(49)

 

3.2 RESUMO

Desenho do estudo: Estudo de coorte prospectivo.

Objetivos: Descrever a incidência de lesões musculoesqueléticas relacionadas à corrida em um grupo de corredores recreacionais ocorridas num período de 12 semanas, verificar a associação entre as características de alinhamento dos membros inferiores e a incidência de lesões musculoesqueléticas relacionadas à corrida e descrever a principiais lesões desenvolvidas durante o período de acompanhamento, assim como as regiões anatômicas mais acometidas.

Contexto: O alinhamento anatômico dos membros inferiores em corredores tem sido objeto de estudos em que se especula sobre sua influência no surgimento de lesões musculoesqueléticas relacionadas à corrida. Essa informação é importante para os profissionais de saúde que trabalham com esporte e para os fisioterapeutas que atuam na prevenção de lesões esportivas.

Métodos: Estudo de coorte prospectivo composto por 89 corredores recreacionais que foram submetidos à avaliação bilateral do ângulo Q, ângulo subtalar, índice do arco plantar e discrepância de comprimento dos membros inferiores. Esses corredores responderam, a cada duas semanas, questões sobre suas características de treinamento de corrida e sobre eventuais lesões em cada período. Análises descritivas das características de alinhamento anatômico dos membros inferiores foram realizadas. A incidência de lesões musculoesqueléticas foi calculada através de análise de sobrevivência. A verificação da associação entre o alinhamento dos membros inferiores com tempo decorrido até a lesão foi calculada através de modelos de regressão de Cox.

Resultados: A partir dos resultados dos modelos de regressão de Cox, nenhuma variável de alinhamento anatômico apresentou alteração entre os participantes e

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nem se associou com as lesões relacionadas à corrida, assim como as características de treinamento também não se associaram ao desenvolvimento de lesões na corrida. A incidência de lesões musculoesqueléticas relacionadas à corrida foi de 27%, sendo as lesões musculares e as tendinopatias as principais lesões, e a perna e o joelho as regiões anatômicas mais acometidas.

Conclusões: A incidência de lesões foi de 27% e não foi verificada associações entre as características de alinhamento anatômico com as lesões na corrida. As lesões musculares e as tendinopatias foram as principais lesões apresentadas pelos corredores e a perna e o joelho as regiões anatômicas mais acometidas.

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