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O DESENVOLMENTO COGNITIVO PARA A COMPREENSÃO DA LEITURA NOS ANOS INICIAIS

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Academic year: 2021

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Trabalho apresentado no Grupo de Trabalho GT13 do IX Congresso de Pesquisa e Extensão e IV Semana de Ciências Sociais da UEMG/Barbacena.

O DESENVOLMENTO COGNITIVO

PARA A COMPREENSÃO DA LEITURA NOS ANOS INICIAIS

Rejanne Daniele Teixeira de Souza (Aluna do Curso de Pedagogia – UEMG/Barbacena) Elaine Leporate Barroso Faria (Mestre em Psicologia pela UFJF (Professora e pesquisadora na UEMG-Barbacena)

Resumo

Este trabalho de conclusão de curso tem o intuito de mostrar como funcionam os processos cognitivos e metacognitivos e suas contribuições para a aprendizagem da leitura. Desde o nascimento até a idade adulta, vamos ampliando nossa capacidade de aprender e muitos pesquisadores investigaram como acontece essa evolução da aprendizagem. Para uns a leitura acontece como resultado do processo de interação entre o leitor e o texto, onde ele materializa significados, elabora hipóteses linguísticas sob a perspectiva dos conhecimentos prévios, que são aqueles que são acumulados ao longo da vida, onde o sujeito leitor interpreta de acordo com sua leitura de mundo e o que ele pensa e sente a respeito do que leu e de si mesmo. Para outros, o processo de leitura segue respeitando sempre o desenvolvimento dos processos cognitivos do indivíduo, como: atenção, raciocínio, memória, percepção, pensamento e linguagem nas diversas áreas do desenvolvimento humano. Frente aos pressupostos teóricos da Psicologia Cognitiva tem-se as questões acerca de quais são as habilidades necessárias para que o indivíduo se torne um leitor eficaz, como compreender o trabalho com estratégias de leitura nos anos iniciais do ensino fundamental e o que o professor pode fazer enquanto sujeito facilitador desse processo. O professor deve saber quais são os meios necessários para o desenvolvimento das habilidades individuais dos alunos para que obtenham um bom desempenho acadêmico, tornando-os capazes de planejar, monitorar, refletir e avaliar sua própria aprendizagem, tornando a escola um lugar muito além de um local meramente depositário de conhecimentos transmitidos sem o mínimo de emoção e significado.

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Trabalho apresentado no Grupo de Trabalho GT13 do IX Congresso de Pesquisa e Extensão e IV Semana de Ciências Sociais da UEMG/Barbacena.

INTRODUÇÃO

Desde o nascimento até a idade adulta, vamos ampliando nossa capacidade de aprender e muitos pesquisadores investigaram como acontece essa evolução da aprendizagem. Para uns a leitura acontece como resultado do processo de interação entre o leitor e o texto, onde ele materializa significados, elabora hipóteses linguísticas sob a perspectiva dos conhecimentos prévios, que são aqueles que são acumulados ao longo da vida, onde o sujeito leitor interpreta de acordo com sua leitura de mundo e o que ele pensa e sente a respeito do que leu e de si mesmo. Para outros, o processo de leitura segue respeitando sempre o desenvolvimento dos processos cognitivos do indivíduo, como: atenção, raciocínio, memória, percepção, pensamento e linguagem nas diversas áreas do desenvolvimento humano. É quase impossível haver uma única definição de como se opera e desenvolve a aprendizagem e o processo de cognição, ao contrário, é conceituado de forma ampla e complexa e é mais que meros processos intelectuais, como o raciocínio e a solução de problemas, é um sistema complexo de problemas que interagem, codificam, geram, transformam e manipulam informações de diversos tipos.

A atividade de leitura consiste em dois princípios fundamentais: a coerência e a formulação de hipóteses. Enfatiza que o leitor primeiramente faz uso do processamento visual para apreensão da informação, depois elabora suas ideias cognitivamente com base no seu conhecimento linguístico para alcançar o objetivo de compreender o que leu, estabelecendo relações com o texto. A reconstrução do texto é pré-requisito para o posicionamento crítico do leitor perante o texto. (KLEIMAN, 1989, p. 36).

Na prática funciona mais ou menos assim: a criança usa sua percepção visual para decodificar símbolos gráficos (letras e palavras) em significados. A estes ela agrega sentimentos, emoções e de acordo com o que já sabe, elabora sentido através desses elementos, ou seja, compreende o texto de acordo com as experiências que viveu e o mundo que a cerca e das pessoas com as quais obteve trocas significativas.

Desde cedo é importante apresentar o vasto mundo da leitura para as crianças, deixá-las manusear diversos textos a seu gosto, ainda que não saiba “ler” propriamente falando, pois neste caso, ela fará a leitura de imagens onde o elemento imaginário é a peça chave do processo. Um ambiente onde os adultos gostam de ler as estimula e faz com que

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apreciem a leitura e desperta nelas a curiosidade que as move para querer ler mais e mais. Brincar sozinho ou com os colegas desperta a imaginação, envolve diversos processos mentais na elaboração das regras da brincadeira além de proporcionar trocas afetivas importantes.

Ao iniciar a leitura, por volta dos seis anos de idade, a criança já possui um repertório de cerca de 5000 palavras e já construiu algumas regras gramaticais. De acordo com Vygotsky et al. (1998), em termos cognitivos, estes conhecimentos estão armazenados no sistema de reconhecimento auditivo, no sistema de produção fonológica e no sistema semântico e irão enriquecer-se progressivamente ao longo do tempo. Isto quer dizer que a criança começa a aprender a ler já com uma determinada competência oral, o que não quer dizer que terá automaticamente sucesso na leitura. É necessário que a criança adquira a capacidade de analisar foneticamente as palavras, pois o alfabeto representa a fala a nível do fonema, e é exatamente nesse ponto que entra o pensar sobre o que leu na construção de significados.

Um grande número de investigações em psicologia cognitiva privilegia o estudo das habilidades envolvidas na leitura. No processo cognitivo, a leitura surge enquanto compreensão e decifração dos textos escritos, em estudos acerca das habilidades e competências do leitor, ocupando um campo central nas pesquisas nessa área. Essas pesquisas buscam a compreensão da natureza e organização dos processos psicológicos implicados na leitura, desde a identificação das palavras até a compreensão dos textos. Assim, um sujeito capaz de construir seus conhecimentos no mundo atual, é aquele que transforma seu objeto de estudo através do seu pensar sobre esse objeto, que é, no caso, a leitura e considera que o processo cognitivo humano está sempre em desenvolvimento e em aprimoramento de habilidades.

A aquisição do conhecimento não se opera de uma única e pré-determinada forma, ela vem através do resultado da interação entre sujeito e objeto, de modo que o esquema de pensamento elabora, constrói e desconstrói conceitos sobre esse mesmo objeto a fim de organizar o saber e construir o conhecimento.

Para Burrouhgs e Sartre, o conhecimento da língua não é suficiente para a leitura se efetivar. Na verdade, o leitor pré-existe à descoberta do significado das palavras escritas; foi-se configurando no decorrer das experiências de vida, desde as mais elementares e

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individuais às oriundas do intercâmbio de seu mundo pessoal e o universo social e cultural circundante. (MARTINS, 2007).

Piaget (1998) considera que a mente vai ao encontro do ambiente de maneira ativa e adaptativa e tem evolução gradativa. Em 1921, passa a dirigir o Instituto Jean Jacques Rousseau em Genebra, onde descobriu em suas pesquisas que o aprendizado é um processo gradual em que a criança vai se capacitando em níveis cada vez mais complexos do conhecimento cognitivo seguindo uma sequência lógica. Realizando pesquisas empíricas com suas próprias filhas, desenvolve o método clínico piagetiano que pressupõe que os seres humanos passam por uma série de mudanças ordenadas e previsíveis às quais denomina Estágios do Desenvolvimento, que é uma teoria capaz de explicar como, quando e porque nossa capacidade de aprender evolui com o tempo. O método clínico de Piaget não faz usos de testes padronizados, mas sim, se utiliza da observação atenta de crianças e jovens enquanto elas fazem provas operatórias que são problemas construídos especificamente para investigação, onde não é apenas o resultado é considerado para conclusões da pesquisa, mas sim dos meios e estratégias que essas crianças e jovens adotaram na resolução das atividades propostas, onde a aprendizagem acontece através da ação do educando sobre o objeto estudado e essa ação só ocorre se o aprendiz estiver motivado a aprender.

Mas o que faz alguém ter motivação para aprender? Para Piaget (1998) essa motivação ocorre quando nossos conhecimentos falham justamente no momento em que precisamos deles, por exemplo, um bebê coloca um biscoito na boca e tenta comê-lo fazendo os mesmos movimentos que faz para mamar e quando percebe que não está alcançando o que esperava, ele vai tentar corrigir e mudar o movimento a fim de que consiga comer o biscoito. A frustração que o bebê teve na primeira tentativa, o impulsiona a buscar outras estratégias a fim de que consiga seu intento e nesse processo de tentativa e erro, de desequilibrar e equilibrar novamente, é que faz com que se consiga aprender.

De acordo com Piaget (1998) o desenvolvimento se processa numa sequência de quatro estágios: o estágio sensório-motor (0 a 24 meses), onde o crescimento cognitivo baseia-se exclusivamente em experiências sensoriais e motoras para resolver seus problemas que são essencialmente práticos. Embora a criança já tenha conduta inteligente, considera-se que ela ainda não possui pensamento, pois nessa idade ainda não tem capacidade de deslocar-se mentalmente para o passado e nem deslocar-se referir ao futuro. Os esquemas deslocar-sensório-motores são construídos a partir de reflexos naturais tais como os usados pelo bebê para lidar com o

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ambiente. Nesse mesmo tempo as concepções de espaço, tempo e causalidade, começam a ser construídas; o estágio pré-operacional (2 a 7 anos) é marcado pelo aparecimento da linguagem oral que possibilita a criança conceber esquemas de ação interiorizados chamados de esquemas representativos ou simbólicos. Nessa fase, a criança substitui objetos, ações e pessoas por símbolos, que são as palavras. O pensamento pré-operatório recebe também o nome de pensamento egocêntrico, que é um pensamento não flexível e tem como ponto de referência a própria criança. Outra característica dessa etapa é o animismo, que atribui sentimentos e intenções às coisas e animais (por isso gostam tanto de fábulas e desenhos animados nessa idade). As ações do período pré-operatório embora internalizadas, ainda não são reversíveis e a criança ainda não é capaz de perceber que é capaz de retornar mentalmente ao ponto de partida. No estágio operatório-concreto (7 a 12 anos) é que o pensamento lógico e objetivo se organiza e a criança se utiliza de variadas estratégias cognitivas na resolução de problemas e tem um pensamento que envolve uma busca sistemática de soluções. Ao longo desse estágio as ações interiorizadas vão se tornando cada vez mais reversíveis. O pensamento torna-se menos egocêntrico e a criança é capaz de construir um conhecimento mais compatível com o mundo que a rodeia. O real e o imaginário não se misturam mais em sua percepção e em cada estágio novas capacidades são acrescentadas àquilo que já foi aprendido anteriormente. (MUSSEN et al., 1990). A etapa operatório-formal (12 anos em diante) tem como principal característica o fato de que o pensamento se torna livre das limitações da realidade concreta. A criança se torna capaz de raciocinar logicamente permitindo ao adolescente trabalhar não só com a realidade concreta como também com a realidade possível.

Para Piaget (1998) esses estágios caracterizam-se pelas diferentes maneiras do indivíduo interagir com a realidade, ou seja, de organizar seus conhecimentos visando sua adaptação, ocorrendo assim, modificações progressivas em seus esquemas de assimilação e acomodação mostrando que a aprendizagem é um processo que ocorre de forma gradual e para descrevê-lo elaborou a teoria do desenvolvimento intelectual por estágios, cujo ponto de partida é a posição egocêntrica, ou seja, aquela que a criança não distingue a existência de um mundo externo separado de si própria. Na linguagem, o egocentrismo corresponde a um período em que a criança não vê necessidade de explicar aquilo que diz por que tem certeza de que está sendo entendida quando atribui seus sentimentos e desejos à características de coisas externas. A partir do egocentrismo, percebeu-se que a inteligência é formada por meio

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de adaptações. Quando o esquema se torna insuficiente para responder à novidade é modificado e dessa forma a interação com o mundo externo vai reduzindo gradualmente o egocentrismo.

A psicanálise diz que tudo quanto de fato impressionou nossa mente jamais é esquecido, mesmo que permaneça por muito tempo no inconsciente. Esse fato evidencia a importância da memória para a leitura e a importância das interações internas com as coisas externas. Seja quem for o leitor, o ato de ler sempre estará ligado a esses fatores. Saber ler significa possuir as bases de uma educação para a vida que visa não só o desenvolvimento das capacidades intelectuais, como também da integração do indivíduo na sociedade mas ainda é algo que não se tem naturalmente em todos os lugares, basta ver o índice de analfabetismo que ainda persiste mesmo nos países desenvolvidos. (MARTINS, 2007, p. 19)

O conhecimento não é uma cópia da realidade. Para conhecer um objeto, para conhecer um acontecimento, não é simplesmente olhar e fazer uma cópia mental ou imagem do mesmo. Para conhecer um objeto é necessário agir sobre ele. Conhecer é modificar, transformar o objeto e compreender o processo dessa transformação e, consequentemente, compreender o modo como o objeto é construído. (Becker apud NASCIMENTO, 2009, p. 270)

Para Vygotsky (1998) a vivência em sociedade é essencial para a transformação do homem de ser biológico em ser humano e nesse processo é construído o conhecimento que permite a aprendizagem. Segundo ele, a criança nasce dotada apenas das funções básicas tais como os reflexos e a atenção involuntária que estão presentes em todos os animais. No entanto, com o aprendizado cultural, parte dessas funções transformam-se em funções psicológicas superiores, de acordo com as informações recebidas do meio em que vive, o que não significa que a criança seja apenas como um espelho que reflete o que aprende, mas sim que essas informações são elaboradas e reelaboradas em uma espécie de linguagem interna.

O que caracteriza a individualidade é o resultado das interações do indivíduo com seu meio e o que ele apreende dessas interações, onde as pessoas que o cercam exercem o papel de mediadores entre o indivíduo e o objeto do conhecimento, pois toda pessoa é produtora de cultura. Ainda segundo Vygotsky (1998), a interação intelectual é caracterizada por saltos qualitativos de um nível de conhecimento para outro. Para explicar esse processo de interação na aprendizagem ele criou o conceito chamado Zona de Desenvolvimento Proximal, onde o que uma criança faz hoje com a ajuda de um adulto ou de uma outra criança, ela será

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capaz de fazer amanhã sozinha o que ele define como “a distância entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial” ou seja, é o que separa a pessoa de um desenvolvimento que está próximo porém ainda não foi alcançado, ou seja, está próximo de aprender mas ainda não foi atingido. O desenvolvimento real é determinado pelo que a criança já é capaz de fazer sozinha porque já tem um conhecimento consolidado. Na zona real, temos aquilo que a criança consegue fazer sozinha, com autonomia, sem a necessidade de intervenção enquanto que na zona potencial ela faz mais ainda precisa da ajuda de alguém. Na escola, os mediadores tanto podem ser o professor como os colegas que já aprenderam e podem ajudar o colega que ainda não domina aquele assunto, o que ressalta Davis (2005), as informações nunca são absorvidas do meio mas sim, são sempre intermediadas, explícita ou implicitamente pelas pessoas que cercam a criança permeados de significados históricos e sociais.

O professor não precisa esperar a idade ou faixa etária determinada para desenvolver com a criança determinados conceitos sobre leitura e escrita, mas estar atento à evolução dela, a cada momento, a fim de fazer as intervenções e mediações adequadas, intensificando a aprendizagem através de trocas interculturais. Na visão de Vygotsky (1998) é importante essa troca, essa mistura de experiências porque isso irá potencializar o desenvolvimento. Entre a zona real e a zona potencial está, como se fosse um elo, a Zona de Desenvolvimento Proximal onde as trocas sociais intensificam e aceleram esse desenvolvimento.

Piaget (1998) contrariamente defende o desenvolvimento progressivo das estruturas intelectuais que nos tornam capazes de aprender, a maturação biológica do indivíduo em suas teorias do desenvolvimento do processo cognitivo e é essa a diferença central de pensamento entre ele e Vygotsky (1998). Enquanto o primeiro defende o desenvolvimento através dos estágios de desenvolvimento biológico, acreditando haver uma idade ou fase determinada para absorver os conceitos, o segundo irá contrariar essa teoria afirmando que a aprendizagem pode acontecer antes mesmo do que se espera em questões biológicas dependendo do tipo de interações que a criança faz com o ambiente à sua volta. Os níveis de conhecimento partem do nível de conhecimento prévio, e evoluem à medida que se busca trabalhar o entendimento textual, desde os conhecimentos linguísticos e as regras gramaticais até a interação com o sentido do texto de maneira global.

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A compreensão de um texto exige uma série de processamentos mentais por parte do leitor e vai muito além de simples decodificações de letras, palavras e signos linguísticos. A interação com os textos acontece em diferentes níveis, desde o mais elementar ao mais avançado de uma maneira profunda e complexa. Um leitor competente é aquele que realiza a leitura de maneira aprofundada entendendo o que lê e aplicando a leitura em diversas situações de seu dia-a-dia, diferente do analfabeto funcional, que lê de forma mecânica sem emprestar sentido ao que leu, fazendo apenas por um ato reflexo. Quando se diz que a pessoa “lê bem”, quer dizer que ela identifica, compreende as informações, infere, interpreta, deduz, formula hipóteses, analisa, se posiciona criticamente perante o texto e conclui, enfim, são diversas as habilidades envolvidas no ato de ler. Pode-se arriscar a dizer que assim como a natação trabalha diversos músculos e funções do corpo, a leitura desempenha um papel semelhante, trabalhando e desenvolvendo simultaneamente habilidades e capacidades diversas, não somente motoras como também intelectuais, psicológicas e emocionais acionando a imaginação, afetividade e raciocínio. É o sujeito como um todo que se movimenta para entender e se fazer entender. (CAGLIARI, 1989).

REFERÊNCIAS

CAGLIARI, Luis Carlos. Alfabetização e linguística. São Paulo: Scipione, 1989.

DAVIS, Claudia; NUNES, Marina M. R.; NUNES, Cesar A. A..Metacognição e sucesso escolar: articulando teoria e prática. Cad. Pesqui. [online]. 2005, v. 35, n. 125, pp. 205-230. KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. Campinas, São Paulo: Editora Pontes, 1989.

MARTINS, Maria Helena. O que é leitura. São Paulo: Brasiliense, 2007.

MUSSEN, P. H. CONGER, J. J; KAGAN, J.; HUSTON, A. C.. Desenvolvimento cognitivo: aprendizagem e processamento de informações. In: _____. Desenvolvimento e personalidade

da criança. 7. ed. São Paulo: Harbra, 1990, pp. 265-297.

NASCIMENTO, R. O. Processos cognitivos como elementos fundamentais para uma educação crítica. Ciências e Cognição, Uberlândia, v. 14, n. 1, 2009.

PIAGET, J. A epistemologia genética. São Paulo: Companhia das Letras, 1998.

VYGOSTKY, L. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

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