Revista
Portuguesa
de
Estomatologia,
Medicina
Dentária
e
Cirurgia
Maxilofacial
w w w . e l s e v i e r . p t / s p e m d
Investigac¸ão
Determinac¸ão
do
CPOD
e
comportamentos
de
saúde
oral
numa
amostra
de
adolescentes
do
concelho
de
Mangualde
Carla
Barata
a,
Nélio
Veiga
b,∗,
Cláudia
Mendes
c,
Filipe
Araújo
d,
Octávio
Ribeiro
ee
Inês
Coelho
faMedicinaDentária,UniversidadeCatólicaPortuguesa
bMedicinaDentáriaPreventiva,MedicinaDentáriadaUniversidadeCatólicaPortuguesa cProstodontiaFixa,MedicinaDentáriadaUniversidadeCatólicaPortuguesa
dMédicodentistaeassistenteconvidadonasáreasdisciplinaresdeProstodontiaRemovíveleBiomateriais/MateriaisDentáriosdo
MestradoIntegradoemMedicinaDentáriadaUniversidadeCatólicaPortuguesa
eOclusão,MedicinaDentáriadaUniversidadeCatólicaPortuguesa fMedicinaGeraleFamiliar,UnidadedeSaúdeFamiliarGrãoVasco,Viseu
informação
sobre
o
artigo
Historialdoartigo: Recebidoa9deabrilde2012 Aceitea9dedezembrode2012 Palavras-chave: Saúdeoral Cáriedentária ÍndiceCPOD Escovagem Fiodentário
r
e
s
u
m
o
Introduc¸ão: Aprevalênciamoderadaaelevadadedoenc¸asoraisentreosadolescentes
conti-nuaaserumarealidadenanossapopulac¸ão.Afrequênciadeescovagem,autilizac¸ãodofio
dentárioeaconsultaregularaomédicodentistasãoimportantesdeterminantesdesaúde
oral.Osobjetivosdesteestudoconsistiramnadeterminac¸ãodoíndicededentes
permanen-tescariados,perdidoseobturados(índiceCPOD)ecaracterizac¸ãodoscomportamentosde
saúdeoralnumaamostradeadolescentesdoconcelhodeMangualde.
Métodos:Foirealizadoumestudotransversalcomumaamostrade 156adolescentesdo
sétimoedécimoanosdeescolaridadedaEscolaSecundáriaFelisminaAlcântaraem
Man-gualde.Arecolhadedadosfoiefetuadaatravésdeumquestionáriosobrecomportamentos
desaúdeoral,respondidopelosadolescentesemsaladeaula.Oexameintraoralparaa
determinac¸ãodoCPODfoirealizadocomasondaaprovadaparadiagnósticodacáriepela
Organizac¸ãoMundialdeSaúde(OMS)emsaladeaulaecomluznaturaleartificial.
Resultados: Nesteestudo foiobtidoum índiceCPODde 4,05±3,59comum componente
cariadode2,92±2,86.Dototaldaamostra,25,6%dosadolescentesnãoescovamos
den-tespelomenosduasvezespordia,82,1%nãoutilizamofiodentáriodiariamentee32,7%
nãoconsultaramomédicodentistanosúltimosdozemeses.
Conclusões:OíndiceCPODobtidoenquadra-senonívelmoderadopreconizadopelaOMS.
Umapequenapercentagemdeadolescentesapresentacomportamentosdesaúdeoral
ade-quados relativamentea escovagem,utilizac¸ãodo fiodentárioe consultasregularesao
médicodentista.
©2012SociedadePortuguesadeEstomatologiaeMedicinaDentária.Publicadopor
ElsevierEspaña,S.L.Todososdireitosreservados.
∗ Autorparacorrespondência.
Correioeletrónico:neliojveiga@hotmail.com(N.Veiga).
1646-2890/$–seefrontmatter©2012SociedadePortuguesadeEstomatologiaeMedicinaDentária.PublicadoporElsevierEspaña,S.L.Todososdireitosreservados.
DMFT
and
oral
health
behaviours
assessment
in
a
sample
of
adolescents
of
Mangualde
Keywords: Oralhealth Dentalcaries DMFTindex Toothbrushing Dentalflossa
b
s
t
r
a
c
t
Introduction: Amoderatetohighprevalenceoforaldiseasesamongadolescentsremaina
realityamongourpopulation.Thefrequencyoftoothbrushing,dailyuseofdentalflossand
regulardentalappointmentsareimportantdeterminantsoforalhealth.Themainobjectives
ofthisstudyconsistedindeterminingtheaveragescoreofpermanentdecayed,missingand
filledteeth(DMFTindex)andcharacterizeoralhealthbehavioursinasampleofadolescents
ofthecityofMangualde.
Methods: Across-sectionalstudywasconductedwithasampleof156adolescentsofthe
seventhandtenthgradeoftheFelisminaAlcantaraelementaryandhighschoolof
Man-gualde.Datacollectionwasconductedusingaquestionnairecontainingquestionsrelated
withoralhealthbehaviours,completedbytheadolescentsintheclassroom.Theoral
exami-nationtodeterminetheDMFTindexwasperformedwiththeprobeapprovedfordiagnosis
ofdentalcariesbytheWorldHealthOrganization(WHO)intheclassroomandwithnatural
andartificiallightoftheclassroom.
Results: InthisstudyaDMFTof4.05±3.59wasobtainedwithadecaycomponentof2.92±
2.86.Ofthetotalsample,25.6%ofadolescentsdonotbrushatleasttwiceperday,82.1%do
notusedentalflossdailyand32.7%hadnotvisitedthedentistinthelasttwelvemonths.
Conclusions: TheDMFTindexobtainedfallswithinthemoderatelevel,notreachingthe
goals advocatedbytheWHO. Asmall proportionofadolescentspresentadequateoral
healthbehaviourswhenanalyzingtoothbrushing,useofdentalflossandregulardental
appointments.
©2012SociedadePortuguesadeEstomatologiaeMedicinaDentária.Publishedby
ElsevierEspaña,S.L.Allrightsreserved.
Introduc¸ão
AOrganizac¸ãoMundialdeSaúde(OMS)afirmaqueasaúde
oralfazparteda saúdee dobem-estargeraldo indivíduo,
sendo considerada importante parauma boaqualidade de
vida1,2.
SegundoaOMS,asaúdeoralconsisteemestarlivrededor
crónicaoro-facial,cancrooralouorofaríngeo,úlcerasorais,
malformac¸õescongénitas,doenc¸agengival,cárieseperdasde
denteseoutrasdoenc¸asedistúrbiosqueafetamacavidade
oral3.
Atualmente, asdoenc¸as oraismaiscomuns são a cárie
dentáriaeadoenc¸aperiodontal,acometendo,cadapatologia,
60-90%dascrianc¸asemidadeescolare5-20%dosadultosde
meia-idade,respetivamente3–7.
A importânciados objetivos de saúde oralfoi pela
pri-meira vez salientada em 1981 pela OMS como parte do
programa«SaúdeparaTodos»quepropunhaasmetaspara
2000,destacando-seasseguintes:50%dascrianc¸asde5e6
anosdeidadelivresdecárie;umíndicededentescariados,
perdidosporcárieeobturados(índiceCPOD),aos12anos
infe-riora3;85%dapopulac¸ãomundialcom18anosdeidadenão
terperdadedentes.
Mais recentemente a OMS juntou-se à Federac¸ão
Den-tária Internacional (FDI) e à International Association for
Dental Research (IADR) para anunciarem os objetivos para
20201,8. Nesse documento, intitulado «Global Goals for Oral
Health» encontra-se descrito que 80% das crianc¸as com
6 anos de idade deverão estar livres de cáries e aos 12
anos o índice CPOD deverá ser inferior a 1,5 até ao ano
20208.
EmPortugal,aprevalênciadecáriedentáriatemvindoa
diminuirnascrianc¸asenosadolescentes,nosúltimosanos,
devido àimplementac¸ãodeprogramasdesaúdeoral.
Con-tudo, as doenc¸as orais continuam a possuir uma elevada
prevalência,constituindo,assim,umimportanteproblemade
saúdepública9.
Em1999,foiaprovadooProgramadePromoc¸ãodaSaúde
OralemCrianc¸aseAdolescentes(PPSOCA),oqualpreconizava
aprevenc¸ão dasdoenc¸as orais,através dacontratualizac¸ão
declínicas/consultóriosprivados.Destemodo,em2000,teve
inícioaprestac¸ãodecuidadosdentáriosnascrianc¸ase
adoles-centes,visandootratamentodecáriesdentáriaseaaplicac¸ão
deselantedefissuras9.
Em2005,foicriadooProgramaNacionaldePromoc¸ãode
SaúdeOral(PNPSO)comoobjetivodepromoverasaúdeoral,
bemcomo,preveniretratarasdoenc¸asoraisentreosmais
jovens9,10.
Existeumaforteevidênciadequeasdoenc¸asoraisestão
relacionadas comos comportamentos de saúdeoral. Estas
patologias podem diminuir com a melhoria significativa
da higiene oral e a diminuic¸ão do consumo de alimentos
ac¸ucarados10–18.Ainstruc¸ãoemotivac¸ãodospacientessão
pontos-chaveparaaobtenc¸ãodecomportamentosdesaúde
oralcorretos19.
Em1937,KleinePalmerpropuseramumindicadordesaúde
oral,denominadoíndiceCPODquepermitecalcularamédia
donúmero totaldedentespermanentescariados,perdidos
Osobjetivosestabelecidosparaesteestudoforam
Determinac¸ão do nível de saúde oral em adolescentes de
Mangualde através da aplicac¸ão do índice CPOD e a sua
comparac¸ãonasdiferentesfaixasetáriasestudadas.
Análisedoscomportamentosdesaúdeoraldosmesmos
adolescentes,nomeadamentedafrequênciaecaracterizac¸ão
daescovagem,dautilizac¸ãodofiodentárioedafrequênciade
consultasaomédicodentista.
Materiais
e
métodos
Foirealizadoumestudoepidemiológicoobservacional
trans-versal,efetuadonoâmbito deumprogramadesaúdeoral,
desenvolvidoentreoAgrupamentodeEscolasdeMangualde
eoDepartamentodeCiênciasdaSaúdedaUniversidade
Cató-licaPortuguesa.
A recolha de dados realizou-se nos meses de abril e
maiode2010.Aobtenc¸ãodainformac¸ãoreferenteaos
com-portamentos de saúde oral foi conseguida através de um
questionárioautoaplicadopreenchidopelosadolescentesem
sala de aula antes da observac¸ão intraoral. O
questioná-rio utilizado neste estudo já foi aplicado em trabalhos de
investigac¸ãoanteriores9.
Acáriedentáriafoiavaliadaatravésdeobservac¸ão
intrao-ralrealizadaporseisalunosfinalistasdoMestradoIntegrado
emMedicinaDentáriadaUniversidade CatólicaPortuguesa
com recurso ao espelhobucal esonda WHO probe e
reali-zadaemsala deaula com luznaturaleartificial. Trêsdos
alunos realizaram a observac¸ãointraoral enquanto que os
restantestrêsalunosdoMestradoIntegradoemMedicina
Den-táriaanotaramasobservac¸ões dorespetivobinómio.Antes
darecolhade dados,foiefetuadaumacalibragemdos
exa-minadores participantes. Cada um dos três examinadores
observou8alunospreviamente,obtendoumvalorde
concor-dânciainterexaminadoresde83,2%eintraexaminadoresde
78,6%.Adeterminac¸ãodoníveldesaúdeoraldos
adolescen-tesfoiefetuadaatravésdocálculodoCPODdecadaindivíduo.
Foramrespeitadososcritériosdediagnósticorecomendados
pelaOMS21.
Aanálisedosdadosrecolhidosfoiefetuadacomrecurso
aoprogramaestatísticoStatisticalProgramfortheSocial
Scien-ces(SPSS18.0).Foirealizadaaestatísticadescritivadosdados,
sendocalculadaafrequênciadasvariáveiseamédiaedesvio
padrãodoCPOD.
Paraarealizac¸ãodesteestudofoiobtidaaaprovac¸ãopor
partedoDepartamentodeCiênciasdaSaúdedaUniversidade
CatólicaPortuguesaeaautorizac¸ãoformalpeloAgrupamento
deEscolasdeMangualde.Foiigualmenterecebidoos
consen-timentosinformadosdosalunosparticipantesnoestudoedos
seusresponsáveislegais.Ainformac¸ãorecolhidapor
questi-onárioeraanónima,voluntáriaeconfidencialnãohavendo
qualquertipodereferêncianominalaosadolescentes
partici-pantes.
Resultados
Foiselecionadaumaamostradeconveniência,poisaescola
tomouadecisãoqueoestudodeveriaserrealizadoaos
alu-Tabela1–Caracterizac¸ãodaamostraestudada(n=156)
Masculino Feminino Total
n % N % n % 74 47,4 82 52,6 156 100 Idade 12 2 2,7 1 1,2 3 1,9 13 4 5,4 4 4,9 8 5,1 14 6 8,1 1 1,2 7 4,5 15 3 4,1 0 0 3 1,9 16 26 35,1 56 68,3 82 52,6 17 23 31,0 15 18,3 38 24,4 18 7 9,5 5 6,1 12 7,7 19 3 4,1 0 0 3 1,9 Escolaridade 7◦ano 15 20,3 6 7,3 21 13,5 10◦ano 59 79,7 76 92,7 135 86,5
nos do7◦ e10◦ anos.Todos osalunos selecionadosparao estudoforamconsideradoselegíveisparaparticiparnoestudo, desdequefrequentassemo7◦ouo10◦anocomidades com-preendidas entreos12eos19 anos.Foram distribuídos24 questionáriosparaosalunosdo7◦ano,tendosido preenchi-dos21,havendoumapercentagemdeparticipac¸ãode87,5%, enquantoqueentreosalunosdo10◦ anoforamdistribuídos 138questionárioserecolhidos135comumapercentagemde participac¸ãoporpartedestegrupodealunosnaordemdos 97,8%.Todososalunosquepreencheramoquestionário rea-lizaramdeseguidaaobservac¸ãointraoral.
Oespac¸oamostralfoiconstituídoporadolescentesque fre-quentavamosétimoedécimoanodeescolaridadenaEscola SecundáriaFelismina AlcântaraemMangualde,obtendo-se umaamostrafinalde156adolescentes.Dototaldaamostra, 21dosadolescentesfrequentavamo7◦ anoe135o10◦ ano deescolaridadecomumamédiadeidadesde16,1±1,3coma idadeavariarentreos12eos19anos(Tabela1).
Naamostrafinaldesteestudoverificou-seumíndiceCPOD
de 4,05±3,59,correspondenteaumamedianade3emque
dos156alunosparticipantes,apenas21,8%apresentavamum
CPODigualazero(moda=0correspondentean=34).
Obteve-seumvalormédiodedentespermanentescariados
de2,92±2,86,dentespermanentesperdidosdevidoacáriede
0,23±0,77edentespermanentesobturadosde0,90±1,51.
Porgrupoetário,oíndiceCPODentreosadolescentesdos
12aos15anosfoide4,05±3,03ede4,05±3,86entreos
ado-lescentescomidadescompreendidasentreos16eos19anos.
Tantoparaosadolescentesentreos12e15anos,comoparaos
de16a19anos,oCPODcommaiorpercentageméoigualou
superiora3,ouseja,71,4%vs.57%,respetivamente(Tabela2).
Constatou-sequeaprevalênciadecárieentreos
adoles-centesparticipantesnesteestudofoide71,8%,sendoquepor
gruposetáriosémaiselevadanogrupodos12aos15anos
(81%),doquenode16aos19anosdeidade(71,8%).
Afrequênciadeescovagemduasoumaisvezespordiafoi
de74,4%,enquantoqueafrequênciadeescovagemmenosde
umavezpordiaapenas3,2%.Jádistribuídaporgruposetários,
dos12aos15anosaopc¸ãomaisescolhidafoi«Umavezpor
dia»com71,4%,enquanto70,4%dosadolescentescomidades
compreendidasentreos16eos19anosafirmamescovarem
Tabela2–Distribuic¸ãodoCPODporgruposetários(n=156)
CPOD
0 1 2 ≤3
n % n % n % n %
Gruposetários 12aos15anos 4 19,0 1 4,8 1 4,8 15 71,4
16aos19anos 30 22,2 10 7,4 18 13,3 77 57,0
Total 34 21,8 11 7,1 19 12,2 92 59,0
Tabela3–Frequênciadeescovagemdistribuídaporgruposetários(n=156)
Frequênciadeescovagem
Menosumavezpordia Umavezpordia 2vezespordia Maisque2vezespordia Total
n % n % n % n % n %
Gruposetários 12aos15anos 1 4,8 15 71,4 5 23,8 0 0 21 100,0
16aos19anos 4 3,0 20 14,8 95 70,4 16 11,9 135 100,0
Total 5 3,2 35 22,4 100 64,1 16 10,3 156 100,0
Tabela4–Período(s)dodiaemquecadaadolescente realizaaescovagem(n=156)
Escovagem-Período(s)dodia n %
Apósopequeno-almoc¸o 17 10,9
Apósojantar 24 15,4
Apóspequeno-almoc¸oejantar 97 62,2
Apósastrêsprincipaisrefeic¸ões 18 11,5
Relativamente aos períodos do dia em que cada ado-lescenterealizava asua escovagem,verificou-se que10,9% afirmaram realizar a escovagem apenas após o pequeno-almoc¸oe 11,5% referemescovar ao fim das três principais refeic¸ões(Tabela4).
Apenas1,9%afirmaramutilizarem o fiodentário
diaria-mente,16,0%àsvezese82,1%nãocomplementaasuahigiene
oralcomrecursoaofiodentário(Tabela5).
Foianalisada afrequênciade consultas aomédico
den-tistaporpartedosadolescentesqueparticiparamnoestudo.
Verificou-seque67,3%consultaramomédicodentista, mas
32,7%nãoofizeramnosúltimosdozemeses(Tabela6).
Tabela5–Frequênciadautilizac¸ãodefiodentáriona amostratotal(n=156)
Utilizac¸ãodofiodentário n %
Sim,diariamente 3 1,9
Sim,àsvezes 25 16,0
Não 128 82,1
Tabela6–Frequênciadeconsultaaomédicodentista nosúltimosdozemesesnaamostratotal
Consultaaomédicodentista nosúltimosdozemeses
n %
Sim 105 67,3
Não 51 32,7
Discussão
NoestudodeAlmeidaetal.foiobtidaumapercentagemde prevalênciadecáriede52,9%aos12anosdeidade.Nonosso estudo,aindaquenafaixaetáriacompreendidaentreos12e 15anos,foiencontradaumaprevalênciasuperior(81%)22.O
mesmoseverificaquandocomparandocomoestudode
Pat-tussietal.,cujaprevalênciadecárieéde33,3%9,23.Noentanto,
secompararmoscomoestudodeDitmyeretal.,aprevalência
decárieobtidaemambososestudosésemelhante24.Contudo,
setivermosporbaseosdadosqueGorbatovaetal.obtiveram
aos15anosdeidade,verificamosqueanossaprevalênciade
cárieseencontraligeiramenteabaixoentreos12e15anos
(91,8%vs.81%)25.
Tendo em conta o índice CPOD obtido neste estudo,
4,05±3,03nosadolescentesdos12 aos15 anose4,05±3,86
entre os de16 e19 anos, podemos afirmar queobtivemos
umíndiceCPODsuperioraoencontradonoEstudoNacional
dePrevalênciadasDoenc¸asOraispublicadoem2008(índice
CPOD=1,48) eoencontradonoestudodeSuominen-Taipale
etal.realizadonaFinlândiaparaadolescentesde12anos(1,24)
ede17anos(3.99)9,26.
Relativamente à frequência de escovagem, obtivemos
74,4%paraaopc¸ão«duasoumaisvezespordia».Contudo,
senoscentrarmosemgruposetários,verificamosqueentre
os12eos15anos,amaioriadosadolescentesescovamuma
vezpordiaosdentes(71,4%),contrastandocomos55,6%dos
adolescentescom12anosexaminadosporAlmeidaetal.que
afirmamescovarduasvezespordiaosdentes,bemcomocom
oestudopublicadopelaDGSem2008,oqualrevelouque67%
dosadolescentescom12anose69%dosadolescentescom15
anostambémescovavamosdentesduasvezespordia9,22.
Relativamente ao uso de fio dentário, registou-se uma
prevalênciaelevadadeadolescentes quenãoutilizamofio
dentário.Percentagenstambémelevadasparaamesmaopc¸ão
foramencontradasnoestudorealizadopelaDGSem2008(aos
12anos74,43%eaos15anos79,44%)enodeMacgregoretal.
Quantoàconsulta aomédicodentistanos últimosdoze
meses,neste estudo obteve-se uma percentagem bastante
considerável. Contudo, os resultados obtidos neste estudo
foraminferiorescomparativamenteaosregistadosnoestudo
nacionalpublicadoem2008emPortugalqueafirmaquecerca
de85%dosadolescentesde12e15anosdeidadeconsultaram
omédicodentistanosúltimos12meses9.Contudo,umestudo
maisrecentementepublicadoemPortugal(2009)revelaque
apenas55%dosadolescentesvisitaramomédicodentistanos
últimos12meses10.Alémfronteiras,verificou-se,também,a
obtenc¸ãodeumaprevalênciasuperiordeconsultasaomédico
dentistanosúltimos12mesesemcomparac¸ãocomoestudo
realizadoporPattussietal.(67,3%vs52,1%)23.
Énecessáriodesenvolver este estudocomumaamostra
superioremaisrepresentativadosadolescentesdoconcelho
deMangualdedemodoapossibilitaradefinic¸ãodeestratégias
eficazesparamelhorarasaúdeoraldosmaisjovens.
Conclusões
OíndiceCPODobtido enquadra-seno nívelmoderado,não
atingindoametaprevistapelaOMSparaaRegiãoEuropeia
para2020(índiceCPODaos12anosinferiora1,5).
AmaioriadosadolescentesapresentaumCPODindividual
superiora3.
Oscomportamentosdesaúdeoralnaamostra estudada
revelam queum quarto dosadolescentes não realiza uma
escovagemregulardiária(pelomenosduasvezespordia)e
cercade82.1%nãoutilizamofiodentário.
Cercadeumterc¸odosadolescentesnãofoiconsultadopelo
médicodentistanosúltimosdozemeses.
Responsabilidades
éticas
Protec¸ãodepessoaseanimais.Osautoresdeclaramquepara
esta investigac¸ão nãose realizaram experiências emseres
humanose/ouanimais.
Confidencialidadedosdados.Osautoresdeclaramterseguido
osprotocolosdeseucentrodetrabalhoacercadapublicac¸ão
dosdadosde pacienteseque todosos pacientes incluídos
noestudoreceberaminformac¸õessuficientesederamoseu
consentimentoinformadoporescrito paraparticipar nesse
estudo.
Direito à privacidade e consentimento escrito.Os autores
declaramterrecebidoconsentimentoescritodospacientese/
ousujeitosmencionadosnoartigo.Oautorpara
correspon-dênciadeveestarnapossedestedocumento.
Conflito
de
interesses
Osautoresdeclaramnãohaverconflitodeinteresses.
b
i
b
l
i
o
g
r
a
f
i
a
1. PetersenPE.Prioritiesforresearchfororalhealthinthe21st
Century–theapproachoftheWHOGlobalOralHealth
Programme.CommunityDentHealth.2005;22:71–4.
2.WattRG.Strategiesandapproachesinoraldiseaseprevention
andhealthpromotion.BulletinoftheWorldHealth
Organization.2005;83:711–8.
3. WorldHealthOrganization.OralHealth.FactsheetN.◦.318.
Geneva:WHO;2007.
4.PetersenPE.WorldHealthOrganizationglobalpolicyfor
improvementoforalhealth-WorldHealthAssembly2007.
IntDentJ.2008;58:115–21.
5.PetersenPE,KwanS.Evaluationofcommunity-basedoral
healthpromotionandoraldiseaseprevention–WHO
recommendationsforimprovedevidenceinpublichealth
practice.CommunityDentHealth.2004;21:319–29.
6.WorldHealthOrganization.Oralhealth:Actionplanfor
promotionandintegrateddiseasepromotion.WHO–Sixtieth
WorldHealthAssembly.Geneva:WHO;2007.
7.WorldHealthOrganization.WHOreleasesnewreporton
globalproblemoforaldiseases.Geneva:WHO;2004.
8. HobdellM,PetersenPE,ClarksonJ,JohnsonN.Globalgoalsfor
oralhealth2020.IntDentJ.2003;53:285–8.
9. Direc¸ão-Geralde,Saúde.,Em:EstudoNacionaldePrevalência
dasDoenc¸as,Orais.Lisboa:DGS.2008.
10.VeigaNJ.ComportamentosdeSaúdeOralemAdolescentes
Portugueses.Porto:Dissertac¸ãodeMestradoemSaúde
PúblicaapresentadanaFMUP.2009.
11.BroadbentJM,ThomsonWM,PoultonR.OralHealthBeliefsin
AdolescenceandOralHealthinYoungAdulthood.JDentRes.
2006;85:339–43.
12.DanielSJ,HarfstSA,WilderRS.Mosby’sDentalHygiene:
Concepts,CasesandCompetencies.2nded.StLouis:Mosby
Elsevier;2008,440-455.
13.HarrisNO,García-GodoyF.PrimaryPreventiveDentistry.6th
ed.NewJersey:Pearson-PrenticeHall;2004,399-409.
14.BurtBA,PaiS.SugarConsumptionandCariesRisk:A
SystematicReview.JDentEduc.2001;65:1017–22.
15.BurtBA,KolkerJL,SandrettoAM,YuanY,SohnW,IsmailAI.
Dietarypatternsrelatedtocariesinalow-incomeadult
population.CariesRes.2006;40:473–80.
16.MoynihanPJ.Theroleofdietandnutritionintheetiologyand
preventionoforaldiseases.BulletinoftheWorldHealth
Organization.2005;83:694–9.
17.PereiraAC.Odontologiaemsaúdecoletiva.Planejandoac¸ões
epromovendosaúdeSãoPaulo:Artmed;.2003.
18.Touger-DeckerR,LoverenC.Sugarsanddentalcaries.AmJ
ClinNutr.2003;78:881S–92S.
19.LacerdaJT,SimionatoEM,PeresKG,PeresMA,TraebertJ,
MarcenesW.Dentalpainasthereasonforvisitingadentistin
aBrazilianadultpopulation.RevSaúdePública.2004;38:1–6.
20.CortelliSC,CortelliJR,PradoJS,AquinoDR,JorgeAO.DMFTin
schoolchildrenrelatetocariesriskfactors.CiencOdontol
Bras.2004;7:75–82.
21.WorldHealthOrganization.OralHealthSurveys–Basic
Methods.4thed.Geneva:WorldHealthOrganization;1997.
22.AlmeidaCM,PetersenPE,AndréSJ,ToscanoA.Changingoral
healthstatusof6-and12-year-oldschoolchildreninPortugal.
CommunityDentHealth.2003;20:211–6.
23.PattussiMP,OlintoMTA,HardyR,SheihamA.Clinical,social
andpsychosocialfactorsassociatedwithself-ratedoral
healthinBrazilianadolescents.CommunityDentOral
Epidemiol.2007;35:377–86.
24. DitmyerM,DounisG,MobleyC,SchwarzE.Inequalitiesof
vs.SignificantCariesIndex(SiC)overtime.BMCOralHealth. 2011;11:12.
25.GorbatovaMA,GorbatovaLN,GrjibovskiAM.Dentalcaries
experienceamong15-year-oldadolescentsinnorth-west
Russia.IntJCircumpolarHealth.2011;70:232–5.
26. Suominen-TaipaleAL,WidströmE,SundR.Associationof
ExaminationRateswithChildren’sNationalCariesIndicesin
Finland.OpenDentJ.2009;3:59–67.
27.MacgregorIDM,BaldingJW,RegisD.Flossingbehaviorin